Universidade Federal do Rio de Janeiro GÊNEROS ORAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA Welington de Almeida Cruz Faculdade de Letras / UFRJ 2012 ii GÊNEROS ORAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA Welington de Almeida Cruz Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro como quesito para a obtenção do Título de Mestre em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa). Orientador: Profa. Doutora Leonor Werneck dos Santos Rio de Janeiro Julho de 2012 iii Gêneros Orais nos Livros Didáticos de Língua Portuguesa Welington de Almeida Cruz Orientadora: Professora Doutora Leonor Werneck dos Santos Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas. Examinada por: ______________________________________________ - Orientadora Presidente, Profa. Doutora Leonor Werneck dos Santos - UFRJ _________________________________________________ Profa. Dra. Maria da Graça Soares - UFRN _________________________________________________ Profa. Dra. Luciana Pereira da Silva - UTFPR _________________________________________________ - Suplente Profa. Dra. Eliete Silveira - UFRJ _________________________________________________ - Suplente Profa. Dra. Claudia de Souza Teixeira - IFRJ Rio de Janeiro Julho de 2012 iv Cruz, Welington de Almeida. Gêneros Orais nos Livros Didáticos de Língua Portuguesa/ Welington de Almeida Cruz. Rio de Janeiro: UFRJ/ Faculdade de Letras, 2012. xii, 176f.: il. Orientadora: Professora Doutora Leonor Werneck dos Santos Dissertação (mestrado) – UFRJ/ Faculdade de Letras/ Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas, 2010. Referências Bibliográficas: f. 124-128. 1. Gêneros Textuais. 2. Linguística Textual. I. Santos, Leonor Werneck dos. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas. III. Gêneros Orais nos Livros Didáticos de Língua Portuguesa. v RESUMO Gêneros Orais nos Livros Didáticos de Língua Portuguesa Welington de Almeida Cruz Orientadora: Professora Doutora Leonor Werneck dos Santos Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pósgraduação em Letras Vernáculas, Faculdade de Letras, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Letras Vernáculas. Essa pesquisa procura evidenciar como são apresentados os conteúdos referentes à oralidade e aos gêneros orais públicos nos Livros Didáticos destinados ao segundo ciclo do Ensino Fundamental que foram aprovados pelo PNLD 2011. Nosso trabalho procura ser uma releitura dos artigos apresentados por Marcuschi (1997, 2005), que apontam a pequena quantidade de atividades que envolvem algum expediente oral. Por conta disso, nosso trabalho avaliou (i) se os livros didáticos cumprem as demandas propostas pelos PCN (1998), que indicam a necessidade de favorecer a proficiência do aluno em situações de interação orais formais; (ii) qual o embasamento teórico que sustenta o trabalho com o texto de modalidade oral no Manual do Professor e qual correspondência dessa teoria com a prática proposta nas atividades do Livro; (iii) se as atividades propostas são adequadas de acordo com as mais recentes teorias que envolvem as práticas discursivas em modalidade oral. Nossa hipótese principal é que, embora haja uma evolução nos estudos linguísticos em relação a essa modalidade de língua, os Livros Didáticos, em sua maioria, ainda não conseguiram tornar práticas essas teorias. Avaliando quatorze coleções aprovadas pelo PNLD 2011, pudemos perceber que, embora haja uma quantidade maior de atividades que explorem a fala nos Livros Didáticos em relação aos trabalhos de Marcuschi (1997, 2005), muitas delas ainda carecem de uma sistematização mais adequada. Isso porque, a oralização da escrita (MARCUSCHI, 2005) ainda é a atividade mais recorrente, juntamente com as propostas de debates, gênero que não é discutido, pela maioria dos livros, em relação à sua composição, mas sim em função da temática que abordam. Nesse sentido, muito ainda há que se fazer para efetivar o trabalho com a oralidade e com o próprio gênero oral. Palavras-chave: gêneros textuais; oralidade; Livro Didático; PNLD 2011. ABSTRACT vi ORAL GENRES IN PORTUGUESE LANGUAGE TEXTBOOKS Welington de Almeida Cruz Orientadora: Professora Doutora Leonor Werneck dos Santos Abstract of the Master’s dissertation submitted to Programa de PósGraduação em Letras Vernáculas, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, as part of requirements for obtaining the title of Master in Vernacular Letters (Portuguese Language). This research attempts to show how the contents concerning orality and oral genres in public are presented in textbooks for the second cycle of Basic Education, approved by PNLD 2011. Our work tries to be a new reading of the papers presented by Marcuschi (1997, 2005), pointing to a small number of exercises that involve some oral activities. Because of this, our study evaluated (i) if the textbooks comply with the demands proposed by PCN (1998), which indicate the need to promote the proficiency of the student in situations of formal oral interaction, (ii) what is the theoretical basis that supports the work with the text of the oral mode on Teacher's Guide and if there is a correspondence between theoretical proposal and practice activities proposed in the book, (iii) if the activities are appropriate according to the latest theories surrounding the discursive practices in oral modality. Our main assumption is, although there is an evolution in studies related to orality, most of textbooks have not made such theories reality. Evaluating fourteen collections approved by PNLD 2011, we realized that – despite the larger number of activities that explore speech in textbooks, based up in Marcuschi (1997, 2005) – many of them present a lack of systematicity. This is because the writing oralization (Marcuschi, 2005) is still the most recurrent activity, besides proposals for debates, gender is not discussed by the majority of books in relation to its composition, but according to the theme that focus on. In this sense, there is still much to be done to accomplish the work with orality and the oral genre itself. Keywords: textual genres; orality; Portuguese Textbooks; PNLD 2011. vii Ao meu pai. viii AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a Deus, “porque dEle e por Ele, e para Ele são todas as coisas”. (Romanos 11:36) Agradeço a minha família, aos meus irmãos, meus parentes mais próximos e principalmente a minha mãe, que me gerou, me criou, me sustentou e me apoiou incondicionalmente. Obrigado por fazer de mim o que sou hoje. Agradeço aos meus amigos, próximos ou distantes, que compartilharam todas as agruras e louros dessa caminhada. Agradeço, em especial, a Priscila, mais que uma amiga. Uma irmã. Agradeço a Danielle, que sempre foi mais do que eu fiz por merecer. Agradeço a minha orientadora, Professora Leonor Werneck dos Santos, por ter me aturado desde o CPV até o mestrado. Gostaria de poder ser tão responsável, coerente, dedicado e altruísta quanto a senhora é no desempenho de suas funções. É um exemplo. Agradeço ao Curso Pré-Vestibular de Nova Iguaçu, talvez um dos grandes motivadores para que esse trabalho se fizesse. Todas as experiências que tive me formaram e fizeram com que eu me transformasse no profissional que sou hoje. Agradeço à UFRJ, casa que, em princípio, rejeitei, mas que, se não fosse por ela, não teria todas as oportunidades que tenho hoje. Toda a minha formação acadêmica e profissional devo a essa instituição. Agradeço às editoras que colaboraram para a realização dessa pesquisa, cedendo as obras que aqui foram analisadas. Agradeço, também, aos amigos professores que cederam seus livros para o mesmo fim. Agradeço a todos que, ao longo dessa caminhada, compartilharam sorrisos e fizeram desse caminho mais curto. ix SUMÁRIO ÍNDICE DE TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS................................................xi 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13 2 – A LINGUÍSTICA DO TEXTO E SEU OBJETO DE ESTUDO ..................... 18 2. 1 – Conceitos de texto............................................................................... 18 2. 2 – Gênero textual: definições................................................................... 27 2. 2. 1 – Gêneros textuais orais ................................................................ 39 2. 2. 2 – Gêneros orais na escola ............................................................. 45 2. 2. 2. 1 – Por que ensinar oralidade na escola? ................................ 47 2. 2. 2. 2 – Como ensinar oralidade na escola? ................................... 49 3 – ANÁLISE DO GUIA PNLD 2011 E DOS LIVROS DIDÁTICOS .................. 58 3. 1 – Metodologia......................................................................................... 58 3. 2 – O Guia de Livros Didáticos de LP – PNLD 2011 ................................. 62 3. 3 – Coleções aprovadas pelo PNLD 2011 ................................................ 74 3. 3. 1 – Sem menção à oralidade ............................................................ 74 3. 3. 1. 1 – Diálogo – edição renovada ................................................. 74 3. 3. 1. 2 – Linguagem: criação e interação ......................................... 77 3. 3. 1. 3 – Para viver juntos - Português ............................................. 81 3. 3. 1. 4 – Português – Ideias & Linguagens ....................................... 87 3. 3. 1. 5 – Português – Uma proposta para o letramento.................... 89 3. 3. 2 – Menção positiva em relação à oralidade ..................................... 92 3. 3. 2. 1 – Português - Linguagens ..................................................... 92 3. 3. 2. 2 – Projeto Radix - Português .................................................. 94 3. 3. 3 – Menção negativa em relação à oralidade .................................... 98 3. 3. 3. 1 – A aventura da linguagem.................................................... 98 3. 3. 3. 2 – Para ler o mundo – Língua Portuguesa ............................ 100 3. 3. 3. 3 – Português – A arte da palavra .......................................... 104 x 3. 3. 3. 4 – Projeto ECO – Língua Portuguesa .................................. 109 3. 3. 3. 5 – Trajetórias da palavra – Língua Portuguesa..................... 111 3. 3. 3. 6 – Tudo é linguagem ............................................................. 113 3. 3. 3. 7 – Viva Português ................................................................. 116 3. 4 – Observações gerais das coleções e do Guia PNLD 2011 ................. 118 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 120 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 124 ANEXOS – QUADROS DE AVALIAÇÃO DAS COLEÇÕES .......................... 129 xi ÍNDICE DE TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS Esquema 1 – Representação do contínuo dos gêneros textuais na fala e escrita ............................................................................................................... 43 Esquema 2 – Esquema da sequência didática ................................................ 50 Figura 1 - Exemplo de intergenericidade ........................................................ 36 Figura 2 – Trabalho com marcadores conversacionais – Coleção Diálogo. .... 76 Figura 3 – Interação oralidade/escrita na contação de histórias – Coleção Linguagem: criação e interação ....................................................................... 79 Figura 4 – Comparação transcrição / retextualização – Coleção Para viver juntos ................................................................................................................ 84 Figura 5 – Comparação transcrição / retextualização – Coleção Para viver juntos ................................................................................................................ 85 Figura 6 – Produção de entrevista – Coleção Projeto Radix – Português ....... 96 Figura 7 – Atividade de retextualização – Coleção Para ler o mundo ........... 103 Figura 8 – Produção de entrevista – Coleção Português – a arte da palavra 106 Figura 9 – Marcadores conversacionais - Coleção Português – a arte da palavra............................................................................................................ 107 Gráfico 1 – Avaliação dos quadros esquemáticos ........................................... 65 Gráfico 2 – Quantitativo de gêneros orais por série ........................................ 69 Gráfico 3 – Quantitativo de gêneros orais por agrupamento de similaridades 71 Quadro 1 – Distinções entre língua falada e língua escrita ............................. 40 Quadro 2 – Aspectos tipológicos ..................................................................... 53 Quadro 3 – Operações de produção do texto escrito a partir do texto falado.. 56 xii Quadro 4 – Distribuição de gêneros pelos volumes das coleções de acordo com o Guia PNLD 2011.................................................................................... 67 Quadro 5 – Gêneros orais para os 3º e 4º ciclos do EF .................................. 73 1 – INTRODUÇÃO É grande a quantidade de estudos que surgiu nas últimas décadas a respeito dos gêneros textuais e suas aplicações para o ensino produtivo de língua. Essa “virada” teórica, que sai de uma concepção puramente estruturalista para uma que tenha por foco o caráter interacional da linguagem, foi aceita e adotada como postura sistemática a ser aplicada em todas as escolas de educação básica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1998), norteadores do trabalho docente, não deixam negar essa afirmação. Contudo, muitas das práticas educacionais que dizem trabalhar com os gêneros parecem adotá-los de forma incompleta e, até mesmo, equivocada. Mais que um simples modismo, o trabalho com os gêneros tem de ser compreendido de um ponto de vista educacional e interativo. Educacional porque os gêneros correspondem à língua em uso, em situações práticas de comunicação. Interativo porque permitem ao indivíduo uma apropriação mais ampla e funcional de sua própria língua. Não há língua sem interação, assim como não há ensino produtivo e eficaz sem que se aborde esse aspecto linguístico. É na interação – e por ela – que o individuo se constrói e constrói o mundo a sua volta. O espaço escolar procurou adaptar-se a essas recentes implicações, tornando-se o gênero o foco da perspectiva em muitos dos trabalhos realizados. Assim, essa nova postura tem sido amplamente difundida e suas contribuições já podem ser comprovadas diante da vasta literatura que encontramos a respeito. O que não encontramos de forma tão ampla assim é uma análise efetiva dos gêneros de modalidade oral em sala de aula. Embora façamos parte de uma sociedade em que as relações se estabelecem, privilegiadamente, no domínio da escrita, a comunicação oral é a mais antiga e “internalizada” pelos falantes, mas parece ser a mais abandonada pela escola, ainda que os PCN (BRASIL, 1998) e os teóricos que se pautam no estudo de gêneros defendam seu ensino. Os gêneros de modalidade oral são considerados, pela maioria das escolas, dominados pelos alunos. Não é raro encontrarmos os que defendem a máxima de que “falar o aluno já sabe, mas não escrever”. Essa “máxima” se fundamenta em vários 14 dos preceitos que foram desconstruídos pela dita “virada” que apontamos a priori. Muitos trabalhos têm sido publicados em que a temática principal é justamente a crítica a essa concepção do trabalho – ou da falta dele – com a oralidade. Como base para a investigação aqui realizada, tomamos os trabalhos de Marcuschi (1997, 2005) em que o autor procura apresentar o lugar da fala no espaço escolar e no Livro Didático de Língua Portuguesa (LD). As conclusões apresentadas no primeiro trabalho já eram preocupantes: a oralidade em geral era vista com descaso pelos autores desses manuais, chegando à marca de 2% do quantitativo geral de um livro com 200 páginas de média e mesmo esses 2% não versam especificamente sobre práticas de produção oral, mas de reprodução oral de textos escritos (MARCUSCHI, 1997, p.45). Cerca de uma década depois da primeira publicação, as conclusões a que chegou Marcuschi (2005) não eram diferentes. Os mesmos problemas, como a falta de uma terminologia específica, a persistente dicotomia fala/escrita, a abordagem quase exclusivamente variacionista e o privilégio a praticas de oralização ainda fundamentam o trabalho com a oralidade nos LD. Por entender que esses dois trabalhos são fundamentais, tanto por apresentarem uma análise atenta dos manuais, quanto por indicar possibilidades de mudança de perspectiva para as novas publicações de livros didáticos, fundamentamos neles nossa pesquisa. Já que o trabalho com o gênero de modalidade oral é deixado de lado devido a uma prioridade excludente que se dá ao estudo dos gêneros de modalidade escrita, como já atestara Marcuschi (1997, 2005), esta pesquisa se propõe a observar como são propostos os estudos de oralidade no âmbito escolar, com um olhar particular sobre como os gêneros orais apresentados e discutidos nos LD do segundo segmento do Ensino Fundamental aprovados no PNLD 2011. Essa particularização se mostra relevante tendo em vista que o livro didático é, muitas vezes, o único suporte teórico que professores e alunos encontram na sua prática de sala de aula. Dessa perspectiva resulta o principal problema a ser discutido neste estudo: de acordo com o que dizem os PCN (1998) e, também de acordo com as mais recentes teorias sobre o ensino de língua, os livros didáticos 15 aprovados pelo PNLD 2011 apresentam trabalho com a oralidade, em especial com os gêneros orais, objetivando o efetivo desempenho desse aluno em situações interacionais formais públicas? Em Marcuschi (1997, 2005), percebemos uma prospecção em relação ao trabalho com esses gêneros a partir de 90: A bem da verdade, deve-se registrar que nos últimos anos vem-se notando um progressivo aumento das sugestões de estudos sobre a fala. Os anos 90 marcam uma guinada extraordinária nesse sentido e certamente nos próximos anos teremos cada vez mais observações sobre a questão. Isso permite esperar que os autores de obras didáticas já não se mostrem mais insensíveis ao que sugerem os teóricos da linguística. Creio que os PCN, malgrado suas posições restritivas e sem uma concepção de língua mais nítida, servirão para dar aos estudos da oralidade um lugar mais adequado e mais explicitude sobre o tema. (MARCUSCHI, 1997, p.46/ 2005, p.26) Passados quinze anos após o primeiro estudo, a esperança de Marcuschi (1997,2005) serve como hipótese de nossa pesquisa: os LD ainda hoje apresentariam um trabalho insuficiente em relação à oralidade, priorizando atividades de leitura e oralização em detrimento de práticas orais que levem em conta os gêneros textuais e as diferentes práticas sócio-interacionais que ocorrem por meio dessa modalidade, dentro e fora do ambiente escolar. Norteada por essa hipótese, essa pesquisa tem por objetivos: (i) apresentar uma revisão das teorias sobre os gêneros textuais, sobretudo os de modalidade oral; e (ii) observar, à luz dessas teorias, o trabalho efetivo dos livros didáticos em relação aos gêneros orais e às atividades de oralidade. É importante deixarmos claro, de antemão, um problema oriundo da análise e que ampliou o foco de nossa pesquisa. Em princípio, nosso trabalho observaria somente os gêneros orais discutidos pelos livros didáticos. Contudo, uma abordagem mais ampla se mostrou necessária tendo em vista os dados encontrados. O Guia do Programa Nacional do Livro Didático do Ensino Fundamental (PNLD) 2011 e os livros didáticos por ele aprovados não fazem uma distinção específica entre oralidade e gêneros orais. Assim, paralelamente ao estudo dos gêneros orais, as demais atividades que envolvem oralidade (relação fala/escrita, atividades de dramatização e interpretação oral etc.) serão, também, discutidas. Desse modo, serão contrastados, de um lado, o trabalho com a oralidade, de um ponto de vista mais amplo, abrangendo os gêneros orais e os elementos composicionais desses gêneros, e, de outro, as 16 práticas de oralização, já apontadas por Marcuschi (1997, 2005), em que são ignorados os contextos de produção textual real, mas correspondem somente à leitura em voz alta de textos escritos. No segundo capítulo desta dissertação, apresentaremos os pressupostos teóricos que norteiam esta pesquisa. Dentre eles, destacamos a conceituação de texto e gênero, que serão retomadas como ponto de partida para as discussões sobre o gênero oral. Num primeiro momento, uma análise mais abrangente das propostas filosóficas apontadas por Bakhtin (2010 [1979]), precursor contemporâneo dos estudos de gêneros textuais. A seguir, uma análise mais específica sobre as formas como esses estudos se apresentam hoje. Após essa sistematização, pontuaremos as especificidades do gênero oral e uma distinção entre fala e oralidade; afinal, é por considerá-las sinônimas que muitas incoerências teóricas ocorrem. O continuum oralidadeescrita também será explorado, tendo em vista que o estudo de um apresenta implicações no outro, justamente por não serem polos estanques de uma dicotomia. Ainda no segundo capítulo, verificaremos como as implicações desses estudos teóricos ganham espaço na prática docente por meio da análise das propostas pedagógicas que norteiam o ensino de língua. De igual forma, verificaremos algumas das propostas mais recentes em que o trabalho com a oralidade em sala de aula se efetiva. O terceiro capítulo será dedicado à análise propriamente dita, em que serão examinados: (i) o Guia, publicado pelo PNLD 2011, que apresenta os livros aprovados na avaliação proposta pelo Ministério da Educação e que seriam os representantes do que melhor tem sido produzido para o trabalho em Língua Portuguesa (LP) para as séries finais do Ensino Fundamental – sexto ao nono anos, (ii) os Manuais do Professor das coleções aprovadas, que devem orientar teórico-metodologicamente o trabalho com esses gêneros, (iii) as atividades propostas para o trabalho com a oralidade nos livros aprovados no Guia PNLD 2011 e (iv) como – ou se – as propostas dos livros didáticos coincidem com as mais recentes teorias de trabalho com os gêneros orais. Vemos, portanto, que será uma avaliação muito mais qualitativa do que quantitativa, embora quantifiquemos os resultados em alguns momentos para melhor visualização dos objetos em análise. Além disso, a pesquisa é, também, 17 documental, já que observa profundamente todas as coleções sob a perspectiva teórica do trabalho com gêneros textuais orais, fornecendo uma análise pormenorizada dessas coleções, como pode ser visto no Anexo, ao final desse trabalho. No quarto capítulo, serão apresentadas algumas conclusões a que pudemos chegar com este estudo. Não temos a pretensão de esgotar as possibilidades de discussão sobre as atividades com a oralidade nos livros didáticos, mas esperamos colaborar para novas pesquisas e estudos que favoreçam um desenvolvimento mais profícuo do alunado nos mais diversos gêneros orais. 18 2 – A LINGUÍSTICA DO TEXTO E SEU OBJETO DE ESTUDO 2.1 – Conceitos de texto A Linguística do Texto (LT) surgiu na década de 60 e se firmou como uma ciência que procura associar o estudo dos elementos linguísticos às situações contextuais, que excedem um status de extralinguístico para fazer parte de um composto que vai além da frase: o texto. Assim, parte do texto para compreender os processos que estão envolvidos na produção de comunicação. É importante perceber como a própria LT, como se apresenta hoje, passou por um processo de consolidação. O primeiro momento dessa teoria fundou-se unicamente sobre o texto e como ele é composto. Caberia à LT identificar os mecanismos que fariam com que um conjunto de frases pudesse adquirir estatuto de texto como produto. Era preciso, pois, analisar os elementos que favoreceriam a “textualidade”. Nesse ponto, a LT não se distinguiria muito de estudos anteriores, como o Estruturalismo, já que estaria somente elevando a observação da frase a uma análise sistêmica e decomposicional do texto. Essa primeira fase de estudos, também chamada de gramática transfrástica, ainda é vista por muitos como a única contribuição da LT aos estudos linguísticos. Embora tenham sido importantíssimas as contribuições dessa fase aos constructos de textualidade, como os mecanismos de coesão e coerência, a visão fragmentária que se tinha desses elementos a princípio fazia com que fossem analisados de forma compartimentalizada. Então, uma gramática que só observasse o texto como objeto pronto retomaria em muito os conceitos do Estruturalismo, ampliando o campo de estudos da frase para o texto. A análise seria menos qualitativa que quantitativa. Na tentativa de minimizar esse problema, passou-se a compreender a LT como uma ciência que teorizaria o próprio texto, ou seja, cabe a LT delimitar o que é o texto ou não, bem como a capacidade de o falante produzi-los. O objeto de estudos, entretanto, ainda não estava estabelecido de acordo com as propostas efetivas de um trabalho que visasse à comunicação, afinal, de que modo considerar um dado conjunto de palavras 19 um texto coerente sem predispor de elementos contextuais – e contratuais – em sua avaliação? Se a LT fundou-se justamente por uma crítica a linguística da frase, não poderia repetir os pressupostos dessa. Assim, muitos estudiosos reviram sua posição quanto aos fundamentos da LT e, além de avaliar como os mecanismos de textualidade atuam no interior de um texto e delimitar o que é ou não texto de acordo com os elementos de coerência nele inseridos, coube à LT uma sistematização desse objeto em sua totalidade no que se refere à interação entre os parceiros comunicativos. Nesse sentido, a grande contribuição da LT, a partir da década de 90, passa a ser a nova visão sobre seu objeto de estudo: se antes, assim como a frase, era um produto que deveria ser analisado, agora o texto é um processo de construção de sentidos, que só pode ser compreendido quando se tomam como base os modelos sociocomunicativos de sua produção. É nessa perspectiva pragmática que se situa a LT atualmente. Assim, após uma primeira fase em que predominou uma orientação teórica sintático-semântica e em que se cogitou a elaboração das gramáticas textuais, os linguistas de texto sentiram a necessidade de ir além, visto ser o texto a unidade básica da comunicação/interação humana. Foi então que a adoção de uma perspectiva pragmática conquistou proeminência nas pesquisas sobre o texto. (KOCH, 2008, p.12) Marcuschi (2008c, p.73) procura definir essa ciência como [...] o estudo das operações linguísticas, discursivas e cognitivas reguladoras e controladoras da produção, construção e processamento de textos escritos ou orais em contextos naturais de uso. Portanto, à atual LT cabe muito mais que detectar os mecanismos de textualidade, mas avaliar como ocorre o processamento textual, que pressupõe uma série de eventos sócio-cognitivos e interacionais atualizados pelo falante no momento da produção. Enquanto objeto de estudo da LT, o texto também teve seu conceito revisto, acompanhando as mudanças pelas quais essa teoria passou. Além disso, outras teorias com base epistemológicas nas teorias do discurso, como a Análise Semiolinguística do Discurso e a Semiótica, conversam com a LT no 20 que concerne ao conceito de texto e, cada uma a seu modo, completam-lhe a noção sobre a qual se pautará este estudo. Antes, porém, de observarmos o conceito específico de texto com que trabalharemos, é importante compreender alguns outros elementos que concorrem à produção do próprio texto. É o caso, por exemplo, da enunciação e do enunciado. Entendida como um processo, a enunciação corresponde aos eventos interativos que coocorrem no ato comunicativo. Nesse sentido, um dado texto pode ser reproduzido em vários contextos, mas apresentar significações variadas de acordo com seu momento de produção e com o ato comunicativo de que faz parte. São esses contextos que correspondem à enunciação. É ela que, em certa medida, define o sentido de um texto. De acordo com Koch (2010, p. 11-12), a enunciação é o evento único e jamais repetido de produção do enunciado. Isso porque as condições de produção (tempo, lugar, papéis representados pelos interlocutores, imagens recíprocas, relações sociais, objetivos visados na interlocução) são constitutivas do sentido do enunciado: a enunciação vai determinar a que título aquilo que se diz é dito (grifos nossos). Assim, mais que um “suporte extralinguístico”, a enunciação integra o conteúdo proposicional de um texto e condiciona as possibilidades de sentido do que é dito. Benveniste (1988 [1966], p. 82) afirma que a enunciação “é o ato mesmo de produzir um enunciado e não o texto do enunciado [...] Este ato é o fato do locutor que mobiliza a língua por sua conta.”. Percebemos, então, que essa enunciação só se concretiza na língua por meio de enunciados, que correspondem à língua em uso, “a manifestação concreta de uma frase, em situações de interlocução” (KOCH, 2010, p.11). Ducrot (1989, p.13) diz que o enunciado é um segmento do discurso. Ele tem, pois, como o discurso, um lugar e uma data, um produtor e (geralmente) um ou vários ouvintes. É um fenômeno empírico, um observável, e, a este título, não se repete. Ducrot propõe, ainda, que, se fosse produzida uma mesma frase, como “o tempo está bom”, em situações diferentes e, mesmo que essa frase seja escrita e apresentada posteriormente a outrem, teremos, a cada emissão ou apresentação, um novo enunciado, visto que o momento de enunciação é 21 diverso. Nisso reside, portanto, a principal diferença entre o conceito gramatical de frase e o conceito de enunciado. Podemos perceber, pois, que enunciação e enunciado são as partes que compõem o discurso. Como afirma Benveniste (1988 [1966], p.267), É preciso entender o discurso na sua mais ampla extensão: toda enunciação que suponha um locutor e um ouvinte e, no primeiro, a intenção de influenciar, de algum modo, o outro. Já van Dijk (apud FÁVERO e KOCH, 2008 [1983], p.24) entende o discurso como “unidade passível de observação, aquela que se interpreta quando se vê ou se ouve uma enunciação, ao passo que texto é a unidade teoricamente reconstruída, subjacente ao discurso”. Compreendidos os conceitos de enunciação, enunciado e discurso, voltemos ao nosso objeto de estudo primeiro. O texto, tanto em sua dimensão formal, quanto em sua apreciação social, deve ser estudado como um todo comunicativo do qual dependem os seres para interagir. Logo, a definição de texto como um todo comunicativo, cuja propriedade só é definida pelos elementos que compõem a textualidade, recebe um acréscimo situacional indispensável à própria relação humana. Podemos concluir, portanto, que, mesmo que um dado elemento comunicativo tenha os mecanismos de tessitura textual, pode não ser considerado um texto. O oposto também é válido. É possível exemplificar essa ideia com o excerto que segue: Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo [...] (RAMOS, Ricardo. “Circuito fechado (1)” In: Circuito fechado. São Paulo: Martins Editora, 1972) O trecho acima pode ser considerado um texto, mesmo que não apresente os mecanismos textuais padronizados. Os elementos de coesão prototípicos não estão presentes, mas há somente a justaposição de uma série de substantivos. Não podemos dizer, contudo, que, por mais que faltem esses elementos, o exemplo acima não se trata de um texto narrativo complexo, com 22 todos os elementos que lhe são peculiares (personagem, tempo determinado, local específico, enredo, entre outros). O que faz desse agrupamento de palavras um texto não é, em primeira instância, a tessitura formal dos elementos que o compõem, mas a representatividade externa que essas palavras adquirem quando justapostas dessa maneira. Pelas experiências conciliadas de locutor e interlocutor, pode-se alcançar o estatuto de texto. Assim, percebe-se a importância do contexto, dos conhecimentos partilhados e dos procedimentos interacionais para a definição desse objeto. Se, da ausência de mecanismos de coesão, pode advir um texto, da falta de elementos de coerência também é possível: Eu tinha lá em casa dez garrafas de cachaça, da boa. Mas minha mulher obrigou-me a jogá-las fora. Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia. Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia. Peguei a terceira garrafa bebi o resto e joguei o copo na pia. Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo. Pequei o quinto copo joguei a rolha na pia e bebi a garrafa. Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto. A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia. Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa. Joguei a nona pia no copo, peguei na garrafa e bebi o resto. O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia. (Autor desconhecido) Esse texto, de ampla divulgação na internet, embora apresente elementos tipicamente coesivos, como o paralelismo sintático, fere algumas regras de coerência, como informatividade e adequação de relações semânticas. Contudo, pela compreensão que se tem do objetivo desse texto – fazer humor –, seria errôneo admitir que não se trata de outro exemplo de narrativa complexa. Portanto, não é válido compreender um texto somente pelos constructos formais que o compõem. Há, como os exemplos apresentados, vários outros em que as regras de coesão e coerência, princípios protagonistas na primeira fase da LT, são questionados. Assim, como alguns autores postulam, o texto pode ser encarado como uma unidade significativo-comunicacional, cuja propriedade interacional é indispensável à compreensão do conteúdo proposto. Segundo Schmidt (1973, apud KOCH, 2008, p. 13-14), cuja intenção era a associação entre a Sociolinguística e a LT de forma a conciliar o que as duas teorias tinham em comum, o texto pode ser visto como qualquer componente 23 verbal que se faz pertinente em um jogo discursivo específico, desde que a função comunicativa possa ser identificável em cada contexto. Além disso, Schmidt (1973) destaca que a intencionalidade do falante deve ser levada em consideração, já que pode determinar o conteúdo significativo de dado elemento textual. Assim, a comunicação só se efetivaria a partir do momento em que os interlocutores identificassem a função sociocomunicativa de um locutor, cuja textualidade poderia ser transmitida por quaisquer sinais, dentre eles o linguístico. Na perspectiva de que o texto não pode ser visto como um emaranhado de frases cujo sentido reside unicamente nas possibilidades paradigmáticas de alteração dessas ligações, Halliday & Hasan (1976, apud ADAM, 2008, p.23), procuram elucidar a questão, indicando que um texto [...] não é um simples encadeamento de frases [string of sentences]. Em outras palavras, não se trata de uma grande unidade gramatical, de alguma coisa de mesma natureza que uma frase, mas que se diferenciaria pelo tamanho – uma espécie de superfrase. Um texto não deve, de forma alguma, ser visto como uma unidade gramatical, mas como uma unidade de outra espécie: uma unidade semântica. Sua unidade é uma unidade de sentido em contexto, uma textura que exprime o fato de que, ao formar um todo [as a whole], ele está ligado ao meio no qual encontra-se situado. Poderíamos complementar essa definição com as ideias apontadas por Fávero e Koch (2008 [1983]), de que um texto pode ser representado, num sentido amplo, por qualquer forma de comunicação, falada, escrita, visual, gestual. Em uma visão mais estrita, as autoras procuram compreender o texto como uma unidade de forma e sentido, ampliando, assim, o conceito proposto por Halliday & Hasan (1976). Além disso, Fávero e Koch (2008 [1983]) observam o fator “textualidade”, inerente a qualquer texto. Se, no Estruturalismo, a tentativa era isolar a menor unidade significativa constituinte da língua, na LT, o objeto de estudo é a menor unidade comunicacional dotada de sentido: comunicamo-nos por textos, sejam eles extensos romances ou respostas a perguntas. Além disso, somente o contexto situacional poderá dar estatuto de texto a um dado elemento linguístico, por mais complexo que pareça à primeira vista. Assim, Fávero e Koch (2008 [1983], p.26) apontam que 24 o termo texto pode ser tomado em duas acepções: texto, em sentido lato, designa toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano, (quer se trate de um poema, quer de uma música, uma pintura, um filme, uma escultura, etc.), isto é, qualquer tipo de comunicação realizado através de um sistema de signos. Em se tratando de linguagem verbal, temos o discurso, atividade comunicativa de um falante, numa situação de comunicação dada, englobando o conjunto de enunciados produzidos pelo locutor (ou por este e seu interlocutor, no caso do diálogo) e o evento de sua enunciação. O discurso é manifestado, linguísticamente, por meio de textos (em sentido estrito). Neste sentido, o texto consiste em qualquer passagem, falada ou escrita, que forma um todo significativo, independente de sua extensão. Trata-se, pois, de uma unidade de sentido, de um contínuo comunicativo contextual que se caracteriza por um conjunto de relações responsáveis pela tessitura do texto – os critérios ou padrões de textualidade, entre os quais merecem destaque especial a coesão e a coerência. Van Dijk, ainda no final da década de 70, associa os estudos do texto à Pragmática. Para ele, a compreensão de um texto só é possível considerando o conhecimento dos valores sociais e da intencionalidade do falante (apud KOCH, 2008, p.15). Da mesma forma, Koch e Elias (2007, p.57) enfatizam que o sentido de um texto não existe a priori, mas é construído na interação dos sujeitos-texto. Assim sendo, na e para a produção de sentido, necessário se faz levar em conta o contexto (grifos da autora). É possível, também, fazer um paralelo entre o conceito atual de texto para a LT e outras teorias linguísticas embasadas na teoria do discurso. Charaudeau (2009, p 77), seguindo a perspectiva da Analise Semiolinguística do Discurso (AD) define o texto como uma manifestação material (verbal ou semiológica: oral/gráfica, gestual, icônica etc.) da encenação de um ato de comunicação, numa situação dada, para servir ao Projeto de fala de um determinado locutor. Nessa definição, Charaudeau associa a noção de texto ao esquema de encenação discursiva, conceito muito caro à AD, do qual fazem parte não só os “parceiros” do jogo comunicativo, figuras sociais e psicológicas, como também os “protagonistas”, aqueles que se inserem efetivamente no espaço de comunicação (CHARAUDEAU, 2009, p.76). Para essa linha da Análise do Discurso, não são os seres sociais que desempenham o papel comunicativo, mas as projeções que são feitas por esses seres sociais. Assim, fica visível como se processam os atos de fala: um determinado indivíduo, ao planejar um 25 projeto de texto, pensa num interlocutor que receberá esse texto que não necessariamente coincide com o interlocutor real, mas com um ser imagético que se constrói no interior do discurso. Da mesma forma, o locutor não fala de seu lugar social, mas de um lugar projetado por si e para si no discurso. Para que a comunicação se efetive, é indispensável pensar a priori nos lugares sociais desempenhados pelos atores do projeto comunicativo. Nesse sentido, torna-se fundamental a análise do contexto. Já para a Semiótica, outro ramo da Linguística que também se ocupa da identificação dos sentidos possíveis do texto, esse objeto deve ser visto tanto como um elemento significativo, pela análise das partes que o compõem, quanto como um elemento comunicativo, cuja observação só é possível quando da avaliação dos elementos extralinguísticos que participam do ato comunicativo. Barros (2008, p.7) esclarece que o texto só existe quando concebido na dualidade que o define – objeto de significação e objeto de comunicação – e, dessa forma, o estudo do texto com vistas à construção de seu ou de seus sentidos só pode ser entrevisto como o exame tanto dos mecanismos internos quanto dos fatores contextuais ou sócio-históricos de fabricação do sentido. De igual forma, Fiorin (2009, p.10) procura compreender o texto em sua dimensão mais ampla. Para ele, texto e discurso não se diferenciam, e, para a constituição desse fazem parte tanto os elementos próprios do enunciado como aqueles que correspondem à enunciação, sendo, o estudo do texto, a observação ampla desses elementos: O texto pode ser abordado por dois pontos de vista complementares. De um lado, podem-se analisar os mecanismos sintáticos e semânticos responsáveis pela produção do sentido; de outro, pode-se compreender o discurso como objeto cultural, produzido a partir de certas condicionantes históricas, em relação dialógica com outros textos. Diante dessa gama de definições paralelas e complementares, tanto internas quanto externas à LT, a própria definição de texto ganharia novas feições. Podemos traçar uma comparação entre texto e enunciado, tomando-os como sinônimos, em que o que está em jogo é, principalmente, a composição categorial do que se diz, sem deixar de lado a construção situacional desse dizer. Por outro lado, texto poderia ser perfeitamente associado ao discurso, 26 levando em conta seus componentes mínimos – enunciado e enunciação. Assim, cria-se um pequeno impasse: a que instância do evento comunicativo estaria o texto associado? Talvez tenha sido exatamente esse questionamento que se fizeram os linguistas do texto para ampliar seu campo de atuação, saindo de uma visão muito mais sistemática e gramatical para uma visão comunicativa e interacional. Na tentativa de minimizar esse impasse, podemos apontar a definição apresentada por Marcuschi (2008c), que corresponderia a uma visão mais atual da LT em relação ao seu próprio objeto de estudo. Longe da tentativa de diferenciar texto e discurso, ele apóia todo o seu trabalho no conceito adotado por Beaugrande (1997 apud MARCUSCHI, 2008c, p.72) de que “o texto é um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas”. Dessa definição, podemos analisar três pontos importantes que caracterizariam o texto tal como o vemos hoje. Em primeiro lugar, é importante compreender o texto como um evento. Dessa forma, não é produtivo analisá-lo destituído de um processo de comunicação, estanque, isolado de suas condições interativas e de sua intencionalidade primeira. Assim, evidencia-se a perspectiva de que o texto é um processo. Analisá-lo de forma descontextualizada e sem observar sua ação é destituí-lo de um significado mais amplo. Isso nos remete ao segundo ponto que merece destaque: o texto como ação. A Teoria dos Atos de Fala postula que toda prática discursiva apresenta como intenção primeira o comprometimento do interlocutor para com o texto, ou seja, ao produzirmos um texto, devemos ter como resposta uma ação de nosso interlocutor, tal como no jogo enunciativo proposto por Charaudeau (2009). Essa ação, material ou não, evidencia o principio interacional da produção dos textos, que depende de fatores externos – sociais – e internos – cognitivos – ao produtor desse texto. O terceiro ponto que merece destaque na definição adotada por Marcuschi (2008c) reside justamente na abordagem composicional que o texto pressupõe, afinal, o texto é uma unidade linguística. Assim, para compreender um texto, além de observarmos os expedientes externos que o compõem, é necessário que analisemos também sua formação interna, motivo pelo qual os estudos dos elementos que compõem a tessitura do texto, tais como coesão e coerência, não foram abandonados pela LT. 27 Koch (2008, p.213) também compreende o texto como um processo em que os atores da cena enunciativa desempenham papéis fundamentais a constituição do próprio texto. O texto é o lugar de interação de sujeitos sociais, os quais, dialogicamente, nele se constituem e são constituídos; e que por meio de ações linguísticas e sociocognitivas, constroem objetos-dediscurso e propostas de sentido, ao operarem escolhas significativas entre as múltiplas formas de organização textual e as diversas possibilidades de seleção lexical que a língua lhes oferece. Nessa definição, além de caracterizar o texto, Koch (2008) aponta a necessidade de o falante realizar escolhas entre as formas de organização dos textos. Visto que essas formas de interação são inumeráveis e variadas de acordo com as varias ações que podem representar, é necessária uma pormenorização que leve em conta justamente essa função interativa dos textos em situação real de produção. Como elemento condicionante da atividade enunciativa (MARCUSCHI, 2008c, p.82), cabe compreender o papel do gênero textual. 2.2 – Gênero textual: definições O conceito de gênero – ou gêneros – foi cunhado a princípio para servir de classificação às formas e aos temas dos textos literários. Na Antiguidade clássica, desde Aristóteles, os gêneros eram divididos em épicos, líricos e dramáticos e essa classificação serviria para enquadrar as produções artísticas da época. Algumas subdivisões foram feitas a essas classificações, que culminaram com o seu fim quando das críticas advindas do Romantismo à estética clássica (MARCUSCHI, 2008b,p.15). Hoje, a apropriação que se faz desse termo pela Linguística, em especial a LT, dá uma nova roupagem àquilo que se chama gênero textual. Há muitas definições e classificações para esse objeto de estudo que, em certa medida, apontam para um mesmo princípio. A LT vai buscar, na filosofia da linguagem, um conceito que possa melhor abrange-lo e favorecer seu estudo. Nesse sentido, pela associação a outros campos das ciências humanas, a LT procurou formular um conceito que pudesse abarcar tanto a complexidade formal que envolve as construções textuais quanto os inúmeros contextos em que essas produções se efetivam. 28 De certa forma, Mikhail Bakhtin, com sua obra Estética da criação verbal, publicada em 1979, fundou o conceito atual de gênero textual: Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o caráter e as formas de uso sejam tão multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não contradiz a unidade nacional de uma língua. O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo de linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua mas, acima de tudo, por sua construção composicional. Todos esses três elementos – o conteúdo temático, o estilo, a construção composicional – estão indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e são igualmente determinados pela especificidade de um determinado campo da comunicação. Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso. (BAKHTIN, 2010 [1979], p.261-262) (grifos do autor) A definição final, proposta por Bakhtin (2010[1979]) é usada de forma recorrente pelos estudiosos que pretendem trabalhar com os conceitos de gênero. Na atualidade, por uma pressão das diretrizes educacionais, o estudo de gêneros textuais nas escolas tem sido recorrentemente indicado, o que faz com que, muitas vezes, o conceito seja interpretado de forma errônea ou avaliado fora de seu contexto principal, numa tentativa da engrenagem educacional de se enquadrar nos “modernos padrões” de educação. Portanto, para além de uma avaliação do conceito, problematizar a noção de gênero textual é fundamental. A primeira questão que se levanta é quanto à nomenclatura. O que Bakhtin (2010[1979]) chama de gênero do discurso alguns teóricos chamam de gênero textual. Efetivamente, o que está em jogo aqui são os conceitos de discurso e texto, como visto anteriormente. Avaliando o texto em sua instância concreta, podemos crer que o termo gênero textual compreenderia estudos que privilegiem a forma em detrimento da função. O inverso seria realizado pelo estudo de gêneros discursivos, já que muitos teóricos compreendem o discurso como uma soma de texto e contexto de produção. Se, como apresentado por Fávero e Koch (2008 [1983], p.26), pode-se chamar, convencionalmente, a unidade entre o produto da comunicação e o entorno situacional do evento comunicativo de texto, em sentido estrito, não haveria, portanto, qualquer 29 diferença significativa entre gênero textual ou gênero discursivo. Da mesma forma, Marcuschi (2008c, p. 81) atesta que “não é interessante distinguir rigidamente entre texto e discurso, pois a tendência atual é ver um continuo entre ambos com uma espécie de condicionamento mútuo”. Assim, dados os autores que embasam esse trabalho, adotaremos essa última concepção, que compreende os gêneros textuais como um constructo que associa o material linguístico ao contexto de sua produção. Se não remidos, mas pelo menos justificados os problemas de nomenclatura, adotando-se uma posição intermediária, outros pontos da definição bakhtiniana merecem um destaque maior. O primeiro questionamento proposto pelo filósofo diz respeito aos campos da atividade humana. Se toda relação humana é estabelecida por meio da linguagem, e, considerando que nem todas as relações ocorrem de forma idêntica, há um enquadramento contextual, superior configurações dessas relações. ao gênero, que determinaria as Marcuschi (2007, p.23) chama esses enquadramentos de domínios discursivos: [...] uma esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana. Esses domínios não são textos nem discursos, mas propiciam o surgimento de discursos bastante específicos. Isso significa que, por exemplo, há gêneros presentes de forma recorrente na esfera religiosa: oração, prece, ladainha, sermão etc. Assim, podemos entender os domínios discursivos como sendo grandes esferas interacionais que sobredeterminam gêneros específicos. Embora alguns gêneros possam circular entre domínios distintos, há uma tendência à regularidade de alguns, principalmente aqueles mais formalizados: é pouco provável que o gênero sentença circule em outro domínio que não o jurídico. Outro ponto na abordagem bakhtiniana que merece destaque diz respeito à unicidade do discurso humano. Já foi postulado anteriormente que um mesmo enunciado, se produzido em situações distintas, pode adquirir um valor significativo diverso daquele primeiro. Isso porque cada enunciado guarda em si uma intencionalidade específica daquele que o produz. Searle e Austin, principais nomes da Teoria dos Atos de Fala, atestam que “todo dizer é um fazer” (Cf. KOCH, 2010, p.17). Nesse sentido, todo enunciado produzido mira um objetivo específico: fazer com que o interlocutor execute alguma ação. 30 Essa ação não precisa ser factual, mas basta que o interlocutor aceite o dizer do locutor para que o ato linguístico seja efetivado e validado. Ducrot (1989, p.18), quando assume que a argumentatividade é inerente à língua, confirma que o ato enunciativo possui uma força tanto situacional como em seu próprio conteúdo. Se os enunciados possuem uma força intrínseca e são circunscritos por um domínio discursivo específico, silogisticamente podemos pensar que o próprio domínio discursivo possui finalidades específicas, como atesta a definição bakhtiniana. Bakhtin aponta, ainda, os elementos constituintes dos gêneros: conteúdo temático, estilo e construção proposicional. No caso, por exemplo, de um currículo, seu conteúdo temático é a apresentação dos dados relativos à vida profissional e acadêmica de um candidato a um emprego. Não se prevêem, nesse gênero textual, informações pessoais sobre os relacionamentos amorosos do concorrente a uma vaga em dada empresa justamente porque essas informações não estão ligadas ao tema em questão e não servem à finalidade do gênero. O estilo próprio do currículo é o formal – no sentido adotado pelos variacionistas no que tange ao grau de formalismo –, sem marcas autorais e sem inovações, já que é um gênero textual daqueles mais consolidados pelo domínio discursivo empresarial/empregatício. No que se refere à construção proposicional, podemos pensar na estrutura de um currículo e as partes que a compõem, como cabeçalho, endereço e dados pessoais do candidato, formação acadêmica, experiência profissional, entre outras informações que auxiliem a empresa contratante a reconhecer a competência do pretendente ao cargo almejado. Além disso, o currículo apresenta uma formatação específica, com frases e tópicos curtos, o que inviabilizaria, por exemplo, um texto com paragrafação regular tal qual um relato ou uma autobiografia. Pode-se afirmar, portanto, que o gênero está institucionalizado no domínio discursivo das relações de trabalho. Retomando, portanto, a definição central de gênero – “tipos relativamente estáveis de enunciados” (BAKHTIN, 2010[1979], p. 262) –, é importante observar que muitos teóricos procuraram problematizá-la, expandindo-a e aperfeiçoando-a. A seguir, apresentam-se algumas das características dos gêneros de acordo com algumas dessas problematizações. 31 - Os gêneros textuais são interacionais Embora cada indivíduo seja responsável pelo ato de linguagem, essa prática não é individualizada. Por conta disso, o gênero só pode existir num contexto de interação, haja vista que a ação expressa num dado enunciado é sempre destinada a outrem. Os gêneros são constituídos pela e para interação. No próprio jogo discursivo, ou na “mise-en-scène discursiva”, no dizer de Charaudeau (2009, p.75), os atores constroem os gêneros e o compartilham. Um indivíduo até pode criar um gênero novo – mesmo sendo a “criação” pouco provável –, mas este só se consolidará quando em atividade social. Observe-se o caso do Twitter, uma espécie de rede social muito utilizada atualmente, que divulga um gênero textual específico, chamado pelos adeptos de “tweet”, um texto curto, com no máximo 140 caracteres. A finalidade do Twitter seria próxima à de um blog, ou microblog, como chamam alguns: informar, com um “tweet”, em tempo real, aos “seguidores”, assuntos diversos, que vão desde posições ideológicas a quaisquer outras formas de entretenimento. Mesmo em um exemplar tão novo de gênero textual, vê-se que é a interatividade que o determina. Marcuschi (2007, p.35) reitera que “gêneros textuais não são fruto de invenções individuais, mas formas socialmente maturadas em práticas comunicativas”. - Os gêneros textuais são entidades sócio-históricas Não há como conceber um determinado gênero sem compreender o contexto histórico que o complementa. Se eles dependem da interação humana e se essa só pode ser entendida de acordo com fatores políticos, sociais, culturais, econômicos que estão fora do indivíduo, entendemos um gênero textual como um fator histórico e cultural de atividade comunicativa. Podemos pensar, por exemplo, no folhetim como gênero textual: sua aparição e expansão estão diretamente atreladas à proliferação da imprensa, que fez com que os periódicos se tornassem a maior forma de comunicação no início do século XX. Assim, percebe-se que, o “desenvolvimento” de um gênero depende diretamente de fatores históricos. Além disso, é importante compreender que a cultura de um dado grupo interativo determina, ou não, a 32 proficuidade de um gênero. Em povos ágrafos, por exemplo, não se pode conceber a carta pessoal como um texto recorrentemente produzido. - Os gêneros textuais são situacionais Mesmo em uma dada cultura, num momento histórico específico, não se pode conceber que todos os gêneros aparecem indistintamente realizados pelos falantes. Como foi dito, os domínios discursivos sobredeterminam os gêneros. Uma piada, por exemplo, não é um gênero apropriado para um funeral, mesmo se aqueles que estiverem participando desse evento forem amigos com intimidade suficiente para tal. Mais que domínios discursivos, o que determina a aparição ou não de um dado enunciado são as condições interativas formuladas in loco nas atividades de comunicação. Além disso, pode-se entender que os gêneros são muito mais caracterizados pela sua função que por seus constituintes formais. Isso explica, por exemplo, por que um candidato a um emprego entrega a empresa um currículo e não uma biografia. Há, nessa situação, dois fatores determinantes: (i) o gênero consolidado culturalmente para esse tipo de evento e (ii) a finalidade a que esse gênero se destina. Marcuschi (2007, p.34), citando Biber (1988), explicita que “os gêneros são geralmente determinados com base nos objetivos dos falantes e não na natureza do tópico tratado, sendo assim uma questão de uso e não de forma”. - Os gêneros sofrem alterações com o tempo Se a sociedade passa por transformações devido às mudanças sóciohistóricas, as atividades comunicativas, por estarem a ela ligadas, também se transformam. Na pré-história, por exemplo, os povos comunicavam-se por meio de inscrições nas paredes das cavernas: eram estratégias que serviam aos interesses específicos daqueles tempos. Hoje, vemos pinturas em muros e paredes, como grafites e pichações, com objetivos muito diversos daqueles dos povos primitivos, como protestos políticos ou formas de arte. Se pensarmos estritamente no meio verbal, veremos que não são poucos os exemplos de gêneros textuais que sofreram alterações de acordo com o advento de novas tecnologias ou em virtude de necessidades específicas da sociedade. Os blogs são uma espécie de evolução dos diários pessoais que existiam com 33 maior popularidade até pouco tempo atrás. Guardam, porém, bastantes diferenças: o suporte dos diários eram cadernos específicos para as anotações cotidianas que se mostravam relevantes a quem escrevia. Hoje, esse espaço é virtual, mais especificamente uma página na internet. Se antes o diário pessoal era mantido em segredo, hoje ele se tornou público, já que houve uma mudança no pensamento da sociedade, em que a preservação da privacidade deixou de ser, para muitos, algo relevante. Mesmo com essas diferenças formais, podemos perceber que há uma estreita relação entre as finalidades primeiras tanto do diário quanto do blog. Assim é a relação entre a carta pessoal e as mensagens via e-mail, entre o folhetim, a rádio novela e a novela televisiva, e tantos outros gêneros textuais que passaram por modificações graças às demandas sociais e culturais. - Os gêneros são maleáveis. Quando Bakhtin (2010[1979]) diz que os gêneros são “relativamente estáveis”, convencionou-se, talvez por uma facilidade de trabalho, observar muito mais o seu caráter de estabilidade do que o caráter relativo dessa invariabilidade. Em certa medida, é muito mais fácil trabalhar com um gênero procurando apontar-lhe as características formais que o definem. ainda é – o pensamento de alguns pesquisadores, que Esse foi – e procuram compartimentalizar os gêneros em gavetas de acordo com a forma que apresentam. Contudo, os gêneros dependem diretamente das relações sociais que se estabelecem e, por isso, não há como determinar todas as possibilidades de relação humana, nem cercear as possibilidades de produção e criação residentes nessas interações. Assim, mesmo um gênero estruturalmente mais rígido, como um currículo, pode sofrer alterações significativas na forma sem que perca a sua finalidade específica. Para efetuar tais modificações, o candidato tem que conhecer profundamente o seu interlocutor para saber que tais alterações serão compreendidas e permitidas nesse jogo comunicativo. Marcuschi (2008b, p. 15-16) define o gênero como “fluido” e diz ser ele “essencialmente flexível e variável, tal como o seu componente crucial, a linguagem”. Portanto, o importante é compreendê-lo “pelo seu lado dinâmico, processual, social, interativo, cognitivo, evitando a classificação e a postura estrutural” (MARCUSCHI 2008b, p.16) 34 Contudo, mesmo que haja maleabilidade na construção dos gêneros, há de se entender que há limites em suas construções. Os gêneros dependem de um fator preponderante, a interação. Portanto, se cada indivíduo operasse reformulações nos gêneros indistintamente, a comunicação seria inviável. Assim, mesmo admitindo que há possibilidades de alteração, é importante compreender que o caráter estável ainda é fundamental, pois determina as relações comunicativas que se estabelecem. Bakhtin (2010[1979], p. 282) reitera que “falamos apenas através de determinados gêneros do discurso, isto é, todos os nossos enunciados possuem forma relativamente estáveis e típicas da construção do todo”. Só podemos nos comunicar efetivamente por meio de gêneros porque conhecemos essa “forma relativamente estável” e é ela que pode, em certa medida, regulamentar uma troca interativa. Por exemplo, quando participamos de um evento religioso em que haja um sermão, todos os componentes que partilham o conhecimento daquela situação esperam que algumas partes sejam mantidas no texto produzido, como a ilustração e o apelo, comuns nesse gênero. Esse conhecimento que permeia os participantes do jogo enunciativo, referente a diversos gêneros, é chamado por Koch (2009, p. 160) de “competência metagenérica”: [...] nas variadas situações de interação verbal, a competência sociocomunicativa dos interlocutores permite-lhes discernir o que é adequado ou inadequado no interior das práticas sociais em que se acham engajados. Tal competência possibilita-lhes optar entre diversos gêneros: uma anedota, um poema, um enigma, um requerimento, uma procuração, uma conversa telefônica etc. Há o conhecimento, pelo menos intuitivo, de estratégias de construção e interpretação de textos próprios de cada gênero. Assim, o contato permanente com os gêneros com que se defrontam na vida cotidiana, entre os quais se incluem anúncios, avisos de toda ordem, artigos e reportagens de jornais, catálogos, receitas médicas, bulas, petições, prospectos,guias turísticos, manuais de instruções etc., leva os usuários a desenvolver uma competência metagenérica, que lhes possibilita interagir de forma conveniente em cada uma dessas práticas. (grifos da autora) Assim, pode-se dizer que temos uma dupla regulamentação do evento comunicativo: os componentes do jogo discursivo regulam as trocas interativas, à medida que podem selecionar os gêneros adequados àquela troca, e, por sua vez, quando instaurado um gênero, a ele compete a determinação do percurso do jogo. Afirma-se, com isso, que o gênero textual determina a situação interativa. Por exemplo, se um professor universitário reúne um grupo 35 de alunos, mesmo fora do espaço acadêmico, e começa a ministrar-lhes algum conhecimento, teremos o gênero aula sendo instaurado, e os participantes vão esperar determinadas posturas daquele que tem o controle do gênero, além de respeitar os papéis que lhes cabem nessa composição. Se esse mesmo grupo se reunir para falar de assuntos variados, teremos o gênero conversa informal e não se espera que alguém se destaque no grupo, comece a apresentar teorias específicas sobre um dado assunto e tome a atenção somente para si. Mesmo que isso aconteça às vezes, a composição estrutural do gênero conversa informal permite a troca espontânea de turnos e a tomada de assunto por assalto ao turno de fala, algo que não é tradicionalmente esperado em uma aula. O que se percebe, pois, é que o gênero tem uma força intrínseca que lhe permite direcionar os posicionamentos dos artífices da encenação enunciativa. - Os gêneros são híbridos A maleabilidade dos gêneros, apresentada anteriormente, permite modificações estruturais na composição de dados enunciados. Essas modificações podem ser tamanhas a ponto de permitir um cruzamento de gêneros distintos. A isso, Fix (1997 apud MARCUSCHI, 2007, p.31) chama de “intertextualidade intergênero”, o que designaria a hibridização de gêneros na formação de outro, com nova função. Marcuschi (2007, p.31) aponta que esse fenômeno “evidencia-se como uma mescla de funções e formas de gêneros diversos num dado gênero”. No entanto, essa nomenclatura pode dar a entender que, dado o conceito mais amplo de intertextualidade, ocorre uma simples apropriação de um dado elemento – formal ou funcional – de um texto por outro. Koch e Elias (2007, p.114) apresentam o termo “intergenericidade” para o mesmo processo, o que talvez seja uma nomenclatura mais adequada para explicar o mecanismo pelo qual um gênero pode assumir a forma de outro dado o caráter comunicativo. Para compreender melhor o conceito, podemos observar o seguinte exemplo: Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro/ da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou 36 Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. (BANDEIRA, Manuel. Libertinagem, 1930) Esse texto no próprio título já apresenta dois gêneros diferentes: poema e notícia de jornal. Para entender um texto como esse, é fundamental compreender os componentes de ambos os gêneros, tanto na forma quanto no conteúdo. Pela possibilidade intergenérica, o autor mescla o conteúdo temático de uma notícia ao estilo modernista de compor poesias e à construção composicional do gênero poesia – a divisão em versos, especificamente. Tal construção é muito frequente em textos publicitários, que procuram vender o seu produto – função – utilizando-se de estruturas variadas de gêneros institucionalizados – forma. Um exemplo dessa prática pode ser visto em uma das várias propagandas publicitárias da rede varejista de produtos hortifrutigranjeiros Hortifruti: Figura 1 – Exemplo de intergenericidade Na imagem acima, podemos perceber o intercruzamento de dois gêneros textuais distintos, mas com funções muito próximas: o anúncio publicitário e a capa de livro. A função primeira dessa imagem é vender o produto e não referendar um livro, embora estabeleça, com ele, uma relação de intertextualidade direta. - Os gêneros são heterogêneos Bakhtin (2010[1979], p. 263) apresenta a característica heterogênea dos gêneros como estando relacionada às diversas possibilidades de se concretizarem em situação de comunicação. Assim, uma conversa familiar não poderia ser analisada da mesma forma que uma sentença judicial tanto pelo universo discursivo em que atuam como pelo conteúdo proposicional e função 37 desses gêneros. Por conta disso, o autor sistematiza a distinção entre gêneros primários e secundários: Não se deve, de modo algum, minimizar a extrema heterogeneidade dos gêneros discursivos e a dificuldade daí advinda de definir a natureza geral do enunciado. Aqui é de especial importância atentar para a diferença essencial entre os gêneros discursivos primários (simples) e secundários (complexos) – não se trata de uma diferença funcional. Os gêneros discursivos secundários (complexos – romances, dramas, pesquisas científicas de toda espécie, os grandes gêneros publicísticos, etc.) surgem nas condições de um convívio cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado (predominantemente o escrito) – artístico, científico, sociopolítico, etc. No processo de sua formação eles incorporam e reelaboram diversos gêneros primários (simples), que se formaram nas condições da comunicação discursiva imediata. Assim, uma classificação pertinente dos gêneros se pautaria de acordo com o grau de complexidade e organicidade de sua constituição, além de não ser possível compreendê-los sem que se observe o contexto interacional e situacional de sua produção. Em outra obra, Bakhtin/Voloshinov (2006[1929], p. 121) afirma que as possibilidades de discurso condicionariam nossas atividades comunicativas: Pode-se dizer que não é tanto a expressão que se adapta ao nosso mundo interior, mas o nosso mundo interior que se adapta às possibilidades de nossa expressão, aos seus caminhos e orientações possíveis. Chamaremos a totalidade da atividade mental centrada sobre a vida cotidiana, assim como a expressão que a ela se liga, ideologia do cotidiano, para distingui-la dos sistemas ideológicos constituídos, tais como a arte, a moral, o direito, etc. (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 2006 [1929], p. 121) (grifos do autor) Não é difícil estabelecer a relação entre as características dos gêneros primários e a ideologia do cotidiano, apontada no excerto. Da mesma forma, os gêneros secundários estabelecem um paralelo junto aos sistemas ideológicos constituídos, também de acordo com Bakhtin (2006 [1929]). Faraco (2003, p.62) atesta que em cada uma dessas esferas [ideologia do cotidiano e sistemas ideológicos constituídos], desenvolvem-se, em cada época e em cada grupo social, um conjunto de gêneros, de formas da comunicação socioideológica [...] que Bakhtin chamará adiante de gêneros do discurso, distinguindo os gêneros primários (aqueles da ideologia do cotidiano) e os gêneros secundários (aqueles dos sistemas ideológicos constituídos). 38 Importante notar que é na ideologia do cotidiano e através dela que se espraiam as características necessárias à formação de novos discursos institucionalizados socialmente. Faraco (2003, p.61) aponta a interdependência dessas duas esferas quando avalia o estudo de Bakhtin/Voloshinov: Obviamente, Voloshinov não entende essas duas esferas como realidades independentes, mas em estreita interdependência. Ele vê a esfera dos sistemas ideológicos constituídos como se consolidando a partir das práticas da ideologia do cotidiano e, ao mesmo tempo, se renovando continuamente por meio de um vínculo orgânico com essas mesmas práticas que abrigam, segundo ele, os indicadores primeiros e mais sensíveis das mudanças socioculturais. Assim, os discursos mais elaborados, como sermões, poesias, sentenças judiciais, entre outros, dependeriam das relações comunicativas que ocorrem no interior do ambiente familiar, por exemplo. Além disso, guardadas as devidas proporções, podemos estabelecer ainda uma relação entre os atributos dos gêneros primários e secundários àquilo que se convencionou chamar, em termos variacionistas, de “modalidades da língua”, que compreenderia as diferenças entre a língua falada e a língua escrita. Se os gêneros primários surgem em situações informais e espontâneas de enunciação, é possível associá-los à língua falada, como sendo essa a representante maior da espontaneidade. Já os gêneros secundários, institucionalizados e formalmente mais complexos, poderiam ser relacionados às formas escritas da língua. Contudo, essa diferença não é dicotômica, mas uma tentativa de compreender que, dado o planejamento específico encontrado nos eventos orais, que se concretiza em concomitância com o ato de fala, há uma associação desses aos gêneros primários e, em consequência disso, uma relação dos gêneros secundários às formas mais complexas da língua, “predominantemente escritas” (BAKHTIN, 2010[1979], p. 263). De igual forma, se essa associação não é dicotômica, não é, também, rígida. Não há impedimentos para que um sermão ou um seminário, atividades orais em essência, sejam classificados como gêneros secundários, assim como um bilhete ou uma lista de compras possam se apresentar como primários, mesmo sendo escritos. 39 Postuladas essas características mais gerais dos gêneros textuais, cremos ter dado uma pormenorização mais justa ao conceito. Contudo, a problemática de trabalhar com essa perspectiva de ensino de língua ainda esbarra em preconceitos e inconstâncias teóricas. Um desses casos diz respeito ao trabalho com o gênero textual oral, objeto da seção que segue. 