Revista de pensamento do Eixo Atlântico
nº 3
janeiro-junho
xaneiro-xuño
2002
2002
Atlântico
Antonio Salgado Rosa
Manuel Mariño Castro
Fernando Novoa Sanjurjo
Luis Manuel García Mañá
José García Losada
Manuel Lamas Estevez
José Luis De Luis Gallego
José Monteiro
A maior parte dos artigos desta publicación, correspóndense coas ponencias que
se presentaron ás Xornadas de Seguridade e Protección Cidadá do Eixo Atlántico.
Sen embargo, debemos facer constar que algunhas excelentes aportacións non
puideron ser incluidas, por haber sido presentadas nun formato excesivamente
visual (Power Point), o que imposibilita a súa publicación como traballos de reflexión u opinión.
Por elo, suxerimos ás persoas interesadas en profundizar nestes temas, contacten
cós ponentes que acontinuación referimos, cuia experiencia e aportacións lles
resultarán de gran interese:
A maior parte dos artigos desta publicação correspondem às apresentações feitas nas
Jornadas de Protecção Civil e Segurança do Cidadão do Eixo Atlântico. No entanto, temos
de referir que algumas excelentes locuções não puderam ser incluidas por terem sido apresentadas em formato exclusivamente gráfico (Power Point), o que impossibilitou a sua publicação como traba-lhos de reflexão ou de opinião.
Por esta razão sugerimos às pessoas interessadas em aprofundar estas questões que contactem os oradores que a seguir referimos e cujas apresentações foram de grande interese.
Sr. D. Juan Comesaña - Xefe de Sector de Seguridade - Vigo.
Sr. D. Emilio Barreiro - Concelleiro de Protección Civil - Vilagarcía de Arousa.
Sr. D. José Francisco Alonso Picón - Subdirector Xeral de Protección Civil - Xunta de Galicia.
Sr. D. Juan Carlos González Villanueva - Responsable de Protección Civil - Ourense.
Sr. D. Carlos Nieves - Concelleiro de Tráfico - Santiago de Compostela.
Sr. D. Barbosa da Costa - Concelleiro de Protección Civil e Bombeiros - Vila Nova de Gaia.
Sr. D. Salvador Almeida - Comandante dos Bombeiros Zapadores, Responsable de Protección
Civil e da Policía Municipal - Vila Nova de Gaia.
Sr. D. Alberto Moura - Inspector Superior Reformado e actual Presidente da Dirección dos
Bombeiros Voluntarios de Crestuma.
Sr. D. Coronel Francisco Freire - Asesor do Servicio Municipal de Protección Civil - Chaves.
Sr. D. Álvaro Ribeiro - Responsable para Protección Civil - Vila Real.
Sr. D. Filipe Sousa - Profesor de Enseñanza Secundaria e Director do Auditorio Municipal.
Sr. D. Antonio Alfeirán Rodríguez - Xefe Policía Local - A Coruña.
Sr. D. Vitor Sousa - Responsable Vereador Policía Municipal - Braga.
Sr. D. Coronel Alves da Cunha - Responsable Distrital de Protección Civil.
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MODELOS DE POLICÍA LOCAL
Antonio Salgado Rosa
Subintendente da Policía Municipal de Porto
Quando me propuseram falar de modelos de polícia, vi-me tentado a
dissertar aqui sobre o que se vai pensando sobre esta temática do ponto
de vista ideológico ou filosófico.
Na verdade, enquanto a criminalidade e o sentimento de insegurança
teimam em manter-se como questões de eleição nos discurso social e político da actualidade, é cada vez mais pertinente o estudo dos modelos de
Polícia e policiamento, das suas potencialidades e vulnerabilidades, assim
como questionar o papel da polícia numa sociedade pós-moderna.
Um modelo policial é um conceito que compreende variáveis organizativas, sociais, políticas e económicas. É um conceito que põe em
relação as organizações (a sua cultura, estilos de gestão, missões, relação com a população), o ambiente social e o mundo das ideias.
Porém depressa me apercebi que o que de mim pretendiam, não era
tanto o discurso literário da questão, mas tão só a abordagem dos modelos existentes em Portugal, que no fundo se resumem a dois tipos ou
modelos.
Não deixo contudo de ir um pouco atrás para tentar perceber o porquê do nascimento desta preocupação na procura de modelos que venham ao encontro das necessidades que se sentem neste domínio nas sociedades actuais, verificando que foram os anos oitenta, em Portugal este
fenómeno fez-se sentir cerca de uma década mais tarde, que mais participaram para a corrida a novas formas de policiamento e de organização
policial. Na verdade esta década foi bastante difícil quer para a criminologia, quer para as polícias de muitos países ocidentais, devido ás mudanças significativas que ocorreram no plano económico, social e político.
Para David Bayley, a explicação reside numa dupla crise de eficácia e de
legitimidade, sendo que ambas têm causas comuns (Bayley 1994).
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MODELOS DE POLICÍA LOCAL
De facto o aumento da insegurança nas ruas, aliado a uma maior sensibilidade dos cidadãos (devido à amplificação desse sentimento pelos
media, e à exigência de maior qualidade de vida), gera uma grande preocupação social em relação à questão da segurança. Anteriormente quer a
sociedade, quer a própria polícia, tinham alimentado o mito segundo o
qual a luta contra o crime era um assunto estritamente policial.
Constatado o fracasso desta luta, a população responsabiliza a Polícia pela
situação e começa a exigir eficácia. Ou seja uma redução real da criminalidade nas ruas.
Sabemos então que a exigência de mais e melhor segurança por parte
da população passa a inscrever-se na agenda política como questão de primeira ordem. A Polícia passa a suportar uma acrescida pressão política e
da própria opinião publica, que lhe exigem resultados visíveis e imediatos.
Rapidamente se conclui que, mantendo o modelo clássico das de organizações policiais racional-burocráticas, dificilmente se obteria uma melhoria substancial da eficácia.
No plano ideológico, este período coincide com o apogeu, no
Ocidente, das dificuldades orçamentais e das ideologias conservadoras, as
quais preconizam, no plano social, os princípios da lei e da ordem, e, no
plano económico, o neoliberalismo.
Esta combinação aumenta também as exigências de eficácia no sector
publico, e claro está também na actividade policial.
Verificamos então que a crise da eficácia contribui para a crise de legitimidade, havendo outros factores também importantes. A actividade
policial é mais complicada em períodos de tensão social devido às solicitações contraditórias da população, onde uma classe social média mais
exigente em relação à segurança exigindo um nível maior de segurança,
mesmo que tenha de pagar para isso.
É neste contexto que começa a surgir a ideia de reorganizar alguns dos
princípios e práticas da actividade policial e é neste contexto que surge a
ideia da criação em Portugal dos serviços municipais de Polícia ou seja
serviços de polícia local, e que na década seguinte toma definitivamente
forma.
É de facto inquestionável a necessidade das autarquias disporem de
meios que lhe possibilitem cumprir algumas das suas tarefas, contudo,
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Assim, é importante saber qual o objectivo deste serviço, uma vez que
a filosofia de segurança publica ainda assenta no serviço prestado pelas
forças policiais do estado, a que se destina o serviço de Policia municipal,
quais os meios e recursos disponíveis para empregar, é que segundo Sir
Robert Peel, o fundador da Metropolitan Police de Londres, resultaria
mais barato e provavelmente mais eficaz e mais realista, reconverter as
organizações policiais existentes do que criar uma nova instituição para a
prevenção da delinquência, não se referia á criação de polícias municipais,
mas o princípio prevalece como aplicável. Na verdade, o modelo de
Polícia Municipal existente nas cidades do Porto e Lisboa, assenta numa
estrutura existente e experiente, com conhecimentos da cidade, da delinquência e dos métodos de combate à delinquência, pelo que poderia terse investido um pouco mais na exploração deste modelo, desenvolvê-lo e,
porque não, adopta-lo noutras localidades. O combate á delinquência,
não é nem nunca foi a sua vocação existencial, dado que a sua organização, adapta-se ás exigências de uma autarquia na sua acção administrativa
e não na acção de combate à insegurança, ficando esta função meramente como complementar à acção do Estado nesta matéria.
MODELOS DE POLICÍA LOCAL
devemos ter sempre em atenção que a importação de modelos desraízados
da componente sociocultural, nem sempre dá bons resultados. Poderemos
então questionar o papel das polícias locais neste universo e então falar do
modelo ou modelos a adoptar.
Assim o modelo da Polícia Municipal do Porto é um modelo adaptável e tal como a instituição de origem, tem uma capacidade de autocrítica e renovação, capaz de assumir qualquer mudança na sua organização e
estrutura.
Mesmo com a publicação da Lei 140/99, que veio permitir a criação
pelos municípios das Polícias Municipais, não se verificou qualquer impedimento ao funcionamento das já existentes, o que demonstra que neste
capítulo a alteração não será muito acentuada demonstrando então que o
modelo existente serve os interesses do município do Porto e bem assim
dos cidadãos que naquela cidade passam, trabalham ou vivem.
O modelo de actuação adoptado, tem a ver com os objectivos, os
meios disponíveis e a capacidade financeira para os suportar. Contudo e
porque se trata de um serviço dinâmico, procura sempre melhorar a sua
contribuição para o bem estar dos munícipes e para a execução das tare3
MODELOS DE POLICÍA LOCAL
fas municipais estando por tanto sujeito e receptivo ás novas correntes
que se vão formando nesta área.
Na verdade, está organizada de acordo com as necessidades e os objectivos definidos, isto é, o combate ao mercado paralelo efectuado pelos
vendedores ambulantes, a fiscalização nas diversas matérias da competência do município, na ajuda aos diversos órgãos do município na prossecução dos seus objectivos e ultimamente colaborando para criar um sentimento de segurança, participando também no patrulhamento das áreas
ou artérias mais frequentadas.
Convém, pois esclarecer que o modelo assenta num serviço essencialmente administrativo e como tal não sujeito a horários de turnos rígidos,
o que permite o desempenho das tarefas com um numero de efectivos
reduzido. Porém para além, dos seus efectivos e porque se trata de um destacamento da Polícia de Segurança Publica, tem usufruído por parte desta
ultima de um acompanhamento e reforço dos meios humanos em operações para as quais se torna necessário o uso de meios extraordinários.
Mas então o que é, como é formada e qual a estrutura da polícia
Municipal do Porto?
A Polícia Municipal do Porto, não é mais que um destacamento da
Polícia de Segurança Publica, afecto ao município da cidade e ao seu serviço, cabendo à autarquia definir e aprovar as políticas de actuação deste
Corpo, de acordo com os seus objectivos. O recrutamento dos seus elementos é feito de entre as Oficiais, Chefes e Agentes da PSP mediante a
observação de determinados pressupostos, nomeadamente ter pelo menos
5 anos de serviço efectivo na corporação de origem. Desta forma permite
a escolha de pessoal com as características desejadas para o desempenho
da função pretendida, permitindo ainda que em situações de denotada
falta de adaptação ás tarefas por parte do pessoal, este possa ser trocado ou
substituído.
Funcionalmente dependem do presidente da Câmara e disciplinarmente da Direcção Nacional da PSP.
Todos os gastos com seu funcionamento são da responsabilidade da
autarquia, excepto gastos com a formação, fardamento, equipamento pessoal dos Agentes.
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A sua organização compreende pessoal operacional e administrativo.
O pessoal operacional, desempenha as funções normais de policiamento, e ainda o apoio aos diversos órgãos municipais. Para algumas das
tarefas e como acção complementar ao pessoal uniformizado possui equipas de pessoal à civil com funções específicas nomeadamente, fiscalização
de resíduos sólidos urbanos, venda ambulante e notificações.
MODELOS DE POLICÍA LOCAL
Porque se trata de um destacamento da PSP, utiliza os meios da corporação para o desempenho de algumas funções, nomeadamente, para
encaminhamento e guarda de detidos e outras situações em que seja
necessário uso de meios não disponíveis na PM.
Tem também a seu cargo a organização e instrução de todos os processos de contra-ordenação que caibam na competência da Câmara
Municipal do Porto.
Temos em mente para o próximo ano, a criação de uma equipa de pessoal ciclista, para promover o policiamento em lugares de lazer, tais como
parque da cidade e toda a marginal da Foz do Douro.
Prevemos ainda a criação de uma outra equipa, para acompanhamento dos comerciantes da cidade, por forma a estarmos mais próximos dos
seus problemas e poder servir de ponte entre estes e os diversos serviços da
Autarquia e a própria PSP. 5
LA POLICIA DE PROXIMIDAD
Manuel Mariño Castro
Comisario Jefe de la Unidad de Proximidad
de la Comisaría Local de Vigo-Redondela
Para poder comprender mejor la filosofía de la actual Policía de
Proximidad y las razones del cambio en la estructura y organización de la
tradicional Policía que ha venido ejerciendo sus funciones en nuestro pais,
en una constante evolución y adaptación a los tiempos, desde aquel dia de
1824, en el que por Real Cedula de Fernando VII, se creaba la Policia
General del Reino, con la generalizada misión de “..hacerme conocer la opinión y necesidades de mis pueblos, e indicarme los medios de reprimir el espíritu de sedición, de estirpar los elementos de discordia, y de desobstruir todos
los manantiales de prosperidad..”, se hace preciso dirigir la mirada hacia
nuestro actual marco constitucional y demás preceptos legales que atemperan la actuación de las Fuerzas y Cuerpos de Seguridad con el libre ejercicio de los derechos y libertades de las personas, que han de proteger.
FUNDAMENTO LEGAL
La Constitución Española de 1978 proclama en su primer precepto
que “España se constituye en un Estado social y democrático de derecho que
propugna como valores de su ordenamiento juridico la libertad, la justicia, la
igualdad y el pluralismo politico.”
En su articulo 9, apartado 2º establece que “Corresponde a los poderes
públicos promover las condiciones para que la libertad y la igualdad del individuo y de los grupos en que se integran sean reales y efectivas; remover los obstáculos que impidan o dificulten su plenitud y facilitar la participación de todos los ciudadanos en la vida política, económica, cultural y social”.
Y en su articulo 10 apartado 1º se recoge que “La dignidad de la persona, los derechos inviolables que le son inherentes, el libre desarrollo de la personalidad, el respeto a la ley y a los derechos de los demás son fundamento del
orden político y de la paz social”
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LA POLICIA DE PROXIMIDAD
Está claro que lo que persigue nuestra Carta Magna es la construcción de una sociedad en la que, por un lado, establecida la seguridad
pública como un bien social de primer orden, se reconoce el derecho del
ciudadano a participar en su logro, y la obligación de los poderes públicos de promover y facilitar esa participación. Y por otro lado, pretende
que cada ciudadano se sienta seguro, consciente de su dignidad humana,
capaz de desarrollar su personalidad y ejercitar sus derechos en completa
libertad, sin más limite que el del respeto a la Ley y a los derechos de los
demás.
En definitiva deja establecidos los dos pilares sobre los que ha de asentarse el modelo del Organismo a quien competa el mantenimiento de la
seguridad publica: La Paz Social, y la Participación de los ciudadanos en su
propia seguridad
Sentadas estas bases, en su articulo 104 dice que serán las Fuerzas y
Cuerpos de Seguridad del Estado, bajo la dependencia del Gobierno,
quienes tendrán como misión velar por el libre ejercicio de los derechos y
libertades y garantizar la seguridad ciudadana.
Al amparo de este articulo, la Ley 2/86 de Fuerzas y Cuerpos de
Seguridad, establece ya en su doctrina preambular la idea de “la activa e
intensa compenetración entre la colectividad y los funcionarios policiales que
constituye la razón de ser de éstos y es determinante del éxito o fracaso de su
actuación . Y poco después sigue diciendo que “la Ley pretende ser el inicio
de una nueva etapa en la que destaque la consideración de la policía como un
servicio público dirigido a la protección de la comunidad, mediante la defensa del Ordenamiento Democrático”
En realidad se está demandando una nueva policía capaz de prevenir
los delitos y prestar inmediato apoyo al ciudadano. Una policía perfectamente integrada en la sociedad, en la que el individuo policial no solo se
implique con los grupos o asociaciones representativos del colectivo ciudadano, sino que se implique individual y directamente con cada una de
las personas que conforman ese colectivo, condición indispensable para
que la seguridad subjetiva alcance todo su significado
EL NACIMIENTO
Como resultado de cuanto antecede nace, dentro del Cuerpo Nacional
de Policía, la Policia de Proximidad con el Plan de Presencia Policial
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Se pretende que ese ciudadano sienta al policía como un miembro más
de la sociedad, un vecino con nombre y apellidos al que puede dirigirse
como a cualquier amigo o conocido, y que además tiene la misión de
atenderle y socorrerle en sus demandas de protección y seguridad.
LA POLICIA DE PROXIMIDAD
puesto en marcha por la Dirección General de la Policía en octubre de
1994, en forma experimental a desarrollar en 21 ciudades de la geografía
española, mediante el que se establece una Policía Uniformada en los
barrios de las ciudades, en un afán de conseguir el acercamiento de la
Policía al pueblo, en el deseo de que el ciudadano no vea a la policía como
un concepto de algo lejano que está ahí simplemente para obligarle a
cumplir las normas, sino todo lo contrario.
En octubre de 1997 tuvo lugar en Navacerrada el primer Seminario de
Policia de Proximidad y en noviembre del mismo año se celebraron en
Toledo las primeras Jornadas de Policia de Proximidad. La aportación de
resultados y experiencias de los asistentes permitió llegar a positivas conclusiones de impulso y total expansión del Programa a todo el Territorio
Nacional, constituyendo toda una estrategia novedosa de actividad policial, con la que se pretende dar respuesta efectiva a las demandas de los
ciudadanos, tratando de mejorar la calidad de los servicios que se le prestan, aumentando su grado de satisfacción mediante la modernización de
los sistemas y procedimientos de trabajo, adecuando los recursos y optimizando su utilización, y evidentemente procurando reducir la delincuencia en la medida de lo posible.
Para el logro de tan loables proyectos se comenzó por ampliar aquel
concepto inicial de Proximidad, complementando los policías uniformados con policías de paisano que pudiesen ejercer sus labores de investigación en los barrios en los que estuviesen adscritos.
De esta forma surgen los grupos policiales de actividad integral, dentro del Sector que se les asigna para el desarrollo de sus funciones, y que
vendrán a denominarse MIPs.
Todo ello con el fin último de conseguir la calidad total en la policía,
mejorando la calidad de vida de los ciudadanos al incrementar tanto su
seguridad subjetiva como la objetiva propiciada por la reducción efectiva
de la delincuencia.
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LA POLICIA DE PROXIMIDAD
EL PRESENTE
El Real Decreto 1449/2000 de 28 de Julio, modificó y desarrolló la
estructura básica del Ministerio del Interior, regulando en su Art. 3, la
estructura y funciones de la Dirección General de la Policía, y facultando
al Titular del Ministerio para dictar las normas y disposiciones precisas
para su desarrollo y cumplimiento.
Pero no fue hasta el 10 de septiembre de 2001 que se publicó la Orden
del Ministerio del Interior por la que se desarrollaba la estructura orgánica y funciones de los servicios centrales y periféricos de la Dirección
General de la Policía
Pese a todo, al correr del año 2000, la implantación de la novedosa
Policía de Proximidad, a la que aludía la Orden antedicha, era ya un
hecho en todo el Territorio Nacional
Hoy, con casi ya tres años de plena andadura, podemos decir que terminó su noviciado y que la experimental estructura y distribución sectorial del MIP se manifiesta adecuada y efectiva, faltando únicamente para
su consolidación en el Cuerpo Nacional de Policía, que se produzca su
Confirmación Administrativa a través de la publicación de un Catálogo
de Puestos de Trabajo en el que se recojan su número y el número de sus
funcionarios adscritos .
De momento, en una Demarcación policial, dependiendo de su extensión y conflictividad delincuencial, pueden existir uno o varios MIPs.
Al propio tiempo, dos o más MIPs pueden, en su conjunto, dar lugar
a una agrupación de mayor orden denominada Distrito, que constituirá
en sí misma una Comisaría : La Comisaría del Distrito.
E igualmente dos o más Distritos conformarían en un nivel superior
una Comisaría Zonal. De semejante modo, dos o mas comisarías zonales
completarían la Demarcación policial en la que se ubicaría la Comisaría
local o provincial, según el caso.
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Hecha esta exposición, podemos considerar El Distrito policial como
punto de referencia básico en aquellas ciudades cuya magnitud permitan
establecerlo; pero en todo caso, exista o no Distrito, la ciudad ha de compartimentarse en Sectores y en cada uno de esos sectores se ubicará un
MIP.
LA POLICIA DE PROXIMIDAD
El MIP, responde a las siglas de Modulo Integral de Proximidad.
Constituye la Unidad básica policial desplegada en un menor ámbito
espacial y demográfico de la Demarcación policial, con autonomía y responsabilidad para el mantenimiento de la Seguridad Ciudadana. Está
compuesto por un número variable de funcionarios con diferentes cometidos, y su actividad se desarrolla siempre dentro de un territorio determinado denominado, como ya dijimos, Sector, en el cual su capacidad
operativa inmediata es integral. A su vez, este Sector estará subdividido
en varios Subsectores y en cada uno de estos se hallará destinado un PPP
(Policía Preventivo de Proximidad) .
De hecho al MIP se le adscriben para el desempeño de su actividad tres tipos de funcionarios: Los Policias Preventivos de Proximidad,
coloquialmente denominados PPPs. Los Policias Investigadores de
Proximidad, conocidos como PIPs. Y los Policias Técnicos de
Proximidad que responden a las siglas de PTPs. Los PPPs, a su vez, pueden ser “PPP de motos” “PPP de Z-24 horas” y “PPP de Maxi Z”
El PPP de motos, es un funcionario policial que tiene asignado un
Subsector concreto y fijo, y es su misión especifica y primordial la de integrarse en la realidad social de su entorno. El es el medio de enlace entre el
ciudadano y la Organización policial. A él compete el relacionarse con el
ciudadano y trasmitirle un sentimiento de seguridad, y controlar las
modalidades delictivas que puedan detectarse en su territorio participándolo a su Jefe de MIP para que pueda aplicar el remedio adecuado y necesario. Recibe “in situ” las denuncian por los hechos delictivos que se
determinen a fin de evitar en lo posible molestias de desplazamientos
innecesarios al ciudadano. Controla las entradas y salidas de los colegios,
colaborando con la Dirección de éstos en campañas de prevención de la
delincuencia y drogadicción, y realiza cuantas funciones derivadas de la
legislación vigente se le encomiendan relacionadas con su actividad en el
Subsector.
Su actividad diaria está previamente programada mediante la asignación de tareas concretas a desarrollar en su turno de servicio, que le son
transmitidas en la reunión previa a la toma de aquel, con delimitación de
tiempo de permanencia en puntos concretos y determinados y el establecimiento de otros de referencia, conocidos por los vecinos, para que en un
momento determinado en que se necesite, pueda ser localizado.
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LA POLICIA DE PROXIMIDAD
Su integración en el medio social es absoluta, y de hecho se le exige:
Un amplio conocimiento de la realidad social del Subsector que tiene
asignado.
Su interacción con la ciudadanía para identificar y resolver los problemas de seguridad que puedan existir.
Mediar como interlocutor ordinario ante los colectivos ciudadanos
dentro de su Subsector, asumiendo en este ámbito la mayoría de las funciones del coordinador de relaciones ciudadanas.