2.2.1 – Gêneros textuais orais Antes de começar a compreender o que seriam os gêneros orais, é importante analisar, como já foi feito anteriormente com a noção de gêneros, a própria noção de oralidade e sua relação com o conceito de fala. Talvez seja essa a diferenciação, quando mal estabelecida, que faz com que os estudos da oralidade sejam postos de lado no ambiente escolar. Não há como entender o conceito de fala sem remeter aos campos da teoria Sociolinguística Variacionista. Todo falante utiliza elementos disponíveis na língua, de acordo com a situação interativa, levando em conta (i) as suas próprias idiossincrasias e (ii) o interlocutor de seu discurso. Esses dois tipos de variedades são chamados, respectivamente, de dialetos e registros. A segunda forma de variação merece maior atenção nesse trabalho, já que é nela que reside a definição de que trataremos. Travaglia (1997, p.42) aponta que “os registros são variedades que ocorrem em função do uso que se faz da língua, ou como preferem alguns, dependem do recebedor, da mensagem ou da situação”. Percebe-se, com essa definição, o caráter interacional e situacional dos registros que usamos para transmitir um enunciado, o que coincide com as noções de texto e gênero que foram apontadas anteriormente. Assim, os registros da língua variam em função do contexto situacional e em função das intencionalidades dos integrantes do jogo discursivo que se estabelece, já que “todo dizer é um fazer” (KOCH 2010, p.17). As forças locucionais – de fala – , ilocucionais – de intenção – e perlocucionais – de ação – atuam sobremaneira na configuração desses discursos. Para a Sociolinguística, os registros se subdividem em grau de formalismo, sintonia e modo. A variação de grau de formalismo leva em conta a formalidade exigida pela situação comunicativa, o que interfere diretamente nas escolhas lexicais e nas construções sintático-semânticas de um dado 40 discurso. Um exemplo prototípico desse fator é a distinção dos discursos que se estabelecem em um tribunal e em uma roda de amigos ou no ambiente familiar. Já a variação de sintonia considera as informações que os actantes do jogo enunciativo têm sobre os outros componentes desse ato. Assim, ao falar com uma figura política pública, como um prefeito ou vereador, deve-se ter em mente as atribuições dessas pessoas e adequar seu discurso a isso. A variação de modo, por sua vez, apresenta a distinção entre língua falada e língua escrita, guardando-se as características de cada uma. O Quadro abaixo é uma adaptação baseada em algumas dessas distinções apresentadas por Travaglia (1997, p 52-53): LÍNGUA FALADA LÍNGUA ESCRITA - Recursos fonológicos - Recursos gráficos - Truncamentos e hesitações - Linguagem fluente - Observância das reações do interlocutor - Imagem construída a priori do interlocutor - Marcadores conversacionais - Sem trocas de turno - Utilização de dêiticos situacionais - Presença de dêiticos referenciais internos Quadro 1 – Distinções entre língua falada e língua escrita Essas, dentre outras distinções, são apontadas não só pela Sociolinguística, mas também por outras correntes de estudos da língua. No entanto, muitas dessas correntes – o que reflete como muitos estudiosos e profissionais de linguagem veem essas diferenças – apontam uma primazia da língua escrita sobre a língua falada. Essa prioridade reside na falsa premissa de que o texto escrito apresenta uma formalidade e uma correção maior que o oral. Dentro da própria Sociolinguística, percebe-se uma tentativa de remir esses preceitos equivocados quando se faz uma associação entre as modalidades e o grau de formalismo. Dessa forma, tanto a língua falada quanto a língua escrita poderiam ser formais, já que a escolha entre uma das modalidades depende das intenções e do composto situacional do discurso e não são estabelecidas a priori de acordo somente com o componente modal, ou seja, a formalidade não é intrínseca à modalidade. Um bilhete, assim como uma conversa familiar, seria integrante de um extremo do continuum que relacionaria a modalidade da língua aos graus de formalidade. No outro 41 extremo poderíamos apontar um poema épico ao lado de um sermão religioso, ou um pronunciamento judicial. Outra falsa premissa daqueles que defendem uma superioridade da escrita sobre a fala reside na aparente descontinuidade dessa última. É fácil perceber que a organização e o planejamento da escrita são anteriores ao ato de produção, enquanto na fala, esse planejamento é concomitante, o que ajuda a entender os truncamentos e as retomadas frequentes da fala. Nesses truncamentos é que o falante ganha “tempo” para rever seus princípios e adequar seu discurso. Assim, mais do que extremos estanques, escrita e fala representam faces de um continuum, e como tal, devem ser observadas de acordo com suas características próprias, e não em comparação valorativa como se fez – e ainda se faz – em muitos estudos. Marcuschi (2008a, p. 37), afirma que “as diferenças entre fala e escrita se dão dentro de um continuum tipológico das práticas sociais de produção textual e não na relação dicotômica de dois polos opostos” Apontadas essas primeiras características, voltamos à distinção entre oralidade e fala, que pode ampliar ainda mais o horizonte dos estudos linguísticos que discutem os gêneros textuais. Se fala e escrita estão relacionados às modalidades da língua, oralidade estaria relacionada às práticas sociais específicas, cuja contraparte se vincularia às mais variadas formas de letramento. Marcuschi (2008a, p. 25-26) adota essa postura, o que, para o autor, justificaria o trabalho da LT não com textos falados, mas com gêneros textuais orais. Aprofundando um pouco mais essa discussão, o autor aponta que oralidade seria uma prática social interativa para fins comunicativos que se apresenta sob várias formas ou gêneros textuais fundados na realidade sonora; ela vai desde uma realização mais informal à mais formal nos mais variados contextos de uso [...] O letramento, por sua vez, envolve as mais diversas práticas da escrita (nas suas variadas formas) na sociedade [...] A fala seria uma forma de produção textualdiscursiva para fins comunicativos na modalidade oral (situa-se no plano da oralidade, portanto), sem a necessidade de uma tecnologia além do aparato disponível pelo próprio ser humano [...] A escrita seria um modo de produção textual-discursivo para fins comunicativos com certas especificidades materiais e se caracterizaria por sua constituição gráfica [...] (grifos do autor) Como visto, a fala associa-se ao campo da fisiologia, pois o ser humano dispõe de mecanismos corporais responsáveis pela transmissão de sons, que 42 foram condicionados socialmente a fim de estabelecer comunicação. Portanto, qualquer indivíduo sem impedimentos fisiológicos seria capaz de falar, mas essa capacidade não se espraia, diretamente, ao campo da comunicação oral, já que é necessário ao indivíduo não só o aparato formal da fala, mas também um reconhecimento de atividades interativas indispensáveis à produção dos gêneros. Com isso, entendemos os gêneros orais como as várias formas de enunciado, que se estabelecem interativamente por meio da fala, respeitandose as posições e as idiossincrasias dos componentes do jogo enunciativo. Não se perpetuam na dicotomia fala-escrita, mas são co-construídos nos inúmeros domínios discursivos existentes e, por assim dizer, constituem os mais próximos representantes de um modelo ideal de interação. Muitos autores inclusive atestam a primazia dos discursos orais em relação à escrita, já que essa última seria mais “artificial”. Contudo, para além de manter a relação de dominação de uma produção em relação à outra, é importante perceber como ambas colaboram para os processos comunicativos, cada uma utilizando suas propriedades inerentes. O esquema a seguir, apresentado por Marcuschi (2008a, p 41), aponta uma série de gêneros textuais que poderiam ser enquadrados em um continuum que levasse em conta não somente a forma de produção – escrita ou falada –, mas, também, os graus de formalismo em relação às situações de interação e aos domínios discursivos específicos: 43 Esquema 1 – Representação do contínuo dos gêneros textuais na fala e escrita (MARCUSCHI, 2008a, p.41) Dada essa nova avaliação feita a respeito do discurso oral, novas teorias foram postuladas para tentar compreender os mecanismos de funcionamento da comunicação que ocorre por meio da modalidade falada da língua. Dentre esses estudos, destaca-se a Análise da Conversação (AC) que não procura estabelecer parâmetros textuais nos quais o gênero oral possa ser avaliado, mas observar as regras que os falantes utilizam na configuração desses enunciados a partir das situações interativas e do corpus oral que se apresenta cotidianamente nessas trocas. Como apresentamos anteriormente, e como é reiterado pelos pressupostos teóricos da AC, o ser humano é dotado de uma vocação comunicativa por meio da linguagem verbal, e essa vocação se configura, primeiramente, sob a forma oral. Para estabelecer a comunicação, três elementos constituintes são necessários, como aponta Kerbrat-Orecchioni (2006, p.7-8): (i) a presença do outro, ou seja, a alocução; (ii) a troca verbal 44 efetiva, por meio da interlocução; e (iii) a troca interacional, pelo compartilhamento de experiências entre os interactantes, que se influenciam mutuamente, ou seja, para o estabelecimento da conversação, mais que trocar palavras, os constituintes do evento devem estabelecer trocas comunicativas. Na prática conversacional, a fim de deixar clara a interação, os participantes precisam estar engajados no plano textual. O emissor, por meio dos fáticos, “diversos procedimentos, dos quais se vale o falante para se assegurar da escuta de seu destinatário” (KERBRAT-ORECCHIONI, 2006, p.09-10), procura, com o direcionamento do olhar, com o aumento da intensidade do tom de voz, com a utilização de pronomes de tratamento, garantir que seu participante está não só presente, mas atuante no processo de interação. O receptor, por sua vez, demonstra, por meio de reguladores, que está ativo no jogo discursivo, mesmo não sendo o seu turno de fala. Assim, ambos têm funções específicas para demonstrar que estão “vivos” na interação, utilizando uma série de mecanismos que compõem o sincronismo interacional. É somente a partir desses mecanismos e da pré-disposição dos interactantes que a comunicação pode ocorrer. Assim, entendida a conversação como um processo interativo de trocas comunicacionais, da qual depende um número mínimo de dois interactantes e que se realiza, principalmente, por meio da modalidade oral da língua, o objetivo da AC é decifrar a „partitura invisível‟ que orienta (sempre lhe deixando uma ampla margem de improvisação) o comportamento daqueles que se encontram engajados nessa atividade polifônica complexa que é a condução de uma conversação (KERBRAT-ORECCHIONI, 2006, p.15) (grifos da autora). A AC preocupa-se, então, em observar predominantemente as trocas interacionais e, consequentemente, os gêneros textuais orais, visto que esses correspondem à materialização dos discursos estabelecidos pelos interactantes do jogo comunicacional. Mais do que a observação dos mecanismos de fala, cabe à AC uma avaliação minuciosa de diversos elementos que entram em cena na comunicação: desde expedientes idiossincrásicos, tais como idade, sexo, função, posição social, entre outras características, até elementos situacionais, como a posição física dos participantes, os movimentos corporais, 45 p.e., passando pela própria análise do material linguístico empregado nessa troca. A AC pode ser entendida, portanto, como uma das principais correntes linguísticas que se destina ao estudo dos materiais orais produzidos pelos indivíduos na prática comunicativa e que fundamenta seu trabalho no conceito primeiro de gênero, como prática sócio-cultural interativa. Além disso, podemos perceber como têm sido relevantes as contribuições dessa ciência para o estudo de língua de forma geral. Dada essa expansão da dimensão das abordagens a respeito dos gêneros, é importante perceber como são tratados os gêneros orais no espaço escolar. 2.2.2 – Gêneros orais na escola “Ensinar o que já se sabe”: essa é a máxima que norteia o trabalho com a oralidade e é, por muitas vezes, a desculpa para não fazê-lo. Baseado no consenso de que os alunos sabem falar, a oralidade é tolhida de sala de aula tanto por professores quanto pelos manuais didáticos, muito embora haja uma indicação para essa prática. Isso se deve, em muitos casos, ao desconhecimento da distinção entre oralidade e fala, como apontado anteriormente. No espaço escolar, a simples resposta oral a alguma pergunta direcionada é o máximo que se poderia esperar no ensino tradicional. Essa resposta, aliás, deveria ser dada de modo extremamente formal e ordenado, tal como na escrita, afinal, como postulam algumas gramáticas normativas e prescritivas mais tradicionais, o falar adequado é aquele o mais próximo da escrita possível. No entanto, os recentes estudos linguísticos têm dado a devida importância às formas de comunicação oral. Infelizmente, porém, as mesmas discussões que ocorrem nas cadeiras das academias não são acompanhadas no espaço escolar de uma forma geral. Marcuschi (1997, 2005) já apontara essas incompatibilidades, fundamentando-as sobre o preceito de que a escola, em um cômputo mais abrangente, trabalha com um conceito de língua diverso daquele que orienta os estudos linguísticos atuais. Para a instituição escolar, a língua continua sendo um objeto enrijecido e homogêneo, e é essa visão que 46 vem sendo repetida nos LD. Segundo Marcuschi (2005, p.23), a língua desses livros é “clara, uniforme, desvinculada dos usuários, deslocada da realidade, semanticamente autônoma e a-histórica”. Essa perspectiva, explicitada aqui, coincide com a noção de texto como produto, que deve ser analisado independentemente do seu produtor. Entretanto, como frisamos em 2.1, essa proposta empobrece as possibilidades múltiplas de discussão sobre o texto e impede que uma avaliação mais abrangente, que leve em conta expedientes sócio-históricos e situacionais, seja feita de modo profícuo. Ao estudar a língua, a escola deve observar o processo de sua produção para, a partir daí, verificar as mais amplas significações do texto, que excedem o conteúdo puramente sintático e/ou léxico. Somente quando o espaço escolar adotar uma postura de heterogeneidade e idiossincrasia no que diz respeito à língua, estará apto a compreender, não só o gênero oral, mas sua principal função: favorecer a comunicação dos indivíduos. De certa forma, os PCN (BRASIL, 1998), já se colocam favoráveis às novas discussões linguísticas sobre o objeto de estudo de LP e atestam que as práticas educacionais devem estar pautadas não mais em apreciações meramente formais, como quando dos estudos tradicionais, em que se verificavam prerrogativas prescritivas na tentativa da construção de uma língua uniforme e “correta”, mas numa análise funcional das mais variadas práticas linguísticas, tomando como base para tal a interação. Para isso, devese tomar o texto – dentro da perspectiva mais ampla de que tratamos anteriormente – como objeto de análise, já que é somente por meio dele que se estabelece a comunicação: [...] não é possível tomar como unidades básicas do processo de ensino as que decorrem de uma análise de estratos – letras/fonemas, sílabas, palavras, sintagmas, frases – que, descontextualizados, são normalmente tomados como exemplos de estudo gramatical e pouco têm a ver com a competência discursiva. Dentro desse marco, a unidade básica do ensino só pode ser o texto. (BRASIL, 1998, p.23) Assim, tornar um indivíduo competente linguisticamente a partir apenas da análise de elementos sintáticos, morfológicos e/ou fonológicos é inviável. Observar a língua materializada por meio de gêneros é a única forma de compreendê-la como objeto amplo e permitir ao falante a apropriação sobre esse mesmo objeto. 47 Vista a necessidade de trabalho com gêneros nas instâncias escolares, voltemos à oralidade de forma mais específica. Para essa avaliação, duas perguntas são fundamentais: (i) por que ensinar?; (ii) como ensinar? 2.2.2.1 – Por que ensinar oralidade na escola? O que permite a prática da oralidade na escola é o pressuposto de que compete ao espaço escolar à ampliação dos conhecimentos prévios do alunado. Dissemos anteriormente que existe uma máxima de que o aluno já sabe falar e por isso tal ensino seria dispensável. No entanto, é justamente por saber se expressar oralmente em um contexto familiar que a escola deveria partir desse conhecimento para ampliar as possibilidades de uso da língua. Os PCN (BRASIL, 1998, p. 18-19) afirmam que “[...] é praticamente consensual que as práticas devem partir do uso possível aos alunos para permitir a conquista de novas habilidades linguísticas [...]” e que [...] considerando os diferentes níveis de conhecimento prévio, cabe à escola promover sua ampliação de forma que, progressivamente, durante os oito anos do ensino fundamental, cada aluno se torne capaz de interpretar diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a palavra e, como cidadão, de produzir textos eficazes nas mais variadas situações. Essa primeira motivação encontra respaldo nas análises linguísticas que dizem respeito às práticas de oralidade no espaço escolar. Castilho (2006, p.21) aponta como justificativa para a valorização do ensino de língua falada nos currículos escolares a necessidade de [...] iniciar o aluno valorizando seus hábitos culturais, levando-o a adquirir novas habilidades desconhecidas de seus pais. O ponto de partida para a reflexão gramatical será o conhecimento linguístico de que os alunos dispõem ao chegar à escola: a conversação. Fávero, Andrade e Aquino (2003, p.10) vão além, propondo que seja dado um papel de destaque à língua falada no espaço escolar, justamente porque o aluno domina a gramática da língua por meio daquilo que foi possível apreender no ambiente familiar. Além dessa primeira justificativa para o trabalho com a oralidade, os PCN compreendem que, para avaliar o caráter múltiplo da língua, é indispensável que se analisem suas possibilidades de efetivação. Assim, ganha 48 destaque a teoria variacionista, não só no que tange às diversas formas de expressão, mas também, e principalmente, às múltiplas possibilidades de produção em diferentes contextos, ou seja, os diversos registros da língua. Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas, especialmente nas mais formais: planejamento e realização de entrevistas, debates, seminários, diálogos com autoridades, dramatizações, etc. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato, pois seria descabido “treinar” o uso mais formal da fala. A aprendizagem de procedimentos eficazes tanto de fala como de escuta, em contextos mais formais, dificilmente ocorrerá se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la. (BRASIL, 1998. p.25) Marcuschi (2005, p.24) atesta, também, que um estudo de práticas orais “não se trata de ensinar a falar. Trata-se de identificar a imensa riqueza e variedade de usos da língua” (grifos do autor). Como segunda justificativa para o trabalho com a oralidade, Castilho (2006, p.21) compreende que [...] os recortes linguísticos recolhidos devem ilustrar as variedades sócio-culturais da Língua Portuguesa, sem discriminações contra a fala vernácula do aluno, isto é, de sua fala familiar. [...] Com o tempo o aluno entenderá que para cada situação se requer uma variedade linguística, e será assim iniciado no padrão culto, caso já não o tenha trazido de casa. Vê-se, portanto, uma preocupação em apresentar o estudo da oralidade relacionado aos estudos variacionistas, principalmente observando as especificidades das modalidades em que a língua se apresenta. Uma última justificativa para o trabalho com a oralidade vai ao encontro das predisposições encontradas nos PCN. Se o papel da escola é partir do domínio do aluno e fornecer-lhe instrumento para ampliar seu conhecimento dos usos da língua, principalmente escritos (PCN, 1998, p.18), a partir do trabalho com textos orais, e partindo da concepção de continuum entre oralidade e escrita, como apontado anteriormente, podemos chegar a um produtivo ensino dessa última modalidade por meio da compreensão dos mecanismos que permitem a construção de gêneros orais. Fávero, Andrade e Aquino (2003, p.10) atestam que “a fala influencia sobremaneira a escrita nos primeiros anos escolares”. Além disso, Castilho (2006, p.23) propõe um estudo que parta das apreciações sobre a conversação – primeira instância comunicativa –, observando, posteriormente, a estrutura do texto falado, para, 49 por fim, chegar à gramática da sentença, num percurso que vá do mais concreto para o mais abstrato. Assim, temos, de forma resumida, três motivações bastante fortes para o trabalho com a oralidade no espaço escolar: (i) ser esse o mecanismo linguístico de que o aluno dispõe e que já domina; (ii) fomentar a possibilidade de um trabalho com variação de forma produtiva e experiencial; e (iii) tratar-se de um ponto de partida para a ampliação dos conhecimentos das possibilidades da língua, inclusive em sua modalidade escrita. 2.2.2.2 – Como ensinar oralidade na escola? Trabalhar com o oral pressupõe, sobretudo, um trabalho por meio dos gêneros textuais: Ensinar língua oral deve significar para a escola possibilitar acesso a usos da linguagem mais formalizados e convencionais, que exijam controle mais consciente e voluntário da enunciação, tendo em vista a importância que o domínio da palavra pública tem no exercício da cidadania. Ensinar língua oral não significa trabalhar a capacidade de falar em geral. Significa desenvolver o domínio dos gêneros que apóiam a aprendizagem escolar de Língua Portuguesa e de outras áreas (exposição, relatório de experiência, entrevista, debate etc.) e, também, os gêneros da vida pública no sentido mais amplo do termo (debate, teatro, palestra, entrevista etc.). (BRASIL, 1998, p. 67-68) (grifos nossos) Embora tenham sido apresentadas as motivações para o estudo da oralidade no espaço escolar, a resposta ao segundo questionamento que propusemos não se apresenta de forma tão fácil. Há indicações, tanto da academia quanto das diretrizes educacionais, para que os gêneros, sobretudo os orais, façam parte das etapas de escolarização no ensino de língua. No entanto, como fazê-lo? Talvez seja essa a pergunta fundamental desse trabalho e para respondê-la ainda não haja muitas certezas. Respostas orais, oralização de textos escritos, reescritura de textos orais, entre tantas outras atividades são vistas nos LD que tendem a estar afinados com as teorias linguísticas e com as propostas dos PCN (BRASIL, 1998). Porém, mesmo essas tentativas têm recebido críticas, principalmente por manter a ideia de que a única finalidade do oral é a produção adequada do texto escrito. Tratar o oral como fim é uma perspectiva ainda distante. Para além do texto oral 50 exclusivamente, a escola ainda esbarra na inconsistência de trabalho com o próprio texto, como atestam Dolz e Schneuwly (2004, p.50): Se, para as atividades gramaticais, o professor dispõe de uma descrição precisa dos conteúdos que os alunos devem adquirir a cada série, para as atividades de expressão escrita e oral, nas quais os saberes a se construir são infinitamente mais complexos, ele tem tido de se contentar com indicações muito sumárias. Tudo se passa como se a capacidade de produzir textos fosse um saber que a escola deve encorajar, para facilitar a aprendizagem, mas que nasce e se desenvolve fundamentalmente de maneira espontânea, sem que pudéssemos ensiná-la sistematicamente. Tendo em vista essas dificuldades, os autores propõem uma estratégia que pode tornar o ensino de textos, tanto orais como escritos, algo produtivo e eficaz, dada a necessidade de fomentar a comunicação como objetivo primeiro do ensino de língua. Tal estratégia foi denominada sequência didática, e consiste em “uma sequência de módulos de ensino, organizados conjuntamente para melhorar determinada prática de linguagem” (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004, p.51). Esse trabalho tem como objeto os gêneros textuais, orais ou escritos, já que, como explicitam Dolz e Schneuwly, qualquer trabalho escolar com a linguagem só pode ser feito se for esse o instrumento de mediação. Assim, uma “sequência didática” é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito. [...] tem, precisamente, a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um gênero de texto, permitindo-lhe, assim, escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação. (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004, p.97) Para melhor explicitar os procedimentos para a aplicação das sequências didáticas, os autores propuseram o esquema a seguir: Esquema 2 – Esquema da sequência didática (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004, p.98) 51 Esse esquema enquadra todos os momentos de trabalho com um gênero específico, seja ele oral ou escrito. Na apresentação da situação, pretende-se que o aluno entre em contato com o gênero que será produzido, identificando-lhe as características e as situações de produção. O texto deixa, então, de ser encarado como um simples objeto de decodificação, mas propõese que todo o contexto enunciativo seja observado, de forma a fazer com que o aluno participe de um projeto coletivo de reconhecimento de um dado gênero, observando-lhe as particularidades, seu público-alvo, a forma de sua reprodução e os interactantes do jogo comunicacional. Assim, a fase inicial de apresentação da situação permite, portanto, fornecer aos alunos todas as informações necessárias para que conheçam o projeto comunicativo visado e a aprendizagem da linguagem a que está relacionado (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004, p.100). O segundo momento é a produção inicial, em que os alunos procuram construir, com base nas impressões que tiveram na apresentação da situação, um texto o mais próximo possível daquele que lhes foi mostrado. Essa etapa é fundamental para a produção do gênero, tendo em vista que é a partir dela que tanto alunos quanto professores poderão ter a exata dimensão do que trabalhar posteriormente. Diferentemente das tradicionais “redações escolares” que o aluno é levado a produzir ao longo de sua vida acadêmica, o trabalho com um gênero específico permitirá compreender que (i) as produções não estão desvinculadas de uma situação específica e (ii) os alunos, ao serem apresentados a essa situação de produção, mesmo numa produção inicial, apresentam um texto-protótipo muito mais adequado do que se não tivessem sido apresentados ao gênero. Nesse primeiro texto, os alunos são levados a uma auto-avaliação, e o professor poderá elaborar atividades que favoreçam um aperfeiçoamento da prática comunicativa. Essas atividades – os módulos – fazem parte da terceira etapa das sequências didáticas. Por meio dos módulos, depois de detectados os problemas que os alunos tiveram na primeira produção, o professor poderá elaborar atividades específicas a fim de fornecer subsídios para que os alunos superem as dificuldades da produção inicial. De forma geral, os módulos podem ser estabelecidos nos mais diversos níveis de produção, desde a representação da situação enunciativa de produção do gênero, até a própria realização do texto. 52 Um ponto relevante na estratégia modular, por exemplo, é a possibilidade de trabalhar conteúdos gramaticais em função do gênero. Assim, mais que apenas avaliar uma metalinguagem, o aluno poderá compreender qual a finalidade de utilizar determinadas estruturas linguísticas de acordo com os objetivos que se pretendem no gênero. Compreender que um texto narrativo, como uma notícia de jornal, por exemplo, apresenta uma recorrência grande de verbos no pretérito é muito mais efetivo do que fazer com que o aluno decore as desinências das conjugações verbais. Tornar o ensino linguístico algo prático é o objetivo primeiro desses módulos. Por fim, a produção final compreenderá a soma de todas as etapas anteriores sob forma de avaliar o gênero definido e debatido em sala de aula. É através dessa produção que o aluno poderá verificar se as suas impressões sobre o gênero se concretizam, e o professor terá a dimensão de como o aluno conseguiu aplicar as atividades modulares na construção do gênero. Tanto aluno quanto professor participam do processo de avaliação e, sabendo o que está em jogo, o aluno será capaz de analisar sua própria evolução na elaboração do projeto de texto. Além disso, é importante que a produção do aluno não se destine somente a uma “avaliação numérica”, como no caso de notas e conceitos, mas que os textos produzidos pelos alunos circulem na sociedade, tal como os textos “reais” que serviram como base para essa produção. Além desse projeto de sequência didática, cumpre compreender quais gêneros devem ser trabalhados no espaço escolar e de que forma devem ser organizados ao longo dos ciclos educacionais. Dolz e Schneuwly (2004) propuseram um agrupamento de gêneros que leva em conta (i) as finalidades do ambiente escolar, (ii) as distinções tipológicas que sobredeterminam os gêneros e (iii) a homogeneidade em relação às formas de linguagens de gêneros afins. De acordo com esses três agrupamentos, o seguinte quadro foi estabelecido: 53 DOMÍNIOS SOCIAIS DE COMUNICAÇÃO Cultura literária ficcional CAPACIDADES DE LINGUAGEM DOMINANTES NARRAR Mimesis da ação através da criação de intriga Documentação memorização humanas e ações RELATAR Representação pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo Discussão de problemas sociais controversos ARGUMENTAR Sustentação, refutação e negociação de tomadas de posição Transmissão e construção de saberes EXPOR Apresentação textual diferentes formas saberes de EXEMPLOS DE GÊNEROS ORAIS E ESCRITOS Conto maravilhoso Fábula Lenda Narrativa de aventura Narrativa de ficção científica Narrativa de enigma Novela fantástica Conto parodiado Relato de experiência vivida Relato de viagem Testemunho Curriculum vitae Notícia Reportagem Crônica esportiva Ensaio biográfico Texto de opinião Diálogo argumentativo Carta de leitor Carta de reclamação Deliberação informal Debate regrado Discurso de defesa (adv.) Discurso de acusação (adv.) Seminário Conferência Artigo ou verbete de enciclopédia Entrevista de especialista Tomada de notas Resumo de textos “expositivos” ou explicativos Relatório científico Relato de experiência científica Instruções e prescrições DESCREVER AÇÕES Instruções de montagem Regulação mútua de Receita comportamentos Regulamento Regras de jogo Instruções de uso Instruções Quadro 2 – Aspectos tipológicos (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004, p.121) de dos A partir desse grupamento, Dolz e Schneuwly (2004) propõem, ainda, um trabalho sistemático dos gêneros ao longo dos ciclos/séries, chamado de progressão em espiral: os gêneros devem ser trabalhados, em séries distintas, de acordo com níveis de complexidade pertinentes àquela etapa de escolarização. Portanto, um mesmo gênero poderá ser abordado em séries diferentes, desde que sejam adotadas novas perspectivas e novos conteúdos sejam aplicados nos módulos que sobre ele incidirão. 54 Assim, as sequências didáticas, juntamente com a progressão em espiral dos conteúdos, apresentam-se como as mais recentes teorias de trabalho com os gêneros textuais, tanto escritos como orais. Dentro da perspectiva de Dolz e Schneuwly (2004), citada em vários LD, cabe à escola fornecer ao aluno um gradativo processo de aprendizagem que leve em conta os mais variados gêneros, sendo esses últimos o meio e o fim da própria atividade comunicativa. O texto oral, nesse sentido, deve receber uma maior atenção, já que é ele o meio pelo qual os conhecimentos sobre o texto escrito são passados e é o fim mesmo das práticas orais que se executam por meio de gêneros. Essas propostas teóricas são, portanto, o que de mais recente a academia tem produzido em relação ao trabalho com gêneros textuais. No entanto, por apresentarem uma configuração e um planejamento distinto, os gêneros de modalidade oral precisam ter, também, um tratamento particular. Para esses gêneros, contudo, não são muitas as atividades propostas. Embora haja um respaldo teórico adequado sobre os gêneros orais e sua configuração, a prática talvez ainda careça de sistematização, o que, de certa forma, se espraia para os níveis básicos de educação. No entanto, algumas propostas já têm sido levantadas e procuraremos apresentá-las aqui. Marcuschi (1997, p. 76-77) já postulara algumas dessas possibilidades de trabalho, tais como (i) a audição de gravações para estabelecer um contato específico com o texto oral; (ii) análise dos elementos de organização dos textos produzidos pela língua falada, que interferem diretamente nos constituintes do gênero e nas ações por ele representadas; (iii) a relação da fala com a escrita como forma de compreender os distanciamentos e as aproximações entre as modalidades; (iv) a observação da estrutura do texto falado, tanto pela sua constituição isolada – marcadores conversacionais, hesitações, truncamentos, repetições – quanto pela formação frasal e oracional – com cortes, retomadas, fechamentos e aberturas de turno; entre outras abordagens possíveis. Por esse levantamento, fica claro que, embora o estudo dos gêneros seja o norte para o ensino de língua, não só os gêneros, mas também o próprio processo de oralização deve ser estudado em sala de aula a fim de desenvolver as práticas orais necessárias à comunicação. 55 Criscitelli e Reis (2011, p. 35-37) também procuram apresentar três perspectivas que podem ser adotadas para o trabalho com o gênero oral. A primeira delas tem como foco a observação e análise da oralidade. Do ponto de vista da sequência didática proposta por Dolz e Schneuwly (2004), é pela avaliação de um dado gênero que começamos a descobrir-lhe os elementos composicionais. Em um gênero oral, a forma de avaliar essa composição estrutural é por meio da audição do texto real. A gravação e posterior transcrição dariam conta dessa etapa de trabalho. Assim, conceitos da AC, como a noção de marcadores conversacionais, turnos de fala, troca de turnos, organização dos pares adjacentes – pergunta e resposta, p.e. –, deverão ser utilizados a fim de que alunos e professores possam compreender o texto que têm em mãos. Como entende que a prática do ensino de língua deve ocorrer de forma integrada entre professor e alunos, Castilho (2006) propõe, inclusive, que as próprias normas de transcrição sejam decididas em conjunto, em sala de aula, na prática da audição, para que o aluno torne-se participante da construção de uma gramática do oral. Magalhães (2008, p. 147-148) compreende, de igual modo, que a atividade de escuta, tal como é apontada pelos PCN, pressupõe um trabalho específico com o texto oral, já que favoreceria ao aluno um contato experiencial com esse texto. Segundo a autora, essas atividades são relevantes para o processo de aprendizagem, pois as gravações conferem à análise verdadeiro entendimento da relação oral-escrito, uma vez que se pode transcrever os dados, voltar a trechos que não tenham sido bem compreendidos, dar ênfase a trechos que mostrem características típicas da fala, entre outros. A segunda perspectiva apontada por Criscitelli e Reis (2011) é o da interface entre a língua falada e a escrita, mas especificamente o trabalho que parte da fala para chegar à escrita. Longe de repetir a incoerência de algumas propostas que priorizam o ensino da escrita no espaço acadêmico e usam o texto oral somente como o meio, elas procuram evidenciar que um trabalho que parta da oralidade para a escrita deve pressupor a compreensão ampla do texto produzido oralmente. Para que isso ocorra de forma coerente, elas se embasam na teoria da retextualização, evidenciada por Marcuschi (2008a). Para esse autor, a retextualização é 56 um processo que envolve operações complexas que interferem tanto no código como no sentido e evidenciam uma série de aspectos nem sempre bem-compreendidos da relação oralidade-escrita. (MARCUSCHI, 2008a, p.46) Marcuschi (2008a) atesta que a passagem de um texto oral para o escrito não confirma a hipótese prescritiva que colocaria “ordem no caos” da oralidade, mas observa que são ordens distintas e que o processo de passagem de uma modalidade a outra pressupõe a compreensão do texto original. Por isso, é uma atividade de interpretação e produção simultaneamente. Nesse sentido, pode-se ter retextualização da fala para a escrita, da escrita para a fala, da fala para a fala e da escrita para a escrita. O processo de retextualização é distinto, pois, da transcrição, mas esta última pode compor uma de suas etapas, tal como atesta Marcuschi (2008a). Por adotar, também, a retextualização como um processo produtivo de trabalho com a oralidade em relação à escrita, Fávero, Andrade e Aquino (2003, p.90) apresentam o seguinte quadro, que pode sintetizar as etapas desse processo: 1º operação: eliminação de marcas estritamente interacionais e inclusão da pontuação; 2º operação: apagamento de repetições, redundâncias, autocorreções e introdução de substituições; 3º operação: substituição do turno por parágrafos; 4º operação: diferenciação no encadeamento sintático dos tópicos; 5º operação: tratamento estilístico com seleção do léxico e da estrutura sintática, num percurso do menos para o mais formal. Quadro 3 – Operações de produção do texto escrito a partir do texto falado (FÁVERO, ANDRADE e AQUINO 2003, p. 90) A terceira perspectiva de Criscitelli e Reis (2011) faz referência direta à abordagem dada pelos PCN (BRASIL, 1998) em relação ao trabalho com a língua oral e, em certa medida, reforçado nos trabalhos de Marcuschi (1997, 2005), que trata do trabalho especificamente com a variação linguística. Por esse viés, as autoras propõem que a discussão sobre a variação pode ser apresentada por meio da própria interação em sala de aula, quer pela análise de expedientes dialetais, como nas falas de professor e alunos, quer pela observação das adequações necessárias aos registros de utilização dessa linguagem. Fazer com que o aluno compreenda que a conversação espontânea tem uma informalidade que deve ser abandonada quando da participação em uma entrevista de emprego, por exemplo, é uma das formas de evidenciar esse trabalho. 57 Percebemos, nessas propostas, uma amostragem pontual que representa formas efetivas de trabalho com a oralidade e com os gêneros orais. Um trabalho com o gênero entrevista, por exemplo, poderia ser feito partindo da análise de gravações de entrevistas, com sua posterior transcrição; observando, posteriormente, os componentes situacionais que interfiram diretamente no grau de formalismo; retextualizando a entrevista transcrita como forma de publicá-la em um jornal ou revista; produzindo uma nova entrevista, levando em conta as marcas conversacionais do gênero e o aprofundamento da estrutura do par pergunta-resposta; entre tantas outras atividades que (i) trabalhariam o gênero oral de forma adequada e (ii) favoreceriam ao aluno o conhecimento de uma estrutura que utilizaria fora do ambiente escolar, como em uma entrevista de emprego. Ainda sobre o trabalho específico com gêneros orais, podemos citar alguns estudos recentes e que contribuem para ampliação da fundamentação teórica que pode dar suporte aos LD. Dolz e Schneuwly (2004) apontam um conjunto de atividades que poderiam ser aplicadas para os gêneros exposição oral e debate público, gêneros esses que estão consolidados no espaço escolar. Há, também, a proposta de Hoffnagel (2007) que, embora trate de forma mais específica da reprodução escrita do gênero entrevista, apresenta contribuições que podem auxiliar no processo de retextualização de um gênero que é predominantemente oral. Além dessas contribuições e numa clara abordagem da interface oral/escrito, Negreiros (2011) apresenta propostas de atividades que verifiquem marcas de oralidade em poesias. Já Ramos (2011) procura destacar como essa interface se evidencia nos quadrinhos. Na mesma esteira da relação entre o oral com o escrito estão Fávero et al (2010), que procuram mostrar, em chats, as marcas elementares da conversação. Assim, já que é responsabilidade da escola favorecer o desenvolvimento comunicativo do aluno dentro e fora do espaço escola, e levando em consideração que há propostas coerentes e adequadas para o trabalho com esse expediente linguístico, cabe verificar se os LD têm se adequado a essas perspectivas e se podem fornecer um subsídio completo a professores e alunos nas práticas de ensino-aprendizagem. A análise das coleções aprovadas pelo Guia PNLD 2011 poderá nos fornecer essas respostas. 