Y participar consecuentemente en las actividades comunitarias de su
Subsector.
El PPP de Z-24 horas, desarrolla su labor en la totalidad del Sector en
el que se ubica el MIP, a bordo de un vehiculo policial rotulado, pudiendo, según los casos, realizar el patrullaje de forma individual o en pareja.
Su actuación debe ser proactiva en la prevención e investigación de las
infracciones. Da respuesta inmediata a los requerimientos de la Sala del
091. Atiende a los auxilios humanitarios y demás cometidos asistenciales
o de servicio demandados por la ciudadanía y sirve de apoyo operativo en
las actuaciones de sus compañeros de motos que lo requieran.
El PPP de Maxi Z, presta también su servicio en vehiculo policial
rotulado. En este caso el servicio se presta en equipo formado por tres o
cuatro funcionarios, que se desplazan por todo el Sector en labores de
apoyo a sus compañeros y para inmediata intervención en casos de auxilio, de urgencias, o en situaciones de reacción o de represión.
En lo que se refiere al Policía Investigador de Proximidad, conocido
como PIP, como su propio nombre indica es la persona que se dedica a la
investigación de las infracciones que se cometen en el Sector al que pertenece, tendente al esclarecimiento de los hechos e identificación y detención, en su caso, de los autores responsables de los mismos. Obviamente,
el número de Policias Investigadores de Proximidad es variable y en la
medida de lo posible adecuado a la extensión territorial del MIP y consecuente con el grado de conflictividad delictiva que éste soporta.
Los asuntos que requieren investigación son distribuidos por el Jefe del
MIP y asignados de forma individualizada a cada uno de los policías
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De Igual modo, mediante este procedimiento de archivo de actuaciones, en cualquier momento se puede dar satisfacción a la víctima de un
hecho delictivo con información detallada y puntual del estado de las
investigaciones que se están realizando para el esclarecimiento de “su
caso”.
Y por último, el Policia Técnico de Proximidad es quien tiene la
misión de practicar en el lugar de los hechos la correspondiente
Inspección Ocular tendente a la comprobación del delito y en su caso a la
busqueda y recogida de huellas, pruebas o indicios que puedan servir de
apoyo al investigador en el esclarecimiento del delito y en la identificación
del delincuente.
LA POLICIA DE PROXIMIDAD
investigadores, quienes por cada caso llevan una Carpeta-Dosier que permite una constante revisión del estado de las actuaciones, en base a las gestiones realizadas que se han de reflejar en la misma.
Además de los servicios que se dejan mencionados, completan la
estructura del MIP otros varios que se engloban en dos grupos de siglas:
el MGO y el MA.
El MGO, es el Modulo General Operativo que da respuesta a todas
las demandas surgidas como consecuencia de la actividad operativa policial desarrollada por el MIP. En el se encuadran las Oficinas de denuncias a las que el ciudadano puede acudir para exponer sus planteamientos o demandas, Servicio éste que se complementa con la posibilidad de
la formulación de la denuncia por via telefónica, de internet o “in situ”
ante el PPP; La Inspección de Guardia que dará trámite a las actuaciones
policiales que deriven en la identificación o detención de personas relacionadas con hechos delictivos, dando cuenta a la Autoridad Judicial del
hecho en sí y de las gestiones al respecto realizadas; la Sala del 091, que
funciona como el organo coordinador de todos los efectivos policiales
desplegados en la Demarcación policial, y además es el organo receptor de
llamadas telefónicas rápidas al que el ciudadano puede dirigirse en
demanda de auxilio urgente o para la comunicación de situaciones flagrantes que precisen una intervención de tipo policial o humanitario
inmediata; y otra serie de servicios como los de Seguridad de Instalaciones
o el de Calabozos cuyas funciones son obvias y no requieren mayor
comentario.
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LA POLICIA DE PROXIMIDAD
El MA, es el Modulo de Apoyo, y su misión es la de gestionar los recursos humanos y materiales del MIP, ejercer las labores de mantenimiento,
y recibir, cumplimentar y tramitar toda la documentación que se genere
con la actividad policial operativa.
OBJETIVOS
Resulta evidente que cualquier empresa que se precie tiene que marcarse periòdicamente unos objetivos si quiere conocer puntualmente su
nivel de desempeño y su potencial de expansión.
La moderna policía, la Policía de Proximidad, a la postre una empresa que vende Seguridad a sus clientes, los ciudadanos, entiende preciso
el establecimiento de unos objetivos a conseguir y una relación de actividades a desarrollar para conseguirlos, para tomar conciencia del grado de
efectividad de su gestión y poder así adoptar, en caso necesario, las medidas correctoras que fueren precisas para el correcto cumplimiento de la
misión que tiene encomendada.
Dentro de esos objetivos se establece como indispensable y último la
completa satisfacción del ciudadano y su sentimiento de seguridad en el
ejercicio de sus derechos y libertades. Y tendentes al mismo se formulan
los siguientes:
OBJETIVO ESTRATÉGICO
Establecer un modelo policial que responda a la demanda social de
seguridad por parte de una policía integrada y próxima, capaz de dar
una respuesta de calidad, personalizada, eficaz y, a la vez, integral.
OBJETIVO OPERATIVO
Reducir los índices de inseguridad objetiva y subjetiva
MEDIDAS ADOPTADAS
(PARA EL LOGRO DE LOS OBJETIVOS)
A NIVEL DE ORGANIZACION
- Se trata de potenciar la presencia policial proactiva en los Sectores
de la ciudad.
- Se desarrollan programas de interrelación con los ciudadanos, que
permiten el mejor conocimiento de la problemática y necesidades
propias del entorno.
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A NIVEL PERSONAL
El Policía Preventivo de Proximidad:
- Recoge “in situ” determinadas denuncias, sin perjuicio de su formalización posterior, en algunos casos, que ha de hacer el denunciante en la Dependencia policial.
- Realiza trámites y diligencias complementarias que no requieran la
intervención de unidades especializadas.
- Transmite las respuestas que la Organización proporciona a las
demandas del ciudadano.
- Facilita información básica relativa a trámites documentales relacionados con las competencias administrativas del Cuerpo Nacional de
Policía.
- Da la respuesta inmediata a situaciones de emergencia, en tanto no
llegue el apoyo necesario si el suceso lo requiere.
LA POLICIA DE PROXIMIDAD
- Se procura implicar al ciudadano en la solución de los conflictos
que les afectan y que están relacionados con su seguridad.
- Se realizan campañas de información y consejos al ciudadano para
mejorar su seguridad
ÁLISIS DE RESULTADOS
Resulta evidente que las cifras delincuenciales que se manejaban en
1997 cuando el Cuerpo Nacional de Policía comenzaba a estructurar su
Policía de Proximidad, son superiores a las que hoy en dia se reflejan en
las estadísticas. Y si a esto añadimos que la cifra negra delincuencial ha
vendido a menos, entre otras razones, como consecuencia de las facilidades ofrecidas al ciudadano para formular sus denuncias, ya sea por teléfono, por internet o a domicilio “in situ”, amén de su personalización en
las Oficinas de denuncias, resulta evidente que, aún contando con posibles desajustes numéricos o hipotéticos maquillajes estadísticos, las infracciones han disminuido, y el objetivo marcado de reducir la delincuencia
se ha conseguido.
Además en esta andadura, se ha conseguido también algo mucho más
importante: el acercamiento real de la policía al pueblo, que es en definitiva otro de los objetivos primordiales del nuevo modelo policial.
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LA POLICIA DE PROXIMIDAD
La puesta en práctica por el Cuerpo Nacional de Policia de programas
de interrelación tales como Policía-Mayor; Policía-Escuela; PolicíaFamilia; Policía-Turismo y otros semejantes, ha permitido que el Policía
de Proximidad haya podido entrar, lentamente pero de forma efectiva y
plena, en la realidad social, y al propio tiempo, lo que es aún más importante, ha permitido que esos grupos sociales de colegios, residencias de
tercera edad, colectivos vecinales, etc, hayan empezado a ver al policía y a
través de él a la Corporación policial, como verdaderos servidores sociales
a los que se les puede indicar cuales son los problemas que verdaderamente les preocupan y en consecuencia los problemas a los que la policía
ha de dar prioridad.
En definitiva resulta patente que la iniciativa tomada para hacer efectivo el cambio policial, mediante la creación de la Policía de Proximidad
en el Cuerpo Nacional de Policía, ha sido buena, y que los resultados
obtenidos como consecuencia de ese cambio, pese a las deficiencias
administrativas y a la escasez de medios humanos, han sido lo suficientemente buenos como para tratar de llevar dicho cambio hasta sus últimas
consecuencias, extrapolándolo al resto de las Fuerzas y Cuerpos de
Seguridad, y a la propia ciudadanía.
REFLEXIÓN
La reforma del Cuerpo Nacional de Policia comenzó con un proceso
de descentralización materializado al poner en práctica el comentado programa de Policía de Proximidad en seis provincias con seis tareas concretas, el denominado “seis por seis”, para posteriormente irlo expandiendo
de forma progresiva a todo el Territorio Nacional y a la totalidad de las
infracciones.
El referido programa, busca la integración del policía en la comunidad, mediante la figura del policía en moto que de forma individual
patrulla su Subsector viviendo los problemas sociales que en el mismo se
desarrollan.
Los dos apartados anteriores encierran dos conceptos indispensables en
la filosofía de lo que ha de ser una Policía de Proximidad; pero, indudablemente, resultan insuficientes ya que se circunscriben al modelo creado
por el C.N.P. sin coordinación con otros Cuerpos y Fuerzas de Seguridad.
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Además, una Policía integrada debe definir los problemas sociales existentes en su comunidad , y su objetivo ha de ser el de intentar dar solución a esos problemas sin esperar a la protesta vecinal, ni a la denuncia.
Cierto que también ha de prestar atención al delito y al desorden a los que
ha de combatir por mandato legal, pero sin hacer de ello un objetivo prioritario ni obsesionarse con la reducción de las infracciones.
LA POLICIA DE PROXIMIDAD
Por otro lado la completa integración Policía-Ciudadano requiere una
volundad bidireccional. No basta con que la policía trate de aproximarse
a la comunidad, es preciso permitir y conseguir que la población se aproxime a la policía, tomando parte activa en la definición de sus problemas
sociales y de sus preocupaciones y en definitiva en la marcación de prioridades a la hora de gestionar los recursos.
En definitiva tenemos que caminar hacia una policía de proximidad
garante de derechos y libertades, de mejora en la calidad de vida de los
ciudadanos, democrática, tolerante y multicultural, consciente de que la
población es quien mejor conoce sus intereses y problemas y por ello ha
de participar activamente en la búsqueda de soluciones.
Es evidente que nos queda por delante un gran camino que recorrer
antes de poder alardear de una Policía de Proximidad integral e integrada en toda la Nación; pero, de momento, el Cuerpo Nacional de Policía
ya ha iniciado el camino aportando su primer grano de arena. 17
RESPUESTA ANTE UNA SITUACIÓN DE CATÁSTROFE
EL HELICÓPTERO
Fernando Novoa Sanjurjo
Director Técnico Servicio de “Busca e Salvamento”
Consellería de Pesca, Marisquéo y Acuicultura
Xunta de Galicia
Introducción
El ataque terrorista en Nueva York el pasado 11 de Septiembre puso a
prueba el sistema de emergencias de la ciudad, que nuevamente tuvo que
actuar el pasado día 12 cuando se precipitó un avión de pasajeros sobre el
barrio de Queens, provocando lo que constituye la pesadilla de cualquier
responsable de responder a una situación de emergencia: Una gran catástrofe en su ciudad. Todos pudimos ver en directo la ejemplar preparación
y profesionalidad de los servicios de emergencia de Nueva York, que sin
dudarlo se lanzaron en ayuda de las personas afectadas por el incendio,
pagando por ello un altísimo tributo en vidas de bomberos y policías,
haciéndose merecedores de un reconocimiento mundial a su entrega, bravura y sentido de la responsabilidad. Rindo desde aquí una expresión de
verdadera, sentida y respetuosa admiración por aquellos valientes profesionales, que sin dudarlo se lanzaron al interior de aquellas inmensas
moles de hormigón y acero, sabiendo que se enfrentaban a una muerte
cierta.
Estoy seguro de que muy pronto los casos de las Torres Gemelas y del
barrio de Queens en Nueva York y el de la planta petroquímica de
Tolouse, servirán de tema de estudio y análisis en los cursos sobre gestión
de emergencias que se efectúen en todo el mundo, sirviendo incluso como
elemento de comparación entre los sistemas de emergencias de los Estados
Unidos y los europeos.
El caso de las Torres Gemelas, pudo verse agravado de forma dramática sino fuera por la especial preparación y preocupación de la sociedad
norteamericana ante la gestión de las emergencias, pues la rapidez con que
se evacuaron dichas torres y su sistema de emergencia, fue un factor esen19
RESPUESTA ANTE UNA SITUACIÓN DE CATÁSTROFE - EL HELICÓPTERO
20
cial para que el número de muertos no alcanzara varias decenas de miles
de muertos, si tenemos en cuenta que la primera torre se desplomó 20
minutos después de ser impactada por el avión. Como ejemplo de esta
especial preparación y mentalidad el caso de una empresa multinacional
de asesoramiento financiero que tenía su sede en una torre en la que ocupaba mas de 20 plantas con cerca de 3.000 empleados. En los momentos
iniciales sus representantes en España comentaban por TV su temor al
alto número de compañeros que podían haber perecido en el desplome,
los días siguientes se comprobó que sólo 6 personas de dicha empresa
habían muerto, siendo la razón principal para ello que en cada planta
había dos personas encargadas de la gestión de las emergencias, que contaban con un plan para combatirlas y un plan de evacuación que se llevó
a acabo de forma inmediata una vez se produjo el primer impacto en la
otra torre gemela.
La Vulnerabilidad de las Sociedades Avanzadas
Las altas cotas de desarrollo, bienestar y calidad de vida que en el siglo
XX alcanzó la humanidad, y cuyo mejor ejemplo lo constituye el denominado mundo occidental al que nosotros pertenecemos, consiguieron
que el nivel de vida de muchas poblaciones europeas tenga una calidad de
vida jamás soñada por nuestros abuelos, y con ella una sensación de seguridad y comodidad que hace, por un lado, que las poblaciones le exijan a
los poderes públicos el mantenimiento y la defensa de esa sensación, pero
que, por otro lado, hace que esa mismas poblaciones se despreocupen de
su propia responsabilidad en el mantenimiento de esa sensación y lo que
es más dañino desde el punto de vista psicológico, que no quieren ser
conscientes de que esos avances que tan gratificante y cómoda hacen nuestra vida diaria, traen consigo un peligro larvado y latente en forma de las
innumerables mercancías peligrosas que transitan todos los días por
delante de nuestras casas, por nuestras carreteras y enfrente de nuestras
costas, con grandes avances en la seguridad de su transporte pero manteniendo su peligrosidad en caso de accidente, sobre todo aquellas sustancias químicas que en caso de derrame son invisibles, pues no sabes dónde
está el peligro lo que aumenta la sensación de vulnerabilidad, que se acrecienta hasta límites que producirían histeria y el sálvese quién pueda, si a
su invisibilidad se une su falta de olor, como es el caso de las sustancias
radioactivas, las bacteriológicas y muchas químicas.
Está fuera de toda duda que los sucesos posteriores a los atentados del
11 de septiembre han demostrado que vivimos en un mundo complejo,
con gravísimas desigualdades y desequilibrios entre poblaciones y sociedades, que habrá que corregir sino queremos que el siglo XXI signifique
el renacer de un pasado, que muchos (por razón de edad) todavía tenemos
pegado a los talones, en forma de necesidad de mayores controles de
población, de los medios y sistemas de comunicación y transporte, leyes
más restrictivas en cuanto a los derechos personales, etc. etc.
Creo que es muy importante que sepamos que vivimos en sociedades
que nos dan una alta calidad de vida, pero que el precio que pagamos por
ese bienestar es vivir sujetos a un sin fin de riesgos, que ni los vemos ni
los queremos ver. Quizás por que hasta hace relativamente poco, nuestra
mayor preocupación era comer, vestirse y alojarse, por lo que difícilmente una persona se preocuparía por su seguridad cuando su mayor dificultad era llenar él estomago.
Pero afortunadamente los tiempos van cambiando y ahora vivimos en
sociedades pujantes, con algunas dificultades si, pero con cotas de bienestar muy superiores a las de nuestros abuelos, por eso creo que aprovechando la resaca del 11 de septiembre ha llegado el momento de plantearse un estudio a fondo de la preparación de nuestras sociedades ante las
posibles emergencias que, no sólo las grandes catástrofes, que la vida diaria nos puede plantear. Dado que para ello se necesitan Organización,
medios y presupuestos, y para conseguirlos se necesita formar un estado
de opinión en el que los ciudadanos estén de acuerdo en derivar inversiones hacia los servicios de emergencia.
RESPUESTA ANTE UNA SITUACIÓN DE CATÁSTROFE - EL HELICÓPTERO
Otro aspecto de dicha vulnerabilidad es como afecta el crecimiento de
las ciudades a su seguridad, pues empresas de cierto riesgo que hace 20
años estaban a varios kilómetros de las afueras de muchas ciudades, ahora
se encuentran rodeadas por urbanizaciones y/o barrios, pues las administraciones públicas no fueron capaces de solucionar ese conflicto. Y como
ejemplo de lo que puede pasar tenemos la explosión de Tolouse
Respuesta ante una situación de catástrofe
La ejemplar respuesta en Nueva York ante las dos situaciones de catástrofe citadas, sólo puede deberse a que en dicha ciudad existe un “Plan de
21
RESPUESTA ANTE UNA SITUACIÓN DE CATÁSTROFE - EL HELICÓPTERO
Emergencias”, es decir estaban preparados, contaban con los medios: policías, bomberos y servicios de emergencia sanitaria, y el apoyo de los
medios del estado, federales y de las empresas privadas, y que funcionó
pese a que en el derrumbe de las torres el centro de coordinación de emergencias de Nueva York, situado en un edificio cercano a las torres, quedó
bloqueado ( y con él, el propio alcalde y sus colaboradores que estuvieron
cierto tiempo atrapados).
Sin la existencia de dicho Plan de Emergencias, la reacción de la ciudad ante una situación como la allí planteada, y que rompía los esquemas
de cualquier planteamiento previo, allí hubiera sido un caos. Afirmación
que también puede aplicarse al caso de la explosión de la petroquímica de
Tolouse. Es decir, la primera respuesta ante una situación de catástrofe es
poner en marcha el Plan de Emergencia de la ciudad.
Plan de emergencia que toda ciudad y/o población debe de tener, ya
que la improvisación no es la mejor forma de solucionar una emergencia
sobretodo cuando están relacionadas con personas, pues además los avances de la sociedad trajeron que la opinión pública cada vez le exija a los
poderes públicos más rigor, seriedad y planificación en todos los aspectos
que afectan a la calidad y seguridad de la vida humana.
El contenido de ese Plan de Emergencias y sus apartados es bien conocido por todos los especialistas en gestión de emergencias y el único trabajo que hay que realizar es vestirlo, rellenarlo, de acuerdo con la organización de la que se disponga, de los medios con los que se cuente y de las
emergencias que se pretenda combatir con ese plan. Es decir, debe de dos
partes principales. Estrategia y Plan Operativo.
La Estrategia debe definir la política, las responsabilidades y la razón
fundamental del Plan de Emergencias, estableciendo criterios, prioridades
y lista de acciones a realizar y por quién: es decir la Organización que debe
de realizar el Plan.
El Plan Operativo debe de contemplar la Dirección de las
Operaciones y donde se ubica, es decir donde está el Centro de operaciones de emergencia, los procedimientos a seguí para combatir cada emergencia, la actuación combinada de recursos de distintos estamentos, los
procedimientos de notificación, la atención sanitaria, las comunicaciones,
el mantenimiento del orden público y la seguridad en la zona, las necesi-
22
La Formación, el Entrenamiento Individual y los Ejercicios
Colectivos. Es sin ningún género de dudas la parte más importante del
Plan de Emergencias, que se convertiría en papel mojado sino se forma a
los componentes de los distintos servicios de emergencia y sino se les
entrena mediante adiestramientos individuales, entendiendo por esto,
ejercicios desarrollados con los componentes de un mismo servicio y los
ejercicios colectivos, empleando medios de distintos servicios ante emergencias simuladas de mayor complejidad y que exijan la puesta en marcha
del Plan de Emergencias, sirviendo para rodar dicho plan, para evaluarlo
y para corregirlo. Los ejercicios colectivos, con la utilización real de
medios, deben hacerse una vez al año y simulando cada vez un tipo de
emergencia distinto.
Hay otro tipo de ejercicio colectivo cuya realización es también básica para el buen funcionamiento del sistema de emergencias, me refiero a
los ejercicios teóricos que se desarrollan alrededor de la mesa. Consiste en
reunir una vez cada 4 meses a todos y cada uno de los representantes de
los distintos servicios de emergencia cuya activación considere el Plan de
Emergencias, alrededor de una mesa y practicar la toma de decisiones ante
la emergencia planteada y las distintas complicaciones que el director del
ejercicio vaya añadiendo a lo largo del mismo. Este tipo de prácticas tiene
las ventajas de que no hay que movilizar medios, sirven para que los componentes de la Dirección de la Emergencia practiquen la toma de decisiones y por último, y quizás de la máxima importancia, para que se
conozcan personalmente; conocimiento que puede ser muy importante
en un caso de emergencia real para favorecer las relaciones personales ante
una situación de presión psicológica y tensión.
RESPUESTA ANTE UNA SITUACIÓN DE CATÁSTROFE - EL HELICÓPTERO
dades de transporte, otro apoyo logístico y un inventario de medios y
como activarlos.
Las Emergencias y las leyes de Murphy
No quisiera seguir adelante en mi exposición sin hacer una recomendación a aquellos de Ustedes que tengan responsabilidad en la Gestión de
las emergencias, bien desde el punto de vista técnico, como desde la
Administración o Política.
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RESPUESTA ANTE UNA SITUACIÓN DE CATÁSTROFE - EL HELICÓPTERO
24
En los once años que tiene el servicio de “Busca e Salvamento” de la
consellería de Pesca de la Xunta de Galicia que tengo la suerte de dirigir,
tenemos una fe ciega en el cumplimiento de las siguientes Leyes de
Murphy, que constituyen desde la creación de este servicio en 1990 nuestra filosofía de trabajo. Dicen así:
1. En cualquier campo de actividad técnica o científica, si algo
puede ir mal, irá mal.
2. Abandonadas a su propio curso, las cosas tienden a ir de mal
en peor.
3. Si existe la posibilidad de que varias cosas vayan mal, aquella
que finalmente falle será la que ocasione mayor daño.
4. Si todo parece funcionar bien, es que obviamente se ha pasado algo por alto.
Estos sencillos y claros principios de funcionamiento los tenemos
colocados en las paredes de los hangares de nuestros helicópteros y en los
mamparos de nuestros barcos, por creer que resumen lo que debe de ser
la base de funcionamiento de todo servicio de emergencias y les recomiendo que los pongan en la primera hoja de su plan de emergencias pues
les ayudará a no bajar la guardia en ningún momento.
El Helicóptero como medio de rescate
Desde sus primeros comienzos como máquina voladora capaz de mantenerse parada en el aire sus diseñadores, y desde 19942 cuando se incorpora al Ejercito de los Estados Unidos el primer helicóptero operativo de
la historia de la aviación, se vio su potencial como medio de auxilio, al
poder transportar rápidamente material de socorro al lugar donde es necesario, y sólo tres años mas tarde en 1945 se incorporó la primera grúa de
rescate en un helicóptero del fabricante Sikorsky modelo R-5, perteneciente al Servicio de Guardacostas que en Noviembre de dicho año efectuó
el primer rescate en mar abierto, al izar desde la cubierta de una gabarra
embarrancada en un banco de arena a sus dos tripulantes, salvándoles de
una muerte cierta. Comenzando de esta forma la carrera del helicóptero
como máquina de salvamento, siendo hoy en día varias decenas de miles
de personas en el mundo las que ven aliviado su dolor por un helicóptero
medicalizado y/o salvadas de un peligro inmediato por un helicóptero de
rescate. Siendo también muy importantes los servicios que puede prestar
en el campo de la lucha contra incendios forestales.
Ventajas
Velocidad.
Capacidad de permanecer en vuelo estacionario.
Capacidad de aterrizar en lugares no preparados.
Polivalencia.
Flexibilidad.
Radio de Acción.
Limitaciones
Operatividad en tierra limitada a condiciones visuales.
Capacidad operativa limitada en condiciones de formación de
hielo.
Autonomía en tiempo de vuelo
El Helicóptero de salvamento en Galicia
Como ejemplo de la capacidad del helicóptero para salvamento, proyectaremos un vídeo de doce minutos de duración sobre el servicio de
“Busca e Salvamento” de la consellería de Pesca de la Xunta de Galicia.
RESPUESTA ANTE UNA SITUACIÓN DE CATÁSTROFE - EL HELICÓPTERO
El helicóptero presenta grandes ventajas en el campo de las catástrofes
pero también presenta limitaciones operativas en su utilización, que
puede llegar a impedir su uso. Veamos algunas de ellas:
Conclusión
Las sociedades europeas modernas son vulnerables ante un sin fin de
probables y distintas emergencias, algunas de las cuales pueden afectar de
forma directa a la calidad de vida y a la seguridad de esas sociedades. Para
responder a las amenazas que derivan de las complejas características del
mundo en el que vivimos, es necesario contar con un Plan de
Emergencias que permita dar respuesta a esta vulnerabilidad y contar con
Medios, pues de nada sirven los planes sin medios para dar respuesta.
No debemos olvidar las ventajas de la colaboración internacional para
responder a las distintas emergencias y para ello, y por nuestra tradicional
colaboración transfronteriza, quisiera indicarles que en el aeropuerto de
25
RESPUESTA ANTE UNA SITUACIÓN DE CATÁSTROFE - EL HELICÓPTERO
26
Vigo está basado un helicóptero de salvamento que está a su disposición,
24 horas al día, para cualquier emergencia que se les pueda plantear. Para
movilizarlo sólo tienen que llamar al teléfono 34.981.54.14.00 de la
Central de Emergencias 112 de la Xunta de Galicia y su colaboración es
gratuita. Y les puedo asegurar que nos encantaría poder ayudarles a salvar
vidas, sobre todo de marinos que es la razón de nuestra existencia.
O MODELO POLICIAL EN ESPAÑA
Luis Manuel García Mañá
Comisario Xefe do Corpo Nacional de Policía de Vigo
O modelo español de Forzas de Policía, ten seus orixes en dous
momentos históricos ben definidos.
O primeiro situase no século XIX, baixo a inspiración centralista da
Administración francesa, intre no que se crean as Forzas Estatais de Policía
que aínda hoxe perduran, sobre o basamento da división de poderes enunciada por Montesquieu . Ata primeiros do Sèculo XIX, as funciòns xudiciais e policiais exercèranse conxuntamente en España.
En 1824, unha vez estragada a experiencia do Trienio Liberal, mesmo
ó principia-lo derradeiro período do reinado absolutista de Fernando VII,
creouse a Policía do Reino, antecedente directo do actual Corpo Nacional
de Policía, de natureza civil. Máis tarde, no ano de 1844, o Duque de
Ahumada fundou, en plena Rexencia, o Instituto da Garda Civil de natureza militar, coa arela de garanti-la seguridade rural e a orde pública, aproveitando, ó mesmo tempo, o excedente de cadros militares que había en
España.
O segundo e trascendental momento da estructuración do modelo
policial español, producese coa promulgación da vixente Constitución de
1978, verdadeiro marco legal de todo o acontecer político dos últimos
anos.
A Constitución de 1978 non só consolidou a existencia das Forzas e
Corpos de Seguridade do Estado no seu Artigo 104 , encomendándollela misión “protexe-lo libre exercício dos dereitos e liberdades e garanti-la
seguridade cidadá”, senón que profesionalizou a súas funcións e tarefas,
como por exemplo as de Policía Xudicial ( Artigo 126 ), facendo depender directamente de tribunais, xuíces e do ministerio fiscal as devanditas
27
O MODELO DE POLICÍA LOCAL EN ESPAÑA
unidades policiais, en relación coa “averiguación do delicto e descubrimento e aseguramento do delincuente”. O mandato constitucional do
Artigo 104, sitúa ós Corpos policiais españois, nun sistema próximo ó
que Wilson definiu en 1968 como “modelo policial de servicios”, fronte
ós outros modelos “legalista” e de “vixiancia”, por prima-lo servício público ante a aplicación da lei ou a presencia masiva e disuasoria da policía nas
rúas.
Precisamente é na Constitución de 1978, onde se basea o actual Estado
das Autonomías, recoñecendo e garantindo o dereito á “autonomía das
nacionalidades e rexións” españolas (Artigos 2 e 143 ). Neste contexto, as
Comunidades, a través dos seus Estatutos de Autonomía, teñen a posibilidade de fornecerse con policías propias (Artigo 149.1.29°), seguindo
modelos diferentes. Así, o País Vasco e Cataluña constituíron corpos de
policía integrais, non vencellados organicamente nin funcionalmente ás
Forzas de Seguridade do Estado ( Ertzaina e Mossos de Escuadra). Pola
contra Galicia, Valencia e Andalucía, optaron por solicita-la adscripción
de unidades do Corpo Nacional de Policía, dependentes funcionalmente
da respectiva Comunidade Autónoma. O resto das Comunidades do
Estado Español só coordinan, no ámbito dos seus territorios, ás Policías
Locais (Art. 148.1.22ª).
Non se debe esquecer que no Artigo 140 da devandita Constitución de
1978, recoñécese a autonomía dos municipios, que seguindo a regulamentación derivada das normas de Bases de Réxime Local, da Lei
Orgánica de Forzas e Corpos de Seguridade e da regulamentación propia
Comunidade Autónoma, poden dispoñer de Policías Locais ó servicio dos
Concellos.
Asemade, debe terse en conta a importancia que nos últimos anos está
a atinxi-la Seguridade Privada en España e no mundo en xeral. A
Dirección Xeral da Policía controla os preto de 100.000 vixiantes de seguridade, así como a outros profesionais do sector da seguridade privada (
escoltas e detectives privados), sen contar os vixiantes de explosivos e gardas de campo que supervisa a Dirección da Garda Civil.
28
Así pois, o Estado unitario (non centralista) que se define na
Constitución española, conta con dúas organizacións policiais que exercen en todo o territorio do Estado, como son o Corpo Nacional de Policía
e o Corpo da Garda Civil. Mentres, o ámbito de actuación das Policías
Autónomas ou Locais, é o específico da súa Comunidade ou Municipio,
respectivamente.
Tódolos Corpos policiais sinalados gozan da consideración de
Institutos Armados, co matiz de seren de natureza civil a excepción do
da Garda Civil que é de natureza e estructura militar. Son tamén institucións nas que os princípios de xerarquía e subordinación, rexen a súa organizaciòn. Lóxicamente o Servicio de Vixiancia Aduaneira e os Vixiantes
de seguridade privada, non teñen a consideración de Forzas de
Seguridade, aínda que de cotío colaboren con éstas.
O MODELO DE POLICÍA LOCAL EN ESPAÑA
O Servicio de Vixiancia Aduaneira, dependente do Ministerio de
Economía e Facenda, pode actuar en calidade de policía xudicial xenérica
non específica, na represión do tráfico de drogas e doutros xéneros de contrabando
¿Cómo se coordina o múltiple espectro policial español?. Soamente
unha norma de rango orgánico, desenvolvendo o artigo 104 da
Constitución, pode artellar esta realidade. A referida lei non é outra que a
2/1986, de 13 de marzo, de Forzas e Corpos de Seguridade. No apartado
segundo do devandito artigo constitucional, definese o contido da lei: as
funcións, principios básicos de actuación e os estatutos das Forzas e
Corpos de seguridade.
A lei 2/1986 da que estamos a falar, dispón no seu Artigo primeiro que
a seguridade pública é de competencia exclusiva do Estado, e que o seu
mantemento corresponde ó Goberno da Nación. Admite a participación
das Comunidades Autónomas nesta misión, o mesmo que o auxilio das
Corporacións Locais.
No Artigo segundo sinálase que son Forzas e Corpos de Seguridade os
do Estado dependentes do Goberno da Nación, os Corpos de Policía vinculados ás Comunidades Autónomas e os das Corporacións Locais, excluíndose polo tanto calquera outro
29
O MODELO DE POLICÍA LOCAL EN ESPAÑA
É no Artigo terceiro, onde se preceptúa que “os membros das Forzas e
Corpos de Seguridade, axeitarán a súa actuación ó principio de cooperación recíproca, coordinándose a través dos órganos que a propia lei
establece no título IV ( Consello de Política de Seguridade de ámbito
nacional, Xunta de Seguridade nas Comunidades Autónomas e Xunta
Local de Seguridade nos Municipios)”.
Na precitada norma (Artigo 5 ), sinálanse os “Principios básicos de
actuación” dos membros das Forzas e Corpos de Seguridade, esixíndolles
“Adecuación ó Ordenamento Xurídico”, marcando un código na súas
“Relacións coa Comunidade”, reclamando un trato correcto cos detidos, así como dedicación profesional, secreto nas súas actuacións e responsabilidade, acorde coas funcións desenvolvidas.
En definitiva, esta lei de Forzas e Corpos de Seguridade, ó referirse ós
“Principios básicos de actuación”, asume o contido da “Declaración sobre
a Policía” aprobada polo Consello de Europa o 8 de maio de 1979, así
como do “Código de conducta para funcionarios encargados de facer
cumpli-la lei”, tamén aprobada o 17 de decembro de 1979 pola Asemblea
Xeral da O.N.U., inspirándose, tamén, noutros moitos instrumentos
xurídico-internacionais emanados da Declaración Universal dos Dereitos
Humanos de 1948.
Retomando pois, o que ata aquí se vén de dicir, o modelo policial español é, en síntese, un modelo que se basea e estructura sobre a realidade
sociolóxica, política e administrativa do Estado, que en España ven sinalada por unha triple dimensión territorial, que vai dende os Concellos,
pasando polas Comunidades Autónomas, ata o conxunto do Estado,
niveis onde poden existir e coexisti-las distintas Forzas de Policía. De aquí
derívase a primeira característica esencial do modelo español, a PLURALIDADE orgánica e funcional, existindo varios corpos con funcións distribuidas normativamente, mais sempre dirixídos cara á mutua colaboración e coordinación.
A segunda nota ou característica deste modelo, é de tipo sociolóxicolaboral, tratándose dunha POLICÍA PROFESIONAL, allea á ideoloxías e partidos políticos, que ten o alicerce dos seus obxectivos no “servi-
30
Compre subliñar como experiencia, que dende hai tres anos, e despois
de diversas iniciativas anteriores, callou con éxito, dentro do Corpo
Nacional de Policía, unhan fórmula de Policia comunitaria integral,
coñecida popularmente baixo a denominación de “Policía de
Proximidade”.
A filosofía que inspira a súa actuación, está orientada a atender ó cidadán no seu mesmo “habitat”. O funcionario de Policía de Proximidade é
coñecido polos seus propios veciños co seu nome e apelido, fai a patrulla
só polas rúas, a pé ou nunha moto lixeira, recibe “in situ” as denuncias que
os cidadáns queren formular, participa en xuntanzas e movementos veciñais, ocúpase de cuestións alleas ó ámbito policial, que melloran a calidade de vida e finalmente constitúese nun referente e dinamizador social.
O MODELO DE POLICÍA LOCAL EN ESPAÑA
cio á comunidade” abandoando as prácticas coactivas e subculturas tradicionais, establecendo unha relación máis próxima ó cidadán en sentido
horizontal. Deste xeito tamén resulta ser un modelo de policía máis ASISTENCIAL e menos inquisitiva, que participa na vida social. Resulta significativo a este respecto, o disposto no Artigo 6º da Lei de Forzas e
Corpos de Seguridade, que preceptúa que a formación dos membros dos
devanditos corpos “terá carácter profesional e permanente”.
O programa Policía 2000 da Dirección Xeral da Policía, establece seus
fins estratéxicos na procura de tres obxectivos:
1.- Mellora-la calidade dos servicios
2.- Aumenta-la satisfacción dos cidadáns e dos policías
3.- Reduci-la delincuencia
Consonte co anterior, creáronse novas unidades policiais básicas, que
actúan en tódolos núcleos urbános do territorio nacional, no que está
implantado o Corpo Nacional de Policía (núcleos de poboación de máis
de 20.000 habitantes e capitais de provincias). Estas unidades son coñecidas baixo a denominación de “Módulos Integrais de Proximidade
(MIP)”, dotados con efectivos policiais uniformados que traballan en
tarefas puras de proximidade (Policía Preventivo de Proximidade – PPP),
outros que actúan en funcións de investigación e pescuda ( Policía de
Investigación de Proximidade – PIP), que adoitan vestir de paisano,
31
O MODELO DE POLICÍA LOCAL EN ESPAÑA
auxiliados por funcionarios expertos en técnicas de policía científica (
Policía Técnico de Proximidade- PTP). O PPP pode solicita-la axuda
doutros PPPs , dotacións de coches radio-patrulla, ou de unidades numericamente máis importantes (transportadas en coches tipo “combis”, e
incluso unidades de reacción e resposta).
O PPP traballa individualmente, sendo responsable dun subsector do
MIP no que está integrado, non subordinándose a un horario determinado, senón ás necesidades do seu barrio ( comercial, residencial....).
Constitúe a peza fundamental do Programa Policía 2000, converténdose
no elemento policial máis solicitado pola sociedade española, circunstancia que deu lugar que nas enquisas do Centro de Investigación
Sociolóxicas, sexa considerado o Corpo Nacional de Policía como a institución mellor valorada do Estado, despois da Coroa.
O programa devandito, na súa segunda fase, recupera as tarefas de
especialización da policía, recorrendo a modelos supraterritoriais que permiten a organización de unidades policiais en ámbitos que superan as
fronteiras dos MIPs, garantindo a loita contra a delincuencia violenta,
organizada, ou especializada, creándose a tal fin unidades policiais formadas por investigadores especializados, organizados nas UDYCO (
Unidades de Drogas e Crimen Organizado), as UDEV ( Unidades de
Delitos Especiais e Violentos), e as UCRIF (Unidades Contra as Redes
de Inmigración e Falsificación de Documentos ).
Pódese dicir que o Programa Policía 2000 posto en marcha pola
Dirección Xeral da Policía, supón o punto máis alto dun modelo de policía comunitaria e especializada, ó servicio dos cidadáns e das democracias,
que fai sobrancea-lo prestixio do Corpo Nacional de Policía ata niveis ós
que endexamais antes chegara, traducidos no recoñecemento dos cidadáns, que veñen premiando de cotío o labor policial, e que agora mesmo
se ve popularizada por medio de exitosas series de televisión, que gozan de
ampla audiencia (Policías, El Comisario...etc.).
O modelo español sigue evoluíndo na actualidade, non esquecendo a
realidade da súa inclusión na Europa comunitaria e no Grupo de
Schengen, participando plenamente nas institucións europeas como
32
O esforzo das Policías españolas, para axeitarense ás necesidades dos
cidadáns do século XXI, é permanente e constitúe o primeiro obxectivo
da súa actuación. O MODELO DE POLICÍA LOCAL EN ESPAÑA
EUROPOL, permanecendo na organización INTERPOL ( hoxe presidida por un comisario español), e tendo presente o horizonte dun mundo
globalizado, no que as fronteiras veñen de ser superadas polas novas tecnoloxías da información e polos avances en materia de infraestructuras de
comunicacións e transporte.
33
LA DELINCUENCIA TRANSFRONTERIZA
José García Losada
Jefe Superior de la Policía de Galicia
1) DELIMITACIÓN DEL CONCEPTO
El concepto de delincuencia “transfronteriza”, habitualmente, se equipara al concepto de delincuencia organizada o al de crimen organizado
internacional, en cuanto se trata de definiciones acuñadas desde hace años
para aludir a una serie de manifestaciones delictivas graves que sobrepasan
las fronteras nacionales y que, habitualmente, son perpetradas por grupos
delictivos organizados y especializados.
Los criterios o parámetros que los Organismos Internacionales (Unión
Europea, Naciones Unidas, INTERPOL, entre otros) fijan para determinar cuando estamos ante un fenómeno delincuencial de esta naturaleza,
son diversos; entre otros se pueden señalar los siguientes:
1) La estructura piramidal de estas organizaciones delictivas, con una
jerarquía de mando muy acusada.
2) La distribución o especialización de tareas entre los miembros del
grupo.
3) El pacto de silencio entre los miembros. La existencia de ajustes de
cuentas entre los integrantes del grupo cuando se vulnera esta pacto
de silencio.
4) El aprovechamiento económico del delito a través de operaciones
de blanqueo nacional o internacional.
5) El carácter transfronterizo de sus actividades delictivas.
6) En no pocas ocasiones son grupos multiétnicos o plurinacionales.
7) La corrupción administrativa derivada.
La concurrencia de todos o alguno de estos parámetros se viene utilizando en la Unión Europea para determinar la existencia o no de un
grupo delictivo organizado, ya que parece evidente que la concurrencia de
estos elementos debería ser suficiente para delimitar y definir el fenómeno de la delincuencia organizada, tal y como se ha venido entendiendo
35
LA DELINCUENCIA TRANSFRONTERIZA
hasta el momento en Europa. En particular, esto sucede así, cuando se
habla de tráfico ilícito de estupefacientes, de trata de seres humanos, de
terrorismo, de blanqueo de capitales, así como de otras manifestaciones
delictivas graves que preocupan al conjunto de la Comunidad
Internacional.
Sin embargo, la situación que presenta en la actualidad la criminalidad
en la Unión Europea es más compleja y mucho más preocupante ya que
a toda ese conjunto de actividades delictivas gravísimas, respecto de las
cuales el ciudadano de a pié, a veces, no es muy consciente de la amenaza ni del daño que está causando a su familia, a su patrimonio o a su concreta comunidad; tenemos que unir toda la actividad delictiva que ha desembarcado en la Unión Europea, procedente fundamentalmente de los
Países del Este de Europa, de América Latina y de Africa.
Esta nueva delincuencia tiene una diferente etiología y, sólo excepcionalmente, presenta los parámetros más característicos de delincuencia
organizada ya vistos; sin embargo, representa quizás la amenaza más
importante para la seguridad ciudadana de la Unión Europea, porque su
extraordinario flujo y su capacidad de asentamiento es imparable desde la
desaparición de las fronteras interiores en la Europa Occidental.
Llegados a este punto, es preciso aclarar que no nos estamos refiriendo
a muchos inmigrantes ilegales que llegan a Europa por razones estrictamente de supervivencia vital; aunque es posible que alguno de ellos, por
esa misma razón, también se vean obligados a perpetras delitos de mayor
o menor entidad o gravedad. No, nos estamos refiriendo al conjunto de
delincuentes (que ya lo era antes de venir a Europa Occidental) que se han
afincado en los países europeos con el único fin de incorporarse a unas
sociedades más desarrolladas y ricas, donde se puede delinquir con más
garantías de éxito económico y con mucho menos coste penal o represivo.
¿Cuál es el peso de esta delincuencia inmigrante en España?
Según un informe muy reciente de la Dirección General de
Instituciones Penitenciarias, la población reclusa en España en la actualidad asciende a 46.243 presos; la cifra más alta desde 1994. Pues bien, dos
de cada tres de los reclusos que ingresaron en las cárceles españolas durante el año 2001, son extranjeros.
36
Delincuencia del Este de Europa. (kosovares, balcánicos, rumanos,
polacos, rusos, etc.). Se trata de grupos más o menos organizados, con
gran movilidad geográfica, dedicados, fundamentalmente, a la delincuencia patrimonial: robos (butrones) en polígonos industriales, o en comercios; tráfico ilícito de vehículos; delincuencia callejeras (hurtos, sirlas,
etc.). En algunos casos, también se dedican a la explotación de la prostitución y al tráfico ilícito de estupefacientes. No siempre actúan organizadamente y en muchos casos ya se han incorporado a la “fauna” delictiva
de las grandes ciudades europeas (ejemplo del caso del moldavo multirreincidente que asesinó a un matrimonio en Madrid con ocasión de un
robo en un domicilio).
Delincuencia de Africa (magrebíes y subsaharianos): Se trata de colectivos fuertemente asentados en la mayoría de las grandes urbes europeas.
La actividad delictiva que llevan a cabo es muy diversa; va desde el pequeño tráfico de estupefacientes, a los hurtos, tirones callejeros e incluso de
la falsificación y comercialización de mercaderías o de productos informáticos falsificados.
LA DELINCUENCIA TRANSFRONTERIZA
¿Quiénes son y de donde proceden estos delincuentes?
Delincuencia sudamericana (colombianos, chilenos, peruanos, etc.) Se
trata de grupos delictivos muy peligrosos y muy especializados, con una
gran movilidad en toda la Península Ibérica. Se dedican a los robos con
fuerza en viviendas, a robos violentos en joyerías; a las estafas, a los hurtos y, por supuesto, al tráfico de drogas.
¿Por qué los incluimos en el concepto de delincuencia transfronteriza?
Evidentemente, por su movilidad geográfica, ya que la desaparición de
las fronteras interiores en la U.E. les permite desplazarse sin mayores problemas de un país a otro. Otros factores que, posiblemente, estén influyendo decisivamente en esta movilidad geográfica de la delincuencia; en
particular, en el caso de Portugal y España, son:
- La mejora de las comunicaciones viarias en toda la Península (desde el
centro de la Península, los grupos delictivos pueden desplazarse a cualquier parte de Galicia o del Norte de Portugal en poco más de 4 horas.
- La desaparición de las fronteras comerciales permite, posiblemente,
que las mercancías robadas en un país se comercialicen en otro (el
37
LA DELINCUENCIA TRANSFRONTERIZA
tema de la venta ambulante entre España y Portugal, donde además de
comercializarse productos falsificados, también es posible que se oferten mercancías sustraídas)
- El incremento incesante de la prostitución extranjera que a menudo
suele venir acompañada con la llegada de delincuente no autóctonos,
que terminan por asentarse en nuestras ciudades.
- Y, por supuesto, la ausencia de procedimientos administrativos y legales eficaces en Europa para impedir la entrada masiva de delincuentes
extranjeros o que permitan repatriarlos inmediatamente cuando ya se
han asentado.