58 3 – ANÁLISE DO GUIA PNLD 2011 E DOS LIVROS DIDÁTICOS 3.1 – Metodologia Nessa seção, apresentaremos de forma mais detalhada o corpus utilizado para a pesquisa, bem como tentaremos pormenorizar as etapas de análise que se seguiram à escolha do objeto de estudo. Assim, pretendemos deixar claras as motivações para o trabalho e explicitar de que forma um conjunto específico de livros pode funcionar como uma amostragem, em termos estatísticos, da situação geral do trabalho com a oralidade nos LD Em primeiro lugar, é importante destacar a funcionalidade desse LD no espaço escolar. Longe de ser o principal – e único – mecanismo de ensinoaprendizagem, o LD pode ser encarado como um colaborador no processo interativo de aprendizagem. Servindo, ao mesmo tempo, como base teórica para questões linguísticas – tais como conceitos, exemplos, atividades, entre outros – e como suporte para a apresentação de diversos gêneros textuais distintos, o LD é um dos mínimos recursos de que dispõe o professor para o cumprimento das atividades de aprendizagem suscitadas no processo de ensino. No dizer de Lajolo (1996, p. 4), Didático, então, é o livro que vai ser utilizado em aulas e cursos, que provavelmente foi escrito, editado, vendido e comprado, tendo em vista essa utilização escolar e sistemática. (...) o livro didático é instrumento específico e importantíssimo de ensino e de aprendizagem formal. Muito embora não seja o único material de que professores e alunos vão valer-se no processo de ensino e aprendizagem, ele pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares. (...) Assim, para ser considerado didático, um livro precisa ser usado, de forma sistemática, no ensino-aprendizagem de um determinado objeto do conhecimento humano, geralmente já consolidado como disciplina escolar. (grifos da autora) Dada a sua importância no escopo do processo de aprendizagem, o LD não pode funcionar somente como um “apoio” para o professor, ou um “receptáculo escrito” do que o professor apresenta oralmente em sala de aula. O LD possui papel fundamental, tanto no próprio processo de construção do saber como na interação estabelecida entre professor e aluno, haja vista que pode funcionar, muitas vezes, como mediador desse encontro. Com um objetivo específico e, consequentemente, com uma elaboração distinta de todos os demais livros, o LD cumpre uma dupla função no espaço escolar e, 59 mais ainda, quando se trata do trabalho com gêneros textuais variados, como é o caso dos LD: cabe a ele (i) apresentar os gêneros textuais que, mesmo longe de seu suporte inicial, mantém sua identidade e (ii) incutir-lhes outra funcionalidade – nesse caso, o ensino. Marcuschi (2008c, p.179) denomina esse fato como reversibilidade de função quando trata da função de suporte do LD. Chega mesmo a classificá-lo como um suporte com características tão especiais que o distinguiria dos demais livros, suportes convencionais. Um mecanismo tão valioso não poderia, pois, ser tratado de forma incipiente pelas entidades regulamentadoras da educação. Dada a sua importância, surge, em 1985, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que apresenta como principais medidas: - Indicação do livro didático pelos professores; - Reutilização do livro, implicando a abolição do livro descartável e o aperfeiçoamento das especificações técnicas para sua produção, visando maior durabilidade e possibilitando a implantação de bancos de livros didáticos; - Extensão da oferta aos alunos de 1ª e 2ª série das escolas públicas e comunitárias; - Fim da participação financeira dos estados, passando o controle do processo decisório para a Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) e garantindo o critério de escolha do livro pelos professores.1 Após momentos de crise orçamentária que reduziram a produção e distribuição dos livros didáticos nos anos finais da década de 80 e início da década de 90, em 1996 inicia-se o processo de avaliação pedagógica dos livros que passarão a ser distribuídos para as escolas públicas com recursos governamentais. Data desse ano a primeira publicação do Guia de Livros Didáticos como mecanismo de auxílio aos professores para a escolha e seleção do livro a ser adotado na prática docente. Com critérios pré-definidos, o MEC pretendeu disponibilizar às escolas somente os livros que fossem aprovados nessa seleção. Obras que apresentassem equívocos conceituais, indução ao erro, discriminação, preconceito ou que estivessem desatualizados em relação às propostas político-pedagógicas vigentes, bem como os que apresentassem conceitos e teorias ultrapassados, seriam excluídos dos Guias, sendo o seu uso e distribuição vedados nas escolas públicas. 1 Dados disponíveis em http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-historico, acessados em 06/03/2012. 60 Desde 1996, esse manual tem sido modificado e aperfeiçoado com vista a fornecer às escolas o que se tem produzido de melhor no Brasil em termos de material didático complementar sob forma de livro didático. Até 2012, a distribuição gratuita já atende os primeiro e segundo ciclos do Ensino Fundamental (EF), todo o Ensino Médio (EM) e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Somente não é atendida pelo PNLD a Educação Infantil. Apresentado esse breve histórico dos Guias do PNLD, percebemos a importância do livro didático no contexto educacional, bem como a necessidade de que esse mecanismo regulador – o Guia – esteja adequado às recentes pesquisas feitas no âmbito acadêmico, para que delas se valham no intuito de estabelecer uma prática pedagógica atual e efetiva. Assim, para a escolha do corpus dessa pesquisa, entendemos que os livros aprovados pelo Guia de Livros Didáticos do PNLD representariam o que de melhor tem sido produzido para auxiliar o professor nas práticas de sala de aula. Como um trabalho que permeasse todos os ciclos da educação básica seria por demais extenso, resolvemos selecionar para essa análise os livros do segundo ciclo do EF, do sexto ao nono anos. Essa escolha se deve a alguns fatores: (i) a idade escolar, que prevê um aluno mais amadurecido em relação aos do primeiro ciclo do EF; (ii) a abordagem de conteúdos, mais específicas, também, em relação ao primeiro ciclo; (iii) a produtividade do material, tendo em vista que, como atestam os PCN, muitos alunos abandonam o espaço escolar ao final do EF e caberia à escola, portanto, preparar esse aluno egresso para o mercado de trabalho. Então, o corpus dessa pesquisa será composto por quatorze das dezesseis coleções de LD avaliados positivamente pelo Guia de Livros Didáticos do PNLD 2011 para os anos finais do EF. Não tivemos acesso a duas das coleções avaliadas pelo PNLD – Língua Portuguesa: linguagem e interação e Trabalhando com a linguagem –, devido a dificuldades com as editoras, que não disponibilizaram os livros para análise, por isso somente pudemos observar-lhes a contribuição do Guia. Restrito o corpus, cabe compreender as etapas que se sucederam para a realização da pesquisa. Num primeiro momento, coube avaliar o próprio Guia 61 a fim de compreender quais são os critérios que norteiam as escolhas das coleções no que tange especificamente ao trabalho com gênero oral. No Guia, avaliaremos, também, as resenhas das coleções aprovadas para compreender as indicações e observações feitas a respeito do trabalho com oralidade e perceberemos a adequação – ou não – dessas coleções. Os quadros esquemáticos, elaborados pela comissão do PNLD, sobre pontos positivos e negativos das coleções, a distribuição de gêneros orais ao longo dos quatro anos do EF feita por cada coleção e a forma de trabalho com as capacidades orais a serem desenvolvidas serão nosso escopo nesse momento. A seguir, analisaremos, em duas etapas, quatorze coleções aprovadas, totalizando cinquenta e seis LD. A primeira etapa consistirá na análise do Manual do Professor (MP) de cada uma das coleções. Compreendemos que o MP fornece os subsídios básicos, bem como um suporte teórico fundamental para consolidar o trabalho de sala de aula. Entendemos, também, que somente o livro didático não dá respaldo suficiente ao professor para se adequar às atuais práticas pedagógicas e discussões acadêmicas sobre conteúdos a serem ministrados. Assim, o MP também serve como fonte bibliográfica para o aperfeiçoamento das práticas docentes. Nesse sentido, observaremos (i) qual a visão do MP em relação ao trabalho com a oralidade e (ii) qual o embasamento teórico para tal trabalho. A segunda etapa prevê uma avaliação específica sobre as propostas de atividades presentes nos LD. Observaremos como são apresentados os gêneros orais e qual a importância dada à oralidade na coleção. Será avaliada, também, a afinação do MP com o conteúdo da obra, já que a experiência de análise nos prova que, muitas vezes, há contradições entre o que se indica no MP e o que é efetivamente produzido no corpo do LD. Quadros que apontem quais e como são trabalhados os expedientes orais nos LD, bem como uma avaliação crítica sobre essas atividades, nos ajudarão a compreender melhor de que forma esse objeto de estudo têm sido abordado. Esses quadros serão apresentados ao final do trabalho, como anexos, sendo reservada à parte da análise uma apreciação geral das atividades propostas pelo LD a fim de facilitar a observação feita sobre cada uma das coleções. 62 Dessas atividades, destacaremos algumas das mais produtivas, reproduzindo-as no corpo desse trabalho. Como muitas delas são similares, optamos por reproduzir somente aquelas que, no trabalho com oralidade e com gêneros orais, possam servir como amostragem daquilo que tem sido pontuado nos LD e para mostrar as possibilidades de estudo dos gêneros orais a fim de que sirvam não como um modelo somente, mas para demonstrar um caminho efetivo e produtivo, que associe adequadamente as discussões acadêmicas às realidades presentes no espaço escolar. Temos certeza de que os LD não podem atender sempre e adequadamente a todas as diferentes populações discentes, mas, sendo ele um apoio essencial para a prática educacional, deve cumprir o mínimo estabelecido que, no caso dos gêneros orais, é a apresentação daqueles utilizados de forma recorrente fora do espaço escolar. Assim, entendemos que essa análise, apresentada em três frentes – Guia, MP e LD –, pode dar conta de responder algumas das hipóteses lançadas anteriormente e, como dito, funcionar como uma amostra do que tem sido feito em termos de oralidade no âmbito de sala de aula atualmente. 3.2 – O Guia de Livros Didáticos de LP – PNLD 2011 Com base no histórico apresentado na seção anterior, percebemos que houve uma necessidade de estabelecer critérios específicos para a escolha dos livros que comporiam o escopo educacional da educação pública. Os livros, para serem aprovados no PNLD 2011, devem se adequar a uma série de parâmetros regidos por uma legislação específica, seguindo alguns critérios gerais: - Respeito à legislação, às diretrizes e às normas relativas ao ensino fundamental; - Observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano; - Coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica assumida pela coleção, no que diz respeito à proposta didáticopedagógica explicitada e aos objetos visados; - Correção e atualização de conceitos, informações e procedimentos; - Observância das características e finalidades específicas do manual do professor e adequação da coleção à linha pedagógica nele apresentada; - Adequação da estrutura editorial e do projeto gráfico aos objetivos didático-pedagógicos da coleção. (BRASIL, 2010, p. 13-16) 63 Esses critérios selecionaram as coleções de todas as disciplinas que integram o material didático do segundo ciclo do EF de 2011 a 2013, período de vigência do Guia PNLD 2011. Além dos critérios gerais, cada disciplina determina critérios específicos de avaliação. No caso de LP, cabe a cada coleção organizar-se de forma a garantir (i) o desenvolvimento da linguagem oral e a apropriação e o desenvolvimento da linguagem escrita e (ii) o pleno acesso ao mundo da escrita (PNLD 2011, p.20). Assim, o Guia de LP avalia quatro critérios específicos: - Relativos à natureza do material textual selecionado; - Relativos ao trabalho com o texto (leitura e produção de textos escritos); - Relativos ao trabalho com a oralidade; - Relativos ao trabalho com conhecimentos linguísticos. (BRASIL, 2010, p. 21-23) Nosso trabalho se restringirá à análise do terceiro ponto tendo em vista o nosso objeto de estudo – o gênero textual oral. Para esse item, o Guia procura apresentar o que se espera de um LD que trabalhe adequadamente a oralidade. Muito voltado para uma perspectiva variacionista, o Guia compreende que a linguagem oral é dominada pelo aluno de forma satisfatória em relação ao convívio social ao qual pertence e funciona como o mecanismo básico de interação entre aluno e professor. Compete à escola e, consequentemente, ao LD, utilizar esse conhecimento prévio para discutir conteúdos da língua escrita e ampliar o uso da língua oral para situações internas e externas ao espaço escolar. Assim, o LD deve: - recorrer à oralidade nas estratégias didáticas de abordagem da leitura e da produção de textos; - valorizar e efetivamente trabalhar a variação e a heterogeneidade linguísticas, situando nesse contexto sociolinguístico o ensino das normas urbanas de prestígio; - propiciar o desenvolvimento das capacidades e formas discursivas relacionadas aos usos da linguagem oral próprios das situações formais e/ou públicas pertinentes ao nível de ensino em foco. (BRASIL, 2010, p. 22-23) Entendendo que o primeiro ponto não trabalha efetivamente com gêneros orais específicos, já que a oralidade é vista como um meio e não como um fim, e que, no segundo ponto, a perspectiva é mais variacionista que voltada à Linguística de Texto, resta analisarmos nas coleções o terceiro ponto: 64 a ampliação da capacidade de produção de textos orais nas mais variadas situações de comunicação por meio de gêneros textuais. Observamos que a fundamentação teórica dos critérios de seleção do Guia reside nas propostas mais atuais de trabalho com os gêneros textuais orais, como as que foram apresentadas no segundo capítulo desta pesquisa. Estudar oralidade não é ensinar a falar, mas trabalhar efetivamente estratégias de interação variadas de acordo com a situação estabelecida entre os participantes do jogo discursivo. Além disso, o trabalho com a oralidade deve focalizar as situações formais. Não cabe à escola interferir ou “ensinar” o aluno a estabelecer o contato oral familiar; isso ele já domina. O que compete à escola é fazer com que o aluno esteja preparado adequadamente para estabelecer comunicação dentro e fora do ambiente escolar em situações com as quais não está habituado, como um seminário ou uma entrevista de emprego, por exemplo. Na própria avaliação das coleções, o Guia deixa claro que o gênero oral deve deixar de ser um meio para a apreensão de outros conteúdos para ser, ele mesmo, um objeto de ensino e aprendizagem. Embora sejam muito presentes atividades como contraparte às atividades de leitura, há, nos livros analisados, propostas voltadas para o uso específico de gêneros orais formais públicos sugerindo uma sequência didática (BRASIL, 2010, p. 32). Contudo, o Guia deixa de fora a exigência de apresentação de um conteúdo mais sistemático para a apresentação de gêneros orais, ou seja, percebemos que não há uma indicação direta para que o trabalho com a oralidade seja fundamentado teoricamente nas coleções. Isso acontece de forma variada de coleção para coleção de acordo com a metodologia proposta por cada uma. Percebe-se isso no próprio Guia, quando este informa que (...) gêneros orais públicos e/ou tipicamente escolares (...) vêm abordados em atividades que já se organizam em sequências didáticas destinadas a explorar mais ou menos sistematicamente diferentes aspectos da produção oral. (PNLD 2011, p. 32) (grifos nossos) O Guia aponta que o trabalho com os gêneros orais nos LD tem uma contraparte com a oralização ainda muito presente, por meio de atividades de leitura, dramatização e declamação. No entanto, nenhuma das coleções se restringe a esse uso, abordando práticas orais configuradas em gêneros, 65 mesmo que minimamente quantificadas e sistematizadas. A observação das análises das coleções nos permite compreender que a grande dificuldade dos LD reside justamente na sistematização do trabalho com gêneros orais. Falta, ainda, uma quantidade maior de propostas que associem as teorias sobre gêneros orais à prática escolar, tais como aqueles propostos por Marcuschi (2008a), Castilho (2006), entre outros apontados ao final do segundo capítulo desse trabalho. Com isso, de antemão já podemos ter a consciência de que muitos livros aprovados pelo PNLD ainda estão longe de serem manuais que trabalhem adequadamente o texto oral e a prática da oralidade em si, como comprovamos no Gráfico 1, em que são quantificadas as informações sobre oralidade que aparecem nos quadros esquemáticos propostos para cada uma das coleções: Gráfico 1 – Avaliação dos quadros esquemáticos O Guia, ao apresentar as resenhas das coleções aprovadas, resume as características da coleção em quadros esquemáticos em que apresenta: (i) pontos fortes, em que aponta abordagens e metodologias adequadas de acordo com a avaliação do Guia; (ii) pontos fracos, em que se apresentam os problemas das coleções avaliadas e/ou os pontos que são trabalhados de forma insuficiente e/ou inadequada; (iii) destaque, que representa o que, dentre os pontos positivos, pode ser tomado como exemplo de produção eficaz; (iv) adequação ao tempo escolar, em que se apresenta como foi organizada a coleção em unidades e capítulos em relação ao trabalho a ser feito ao longo do 66 ano letivo; e (v) manual do professor, onde são apresentadas as principais características do MP e sua funcionalidade para a coleção. No Gráfico 1, a análise leva em consideração os três primeiros itens avaliados nos quadros esquemáticos das dezesseis coleções aprovadas pelo PNLD 2011. Podemos perceber que oito coleções (50%) apresentam como ponto negativo o trabalho com oralidade, seja pela falta de sistematização desse trabalho, seja pela insuficiência quantitativa ao longo da coleção ou em volumes específicos; três – 19% – apresentam o trabalho com oralidade como ponto positivo e/ou destaque da coleção; cinco – 31% – não apresentam comentários sobre oralidade no quadro esquemático. Pela análise inicial desse gráfico já podemos perceber um problema grave: metade das coleções que foram aprovadas e que auxiliam no processo de ensino-aprendizagem das escolas públicas do Brasil atende mal ao mínimo estabelecido como indispensável ao trabalho com o texto oral. Mesmo aquelas que foram destacadas positivamente, na maioria das vezes só o foram pela quantidade de trabalhos e não necessariamente pela qualidade. O Guia também procura destacar, por meio de listas, os gêneros textuais orais apresentados nas coleções, bem como sua divisão ao longo dos quatro volumes de cada uma delas. Essa análise se mostra importante, pois poderemos observar o foco do trabalho proposto pelos LD, mesmo não tendo, ainda, a real dimensão de como esse trabalho se efetiva. O Quadro 4, a seguir, nos auxilia nessa visualização. 67 COLEÇÃO A aventura da linguagem Diálogo – edição renovada Língua Portuguesa – linguagem e interação Linguagem – criação e interação Para ler o mundo portuguesa – língua Para viver juntos – português 6º ANO Descrição, dramatização, entrevista, reconto 7º ANO Exposição, história, relato, júri, debate regrado 8º ANO Debate deliberativo, debate opinativo, entrevista, história, exposição, leitura dramática Apresentação oral, leitura dramatizada, entrevista, debate e declamação de cordel Descrição, discussão, exposição oral, entrevista, debate 9º ANO Discussão, exposição, debate opinativo, entrevista, história, exposição, leitura dramática Exposição oral, seminário, leitura dramatizada e debate Narrativa oral, livro falado, adivinhação, jogral e exposição oral Conto de aventura, adivinha, desafio, diálogo, dramatização, entrevista, história da tradição oral, leitura, lenda urbana, notícia radiofônica, parlenda, programa radiofônico, relato, seminário Apresentação de livros, reconto, criação ou alteração de regras, entrevista, discussão sobre atitudes, discussão sobre direito dos animais, história oral coletiva Debate, exposição oral, leitura expressiva Relato de história familiar, parlenda, adivinha e exposição oral Leitura oralizada e entrevista Sarau, seminário e entrevista Relato, discussão sobre diferenças culturais, narração de “causo”, enquete, entrevista, radiojornal, declamação de poemas Reconto, regrado debate Exposição de opinião, debate regrado, jornal falado Exposição oral, entrevista, debate, leitura expressiva Entrevista, contação de histórias e debates Exposição oral, entrevista, reconto, debate, mesa-redonda Contação de “causos”, seminário Leitura oralizada e entrevista Encenação teatral, sarau poético, exposição oral, seminário e anúncio falado Discussão, apresentação de peça teatral, campanha televisiva, programa de televisão Exposição oral, entrevista, júri, debate, relato Contação de histórias de assombração, pesquisa de opinião, assembléia Debate televisivo, debate regrado, radiojornal e novela de rádio Discussão, relato de pesquisa, mesa-redonda. Discussão, apresentação de resumo, contação de história, declamação de poema, apresentação de notícia, programa de rádio Exposição oral, entrevista, discussão dirigida e argumentação, debate, dramatização, diálogo e argumentação, entrevista coletiva, leitura oral de poemas, discussão em grupo, exposição oral de ideias Discussão, leitura dramatizada, contação de história, campanha em rádio, apresentação oral, mesa-redonda, telejornal Conversa telefônica, debate, dramatização, entrevista, entrevista televisiva, explicação, descrição, seminário Português – a arte da palavra Português – ideias & linguagens Português – uma proposta para o letramento Debate, discussão e exposição oral de ideias, entrevista coletiva debate, Debate, discussão e exposição oral de ideias, júri simulado, leitura oral de poemas, leitura dialogada Leitura em voz alta, debate, exposição oral, seminário, leitura expressiva, leitura dramatizada Entrevista, discussão em grupo e exposição oral de ideias, debate, júri simulado, leitura oral 68 Discussão, relato Português – linguagens Projeto ECO – língua portuguesa Projeto Radix portuguesa – língua Trabalhando com a linguagem Trajetórias da palavra – língua portuguesa Tudo é linguagem Viva português Descrição de imagem, relato de sonho, transcrição de conversa e posterior oralização, debate, relato, contação de fábula, lenda ou mito, dramatização de diálogo, discussão em grupo, exposição Depoimento, piada, comunicado, jornal falado, relato, reconto, debate, comentário, entrevista, apresentação oral, mesaredonda, exposição oral Júri simulado, declamação, entrevista, debate, locução de notícias Contação de casos, leitura expressiva, apresentação oral, dramatização, telejornal, entrevista Roda de “causos”, jogral, debate, leitura expressiva de notícia Esquete, exposição oral, jogral, contação oral de história, debate Jogral, debate deliberativo, entrevista oral Conversa, relato, júri simulado, formulação de resposta em grupo, exposição, dramatização, discussão entre grupos, debate, jornal-teatro, oralização de poema, teatro de bonecos e fantoches Jogral, entrevista, mesaredonda, enquete, noticiário de TV ou de rádio, transmissão radiofônica de partida de futebol, apresentação oral, declamação em coro, dramatização Apresentação pessoal, resumo de filme, dramatização, entrevista, jogral Declamação de poemas, leitura expressiva, apresentação oral, dramatização, discussão, encenação, narração, comentário sobre canção Entrevista, anúncio falado, seminário Conversa, exposição, contação de narrativa popular, debate, dramatização de teatro, fórum de discussão, discussão em grupo, contação de anedota Debate regrado público Discussão, entrevista, roda de histórias, apresentação oral, exposição oral, comentário, debate, reconto Apresentação oral, entrevista, discussão, comentário, jornal falado, enquete, fórum de discussões, seminário, roda de discussões, mesa-redonda. Leitura de crônica, descrição de pessoa, reconto, debate regrado Leitura expressiva, declamação de poemas, discussão em grupo, programa de rádio, entrevista, comentário sobre entrevistas Narração de história, seminário, representação teatral Leitura dramatizada, leitura expressiva de trechos de relato, leitura de poesia em sarau, debate, jornal falado. Contação de história, encenação, entrevista, debate Leitura dramatizada, exposição oral, debate, sarau de poemas. Contação de história, apresentação de propaganda, apresentação de pesquisa, mesa-redonda Conversa, entrevista seminário e Produção oral de história coletiva, encenação, contação de história, leitura expressiva, seminário, debate, dramatização, discussão em grupo, entrevista, declamação em grupo Exposição oral de diálogo escrito, encenação, debate, entrevista, exposição oral. Exposição seminário, colegas Quadro 4 – Distribuição de gêneros pelos volumes das coleções de acordo com o Guia PNLD 2011. oral, esquete, entrevista com 69 Em uma observação inicial, percebemos que, quantitativamente, são priorizados os gêneros orais nas primeiras séries do segundo ciclo do EF. O Quadro 4 apresenta um total de 341 gêneros apresentados pelas dezesseis coleções ao longo dos quatro anos do segundo ciclo do EF, sendo contabilizadas mesmo as repetições de gêneros. Em números, temos que sexto e sétimo anos apresentam, respectivamente, 99 e 90 gêneros textuais orais a serem trabalhados, enquanto oitavo e nono apresentam, respectivamente, 78 e 74 gêneros orais. Temos, portanto, uma ligeira redução no trabalho com a oralidade de acordo com a gradação da seriação escolar, o que pode ser mais bem percebido pelo gráfico abaixo: Gráfico 2 – Quantitativo de gêneros orais por série Em uma avaliação mais atenta, outro aspecto interessante merece destaque na observação de alguns “gêneros” que são trabalhados pelos LD e que são apontados pelo Guia no Quadro 4: as nomenclaturas descrição, exposição, narração são apontadas como classificações de gêneros orais pelo Guia do PNLD quando, na verdade, referem-se a tipologias textuais. Embora não seja esse o objetivo de nosso estudo, é importante observar que algumas distinções básicas estabelecidas pelas teorias de texto ainda não foram completamente incorporadas ao espaço escolar e, em muitos casos, à própria academia. 70 Ainda com base no Quadro 4, podemos avaliar quais gêneros têm sido priorizados no trabalho com oralidade ao longo das últimas séries do EF. Para tanto, associamos os gêneros por afinidades de elementos composicionais e situacionais, como contextos de produção, domínio discursivo, marcadores específicos, finalidade de produção, entre outros. Dessa associação, estabelecemos sete grupos para alocação desses gêneros: 1 – Atividades de oralização; 2 – Entrevistas; 3 – Debates; 4 – Seminários e exposições orais; 5 – Domínio midiático (rádio e TV); 6 – Dramatizações; 7 – Relatos e recontos; 8 – Outros. O primeiro grupo abarca atividades que não correspondem ao trabalho com gêneros orais específicos, mas com atividades de oralização da escrita, como a leitura expressiva, a leitura enfática, a declamação de poemas, a contação de histórias, os jograis, entre outras atividades. O segundo grupo corresponde às atividades de entrevista e enquetes, gêneros que, embora tenham uma divulgação escrita muito recorrente, são produzidos oralmente. O terceiro grupo trabalha com gêneros como debates regrados, debates deliberativos, mesas-redondas, júris simulados, discussões regradas e gêneros afins. Nesse conjunto de gêneros, não só elementos da oralidade são levados em conta, como também as estratégias argumentativas são observadas. O quarto grupo compreende as atividades de apresentação oral, tais como seminários e exposições orais, formando, juntamente com o terceiro grupo, aqueles que seriam próprios da esfera educacional, dado seu caráter mais formal. O quinto grupo reúne os gêneros que são transmitidos por meio de suportes orais, como rádio, e/ou audiovisuais, como a televisão. Fazem parte desse grupo a transmissão de notícia radiofônica, a novela do rádio, programas televisivos e telejornais, por exemplo. Importante verificar que, 71 nesse grupo, embora alguns gêneros não sejam efetivamente orais, como a notícia e a novela, entendemos que merecem destaque como gêneros que trabalham o aspecto oral de sua transmissão. Não se assemelham, em forma, aos trabalhos de oralização da escrita pertencentes ao grupo 1. O sexto grupo foi organizado em torno dos gêneros que compõem o domínio teatral, tais como a dramatização, a esquete, a encenação e a composição de peças teatrais. Da mesma forma que no grupo anterior, os gêneros desse domínio discursivo apresentam uma base escrita, mas entendemos que o trabalho com a oralidade é mais amplo que a simples oralização da escrita e muito diferente daquele apresentado nos textos do rádio e TV. O sétimo agrupamento compreende uma série de gêneros que pertencem, predominantemente, a uma tipologia narrativa, mas que diferem dos demais grupos também por suas características de composição, tais como o reconto, o relato, a narrativa oral, entre outros gêneros similares. Há, ainda, um último grupo que compreende uma série de gêneros que não caberiam nas classificações que adotamos anteriormente, tais como comentário, conversa, parlenda, adivinhação, entre outros que, no computo geral de cada uma das coleções, têm um número reduzido, mas que, somadas às dezesseis coleções, podem apresentar alguma relevância. O Gráfico 3 permitirá compreender quais gêneros, de acordo com os agrupamentos apresentados, são priorizados pelos LD: Gráfico 3 – Quantitativo de gêneros orais por agrupamento de similaridades 72 Em ordem decrescente, temos o grupamento de debates, com 24% do total – 82 ocorrências –, configurando-se como gêneros mais apresentados nos LD. Importa, no entanto, perceber que, como será apontado adiante, na análise das coleções, o gênero debate é tratado muito mais em função das temáticas abordadas que da sua estrutura oral. Assim, na maioria das coleções, o gênero debate é proposto, como o gráfico aponta, mas suas características composicionais de gênero oral pouco são trabalhadas. Em segundo lugar, ficam empatadas as Apresentações orais e Atividades de oralização, com 16% – 56 ocorrências. Para as atividades de apresentação oral, como seminários e outras exposições orais, observamos uma preocupação dos LD em trabalhar um texto pertencente ao domínio acadêmico, cumprindo sua função no processo de aprendizagem, mesmo que, como observado também nos debates, a temática seja privilegiada em detrimento da análise do próprio gênero. Já a presença das atividades de oralização em segundo lugar confirma, de antemão, algumas de nossas expectativas: percebe-se, aqui, que os LD ainda destinam muito espaço a propostas de um “pseudotrabalho” com oralidade, fundamentado sobre o texto escrito, tal como apontado por Marcuschi (1997, 2005). Longe de compreender a oralização como um trabalho errôneo, o que importa destacar é que esse processo não trabalha efetivamente com um gênero oral, mas somente com uma leitura – seja enfática, expressiva, em voz alta etc. – de um gênero originalmente escrito. Em terceiro, com 12% do total – 39 ocorrências –, as entrevistas ocupam um lugar intermediário no cômputo geral. Gênero originalmente oral, mas que apresenta uma contraparte escrita, a entrevista tem sido, em alguns livros didáticos, o gênero que melhor se adequa às propostas de trabalho com o texto oral. As atividades de retextualização envolvendo as entrevistas, por meio das quais os alunos são levados a gravar, ouvir, transcrever e reescrever os textos produzidos oralmente, funcionam como ponto chave dessa apropriação da teoria de Marcuschi (2008a) por parte dos LD. No entanto, algumas coleções ainda têm dificuldades nessa adequação, e isso é perceptível quando ou não fornecem um suporte teórico para atividades desse tipo ou o fazem de forma 73 insuficiente. Nesse segundo caso, ao professor cabe a responsabilidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, já que o próprio MP não fornece os subsídios básicos para o desenvolvimento das atividades. Em proporções menores, figuram os gêneros narrativos, com 10% – 34 ocorrências –, os gêneros orais pertencentes ao domínio midiático, com 7% – 23 ocorrências –, e, em último lugar, os gêneros teatrais, com 6% – 21 casos –. Outros gêneros orais variados têm uma incidência de 9% na proporção geral – 30 casos. É importante observar, nesse contexto, o que os PCN de LP sugerem para o trabalho com a oralidade, propostas apresentadas no Quadro 5: GÊNEROS ORAIS GÊNEROS ORAIS PRIVILEGIADOS PARA A INDICADOS PARA A PRÁTICA DE ESCUTA PRÁTICA DE PRODUÇÃO cordel, causos e similares canção LITERÁRIOS texto dramático textos dramáticos canção comentário radiofônico notícia entrevista entrevista DE IMPRENSA debate debate depoimento depoimento exposição exposição seminário DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA seminário debate debate palestra PUBLICIDADE propaganda Quadro 5 – Gêneros orais para os 3º e 4º ciclos do EF (PCN, 1998, p 54-57. Adaptado) DOMÍNIOS DISCURSIVOS Numa comparação entre os Quadros 4 e 5 e o Gráfico 4, fica nítida a prioridade estabelecida pelos LD aos gêneros de divulgação científica, que ocupam um espaço considerável nas coleções e nas escolas, enquanto os gêneros de imprensa e literários são menos explorados, principalmente esses últimos. Até mesmo as atividades de audição são postas em segundo plano. Apenas uma das coleções apresenta essa preocupação, incorporando ao livro um CD com material para audição de textos. Assim, observados quantos e quais são os gêneros trabalhados pelos LD avaliados no Guia PNLD, cabe um olhar mais aprofundado sobre cada uma das coleções para chegarmos a conclusões mais específicas sobre o trabalho com oralidade por meio de gêneros orais. 74 3.3 – Coleções aprovadas pelo PNLD 2011 Apontaremos, a seguir, as quatorze coleções a que tivemos acesso e que foram aprovadas na análise do PNLD. Para sermos coerentes com a nossa proposta de avaliação, não seguiremos estritamente a ordem alfabética proposta pelo Guia, mas reorganizaremos as coleções em função do Gráfico 1 (p.65). Assim, apontaremos, em primeiro lugar, um grupamento das coleções que não possuem um comentário específico sobre o trabalho com a oralidade no quadro esquemático elaborado pelo Guia, que chamaremos de coleções sem menção à oralidade; em segundo lugar, apresentaremos o grupo das coleções que têm, no trabalho com a oralidade, um ponto positivo pela avaliação do Guia, chamado menção positiva em relação à oralidade; em terceiro lugar, as coleções cujas atividades que envolvam expedientes orais são vistas como ponto negativo das obras pelo Guia, que comporão o grupo que tem por nome menção negativa em relação à oralidade. 3.3.1 – Sem menção à oralidade 3.3.1.1 – Diálogo – edição renovada (Anexo, p.133) Essa coleção, organizada em temas, não apresenta indicativos positivos ou negativos sobre oralidade no quadro esquemático do Guia do PNLD. No entanto, podemos perceber, pela observação dos gêneros orais apresentados ao longo dos volumes, que a quantidade de atividades propostas é pequena, principalmente nos livros destinados ao sexto e sétimo anos. Assim, por sugestão do Guia, o professor deverá ampliar esse trabalho nas duas séries iniciais, fomentando uma produção maior de textos orais. Quanto ao MP, entendemos que há a sugestão de uma perspectiva variacionista para o trabalho com a oralidade, mas, ainda assim, a coleção sustenta que há uma base da LT para esse trabalho, quando foca na apreciação de componentes situacionais para a produção de textos, revelando uma preocupação com o processo de enunciação do discurso. Os aspectos teóricos de trabalho com a oralidade são apresentados somente nos dois últimos volumes. Porém, a coleção trabalha com uma perspectiva que associa 75 os estudos de gêneros de Dolz e Schneuwly (2004) a elementos prototípicos da Análise da Conversação, como conceitos de marcadores de turno, estratégias de manutenção e troca de turnos etc., mostrando certa afinação com os estudos teóricos recentes. O primeiro livro da coleção trabalha de forma sistemática os processos de oralização da escrita, dando um suporte teórico ao aluno no que diz respeito a estratégias de entonação, postura, pausas referentes à pontuação, prosódia, entre outros aspectos que visam beneficiar o trabalho de leitura expressiva. Há, inclusive, uma proposta de criação de um áudio-livro em que os alunos registrariam, oralmente, as leituras que fizessem. Embora o foco não seja o trabalho com gêneros orais propriamente ditos, o trabalho é produtivo. O segundo livro da coleção conta novamente com atividades de leitura oral, ampliando um pouco o foco desse trabalho para uma contraparte com a escrita. Essas atividades evidenciam como as hesitações e pausas da oralidade são reproduzidas na escrita. Apontam, também, marcas prosódicas, como a entonação de um discurso irônico, por exemplo, que ganha contornos distintos na reprodução escrita, inclusive com o uso de sinais gráficos, como as aspas. Alguns gêneros orais, como a entrevista e o seminário ganham espaço nessa obra. O primeiro gênero, trabalhado nos módulos 6 e 7, é organizado sob formas de atividades que sugerem a gravação e posterior transcrição de uma entrevista, eliminando as marcas de oralidade do texto escrito. Percebemse, nessa atividade, elementos do processo de retextualização sugerido por Marcuschi (2008a), mas sem um aprofundamento específico desse trabalho. Já o gênero seminário tem um embasamento teórico melhor, sendo que as etapas de pesquisa e preparação de material de apoio são tratadas com mais consistência, cabendo à oralidade um segundo plano. O terceiro livro da coleção, diferentemente do que atesta o Guia PNLD, ainda apresenta poucas atividades com oralidade, mas tem, no módulo 5, talvez o que melhor tenha sido produzido em relação à oralidade pela coleção: os gêneros debate regrado e mesa-redonda são trabalhados de forma efetiva tanto em relação à temática quanto em relação aos componentes orais que os constituem. O trabalho com marcadores conversacionais e sua função no 76 interior do debate, como manutenção de turno e assalto ao turno de outrem, é interessante e efetivo, como pode ser visto na Figura 2. Figura 2 – Trabalho com marcadores conversacionais – Coleção Diálogo. 77 Anterior a essa tarefa, apresentada na Figura 2, é a sugestão da audição da gravação de um debate prévio feito pelos alunos para que procedam à identificação desses marcadores. A sequência didática, como propõem Dolz e Schneuwly (2004), é contemplada por meio dessas atividades modulares, que culminam com a realização de uma mesa-redonda no final do módulo 5. Tal como no terceiro livro, a obra voltada para o nono ano apresenta um módulo – o segundo – com uma proposta de atividade voltada para o gênero oral. Nesse livro, o gênero trabalhado é a exposição oral, com a apresentação de teorias sobre elementos conversacionais prosódicos e paralinguísticos que devem figurar na apresentação do gênero. Retoma-se a abordagem dos marcadores conversacionais evidenciados no livro do oitavo ano e acrescentase um trabalho com aqueles marcadores responsáveis pelo encadeamento das partes dos gêneros, com introdução, sinalização de ideias principais, apresentação de exemplos, entre outros. Além desses, marcadores de abertura e fechamento da exposição oral também são destacados. Assim, a coleção como um todo, tal como atesta o PNLD, trabalha os gêneros orais de forma insuficiente em relação à quantidade, reservando à oralidade o espaço maior de atividades que priorizem a “oralização da escrita”. As poucas atividades voltadas para o trabalho com o gênero oral que se apresentam nos dois últimos livros ainda trabalham as características da modalidade de fala superficialmente, sendo dada à temática do gênero maior importância. Há necessidade de a coleção apresentar propostas mais sistematizadas e consistentes de trabalho com os gêneros orais. Mesmo naqueles já trabalhados, as técnicas de audição, o estudo de casos, a apreciação de elementos específicos da oralidade – tais como marcadores conversacionais –, exercícios de retextualização, entre outras atividades, poderiam favorecer um trabalho mais profícuo com o texto oral. 3.3.1.2 – Linguagem: criação e interação (Anexo, p. 139) A coleção organiza-se por temas e apresenta, de acordo com a avaliação do Guia, atividades produtivas de produção/audição de textos orais ao longo das unidades, embora em pouca quantidade, principalmente nos dois 78 volumes finais, como podemos perceber no Quadro 1. O Guia avalia, ainda, que essas atividades estão muito associadas a questões variacionistas, demonstrando a preocupação da coleção em tornar a linguagem do aluno adequada a cada situação. Como sugestão de trabalho, os avaliadores do Guia sugerem uma ampliação da quantidade de atividades orais no uso da coleção. Pela análise do MP, ratifica-se a posição teórica apresentada pelo Guia: o fundamento para o trabalho com a oralidade está embasado nas questões de Variação Linguística, embora haja um suporte teórico-metodológico centrado nas atuais perspectivas de ensino de Língua baseadas no trabalho com o gênero. O MP indica, inclusive, leituras suplementares para que o professor aprofunde a teoria e encontre subsídios para o trabalho em sala de aula. Contudo, como perspectiva de trabalho com a modalidade oral, o MP aponta que as atividades devem favorecer a quebra de preconceitos linguísticos e propiciar a adequação da linguagem às situações de interação. Já na avaliação das obras, pudemos perceber que, de forma coerente com o MP, a coleção trabalha a oralidade embasada em uma interface variacionista. O primeiro livro da coleção propõe algumas atividades de oralização da escrita e, quando algum gênero oral específico é trabalhado, as questões levantadas são quase sempre associadas à demonstração de uma relação com o texto escrito. Assim, na unidade 3, por exemplo, há a indicação de contação de história, com atividades que apontam para uma comparação entre escrita e fala, bem com a análise de elementos específicos de cada uma das modalidades. Essa atividade pode ser considerada produtiva na medida em que não aponta as distinções entre as modalidade por um viés dicotômico, mas procura observar características particulares de cada uma delas, conforme podemos verificar na Figura 3: 79 Figura 3 – Interação oralidade/escrita na contação de histórias – Coleção Linguagem: criação e interação 80 Nesse mesmo livro, agora na unidade 6, há um pequeno apontamento sobre marcadores conversacionais na construção de uma exposição oral, mas nada muito aprofundado. Já a unidade 7 sugere a entrevista como gênero oral a ser trabalhado nas propostas de produção, com algumas indicações, para o professor, de como aplicar atividades de transcrição nesse gênero. Na unidade final, o livro propõe a criação de uma história oral coletiva, sendo a preocupação com a variante padrão da língua o aspecto que mais ganha destaque. O segundo livro da coleção não muda muito em relação ao primeiro: com uma quantidade já reduzida, o trabalho não se faz sobre gêneros orais, mas numa perspectiva variacionista que associa modalidades da língua e graus de formalismo. Poucos aspectos composicionais dos gêneros orais são abordados, como nas unidades 7 e 9, que trabalham com entrevista e radiojornal, respectivamente. De toda forma, há mais características temáticas que especificamente relacionadas aos gêneros e sua composição. O livro destinado ao oitavo ano reduz ainda mais a quantidade de trabalho com o texto oral em relação aos dois anteriores. No entanto, duas atividades específicas merecem destaque: na unidade 4, propõe-se um seminário sobre a música brasileira; na unidade 6, a proposta é que se estabeleça um debate regrado. Em ambas as atividades, além dos elementos temáticos, observa-se uma preocupação em apresentar elementos composicionais do gênero, além de algumas características relevantes à oralidade, como marcadores conversacionais que, principalmente no debate, operam na tomada e manutenção do turno de fala. O último livro da coleção é o que apresenta menor quantidade atividades que envolvam oralidade: das 10 unidades, apenas 4 sugerem algo relacionado a esse trabalho, e dessas 4 apenas 2 observam aspectos específicos da modalidade. As unidades 6 e 7 são as responsáveis por esse trabalho na obra. Na primeira, propõe-se novamente a construção de um debate regrado, aprofundando as características levantadas no livro anterior. Sugere-se, ainda, que alguns trechos do debate sejam transcritos para uma melhor avaliação dos elementos que compõem o gênero. Já na segunda, a proposta incide sobre a 81 produção de um jornal falado: embora apoiado no texto escrito, o gênero apresenta uma discussão relevante do ponto de vista teórico. Em uma análise ampla, podemos concluir a respeito da coleção que, ainda que sua abordagem seja adequada ao que pretende – trabalhar o texto oral por um viés variacionista –, é necessária uma ampliação quantitativa e qualitativa do trabalho. À exceção do primeiro, os livros destinados aos sétimo, oitavo e nono anos precisam que mais textos sejam trabalhados para dar ao aluno a possibilidade de conhecer e produzir os mais variados gêneros pertencentes a diferentes domínios discursivos. Além disso, embora saibamos que a linha variacionista seja importante e indispensável para o estudo de língua, é importante que se adote, também, outro enquadramento quanto aos textos orais, sustentado na teoria dos gêneros. Mesmo algumas atividades que seriam inerentes a esse trabalho e que foram esporadicamente exploradas na coleção, tais como a transcrição e a retextualização, precisam ser melhor abordadas. 3.3.1.3 – Para viver juntos – Português (Anexo, p.148) A coleção, já em sua organização, demonstra preocupação em estar afinada com as atuais propostas de trabalho apresentadas pela LT: os capítulos são divididos tendo como foco os gêneros textuais. Neles se trabalham determinados textos adequados à faixa etária e ao nível de escolaridade. O Guia aponta esse trabalho com leitura e produção de textos variados como ponto positivo da coleção. A oralidade, mesmo não sendo citada no quadro esquemático, é trabalhada, segundo o Guia, de forma organizada, tanto em sua análise, em relação aos textos escritos, quanto em sua produção, sendo os gêneros orais trabalhados “como conteúdo” (Cf. BRASIL, 2010, p.91). No entanto, uma observação do Quadro 4 (p. 67) nos permite avaliar a pouca quantidade de gêneros trabalhados ao longo dos volumes, principalmente os públicos, o que leva o próprio Guia a sugerir a ampliação desse trabalho. O MP apresenta propostas atuais de trabalho com gêneros textuais, com especial atenção às abordagens de ensino postuladas por Dolz e Schneuwly 82 (2004), adotando uma postura interacional em relação ao ensino de língua. A oralidade, especificamente, é vista por duas perspectivas: (i) um trabalho com oralização, em que se levem em conta a pronúncia, entonação, prosódia, dramatização e leitura; e (ii) com atividades que envolvam as práticas sóciointeracionais orais por meio de gêneros. Além disso, há uma preocupação em atrelar as questões de variação a esse trabalho. O MP, em relação às propostas teóricas adotadas, não apresenta, no quadro de gêneros orais, repetição de gêneros ao longo dos volumes, o que também pode ser percebido pela análise do Quadro 4 (p. 67). Nesse sentido, o material se afasta das propostas de Dolz e Schneuwly (2004) no que concerne a um ensino em espiral, tendo em vista que não há um aprofundamento do estudo de gêneros por seriação como preveem as propostas teóricas que embasam o próprio manual. Uma observação mais apurada dos livros nos permitirá perceber que, mesmo respaldadas por uma fundamentação teórica no que concerne ao trabalho com gêneros textuais, as atividades são pouco organizadas. Na análise das coleções pudemos observar um dado relevante que norteou a apreciação dos livros: Em princípio, observamos que a seção “Oralidade” se encontra sempre no final dos capítulos e as atividades não coincidem com o gênero proposto nesse mesmo capítulo. Tivemos acesso à primeira edição e entendemos melhor a motivação para isso: a coleção publicada em 2008 não apresentava trabalho específico com a oralidade, sendo esse enxertado na revisão feita em 2009 como forma de apresentar esse conteúdo. Assim, percebe-se que a oralidade não foi pensada no conjunto da coleção, mas aparece como um anexo, ao final de cada capítulo. Um aspecto negativo dessa colocação aleatória de trabalhos com oralidade ao longo do livro ocorre, por exemplo, no primeiro livro da coleção, que apresenta um capítulo destinado ao gênero entrevista e cobra, na parte destinada à oralidade, a produção de uma exposição oral, sem ligação sequer temática com o gênero trabalhado no capítulo. Assim, compreendendo que o espaço à oralidade dado na coleção é acessório, a análise dos livros assume uma nova perspectiva. O primeiro 83 volume apresenta algumas propostas adequadas em relação ao trabalho com gênero oral, mesmo destacadas do corpo do capítulo. No primeiro capítulo, indica-se a identificação de marcas de oralidade em histórias em quadrinhos, numa referente interface fala/escrita. No capítulo 2, a atividade envolve os gêneros entrevista e relato. A entrevista realizada com um parente próximo deve originar um relato coletivo. As marcas de entonação na contação dos relatos são destacadas tal como propõe a primeira vertente do trabalho com oralidade apontada pelo MP. No capítulo 5, algumas atividades procuram observar as marcas da língua oral nos e-mails. O capítulo 8, que trabalha especificamente com um gênero oral – a entrevista –, apresenta atividades produtivas e adequadas, respaldadas pelas teorias de gênero oral e sua interface com os gêneros escritos. São observadas marcas específicas do texto oral e seu planejamento concomitante ao tempo de fala. A atividade de produção textual da seção “Oralidade” sugere a feitura de uma exposição oral, apontando a necessidade de re-elaboração do discurso de acordo com as situações de interação in loco. Como dito anteriormente, a principal crítica que se faz a essa obra é a falta de relação do trabalho do capítulo com o “anexo” de oralidade, principalmente quando o próprio capítulo se propõe a trabalhar um gênero oral. O segundo livro da coleção apresenta mais atividades adequadas para o trabalho com oralidade. No capítulo 1, propõe-se a avaliação de transcrição de uma entrevista, observando os elementos próprios da transcrição, tais como símbolos e marcações. Uma atividade muito produtiva é a comparação da entrevista transcrita com uma retextualizada, tornando aplicável a teoria proposta por Marcuschi (2008a). Nessa atividade, a comparação entre a estrutura das entrevistas leva o aluno a compreender as etapas do processo de escritura de um texto oral. As figuras a seguir mostram essas atividades de forma mais clara. 84 Figura 4 – Comparação transcrição / retextualização I – Coleção Para viver juntos 85 Figura 5 – Comparação transcrição / retextualização II – Coleção Para viver juntos 86 As outras atividades dessa obra não apresentam uma valoração qualitativa melhor que as do primeiro livro, sendo grande a quantidade de trabalhos envolvendo entonação e pronúncia, bem com a observação de elementos de variação, principalmente dos graus de formalismo. Em alguns desses trabalhos, inclusive, apresenta-se uma sugestão de que haveria uma relação direta entre a modalidade oral e a informalidade do discurso, o que contradiz as próprias perspectivas variacionistas. Na terceira obra, as propostas de trabalho com o texto oral são muito semelhantes às já apresentadas nos dois livros anteriores. Entre as recorrentes propostas de oralização, com atenção à prosódia, e a avaliação de cunho variacionista da relação fala/escrita, destaca-se o trabalho com o gênero seminário, proposto no capítulo 8. Nessa atividade, que associa a exposição oral ao debate, há uma fundamentação específica do gênero abordado, juntamente com uma observação dos marcadores conversacionais necessários para cada uma das etapas de construção do texto. O último livro apresenta uma quantidade menor de trabalho com gêneros orais que os demais, destacando-se a quantidade, mesmo pequena, de atividades que envolvam reprodução e oralização de textos escritos, bem como dramatizações e encenações. Não são apresentados gêneros orais específicos nesse volume. A observação da coleção de uma forma geral nos permite destacar dois pontos que carecem de uma revisão. O primeiro ponto incide justamente sobre a “posição” da oralidade na obra. Como parece ser tratada como um anexo nos capítulos e não estabelece uma relação efetiva como conteúdo proposto para essa divisão dos livros, as atividades referentes à oralidade – e mesmo à oralização – podem acabar sendo abandonadas em sala de aula. Além disso, a coleção adota uma preocupação muito maior com a prática de atividades que envolvam leitura expressiva pouco voltada ao trabalho com gêneros, privilegiado, assim, a primeira perspectiva destacada no MP. O segundo ponto que merece atenção é a fundamentação muito mais variacionista que textual no caso da abordagem dos gêneros orais, o que também destoa da proposta teórica apontada no MP. 87 3.3.1.4 – Português – Ideias & Linguagens (Anexo, p.156) Como é recorrente nas coleções avaliadas, esse próximo conjunto de livros tem por destaque negativo a quantidade escassa de gêneros orais públicos. Embora o Guia não aponte esse problema no quadro esquemático como ponto negativo da coleção, o que valeu sua classificação no grupo das coleções com avaliação neutra, são frequentes, no Guia, as menções a pouca quantidade de gêneros trabalhados. Mais que ampliar-lhes a quantidade, é preciso que o olhar que incida sobre ele seja outro. Uma observação, presente no Guia, das capacidades que procuram ser desenvolvidas pela coleção nos dá a dimensão do trabalho proposto: (i) usar a fala em situações informais e formais; (ii) declamar poemas, destacando boa entonação e ritmo de fala; (iii) realizar leitura dramatizada de textos literários; (iv) discutir um assunto previamente selecionado, respeitando as regras do debate. (BRASIL, 2010, p.102) Assim, observamos que três das quatro capacidades apontadas envolvem ou processos de oralização da escrita – (ii) e (iii) – ou a simples proposição de “deixar o aluno falar” – (iv) –, tendo em vista que o debate pelo debate, sem apresentação de elementos constitutivos do gênero, se assemelha a respostas orais e perguntas de interpretação que ao gênero em si. Por conta disso, o próprio Guia apresenta uma ressalva ao dizer que, nessa coleção, “importa tomar a oralidade como objeto de ensino, buscando ampliar o trabalho nesse eixo, com vistas a subsidiar o planejamento e a promover uma reflexão sobre as funções sociais dos gêneros produzidos” (BRASIL, 2010, p. 104). Além disso, o Guia ressalta a necessidade de trabalhar de forma mais efetiva a distinção entre os elementos pertencentes às modalidades oral e escrita, dentro de um continuum. Como todos os demais manuais analisados, o MP dessa coleção apropria-se de uma concepção de ensino de língua como prática comunicativa e dialógica, apoiada sempre em gêneros textuais. Nesse sentido, o trabalho com a oralidade procura favorecer a prática interativa pelo conhecimento, através da audição e produção, dos mais variados gêneros orais públicos. Até a discussão oral das questões de interpretação visa a promover essa prática. 88 Embora não atribua diretamente as perspectivas teóricas a Dolz e Schneuwly (2004), o modelo proposto para a produção de textos, orais ou não, está muito próximo ao modelo de sequência didática. Como postulado pelo Guia, um dos focos – senão o principal – da coleção é a prática da leitura oral de forma fluente. Isso fica claro já nas atividades encontradas no primeiro livro da coleção, pois quase sempre é proposta a leitura dramatizada ou expressiva de determinado texto. Há que se dar dois destaques para essa primeira obra: o destaque positivo fica por conta da unidade 2, que tem como foco a variação que, mesmo não dando conta de todas as possibilidades de trabalho com o gênero, apresenta atividades eficazes que procuram apontar as distinções entre fala e escrita, sem valoração de uma em detrimento da outra; o destaque negativo pode ser percebido nas indicações para o “resumo oral” de um texto: compreendendo ser essa uma das etapas de retextualização de um texto, segundo Marcuschi (2008a), a exploração não é adequada, justamente por não haver uma sistematização específica. No segundo livro da coleção, o trabalho é ainda menor e mesmo as atividades de oralização são reduzidas em relação ao primeiro volume. Nos poucos casos de trabalho com gêneros orais, como a mesa-redonda, e outros gêneros apoiados na oralidade, como o telejornal e o programa radiofônico, não há um trabalho adequado com as marcas de oralidade pertencentes aos textos: falta uma melhor fundamentação e sistematização, já que são abordados quase exclusivamente do ponto de vista temático. Da mesma forma que o livro anterior, o terceiro volume apresenta uma ausência quase completa de gêneros orais. Até a entrevista, gênero oral por excelência, que aparece como mote da unidade 10, é trabalhada em função do tema, e não de suas características genéricas. O único ponto positivo no volume é o estudo das interferências da modalidade oral na escrita em redação de textos virtuais, como bate-papos, apresentado na unidade 8. O último livro da coleção mantém a mesma perspectiva dos demais: um trabalho assistemático com expedientes orais mesmo em gêneros específicos, tais como a exposição oral, o debate, o relato oral, entre outros. As atividades, 89 sem a fundamentação teórica adequada, acabam por desperdiçar um gênero, trabalhando-o quase que somente em função da temática. Na unidade 6, em um resquício de tentativa de aplicabilidade de atividades produtivas, sugere-se uma entrevista e uma mesa-redonda, que originarão, posteriormente, um artigo escrito. Mesmo que as marcas específicas da oralidade sejam trabalhadas nesses gêneros, a tentativa de trabalhar com eles pode ser considerada efetiva do ponto de vista do trabalho com gêneros em geral, e não com gêneros orais especificamente. Assim, mesmo a preocupação em trabalhar processos de oralização, como apontado no MP, não se concretiza. As atividades são esparsas e pouco sistematizadas do ponto de vista dos gêneros orais. Um gênero como o seminário, por exemplo, não é abordado em momento algum na coleção. Outros, como o noticiário radiofônico e/ou televisivo – trabalhados de forma inadequada –, ganham espaço em quase toda a coleção. Adaptações e acréscimos precisam ser feitos, seja do ponto de vista quantitativo como qualitativo, a fim de fundamentar um trabalho efetivo com gêneros orais. 3.3.1.5 – Português – Uma proposta para o letramento (Anexo, p.161) A coleção organiza-se tematicamente, sendo subsequente a essa organização temática uma divisão por gêneros e tipos textuais, o que evidencia a importância dada aos recentes estudos linguísticos e ao comportamento que deve adotar a escola no sentido de dar subsídios a uma formação textual do aluno. Na avaliação do Guia, a coleção trabalha de forma a estimular a compreensão e produção de textos orais, bem como a relação adequada desses à modalidade escrita. Uma perspectiva variacionista e interacional é adotada quando se trabalha a adequação do gênero oral em função da situação de discurso. O Guia observa, também, que roteiros esquemáticos propiciam ao aluno um melhor contato com o gênero, compreendendo o uso, a estrutura e o próprio processo interativo. No entanto, muitas das indicações de procedimento estão restritas ao MP, cabendo a este uma adequação, em sala de aula, desses conteúdos, de acordo com o Guia. 90 O MP, especificamente, adota uma concepção de língua como objeto de interação, dentro de uma perspectiva dialógica. Para o trabalho com a oralidade, o MP aponta como objetivos a própria prática do texto de modalidade oral, atividades que relacionem o oral à escrita, a produção e audição de textos orais, o favorecimento de práticas interativas, entre outros. Assim, mostra-se muito coerente do ponto de vista da LT em relação a esse trabalho. O MP indica que a oralidade comece a ser abordada nas práticas de leitura, por meio de atividades de leitura oral, tendo em vista a necessidade de trabalhar elementos como a sonoridade, a musicalidade, a tradição da contação de narrativas orais, a prática de audição compreensiva, o favorecimento de uma fluência em leitura. A partir disso, o aluno seria levado a produzir textos orais de forma mais adequada, sendo a seção Linguagem oral destinada a esse fim, por propor atividades de audição e produção de variados gêneros orais, sendo privilegiados aqueles que pertençam a uma esfera mais formal. Sobre o embasamento teórico para tal abordagem, o MP sugere como fonte bibliográfica os autores já postulados em nossa pesquisa, mostrando, assim, que a coleção está atualizada em relação às teorias que fundamentam o trabalho com gêneros textuais. O primeiro livro da coleção apresenta de forma suficiente alguns gêneros textuais formais, como a entrevista, o debate e a apresentação oral. No entanto, o trabalho com cada um deles deveria ser mais bem explorado, já que não há uma sistematização adequada dos gêneros em si, mas somente apontamentos sobre procedimentos, como “levante a mão para tomar a palavra” ou “ouça atentamente a fala do colega”, o que não se configuram especificamente como características dos gêneros apontados. Como sustentado pelo MP e reforçado pelo Guia, a observação do primeiro livro evidencia a abordagem produtiva da relação entre fala e escrita, levando o aluno a compreender não a dicotomia entre essas modalidades, mas a observar de que forma ocorrem as interferências entre ambas e em quais textos essas interferências são produtivas e, até mesmo, necessárias. Além disso, as atividades de leitura expressiva são muito frequentes, o que também 91 confirma a preocupação do MP em favorecer e estimular as práticas em modalidade oral. O segundo livro da coleção, em relação ao primeiro, apresenta uma menor quantidade de atividades que envolvam oralidade. Permanecem aquelas que buscam o favorecimento de práticas de leitura e que evidenciem aproximações e afastamentos entre as modalidades escrita e oral. O destaque positivo dessa coleção é a retomada do trabalho com o gênero entrevista, que já havia sido apontado no primeiro livro, agora de forma mais aprofundada, com indicativos de preparação, elaboração de perguntas, produção, gravação e transcrição. Embora essas etapas sejam bem apresentadas, a retextualização não tem o devido destaque, o que pode prejudicar a efetivação dessa última etapa de trabalho com o gênero. O terceiro livro apresenta, ainda, uma redução quantitativa das atividades que envolvam expedientes orais. Quase todas as seções apresentam, unicamente, propostas de interpretação oral dos textos motivadores e pouco trabalho específico com gêneros orais. Debate e Apresentação oral são os gêneros que mais ganham destaque nesse livro, mas as marcas de composição desse gênero pouco são apresentadas, importando, quase exclusivamente, subsídios temáticos para as práticas discursivas. Nessa mesma esteira se apresenta o quarto livro da coleção, ainda com uma quantidade menor de atividades. Os gêneros orais discutidos não variam muito em relação aos postulados nos livros anteriores, cabendo, somente, uma “fusão” desses gêneros: as entrevistas realizadas deverão ser organizadas de modo que os resultados sejam apresentados oralmente para a posterior elaboração de um debate acerca deles. Assim, os três gêneros seriam trabalhados em relação ao tema proposto, mas muito pouco discutidos em função de sua estruturação genérica. A coleção, portanto, procura trabalhar, como já havia apontado o MP, com os gêneros formais mais frequentes, mas restringe em muito a apreciação sobre esses gêneros. O debate é o gênero mais explorado, muito mais em função da temática da coleção do que de suas características estruturais. O gênero entrevista, também muito recorrente na coleção, é trabalhado de forma 92 incompleta, pois não há um aprofundamento das práticas de retextualização possíveis. O bom trabalho de interface oralidade-escrita apresentado no primeiro volume não se espraia aos outros livros da coleção, sendo, nesses últimos, muito pontual e trabalhando poucos aspectos dessa relação. Assim, a coleção apresenta uma quantidade grande de trabalho com a oralidade, mas ainda está muito restrita às atividades de leitura oral e interpretação oral de textos escritos. 3.3.2 – Menção positiva em relação à oralidade 3.3.2.1 – Português – Linguagens (Anexo, p.167) Na avaliação do Guia, essa coleção trabalha, em relação à oralidade, com poucos gêneros públicos nas atividades de fala e escuta. No entanto, aponta como destaque, no quadro esquemático, os projetos coletivos de produção ao final de cada uma das unidades que envolvem textos escritos e orais. Mais uma vez, o Quadro 4 (p. 67) confirma o que o Guia aponta: uma quantidade pequena de gêneros orais, tendo em vista o foco que a coleção dá a práticas de oralização. Além disso, as atividades de discussão oral sobre questões de interpretação também são recorrentes na obra. Tal como indicado para outras coleções, portanto, o Guia sugere uma seleção, por parte do professor, de novos gêneros orais a serem abordados como objetos de ensino. O MP apresenta uma proposta coerente com as teorias linguísticas do ponto de vista do objeto de estudo: o texto. Procura justificar, também, as propostas de leitura expressiva e os debates orais que se seguem nas atividades de interpretação dos textos, como forma de ampliar-lhes a compreensão. Nessas mesmas atividades, questões de adequação e variação também são levadas em conta. O próprio MP indica que não é foco dessas atividades o trabalho com o gênero, mas com a leitura. Para a produção textual, o MP indica a confecção de textos orais e escritos em duas etapas: (i) reconhecimento das características do gênero e (ii) posterior produção do gênero estudado, lembrando de forma muito próxima o modelo de sequência didática, mesmo que não seja adotada essa nomenclatura. O MP aponta, 93 ainda, uma concepção teórica bem particular para a interface oralidade-escrita: a “desinibição” propiciada pela leitura oral de um texto favoreceria uma “desinibição” também na escrita. Assim, compreende a prática da oralização como um facilitador para a produção de textos escritos. Talvez seja essa a justificativa para as frequentes atividades de leitura expressiva. O primeiro livro da coleção já se destaca pela quantidade dessas práticas de oralização. São 5 atividades específicas ao longo do volume, bem como outras de leitura dramatizada e reconto oral de textos discutidos. No entanto, nem mesmo as atividades de reconto consideram aspectos do gênero, mas somente proposições de uma relação fala-escrita embasada em fundamentos variacionistas. As marcas de oralidade nos quadrinhos – unidade 1 – e nos textos produzidos na internet – unidade 3 – dão conta dessa interface do ponto de vista prosódico de acordo com as teorias de variação linguística, sem que se adote uma abordagem textual. Não há trabalho específico com gêneros orais, o que acontece de forma bem distinta no segundo livro. Entre outras tantas atividades de leitura expressiva, leitura dramatizada, declamação de poemas, jogral, entre outras, ganham destaque, na segunda obra, os gêneros debate e entrevista. A unidade 3 apresenta as etapas de produção de um debate oral. No entanto, diferentemente do que aponta o MP, a obra não apresenta um debate para que os alunos assimilem as características do gênero, o que pode prejudicar a compreensão por parte dos alunos, uma vez que só há uma apreciação teórica desse texto. Já a unidade 4 trabalha com o gênero entrevista. Embora sem dar acesso a uma entrevista oral real, a obra apresenta uma entrevista transcrita para que os alunos observem as marcas de oralidade presentes nesse texto. Algumas outras atividades incidem sobre essa transcrição, tais como a eliminação das marcas orais para a produção do texto escrito, o que não chega a configurar uma prática de retextualização, mas se aproxima disso. O terceiro livro da coleção aborda somente o gênero seminário como trabalho específico de produção de texto oral. As demais atividades ainda se pautam na leitura oral. Assim, a unidade 4 apresenta uma minuciosa explicação sobre o gênero seminário e procura trabalhar tanto a temática 94 quanto os elementos referentes ao planejamento e à execução desse texto, destacando, inclusive, os marcadores orais que podem ser empregados em sua construção. Dos quatro livros que compõem a coleção, o último é o que apresenta menor quantidade de trabalho com oralidade. Mesmo as atividades de leitura expressiva são esparsas. A unidade 3 procura destacar um trabalho com o gênero debate regrado, apresentando detalhadamente o papel do mediador na discussão e a composição estrutural do gênero. O que se percebe é uma tentativa de trabalhar o esquema em espiral no interior da própria unidade: o capítulo 1 da unidade 3 trabalha com as características mais amplas da definição do debate; já o capítulo 2 da mesma unidade procura aprofundar os elementos apresentados anteriormente. De uma forma geral, a coleção ainda trabalha com uma concepção de oralidade pautada na prática de leitura expressiva, dada a pequena quantidade de gêneros orais propriamente ditos que são discutidos nas obras. Até mesmo a concepção variacionista da interface fala-escrita é pouco discutida e vista de modo superficial. Há necessidade de ampliação desse trabalho tendo por objetivo priorizar a concepção dos gêneros orais e não só atividades de oralização. Da mesma forma, o trabalho em espiral deve ser proposto para que atividades mais aprofundadas em relação aos gêneros orais públicos sejam apresentadas ao longo dos quatro anos, e não só em uma obra, como visto. 3.3.2.2 – Projeto Radix – Português (Anexo, p.174) A coleção avaliada apresenta destaque no trabalho com a oralidade, merecendo uma menção no quadro esquemático proposto pelo Guia como sendo o ponto forte dos quatro livros, já que desenvolvem de forma adequada atividades de fala e escuta. Além disso, as capacidades trabalhadas, ainda de acordo com o Guia, sugerem um privilégio ao trabalho com gêneros orais distintos em diferentes situações comunicativas e não somente com processos de oralização da escrita, destacando o tema, que é o parâmetro adotado para a divisão dos capítulos no interior dos livros. O Guia aponta, também, uma crescente complexidade desse trabalho ao longo dos quatro anos, o que vai ao 95 encontro das propostas teóricas apontadas por Dolz e Schneuwly (2004). Não há, no Guia, indicações de necessidade de complementar o trabalho em nenhum aspecto. Infelizmente não tivemos acesso ao MP dessa coleção por ele não estar disposto no próprio livro do professor, como ocorre na maioria das coleções. Porém, pela apresentação teórica que nos fornece o Guia a esse respeito, parece claro que as perspectivas teóricas que fundamentam as obras são as mais atuais. Já no primeiro livro, pudemos compreender o motivo de o Guia ter indicado o trabalho com a oralidade como ponto positivo da coleção. A cada novo capítulo, a seção “Expressão oral” apresenta um trabalho específico com a oralidade, por meio da leitura expressiva, ou de gêneros orais propriamente ditos. Além disso, outras seções que não se destinam especificamente ao estudo do texto oral, como a “Gramática do texto” e “A linguagem dos textos” abordam a interação fala/escrita. No entanto, mesmo que haja uma suficiente quantidade de discussões sobre oralidade, a complementação teórica dessas atividades é pouco fundamentada. O livro não fornece ao professor e ao aluno subsídios para a execução de um trabalho adequado, já que não apresenta os procedimentos para a construção dos gêneros, embora isso possa ter sido mais bem fundamentado no MP a que não tivemos acesso. Um exemplo disso é a atividade de transcrição seguida de retextualização sugerida para a entrevista, que se encontra na seção “Produzindo texto”, do capítulo 10, módulo 7 do livro. Não houve, anteriormente, uma explicação desse procedimento. Indica-se, somente, que o aluno, “(...) terminada a entrevista, faça a transcrição dela, adequando as falas do entrevistado para a modalidade escrita (...)” (p.167), como podemos observar na Figura 7. As próprias perguntas avaliativas ao final da produção levam em conta conceitos de transcrição que não foram postulados anteriormente. Embora não seja possível confirmar se esse embasamento teórico existe no MP, seria mais pertinente que houvesse, também no livro do aluno, indicações para essa atividade. 