Por desgracia, aunque los mecanismos de coordinación internacional
policial, tanto en el ámbito bilateral como multilateral, en Europa son
aceptables, ciertamente, no son todo lo eficaces que tendrían que serlo
cuando se trata de una delincuencia de esta naturaleza que, en principio,
sólo parece atacar directamente al ciudadano o al comerciante de a pié, sin
afectar – aparentemente – a las estructuras de los Estados.
2) MECANISMOS DE COOPERACIÓN POLICIAL INTERNACIONAL EN EUROPA
Los mecanismos previstos para garantizar la necesaria cooperación
policial internacional en Europa son diversos:
En primer lugar, citaremos a la INTERPOL, en cuanto se trata de la
Organización Internacional de Policía Criminal más veterana y en la que
está integrada el mayor número de países del Mundo (después de la
ONU, es la organización mundial con mayor número de miembros). A
través de esta Organización, las Policías de todo el Mundo intercambian
información y además se canaliza toda la colaboración policial y judicial
internacional: identificación de delincuentes; lista de delincuentes perseguidos por la Justicia; tramitación de extradiciones; intercambio de información sobre organizaciones delictivas y nuevos procedimientos delictivos; coordinación informativa en operaciones internacionales (ejemplo:
envíos mediante correo postal de remesas de cocaína). La Secretaría
General de INTERPOL está ubicada en Lyon (Francia) y las oficinas
nacionales de esta Organización se integran en las propias estructuras de
los Cuerpos Policiales nacionales, no constituyendo unidades de investigación distintas a las propias de los países.
38
El tercer canal de colaboración y cooperación policial internacional es
el integrado por el conjunto de oficiales de enlace acreditados en las representaciones diplomáticas. Todos los países de nuestro entorno se intercambian enlaces o agregados policiales a fin de garantizar una colaboración bilateral efectiva y directa. La experiencia personal me dice que éste
es el sistema más rápido y más eficaz; especialmente, cuando existe un previo conocimiento entre las unidades policiales (ejemplo: Portugal –
España; etc.)
LA DELINCUENCIA TRANSFRONTERIZA
En el ámbito europeo, se encuentra EUROPOL, cuya sede se encuentra en La Haya, aunque cuenta con oficinas en todos los países que integran la Unión Europa. Se trata de una organización diseñada en su primera fase como órgano de intercambio y análisis de información sobre
determinadas modalidades delictivas organizadas: tráfico de drogas; de
seres humanos, de vehículos, de armas, terrorismo, etc. se trata de un sistema muy ágil de intercambio de información, ya que en su sede europea
de La Haya se encuentran acreditados oficiales de enlace de todos los países europeos y además dispone de una infraestructura informática muy
avanzada tanto para el intercambio de información internacional como
para el análisis de datos. En un futuro – más o menos próximo – Europol
deberá evolucionar hasta convertirse en una especie de Policía Europea
con competencias operativas (una especie de FBI europea).
En el ámbito europeo, existe otro sistema de cooperación policial y
judicial denominado SIS – SIRENE, utilizado por los países firmantes del
Acuerdo Schengen para el intercambio de información relativa a personas
de interés policial, señalamiento de vehículos, armas, billetes de banco y
para la canalización de solicitudes judiciales de extradición. Posiblemente,
cuando se desarrolle en plenitud Europol, este sistema quedará integrado
en esta futura Policía Europea.
Por otra parte, los países de la Unión Europea han diseñado una serie
de instrumentos jurídicos y han unificado su normativa interna al objeto
de facilitar esta cooperación policial:
1)
2)
3)
4)
5)
Tránsitos y entregas vigiladas de droga, vehículos, etc.
Vigilancias transfronterizas.
Persecuciones “en caliente” en países vecinos.
Regulación del agente encubierto.
Extradiciones o devoluciones inmediatas de delincuentes.
39
LA DELINCUENCIA TRANSFRONTERIZA
La conclusión de todo este conjunto de mecanismos e instrumentos de
colaboración es que la Unión Europea dispone ya de recursos legales y
operativos para facilitar la cooperación internacional en la lucha contra el
delito transfronterizo. Sin embargo, la realidad es bien distinta, ya que la
delincuencia actual necesita de una respuesta más ágil y más efectiva que
no se consigue si nos se avanza más en la creación de una Policía Europa
y en el acercamiento de las policías locales o estatales que actúan en las distintas regiones europeas cuyas fronteras naturales, evidentemente, no
coinciden con las fronteras políticas actuales. El ejemplo de la frontera
norte hispano – lusa es paradigmático a este respecto y no merece más
comentario que el simple recordatorio de lo que antaño ocurría con el
contrabando y con lo que sucede en la actualidad con el tráfico organizado de estupefacientes.
EL MODELO POLICIAL “MENOS MALO”
Les sorprenderá el encabezamiento de este apartado, pero mi personal
pesimismo sobre esta cuestión no me permite ir más lejos, ya que estoy
convencido que hoy por hoy no tenemos ningún modelo policial que
pueda dar una respuesta plenamente válida al fenómeno de la delincuencia nacional y a la transfronteriza.
¿Cuáles son las opciones?
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1) Una Policía con competencia en todo el territorio de la U.E.: esta
especie de “policía federal” sólo será válida si se crea como agencia
especial para la investigación y la represión de la delincuencia organizada internacional. El modelo policial norteamericano dispone de
agencias federales específicas para la investigación de determinados
delitos graves (DEA, en drogas; FBI, en delincuencia organizada;
CIA en labores de inteligencia; Aduanas, etc.). Simultáneamente,
existen Policías Estatales; Policías Locales, etc., que se dedican a la
investigación de la totalidad de los delitos cometidos en sus respectivas demarcaciones, salvo aquellos que estén considerados como
“delitos federales”. Sin conocer a fondo este modelo policial, estimo
que su mayor problema debe radicar en la coordinación operativa e
informativa de estas policías (si hacemos caso, a las películas americanas, un delincuente cuando huye de un condado a otro, o de un
estado a otro, goza de una aparente impunidad, ya que esas policías
no siempre pueden continuar una persecución “en caliente” fuera de
su jurisdicción territorial.
El modelo español en la actualidad resulta bastante anárquico ya que
dispone de dos Cuerpos Policiales Estatales (Guardia Civil y CNP); de
dos Policías Autonómicas con plenas competencias en sus respectivas
Comunidades Autonómicas; de tres Policías Autonómicas, integradas por
personal del CNP que asumen competencias de “policía administrativa”
en sus respectivas demarcaciones; y de multitud de policías locales en
todos los municipios españoles con competencias limitadas en materia de
investigación de delitos. La principal crítica que se puede hacer a este sistema es el efecto de soplamiento que se produce entre unas y otras Policías
y su difícil coordinación en todos los ámbitos: local, regional y estatal.
LA DELINCUENCIA TRANSFRONTERIZA
2) Los modelos policiales son variopintos, y van desde sistemas muy
centralizados como el francés a otros muy descentralizados, como
ocurre en Gran Bretaña, donde no existe una Policía Estatal propiamente dicha, pero sí existe un órgano de inteligencia criminal
único, que segura una buena coordinación informativa, al servicio
de todas las policías locales existentes.
La posible salida para este laberinto policial español:
Unificación de los dos Cuerpos Policiales Estatales, que asumiría la
investigación de la llamada delincuencia organizada, la inmigración ilegal;
delitos contra los intereses patrimoniales nacionales o comunitarios; terrorismo, etc. Además este único Cuerpo debería asumir las funciones de
coordinación policial estatal, respecto de las restantes Policías
Autonómicas, en las materias de su exclusiva competencia.
Creación y despliegue de las Policías Autonómicas en todas las
Comunidades Autonómicas con competencias plenas en todas las áreas
de la seguridad pública en sus respectivas demarcaciones territoriales.
Estas Policías deberían asumir la coordinación de las Policías Locales respectivas.
Evidentemente, otros aspectos importantes de la seguridad pública
deberían tener un tratamiento nacional: los servicios de inteligencia; la
cooperación policial internacional; la falsificación de moneda; la gestión
y administración de determinadas bases de datos y laboratorios policiales, etc.
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LA DELINCUENCIA TRANSFRONTERIZA
EL PARTICULAR CASO DE LA FRONTERA
HISPANO-GALLEGA CON EL NORTE DE PORTUGAL
Uno de los cuadros más celebrados del insigne gallego Castelao retrata
a un abuelo con su nieto en la ribera española del río Miño, preguntándole el sorprendido niño a su abuelo por la inexplicable razón de que los
vecinos de la otra ribera sean considerados extranjeros, mientras que los
habitantes de Madrid, no.
En esta hermosa reflexión de Castelao se resume todo el problema, ya
que allí donde se sitúa las fronteras políticas de los Estados, habitualmente no se hallan las fronteras lingüísticas, culturales y sociológicas de los
pueblos.
El Norte de Portugal y Galicia comparten además en la actualidad problemas e intereses comunes, que tienen una vertiente muy importante en
el área de la seguridad; así lo evidencia la propia existencia del Eixo
Atlántico con la realización de estas jornadas sobre la seguridad en el
ámbito territorial de esta “Euroregión”.
Galicia y el Norte de Portugal comparten numerosos problemas de esta
naturaleza; a veces se trata de problemas enquistados desde hace muchas
décadas, como ocurre con el contrabando y más recientemente con el del
narcotráfico. Pero en la actualidad, la situación no ha mejorado ya que
con la desaparición de las fronteras físicas y económicas entre los dos países, a buen seguro, que se ha ganado en muchísimos otros aspectos, pero
no en el de la seguridad pública, por las razones anteriormente expuestas.
¿Cuáles son las principales quiebras en el área de la seguridad?
Contrabando y narcotráfico: la situación actual, posiblemente, ha
mejorado con relación a otras épocas, por que el contrabando tradicional
ya no tiene razón de ser, aunque posiblemente se estén produciendo otras
operaciones comerciales fraudulentas contra los Presupuesto
Comunitarios (ventas ficticias de productos destinados al mercado portugués que se derivan al español, o viceversa, vg. Bebidas alcohólicas, al
objeto de no devengar el IVA; otras operaciones comerciales con alcoholes, sujetos a impuestos especiales elevados, etc.). La situación de narcotráfico en Galicia y el Norte de Portugal sigue siendo preocupante, ya que
en la actualidad, pese a las grandes desarticulaciones sufridas en los últi-
42
mos años por las organizaciones delictivas gallegas, se siguen produciendo
grandes operaciones de tráfico de cocaína y de heroína, detrás de las cuales casi siempre aparecen grupos organizados integrados por delincuentes
de ambos países. Además es un hecho constatado en los últimos años, que
el narcotráfico de la cocaína prefiere las costas portuguesas para llevar a
cabo los desembarcos de la droga, que las costas gallegas. Este fenómeno,
además de por otras razones, implica que casi siempre detrás de unas de
estas grandes operaciones, se encuentran ciudadanos portugueses.
Delitos contra la propiedad industrial: falsificación de mercaderías que
se comercializan a través de la venta ambulante.
Falsificación de moneda y tráfico de armas (escasa incidencia).
Galicia y Norte de Portugal: como lugares de “refugio” (no deseado ni
tolerado, todo hay que decirlo, por las autoridades respectivas) de delincuentes que operan en una y otra zona. La antigua frontera continua además actuando como frontera policial que paraliza, o al menos, dificulta el
seguimiento y la investigación de las actividades que llevan a cabo delincuentes especializados con gran movilidad por toda la Península (colombianos, kosovares, etc.; venta de productos sustraídos.)
Colaboración con Policía Portuguesa excelente mejorada por las relaciones personales, como con el Dr. Monteiro. Ninguna Administración
funciona mejor que el ser humano. 43
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
Manuel Lamas Estevez
Comisario del Cuerpo Nacional de Policía
Ex Subdirector y Jefe de Estudios de la Escuela General de Policía de Ávila
SUS ORÍGENES
Por un azar de la historia, Ávila se ha convertido en el centro de formación de la Policía y su Escuela en el buque-insignia del Cuerpo
Nacional de Policía. Esto hace que durante el curso académico la ciudad
parezca una mini-España y los días festivos una macrodiscoteca de 3.000
jóvenes, de ambos sexos, en medio de una población censada de 40.000
habitantes.
La crónica de esta gran obra comenzó a finales de los años 60, siendo
Subdirector General de Seguridad el Fiscal Sr. Jiménez Asenjo, natural de
Ávila, que adquirió para el patrimonio del Estado la finca de su paisano
el Marqués de la Dehesa Zurra, a las afueras de la Ciudad. Una extensa
finca de 50 hectáreas de terreno, a la sazón improductiva y poblada de
encinas.
Una década después, en los tiempos de la transición política, cuando
el concepto de orden público, como fórmula habilitante de la función
policial, dejaba paso al concepto de seguridad ciudadana, próxima y solidaria con el ciudadano, con la consiguiente necesidad de una Policía profesionalizada y socialmente prestigiada, un inteligente Jefe de la División
de Enseñanza de la Dirección General de la Policía, el Comisario D.
Federico Cavero Jávega (luego Jefe Superior de Policía de Galicia), revolviendo patrimonios y escrituras encontró la finca de Ávila y le pareció un
lugar ideal para su proyecto educativo, un nuevo Cuerpo Superior de
Policía, una carrera policial universitaria de una Policía técnica, científica
y con estilo democrático, con sede en una ciudad pequeña, idónea para
el estudio, eficaz para un control educativo y próxima a ciudades importantes.
45
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
Consolidado para el entonces Cuerpo Superior de Policía el codiciado
coeficiente del 3´6, que los asimilaba a titulados universitarios, merced a
la Ley 55/78 del eficiente Ministro Martín Villa, aunque sólo a efectos
administrativos, quedaba ahora la tarea de dar contenido formativo para
alcanzar el consiguiente reconocimiento académico.
Por tanto, el proyecto partía de una base, que fuese una Escuela para
formar a un colectivo policial de unos 8.000 efectivos, el Cuerpo Superior
de Policía, una carrera de primer ciclo universitario, de tres años, que
requería unas instalaciones con capacidad para un total de unos 900 estudiantes, en régimen de internado.
Y si lo que perseguía el Sr. Cavero era el emplazamiento en una ciudad
pequeña, fuera de Madrid, pero no muy lejos, que abortase la irremediable tendencia centrípeta y los inconfesables “huertos” de quienes pretendían impedir la salida de la Capital, ¿por qué en Ávila y no en Alcalá,
Toledo, Segovia o Salamanca, con mayor tradición académica e igualmente próximas a Madrid?.
OPORTUNA CONJUNCIÓN DE PERSONAS
Que prosperase el proyecto “Avila”, de una forma inmediata, en un
tiempo récord y con reconocido éxito, se debe a la oportuna conjunción
de personas, y un momento histórico idóneo.
Presentado el ambicioso proyecto, encuentra la primera complicidad
en el entonces Secretario de Estado de Seguridad D. Francisco Laína,
viendo que el tiempo apremiaba, Cavero gestiona con las autoridades de
Ávila un urgente emplazamiento para la vieja y pequeña Escuela General
de Policía de la calle Miguel Ángel de Madrid. La Diputación de Ávila,
viendo que se le ofrecía una lotería con premio seguro para la provincia y
fiado de la credibilidad que le inspiraba su interlocutor, le ofrece de inmediato un bonito edificio, de estilo herreriano, antiguo Colegio de
Huérfanos de Ferroviarios y que requería muy pocos arreglos para arrancar ya. comienza un curso la primera promoción de aspirantes a
Inspectores del Cuerpo Superior de Policía. Era el año 1980 y aprovecha
una visita a Ávila del Ministro del Interior Sr. Rosón, para inaugurar la
primera sede de la Escuela de Policía en Ávila, con un plan de estudios de
46
Pero el monumental proyecto necesitaba de un impulso definitivo para
convertirse en obra y el espaldarazo vino, sin duda, del propio presidente
del gobierno, don Adolfo Suárez González, que deja para la historia de
Ávila una importante y valiosa obra de Estado. Así, en la Dehesa Zurra,
operarios, maquinaria pesada y todo un plantel de técnicos de la construcción, bajo la dirección del Arquitecto D. Juan Antonio García Solera,
remueven tierras a toda prisa y la edificación se ve crecer de día en día.
En el año 1982, con el PSOE (Partido Socialista Obrero Español) en
el poder, toma un giro significativo la organización policial, haciendo realidad lo prometido en su programa electoral, la unificación del Cuerpo
Superior de Policía y la Policía Nacional en un solo Cuerpo Nacional de
Policía, de naturaleza civil, con uniforme o sin él, en función del puesto
de trabajo, con divisas y categorías de nuevo cuño.
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
tres cursos, en régimen de internado y con un ideario de laboriosidad, austeridad y disciplina.
Con la flamante Escuela ya en disposición, el 13 de enero de 1986, justamente dos meses antes de que fuese aprobada la Ley Orgánica de
Fuerzas y Cuerpos de Seguridad, se abren las puertas de la denominada
Escuela General de Policía de Ávila y en ella ya se anticipa por vía de
hecho la unificación mediante un Plan de Estudios, un reglamento de
régimen interno y unas instalaciones académicas unificadas y en convivencia los dos Cuerpos, quedando cerradas las anteriores Escuelas de
Policía existentes (Escuela Superior de Policía, Escuela de Oficiales de
Policía Nacional, Escuela de Suboficiales y Escuela Básica). Los primeros
planes de estudio son de transición, entre tradición e innovación, con tendencia a la integración en el sistema educativo general.
Esta primera etapa de iniciación corrió a cargo de un Jefe de División
de Enseñanza, el Comisario D. Jesús Prol Vázquez.
Desde entonces, al igual que anunciaba el lema de aquella compañía
de Aviación, “después de los pasajeros lo más importante es la nave”, también aquí los sucesivos responsables del Centro de Formación tuvieron a
gala que después de los alumnos lo más importante era la Escuela, y se
esforzaron en el mantenimiento y embellecimiento de esa auténtica ciudad escolar que García Solera había diseñado con su exquisito estilo urbanístico, la obra de su vida, combinando técnicas arquitectónicas con una
47
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
fina sensibilidad de espacios y de formas, que la hacen ser admirada aún
hoy por propios y extraños, calificada como la mejor Escuela de Policía de
Europa y nada que envidiar a muchas universidades privadas.
EL CONTINENTE
De las 50 hectáreas de terreno sólo una tercera parte está ocupada por
la edificación, de tal suerte que sobre el abigarrado bosque de encinas apenas sobresalen los tejados de los módulos, resultando en perfecta armonía
con el entorno, hasta el punto de desviarse viales para respetar encinas
centenarias y rocas, de las muy abundantes en el paisaje abulense, que se
quedaron en algunos pasillos, dentro de los muros, como parte de la decoración.
Lo que sí llama la atención desde el exterior es la gran explanada de
vehículos de los alumnos, perfectamente alineados frente a la carretera de
Madrid, cual si de una factoría se tratase.
Otra imagen de simetría la dan las cuatro zonas de espacios construidos, dispuestos en franjas paralelas: zona docente, zona deportiva, zona de
convivencia y zona de residencia, correspondientes a otras tantas fases en
que se divide la jornada académica, que cada alumno ha de recorrer al
cabo del día, invirtiendo unos 5 kilómetros en su itinerario, desde que por
la mañana sale del módulo de residencia hasta que regresa por la noche.
En instalaciones deportivas, además de un verde e iluminado campo de
fútbol con graderío y banderas de todas las Comunidades Autónomas desplegadas en todo lo alto los días solemnes, lo que más sorprende por su
grandiosidad es la piscina olímpica climatizada de 50 metros, sana, sala de
squats, bolera, gimnasios y salas de juegos de mesa.
Otro gran bloque dedicado a polideportivo cubierto, iluminado de
noche con originales focos de ring, tres grandes tatamis para artes marciales, campo de fútbol-sala y baloncesto, opcionalmente separados por
grandes lonas izadas con la ayuda de unos motores y todo el conjunto
rodeado de gradas con capacidad para 1200 espectadores.
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Se complementa con un mini-auditorio de mesa circular, ideal para
convenciones y foros de debates, dos salas de comités con cabinas para
retransmisión en circuito cerrado y zonas administrativos, que lo convierten en un espacio idóneo para actividades monográficas en régimen de
autonomía.
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
Pero la palma de las instalaciones se la llevan, sin lugar a dudas, el
Auditorio y la Biblioteca. Un magno auditorio en grada, que al exterior
destaca por la cubierta de una cúpula cobriza y semiesférica y por dentro
en forma de cuña, con capacidad para mil espectadores en butacas equipadas con sintonizador de megafonía y seis canales de traducción simultánea.
La biblioteca es de un diseño vanguardista, iluminación indirecta,
fosos intercalados rompen la monotonía de la sala y permiten situar puestos de lectura a distintos niveles, un fondo bibliográfico de 20.000 volúmenes dispuestos en estanterías de cómodo acceso, está siempre muy concurrida, especialmente cuando se acercan los exámenes.
En cuanto a mobiliario y diseño tampoco se dejó a la improvisación:
galerías de tiro, aulas en grada con asientos anclados y giratorios, pantallas de retroproyección, laboratorios de analítica, balística, documentoscopia, dactiloscopia, identificación y fotografía, a lo largo de un amplio
pasillo-avenida de 300 metros. La sensación de túnel que podía dar se
disimula con la inteligente combinación de luminarias, desniveles, altillos
y grandes ventanales.
Finalmente, la Escuela en su conjunto es un auténtico museo, pero en
sintonía con la filosofía de Centro, ser una institución abierta a la ciudad
e integrada en la sociedad, existe un museo visitable, idea y obra de un
entusiasta profesor, auténtico conservador de las más raras piezas dispersas por antiguas instalaciones policiales, que lo convierten en uno de los
museos más visitados de la provincia y le confieren un especial interés histórico, sentimental, didáctico y recreativo, tanto para los mayores como
para los más pequeños.
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ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
EL CONTENIDO
Conocido ya el continente, detengámonos ahora también en el contenido de las actividades y de los planes de estudio que se imparten en esas
magníficas instalaciones.
Así como en los primeros años de transición los Planes de Estudio fueron de tanteo, de aproximación a la formación profesional para la Escala
Básica y a la formación universitaria para la Escala Ejecutiva (Inspectores),
en el año 1989 ya se suscribe el primer Convenio de colaboración con la
Universidad de Salamanca, en virtud del cual profesores de la Universidad
imparten en la Escuela de Policía parte de aquellas asignaturas que tienen
traducción a la enseñanza universitaria, y la propia institución homologa
los planes de estudio, participa en la selección de profesores y en la fase de
oposición para ingreso en la carrera policial.
Al final del curso esta Universidad expide un Título Propio de
Diplomado en Ciencias Policiales, primer y significativo paso para dar
credibilidad y reconocimiento académico a la formación policial impartida en esta Escuela, y razón, sin duda, para que desde entonces las aulas se
vean nutridas de aspirantes procedentes de las Universidades, la elite de la
juventud española, y sea el antecedente del futuro reconocimiento, como
Licenciatura universitaria, del plan de estudios de la Escuela General de
Policía de Ávila.
Por su parte, el contenido académico que se imparte a la Escala Básica
sigue los criterios del curriculum modular establecido para la formación
profesional, con módulos académicos asociados a unidades de competencia policial, modelo pedagógico constructivista en uso, de manera que el
alumno recibe desde la Escuela el saber policial ya construido y no tanto
asignaturas dispersas.