96 Figura 6 – Produção de entrevista – Coleção Projeto Radix – Português Na segunda obra, a apresentação de gêneros orais variados mantém-se, mas com embasamento teórico e mais sistematização, pois os gêneros 97 trabalhados são mais bem caracterizados e mais atenção é dada a sua estrutura composicional. Além disso, elementos relacionados à prática oral também ganham relevo nessa obra, muitas vezes complementando o trabalho iniciado no volume anterior. Prova disso é a atividade do capítulo 2, módulo 1, que retoma o gênero entrevista, aprofundando um pouco mais a discussão sobre o texto com aspectos contrastantes do gênero quando falado e quando escrito e com propostas de produção mais adequadas que aquelas apresentadas no livro anterior, com modelos de transcrição e fundamentação para as atividades de retextualização. Essa preocupação em ampliar gradativamente o conhecimento de um dado gênero é o que propõe o modelo de ensino em espiral de Dolz e Schneuwly (2004), que não podemos confirmar se subsidia a teoria do MP. O terceiro livro, no entanto, destoa dos outros dois. As propostas de atividades são quase sempre de leitura oral de textos escritos, numa alusão às práticas de oralização e não de trabalho com o gênero oral. Associadas a essas atividades, a preocupação principal são os recursos de leitura, como entonação e prosódia. Não fossem as atividades propostas no último capítulo, com o reconto e a exposição oral, esse volume quase não apresentaria gêneros orais, já que, embora outros gêneros apareçam ao longo do livro, não há discussão sobre eles. Para esses dois gêneros apresentados, há propostas adequadas em que as características composicionais dos gêneros são discutidas, bem como as interferências entre modalidades no processo de retextualização inerente ao reconto. O último livro da coleção é muito semelhante ao anterior, com grande quantidade de atividades de oralização da escrita. Outro apontamento importante é o fato de a obra apresentar, para alguns gêneros, como a exposição oral e a discussão em grupo, mais elementos tipológicos da argumentação que a estrutura específica dos gêneros. De positivo, destaque para os dois módulos finais, que trabalham com seminário e mesa-redonda, apresentando a composição dos gêneros tanto pela indicativa das etapas de produção quanto pelas marcas de oralidade utilizadas na produção de ambos. 98 De uma forma geral, a coleção não apresenta um trabalho muito diferente do já apresentado até então. Se a abordagem dada aos gêneros orais em todos os volumes fosse semelhante à do segundo, seria um trabalho muito melhor. Além disso, a pouca sistematização dos gêneros orais é muito semelhante àquelas já encontradas, também, em outras coleções. Certamente é importante que o trabalho com o texto oral seja quantitativamente maior do que o que até então se fazia, como nos livros avaliados por Marcuschi (1997, 2005), mas entendemos que a simples sugestão de atividades orais não dá conta de um trabalho efetivo com os gêneros. 3.3.3 – Menção negativa em relação à oralidade 3.3.3.1 – A aventura da linguagem (Anexo, p.129) A coleção A aventura da linguagem é organizada tematicamente, sendo esse o ponto forte da coleção de acordo com o quadro esquemático proposto pelo Guia. No entanto, nesse mesmo quadro a oralidade é o ponto negativo, por ser apresentada de forma assistemática e sem o devido embasamento teórico para um trabalho mais efetivo. Esse trabalho resume-se a conversas internas no espaço da sala de aula, havendo indicação, por parte do Guia, para uma ampliação dessas atividades, estabelecendo pontos de encontro entre oralidade e escrita, juntamente com uma apropriação mais efetiva, também, da perspectiva variacionista. Analisando o MP, podemos observar que, de uma forma geral, a coleção assume uma perspectiva atual em relação aos gêneros orais, reproduzindo, inclusive, o quadro esquemático dos gêneros a serem trabalhados no EF apresentado nos PCN (1998). Em nossa avaliação desse manual, destacamos negativamente a indicação de que a produção de textos seja voltada somente para os gêneros escritos, evidenciando uma lacuna já encontrada pelo próprio Guia: se não há propostas de produção efetivas do gênero oral, não pode haver um trabalho sistematizado com esse objeto de estudo. O estudo da oralidade é sugerido pelo MP para atividades extras. 99 Os livros dessa coleção justificam as críticas do Guia: faltam atividades sistematizadas sobre oralidade. O LD do sexto ano apresenta poucas atividades que envolvam o gênero oral. Alguns gêneros trabalhados, como o debate, a exposição oral, a dramatização de crônica e a entrevista, são apresentados sem a devida sistematização, não dando suporte ao aluno sobre como proceder à produção dos gêneros. As várias indicativas, ao longo da obra, para “conversas com os colegas” atestam ainda mais essa assistemática da produção de textos orais. Um ponto de destaque seria a proposta de retextualização de entrevista oral para a escrita, no capítulo onze, não fosse a falta de indicação de procedimentos para os alunos. O segundo livro da coleção mantém a mesma postura do primeiro. No entanto, algumas sugestões de trabalho parecem mais específicas, tais como a produção de uma conversa em que os alunos são levados a analisar a importância de elementos paralinguísticos para a produção do texto, tais como olhar, gesto, postura corporal etc. Destacamos, porém, a atividade de produção de exposição oral, nos moldes de um seminário, que se apresenta no capítulo 12, com pontuais esclarecimentos sobre a composição do gênero e seus elementos constitutivos. No entanto, o livro apresenta uma incongruência teórica sobre o trabalho com a oralidade: na tentativa de abordar uma perspectiva variacionista, não faltam atividades que contraponham a fala à escrita, principalmente as tradicionais questões que sugerem a substituição, na transposição à escrita, de termos “inadequados” utilizados na modalidade oral. Já o terceiro livro da coleção, destinado ao oitavo ano, apresenta algumas vantagens consideráveis em relação aos dois anteriores. Mesmo mantendo atividades que relacionem fala e escrita de modo a priorizar a segunda, a quantidade de trabalhos com a oralidade é maior, o que não significa dizer que a qualidade tenha mudado de forma consistente em relação aos livros anteriores. Mais uma vez, cabe ao professor apresentar respaldo teórico aos alunos para a produção de gêneros orais como entrevistas, debates e seminários. O quarto e último livro da coleção trabalha quase com os mesmos gêneros apresentados no volume anterior, deixando de apresentar, porém, uma evolução gradativa de conteúdos. 100 Em uma análise geral, o trabalho com oralidade na coleção parece superficial, principalmente no que tange à relação entre fala e escrita. Embora nos dois últimos livros haja uma presença maior de gêneros orais públicos, o trabalho se sustenta mais sob a temática discutida nos gêneros que nas características do texto oral. Assim, confirma-se a pouca sistematização desse trabalho atestada pelo Guia PNLD. De acordo com nosso embasamento teórico, dois pontos mereceriam uma revisão na obra para melhorar a abordagem dada à oralidade: (i) a relação entre fala e escrita, que deve ser vista para além de uma perspectiva variacionista que dê conta somente da escrita como prioridade e (ii) uma apresentação mais efetiva de expedientes teóricos na apresentação/produção dos gêneros orais. Dessa forma, o trabalho poderia ser muito mais eficaz na formação do aluno para as situações formais de produção de gênero oral pelas quais passará fora do ambiente escolar. 3.3.3.2 – Para ler o mundo – Língua Portuguesa (Anexo, p.141) A coleção recebe, no quadro esquemático proposto pelo Guia, ponto negativo em relação ao trabalho com oralidade. Isso porque, segundo eles, o trabalho é assistemático e em quantidade relativamente reduzida. Como não há um tratamento específico com o texto oral, a coleção abusa de atividades de oralização da escrita, mesmo havendo a seção “Palavra ao vivo” exclusivamente dedicada a textos dessa modalidade. A análise do Quadro 4 (p. 67) nos permite observar que os gêneros são quase os mesmos ao longo da coleção, não dando conta, portanto, de um trabalho que explore os diferentes campos de abrangência da comunicação oral: há os gêneros orais chamados públicos, tais como a exposição oral e o debate, mas faltam gêneros do domínio da literatura. Assim, como sugestão de trabalho, o Guia atesta a necessidade de ampliação dos gêneros abordados, em quantidade e, até mesmo, numa adequação maior desse trabalho em relação à variação. Segundo o MP, a perspectiva adotada pela coleção para o trabalho com o texto e, consequentemente, com o texto oral, está afinada com as recentes teorias da LT, que o apontam como um processo/produto interativo de 101 comunicação. O modelo desse trabalho em muito se sustenta nas teorias recentes de Dolz e Schneuwly (2004), principalmente no que diz respeito às sequências didáticas, mesmo que não citem esses autores nominalmente. Em relação ao trabalho específico com o texto oral, o MP aponta a necessidade de uma preocupação com os gêneros externos ao espaço escolar e assume como fundamental o estabelecimento de relações entre o gênero oral público e (i) os gêneros orais cotidianos, (ii) os gêneros escritos e (iii) os gêneros orais públicos afins. Para tanto, fundamenta-se teoricamente nos atuais nomes de referência em relação a esse trabalho, tais como Marcuschi e Castilho, já apontados neste estudo. A retextualização, por exemplo, é apontada como uma das principais formas de trabalho com o gênero oral e que deve evidenciar a interface desse com a modalidade escrita. A análise dos livros, porém, nos permite observar uma contradição entre o que é apontado no MP e o que realmente se efetiva nas obras. Com uma abordagem temática – tal como toda a coleção –, o livro destinado ao sexto ano apresenta uma grande quantidade de trabalhos que envolvem apenas a discussão oral dos textos, não se tratando, pois, de um trabalho com o gênero oral. Aliadas a isso, algumas atividades de leitura expressiva são propostas, em que somente aspectos como pronúncia, entonação, pausas e hesitações são discutidos. O livro traz, em sua segunda unidade, por exemplo, tirinhas do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza, dentro de uma abordagem de trabalho com os falares das regiões, numa perspectiva variacionista. Mesmo gêneros orais apresentados de forma mais recorrente no espaço escolar, como a exposição oral, o debate e a entrevista, são mal trabalhados, não se pontuando nenhum aspecto específico que leve em consideração os elementos composicionais orais desses textos. O único destaque positivo da coleção fica por conta do trabalho proposto na unidade 3, em que o aluno é levado a reproduzir uma fábula, através de audição de gravação, transcrição e retextualização. No mais, as atividades são pouco produtivas. No segundo livro da coleção, as atividades de leitura expressiva e de resposta oral a perguntas de interpretação de texto se repetem. O debate e a exposição são os gêneros que ganham atenção na obra, mas ainda não há 102 uma adequação teórica específica. No capítulo 8 da primeira unidade, a exposição oral é o gênero a ser discutido, porém não apresenta subsídios suficientes para um trabalho adequado, apenas indica ao professor, como complementação teórica, o trabalho de Dolz e Schneuwly (2004). No quinto capítulo da segunda unidade, o gênero debate é bem sistematizado, embora não haja uma observação mais aprofundada dos elementos orais que o compõem. O terceiro livro diminui ainda mais o trabalho com gêneros orais. A leitura expressiva é atividade quase que exclusiva nos poucos capítulos que apresentam uma preocupação com o texto oral. Dentro dessa perspectiva, o capítulo 6 da primeira unidade trabalha com o gênero piada, com algumas indicações de entonação e gestual. Já o capítulo 5 da unidade 4 apresenta uma atividade de gravação da leitura expressiva de poemas, mas a atividade se encerra em si mesma, com uma autoavaliação, sem uma análise mais aprofundada de elementos orais. A última obra mantém a mesma quantidade ínfima de discussões sobre o gênero oral já apresentadas na obra anterior. Além disso, os gêneros orais se repetem, sem um aprofundamento adequado. O ponto positivo da obra fica por conta do trabalho realizado em dois capítulos – 6 e 11 – da primeira unidade. No capítulo 6, indica-se a transcrição de uma entrevista, para posterior retextualização. Embora o trabalho não seja efetivo nesse capítulo, o trabalho que o complementa no capítulo 11 é mais produtivo, com a retextualização de uma entrevista já transcrita, em que são apontadas, para os alunos, as marcas de oralidade que devem ser substituídas na escrita, como podemos perceber na Figura 8, a seguir. Assim, nesse capítulo, a interação oral/escrito foi realizada de forma produtiva. Em outras unidades subsequentes, o gênero entrevista também aparece, mas o trabalho de transcrição e retextualização fica subentendido. 103 Figura 7 – Atividade de retextualização – Coleção Para ler o mundo 104 A observação holística do que apresentamos aqui confirma o panorama já apontado pelo Guia do PNLD quanto a esta coleção: o trabalho assistemático com gêneros orais. Alguns gêneros orais públicos, como o seminário, ou não são trabalhados ou o são de forma superficial. Salvam-se, na coleção, as atividades propostas para o gênero entrevista. No entanto, muito mais deve ser feito, em quantidade e qualidade, para que o trabalho com o texto oral ultrapasse o limite do puramente “ler em voz alta”. 3.3.3.3 – Português – A arte da palavra (Anexo, p.154) O Guia destaca, para a sétima coleção apresentada, ponto negativo em relação ao trabalho com oralidade, principalmente nos dois primeiros livros. Organizada levando-se em consideração os gêneros textuais, suportes e domínios discursivos, a coleção demonstra estar adequada às práticas de ensino atuais. No entanto, embora esse aspecto possa ser visto como produtivo, o Guia aponta que, por vezes, alguns outros elementos necessários à leitura e aos conhecimentos linguísticos são deixados em segundo plano em detrimento de um trabalho que versa exaustivamente sobre a estrutura dos gêneros. Há a necessidade de se dosar o trabalho com conteúdos estritamente genéricos e apresentar uma interface que relacione leitura, compreensão e análise linguística. Além disso, o Guia aponta que os gêneros orais públicos, nos livros destinados ao sexto e sétimo anos, não são trabalhados, dando espaço, apenas, a atividades de oralização da escrita. Os gêneros só aparecem delimitados nos dois últimos livros. Assim, indica-se a ampliação do trabalho nos primeiros volumes da coleção. O MP, porém, representa adequadamente um instrumento de suporte teórico ao professor. Isso porque apresenta, de forma detalhada, subsídios que fornecem ao professor uma base sólida para a aplicação das atividades que trabalham com gêneros textuais. Nesse sentido, uma ponte entre as teorias de Dolz e Schneuwly (2004) e o que dizem os PCN torna-se efetiva, já que une a teoria à prática docente. Seguindo esses pressupostos teóricos, o trabalho com oralidade é visto como fim e não unicamente como meio, na tentativa de tornar o aluno proficiente nas práticas formais orais, mesmo que não haja uma 105 seção específica que verse sobre esse expediente. No trabalho com gêneros textuais de uma forma geral, o MP é muito eficiente, apresentando uma base sólida de classificação e análise, dando respaldo ao trabalho do docente em sala de aula. Tal como atesta o Guia, os dois primeiros livros da coleção dão pouca importância ao trabalho com os gêneros orais, apresentando raras atividades até mesmo relacionadas a processos de oralização, como leitura expressiva e leitura em voz alta. Destaque positivo para a terceira unidade do livro do sétimo ano, que propõe um extenso trabalho com o gênero entrevista. Subsidiado pelo MP, o professor dispõe de um efetivo material de consulta para fundamentar as propostas de atividade com o gênero. Dentre essas atividades, destaca-se a grande quantidade de exemplos para análise, abordagem teórica das marcas composicionais do texto, observação dos mecanismos de abertura e fechamento de turno por meio de marcadores conversacionais, bem como exercícios de transcrição e retextualização na passagem do texto oral para o escrito. A proposta de produção presente nesse capítulo coincide com o gênero exposto, indicando a confecção de uma entrevista escrita, passando por todos os processos, da gravação à retextualização. Toda a unidade é exemplar na abordagem do gênero, desde as atividades propostas à complementação teórica do MP. Como seria fora de propósito apresentarmos todo o capítulo, destacamos dois exemplos que ilustram bem a qualidade do material produzido: a Figura 8 apresenta um projeto de preparação de uma entrevista inicial, com algumas das etapas de produção; a Figura 9 explicita algumas das marcas conversacionais utilizadas no gêneros e que podem ser reproduzidas pelos alunos. 106 Figura 8 – Produção de entrevista – Coleção Português – a arte da palavra 107 Figura 9 – Marcadores conversacionais - Coleção Português – a arte da palavra 108 O terceiro livro da coleção mantém um trabalho escasso com gêneros orais. Somente a unidade 4 apresenta atividades específicas com a oralidade, já que destaca como gênero a ser trabalhado o seminário. De igual forma, como já realizado no segundo livro, o trabalho é eficiente e pertinente, apresentando etapas de produção da exposição oral, associadas a elementos composicionais do gênero, tendo uma preocupação específica com expedientes entonacionais e prosódicos, bem como a análise de marcadores conversacionais. Espalhados pela unidade, boxes com informações teóricas complementares compõem o trabalho com o gênero de forma adequada e completa. No último livro da coleção, o trabalho, ainda escasso e sem uma adequação à proposta em espiral suscitada por Dolz e Schneuwly (2004), aborda o gênero debate na unidade 2 e uma apreciação sobre o uso da linguagem oral utilizada no rádio e na TV na unidade 5. O trabalho da segunda unidade é tão específico e adequado quanto os apresentados nos livros anteriores, ressalvando-se a quantidade reduzida. Já as atividades da quinta unidade, por não trabalharem com um gênero específico, preocupam-se em adequar as estratégias de retextualização do texto escrito para o oral, tal como também aponta Marcuschi (2008a); são atividades adequadas e pertinentes à finalidade a que se propõem. Assim, a coleção deixa a desejar em relação à quantidade de gêneros trabalhados, mas apresenta propostas efetivas e adequadas do ponto de vista teórico nas obras destinadas aos sétimo, oitavo e nono anos. Se houvesse uma preocupação maior com a quantidade de gêneros orais e se esse trabalho fosse efetuado ao longo dos quatro livros, adequando-se ao modelo em espiral conforme o proposto por Dolz e Schneuwly (2004), autores apontados como referência no MP, a qualidade do trabalho feito nessa obra se ampliaria em muito, chegando muito próximo a um ideal de trabalho. Assim, mesmo nas poucas atividades relacionadas aos gêneros orais, o trabalho é produtivo e demonstra a preocupação da coleção em relação aos estudos textuais recentes. 109 3.3.3.4 – Projeto ECO – Língua Portuguesa (Anexo, p.171) Destaque negativo apontado no quadro esquemático do Guia, a coleção apresenta poucas propostas de trabalho com gêneros orais ao longo dos volumes, principalmente no último livro. Organizadas tematicamente, as obras trabalham a oralidade muito em relação aos temas propostos nas unidades. Assim, são frequentes atividades de discussão dos textos com a finalidade de aproximação do tema e de interpretação. As práticas orais de interação por meio de gêneros são pouco exploradas ao longo da coleção, rareando ainda mais nos dois últimos livros. Ainda menos frequentes são as atividades que levem em consideração aspectos da relação fala/escrita. Portanto, ao adotar essa coleção, o Guia sugere que o professor amplie o trabalho com oralidade, tanto do ponto de vista teórico como prático, atentando especialmente para o livro do nono ano. Já o MP, afinado com as propostas teóricas atuais, compreende as práticas interativas como mote da coleção. A adoção de uma perspectiva central para a oralidade no processo de ensino fundamenta-se no que há de mais recente nas teorias acadêmicas. Da mesma forma como procura apresentar uma perspectiva variacionista para o trabalho com oralidade, a coleção também compreende a necessidade de observar os gêneros orais públicos como objeto de trabalho. Por conta disso, o MP apresenta um aprofundamento no que concerne à atualização teórica para o trabalho com os textos orais tendo em vista ter sido esse um conteúdo raras vezes apresentado em sala de aula até o sexto ano. Ainda assim, não são postuladas teorias específicas para esse trabalho, ressaltando, unicamente, a necessidade de fazê-lo. A retextualização, como prática de produção textual – oral ou escrita –, aparece como uma das propostas de atividades que visam a favorecer um ensino produtivo de trabalho com gêneros. O trabalho com oralidade, de uma forma geral, no primeiro livro da coleção, é bem conduzido. Embora haja uma série de atividades de oralização da escrita, a perspectiva de observação das semelhanças e diferenças entre fala e escrita é suficiente e produtiva, principalmente na unidade 1. Assim, muitas atividades de reconhecimento de elementos orais no texto escrito e de 110 transposição da escrita para a fala por meio de recontos são apresentadas. O trabalho com gêneros textuais específicos é pequeno, com um destaque para a unidade 2, que sugere um debate regrado, mesmo que não trabalhe adequadamente elementos composicionais desse gênero. Porém, também, o foco dado ao debate e a algumas outras discussões orais que são suscitadas incide na temática e não no gênero. Da mesma forma, o segundo livro da coleção preocupa-se muito mais com o tema dos textos que com sua composição estrutural e elementos genéricos. O debate regrado, a exposição oral, o júri simulado são exemplos de gêneros orais que são apresentados na obra, mas não são devidamente sistematizados. Os recursos orais compreendidos na composição desses gêneros, como os marcadores conversacionais, sequer são citados. Os dois últimos livros da coleção dão menor espaço ainda às práticas comunicativas orais. No livro destinado ao oitavo ano, a unidade 4 apresenta como proposta de produção oral a confecção de um fórum de discussões. Embora as etapas de preparação sejam bem apresentadas, elementos específicos da constituição oral não são trabalhados. O mesmo ocorre com a entrevista, apresentada na unidade 3 do livro destinado ao nono ano: apresenta-se o gênero, predominantemente oral, mas sem apresentar-lhe as características composicionais e sem discutir estratégias de retextualização, apesar de a coleção apontar essa estratégia no MP. O gênero seminário, também trabalhado nesse último livro, tem uma apreciação um pouco melhor, já que são apresentadas algumas características das marcas de oralidade que o compõem. Assim, a coleção, embora apresente gêneros orais espalhados pelos quatro volumes, não apresenta uma proposta de gradação no desenvolvimento de conhecimentos tal como proposto pelo modelo em espiral de Dolz e Schneuwly (2004). Da mesma forma, falta à coleção uma sistematização do trabalho com a oralidade em todos os volumes e não só no último livro, como apontou o Guia. Um aprofundamento dessa discussão poderia fundamentar-se na tentativa de tornar mais evidentes as marcas específicas do texto oral e em 111 como elas interferem na composição dos gêneros orais, já que pouco do que é proposto no MP é aplicado efetivamente nas obras. 3.3.3.5 – Trajetórias da palavra – Língua Portuguesa (Anexo, p.178) Essa coleção mescla sua organização tanto em gêneros e suportes quanto em temas, visando a favorecer um melhor e mais sistemático trabalho com gêneros textuais. O Guia aponta que o trabalho específico com a oralidade aparece de forma mais adequada nos dois últimos volumes da coleção, sendo a ausência dessas questões nos dois primeiros o ponto negativo apresentado no quadro esquemático. Além disso, mesmo nos livros finais, há pouca indicação de atividades que ponham em evidência a relação fala/escrita e não há muitas contribuições que discutam de que forma os recursos linguísticos da oralidade contribuem para a coerência textual. Por conta disso, o Guia indica a ampliação do trabalho nos dois primeiros volumes da coleção e uma melhor adequação em relação às atividades que relacionam fala/escrita às obras que já possuem algumas atividades relacionadas à oralidade. Dentro de uma perspectiva dialógica para o ensino de língua, o MP encontra-se afinado às propostas dos PCN. Da mesma forma, isso ocorre quando esse manual propõe um trabalho com oralidade que propicie ao aluno uma prática de gêneros orais públicos. Essa proposição ganha fundamento nas propostas de avaliação dos gêneros anteriormente a sua produção, o que permitiria ao aluno um domínio mais amplo dos textos que iria produzir posteriormente. Embora não caracterize nominalmente, essa proposta está muito adequada ao modelo de sequência didática. Contrastando negativamente com esse embasamento, o MP apresenta um suporte teórico para as atividades com gêneros orais muito pequeno em relação à quantidade de fundamentos temáticos para os mesmos gêneros. O primeiro livro da coleção apresenta algumas atividades dispersas de trabalho com oralidade que, em sua maioria, são atividades de oralização, como leitura expressiva e em voz alta. Os poucos gêneros textuais orais apresentados nesse primeiro volume não apresentam uma sistematização adequada, já que não há uma pormenorização dos aspectos que compõem o 112 texto quanto a sua face oral. Muitas dessas atividades resumem-se a respostas orais a questões de interpretação. Na mesma esteira do primeiro, o segundo livro também apresenta, quase que unicamente, atividades de leitura e dramatização de textos escritos. No entanto, mesmo essas atividades não apresentam uma sistematização adequada. Somente no capítulo 8 são apresentadas algumas caracterizações dos elementos composicionais da dramatização. No mais, as atividades continuam privilegiando a temática e não a composição genérica. Da mesma forma, como não há uma repetição de gêneros encontrados no livro anterior, não é possível verificar um aprofundamento de conteúdo. O terceiro livro da coleção mantém o trabalho com a oralidade quase que restrito a projetos de leitura, declamação de poemas, dramatizações e leituras expressivas. No entanto, já há algumas indicações de procedimentos para essas leituras, como se verifica no capítulo 3. Em relação ao trabalho com gêneros especificamente, embora a obra aborde alguns, como comunicação oral, debate, entre outros, mantém-se a mesma falta de sistematização já verificada no trabalho com propostas de oralização. No capítulo 7, por exemplo, há sugestão de duas atividades de produção oral: audição e feitura de um programa radiofônico. Embora essas atividades confirmem a proposta teórica levantada no MP, na prática poucos elementos estruturais são apresentados aos alunos como subsídios para essa produção. Mesmo o capítulo 10, que sugere uma entrevista, apresenta uma proposta de transcrição do texto oral para a escrita sem especificar como o aluno adotará essa estratégia. O último livro da coleção não apresenta inovações em relação ao anterior: predominam atividades de leitura e, mesmo nas atividades que envolvem gêneros orais, não há um detalhamento adequado dos processos de composição dos gêneros, nem apresentação específica e pormenorizada de propostas de produção. Em gêneros como seminário, debate e exposição oral, essas indicações seriam extremamente necessárias. Até mesmo para a entrevista, gênero já apresentado no livro destinado ao oitavo ano, não há um aprofundamento adequado. 113 Em uma análise geral, a coleção resume seu trabalho com oralidade a atividades de leitura expressiva e debates temáticos referentes aos textos motivadores das unidades. Os gêneros orais aparecem com maior quantidade nos dois volumes finais da coleção, tal como atesta o Guia, mas não há um trabalho efetivo com eles, já que não se apresentam instruções de procedimento e de composição do gênero. Nem mesmo uma perspectiva variacionista é postulada, não sendo trabalhadas de forma adequada as relações entre fala e escrita. 3.3.3.6 – Tudo é linguagem (Anexo, p.181) Como tem sido recorrente em nossa análise, a coleção Tudo é linguagem tem como ponto negativo, segundo o Guia, o trabalho com a oralidade, tanto do ponto de vista da quantidade das atividades propostas, como em relação a como esses gêneros orais são trabalhados, sendo destacado, pelo Guia, como o eixo de ensino menos explorado da coleção. O último volume se destaca de modo negativo, por apresentar menor quantidade de gêneros orais em relação aos outros livros da coleção. Dentre as capacidades que a coleção pretende favorecer, o Guia destaca o planejamento e organização de debates e exposições orais. Vê-se, pelo recorte que a coleção propõe, uma prioridade a esses gêneros. No entanto, os livros também falham, segundo o Guia, ao não apresentarem de forma clara as distinções entre linguagem oral e escrita. Por conta disso, as indicações do Guia são para o aumento dessas atividades, postulando-se, principalmente, um trabalho mais específico com gêneros orais públicos. Importa destacar que essa coleção é a única das analisadas aqui que apresenta um material suplementar em áudio e vídeo, o que favoreceria um trabalho com gêneros orais, especificamente nas etapas de audição. No entanto, esse trabalho mais aprofundado não é feito em consonância com o que se apresenta na obra. A análise revelou que o MP apresenta uma postura coerente e muito bem embasada. Como a coleção é organizada de acordo com gêneros, percebemos uma atualização em relação aos expedientes teóricos que devem ser apontados na prática de sala de aula. O foco dialógico e interativo dado à 114 língua confirma essa perspectiva. As teorias de Dolz e Schneuwly (2004) são o mote da coleção, tanto em relação ao trabalho com as sequências didáticas, como o trabalho em espiral que deve ser realizado ao longo dos anos de escolarização. Em relação ao trabalho específico com oralidade, o MP fundamenta-se nos principais autores que versam sobre o assunto, já postulados nesta dissertação, tais como Marcuschi, Fávero, entre outros. O gênero debate, como foco da seção “Um bom debate”, apresenta um aprofundamento no MP com base nas propostas apresentadas por Dolz e Schneuwly (2004). Além disso, a teoria da retextualização de Marcuschi (2008a) também ganha destaque no MP. A análise dos livros nos permite uma visão mais abrangente e crítica em relação ao que se apresenta no MP. O primeiro livro da coleção dá destaque, em quase todas as unidades, para a leitura expressiva, porém de forma pouco sistematizada nas primeiras unidades. O mesmo acontece na seção “Um bom debate”, responsável por discutir o texto tema da unidade. Nas atividades finais do livro, ocorre uma sistematização um pouco melhor, tanto da prática de leitura expressiva, por um viés variacionista, quanto do gênero debate, muito embora as características específicas em relação ao gênero sejam pouco elucidativas. Além dessas atividades, a obra apresenta uma preocupação em fomentar a participação dos alunos, com exercícios de construção oral de textos, tais como completar narrativas escritas oralmente. Embora não seja um trabalho com um gênero específico, essas atividades levam em conta um processo de abertura para a oralidade em sala de aula. O segundo livro da coleção não se distancia muito do primeiro em relação às propostas de atividades. Permanece como foco do trabalho a leitura expressiva dos textos apresentados nas aberturas dos capítulos. Alguns pontos positivos, porém, merecem ser destacados. Na unidade 1, o livro aborda, na seção “Língua: usos e reflexão”, atividades que visam a apontar características específicas da fala em relação à escrita, utilizando-se de textos transcritos. Assim, o aluno já começa a se familiarizar com essa estratégia de leitura/escrita. Na unidade 08, a seção “Um bom debate” recebe uma sistematização um pouco melhor, com alguns apontamentos mais específicos 115 sobre a forma do gênero debate regrado, embora ainda não muito elucidativos. Nesse sentido, a perspectiva do ensino em espiral, com uma crescente gradação de conteúdos, tenta ser atendida. O debate continua sendo trabalhado no livro seguinte, com um acréscimo em relação às bases teóricas e especificações de elementos composicionais, passando a ser tratado não mais como simples discussão de questões temáticas, mas como gênero textual oral efetivamente. A exposição oral também ganha relevo considerável nessa terceira obra, mas ainda sem uma fundamentação mais adequada em relação aos elementos de constituição do gênero. No mais, as mesmas e recorrentes atividades de oralização. O último livro da coleção é o que aborda menos as práticas orais, mesmo aquelas de leitura expressiva. O trabalho com o debate como mote da coleção continua, mas outras atividades também procuram abordar o texto falado. A unidade 1 trabalha não um gênero específico, mas a tipologia dialogal, ou “sequência conversacional”, como alguns autores adotam. Essa tipologia, mesmo já tendo sido abandonada por alguns teóricos, como Marcuschi, ganha relevo na obra e se destaca nessa análise justamente por se fundamentar em uma estrutura que procura reproduzir, na escrita, elementos próprios da conversação. Justamente por isso, alguns postulados da AC são apresentados nessa unidade. Além disso, o gênero entrevista ganha uma unidade específica nesse último livro. No entanto, mesmo as atividades de retextualização não são devidamente abordadas, sendo as marcas orais desse texto pouco mencionadas. A coleção, de uma forma geral, permanece na esteira de trabalho com oralidade numa perspectiva de oralização da escrita, haja vista a grande quantidade de atividades de leitura expressiva. Mesmo os gêneros textuais sendo o foco da coleção, a modalidade oral precisa receber uma maior atenção, já que até os materiais complementares, como o Caderno de Produção e os CDs que acompanham a coleção, não têm uma aplicabilidade específica como complemento do LD, funcionando, quase sempre, como anexos que, possivelmente, serão pouco utilizados nas práticas docentes. 116 3.3.3.7 – Viva Português (Anexo, p.185) Essa coleção foi classificada negativamente em relação ao trabalho com a oralidade devido à abordagem limitada ao longo dos livros. De acordo com o Guia, mesmo apresentando uma quantidade escassa de propostas, essas estão adequadas do ponto de vista da teoria que as fundamenta, procurando apresentar atividades que privilegiem os gêneros como objeto de estudo, atrelando-os à temática da unidade e aos recursos próprios dessa modalidade, como entonação e prosódia, bem como às expressões orais que seriam pertinentes a cada gênero. Mesmo assim, o Guia não deixa de apontar a necessidade de ampliar esse trabalho com vistas a favorecer uma melhor formação do aluno. Já o MP apresenta-se coerentemente de acordo com as propostas atuais de trabalho com gênero, fundamentando-se no que postulam Dolz e Schneuwly (2004) acerca de um efetivo e produtivo desenvolvimento das capacidades comunicativas por meio dos gêneros. A própria oralidade, encarada como fator de estudo e como algo diverso da habilidade de falar, tal como apresenta Marcuschi (2008a), é trabalhada dentro de uma perspectiva de estudo que privilegie as práticas comunicativas. Nesse ínterim, as atividades de transcrição são apontadas pelo MP como fundamentais para o trabalho com textos orais, e as sequências didáticas também devem ser adotadas para textos dessa modalidade. O MP apresenta, como subsídio ao professor, um quadro de expressões – como marcadores conversacionais – recorrentes em alguns gêneros públicos, como a exposição oral, o debate e o seminário, a fim de favorecer o trabalho do professor na função de apresentar aos alunos esses elementos constitutivos do gênero. O primeiro livro da série destaca algumas atividades com a oralidade, mas a grande parte delas incide sobre a leitura expressiva de textos escritos. No entanto, há uma apresentação pertinente de alguns gêneros públicos como a exposição oral – capítulo 1 da unidade 2 –, o seminário – capítulo 2 da unidade 2 – e o debate regrado – capítulo 1 da unidade 4. Esses gêneros já haviam recebido uma atenção especial no MP e, agora, são trabalhados de forma produtiva no livro dos alunos, por meio da apresentação de elementos 117 orais que compõem o gênero, bem como um roteiro de preparação para tais atividades. Além disso, algumas menções à necessidade de uma entonação adequada também compõem a caracterização dos gêneros abordados. Embora coerentes, as atividades poderiam ser mais exploradas caso uma fundamentação teórica mais ampla fosse fornecida também aos alunos. O segundo livro da coleção apresenta um trabalho menor com oralidade, tanto pela pouca apresentação de gêneros quando pelas atividades de oralização. Merecem destaque as propostas de retextualização de uma fábula contada oralmente – capítulo 2 da unidade 1 – e de uma entrevista oral – capítulo 1 da unidade 4. O gênero exposição oral é retomado, com diretas referências à apreciação feita no livro anterior. Além disso, há uma sistematização profícua do gênero debate regrado, que é foco do trabalho com a modalidade oral no capítulo final desse livro: por meio da apresentação de marcadores orais que podem ser utilizados nas apresentações e intervenções no interior do debate, o aluno é levado a conhecer mais da estrutura desse texto. O terceiro livro da coleção diminui ainda mais a oralidade em seu escopo. Tanto que, embora outros gêneros sejam apresentados, somente a exposição oral é sistematizada de forma eficiente. Quadros com modelos de planejamento textual, em algumas atividades, procuram sanar a lacuna deixada pela ausência de mecanismos teóricos mais específicos. Já o último livro da coleção é o que apresenta de forma mais ínfima o trabalho com oralidade, contrastando de forma muito evidente com o primeiro livro da coleção. Mais uma vez, o seminário e a exposição oral são postulados, mas sem um aprofundamento efetivo. As características daquilo que é oralidade no gênero são pouco apontadas, tendo maior destaque a temática das produções sugeridas. Numa observação da coleção como um todo, os dois primeiros livros apresentam um trabalho mais efetivo e consistente em relação às práticas comunicativas desempenhadas na modalidade oral, mesmo não apresentando uma sistematização ideal. Esse trabalho vai apresentando uma defasagem nos dois últimos livros, até para os gêneros já vistos anteriormente. O destaque da 118 coleção fica por conta da apresentação, para os alunos, dos marcadores orais presentes em alguns gêneros públicos. Cabe ao professor ampliar esse trabalho. 