Pero además de las clases regladas, que figuran en el plan de estudios y
que comprenden los contenidos académicos susceptibles de examen, existe una formación, que se puede llamar “a la carta”, cuyo objetivo es suplir
algún déficit de formación y sobre todo satisfacer el gusto de los alumnos,
sus aficiones y habilidades, que enriquecen la oferta educativa, fomentan
la preespecialización, pero sobre todo que contribuyen al desarrollo integral de la propia personalidad.
50
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
Se agrupan estas actividades dentro de un capítulo de “Formación
Complementaria”, realizada fuera del horario lectivo, y en ella tienen cabida tanto la mecanografía y las técnicas de estudio, como el socorrismo, las
artes marciales, escalada de montaña, teatro, música y un “aula cultural”
para conferencias sobre temas de actualidad, etc. Y es aquí donde se descubre un amplio muestrario de las más variadas iniciativas, desde las propiamente deportivas de competición, hasta las de redacción de un periódico de la Escuela, que se incluye como suplemento mensual del propio
periódico “Diario de Ávila”, un programa de Radio, de baja frecuencia
para el propio Centro, “Antena Azul” (en alusión al color del uniforme),
colaboración en el programa local de la Cadena SER, con un espacio de
gran aceptación, titulado precisamente “Escuela de Policía”, y todo un
amplio repertorio de ingenio y talento, propio de jóvenes de 20 años,
entusiastas de la profesión que han elegido y motivados por un entorno
que les capacita y les inspira creatividad.
MODELO A IMITAR
Por la calidad de las instalaciones, el sistema vanguardista de los planes
de estudio y por el propio modelo democrático de la Policía española,
desde el primer momento la Escuela de Ávila despierta el máximo interés
más allá de nuestras fronteras, y cada año se incorporan pequeños grupos
de policías extranjeros, de países de habla hispana, para recibir formación
con los aspirantes españoles, con el mismo nivel de exigencia y régimen
de internado, compartiendo aulas, residencia y también, por supuesto,
soportando el mismo rigor del nada disimulado frío de Ávila.
Otras policías territoriales, autonómicas y locales, de las Comunidades
Autónomas y de los Ayuntamientos también realizan jornadas académicas
de corta duración y tienen la oportunidad de recibir no sólo un compendio del plan de estudios policial, sino también de disfrutar de un Centro
de prestigio internacional y de convivir con colegas de todos los rincones
de España y de parte del extranjero, reforzando así su sentimiento de pertenencia a una gran familia policial, que persigue los mismos objetivos de
proteger el libre ejercicio de derechos y libertades de los ciudadanos en
una sociedad democrática.
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ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
Al mismo tiempo, es lugar de visita obligada de responsables policiales
de todo el mundo, en los últimos años especialmente de las nuevas repúblicas de la ex-Unión Soviética, actividad sobrevenida que ha llevado a la
dirección del Centro y a la Jefatura de Estudios a dedicar un equipo de
docentes que les atienda y den información sobre las distintas fases del
proceso formativo, métodos de enseñanza, régimen de internado y de
puesta en práctica, convirtiéndose así la Escuela también en un centro de
divulgación y exportación del modelo policial español.
Por otra parte, como el Auditorio, juntamente con el mini-auditorio y
las salas de comités forman un espacio autónomo, se ceden, previa autorización, a otras instituciones para la celebración de congresos, simposios,
convenciones y foros de reflexión, tanto de carácter policial, como de
otros profesionales, médicos, seguridad social, Cruz Roja, magisterio,
organismos locales y de la Diputación, y hasta a los medios de comunicación, como la celebración del popular programa de radio de la Cadena
SER, “El Larguero”, retransmitido a toda España desde el Auditorio de la
Escuela de Policía de Ávila.
También es tradicional la celebración, cada año, de una estancia formativa de jueces y magistrados españoles, como parte de las actividades de
actualización promovidas por el Consejo General del Poder Judicial.
Y dentro de este repertorio variado de actividades regladas, complementarias y compartidas, que hacen de la Escuela un centro dinámico y
vital, a su máximo nivel de rendimiento la mayor parte del año, no podemos olvidar las competiciones deportivas policiales internacionales, del
máximo nivel, entre las que destacan las dos ediciones de los Juegos
Olímpicos Policiales, USPE, que en las dos ocasiones contó con la presencia del Sr. Samaranch, Presidente del Comité Olímpico Internacional.
LENGUAJE DE SÍMBOLOS
De todos es sabido que las imágenes y los símbolos forman parte esencial de todo modelo cultural y encierran un mensaje, con lenguaje especial, capaz de traspasar las más empecinadas barreras de la comunicación
interpersonal y de acercar a las personas, por encima de legítimas diferencias y discrepancias. Por esta razón, las imágenes y los símbolos en una
cultura son como el alma del cuerpo.
52
Desde la Escuela de Ávila se comparte esta dimensión pedagógica y se
potenció especialmente durante el período 1995-2000.
Se aprovecharon todos los acontecimientos históricos, se diseñó todo
un manual de procedimientos protocolarios y se establecieron mecanismos de interacción entre profesores tutores y alumnos, con el fin de hacerles llegar todo el mensaje de simbólicos que refuerzan el sentido de pertenencia a la profesión, sin menoscabo de la propia identidad personal.
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
Las instituciones policiales, por su organización, estructura, sentido de
pertenencia y demás valores que la definen, constituyen una especial cultura, o subcultura dentro de una cultura general. Y también le son propias
ciertas imágenes y símbolos, en consonancia con su naturaleza y momento histórico, de tal manera que una Policía sin imágenes ni símbolos es un
cuerpo sin alma.
Así, las fechas significativas del 10º Aniversario de la apertura de la
Escuela en 1996, el 20º Aniversario de la Constitución y el 50º
Aniversario de la Declaración Universal de los Derechos Humanos y de la
Convención Europea para la protección de los Derechos Humanos y de
las Libertades Fundamentales en 1998 y 2000, respectivamente, se celebraron con sendas jornadas académicas monográficas, revestidas de especial solemnidad.
El 10º Aniversario de la Escuela lo aprovechó, además, la Diputación
de Ávila para conceder a la Escuela la Medalla de Oro de la Provincia, en
reconocimiento al prestigio del Centro y a su papel difusor del nombre de
Ávila por todo el mundo.
También se fomenta y razona el valor cultural de los signos cívicos y de
cortesía, como son la práctica del saludo simbólico, de especial trascendencia en un colectivo jerarquizado y en activa e intensa compenetración
con los ciudadanos, y la justificación de un Código Deontológico de comportamiento, que tiene la credibilidad de seguir las líneas marcadas por las
Naciones Unidas y por el Consejo de Europa, “constitutivo de la condición
policial y al mismo tiempo símbolo o emblema de su alta misión”, como reconoce la propia Ley de Fuerzas y Cuerpos de Seguridad.
Finalmente, los cursos académicos se cierran con la celebración de los
Actos de Jura del Cargo y entrega de Títulos, de especial solemnidad, cargados de simbolismo, que cuentan con la presidencia de las primeras
53
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
autoridades: sus Majestades los Reyes, el Príncipe de Asturias, el
Presidente del Gobierno y sus Ministros presidieron ya en alguna ocasión
estos solemnes Actos de Jura.
Para mayor vistosidad, se dispone el gran marco del campo de fútbol,
cubierto de un verde césped como una gigantesca alfombra. En lo alto
del graderío banderas de todas las Comunidades Autónomas, además de
las de obligado protocolo, ondean al viento y decoran el perímetro del
recinto, mientras reposteros de las Provincias y del propio CNP forman el
colorista telón de fondo.
Pero lo más espectacular es la gran formación de 2000 alumnos, milimétricamente (que no militarmente) cuadrados sobre el verdor de la hierba y la grada repleta de familiares y amigos venidos de toda España que
estoicamente soportan un sol de justicia.
Pues bien, aunque semeje un acto formalista y marcial, es de creación
propia e inspiración civil, tanto en estilo y como en simbología: Trato personalizado de los alumnos, a los que se nombra individualizadamente,
recuerdo a los fallecidos con un emotivo poema recitado por su mismo
autor al compás de una melódica marcha fúnebre, interpretada por la
Banda Sinfónica del Cuerpo, y la traca final, el lanzamiento de júbilo, a
todo lo alto, de las gorras y el reencuentro con los suyos.
Ya quedan atrás, para el entrañable recuerdo, todo el esfuerzo académico, las nuevas amistades hechas en la Escuela y todo un conjunto de
imágenes y de símbolos abulenses que conforman el carácter y el patrimonio cultural de las nuevas generaciones del CNP, formados en un estilo de nuevo cuño, que aparece en letras de bronce grabado en el frontispicio de entrada y que dicen: “En este lugar se alumbra la luz que ha de ser
mañana el estilo policial SERVICIO, DIGNIDAD, ENTREGA, LEALTAD”. Estilo que, sin duda, va impregnado de las imágenes y de los símbolos de Ávila, de la cosmopolita Escuela, del frío premonitor que muestran las perennes cumbres nevadas de Gredos, de la original muralla
medieval circular y dentada de almenas, que desde la cima de la acrópolis
se extiende hasta las orillas del Adaja, como concha rampante de una
gigantesca vieira, que brotando de las aguas quedase petrificada sobre la
falda rocosa de la colina, expuesta a la contemplación centenaria de los
visitantes.
54
Mil gracias derramando
pasó por estos sotos con presura;
y yéndolos mirando,
con sólo su figura,
vestidos los dejó de su hermosura.
ESCUELA DE POLICÍA DE ÁVILA
Tampoco podrán olvidar la memoria de Santa Teresa, patente en casi
todos los rincones de Ávila, y el encanto de los paisajes, inmortalizados
por San Juan de la Cruz en una cita de su Cántico Espiritual, escrita en
uno de los monumentos, que dice:
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APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS
A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
José Luis De Luis Gallego
Jefe de la Brigada de Policía Científica
de la Comisaría Vigo-Redondela
1. LEGISLACIÓN
Nuestra CONSTITUCIÓN en su Capítulo II regula los Derechos y
Libertades que rigen para todos los ciudadanos, “sin ningún tipo de discriminación por razón de nacimiento, raza, sexo, religión, opinión o cualquier
otra condición o circunstancia personal o social” (Art. 14).
El Art.24 establece “el derecho a la tutela efectiva de jueces y tribunales
en el ejercicio de los derechos e intereses legítimos, sin que en ningún caso
pueda producirse indefensión... los ciudadanos tienen derecho al Juez ordinario predeterminado por la ley, a la defensa y asistencia de letrado, a ser informados de la acusación formulada contra ellos, a un proceso público sin dilaciones indebidas y con todas las garantías, a utilizar los medios de prueba pertinentes para su defensa, a o declarar contra si mismos, a no confesarse culpables y a la PRESUNCIÓN DE INOCENCIA”.
Así pues, es necesaria una actividad probatoria que pueda enervar el
derecho constitucional de presunción de inocencia que asiste a cualquier
persona, actividad que ha de estar siempre protegida con las debidas
garantías legales que permitan concluir el proceso penal con una sentencia condenatoria.
Esta actividad probatoria cuenta en la actualidad con el apoyo de las
nuevas técnicas que son de gran ayuda a la hora de trasladar, por parte
de los investigadores, a jueces y tribunales la convicción de culpabilidad
o inocencia de las personas incursas en un procedimiento penal, tal
como establece el art. 741 de la vetusta Ley de Enjuiciamiento
Criminal: “ El Tribunal apreciando según su conciencia las pruebas practicadas en el juicio...”.
57
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
“La confesión del procesado no dispensará al Juez de Instrucción de practicar todas las diligencias necesarias a fin de adquirir el convencimiento..”,
dice el art 406 de la LEC, lo cual obliga a profundizar lo máximo posible
en la actividad probatoria, con todos los medios y avances tecnológicos
disponibles para el investigador.
Bien es cierto que la LEC, que data de 14 de Septiembre de 1882,
mantiene ciertas ambigüedades de difícil coexistencia con los nuevos
tiempos. La Jurisprudencia se ha encargado de aclarar aquellos aspectos
poco claros que han inducido a confusión. Así la sentencia del TS nº
510/97, entre otras consideraciones, contempla que “hay una serie de
normas en nuestra LEC que ordena que sea el Juez de Instrucción, o el
que haga sus veces, quien recoja los vestigios o pruebas materiales del delito (art. 326) o las armas, instrumentos, efectos de cualquier clase que
pudieran tener relación con el delito y se hallen en el lugar en que éste se
cometió...(art.334)...”. Hoy es impensable que el Juez Instructor se persone en las innumerables actuaciones de la Policía, si bien ésta, en función
de las circunstancias, ha de cuidar al máximo la ortodoxia en la recogida
de indicios o pruebas materiales de la comisión de un hecho delictivo.
La Ley Orgánica 6/85 del Poder Judicial, en su artículo 443 establece
que “la Policía Judicial tiene como función el auxilio a los Juzgados y
Tribunales y al Ministerio Fiscal en la averiguación de los delitos y en el descubrimiento y aseguramiento de los delincuentes”.
La Ley 2/86, de Fuerzas y Cuerpos de Seguridad, en su Preámbulo III
afirma que “ los avances de la criminalidad moderna exigen que deba
lucharse contra la misma con grandes medios y efectivos, utilizando las técnicas de la policía científica y contando con la colaboración de las policías
de otros países..”.
Es indudable que en la actualidad son imprescindibles las nuevas técnicas científicas para luchar contra la, cada vez más, sofisticada delincuencia que nos invade y que abarca desde los más complejos delitos
informáticos, blanqueo de grandes capitales y falsedades de todo tipo, a
los más sangrientos asesinatos.
Pero con estos avances científicos, susceptibles de ser utilizados en la
investigación policial, han de ir parejas iniciativas legislativas que den
cobertura legal a su utilización. Concretamente España es de los pocos
58
1. Las muestras recogidas para análisis de ADN con objeto de una
investigación y persecución de un hecho criminal , no deben ser
usadas para otros propósitos. Asimismo las muestras recogidas con
fines médicos y la información de ellas derivadas, no pueden ser
usadas para los hechos criminales, salvo que una Ley nacional así lo
permita.
2. La toma de muestras para análisis de ADN será determinada por
una Ley nacional y puede ser necesaria la previa autorización judicial.
3. Los laboratorios que realicen estos análisis deben tener un alto
conocimiento profesional y con los debidos controles de calidad. Se
garantizará la confidencialidad de la persona involucrada en los
análisis.
4. Las muestras, los resultados del análisis y la información de ellos
derivada, será borrada cuando no sean ya necesarias a los fines para
los cuales fueron obtenidos. Los resultados de estos estudios y su
información podrán ser retenidos en los casos de ofensas serias contra la vida, la integridad y la seguridad de las personas. Las muestras
podrán ser almacenadas por largos períodos de tiempo, cuando la
persona involucrada así lo consienta o si la muestra no puede ser
atribuida a un individuo , como sucede en las evidencias recogidas
en la escena de un hecho criminal.
5. El intercambio de resultados y de la información derivada del análisis de ADN entre laboratorios de países distintos precisará cumplir
con los requerimientos de esta recomendación.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
países europeos que carece de una normativa legal que regule la utilización
del ADN en una investigación criminal, a pesar de que ya en el año 1992
el Consejo de Europa aprobó la “Recomendación No R/92 1 sobre la utilización de los análisis de ADN en el marco del sistema de la justicia
penal. Cabe destacar de esta instrucción lo siguiente:
Una Resolución del Consejo de la UE establece que:
A/ Se creen bancos de datos nacionales de ADN.
B/ Se normalicen las técnicas del ADN.
C/ Se legisle para dar garantías jurídicas a estas prácticas.
D/ Intercambio de resultados a nivel de la UE.
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APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
Uno de los países que más han madrugado en estas iniciativas legislativas y, en la actualidad, con mejores resultados estadísticos es el Reino
Unido. Ya en el año 1994 aprueba la “Ley sobre Justicia Penal y Orden
Público. Los arts. 54 a 59 regulan la obtención de muestras biológicas
“íntimas y no íntimas”, con y sin consentimiento de la persona investigada, permitiendo el archivo de los perfiles genéticos de las personas condenadas o relacionadas con determinado tipo de delitos (terrorismo).
2. MÉTODOS IDENTIFICATIVOS
DIRECTOS O PERSONALES E INDIRECTOS O DE EFECTOS
La Policía en general y la Policía Científica en particular, en su labor de
investigación y “averiguación del delito, comprobación y descubrimiento de
los delincuentes” (Art.282 LEC) sigue dos vías identificativas: la línea
directa de identificación personal y la indirecta de identificación de efectos que relacionan personas con el hecho o que tienden al esclarecimiento del mismo, arrojando luz sobre sus aspectos más oscuros u ocultos.
Hay que aclarar que algunos de estos métodos, aún habiendo nacido a
finales del siglo XIX o principios del XX, en los últimos años han renacido con fuerza y recobrado protagonismo al recibir el impulso de los avances informáticos que permiten el almacenamiento de millones de datos e
imágenes y su comprobación en cuestión de segundos (Retinogramas /
impresiones dactilares...SAID...). Por este motivo se mencionan los más
curiosos y los más avanzados.
2.1. MÉTODOS IDENTIFCATIVOS DIRECTOS
O PERSONALES
Son aquellos que identifican directamente personas relacionadas o no
con un hecho delictivo.
Remontándonos en la historia de la humanidad podemos observar que
las sociedades, a medida que se iban haciendo más complejas, más necesidad tenían de identificar a sus miembros de una forma plena. Se pasó de
la identificación de la tribu, a la del grupo unido por lazos de parentesco
y finalmente a la individualización de la persona, única y distinta de las
demás. La misma raíz etimológica latina nos orienta en este sentido: identificar... identitas / facere... establecer la identidad de una persona..;.
idem/ens... el mismo ser.
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2.1.1. Se puede decir que las primeras identificaciones comienzan por
la DESCRIPCIÓN MORFOLÓGICA de las personas. De ello tenemos constancia por documentos históricos que son de lo más minucioso
y descriptivo. Como ejemplo de este sistema identificativo cabe citar la
descripción de un esclavo huido, que data del siglo II de nuestra Era, realizada en Alejandría “sirio de Banbyce, de unos 18 años, talla mediana, sin
barba, piernas rectas, , mentón con fositas, una verruga en la parte
izquierda de la nariz...” y continúa reflejando una riqueza de matices que
son realmente individualizadores.
En ocasiones se recurría a métodos poco ortodoxos para conseguir esta
individualización que a veces negaba la naturaleza. Así, se sabe que en la
Babilonia del 2000 a de C se cortaban las orejas a los ladrones; que en
Francia se grababa a fuego la “V” de “voleur” o la “GAL” de galeras; en el
Vaticano su escudo; en Rusia se cortaban las narices; en Alemania
Benthan llegó a proponer tatuajes indelebles a todos los ciudadanos con
fines identificativos. Ejemplos de este estilo abundan en la historia de
todos los países.
En 1879 surge el MÉTODO ANTROPOMÉTRICO –“portrait
parlé”- del antropólogo francés Alfonse Bertillon, que basa el mismo en
los caracteres cromáticos (iris, pelo, barba, etc), morfológicos (cuerpo, rostro, oreja..)y complementarios (acento, gestos, voz, ..). Posteriormente
incorporó la fotografía de frente y perfil, todavía hoy vigente.
Quizás el elemento identificativo que revolucionó la identificación criminal, todavía usado en cualquier diligencia de este tipo en la práctica diaria de la policías de todos los países, es la FOTOGRAFÍA que inicia su
andadura allá por 1837 con los inquietos Niepce y Daguerre. En 1843 se
utiliza por primera vez con estos fines en la prisión de La Forest-Bruselas.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
A continuación citaremos, si no todos, los métodos identificativos
directos más curiosos, algunos muy conocidos y utilizados, siguiendo un
orden cronológico, para llegar finalmente a las modernas técnicas científicas aplicadas en policía científica.
2.1.2. Los ESTUDIOS FISONÓMICOS, basados en técnicas muy
elaboradas, que se realizan actualmente, con el fin de emitir informes periciales demostrativos de la identidad de una persona cuya imagen aparece
en filmaciones de video, fotografías, o en cualquier otro soporte gráfico,
61
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
como presuntos autores de la comisión de un delito, son otro de los
medios identificativos muy utilizados. Estas técnicas están basadas en las
utilizadas desde hace varios siglos por los pintores, como es el caso de
Leonardo da Vinci (1452-1519) cuyo sistema de “bandas” todavía se utiliza hoy con los fines mencionados.
M. Matheios también contribuyó a estos menesteres con su famosa
“parrilla” o método geométrico, consistente en un cristal cuadriculado que
se superpone a imágenes del rostro humano del mismo tamaño, lo cual
permite establecer mediciones y ubicaciones exactas de los caracteres morfológicos.
El área de Penry, consistente en el trazado de un triángulo cuya base se
sitúa encima de las cejas y su ángulo en el centro mentoniano, tiene una
aplicación similar al anterior.
En la actualidad, utilizando
modernos programas informáticos (distintas versiones de
Adobe Photoshop, por ejemplo), es posible establecer la
identidad de personas que han
tratado de variar, intencionadamente o no, sus rasgos fisonómicos o de aquellos cadáveres
que presentan unas condiciones
Retrato Robot
dificultosas para identificación,
confeccionado con aplicación informática
utilizando para ello técnicas
como la superposición de “capas” que permite verificar las coincidencias
o diferencias de los caracteres personales propios de cada individuo, proyecciones en tres dimensiones, evoluciones propias del envejecimiento,
etc. Sin embargo no debemos olvidar a los grandes fisonomistas que con
un lápiz-carboncillo y grandes dosis de paciencia siguen superando a la
más sofisticada tecnología.
2.1.3. Siguiendo un orden cronológico habría que citar el sietema
OTOMETRICO de Frigerio (“L’ oreille externe”-1888), basado en la
diversidad de caracteres morfológicos de la oreja del individuo. Además
ideó un aparato –otómetro- con el que mide el ángulo aurículo-temporal
62
Una vez reveladas éstas huellas se realiza el estudio comparativo con
“impresiones de orejas” indubitadas obtenidas a detenidos sospechosos de
la autoría de estos robos. En nuestro país son pioneros en la utilización de
esta técnica, con resultados contrastados y con condenas penales a los
identificados, los inspectores de Policía Científica Guillermo Rosewarne y
F.J. García.
Las técnicas utilizadas con mayor frecuencia son las de composición de
a) “lado a lado” o yuxtaposición de huella e impresión; b) “disección” o
partición de la imagen en cuatro cuadrantes iguales y se intercambian trozos; y c) “transparencia” o superposición de imágenes mediante transparencias que permiten apreciar las semejanzas o desemejanzas.
2.1.4. En 1896 el italiano Luis Anfosso ideo el “CRANEOGRAFO”
que permitía la identificación mediante la obtención de las medidas del
cráneo de las personas.
2.1.5. En 1899 Levinshon propuso la obtención de “RETINOGRAMAS” o fotografías del fondo de ojo. También la radiografía de las falanges digitales por características. En 1903 Capdeville (“El ojo, base de un
sistema de identificación antropométrica”) insiste en el campo del ojo
como elemento identifcativo.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
y los diámetros máximo y mínimo de la oreja. Este fue un sistema que se
circunscribía exclusivamente a la identificación de imágenes fotográficas
de orejas, basándose en sus medidas, pero más recientemente este método
fue impulsado y perfeccionado por otros estudiosos, como Alfred V.