3.4 – Observações gerais das coleções e do Guia PNLD 2011 Pelo que pudemos observar, há uma distinção de base sobre o ângulo de análise elaborado pelo Guia e o que pretendemos estabelecer em nossa pesquisa: enquanto, para o primeiro, a quantidade de atividades parece ser de maior importância, procuramos avaliar as coleções qualitativamente, de acordo com a perspectiva teórica que apontamos. Assim, é fácil perceber que, em alguns momentos, nossa análise tende a se distanciar daquela proposta pelo Guia PNLD. A coleção Projeto Radix – Português, por exemplo, que, na avaliação do Guia, é um exemplo de bom trabalho com oralidade, de acordo com nosso viés de observação, não se distanciaria muito daquelas coleções avaliadas de forma negativa, já que o que a difere das demais é a quantidade de atividades. De igual forma, a coleção A arte da palavra, avaliada de forma negativa pelo Guia PNLD pelo trabalho insuficiente com oralidade, apresenta uma fundamentação teórica positiva, servindo, o MP dessa coleção, como um ótimo aliado do professor na produção de atividades que envolvam gêneros orais. Nos quadros de análise que podem ser observados, ao final desse trabalho, no Anexo, podemos perceber esse distanciamento entre a avaliação do Guia e uma que aprofunde o olhar sobre os gêneros orais, como a nossa pretendeu. As coleções, de uma forma geral, ainda apresentam atividades descontextualizadas de acordo com as recentes contribuições teóricas e, até mesmo, com os próprios manuais destinados aos professores. Nesse sentido, é importante observar que até mesmo as propostas de trabalho com os gêneros – quer orais, quer escritos – apontadas por Dolz e Schneuwly (2004) e que figuram em quase todos os manuais, tais como o ensino modular por meio das sequências didáticas e a perspectiva de trabalho com gêneros em espiral, são pouco evidenciadas na maioria das coleções. 119 Assim, fica claro que há uma necessidade grande de adaptação, pela maior parte das coleções, no que tange ao trabalho com oralidade, de forma mais ampla, e, especificamente, no trato com os gêneros de modalidade oral. Por mais que um ensino interativo, que trate a língua como forma de comunicação, tenha sido apontado como mote das coleções e que os gêneros textuais escritos tenham ganhado uma proporção ampla de trabalho, o espaço à oralidade deve ser revisto sob pena de a escola não conseguir preparar adequadamente o aluno à situações de interação pelas quais vai passar fora do ambiente escolar, como uma entrevista de emprego, por exemplo. 120 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho, observamos de que forma os LD tratam as questões de oralidade, dando ênfase ao trabalho com gêneros orais – abordagem decorrente dos novos parâmetros de estudo em LP, que indicam uma perspectiva interacional de ensino. Assim, se cabe à escola ensinar língua por meio de gêneros textuais, caberia, também, ensinar os gêneros textuais de modalidade oral. Procuramos, então, observar de que forma esses livros contribuem para a formação adequada do alunado em relação aos gêneros dessa modalidade. Nesse sentido, retomando nosso problema apontado na introdução, fica claro que os LD não formam adequadamente o aluno egresso do EF para atividades de interação oral pública tal como indicam os PCN e como apontam, contraditoriamente, os próprios manuais do professor desses LD. Coube, contudo, apresentar anteriormente algumas definições mais específicas de nosso objeto de estudo. Isso porque a própria oralidade ainda não tem um conceito bem delimitado para esses manuais de ensino, o que nos proporcionou a primeira dificuldade: qual seria o conceito de oralidade e qual a perspectiva desse trabalho para os LD? Pudemos perceber que mesmo a clara distinção apresentada por Marcuschi (2008c) entre oralidade e fala não foi absorvida de forma completa por esses livros, o que nos levou, como antecipamos na introdução, a ampliar o escopo da pesquisa. Assim, embora haja coleções em que a perspectiva de trabalho é adequada, a maioria das coleções aprovadas ainda apresenta deficiência em relação a essa temática. Em menor quantidade, ainda, estão as coleções que conseguiram associar adequadamente o conceito de oralidade ao trabalho com gêneros textuais. Por esse mesmo motivo – a dificuldade em compreender qual a visão das diferentes coleções para o mesmo objeto de estudo – a análise que, em princípio, se faria somente sobre os gêneros, ampliou-se. Observamos toda e qualquer referência à prática de texto falado, por meio de gêneros ou não. Nesse sentido, a grande justificativa de nossa crítica, ainda, aos LD, foi por termos verificado que a maior parte do trabalho feito nesses livros ainda reside em dois pilares: (i) oralização de textos escritos e (ii) resposta oral a perguntas 121 de interpretação textual. Por esse ângulo, corroboramos a tese de Magalhães (2008, p. 148) de que não são atividades produtivas as que envolvam leitura oral, do tipo “desenvolva oralmente um exercício”, ou “converse com seu grupo” e “converse com seu professor”, muito frequentes em quase todas as coleções, uma vez que não é o texto oral que está em análise, mas o conteúdo temático proposto. O Guia dos LD também nos forneceu uma análise mais aprofundada de cada uma das coleções, tanto dentro de uma perspectiva teórica quanto de uma visão pedagógica. No entanto, por vezes algumas das aparentes contradições e incongruências que verificamos em alguns livros eram repetidas no Guia, que parece considerar muito mais a quantidade do trabalho com oralidade que sua profundidade e adequação teórica. Por conta disso, também, procuramos observar as coleções de um ponto de vista mais pragmático, verificando como teoria e prática em relação ao trabalho com gêneros textuais orais se associariam. Muito em função dessa perspectiva de análise do Guia, algumas de nossas observações contrariam o que teria sido apontado na análise publicada pelo PNLD. Pelo nosso ângulo de análise, talvez não fossem somente 50% das coleções avaliadas de forma negativa pela perspectiva do trabalho com a oralidade. Em outro aspecto, no entanto, talvez os LD tenham conseguido evoluir em relação ao que fora observado por Marcuschi (1997, 2005): a quantidade do trabalho aumentou. A própria perspectiva dos Manuais dos Professores aponta insistentemente, em quase 100% das coleções analisadas, para uma preocupação com a necessidade de discutir no espaço escolar o texto falado nas três perspectivas mais frequentes: (i) a relação com a escrita; (ii) a interface variacionista; e (iii) o viés textual por meio de gêneros. Mesmo que as atividades não sejam as mais produtivas, pudemos perceber que, na prática, a preocupação existe, embora o como fazer, de que falamos no capítulo 2 desta dissertação, ainda não tenha sido assimilado de forma efetiva. Apontadas as nossas principais dificuldades, é importante entender o que não foi feito nesse recorte metodológico e que poderá servir como sugestão para novos trabalhos a fim de aprofundar ainda mais esse estudo, 122 com vistas a uma melhor apropriação, por parte dos LD, das práticas orais em sala de aula. Embora tenhamos apontado algumas propostas de atividades efetivas com o gênero oral ao final do capítulo 2, a literatura especializada aponta uma quantidade significativa de outros trabalhos que também associam de forma adequada a oralidade e os gêneros textuais. Assim, as coleções poderiam partir das concepções que já postulam nos MP e acrescentar a elas exercícios efetivos de escuta e produção dos mais variados gêneros. Outra observação importante incide sobre a pequena quantidade de gêneros orais pertencentes à esfera da literatura. As coleções poderiam explorar esse viés para além da leitura dramatizada, discutindo as dramatizações em si, a origem oral de grande parte das narrativas, a contação de histórias, a própria análise dos recursos prosódicos nos poemas, entre tantas outras atividades para as quais os exemplos não são poucos. A própria literatura de cordel, que se baseia nas práticas orais, raramente é trabalhada de forma nas coleções. Como propostas de desdobramentos para esse trabalho, poderíamos sugerir análises como as que foram produzidas por Hümmelgen (2008), em que a autora se propôs a avaliar comparativamente duas coleções aprovadas pelo PNLD 2008 com maior distribuição no mercado, ou como a pesquisa de Magalhães (2007), que avalia comparativamente exercícios que envolvam oralidade em duas coleções aprovadas pelo Guia PNLD 2005, ou ainda como o trabalho de Mendes (2005), que analisa três coleções de LD aprovados em duas edições do Guia PNLD (2002 e 2005) visando a observar como evoluíram as propostas de ensino de oralidade nas mesmas coleções de acordo com as apreciações do Guia. Assim, a análise comparativa é sempre possível e dá mostras mais pontuais e específicas de como o trabalho nos LD pode ser aplicado ou evoluir dadas essas reflexões. Em todo caso, como já apontávamos na introdução, mesmo que nossa pesquisa procure avaliar as coleções aprovadas pelo Guia PNLD de forma mais ampla, sem pormenorizar nenhuma delas, cremos serem válidas as conclusões a que chegamos se comparadas às que já haviam sido apontadas por Marcuschi (1997): passados quinze anos dessa publicação, os LD ainda 123 não se adaptaram qualitativamente na apresentação de propostas efetivas que versem sobre as práticas orais, tanto em comparação à escrita, quanto em relação aos gêneros textuais. Assim, parafraseando o próprio Marcuschi (2005), ainda há muito que falar sobre oralidade. 124 6 - REFERÊNCIAS ADAM, Jean-Michel. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. Tradução por Maria das Graças S. Rodrigues et al. São Paulo: Cortez, 2008. BAKHTIN, Mikhail (1929) (VOLOCHÍNOV, V.N.). Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução por M. Lahud e Y. F. Vieira. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006. ______ (1979). Estética da criação verbal. 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COLEÇÕES DE LD AVALIADAS AZEREDO, Cristina Soares de Lara. Projeto Eco: língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2009. BELTRÃO, Eliana Santos; GORDILHO, Tereza. Diálogo: língua portuguesa. São Paulo: FTD, 2010. BORGATTO, Ana Trinconi; BERTIN, Terezinha; MARCHEZI, Vera. Tudo é linguagem. 2. ed. São Paulo: Ática, 2009. CAMPOS, Elizabeth Marques; CARDOSO, Paula Cristina; ANDRADE, Silvia Letícia. Viva Português. 2. ed. São Paulo: Ática, 2010 CEREJA, Wiliam Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. linguagens. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009 Português: COSTA, Cibele Lopresti; MARCHETTI, Greta; SOARES, Jairo J. Batista. Para viver juntos: português. 1. ed. rev. São Paulo: Edições SM, 2009. DELMANTO, Dileta; CASTRO, Maria da Conceição. Português: idéias e linguagens. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2009 DIAFÉRIA, Celina; PINTO, Mayra. Trajetórias da palavra: língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 2009. RODELLA, Gabriela; NIGRO, Flávio; CAMPOS, João. Português: a arte da palavra. São Paulo: Editora AJS, 2009. SETTE, Graça; PAULINO, Maria Angela; STARLING, Rozário. Para ler o mundo: língua portuguesa. São Paulo: Scipione, 2009. SOARES, Magda. Português: uma proposta para o letramento. São Paulo: Moderna, 2002. SOUZA, Cássia Garcia de; CAVÉQUIA, Márcia Paganini. Linguagem: criação e interação. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. TERRA, Ernani; CAVALLETE, Floriana Toscano. Projeto Radix: português. São Paulo: Scipione, 2009. TRAVAGLIA, Luiz Carlos; ROCHA, Maura Alves de Freitas; ARRUDAFERNANDES, Vânia Maria Bernardes. A aventura da linguagem. Belo Horizonte: Dimensão, 2009. 129 ANEXOS – QUADROS DE AVALIAÇÃO DAS COLEÇÕES2 1. Coleção A aventura da linguagem LIVRO UNIDADE 1 – LÍNGUA E LINGUAGENS CAPÍTULOS 1 – O que eu digo significa o que eu quero dizer? 2 – Outras formas de dizer 3 – Línguas do mundo Literatura 1 – Brincando com as palavras 4 – Dizer como é 2 – MUNDO SOCIAL: EU, TU , ELE 6º ano 3 – ESSA NOSSA VIDA 4 – VIDA NA TERRA 5 – O que sou eu? 6 – Memórias Literatura 2 – Fazendo arte com as palavras 7 – Como agir? 8 – Crenças e superstições 9 – Sabor e saúde Literatura 3 – Contos e contos 10 – Amigos. Amigos? Amigos! 11 – Bichos e Cia. 12 – Devastação da natureza 2 OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Apresentação de debate oral, sem sistematização das características do gênero. XXXXXX3 XXXXXX Apresenta poemas variados, com a indicativa, para o professor, da apresentação de ritmo na leitura dos textos. Na seção “Discutindo”, é apresentado uma espécie de debate regrado a partir de uma dada temática. Sem exploração das características do gênero. Na seção “Produzindo Crônicas”, o aluno é levado a construir uma apresentação oral sobre as características de um colega e, após, a construção de uma crônica descritiva em modalidade escrita. Não são apresentadas as características do gênero. XXXXXX XXXXXX Proposta de dramatização de crônica. Sem indicações de procedimento. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Trabalho pontual com sonoridade de canções. Na seção “Produzindo uma entrevista”, há indicações específicas do trabalho com gênero, inclusive com propostas de retextualização das respostas orais para posterior publicação escrita. No entanto, essa atividade é sugerida ao professor, não tendo o aluno contato com essa atividade especificamente. XXXXXX Os quadros foram produzidos durante o nosso processo de análise das coleções. Todas as atividades que apresentavam algum expediente oral foram assinaladas. 3 A sinalização “XXXXXX” indica que a unidade ou capítulo não apresenta nenhuma atividade específica sobre oralidade. 130 Literatura 4 – Recontando histórias LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – “Dando asas à imaginação” 2 – Outras formas de dizer 1 – LÍNGUA E LINGUAGENS 3 – Olha como você fala comigo! Literatura 1 – Brincando com as palavras 4 – O povo que somos 5 – O que eu era, o que eu sou 7º ano 2 – MUNDO SOCIAL: EU, TU , ELE 6 – Registros de vida Literatura 2 – Contando o que aconteceu 7 – Sabedoria popular 8 – O mundo das lendas 3 – ESSA NOSSA VIDA 9 – Vamos malhar? 4 – VIDA NA Literatura 3 – Literatura de Cordel 10 – Convivendo com bichos Após a leitura de contos, os alunos deverão recontar o texto oralmente. Sem atividades específicas de trabalho com oralidade, sendo somente indicada a atenção à leitura e dicção. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Na seção “Produzindo línguas diferentes”, os alunos são levados a produzir um diálogo na língua do pê Na seção “Produzindo uma conversa”, a proposta é que os alunos identifiquem a importância de elementos paralinguísticos, como postura, olhar e gestos na apresentação de uma conversa sem esses elementos. Após abertura do capítulo com a temática da variação linguística, os alunos são levados a apresentar uma exposição oral. Embora não haja uma sistematização das etapas de planejamento, observa-se um indicativo de trabalho efetivo com a produção de gênero oral. Leitura em voz alta de poemas. Noções de metrificação XXXXXX Na seção “Aprendendo mais sobre fala e escrita”, há atividades que procuram estabelecer diferenças de uso de determinadas palavras utilizadas na fala que não devem ser utilizadas na escrita. Atividade muito próxima àquelas que dicotomizam fala/escrita. Na seção “Discutindo”, há indicativos para uma exposição oral, mas sem sistematização sobre o gênero. Novamente a seção “Aprendendo mais sobre fala e escrita” indica formas orais que devem ser evitadas na escrita. XXXXXX XXXXXX Na seção “Produzindo uma lenda”, há a indicativa da escritura de uma lenda contada oralmente por um familiar. Sem especificações sobre atividade de retextualização. A seção “Aprendendo mais sobre fala e escrita” apresenta o trabalho de substituição de formas orais por formas mais adequadas à escrita Construção de um júri simulado, mas sem apreciações específicas sobre o gênero ou sobre as marcas de oralidade presentes. São pontuadas as atividades que devem ser seguidas para simular um júri. Menção a origem oral da literatura de cordel. Na seção “Dialogando com outros textos”, há a indicativa de preparação de um 131 TERRA 11 – Símbolos: o representa para você? que isso 12 – O homem e a biodiversidade Literatura 4 – Contos e contos LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – A vida das palavras 2 – Como escrever? 1 – LÍNGUA E LINGUAGENS 8º ano 3 – Como falar? Literatura 1 – Teatro 4 – A África no Brasil 2 – MUNDO SOCIAL: EU, TU , ELE 3 – ESSA 5 – Ser negro 6 – Preconceito? Eu? Literatura 2 – Contos africanos 7 – A ciência da felicidade diálogo escrito e posterior leitura dele. Na seção “Discutindo”, há um roteiro de preparação para um debate regrado, com a presença de mediador, sobre o assunto do capítulo. São apresentadas indicações gerais de organização prévia do material do debate e de sua composição esquemática, sem nenhuma indicativa em relação á característica oral desse gênero. Na seção “Produzindo um regulamento” há um momento para discussão das propostas oralmente entre a turma Indicativa para audição de música. Na seção “Fazendo uma exposição oral”, há indicativas sobre a apresentação de uma pesquisa feita previamente, sob forma de seminário. Importa destacar que, diferente das outras atividades similares, há nessa, de forma pontual, algumas indicações referentes à organização/composição do gênero oral Apresentação/dramatização de conto. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Na seção “Produzindo um texto a partir de outro” há a sugestão para a reconstrução de uma história em quadrinhos a partir de um relato, e vice-versa. Uma ótima oportunidade para discutir questões de oralidade, mas que não foi aproveitada. Todo o capítulo trabalha com a noção de interface fala/escrita, mas numa perspectiva variacionista, cujo foco é a ortografia. Na seção “Produzindo um diálogo”, o foco é a temática e não a atividade de produção de um gênero oral. O capítulo trabalha com as variações da língua falada. Na seção “Produzindo uma exposição oral”, apresentam-se, minuciosamente, as características do gênero, mas poucos aspectos sobre a oralidade em si são pontuados A seção apresenta atividades de construção de uma peça a partir de um conto e leitura dramatizada de um texto. Em ambas as atividades, não são apresentadas maiores especificações sobre oralidade do que “leia com entonação adequada” ou “pronuncie adequadamente as palavras”. XXXXXX Na seção “Produzindo uma entrevista”, são apresentadas aos alunos as etapas de preparação de uma entrevista. A atividade de gravação/transcrição/retextualização é sugerida aos alunos, mas não há o indicativo de como fazê-lo. A seção “Produzindo um debate”, a exemplo da atividade de produção de exposição oral do capítulo 3, pouco aponta para as características orais do gênero. Atividade de contação de história, sem qualquer apreciação sobre os gêneros XXXXXX 132 NOSSA VIDA 8 – O que faz você feliz? 9 – Viva feliz sem drogas. Literatura 3 – Poetando a felicidade 10 – Planeta água 4 – VIDA NA TERRA LIVRO UNIDADE 1 – LÍNGUA E LINGUAGENS 2 – MUNDO SOCIAL: EU, TU , ELE 9º ano 3 – ESSA NOSSA VIDA 4 – VIDA NA TERRA 11 – A água de cada um 12 – Casos d‟água Literatura 4 – A linguagem artística CAPÍTULOS 1 – O DNA das palavras 2 – Cadê a palavra que estava aqui? 3 – O português no mundo Literatura 1 – Contando uma história 4 – Cultura indígena 5 – Encontro com os índios 6 – Histórias de índio Literatura 2 – A arte de cada um 7 – De amores e amizades 8 – Cartas de amor 9 – De mãos dadas Literatura 3 – Poetando o amor 10 – Homo Urbanus 11 – Licença! Eu quero passar! 12 – Vidas na cidade Literatura 4 – Histórias na Cidade XXXXXX XXXXXX Leitura em voz alta de poemas Na seção “Produzindo um debate deliberativo” apresentam-se as características formais do gênero, mas sem um aprofundamento sobre a questão da oralidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX A seção “Dialogando com outro texto 1” Apresenta questões que envolvem o uso de gírias, mas o foco é variacionista. XXXXXX XXXXXX Na seção “Produzindo uma exposição oral”, apresentam-se, minuciosamente, as características do gênero, mas poucos aspectos sobre a oralidade em si são pontuados XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “Produzindo um debate deliberativo” apresentam-se as características formais do gênero, mas sem um aprofundamento sobre a questão da oralidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “Produzindo um debate de opinião” apresentam-se as características formais do gênero, mas sem um aprofundamento sobre a questão da oralidade. XXXXXX 133 2. Coleção Língua Portuguesa: Diálogo LIVRO MÓDULO SUBSEÇÕES Texto 1: Narrativa de aventura Módulo 1: Pura Aventura! Texto 2: Narrativa de aventura Projeto de redação: Narrativa de aventura Texto 1: Relato de viagem Texto 2: Reportagem/ Relato de viagem Módulo 2: Desbravando Novos Horizontes Projeto de redação: memórias Relato de 6º ano Texto 1: Narrativa mítica indígena Texto 2: Narrativa de ficção/ Lenda Módulo 3: De Boca em Boca Projeto de redação: Livro Falado OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Sem apreciação específica sobre oralidade. A possibilidade de trabalho com o texto oral reside nas respostas orais dadas às perguntas referentes ao texto. No entanto, não há indicação específica para tal atividade. XXXXXX Explicitação das etapas de produção de narrativa, com a apresentação de elementos tipológicos já apresentados ao longo do módulo. Ao final, indica-se a montagem de uma coletânea com as histórias produzidas pela turma na tentativa de socializar o texto produzido. XXXXXX XXXXXX Retomada dos elementos tipológicos da narrativa, com as especificidades do gênero Relato. Todas as indicações de produção remetem ao texto escrito. A atividade oral nesse módulo se fará a partir da leitura dos relatos construídos pelos alunos para a turma. Há uma indicação de preparação para essa leitura que visa a adequação à entonação, à pausa, às marcas prosódicas referentes às etapas do texto, como clímax, p.e. A etapa de leitura prevê um planejamento prévio. Há uma proposta de auto-avaliação sobre a leitura oral do relato de memória Sem apreciação específica sobre oralidade. Pequena nota sobre a tradição oral de transmissão dos ensinamentos por meio de mitos Atividades de leitura de frases semelhantes, com pontuação expressiva distinta, como forma de avaliar a diferença de sentidos. Na seção “Ampliando o tema”, há uma apresentação da literatura de cordel como uma tradição oral. Indicação de uma leitura dramatizada do texto apresentado, mais uma vez sendo expostas as necessidades de uma entonação adequada. Na seção “Conversando sobre linguagens”, há uma associação da tradição oral de lendas e da literatura de cordel às marcas culturais regionais, numa relação à teoria variacionista. A proposta de produção desse módulo incentiva a criação de um áudio-livro a ser acessado por deficientes visuais. Os alunos são levados a coletar histórias, gravando-as ou redigindo-as, para posterior leitura e gravação. Mais uma vez é dado destaque às marcas de entonação e altura. Outras marcas de oralidade são apresentadas, como a presença de dêiticos particulares aos eventos de fala e as hesitações e pausas presentes na prática oral menos planejada. O objetivo do 134 Módulo 4: O Papel de Cada Um Texto 1: Artigo de Opinião Texto 2: Conto Projeto de Opinião redação: Artigo de Texto 1: Biografia Módulo 5: Histórias do Esporte Módulo 6: Um Toque de Poesia Módulo 7: Brinquedos e Brincadeiras LIVRO MÓDULO Módulo 1: Letras Itinerantes Texto 2: Memórias Proposta de redação: Informativo Texto 1: Poema Texto 2: Poema concreto Folheto Proposta de redação: Poema Texto 1: Crônica Texto 2: Pintura Proposta de redação: instrucional SUBSEÇÕES Texto 1: Trecho de Romance/ Carta Pessoal Texto 2: Poema Projeto de Redação: Carta Pessoal Texto 1: Anúncio Publicitário 7º ano Módulo 2: No Mundo da Publicidade Texto 2: Poema Projeto de Redação: Anúncio Módulo 3: Texto Texto 1: Conto áudio-livro, no entanto, é a leitura oral, tal como nas atividades anteriores. XXXXXX XXXXXX Produção de um texto argumentativo a ser enviado ao jornal da cidade. Atividades modulares de construção de debate oral, com posterior escritura, através de dramatização de situações. Não há especificações de características do gênero. XXXXXX A seção “Dialogando com o texto” apresenta uma atividade que procura evidenciar diferenças entre a locução de uma partida de futebol no rádio e na televisão. Construção de um folheto informativo em que se apresentam os benefícios do esporte, para ser distribuído pela comunidade. Sugestão de Jogral na declamação de um poema. XXXXXX Construção de um poema concreto a ser exposto no “Varal de poemas”, tal como a tradição da literatura de cordel. XXXXXX XXXXXX Elaboração de uma mostra de jogos variados, bem como dos textos instrucionais para esses jogos. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX Proposta de produção de cartas pessoais que circularão entre as turmas de sétimo ano da escola. Sugestão de conversa informal na seção “Conversando sobre linguagens”, em que os alunos devem debater sobre as características dos anúncios. Proposta de trabalho com o gênero oral na seção "Conversando sobre linguagens”. O gênero proposto é a Exposição Oral. No entanto, o gênero em si é trabalhado mais como leitura oral de um texto escrito previamente. Há, nessa seção, uma atividade que envolve marcadores conversacionais. Confecção de cartazes, destinados à comunidade, sobre os problemas de interesse geral. XXXXXX 135 Ficção ou Realidade Módulo 4: Poesia aqui e acolá Texto 2: Conto Projeto de redação: Conto de ficção científica. Texto 1: Poema Texto 2: Poema Projeto de Redação: Poema Texto 1: Trecho de crônica Módulo 5: Garotos e Garotas... De Repente eles e elas existem Módulo 6: Cidadão: uma parceria com a vida Módulo 7: Preservar o planeta: o desafio do século XXI Texto 2: Relato Projeto de Redação: Seminário Texto 1: Notícia/ Crônica Texto 2: Capas de revistas Projeto de Redação: Notícia Texto 1: “Manifesto” Texto 2: Fotografia Projeto de Redação: Reportagem Na seção “Dialogando com o texto”, há uma atividade que evidencia a apresentação de marcas do discurso oral, como interrupções e hesitações, no texto escrito, mas sem uma abordagem profunda. Produção de um conto de ficção científica, tal como os textos lidos no módulo. XXXXXX XXXXXX Criação de poemas para posterior apresentação em um sarau. Há indicações de técnicas de leitura e aquecimento vocal para a declamação de poemas. Na seção “Dialogando com o texto”, há uma atividade que procura demonstrar como, na oralidade, o falante marca a ironia pela entonação, o que, na escrita, é marcado pelas aspas. Na mesma seção, há indicação de reprodução oral de diálogo. XXXXXX Roteiro para elaboração de seminário com: roteiro de pesquisa sobre o tema; identificação e seleção das informações; organização das etapas de apresentação; preparação para a exposição oral, como treinamento de postura e entonação; apresentação dos resultados. Nessa atividade, as marcas de oralidade foram trabalhadas em segundo plano, sendo priorizadas as características da organização das informações do texto a ser apresentado. Na seção “Ampliando o tema” há a sugestão para que os alunos façam uma entrevista, mas não são especificadas as características do gênero quanto aos aspectos que se referem à oralidade. XXXXXX Etapas de preparação de notícias para serem publicadas em um jornal. (Primeira Parte) XXXXXX XXXXXX Segunda etapa da confecção do jornal. Apontamentos sobre a eliminação de marcas de oralidade na transcrição das entrevistas. Não são apresentados padrões de retextualização do texto oral para a escrita. 136 LIVRO MÓDULO SUBSEÇÕES Texto 1: Conto Módulo 1: Histórias de arrepiar Texto 2: Conto Projeto de Redação: Peça Teatral Módulo 2: Ah, não dá para esquecer... Módulo 3: Cidadania, conquista que transforma 8º ano Módulo 4: Uma questão de consciência Texto 1: Memórias Texto 2: Memórias Projeto de Redação: Relato de memórias Texto 1: Manifesto Texto 2: Artigos de opinião Projeto de Redação: Artigo de opinião. Texto 1: Texto de divulgação científica Texto 2: Texto de divulgação científica Projeto de Explicativo Redação: Texto Texto 1: Crônica Módulo 5: Adolescência: um mundo de desafios Texto 2: Poema Projeto de Redonda Redação: Mesa- OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Na seção “trabalhando a gramática”, apresenta-se a relação da utilização do sujeito indeterminado como técnica para provocação de suspense ou curiosidade no discurso oral. XXXXXX Produção de conto de suspense/terror para posterior leitura dramatizada. Não há informações específicas a respeito da dramatização. A produção do conto escrito é mais especificada. XXXXXX XXXXXX Escritura de uma coletânea com as memórias dos alunos para posterior apresentação. XXXXXX XXXXXX Construção de um mural com artigos de opinião produzidos pelos alunos. XXXXXX XXXXXX Elaboração de um folheto explicativo Na seção “Debatendo com os colegas”, há a indicação da elaboração de um debate regrado entre grupos, mas não há especificações do gênero e tão pouco sobre os recursos da oralidade que devem ser empregados em tal gênero. Há sugestões para que o professor grave o debate para uma posterior audição Na seção “Conversando sobre linguagens” há a apresentação teórica sobre marcadores conversacionais e sua função no interior do debate regrado. A atividade básica é a localização desses elementos na transcrição, feita pelo professor, do debate anteriormente gravado. Não há um aprofundamento teórico sobre a função desses elementos no discurso e na relação com o esquema de turnos. Apresenta elementos para a construção de uma mesa-redonda, em que serão debatidos temas relativos à adolescência. Os alunos ocuparão papeis distintos como o de moderador, pais e adolescentes que apresentarão elementos pesquisados previamente. São apresentadas características de discursos orais relacionados a 137 Módulo 6: A poesia quando chega... LIVRO Texto 1: Poema Texto 2: Poema Projeto de Redação: Poema Módulo 7: Desvendando histórias Texto 1: Biografia/Entrevista Texto 2: Autobiografia Projeto de Redação: Autobiografia MÓDULO SUBSEÇÕES Texto 1: Trecho de romance Texto 2: Crônica Projeto de Redação: Crônica Literária Texto 1: Conto Módulo 1: Mil faces do amor Texto 2: Trecho de Romance Módulo 2: Histórias de Nossa Gente Proposta de Redação: Seminário Módulo 3: Na cena do crime Módulo 4: Invenções que mudaram o mundo Texto 1: Conto Texto 2: Conto Proposta de Redação: Narrativa de Enigma Texto 1: Crônica Texto 2: Reportagem/Artigo Proposta de Redação: Resenha crítica grau de formalismo e variedade linguística. Nessa atividade, há o objetivo de propiciar aos alunos o contato com gêneros orais públicos. XXXXXX XXXXXX Trabalho com leitura e produção de poemas. A prática de recitação oral é destacada na apresentação dos poemas, porém, não há elementos teóricos concorrentes. XXXXXX XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Conversando sobre linguagens” apresenta uma proposta de trabalho com Exposição Oral, apresentando excertos teóricos sobre recursos conversacionais prosódicos e paralinguísticos. Além disso, características do gênero são especificadas, bem como a retomada do trabalho com marcadores conversacionais. Na esteira da atividade anterior, os alunos têm de produzir um seminário sobre uma personalidade à turma ou a outro público determinado. Para apresentar a característica do gênero, repete-se o quadro esquemático apresentado anteriormente. Há uma preocupação com os marcadores referentes ao encadeamento das partes, como introdução, sinalização de idéias principais, apresentação de exemplos, entre outros. Marcadores de abertura e fechamento também são sinalizados. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX 138 Texto 1: Conto Texto 2: Crônica Módulo 5: Depende de nós Módulo 6: Universo da poesia Módulo 7: Projetos de vida Proposta de Redação: Debate Texto 1: Crônica-poema Texto 2: Poema Proposta de Redação: Poema Texto 1: Crônica Texto 2: Crônica Proposta de Redação XXXXXX XXXXXX Proposição de um debate regrado, com a presença de um moderador, sobre a figura do herói. Embora seja um gênero da oralidade, as marcas pertinentes a fala são pouco trabalhadas, destacando-se, somente, a necessidade de, durante o debate, evitar hesitações e marcas da oralidade. O foco dado incide sobre o tema e não tanto sobre as estratégias e especificidades do texto oral público que é o debate regrado. Na seção “Trabalhando com a gramática”, há a apresentação de elementos presentes na versificação. A métrica é apresentada em relação à sonoridade dos versos, permitindo a contagem de sílabas poéticas. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX 139 3. Coleção Linguagem: criação e interação LIVRO UNIDADE 1 – Ler é uma aventura 2 – Poesia popular 3 – Uma explicação para as coisas 4 – Histórias que ensinam 5 – Contos que encantam 6º ano 6 – Esporte: interação e superação 7 – Cidadania e ação 8 – Muitos povos, muitas culturas 9 – Fauna: direito à vida 10 – Histórias de arrepiar LIVRO UNIDADE 1 – Mensagens 2 – Um mundo para conhecer 3 – Um saber que vem do povo 4 – O mundo dos quadrinhos 5 – Nem criança, nem adulto 7º ano 6 – Histórias do cotidiano 7 – Acredite se quiser... 8 – Infância roubada 9 – Preservar é preciso OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Produção oral” sugere a resenha oral de um livro, mas sem apresentar características específicas do gênero oral, apenas de sua estrutura composicional. A seção “Espaço de criação” sugere a declamação de poesias. A seção “Produção oral” sugere a contação de história, numa comparação com o texto escrito e na avaliação de elementos que são próprios de cada modalidade. XXXXXX A seção “Espaço de criação” sugere a leitura dramatizada ou encenação de um texto. A seção “Produção oral” sugere a exposição oral de regra de jogo. Alguns marcadores conversacionais são apresentados como integrantes do gênero. A seção “Produção oral” indica a feitura de uma entrevista. Embora haja poucas indicativas para os alunos do processo de transcrição, as indicações para o professor orientam a atividade. Em um box, destaca-se a necessidade de adequação quando da passagem de uma modalidade a outra. A seção “Produção oral” sugere um pequeno debate, mas sem apreciações específicas sobre oralidade. A seção “Produção oral” suscita um debate. A seção “Produção oral” sugere a feitura de uma história oral coletiva, indicando a necessidade de se utilizar a variedade padrão da língua OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Produção oral” sugere a apresentação de relato oral. A seção “Produção oral” apresenta a proposição de uma pequena discussão posterior a uma pesquisa. A narração de causos é o mote da seção “Produção oral”, mas não há uma especificação sobre traços do gênero oral. XXXXXX XXXXXX A seção “Produção oral” apresenta como atividade a elaboração de enquete, com posterior apresentação de resultados. A seção “Produção oral” indica a realização de uma entrevista, apresentando aspectos composicionais do gênero. XXXXXX A seção “Produção oral” apresenta como proposta a apresentação de um rádiojornal. Algumas características genéricas são apresentadas. 