Iannarelli o el holandés Cor Van der Lugt, quienes, basándose en técnicas
científicas consiguieron la identificación plena de delincuentes partiendo
de “huellas de oreja” de autores de robos, que las producían al presionar
su mejilla y orejas contra una puerta con la intención de comprobar si sus
moradores se hallaban en el interior.
No cabe duda que ambos iniciaban una andadura correcta que hoy es
una realidad. Después del 11 de Septiembre/2001 muchas empresas de
seguridad están lanzando al mercado sistemas identificativos de personas
basados en el ojo humano, con un índice de certeza similar al de las
impresiones dactilares.
63
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
64
2.1.6. En 1904 Amadee
Bert y Charles Vinnay
basan su estudio en la morfología del “OMBLIGO”,
ya que la cicatriz umbilical
es extremadamente variable
y permanece estable en el
período medio de la vida de
una persona.
Método este que, al
parecer, no ha encontrado continuadores que lo impulsasen hasta niveles
prácticos.
2.1.7. Arrigo Tamassia destacaba las posibilidades de las RAMIFICACIONES VENOSAS del dorso de las manos.
2.1.8. En 1913 Locard publica sus trabajos (“LA POROSCOPIA”),
metodo basado en el número, situación, forma y dimensiones de los poros
existentes en las cretas papilares.
2.1.9. No hay que olvidar LA QUEILOSCOPIA, que mencionada ya en 1930 Diu, de
Lielle, y en 1932 el propio Locard. Se refiere al
estudio de los surcos del labio mucoso y de las
huellas que dejan desde el punto de vista de la
identificación. Su morfología varía con la edad,
si bien permanece invariable, al menos, por
espacio de quince meses, tal como demuestra
algún estudio llevado cabo (Hirt). El labio
mucoso se encuentra cubierto de pequeños pliegues que muestran diferencias individuales y que tienen su origen en una base genética. Puede ser
muy interesante y aprovechable en identificaciones relacionadas con
hechos violentos. Pueden encontrarse como dibujo “latente o visible” en
vasos, filtros de cigarrillos, vasos, espejos, papeles, pañuelos, anónimos,
etc. En una muerte violenta no hay que descartar el análisis del propio
carmín y la obtención de muestra “indubitada” del cadáver.
2.1.10. Con menos aplicaciones practicas podría citarse también la
“PALATOSCOPIA”, que estudia los relieves del paladar de la cavidad
bucal.
2.1.12. Pasando ya a tiempos más recientes nos encontramos con un
nuevo método científico que nos permite la identificación directa de las
personas y que va ligado a los avances tecnológicos que se produjeron en
este campo: LA IDENTIFICACIÓN DE VOZ.
En 1947, Potter y Kupp consiguen la descomposición de la palabra
con técnicas de espectrogramas (sonogramas). En 1962 Kersta crea un
método electro-acústico utilizando un aparato denominadao “sonografo”,
con el que produce un registro (voive-print) en que queda impresa la voz.
Utiliza este nuevo método científico, con fines identificativos, el
Departamento de Defensa de Estados Unidos, allá por el año 1971. En
España, en el año 1989 se crea la Sección de Acústica Forense, en la
Comisaría General de Policía Científica, dotada de los medios informáticos más avanzados y acumulando, desde entonces, una dilatada y exitosa
experiencia.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
2.1.11. IDENTIFICACIÓN DENTAL.- Merciolle en 1891 presenta
su tésis basada en el examen medico-legal de la dentadura. Este sistema
ha ganado actualidad y ofrece inmejorables resultados en casos de grandes
catástrofes que provocan gran número de muertos, cuyas impresiones
dactilares no se pueden cotejar, bien por su estado, bien porque sus países
de origen no disponen de archivos de estas impresiones. En estos casos, no
obstante, hay que disponer de “datos ante-morten” y radiografías de los
odontólogos que les atendían. La primera vez que se realizó una extracción masiva de maxilares con este objeto fue en la identificación de los
cadáveres del desastre del camping de Los Alfaques, en Cataluña, donde
un camión cargado con propileno se accidento y explosionó en las inmediaciones del mismo, resultando muertas 211 personas. Colaboraron en
las labores identificativas personal especializado de la Republica Federal de
Alemania, profesores de la Cátedra de Medicina Legal de Barcelona y funcionarios del la Policía Científica de la Jefatura Superior de Barcelona. Se
identificaron a 206 cadáveres, dos carecían de datos ante-morten y los tres
restantes fueron identificados por otros medios.
Entendemos por VOZ el sonido que el aire, expelido por los pulmones, produce al pasar por la laringe, haciendo que vibren las cuerdas vocales. Cada persona reúne una serie de características en su habla que le distinguen de los demás (acento, tono, timbre, pausas, velocidad, defectos,...). En la función fonadora intervienen tres elementos:
65
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
66
- La respiración, es el motor que determina la intensidad.
- La laringe, que determina el tono de voz.
- La región faringo-bucal , que realiza la modulación del tono y la
articulación.
En los últimos años, por parte de la mencionada Sección de Acústica
Forense, se está investigando una nueva variante de estos estudios, denominada “pasaporte vocal”, a través del cual se pretende aportar datos
sobre ciertos rasgos de identidad del hablante y que son de gran interés
para los investigadores de un hecho delictivo. Es decir, facilitar información sobre: sexo del hablante, edad, estado emocional, estados psicogénicos permanentes o transitorios de carácter endógeno (psicopatías, depresiones...) o debidas a factores exógenos (alcohol, drogas, medicamentos...). También sobre vicios articulatorios, alteraciones del tracto vocal,
patologías, etc.
Dentro de este estudio del pasaporte vocal son características fundamentales de tipo:
- Paralenguaje: elementos que acompañan a los lingüísticos. (chasquido de la lengua).
- Diatópico: relativos al entorno geográfico, variedad regional o
local en la que puede ubicarse al hablante.
- Diastrátrico: realativo al estrato social del hablante.
2.1.13. EL ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEÍCO
El análisis del ADN abre inmensas posibilidades en la investigación policial. Es el
futuro y “casi” ya el presente, que solventa
problemas, irresolubles hasta hace poco, tales
como la identificación de cadáveres en condiciones extremas; identificación por medio
de minúsculas muestras biológicas de violadores; identificación de autores de cualquier
tipología delictiva partiendo de una simple
colilla, una prenda de vestir, unos guantes,
etc; relaciona múltiples hechos delictivos
partiendo de estos pequeñísimos vestigios o
evidencias que se pueden recoger en el transcurso de una inspección ocular.
Representación por ordenador de
molécula de ADN
La especie humana dispone
billones de células individuales.
La célula está compuesta por
membrana, citoplasma y núcleo.
Dentro del núcleo se encuentran
los cromosomas –cromatina
cuando están inactivas -, y en
éstos los genes, los cuales contienen la información hereditaria,
Cromosomas humanos
determinando que una célula
forme parte de un vegetal, de un
animal, un ratón o un ser humano. Cada célula contiene de 23 pares de
cromosomas (22 homólogos y 1 sexual XX-XY). En cada cromosoma hay
una molécula de ADN con una longitud de 3 a 4 cms, lo que supone de
1 a 2 metros en la célula y en todo el cuerpo humano superaría los 25.000
millones de Kilómetros de ADN.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
Haciendo un poco de historia habría que remontarse a 1856, cuando
Gregor Mendel descubrió que las características de los guisantes pasan de
una generación a otra. En 1869 Jonhann Miescher aísla el ADN a partir
del pus humano. En 1881 Edwar Zacharias demuestra que los cromosomas contienen la nucleína.En 1909 las unidades de la herencia reciben el
nombre de genes. 1929 Frederick Griffinth realiza la 1ª transformación
bacteriana, transfiriendo el ácido nucleico de una a otra y así sus características patógenas. 1953, es el gran salto, James Watson y Francis Crick
descubren la estructura de doble hélice helicoidal del ADN. 1959 Severo
Ochoa recibe el Premio Nóbel por sus trabajos sobre la síntesis de los polinucleotidos del ADN y ARN. 1993 Jerry may crea el primer clon de un
embrión humano. 1996 Ian Wilmut clonan la oveja Dolly. 2000 la
empresa Celera esta a punto de finalizar el estudio del Genoma humano,
con gran sorpresa para muchos al comprobar que es más lo que nos une
a otros seres vivos que lo que nos separa. Así se sabe hoy que el hombre
posee unos 30.000 genes, el arroz 50.000, la mosca 13.600 y el virus de
la gripe 1750. Todos los humanos compartimos el 99’99 de los genes y es
una mínima parte –0’01- la que nos diferencia a los unos de los otros.
El ADN es una gran molécula de ácido nucleico y el constituyente
principal de los cromosomas. La secuencia de ADN son las instrucciones
genéticas que determinan el desarrollo de un organismo. El ADN es la
67
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
molécula portadora del código genético. La mayor parte del material
genético de los organismos superiores se halla dentro de las células que lo
conforman, concretamente en el núcleo, aislado del resto de la célula y
protegido por la membrana nuclear. Los organismos más simples, como
las bacterias, el ADN carece de esta protección y está expuesto libremente en el citoplasma de las mismas.
El código genético está determinado por el orden de los nucleótidos
(grupo fosfórico + azúcar desoxirribosa + base nitrogenada), representados por las letras A (ADENINA) , T (TIMINA), C (CITOSINA), G
(GUANINA). La unión secuencial y el orden de estos 4 nucleótidos disponen una cadena que determina el código genético. Una cadena de
ADN esta formada por cientos de miles de nucleótidos. El ADN en los
cromosomas está formado por dos cadenas que se unen entre si por las
bases nitrogenadas ATCG, de manera que la A se asocia a la T y la C a la
G. Así una cadena se puede se representa por el orden secuencial de estas
letras TACGGTACTTAACGTA . . . y su cadena complementaria sería
ATGCCATGAATTGCAT.
El ADN está dividido en:
- ADN CODIFICANTE : contiene las secuencias de genes que
determinan el orden de los aminoácidos que constituirán las proteínas. Es el ADN importante en medicina que permite predecir
enfermedades. La alteración en el orden de un nucleótido puede dar
lugar a la aparición de una enfermedad). Presenta poca variabilidad.
- ADN NO CODIFICANTE: en estudio su función. Se puede disponer como copias únicas (espaciadores) o como copias múltiples,
que es el ADN repetitivo. Una parte de éste se repite en forma de
tandem: ADN MINISATÉLITE – tandem de 30/32 pares de bases
y ADN MICROSATÉLITE – tandem de 2/5 pares de bases.
Es precisamente este ADN minisatélite y microsatélite el que se estudia en el campo forense por su gran variabilidad (polimorfismo). Nos
diferenciamos unos de otros en el número de veces que se repiten estos
tandem.
El hecho de que no se trate de un ADN codificante es muy importante, puesto que no permite el estudio de las características de la persona,
enfermedades, etc.
68
Como ya se indicó con anterioridad cualquier pequeña evidencia biológica recogida en el escenario de un hecho delictivo es susceptible de análisis y extracción de su ADN. Las muestras más habituales remitidas a los
laboratorios de ADN son :
1 SANGRE.- recogida en su forma líquida o depositada sobre superficies absorbentes o no absorbentes, siendo su recogida y tratamiento diferente.
2 SEMEN.- importante en el esclarecimiento de los delitos contra la
libertad sexual, que aparecerán como “manchas” o bien recogidas en
lavados vaginales.
3 SALIVA.- asientan en los más variados soportes. Se trata de conseguir la extracción de ADN de las células epiteliales arrastradas por
la saliva y depositadas en los mencionados soportes.
4 CELULAS DE DESCMAMACIÓN.- células del tejido epitelial
nucleadas que se depositan en distintos soportes por roce o frotamiento.
5 PELOS.- de las distintas partes del cuerpo, adheridos a la victima
de un crimen, en un objeto de interés, etc. Si disponen de su raíz se
podría extraer ADN nuclear, salvo que se halle en fase telegénica.
En todo caso se podría extraer el ADN mitocondrial.
6 TEJIDOS, UÑAS, RESTOS OSEOS, DIENTES.- estos últimos
de gran utilidad en caso de grandes incendios, al hallarse su pulpa
–donde reside el ADN- protegida por el esmalte, que resiste temperaturas superiores a los 1000 grados, y por los tejidos exteriores
acuosos del rostro de la persona.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
En la actualidad las deficiencias de cantidad de ADN o su deterioro
se soslayan con la técnica de la PCR o amplificación del ADN, que permite la obtención “in vitro” de miles de copias de un fragmento de
ADN.
Además de los análisis de ADN NUCLEAR, ya mencionado, que es el
que mayor información nos proporciona, hay que hacer mención del
ADN MITOCONDRIAL y DEL CROMOSOMA Y.
ADN MITOCONDRIAL.- Las mitocondrias son unos orgánulos celulares con su propio material hereditario. Se heredan vía materna y todos los
individuos emparentados vía materna tienen el mismo ADN mitocondrial.
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APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
70
Es más fácil su estudio en muestras antiguas o degradadas, escasas, cuando
no se dispone de los progenitores para establecer una relación familiar, etc.
CROMOSOMA Y.- Es el más corto de los cromosomas humanos y se
transmite de padres a hijos (varones), por lo cual es herencia paterna. Es
útil en los casos de paternidad, paternidad en donde no exista el presunto padre (se recurre a tíos), casos de mezclas (violaciones, con mezclas de
ADN de la victima femenina y del agresor masculino), etc.
2.1.14. Finalmente no se puede dejar de mencionar, aunque fuera del
orden cronológico establecido al inicio de este trabajo, la técnica más útil,
barata, fácil de manejar y que
mejores resultados ha ofrecido
hasta la fecha en todos los países del mundo, en los ricos y en
los pobres, me refiero a LA
LOFOSCOPIA : estudio de
los relieves epidérmicos existentes en las palmas de las
manos y de las plantas de los
pies.
Ésta se subdivide en tres
parcelas más reducidas: LA
DACTILOSCOPIA, estudio
del dibujo papilar existente en
la falange distal de los dedos. La
Quiroscopia –estudio del dibujo papilar de la palma de la
mano- y la Pelmatoscopia –de
la planta de los pies-. Este dibujo está formado por crestas y
surcos que las separan, formando variedades morfológicas. La
coincidencia morfológica de
estas variedades (puntos característicos) y de su ubicación
determinan la identificación de
un persona.
Arriba. Dactilograma de archivo.
Abajo. Huella revelada en inspección ocular.
Se señalan los puntos característicos comunes.
Haciendo un poco de historia acerca de esta técnica, decir que el gran
avance lo realiza Willian Herschel, jefe del Servicio Civil de Bengala,
India, cuando en 1858 comprueba, después de un seguimiento de 28
años, que las crestas papilares que todas las personas llevamos en la palma
de las manos y en la planta de los pies, son PERENNES E INMUTABLES. En 1888 Francis Galton, sobrino del creador de la teoria de la evolución, Darwin, publica sus trabajos y establece los tres tipos de crestas
que perviven hoy todavía -arcos, presillas y verticilos- y la cuenta de las
mismas utilizando la intersección de la línea “galtoniana”. En 1896
Vucetich instaura la dactiloscopia de Buenos Aires y E. Henry en 1897
hace lo propio en la India, siendo Inspector General de las Provincias
Bajas de esta Colonia inglesa.
Las crestas papilares, que nacen en las papilas dérmicas, ubicadas en el
Corion de la dermis, reúnen unas características que hacen de la
Dactiloscopia una técnica insustituible. Son perennes, inmutables, diversiformes, genéricas a todas las personas, imprimibles, clasificables, infalsificables, identificables y de fácil interpretación.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
Bien es cierto que LA DACTILOSCOPIA no es una “nueva” técnica,
tal como titulamos estos métodos identificativos, ya que se implantó en
nuestro país a principios de siglo, concretamente en Instituciones
Penitenciarias en el año 1909, en la Policía en 1911 y en la Guardia Civil
en 1914, pero, tal como se indica con anterioridad al referirnos a la
Lofoscopia, es la técnica más útil. En los últimos años ha recibido un gran
impulso de la mano de la informática que ha permitido digitalizar los
bancos de datos, con lo cual se ha superado con éxito el gran inconveniente del manejo de grandes archivos de tarjetas dactilares o de huellas
latentes (las revelas en inspecciones oculares motivadas por la comisión de
delitos).
El manejo visual de archivos con millones de tarjetas resulta casi
misión imposible, tal como se indicaba anteriormente, motivo por el cual
a partir de 1985 la Comisaría General de Policía Científica, del Cuerpo
Nacional de Policía, incorpora un sistema informático de identificación
dactilar –SAID- que resuelve este problema y permite identificaciones en
períodos de tiempo muy cortos. El Sistema consta de tres subsistemas:
ENTRADA (I-SUB), digitaliza las imágenes de dactilogramas y lofogramas; COMPARACIÓN (M-SUB), compara dactilogramas y huellas
71
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
72
latentes con la base de datos; y de RECUPERACIÓN DE IMÁGENES
(D-SUB), que permite recuperar las imágenes, visualizarlas y analizarlas.
Sus aplicaciones fundamentales son la identificación de: detenidos, de
huellas latentes reveladas en el transcurso de inspecciones oculares motivadas por la comisión de cualquier delito y de cadáveres.
Dentro de la aplicación mencionada en segundo lugar – identificación
de huellas latentes- cabe mencionar algunos de los REACTIVOS REVELADORES QUÍMICOS modernos aplicados en los últimos años para
conseguir este fin. Éstos generan una reacción química con las sustancias
que expele el organismo a través de los poros –aminoácidos, cloruro sódico, ácidos grasos, proteínas, etc-. Los que ofrecen un mejores resultados
son:
- LA NINHIDRINA (hidrato de triceto-hidrindeno).- Se utiliza para
revelado de huellas latentes asentadas sobre soportes porosos, especialmente papel o cartulina, dando muy buenos resultados en huellas antiguas. Presenta una gran afinidad con los aminoácidos, reaccionando con ellos y dando una coloración púrpura. Esta reacción
se produce a temperatura ambiente o con calor, que acelera la
misma. La duración está en función de la temperatura, cantidad de
aminoácidos y grado de humedad.
- DFO (1’8 diazafluor-9-nona).- Reacciona también con los aminoácidos, revelando las huellas en un color rojo. Es más sensible que
la ninhidrina y fluorescente. Se visualiza con luz forense (láser) . Se
utiliza también en superficies porosas.
- CIANOACRILATO.- Se emplea en superficies compactas. Revela
en color blanco, por lo que hay que utilizar productos colorantes o
fluorescentes (flavina) y luz forense (láser) para visualizar estas huellas dactilares en soportes del mismo color. Requiere alta temperatura (+ de 80 º) y una humedad del 80%.
- VIOLETA DE GENCIANA.- Actúa sobre los componentes grasos de las huellas. Revela en color púrpura. Se utiliza en soportes
con adhesivo.
- REVELADOR MOLECULAR.- Está compuesto de partículas
metálicas en suspensión en una disolución detergente. Las partículas se adhieren al componente graso de las huellas. Revela en
color oscuro. Se aplica en superficies compactas y mojadas. (disulfuro de molibdeno).
En cuanto a los mencionados REACTIVOS FÍSICOS, basados en la
adherencia de los mismos a los depósitos de materia sebácea, agua, cloruro sódico, aminoácidos, etc, que se realizan a través de los poros de las
crestas papilares y que conforman el dibujo de la huella dactilar, se siguen
utilizando los habituales de siempre, sin que se hayan registrado grandes
novedades, salvo la muy reciente incorporación del DIÓXIDO DE
TITANIO.
2.2. MÉTODOS IDENTIFICATIVOS INDIRECTOS
O DE EFECTOS
Son aquellos que pueden relacionar de alguna manera a una persona
con un hecho delictivo a través de efectos o vestigios.
En este apartado hay que mencionar necesariamente todas aquellas técnicas científicas utilizadas en criminalística y sin las cuales no sería posible el esclarecimiento de numerosos hechos punibles rodeados de extrañas
circunstancias, faltos de testigos oculares, de huellas dactilares, etc.
2.2.1. BALÍSTICA Y TRAZAS
INSTRUMENTALES.
En general, LA BALÍSTICA se
puede definir como la ciencia que
estudia el comportamiento de los
cuerpos pesados en el espacio y , en
particular, de los proyectiles lanzados
por un arma de fuego.
Microlesiones coincidente
en balas “dubitada e indubitada”
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
- LEUCOMALAQUITA, BENCIDINA.- Mejora huellas en sangre.
- FLUORESCENTES.- Revelan huellas con polvos fluorescentes a
rayos UVA. Se utilizan en superficies con fondo polícromo.
En particular, la BALÍSTICA
FORENSE estudia y perita casos con
interés jurídico o policial en los que
han intervenido armas de fuego o su
cartuchería.
73
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
Dentro de las cuatro subdivisiones de la Balística – Interior, Exterior,
de Efectos, Identificativa- quizás la que más aporta y es más determinante en una investigación es esta última, LA BALÍSTICA IDENTIFICATIVA, que estudia la relación de identidad existente entre las lesiones producidas en vainas y balas y los mecanismos del arma que las producen.
Las piezas del arma que pueden producir microlesiones son:
En la vaina y cápsula iniciadora: la aguja percutora, el tope de expulsión, la uña extractora, la culata de cierre, la pared de recámara.
En las balas: la rampa de deslizamiento o alimentación, la ánima del
cañón.
En un asesinato, en muchas ocasiones, el único indicio que puede
recogerse es un elemento balístico (una vaina percutida, una bala disparada..). Llegado el momento, cuando las pesquisas realizadas lleguen a su
fin, un estudio de balística identificativa puede relacionar este elemento
con una pistola intervenida en un registro domiciliario del sospechoso de
la autoría del crimen.
El mismo principio de la balística identificativa se aplica a otros estudios, como los de Trazas Instrumentales, que consiste en relacionar las
microlesiones que dejan las herramientas o instrumentos en un soporte
determinado para cometer un delito (bombillo de cerradura fracturado
por llave de mordaza, por ejemplo) y la herramienta misma. Para la realización de estos estudios han de reproducirse estas marcas utilizando la
herramienta sospechosa y un soporte de las mismas características. Son
objeto de esta especialidad otro tipo de marcas, tales como las de neumáticos, pisadas, arrastramientos, cortes, etc, teniendo en cuenta siempre
que las TRAZAS pueden ser de
“CLASE”- genéricas o de marca - O
“INDIVIDUALIZADORAS” –propias del objeto -.
Tanto en B. Identifcativa como en
estos
estudios
de
Trazas
Instrumentales es imprescindible la
utilización de un microscopio electrónico de comparación, que permi-
74
Trazas de destornillador
sobre madera.
Tal como ocurre en otros campos de las técnicas criminalísticas, la
Balística Identificativa ha incorporado programas informáticos que permiten la creación de bases de datos (IBIS, en la CGPC) que digitalizan y
archivan las microlesiones detectadas en los diversos elementos balísticos
y que permiten establecer relaciones entre ellos casi al instante. De esta
manera se puede saber con certeza, por ejemplo, si una pistola fue utilizada en varios asuntos.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
ta yuxtaponer imágenes de las “marcas” dubitadas y las “indubitadas” y
poder comprobar así la coincidencia de forma, tamaño y ubicación de las
mismas, valorando más la calidad que la cantidad.
Microscopio electrónico de comparación.
75
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
76
2.2.2. ESTUDIOS QUÍMICOS
La finalidad de los Laboratorios Químicos es servir de apoyo técnico
en las investigaciones policiales o judiciales.
Este apoyo se desglosa en tres grandes áreas de trabajo en la Comisaría
General de Policía Científica, del Cuerpo Nacional de Policía de nuestro
País, y que es orientativa en cuanto a funcionamiento y posibilidades que
ofrecen estos laboratorios:
1. QUÍMICA GENERAL.
2. ANÁLISIS TOXICOLÓGICOS
3. NALÍTICA CRIMINALÍSTICA.
Antes de especificar las aplicaciones de cada una de estas áreas hay que
señalar las TÉCNICAS ANALÍTICAS utilizadas. Se subdividen en
GENERALES Y ESPECÍFICAS, siendo las primeras las de uso más frecuente en cualquier laboratorio, como puede ser: Microscopía Óptica,
Espectrometría de Ultravioleta, Espectrometría Infrarroja por
Transformada de Fourier. Las restantes se aplicarán en cada tipo de análisis conccreto.
Las más utilizadas son:
1. MICROSCOPIA ELECTRÓNICA DE BARRIDO CON
MICROANALIZADOR (SEM/EDAX). Se utiliza en los análisis
de metales, tierras, residuos del disparo, etc.
2. CROMATOGRAFÍAS. Tiene por objeto la separación de los diferentes compuestos orgánicos que forman parte de una muestra.
Se utiliza para separar e identificar los principios activos presentes
en drogas, tóxicos, explosivos..etc. La aplicación de la informática
permite resultados muy precisos. Las más comunes son :
-
Cromatografía de gases.
-
Cromatografía Líquida de Alta Eficacia. (HPLC).
-
Cromatografía de capa fina.
4. FLUORESCENCIA DE RX. Los electrones emiten unas radiaciones características del elemento en cuestión.
5. ESPECTROMETRÍA ULTRAVIOLETA-VISIBLE. Se basa en la
capacidad que poseen las sustancias puras de absorbancia de la luz
ultravioleta visible a una determinada longitud de onda.
6. ESPECTROMETRIA INFRARROJA POR TRANSFORMADA
DE FOURIER (FTIR). Los átomos de una molécula tienen
movimientos de torsión, flexión, rotación y vibración. Al interactuar con la radiación infrarroja, la multiplicidad de las vibraciones
que ocurren de forma simultanea, produce un espectro de absorción característico de los grupos funcionales constitutivos de dicha
molécula.
7. DIFRACCIÓN DE RAYOS X.- Se basa en el estudio de la medida existente entre los planos de cristalización de cualquier tipo de
sustancia cristalizada, ya sea orgánica o inorgánica.
1. QÍMICA GENERAL.- Tiene por objeto el análisis de aquellas sustancias orgánicas e inorgánicas recogidas en las distintas inspecciones oculares con la finalidad de apoyar la investigación policial o judicial. Se centra, fundamentalmente, en estudios de INCENDIOS, EXPLOSIVOS,
TIERRAS Y VIDRIOS.
1.1
INCENDIOS: El objetivo que se persigue es establecer la existencia de algún tipo de acelerante de la combustión, cortocircuito eléctrico o de cualquier otro tipo que de luz a la investigación.
Las pruebas de laboratorio son altamente fiables y únicamente
están sujetas a las prácticas erróneas de recogida de muestras,
empaquetado, remisión etc.
1.2
EXPLOSIVOS: “ Toda sustancia o mezcla capaz de reaccionar en
tiempo revísimo, en régimen exotérmico, , actualizando gran cantidad de calor y siendo los productos finales de la reacción en su totalidad o en gran parte gaseosos”.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
3. ESPECTROSCOPIA DE ABSORCIÓN ATÓMICA. Basada en
la teoría de Kirchhof: los átomos absorven radiaciones de la misma
longitud de onda que emiten.
77
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
La clasificación según el Reglamento de
Explosivos:
A/ Explosivos iniciadores.
B/ Explosivos rompedores
Tipo A o dinamitas.
Tipo B –a amonales.
Tipo B-b nafos
Tipo C cloratitas
Tipo D explosivos plásticos
Tipo E-a hidrogeles
Tipo E-b emulsiones.
C/ Explosivos propulsores:
comprende las pólvoras.
Objetos explosivos: mechas: lentas y rápidas.
Cordones detonantes: detonadores.
Multiplicadores.
1-3. TIERRAS Y VEGETALES.- Se persigue establecer la composición de restos de estos elementos recogidos en las ropas de la víctima de un hecho delictivo, del autor, en coches, etc. Puede relacionar la muestra estudiada con la estancia de la persona o coche
en un determinado lugar. Se analiza la composición mineralógica y química, así como el tamaño y forma de sus partículas.
Al igual que en la recogida de otras muestras de distinto
carácter hay que guardar las precauciones habituales de obtención, envasado, transporte, etc. En el caso de recogida de muestras “indubitadas” de tierras en el escenario de un crimen se
debe realizar de , al menos, tres zonas: lugar exacto, inmediata y
más alejada, en función de las características del hecho. La cantidad no debe ser inferior a los 100 gr. En cuanto a las plantas se
deben recoger completas (flor-fruto...) dependiendo de la época
del año, limitándose a las que presenten similitud con las “dubitadas”.
1-4.- VIDRIOS.- En función del hecho investigado pueden aparecer
restos de vidrios en las ropas de la victima o agresor, siendo necesaria la realización de estudios comparativos. Para ello se analiza
78
2.- ANÁLISIS TOXICOLÓGICOS.- Los análisis que se realizan en
esta área son los siguientes: DROGAS, VENENOS, AGUAS y cualquier
otra sustancia tóxica de interés judicial o policial.
DROGAS.- “Sustancia química de estructura orgánica que introducida
en un organismo vivo altera sus funciones, modificando el estado emocional,
la percepción o la conciencia y que son usadas indebidamente, causando perjuicio al individuo y a la sociedad”.
Se consideran estupefacientes las sustancias
naturales o sintéticas
incluidas en las listas I y
II de las anexas al
Convenio Unido de
1961, de las Naciones
Unidas.
Café soluble con Cianuro potásico.
SUSTANCIA PSICOTRÓPICA.- es cualquier sustancia natural o
sintética que presenta afinidad por la psique produciendo efectos sobre la
misma. Son las sustancias incluidas en las listas I, II, III y IV del convenio de 1971 de las Naciones Unidas.
Según los efectos producidos en los individuos se pueden clasificar en
ESTIMULANTES –aceleran la actividad mental- Y DEPRESORES
–retardan la actividad mental-.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
su composición y su índice de refracción mediante técnicas específicas. Estos estudios han de complementarse con otros que se
encuadrarían en la especialidad correspondiente, dependiendo
de las circunstancias ( impactos, número y orden de los mismos,
trayectorias de proyectiles, roturas radiales, concéntricas o concoidales, etc).
2-1.- ESTIMULANTES
a) Cocaína y derivados: pasta de coca, cocaína, crack (obtenido a partir del clrhidrato de cocaína añadiéndole carbonato o bicarbonato sódico.
Como prueba analítica orientativa se realiza sobre el terreno la del
Tiocianato de Cobalto, que da una coloración azul intenso. Luego en
79
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
laboratorio se realizarán pruebas más específicas como son la cromatografía de capa fina, de gases, gases-masas, ultravioleta,m ,etc.
b) Anfetaminas y derivados: estimulantes del Sistema Nervioso. Su
consumo normal se lleva a cabo por vía oral. Pasado el efecto produce
estados de angustia y depresión.
Anfetaminas de diseño: Sustancias sintéticas, químicamente afines a las
anfetaminas, que producen efectos análogos, de mayor rapidez e intensidad. Las más conocidas son: Metanfetamina, Metilendioxianfetamina
(MDA), Metilendioximetanfetamina (MDMA), Metilendioxietanfetamina (MDEA).
2-2.- DEPRESORES
a) Alcohol.- Asumido socialmente. Es una droga de relación social.
Los grados de embriaguez son cuatro:
1ª fase- euforia, entre 0.5 y0.6 grs/litro msangre.
2ª fase- reflejos más alterados, incoherencia verbal, entre 0.8 y 1.5
grs/litro alcohol en sangre.
3ª fase- dificultades de equilibrio, doble visión, entre 1.5 y 4 grs/litro
alcohol en sangre.
4ª fase- riesgo mortal, sueño comatoso, entre 4 y 5 grs/litro alcohol en
sangre.
La determinación de alcohol en sangre se realiza mediante metodos
homologados de cromatografía de gases, con detecto de ionización de
llama y columnas especiales para alcoholemias.
Otros análisis que se realizan están relacionados
con la composición de bebidas alcohólicas.
b) Opio y derivados.- El opio es el jugo coagulado
que se extrae de las cápsulas de la adormidera (papaver somniferum). Sometido a cocción se mastica o
fuma.
Morfina.- es el más importante de los alcaloides del
opio. El contenido medio de la morfina en el opio es
del 10 %
80
Las técnicas analíticas utilizadas son la Cromatografía de Gases-Masas,
la C. Líquida de Alta Resolución, etc.
c) Estupefacientes sintéticos.- Aquí habría que incluir la Metadona,
que es un analgésico estupefaciente que se usa como sustitutivo en el tratamiento de la adición a la heroína.
Otras drogas a mencionar y que son objeto de estudio en los laboratorio policiales son los derivados del Cannabis (picadura, polvo, resina, aceite) y los alucinógenos (LSD).
3.- QUÍMICA CRIMINALÍSTICA.- Los estudios que se realizan en
esta especialidad, fundamentalmente, son: RESIDUOS DE DISPARO,
PINTURS, FIBRAS Y RESTAURACIÓN DE NÚMEROS TROQUELADOS.
1/ RESIDUOS DEL DISPARO.- Importante estudio el relacionado
con estos residuos y la distancia del disparo. Presenta dos vertientes: la del
autor de los mismos y la de la víctima. En el autor buscaremos restos del
disparo en sus ropas o manos. En la victima se tratará de determinar,
mediante el estudio de heridas y ropas, distancia, trayectorias, agentes
causantes, proyectiles, etc.
El disparo de un arma de fuego produce:
- partículas del propelente parcialmente quemadas.
- componentes metálicos del proyectil.
- partículas características de los elementos que componen la cápsula
iniciadora.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
Codeína.- Se obtiene del opio, por transformación de la morfina.
Heroína.- Es la droga que más variantes presenta en el mercado clandestino, hasta el extremo de recurrir a números para distinguirla.(
Heroína nº1, nº2 –base, nº3 – Brown Sugar-, n4 – de hasta el 98%
de pureza-, etc.
Las partículas metálicas de residuos del disparo se forman por dos
mecanismos: condensación de los materiales vaporizados del iniciador y
de la bala y solidificación de la mezcla fundida formada por los materiales originarios del iniciador y de la bala, como consecuencia del enfriamiento sufrido.
81
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
Los elementos más importantes provenientes de los iniciadores actuales son el plomo, antimonio y el bario.
La distancia del disparo se determinará por el análisis de las ropas de la
victima y la dispersión de los elementos provenientes del disparo, para lo
cual se utilizan los siguientes métodos: Rodizonato Sódico (para detectar
algunos metales peseados, como el plomo) y el de Hoffmann (determina
la distribución del plomo y bario).
2/ PINTURAS.- Se trata de realizar análisis comparativo de las mismas, determinando si se trata o no de la misma pintura. Son útiles estos
estudios en casos de colisiones entre vehículos, con otros objetos (lunas,
superficies metálicas, etc), en atropellos (cuando sea posible).
Es fundamental la correcta obtención de las muestras “indubitadas” y
de muestras “patrón” de zonas alejadas a las de colisión. Los resultados
identificativos dependen en gran medida de una buena base de datos
suministrada por los distintos fabricantes de automóviles.
3/ FIBRAS.- De especial
importancia en inspecciones
motivadas por: agresiones
sexuales, utilización de vehículos de motor, denegación
de auxilio en atropellos,
transporte de cadáveres en
coches, etc.
Fibras de Eucalipto
vistas en microscopio.
En estos casos el investigador:
- Ha de hacer una valoración previa de la utilidad de estos estudios.
- Evitar cualquier posible contaminación de las fibras.
- Deben ser recogidas con prioridad a otras evidencias y utilizando las
recomendaciones del laboratorio (cinta adhesiva). S recogerá la
muestra problema (de interés), muestra patrón (para cotejo), muestra blanco (control de contaminación)
- Empaquetado y etiquetado adecuado.
82
- Laser, raspado sobre metal.
- Troquelado, consistente en la rotura de las capas externas del metal
por la presión ejercida con un punzón , lo que provoca una alteración en la microestructura cristalina del metal hasta una considerable profundidad. La utilización de distintos reactivos (cloruro
cúprico+ ácido clorhídrico + agua desilada + alcohol de 96, en distintas proporciones y con otros componentes) posibilita la recuperación del troquelado original e identificar así el arma u objeto de
que se trate.
Es habitual que los autores de robos de estos efectos alteren o borren
dichos números o marcas.
2-2-3.- DOCUMENTOSCOPIA.La Documentoscopia se podría encuadrar en los dos métodos identificativos. En los directos o personales, puesto que identifica personas
mediante el estudio de escritura “manuscrita” y en los indirectos o de efectos, ya que también es su cometido la identificación de estos últimos, tales
como máquinas de escribir, documentos, travellers cheques, tarjetas de
crédito y débito, etc.
Podría definirse como “La rama de la Criminalística que tiene por objeto el estudio de escritos y documentos de trascendencia legal, a fin de determinar autenticidad o falsedad y, en su caso, la identidad de sus autores”. El término “documentos” ha de entenderse en su acepción más amplia, ya que
son objeto de estudio, en los servicios de Policía Científica, todo tipo de
“documentos modernos” de pago, de identidad, lotería, etiquetas de marcas registradas, o que tengan cualquier otra finalidad y que sea susceptible de ser falsificado.
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
4/ RECUPERACIÓN DE NÚMEROS ALTERADOS.- Diversos
efectos metálicos (armas, electrodomésticos, cámaras fotográficas, relojes,
números de bastidores o motores de coches, etc) salen de fábrica con marcas o numeraciones que permiten si identificación. Las técnicas de grabado son variadas:
Aunque el interés por la escritura arranca ya con su nacimiento, es
indudable que en la actualidad se aplican las más modernas técnicas infor83
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
84
máticas o químicas en los estudios de documentos (antiguosDiplomática- o recientes) para establecer antigüedad de tintas, composición, alteraciones magnéticas de tarjetas, manipulación de chips, etc.
El estudio de manuscritos está basado más en la capacidad de observación y análisis del especialista, que en la aplicación de nuevos avances
tecnológicos. Éstas se centran más en detectar falsificaciones en los
modernos medios de pago (tarjetas, billetes,..), en medios de identificación personal (pasaportes..) y las relacionadas con los delitos contra la
propiedad intelectual e industrial.
1. MEDIOS DE PAGO
A/ Billetes/ Cheques e viaje/
Talones bancarios.- Medidas de
seguridad genéricas que pueden
incorporar: marca de agua, fibrillas fluorescentes, fondos de
seguridad, microleyendas, hologramas, banda iridiscente, calcoBillete falso de “doble” capa.
grafías, motivo coincidente, etc.
Éstas son muy difíciles
de falsificar. Se puede
imitar alguna de ellas,
pero con poco éxito si el
usuario de estos billetes
tiene un somero conocimiento y presta una mínima atención al billete.
La calcografía requiere el uso de maquinaria cuyo coste asciende a
varios millones de euros, por lo que se imita con impresoras que depositan en sus trazos más cantidad de tintas grasas que imitan el relieve propio de la calcografía.
Las modernas impresoras de ordenador imitan los tonos de los hologramas pero no su imagen tridimensional.
Las fluorescencias se imitan con rotuladores con estas tintas, pero son
fácilmente detectables.
Finalmente, señalar que la marca de agua casi siempre es un dibujo realizado sobre el papel, visible a rayos UVA y que no ofrece la transparencia
B/ Tarjetas.- Medidas de seguridad generales: nombre titular, número
embosado, nº identificativo encriptado en banda magnética, tintas visibles a rayos UVA, fondos de seguridad, microleyendas, banda de firma,
banda magnética, etc.
El riesgo que presentan estas tarjetas de crédito-débidto, con código
magnético, es que éste es fácilmente copiable con un lector de tiene un
precio en el mercado inferior a 100 euros. Un camarero, un dependiente
delincuente que recoja una de estas tarjetas para efectuar un cobro puede
“copiar” en un instante el código de las mismas y reproducirlo en otro
soporte con una cinta magnética. El cambio, costoso de momento, de la
banda magnética por el “microchip” puede ser una solución, pero
momentánea ya que recientemente en Barcelona se detectaron falsificaciones de tarjetas de la compañía Telefónica que incorporaban este microchip y que permitían la recarga automática de las mismas antes de finalizar su saldo.
Más sencillo es falsificar el número “embosado” (relieve) de las tarjetas
(plásticas) para poder realizar compras en grandes superficies o comercios.
Todavía más sencillo, y ya fuera de los avances tecnológicos a los que
nos estamos refiriendo y más bien dentro del campo, siempre abonado, de
la picaresca, es la consecución de una tarjeta de cajero automático por el
procedimiento conocido por “LAZO LIBANÉS”, consistente en introducir un “lazo” en el interior de la ranura del cajero, de tal manera que la
tarjeta queda
retenida para
luego ser recuperada y utilizada por el
delincuente,
no sin antes
conseguir con
cierta habiliLazo “Libanés” de retención de la tarjeta.
dad el nº
“clave” de la
Falso.
tarjeta, que el
APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
de la auténtica, incorporada en la fase de fabricación del papel de borra de
algodón, difícil de conseguir.
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APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
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confiado ciudadano facilita al llamar a ese teléfono de “emergencia” que
dejó el estafador adherido al cajero.
2/ DOCUMENTOS IDENTIFICATIVOS Los ya conocidos y de
uso habitual por los ciudadanos: DNI, pasaportes, permisos de conducir,
etc. No merecen especial consideración.
3/ FALSIFICACIONES RELACIONADAS CON DELITOS CONTRA LA PROPIEDAD INTELECTUAL E INDUSTRIAL (Art. 270 y
siguientes del Código Penal).- Objeto de esta parcela de la documentoscopia son las diversas marcas registradas, sus etiquetas, hoy dotadas de
medidas de seguridad, troqueles de relojes, joyería, soportes musicales o
videográficos, etc.
TECNIAS DE ANÁLISIS comunes en estos estudios:
- Examen con luz ultravioleta para detectar lavados químicos u otras
imitaciones.
- Examen con rayos infrarrojos para revelar añadidos, retoques,
enmiendas, etc.
- Examen con microscopia estereoscópico.
- Microscopio criminológico de comparación.
- Cotejos con ejemplares auténticos.
- Examen con luz diascópica para detectar raspados y marca al agua.
- Mediciones de espacios y grafías.
- Examen de firmas.
- AMERICAN EXPRESS COMPANY. Fraude con tarjetas de crédito y travellers cheques.
- Antón Barberá F. Y De Luis Turgano J.V. “Policía Científica”.
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Policía. Madrid 1982. APLICACIÓN DE LAS NUEVAS TÉCNICAS CIENTÍFICAS A LA INVESTIGACIÓN POLICIAL
3. BIBLIOGRAFÍA.
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SEGURANÇA DOS CIDADÃOS
DELINQUÊNCIA TRANSFRONTEIRIÇA
José Monteiro
Coordenador de Investigação Criminal
da Polícia Judiciária
Ao iniciar esta breve comunicação, gostaria, em nome do Sr. Director
Nacional Adjunto da Directoria do Porto da Polícia Judiciária e também
em meu nome pessoal, de agradecer o convite que nos foi dirigido para
intervir nestas Jornadas e, ao mesmo tempo, felicitar a Comissão
Executiva do Eixo Atlântico pela promoção desta interessante iniciativa,
aguardando que pela nossa parte possamos fornecer alguns contributos
que se afigurem válidos para a consecução dos objectivos em vista.
Prosseguiria, desde já, com a referência a algumas situações reais ocorridas recentemente na Euro-Região Norte de Portugal - Galiza, as quais
se me afiguram suficientemente reveladoras dos tipos de criminalidade
que mais comummente caracterizam e afectam esta Região:
1ª Situação
No período compreendido entre Março de 1998 e Outubro de 1999,
desde Valença do Minho até Albergaria-a-Velha e com particular incidência também nas cidades de Guimarães, Fafe, Vila Nova de Famalicão,
Lousada, Santo Tirso, Amarante, Matosinhos, Porto, Vila Nova de Gaia,
Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Ovar, ocorreram vários assaltos à mão armada a estabelecimentos de ourivesaria e bancários, os
quais, espalhando o pânico geral, mas de uma forma particular entre os
industriais e comerciantes de ourivesaria, atingiram valores globais superiores a trezentos milhões de escudos.
Face à recolha e análise de informação pertinente à prática de tais delitos, ressaltou, desde logo, que os respectivos autores, para além da violência física e/ou verbal utilizada, quase sempre suportada pelo empunho de
armas de fogo, exprimiam-se numa linguagem que, por si só, referenciava as suas origens em Espanha ou Itália.
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Desse modo e tendo em conta que a maioria dos assaltos vinham ocorrendo na zona Norte de Portugal, adoptou a investigação como principal
estratégia o aperto da vigilância a pessoas e viaturas junto às entradas e saídas da área de fronteira de Valença.
Daí resultou que em 1 de Dezembro de 1999, manhã cedo, foi detectada a entrada em Portugal, precisamente pela área de fronteira atrás indicada, de uma viatura automóvel com matricula italiana e dois indivíduos
no seu interior. Prontamente lhes foi movida adequada vigilância e seguimento, de onde se constatou que a mesma somente viria a imobilizar-se
na cidade de Espinho. Aí, apurou-se que os dois indivíduos, já apeados,
foram descendo por uma rua em direcção ao mar, sendo perceptível para
os respectivos Agentes no terreno que ambos se detinham em atenta
observação dos vários estabelecimentos bancários existentes no local.
Escusado será dizer que aqueles eram mesmo, pelo menos, parte dos
nossos homens e que a razão da sua visita à pacata cidade de Espinho seria
claramente parte do planeamento de um futuro assalto.
Dado que, além do mais, tais indivíduos se enquadravam fisionomicamente nas descrições previamente já colhidas pela PJ, foram ambos interceptados logo naquele local e conduzidos às instalações do Porto para melhor desenvolvimento das necessárias averiguações, confirmando-se, pouco
tempo depois, que efectivamente se tratava de dois cidadãos de nacionalidade italiana fortemente suspeitos de pertencerem ao grupo mais alargado de meliantes responsável pela onda de assaltos aqui em referência.
Ainda no mesmo dia, mas já da parte da tarde, foi igualmente detectada a entrada em Portugal, também pela mesma área de fronteira anteriormente aludida, de um motociclo com matricula portuguesa mas que pelas
suas características logo foi referenciado como sendo o mesmo que havia
sido utilizado enquanto meio de transporte dos autores de um dos vários
assaltos anteriormente referidos.
Interceptado que foi o respectivo condutor desse motociclo, logo se
constatou também tratar-se de mais um cidadão italiano pertencente ao
grupo que vinha sendo perseguido pela PJ.
Na sequência das diligências entretanto efectuadas e, desta feita, já
junto a uma residência tida como eventual local de reunião do grupo, em
Paços de Brandão, no dia seguinte, vieram a ser interceptados mais qua-
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Ainda neste mesmo dia,
ou seja, 2 de Dezembro de
1999, durante a parte da
tarde e no prosseguimento
das respectivas investigações, foi detectada em circulação, pela mesma auto-estrada que liga Valença ao
Porto, mais uma viatura
automóvel suspeita, agora
com matricula espanhola e
um casal no seu interior. Tal
viatura acabou por ser interceptada já na cidade da
Maia e uma vez identificados os seus ocupantes, constatou-se tratar-se de mais
um cidadão de nacionalidade italiana e um outro de nacionalidade espanhola, ambos igualmente referenciados e, por isso mesmo, tidos como suspeitos da prática da onda de assaltos aqui sempre em apreço.
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tro indivíduos de nacionalidade italiana ainda pertencentes ao mesmo bando de
assaltantes.
Além de todos os indivíduos até aqui já referidos, outros foram referenciados com a prática dos mesmos crimes, sem que tenha sido possível
a sua intercepção, não obstante o desenvolvimento de inúmeras outras
diligências investigatórias, entre as quais se destaca uma tentativa frustrada de realização em Espanha, por meio de carta rogatória, de várias buscas domiciliárias.
Todos os indivíduos interceptados pela PJ foram sujeitos à medida de
coacção de prisão preventiva, com excepção de dois italianos e um espanhol, os quais, uma vez restituídos à liberdade, se ausentaram para parte
incerta.
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2ª Situação
Numa segunda-feira, marcada, além do mais, por ter sido dia de tolerância de ponto na função pública portuguesa, pelas 09 horas, fui pessoalmente contactado por um colega espanhol, dando-me conta da ocorrência de um rapto sobre um jovem cidadão espanhol, na zona de
Cambados, em Espanha, e que pela análise e respectivo tratamento de
vária informação entretanto já colhida, tudo apontaria para que o mesmo
cidadão permanece-se privado da sua liberdade já em território português,
mais precisamente, numa residência dos arredores de Caminha.
Tendo-me eu próprio de imediato deslocado para aquele local, juntamente com um grupo de mais seis ou sete Agentes, viemos entretanto a
apurar que três outros indivíduos, dois de nacionalidade espanhola e um
colombiano, todos supostamente implicados no referido acto criminoso,
se encontrariam já na cidade do Estoril, onde, por contacto com um familiar do raptado, tentavam negociar o respectivo resgate.
Já ao cair da noite do mesmo dia e após cuidadosa avaliação e meticuloso acompanhamento dos factos, sempre em permanente diálogo com os
colegas do Cuerpo Nacional de Policía espanhol, foi possível tomar de
assalto a referenciada residência, no interior da qual se vieram a confirmar
todas as suspeitas anteriores, já que aí se encontrava efectivamente aquele
referido jovem, totalmente encapuzado, algemado e fortemente acorrentado entre pés e mãos.
Porque entretanto havia sido solicitada colaboração aos colegas de
Lisboa da PJ, designadamente, para que localizassem e mantivessem sobre
vigilância aqueles três outros indivíduos que se encontravam no Estoril,
foram também estes prontamente interceptados pela PJ, imediatamente
após a libertação daquela vítima.
A título de mera curiosidade, refira-se que dos quatro indivíduos assim
interceptados, detidos e posteriormente presentes às competentes autoridades judiciárias para efeitos de interrogatório e sujeição a adequadas
medidas de coacção, apenas um, que integrava o grupo dos negociadores
interceptados na localidade do Estoril, ficou sujeito à medida de coacção
de prisão preventiva !
3ª Situação
A meio da tarde de um qualquer dia próximo do fim do ano de 1999,
no decurso de uma investigação pendente na Directoria do Porto da PJ
por suspeita da prática do crime de tráfico de produtos estupefacientes,
dois indivíduos de nacionalidade portuguesa que se encontravam já sob
apertada vigilância policial, são observados à saída de um edifício sito nos
arredores do Porto, transportando um deles uma pequena mochila com
certo volume e que logo se presumiu poder conter dinheiro.
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Perto de si e com total controlo sobre o mesmo, tanto mais que se
fazia acompanhar de duas pistolas devidamente municiadas, encontravase um outro indivíduo de nacionalidade espanhola que imediatamente
foi detido.
Dando continuidade à vigilância de tais indivíduos, apurou-se que
um deles se introduziu sozinho numa viatura automóvel e o outro, transportando a aludida mochila, se montou num motociclo de elevada cilindrada.
Volvidos alguns minutos, já perto das 17 horas, ambos resolvem tomar
a auto-estrada Porto-Valença, aí prosseguindo, sempre nesse sentido e de
forma relativamente próxima.
Decorrida aproximadamente uma hora, ambos chegam ao fim da referida auto-estrada, passando Valença e prosseguindo em direcção a
Espanha.
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Ao fim de pouco mais de meia hora, ambos são novamente detectados
à entrada de Portugal, pronunciando efectuar precisamente o trajecto
inverso daquele que tinham realizado anteriormente.
A referida viatura automóvel circulava na frente do motociclo, que
daquela distaria uns 30 a 40 metros.
Ambos os veículos foram prontamente interceptados pela PJ, que permanecia no seu encalço, daí resultando a detenção dos respectivos condutores e a apreensão de aproximadamente dois Kg. de Cocaína, que era
transportada às costas do condutor do motociclo, no interior da mochila
onde anteriormente se supôs ser transportado dinheiro.
Apresentadas tais situações concretas, apenas como meros exemplos de
uma realidade mais ou menos repetida, delas poderá resultar, entre outros
motivos de reflexão que procuraremos recuperar mais adiante ou mesmo
durante o próprio período de debate, uma característica comum, qual
seja, a da, pelo menos aparente, liberdade com que hoje as pessoas (e seus
bens) circulam entre os diferentes países da União Europeia.
Durante a década de 80, começou a ganhar forma o objectivo da criação de um Mercado Único, na então CEE, no qual seriam abolidas as
fronteiras internas entre os Estados-membros e assegurada a “livre circulação de pessoas”.
No entanto, a diferença de sensibilidades entre os Estados-membros
em matéria de cultura de segurança interna e a ausência de uma vontade
política comum para avançar no terreno da integração (particularmente
notória no caso do Reino Unido), acabariam por impossibilitar um acordo quanto ao significado e âmbito de aplicação do conceito de “livre circulação de pessoas”.
Neste contexto, dada a impossibilidade de avançar no campo comunitário, cinco Estados-membros (França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e
Países Baixos), animados pelo desejo de realizar a livre circulação de pessoas no seu próprio espaço comum, através da supressão dos controlos nas
respectivas fronteiras internas, decidiram avançar mais depressa, subscrevendo a nível intergovernamental aquele que ficaria conhecido como o
Acordo de Schengen.
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O espaço Schengen passou a abranger gradualmente quase todos os
Estados-membros, com a excepção do Reino Unido e da Irlanda1.
À cabeça das principais medidas adoptadas pelos Estados que actualmente pertencem ao espaço Schengen destaca-se, por manifesta evidência,
a abolição dos controlos nas fronteiras comuns e a sua transferência para
as fronteiras externas, onde deverão ser exercidos de acordo com regras
comuns a todos os Estados-membros, assim como, o estabelecimento de
idênticos procedimentos e avaliações em matéria de vistos e de direito de
asilo.
Porém, a supressão das fronteiras internas entre Estados-membros para
efeito da livre circulação de pessoas jamais poderia ser efectuada em detrimento da segurança interna de cada Estado, máxime, dos seus cidadãos,
considerados individual e colectivamente.
Tendo em vista conciliar esses dois princípios estruturantes de qualquer sociedade democrática, liberdade e segurança, a livre circulação de
pessoas dentro do espaço Schengen foi acompanhada de medidas ditas compensatórias, tais como, a melhoria da coordenação entre os vários serviços de polícia, das alfândegas e da Justiça. Por outro lado, têm igualmente vindo a ser tomadas outras medidas necessárias para fazer frente ao
terrorismo e ao crime organizado, algumas das quais abordaremos mais
adiante.
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O Acordo de Schengen — nome da cidade Luxemburguesa onde foi
assinado, em 14 de Junho de 1985 —, surge assim com o objectivo de
suprimir progressivamente os controlos nas fronteiras comuns e instaurar um regime de livre circulação no espaço Schengen para todas as pessoas que sejam nacionais dos Estados signatários, de outros Estados da
Comunidade ou de países terceiros.
Mas, não serão apenas os perigos próprios da livre circulação de pessoas
no seio da UE os únicos motivos ou factores determinantes da crescente
inquietação e ansiedade que hoje parece evidenciar-se um pouco por toda
a Europa. Aliás, tais sentimentos encontram-se hoje claramente exacerbados um pouco por todo o mundo, mas com particular intensidade nos
EUA, como consequência directa e imediata dos recentes atentados terroristas de 11 de Setembro.
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A ordem internacional evolui. Desde há décadas que as decisões políticas tomadas num Estado-nação se fazem sentir extra-fronteiras. O inverso também é verdadeiro, ou seja, dá-se também o fenómeno de muitas
dessas decisões serem tomadas extra-muros, em sede de organizações internacionais, com competências decisórias múltiplas e provenientes da crescente transferência de poderes e soberanias estaduais para essas mesmas
instituições, e logo em seguida se fazerem sentir dentro de portas, não só
de um mas, a maior parte das vezes, de vários Estados.
Decisões importantes, quer sejam relativas ao ambiente, à economia ou
ao armamento, só para citar alguns dos mais flagrantes contextos, são hoje
tomadas à escala internacional, se não mesmo à escala mundial, dada a
capacidade das consequências de tais decisões poder vir a afectar um universo maior ou menor de Estados.
Poder-se-á dizer que o próprio processo de governo de cada país escapa hoje, por regra, às portas cerradas do Estado-nação, para desaguar nos
grandes centros de decisão internacionais.
Esta é, seguramente, uma forma de globalização. Encontramo-nos
perante uma nova ordem internacional global.
Diríamos que por força do fenómeno de globalização, considerada no
seu todo, cada vez mais os acontecimento quotidianos de uma qualquer
parte do mundo são influenciados pelo que acontece numa outra, o que
desde logo parece induzir no cidadão médio uma sensação de falta de
domínio do curso dos acontecimentos, o que não pode senão resultar em
multiplicação dos sentimentos de insegurança, traduzidos, as mais das
vezes, em medo, inquietação, sensações de ameaça, perturbação, ansiedade, desconfiança e angústia.
Emergiu, pois, uma nova sociedade a que muitos vêm já chamando de
sociedade do risco e que se caracteriza essencialmente pela existência de
inúmeros perigos que se percepcionam e representam a partir da leitura
do meio e da realidade onde estamos inseridos.
Do mesmo modo, também o crime se tornou global: é a multiplicação
da criminalidade organizada em redes altamente densificadas e que percorrem todos os sectores da sociedade.
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Não revelando indiferença para com estas novas e cada vez mais preocupantes formas de criminalidade transfronteiriça, o Tratado de
Maastricht veio enriquecer a construção europeia com uma nova dimensão: a cooperação em matéria de Justiça e Assuntos Internos (CJAI).
Tal matéria passou assim a fazer parte integrante do jargão comunitário após a entrada em vigor do Tratado de Maastricht ou Tratado da UE,
em 1 de Novembro de 1993. De facto, uma das principais inovações deste
Tratado diz respeito à identificação de um conjunto de domínios de interesse comum nos quais os Estados-membros se propõem cooperar, designadamente, em matéria de asilo e imigração, passagem das fronteiras
externas, combate ao tráfico de droga e à fraude de dimensão internacional, cooperação judicial em matéria civil e penal, cooperação aduaneira e
policial.
Trata-se de um conjunto de matérias que relevam tradicionalmente das
áreas de competência dos Ministérios da Justiça e da Administração
Interna, mas que são consideradas fundamentais para a plena concretização do objectivo da livre circulação de pessoas no espaço comunitário.
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Assiste-se hoje, nomeadamente na área da chamada criminalidade económica, à criação de sociedades vocacionadas única e exclusivamente para
a prática de crimes ou para facilitar ou encobrir a sua execução. A evolução da técnica propiciou novas e perigosas formas de delinquência. Os circuitos criminosos englobam hoje a circulação de grandes capitais e a
movimentação de inúmeras pessoas e organizações, frequentemente à
escala internacional ou global, em prol de um fim comum, a obtenção de
lucros fabulosos provenientes da prática criminosa.
Na realidade, existem laços estreitos entre o conceito da livre circulação de pessoas, a remoção das fronteiras internas e a necessidade de medidas compensatórias a que anteriormente fizemos já alusão, tais como a
adopção de um sistema uniforme de controlo das fronteiras externas, uma
política comum relativamente aos nacionais de países terceiros ou a cooperação judicial e policial no sentido de evitar e combater a imigração
clandestina, o tráfico de droga ou a criminalidade internacional lacto
sensu.
Apesar de se tratar de um domínio extremamente sensível da acção da
União, porque lida com matérias nas quais existem práticas e tradições
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extremamente diversificadas entre os Estados-membros e temas que têm
uma implicação directa no dia-a-dia dos cidadãos, a cooperação na área da
JAI tem sido uma matéria na qual a acção política da UE tem vindo a
registar um crescimento importante nos últimos anos.
Com o Tratado de Amsterdão, que procedeu à revisão do Tratado da
UE, foi introduzido no art.º 2º deste Tratado um novo objectivo que consiste na “manutenção e desenvolvimento da União enquanto espaço de liberdade, de segurança e de justiça, em que seja assegurada a livre circulação de
pessoas, em conjugação com medidas adequadas em matéria de controlos na
fronteira externa, asilo e imigração, bem como de prevenção e combate à criminalidade”.
Em Outubro de 1999 realizou-se, sob presidência Finlandesa, o
Conselho Europeu de Tampere o qual teve como objectivo a adopção de
medidas tendentes a reforçar essa mesma construção de um espaço de
liberdade, de segurança e de justiça. Tampere apontou como linhas orientadoras na área da JAI para os próximos anos: a elaboração de uma política comum de migração e asilo; a criação de um verdadeiro espaço
europeu de justiça; e a luta contra a criminalidade organizada transnacional.
Durante a Presidência Portuguesa da EU, em Maio de 2000, foi aprovada a Convenção relativa ao Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria
Penal entre os Estados-membros da UE, a qual tem como principal objectivo munir os vários operadores do direito de um instrumento operacional válido para a luta contra a criminalidade transfronteiriça, procurando
melhorar a cooperação judiciária mútua entre Estados-membros, mormente através da adaptação dos procedimentos às novas tecnologias, por
forma a facilitar a descoberta dos autores das infracções penais cometidas,
a confiscação dos lucros obtidos, bem como, a procura e consequente
recolha de provas. Tal Convenção encontra-se actualmente em processo
de ratificação.
Dando sequência às conclusões do Conselho Europeu de Tampere, o
art.º 13º desta Convenção prevê a criação e funcionamento de equipas de
investigação conjuntas, como primeira etapa na luta contra o tráfico de
seres humanos e de estupefacientes, bem como, contra o terrorismo.
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Em conformidade com o disposto no art.º 1º do respectivo projecto de
Decisão-quadro, “As autoridades competentes de dois ou mais Estados-membros podem criar, de comum acordo, uma equipa de investigação conjunta
para um objectivo específico e por um período limitado, que poderá ser prolongado com o acordo de todas as partes, para efectuar investigações criminais
relacionadas com o tráfico de estupefacientes e de seres humanos e com o terrorismo, num ou em vários Estados-membros que criarem a equipa”.
Em virtude dos recentes acontecimentos nos EUA, a Presidência Belga
convocou um Conselho de JAI extraordinário, que se realizou em 20 de
Setembro p. p., com o objectivo de permitir uma discussão orientadora
sobre as medidas a adoptar na luta contra o terrorismo, tendo, o
Conselho, entre outras medidas, convidado as autoridades competentes
dos Estados-membros a constituir, tão rapidamente quanto possível, equipas conjuntas de investigação compostas por policias e magistrados especializados na luta anti-terrorista e de representantes da unidade ProEurojust e da Europol, a fim de coordenar as investigação em curso em
matéria de terrorismo. Ainda no âmbito deste mesmo Conselho de JAI foi
também analisado o projecto de Decisão-quadro acima mencionado, o
qual mereceu o melhor acolhimento, em virtude de se tratar de um instrumento que permitirá que as autoridades responsáveis pelas investigações e acções penais lutem contra o terrorismo de uma forma coordenada.
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Nessa medida, a Bélgica, a França, a Espanha e o Reino Unido apresentaram já uma iniciativa tendente à aprovação de uma Decisão-quadro
relativa a tais equipas de investigação conjuntas, a qual possibilitará a
antecipação da entrada em vigor desse referido art.º 13º da Convenção.
Cumpre aqui referir que a Presidência Portuguesa tinha já apresentado, no Conselho JAI, realizado em Março de 2000, uma iniciativa visando antecipar a aplicação do art.º 13º da Convenção relativa ao Auxílio
Judiciário Mútuo em Matéria Penal, tendo a respectiva discussão entretanto sido suspensa.
Para além do referido projecto de Decisão-quadro relativo às equipas
de investigação conjuntas, outros projectos em matéria de JAI se encontram já em avançada fase de elaboração, tendo inclusivamente os respectivos trabalhos ganho novo impulso na sequência dos acontecimentos de
11 de Setembro nos EUA e aqui já mais que uma vez relembrados.
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Assim e tendo em vista a aprovação de uma Decisão-quadro sobre a
luta contra o terrorismo, vêm-se intensificando os trabalhos no âmbito
do Conselho da UE, por forma a alcançar, no mais breve lapso de tempo
possível, uma definição mais rigorosa dos tipos penais de infracções susceptíveis de integração no conceito de terrorismo, nomeadamente, com
vista a excluir do âmbito daquela Decisão-quadro outros comportamentos legalmente considerados admissíveis, tais como, a título de mero
exemplo, o exercício do direito à greve ou a realização de manifestações
anti-globalização.
Refira-se, também a título de mero exemplo, que alguns países, como
é o caso do Reino Unido, da Irlanda e da Dinamarca, nem sequer conheciam, face à suas respectivas ordens jurídicas, o conceito de associação criminosa. Daí que o conceito de crime de organização terrorista se encontre presentemente a ser objecto de certas precisões na sua formulação técnico-jurídica.
Além deste, um outro projecto tendente à criação de um instrumento
que tendencialmente venha substituir o mecanismo de extradição na UE,
pelo da entrega de pessoas dentro do espaço comum europeu, se encontra na ordem do dia. Falamos da preparação da futura Decisão-quadro
sobre mandado de detenção europeu.
A preparação de tal instrumento assenta no princípio do reconhecimento mútuo (que Tampere definiu como pedra angular da cooperação
judiciária penal e civil na UE), princípio que pressupõe a confiança recíproca nos respectivos sistemas jurídicos, incorporando direitos e garantias
fundamentais, à luz da Convenção Europeia de Direitos do Homem e tal
como são lembrados na Carta Europeia dos Direitos Fundamentais.
Elencadas assim algumas das mais importantes e actuais iniciativas
relativas à Cooperação em matéria de JAI, todas elas voltadas para o necessário reforço das garantias de segurança dos cidadãos no seio da UE, não
poderíamos terminar sem deixar aqui consignada uma breve referência à
Unidade ou Serviço Europeu de Polícia (EUROPOL).
A EUROPOL foi prevista na Convenção com o mesmo nome, assinada em 1995, mas apenas veio efectivamente a entrar em funcionamento, substituindo a anterior Unidade de Droga da Europol, em 1 de Julho
de 1999.
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Em concreto, o trabalho da EUROPOL consiste, nomeadamente, em
armazenar as informações, facilitar as investigações, recensear as competências especializadas existentes e facilitar os contactos entre investigadores e magistrados especializados.
Todos os Estados-membros se encontram conectados com este serviço
europeu de polícia, sediado em Haia, cabendo-lhes indicar a respectiva
unidade nacional incumbida de executar aquelas tarefas e que é, ao fim de
contas, o único organismo de ligação entre a EUROPOL e os serviços
nacionais competentes.
Para alguns, a EUROPOL não passará, no fundo, de uma mera encruzilhada de informações para as várias investigações em curso contra o crime
organizado, efectuadas pelas polícias nacionais. Fundamentam esses tal visão
pessimista no simples facto de a EUROPOL não poder, ela própria, abrir
uma investigação, infiltrar-se num cartel ou, simplesmente, proceder a
detenções.
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De acordo com a previsão do Tratado de Amsterdão, a EUROPOL
tem por objectivo tornar-se o principal instrumento de coordenação entre
os diferentes serviços nacionais de polícia de toda a UE, sendo competente em matéria de combate ao tráfico de estupefacientes, de produtos
nucleares e de veículos roubados, ao tráfico de seres humanos, ao branqueamento de capitais associado a esses tráficos, à criminalidade ligada às
redes de imigração clandestina, à contrafacção do euro e ao terrorismo.
É certo que os seus Agentes não têm armas, situação que, aliás, terá já
levado um dos seus dirigentes a afirmar, em manifesto tom de brincadeira, que “a única arma da EUROPOL seria o rato (do computador).”
Porém, ninguém duvidará da importância da missão de coordenação
por si desempenhada e hoje absolutamente indispensável em matéria de
Cooperação nas áreas que aqui vimos tratando, ou seja, as da JAI.
Gostaria ainda, por fim, mas sem que a isso conceda menor importância, muito pelo contrário, e aproveitando a presença entre nós do meu
querido colega e inestimável amigo espanhol, D. Luís Garcia Mañá, de
realçar a excelente cooperação policial que vem pautando as relações entre
a Polícia Judiciária e o Cuerpo Nacional de Policía, designadamente, ao
nível da Directoria do Porto e de toda a Polícia da Galiza.
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Funda-se tal cooperação, não só nos tratados e acordos internacionais
e bilaterais celebrados entre Portugal e Espanha, mas também e sobretudo, numa sólida e duradoura confiança pessoal, paulatinamente cimentada entre polícias desta Euro-região.
Terminaria esta comunicação, afinal já demasiado extensa, dizendo
que o medo do crime tem constituído um campo fértil no âmbito da criminologia, sobretudo, desde a década de setenta. Winfried Hassemer,
reputado especialista nessa matéria, escreveu, todavia, que “a criminalidade e o medo não mantêm entre si a mesma relação que o fenómeno e o espelho. A sensação de ameaça que o cidadão sente, o medo que lhe provoca o crime
organizado, não são meros reflexos da ameaça realmente existente. Esses sentimentos, hoje tão largamente difundidos entre a população europeia, têm causas mais profundas, nomeadamente, a destruição do tecido social e a perda de
solidariedade entre os seres e os povos. [...] Toda a evolução das nossas sociedades [democráticas ocidentais] vai no sentido de uma crescente solidão do indivíduo, de uma dessolidarização, da glorificação e do reforço do mais forte em
detrimento progressivo do mais fraco”.
Subjacente a este pensamento de Hassemer estará, certamente, a ideia
de desumanização dos povos, como consequência mais ou menos próxima
da vivência num mundo plural, sem ideologias sólidas e potentes, em
sociedades abertas e secularizadas, instaladas no liberalismo económico e
político e fortemente dominadas pelo consumismo.
Será, pois, este, também, um dos contextos que mais vem favorecendo
o crescimento da criminalidade transnacional na Europa.
E esse seria, com toda a certeza, mais um excelente motivo para a realização de outras jornadas.
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Antonio Salgado Rosa Manuel Mariño Castro