140 10 – Dando asas às palavras LIVRO UNIDADE 1 – Histórias mitológicas 2 – Em cada história, uma surpresa 3 – Em cada página, uma emoção 4 – Versos cantados 8º ano 5 – Você pode? Eu também! 6 – Tempo de descobertas 7 – Uma rica herança 8 – Quem te viu, quem TV 9 – O futuro está ai 10 – O humor está em alta LIVRO UNIDADE 1 – Um mundo, muitas línguas 2 – O conto 3 – O romance 4 – O texto teatral 5 – Jogue essa fumaça pra lá! 9º ano 6 – Racismo? Tô fora! 7 – Extra! Extra! 8 – Deu no jornal 9 – Poema I 10 – Poema II A seção “Produção oral” sugere um sarau de poesias criadas pelos alunos. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Espaço de criação” sugere a feitura de um seminário, com alguns indicativos de procedimento. A seção “Produção oral” sugere a leitura/ contação de um conto previamente escolhido, com algumas indicações de procedimento. XXXXXX A seção “Espaço de criação” apresenta uma proposta de trabalho com seminário sobre a música brasileira. Outra proposta da mesma seção é a confecção/ apresentação de paródia de música XXXXXX A seção “Produção oral” sugere a realização de um debate regrado, com apresentação de elementos composicionais do gênero e apreciação sobre algumas marcas de oralidade, tais como marcadores conversacionais. XXXXXX A seção “Espaço da criação” sugere a elaboração de uma exposição oral após pesquisa, mas não apresenta características relevantes do gênero. A seção “Produção oral” apresenta as etapas de preparação de um debate regrado. XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Produção oral” sugere uma exposição oral, mas sem maiores apreciações sobre o gênero. A seção “Produção oral” sugere um debate regrado, apresentando características do gênero, estrutura composicional e alguns elementos relativos a modalidade oral, como alguns marcadores prototípicos. Após o debate, indica-se a transcrição de trechos do gênero produzido. A seção “Produção oral” apresenta a etapa de preparação de jornal falado, indicando elementos relativos à modalidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX 141 4. Coleção Para ler o mundo LIVRO UNIDADE SUBSEÇÃO Texto 1 – Memórias da Emília Texto 2 – Itinerário de Pasárgada 1 – Memórias Texto 3 – Memórias de um burro Texto 4 – Cem dias entre céu e mar Texto 5 – Robinson Crusoé Texto 1 – Chico Bento 6º ano 2 – Escolas Texto 2 – Tistu Texto 3 – As calcinhas Texto 4 – Sala de aula Texto 1 – Infância Texto 2 – Nós vamos de trem... Texto 3 – Pai sem terno e gravata 3 – Laços de afeto Texto 4 – O dia de ver meu pai Texto 5 – Mendelévio Texto 6 – Cadela salva crianças Texto 7 – Vira-lata salva garotos de ataque de pitbull OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Na seção “Interpretação oral”, sugere-se a discussão do texto oralmente. A seção “Palavra ao vivo” apresenta passos de construção de um debate. As indicações referentes à oralidade focam na pronuncia, no tom de voz e no respeito ao turno de fala XXXXXX Sem apreciação específica sobre oralidade. Há a sugestão, na seção “Projeto livro de memórias” para que o aluno apresente um depoimento pessoal, mas as características da oralidade não são mencionadas, sendo a produção totalmente escrita. XXXXXX Na seção “Palavra ao vivo”, indica-se a Leitura expressiva do texto que abre a subseção. As sugestões de trabalho envolvem pronúncia, tom de voz, pausas para a criação de suspense. A seção “Sistematizando”, aponta a relação entre língua falada e escrita, mas como pressuposto para falar de fonemas e ortografia. Há uma atividade, com um trecho de uma tira do Chico Bento, em que o aluno é levado a observar as particularidades de algumas regiões na fala de certas palavras, numa perspectiva variacionista. XXXXXX XXXXXX Na seção “Palavra ao vivo” sugere-se um debate, mas sem apreciação sobre oralidade. Indicativos de ritmo no poema pela repetição. Seção “Palavra ao vivo” com proposta de leitura expressiva. Seção “Palavra ao vivo” com proposta de leitura expressiva dos diálogos do texto. XXXXXX Na seção “Palavra ao vivo” há a sugestão de uma espécie de debate para apresentar propostas de convivência para posterior confecção de um cartaz. Sem apreciação sobre oralidade. XXXXXX XXXXXX Na seção “Palavra ao vivo”, indica-se a composição de uma exposição oral, mas sem apresentar as características do gênero 142 Texto 8 – Cão recebe diploma de Direito nos EUA Texto 9 – História triste de tuim Texto 1 – Arte arteira Texto 2 – Jogos infantis Texto 3 – Pipa no céu não tem dono 4 - Brincar LIVRO UNIDADE Texto 4 – Meninos soltando pipas Texto 5 – Reciclagem divertida: bilboquê Texto 6 – Peladas Texto 7 – Carol Texto 8 – Crianças jogando pelada em um campinho Texto 9 – O pequeno grande craque Texto 10 – Duelo CAPÍTULOS Texto 1 – A língua é viva Texto 2 – Hagar 7º ano 1 – Palavra: travessia Texto 3 – O que se diz Texto 4 – Sumário de revista Texto 5 – Conhece-te a ti mesmo Texto 6 – O primeiro dia da história Texto 7 – Um tesouro praticamente inexplorado Texto 8 – Ler rótulos faz bem a XXXXXX Atividade de retextualização de fábula, por meio de audição de gravação, transcrição da gravação e retextualização. Proposta adequada às principais teorias referentes a prática. XXXXXX XXXXXX Na seção “Palavra ao vivo” sugere-se uma exposição oral, mas sem apontamentos sobre oralidade. Na seção “Produzindo textos”, há a indicação para a confecção de uma reportagem, onde uma das etapas é a preparação de uma entrevista, mas não há apontamentos sobre as marcas de oralidade do gênero. XXXXXX XXXXXX XXXXXX Seção “Palavra ao vivo” com proposta de exposição oral. XXXXXX XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX Na seção “Produzindo textos” há a sugestão de recontar uma tira oralmente, mas sem apresentação de características orais. O foco incide sobre a distinção entre discurso direto e discurso indireto. Na seção “Produzindo textos” há a orientação para realizar uma exposição oral XXXXXX Na seção “Palavra ao vivo” há a indicação de realização de análise e comparação de revistas, com posterior apresentação de relatório oral sobre os resultados da avaliação. Marcas específicas de oralidade não são apresentadas. XXXXXX XXXXXX A seção “Produzindo textos” apresenta a confecção de exposição oral, mas sem 143 saúde Texto 9 – Como reconhecer um remédio falso Texto 1 – Ponto de partida Texto 2 – Conselhos de uma lagarta Texto 3 – Crescer Texto 4 – As primeiras mudanças 2 - Crescer Texto 5 – A piscina 3 – Pontos de vista Texto 6 – Infinito amor Texto 7 – Zezo Texto 8 – Chateen Texto 1 – É índio ou não é índio? Texto 2 – Pé na estrada... Texto 3 – Não se intimide Texto 4 – Meus oito anos/ Ai que saudades... Texto 5 – Casa dos sonhos Texto 6 – Recado Texto 7 – Suriá visita um aquário Texto 8 – O que querem os jovens 4– Construindo a cidadania Texto 1 – O que é cidadania Texto 2 – Menino resistiu a preconceitos... Texto 3 - Racismo, discriminação, preconceito... Texto 4 – Vida sertaneja Texto 5 – Seja um salvador daqui apreciação específica sobre oralidade. Há indicação, para o professor, de consulta ao trabalho de Dolz e Schneuwly. XXXXXX XXXXXX Na seção “Projeto Revista” há a indicativa de entrevista no modelo ping-pong, mas sem muitas apreciações específicas sobre o gênero oral. XXXXXX XXXXXX Na seção “Palavra ao vivo”, há a sistematização de etapas de construção de um debate. Embora não haja atividades específicas sobre a oralidade do debate, o gênero é bem sistematizado. A seção “Palavra ao vivo” sugere a leitura em voz alta de poema XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” indica a leitura expressiva e alternada dos poemas que abrem a subseção do capítulo. XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” indica a leitura expressiva do poema. XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” aponta a produção de um debate, sem apreciação específica das características do texto oral. XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” aponta a produção de um debate, sem apreciação específica das características do texto oral. Na seção “Gramática em uso”, apresentam-se atividades de comparação entre escrita e fala, com pressuposto variacionista. XXXXXX 144 LIVRO UNIDADE 1 – Ler, ouvir, escrever e contar histórias CAPÍTULOS Texto 1 – O menino que carregava... Texto 2 – Entrevista de J.K. Rowling Texto 3 – Harry Potter e a Câmara Secreta Texto 4 – Por que “As mil e uma noites” ? Texto 5 – Escreva seu livro 8º ano 2 – O antigo e o moderno Texto 6 – Memórias de um aprendiz de escritor Texto 7 – Como comecei a escrever Texto1 – O velho e o novo Texto 2 – Velocidade Texto 3 – E.F.C.B. Texto 4 – Pela Internet Texto 5 – Chamada de capa/ Reportagem Texto 6 – P.S. Beijei Texto 7 – Ciúme Texto 8 – Peleja da carta com o email Texto 9 – Radical Chic Texto 10 – A última palavra em tecnologia Texto 11 – Máquina de escrever Texto 1 – Ela tem alma de pomba 3 – Bem te viu, bem tevê Texto 2 – Heróis? Texto 3 – Zezo Texto 4 – À televisão Texto 5 – Uma visão do futuro Texto 6 – Internet persegue TV OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX A seção “Projeto: Da vida real para a ficção”, sugere-se a apresentação de uma exposição oral, mas sem apresentação de características ligadas à oralidade. A seção “Palavra ao vivo” indica a leitura expressiva de um texto pesquisado A seção “Produzindo textos” sugere a feitura de uma entrevista. Sem sugestão específica sobre trabalho com oralidade. A seção “Palavra ao vivo” indica a apresentação de um causo ou piada. Indicações sobre entonação e gestual para representação do texto apresentado XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” aponta a produção de um debate, sem apreciação específica das características do texto oral. XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” indica a leitura expressiva do texto que abre a subseção e da produção dos alunos. XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Produzindo textos” sugere a exposição oral de pesquisa, mas sem mencionar as características do gênero XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” aponta a produção de um debate, sem apreciação específica das características do texto oral. XXXXXX 145 Texto 1 – Cidade Texto 2 – Cidade: obras de arte Texto 3 – Mobilidade urbana Texto 4 – Henfil/Cartum Texto 5 – Em Alcântara, foguetes... 4 – Cidades Texto 6 – A Rua dos Cataventos Texto 7 – Centro da cidade Texto 8 – Rodoviária Texto 9 – A propaganda não é apelativa. A vida é que é LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS Texto 1 – Fico assim sem você Texto 2 – Um amor inteiro/ poema visual Texto 3 – Chove 9º ano 1 – Amor, amizade & companhia ilimitada Texto 4 – Aprendizados Texto 5 – Meu primeiro beijo Texto 6 – O beijo/ Obras de arte Texto 7 – A história de amor de Romeu e Julieta Texto 8 – Eros ferido pelas próprias setas Texto 9 – O terno e perigoso rosto do amor XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” apresenta o gênero mesa-redonda e pontua as características do gênero, sem apreciação formal sobre oralidade. A seção “Palavra ao vivo” indica a leitura expressiva de algumas poesias. Há a sugestão de gravação para posterior audição e auto-avaliação A seção “Palavra ao vivo” indica a leitura expressiva de poema, com alternância de vozes masculinas e femininas, a exemplo de um jogral. XXXXXX A seção “Produzindo textos” sugere a elaboração de um texto dialogal, mas sem impressões sobre oralidade. XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” indica a feitura de um jogral com o texto de abertura. Há boa elucidação sobre o gênero, mas sem especificidades a respeito da modalidade oral XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” indica produção de uma exposição oral. Apresentam-se muitas características do gênero, mas poucas atividades que envolvam a oralidade especificamente. Na seção “Projeto Jornal”, os alunos são levados a transcrever uma entrevista por meio de atividades de retextualização. Poucas indicações sobre o processo. A seção “Palavra ao vivo” apresenta a proposta de encenação teatral. XXXXXX XXXXXX 146 Texto 10 – A amizade Texto 11 – Os verbos do amor Texto 1 – Mais uma vez Texto 2 – Os comícios adolescentes dos Texto 3 – Mafalda 2 – Eu e os outros Texto 4 – Família Brasil Texto 5 – O pequeno príncipe Texto 6 – Cadeia Texto 7 – Esse no(s) Texto 8 – Pais ausentes Texto 9 – Estatuto da Criança e do Adolescente 3 – A língua da pátria 4 – Brasil Brasileiro da Silva Texto 1 – Minha pátria é minha língua Texto 2 – A caverna Texto 3 – Quarto de despejo Texto 4 – Namoro pela internet Texto 5 – Mafalda Texto 6 – De mel a pior Texto 1 – Zé do Apocalipse Texto 2 – Retrolâmpago Texto3 – O enfrentamento dos mundos Texto 4 – Um/ O navio negreiro Texto 5 – Pátria minha XXXXXX A seção “Projeto jornal” apresenta a atividade de retextualização de uma entrevista já transcrita. São apresentadas as marcas de oralidade a serem substituídas na escrita. A atividade mostra um ponto positivo no trabalho com o gênero oral entrevista. XXXXXX XXXXXX A seção “Projeto jornal” apresenta a atividade de produção de uma entrevista, sem as indicações de trabalho específico com a oralidade e sem a proposta de retextualização do capítulo anterior, que foi deixada subentendida. XXXXXX XXXXXX A seção “Produzindo textos” indica o trabalho com Júri simulado, mas não há apreciações específicas sobre a oralidade presente nesse gênero XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” apresenta o trabalho com exposição oral, sem indicações específicas sobre oralidade. Na seção “Projeto jornal”, novamente a entrevista é abordada como gênero XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Palavra ao vivo” indica a feitura de um jogral com o texto de abertura. A mesma seção apresenta uma exposição oral, mas sem apreciação específica sobre oralidade. A seção “Produzindo textos” apresenta um relato como um dos gêneros, mas sem especificar as características do gênero ou relativas à oralidade. XXXXXX XXXXXX 147 Texto 6 – Canção do exílio Texto 7 – O grito Texto 8 – Biografia Texto 9 – O Gandhi brasileiro Texto 10 – Caro leitor XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX 148 5. Coleção Para Viver Juntos LIVRO CAPÍTULO 1 – Romance de aventura SUBSEÇÕES Leitura 1 – Robinson Crusoé Leitura 2 – A criatura Oralidade – Marcas de oralidade nos quadrinhos Leitura 1 – O marido da Mãe d‟água 2 - Conto popular Leitura 2 – A moça que pegou a serpente Oralidade familiar – Relato de história Leitura 1 – Ozzy 6º ano 3 – História em quadrinhos 4 – Notícia 5 – Relato de viagem e diário de viagem Leitura 2 – A estrela misteriosa Caixa de Ferramentas – Procedimento de pesquisa: consulta ao sumário Leitura 1 – Homem-peixe encerra desafio Leitura 2 – Acusado de furto, macaco será “julgado” em Minas Oralidade – Variação linguística: variedades regionais e sociais Leitura 1 – Partir/ Uma foca solitária Leitura 2 – Urbenauta Oralidade - Marcas de oralidade no e-mail OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX Atividades de identificação de marcas de oralidade em quadrinhos, com contrações. Proposta de criação de HQ com indicação de construção de falas de forma a representar oralidade pura. Associação de determinadas marcas de oralidade no contexto informal. Indicativos da origem oral do conto popular. Proposta de atividade de contação de história, com leitura de texto produzido. Na seção “Para entender o texto”, há a explicação de que, na tradição oral dos contos populares, a repetição é estratégia de memorização e de manutenção da atenção do leitor. Sugestão de duas atividades, prioritariamente orais: entrevista e relato. A estratégia é realizar uma entrevista com um parente, anotando/gravando uma história para ser recontada em uma roda de relatos. As características da oralidade se estabelecem sob aspectos de entonação. As atividades iniciais do capítulo versam sobre as histórias em quadrinhos, mas sem grande destaque à questão da oralidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Atividades voltadas para questões de variação linguísticas. XXXXXX XXXXXX Atividades de avaliação e marcas de oralidade em um e-mail informal e comparação deste com um diálogo real transcrito. Exercício de análise das marcas de contração e da extensão dos períodos. 149 6 – Poema 7- Artigo expositivo de livro paradidático e artigo de divulgação científica Leitura 1 – O poeta aprendiz Leitura 2 – Ritmo Projeto – Jogos: os segredos da aventura. Leitura 1 – As runas Leitura 2 – O paradoxo de FERMI Oralidade – Pesquisa de parlendas e adivinhas Leitura 1 – Fernanda Takai 8 – Entrevista Leitura 2 – Cão Hamburguer Oralidade – Exposição Oral 9 – Revisão LIVRO CAPÍTULO 1 – Conto 7º ano 2 - Mito e lenda Leitura 1 – Conto de aventura Leitura 2 – Notícia SUBSEÇÕES Leitura 1 – Não chore, papai Leitura 2 – Um peixe Oralidade – Marcas de oralidade na entrevista Leitura 1 – Prometeu Leitura 2 – Um impossível amor: as XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Atividades de leitura, pesquisa e declamação de parlendas e adivinhas. A proposta é de trabalho com gêneros orais de domínio público e informais, textos que são marcados pela tradição oral e que só nela ganham o ritmo adequado ao gênero. Na seção “a linguagem do texto”, há atividades que procuram entender a manutenção de marcas de oralidade na entrevista escrita. Há a sugestão da preparação de uma entrevista. Nessa atividade, explicita-se o planejamento diverso da oralidade, concomitante ao tempo de fala, o que explica hesitações, pausas e truncamentos, por meio da leitura de uma transcrição. A entrevista feita será apresentada a turma e áudio ou vídeo Observação das marcas de oralidade na entrevista. Atividade de transformação do texto transcrito para um registro escrito da entrevista, com eliminação de marcas de oralidade, como pausas e hesitações. Proposta de elaboração de entrevista escrita. Atividade de produção de uma exposição oral. Destaque para a preocupação de reelaboração do discurso oral no momento do evento, adaptando as informações de acordo com o feedback recebido dos espectadores. XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX Atividades de avaliação de transcrição de uma entrevista. Apresentação de fundamentação teórica sobre elementos e símbolos da transcrição. Comparação de entrevista transcrita com entrevista retextualizada para análise das condições de produção. Não são propostas atividades de produção textual. Indicação da tradição oral dos mitos. Proposta de produção de um mito, com posterior leitura dramatizada. Indicação da tradição oral das lendas. Após criar uma lenda, os alunos deverão 150 3 – Crônica 4– Reportagem cataratas do Iguaçu Contação de histórias: conto popular Leitura 1 – O médico e o monstro Leitura 2 – Pitangas Caixa de Ferramentas – Procedimento de pesquisa: Leitura 1 – Amiguinhos da onça Leitura 2 – Imersos na tecnologia Oralidade – Variação linguística: variedades regionais. 5 – Artigo de divulgação científica e artigo expositivo de LD Leitura 1 – Hora de brincar Leitura 2 – Esta é sua vida Oralidade - Marcas de oralidade nos artigos de divulgação científica Leitura 1 – Convite/Lagoa Leitura 2 – Rio: o ir/ Primavera 6 – Poema 7- Carta do leitor e carta de reclamação 8 – Artigo de opinião Projeto – Programa de rádio: pelas ondas da notícia Leitura 1 – Desabafo: solte o verbo Leitura 2 – A quem interessar possa... Oralidade – Pesquisa de provérbios Leitura 1 – A farra dos sacos plásticos Leitura 2 – Usar água sim: desperdiçar nunca gravar um áudio-livro, com a leitura dos textos por eles produzidos. Propostas de trabalho com o gênero contação de histórias. Boa caracterização do gênero e apresentação de estratégias do trabalho oral. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “Modo imperativo: diferenças entre a fala e a escrita”, embora o título preveja um trabalho com oralidade, a acepção dada às atividades envolve graus de formalismo. Nas respostas a uma das atividades, há a sugestão de que existe falta de concordância em virtude de ser um texto oral. Discussão sobre marcas de oralidade em causos escritos. Atividades de detecção de marcas de sonoridade nos textos escritos, como prolongamento de letras/fonemas. Atividades de variação. XXXXXX XXXXXX A seção trabalha com marcas de oralidade como interlocução, repetição, interjeições e onomatopeias como recursos expressivos de aproximação do texto escrito do texto oral. Seguem outras atividades que associam a oralidade e variação de graus de formalismo, tais como re-escritura de trechos em que houve utilização de recursos da oralidade na escrita na adaptação para textos mais formais. XXXXXX XXXXXX Atividade de produção de um programa radiofônico, com os gêneros entrevista, notícia, avisos, crítica musical, entre outros. Sem uma formalização dos aspectos orais. XXXXXX XXXXXX Atividade de leitura/pesquisa de provérbios populares. Sem uma formalização dos aspectos orais. XXXXXX XXXXXX 151 Oralidade – Debate 9 – Revisão LIVRO CAPÍTULO 1 – Conto de enigma e conto de terror 2 – Romance de ficção científica e conto fantástico Leitura 1 – Crônica: Nossos netos não vão comer pastel Leitura 2 – Artigo de opinião: Consumismo SUBSEÇÕES Leitura 1 – A faixa manchada Leitura 2 – O retrato oval Oralidade – Marcas de oralidade no texto dramático Leitura 1 – Admirável mundo novo Leitura 2 – A caçada Contação de causos Leitura 1 – O diário de Zlata 8º ano 3 – Diário íntimo e diário virtual 4 – Verbete de enciclopédia e artigo de divulgação científica 5 – Texto dramático Leitura 2 – Blog do Fininho Caixa de Ferramentas – Uso de imagens e legendas Leitura 1 – Regiões polares, monotonia em branco. Leitura 2 – Para não confundir Oralidade – Variação linguística: variedades regionais. Leitura 1 promessas – O pagador de Leitura 2 – A aurora da minha vida Oralidade – Pesquisa de cantigas Atividade direcionada para o debate regrado. Atividades introdutórias de comparação de debate virtual e debate oral. Atividade de observação de práticas de simulação de interação como forma de argumentação XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX Apresentação de marcas de oralidade no texto dialogal, que, como é produzido para ser encenado, procura representar hesitações, repetições, inversão de ordem sintática entre outros elementos que aparecem comumente na oralidade. Aspectos variacionistas também são levados em consideração. XXXXXX XXXXXX Trabalho de leitura e contação de causos apresentados na seção. Atividade de avaliação, pela turma, dos aspectos genéricos do texto apresentado. XXXXXX Sem apreciação específica sobre oralidade. Observe-se que o trabalho com o blog favoreceria uma contraparte com a oralidade, muito presente em gêneros virtuais. XXXXXX XXXXXX XXXXXX Trabalho com registros orais, com destaque para a apreciação sobre contrações e conjugações verbais distintas das que ocorrem na escrita. Além disso, são apresentadas algumas questões de variação regional. Apresenta elementos de um texto dramático, como diálogo. Há uma proposta de produção desse gênero, com atenção à leitura entonacional das falas dos personagens, apresentando aspectos variacionistas. Proposta de dramatização de um texto produzido pelos alunos. Atividade de leitura/pesquisa de cantigas. Ressalta-se a tradição oral dessas 152 6 – Poema 7- Artigo de opinião Leitura 1 – A rosa de Hiroshima Leitura 2 – Poema de circunstância Projeto – Campanha: cuidando de nossa alimentação Leitura 1 – Uma coisa grande mesmo Leitura 2 – A sustentabilidade pessoal Oralidade – Pesquisa de anedota Leitura 1 – Vetada na UE... 8 – Carta de leitor e debate Leitura 2 – Programa USP Debate Oralidade – Seminário 9 – Revisão LIVRO CAPÍTULO 1 – Conto psicológico Leitura 1 – Haverá limite para a Internet? Leitura 2 – O Bicho SUBSEÇÕES Leitura 1 – Restos do carnaval Leitura 2 – Eu estava ali deitado Oralidade – Marcas de oralidade na canção Leitura 1 – Trabalhadores do Brasil 9º ano 2 – Conto social e conto de amor Leitura 2 – Com certeza tenho amor Oralidade – Contação de histórias de assombração cantigas. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Trabalho com piadas e anedotas. A atividade de pesquisa/produção envolve a escrita de anedotas para serem, posteriormente, contadas a turma ou lidas para entretenimento. Poucos aspectos ligados a oralidade foram trabalhados. XXXXXX Na seção “O texto e o leitor”, há atividades que procuram observar os elementos de oralidade presente num debate. Proposta de produção de um debate, com poucas características sobre oralidade sendo apresentadas. Roteiro de elaboração de um seminário (exposição oral + debate). Há indicativos de marcadores conversacionais na intenção de preparar as etapas de construção do texto. Boa proposta de organização do gênero. XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX Atividades de análise de músicas. As marcas de oralidade estão muito atreladas a perspectiva variacionista, como colocação pronominal e marcas de informalidade. Na seção “A linguagem do texto”, há uma apreciação sobre os truncamentos e interrupções nas construções das frases que, diferentemente da escrita, não compromete a compreensão. XXXXXX Indicação de pesquisa e leitura/contação de histórias. Sugestão de gravação para posterior audição e memorização do gênero. As práticas orais são restritas a entonação 153 3 – Crônica esportiva e reportagem 4 – Artigo de divulgação científica e verbete de enciclopédia 5 – Texto dramático e roteiro Leitura 1 – A hora e a vez da mulher Leitura 2 – Mundial pode fazer bem Caixa de ferramentas – Pesquisa de opinião Leitura 1 – Arraias são animais perigosos? Leitura 2 – Papel Oralidade – Variação linguística: O português do Brasil e o português de Portugal Leitura 1 – O Judas em sábado de aleluia Leitura 2 – Meu tio matou um cara Oralidade – Variação linguística: variedades históricas Leitura 1 – Os amores de Alminha 6 – Conto e propaganda 7 – Resenha critica 8– Propaganda Leitura 2 – Cerol. Essa idéia tem que ir abaixo Projeto – Varal de poemas Leitura 1 – Quiroga escreve para crianças de forma inusitada Leitura 2 – Bons modos tiram graça da comédia Oralidade – Pesquisa de gírias Leitura 1 – Doe montanhas Leitura 2 – Confie na opinião de quem tem duas vezes mais pés do que você. Oralidade: Assembléia 9 – Revisão Leitura 1 – Muribeca Leitura 2 – Alguma dúvida... XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Apresentação de elementos de variação nos falares do PB e do PE. Na seção “Recursos de representação na arte dramática”, apresentam-se elementos de fala e encenação como característica do gênero dramático, tais como entonação e expressão corporal. A proposta de produção de um texto dramático não apresenta indicativos específicos relacionados à oralidade. XXXXXX Apresentação de elementos de variação. Alusão a repetição em alguns textos como marcas de sonoridade. Projeto de produção de conto para ser lido em um sarau XXXXXX Leitura expressiva de poemas. XXXXXX XXXXXX Trabalho de pesquisa com gírias. Foco na perspectiva variacionista. XXXXXX XXXXXX Embora o texto base dessa seção seja oral, não são apresentadas características da construção do gênero levando em consideração essa perspectiva. XXXXXX XXXXXX 154 6 - Coleção Português – A arte da palavra LIVRO UNIDADE/GÊNERO 1 – Livros 2 – Fábulas 6º ano LIVRO 3 – Dicionários e Enciclopédias 4 – Cartas e outras correspondências 5 – Poemas 6 – Mitos e seus heróis 7 - Notícias UNIDADE/GÊNERO 1 – Narrativas de aventura 2 – Diários e Blogs 3 – Entrevistas 7º ano 4 – Teatro 5 – Histórias de terror 6 – Pesquisas e resumos 7 – Canções populares OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Comunicação e linguagem” apresenta distinções básicas entre língua oral e escrita. A seção “Fabulando” aponta a origem oral das fábulas. A seção “Mão na massa” apresenta uma atividade de leitura de fábulas produzidas pelos alunos. Um box na seção – “Língua em uso” – aponta características dessa atividade de leitura em voz alta. XXXXXX A seção “Mão na massa” sugere uma dramatização, mas não aponta características específicas do gênero. Sugestão de leitura de poemas em algumas seções, mas sem maiores indicações. Indicação da origem oral dos mitos. A seção “Mão na massa” apresenta uma atividade de leitura de alguns mitos, posterior à pesquisa. Há algumas indicações de procedimentos para a leitura em voz alta XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX O capítulo apresenta a estrutura do gênero entrevista, apresentando exemplos, marcas composicionais, mecanismos de abertura e fechamento de turno, apresentação de tipos de entrevista. As atividades de transcrição e retextualização também são apresentadas como partes integrantes da entrevista escrita. A seção “Mão na massa”,indica a confecção de uma entrevista, apontando características de transcrição. O MP apresenta um extenso e efetivo suporte para o trabalho com o gênero. O capítulo trabalha com o texto teatral, dando especial atenção a constituição do texto dialogal, mas sem apresentação específica de marcas da oralidade. A seção “Mão na massa” indica a feitura de uma leitura dramática XXXXXX XXXXXX Algumas indicações de marcas de entonação nas canções, mas sem atividade específica com oralidade 155 LIVRO UNIDADE/GÊNERO 1 – Biografias e autobiografias 2 – Teatro 3 – Poemas 8º ano 4 – Seminários 5 – Ficção científica 6 – Reportagens 7 – Propaganda e publicidade LIVRO UNIDADE/GÊNERO 1 – Histórias em quadrinhos 2 – Debates 9º ano 3 – Crônicas 4 – Histórias policiais 5 – Rádio e TV 6 – Textos opinativos 7 – Cordel e Rap OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX A seção “Mão na massa” sugere a leitura dramática de trecho de peça teatral. A seção “Mão na massa” propõe a realização de um sarau de poesias, indicando uma preparação prévia para a leitura O capítulo apresenta características do gênero seminário, tanto na fase de preparação, apresentando modelos de pesquisa, quanto na fase de apresentação, ressaltando características da exposição oral, elementos composicionais, marcadores conversacionais presentes no gênero. Boxes com dicas de apresentação oral, impostação de voz, ritmo de fala entre outros compõem o arcabouço teórico do trabalho com o gênero. A seção “Mão na massa” que fecha o capítulo apresenta a proposta de elaboração de seminário. O MP complementa de forma eficiente o trabalho com o gênero, ampliando as indicações de trabalho com articuladores orais e marcadores interlocutivos, necessários a esse gênero. XXXXXX XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX O capítulo apresenta elementos constitutivos do gênero debate. Destaque positivo para a seção “Língua em uso”, que apresente uma relação entre marcadores de troca de turno associados a momentos específicos de um debate, como introdução e sustentação de opiniões e refutação de argumentos. Boxes com a mesma função estão colocados na seção “Mão na massa”, que tem como proposta a elaboração de um debate. XXXXXX XXXXXX O capítulo apresenta, de forma geral, a importância da linguagem oral apresentada no rádio e na TV, bem como os recursos utilizados em ambas as mídias. A seção “Língua em uso” apresenta uma atividade de análise de como o texto escrito pode ser retextualizado para a oralidade do rádio e da TV para uma posterior apresentação radiofônica, como indicado na seção “Mão na massa”. Em outra seção “Mão na massa”, indica-se a feitura de uma novela de rádio, apresentando as etapas de apresentação. XXXXXX Atividades de leitura e apresentação de rap na seção “Mão na massa” 156 7 - Coleção Português – ideias e linguagens LIVRO UNIDADE 1 – Linguagens SUBSEÇÕES Texto 1 – A árvore tinha de ser... Texto 2 – A invenção do alfabeto Texto 3 – Comunicação 2 – Uma língua, tantas variedades... 3 - Nomes 6º ano 4Ensinamentos 5 – Seres encantados 6 – Sons e formas 7– Relacionamento familiar 8 – Medos 9 – Diferentes olhares Texto 1 – História de um nome Texto 2 – Nome é script escrito pelos pais Projeto Texto 1 – O lobo e o cão Texto 2 – O gato e a barata Projeto Texto 1 – A história do tucano encantado Texto 2 – Os gnomos e o sapateiro Texto 1 – Trem de ferro Texto 1 – Conflito de sentimentos Texto 2 – Repressão Texto 1 – O medo e o relógio Texto 2 – O compadre da Morte Texto 1 – O encantamento Texto 2 – Cadeias alimentares OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX Na seção “Pesquisa”, indica-se a exposição oral, mas sem trabalho específico com oralidade A unidade versa sobre questões de variação. Uma das subdivisões da unidade, língua falada e escrita, procura evidenciar as diferenças de cada uma das modalidades, apresentando, inclusive, atividades de discussão sobre gêneros orais e escritos. A partir de um texto transcrito, na seção “Produção de texto”, os alunos são levados a produzirem um novo texto, a partir da retextualização do primeiro, sem muitas indicações do processo. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “Produção de texto oral”, sugere-se o resumo oral do texto que abre a subseção. Sem apreciação específica sobre oralidade XXXXXX A seção “Produção de texto” sugere a declamação de poema Na seção “Produção de texto”, indica-se, como uma das atividades, a construção, oral, de um diálogo entre duas personagens para posterior transcrição à escrita. Atividade direcionada para o trabalho com discurso direto. XXXXXX Após o texto base, sugere-se o resumo oral do texto que abre a subseção. Sem apreciação específica sobre oralidade. Na seção “Produção de texto”, indica-se a confecção de uma notícia radiofônica, mas não são apresentadas características específicas da oralidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX 157 Texto 1 Polifermo 10 – Grandes desafios – Texto 2 – descobrimento Ulisses A enfrenta aventura do A seção retoma os projetos de noticiário radiofônico, mas sem maiores especificações sobre oralidade que não “leitura atenta e com boa entonação” Projeto LIVRO UNIDADE 1 – Heróis: ontem e sempre 2 – Ouvindo os gregos... 3 – Cultura do desperdício 7º ano 4 – Amigos e... amigos 5 – Infância oprimida 6 – A arte de ser feliz 7– Discriminação na escola 8 – Amor e aventuras 9 -Esportes SUBSEÇÕES Texto 1 – Lancelote na Guarda Dolorosa Texto 2 – Dom Quixote: o cavaleiro... Projeto Texto 1 – Píramo e Tisbe Texto 2 – Perseu Texto 1 – Um bebê = 25 toneladas de lixo Texto 2 – Desperdício faz parte... Projeto Texto 1 – O amigo das horas más Texto 2 – Por que tudo isso? Texto 1 – Menino de rua Texto 2 – Guga poderia virar... Texto 1 – O segredo da felicidade Texto 2 – O quebrador de pedras Texto 1 – Preconceito na escola?... Texto 2 – Os dedos do senhor Julio Texto 1 – Tristão e Isolda Texto 2 – Tristão e Isolda Texto 1 – Adrenalina, sangue-frio Texto 2 – Futebol de rua Na seção “Produção de texto oral”, indica-se a confecção de uma notícia radiofônica como complemento da atividade do capítulo anterior, mas não são apresentadas características específicas da oralidade. XXXXXX suor e OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Na seção “Comunicando-se oralmente” sugere-se a contação de uma história de cavalaria lida previamente. Sem apreciação específica sobre oralidade XXXXXX XXXXXX A seção “Trabalhando com o texto” indica a leitura dramatizada de um diálogo XXXXXX A seção “Produção de texto oral” sugere a criação de uma campanha de esclarecimento a ser produzida sob forma radiofônica. Não há indicações específicas sobre oralidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Atividade de apresentação de resumo oral do texto que abre a subseção. Na seção “Produção de texto oral” sugere-se a formulação de um programa 158 Projeto LIVRO 10 – O ser humano e a natureza Texto 1 – Companheiros ilustres Texto 2 – O jogo mudou Projeto UNIDADE 1 – Quem ri por último SUBSEÇÕES Texto 1 – Duplo assalto Texto 2 – A fábula do leão... Texto 1 – A descoberta do mundo Texto 2 – Cada vez mais feios e gordos Texto 1 – O cavalo imaginário Texto 2 – Sangue no asfalto Texto 1 – O homem; as viagens Texto 2 – Hora de voltar à Lua Projeto Texto 1 – A carreira do momento Texto 2 – Como se fosse Texto 1 – Os jornais Texto 2 – Jornais com Obama na capa... Projeto Texto 1 – Dona Leonor Texto 2 – Anúncio publicitário 2- Descobrindo o mundo 3 – Olhar sem ver 4 – Em busca do desconhecido 5 - Escolhas 8º ano 6 – Jornal nosso de cada dia 7 – Sociedade e propaganda 8 – Pela Internet... 9 - Televisão Projeto Texto 1 – Primeiro contato Texto 2 – Aki a gente tah em ksa! Texto 1 – O poder da telinha Texto 2 – Zap Projeto esportivo para TV, sob forma de mesa-redonda. Sugere-se a construção de uma mesa-redonda a respeito de futebol. Sem trabalho específico sobre oralidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Proposta de construção de anúncio publicitário para TV, sem marcas específicas do trabalho com oralidade XXXXXX Observação, na seção “Questões de escrita”, das marcas de oralidade presentes nos textos de bate-papos virtuais. Atividades pertinentes e bom uso de exemplos. XXXXXX XXXXXX Atividade de criação de um programa de televisão. Sem apreciação específica sobre oralidade. 159 10 – Lições que não aprendemos LIVRO UNIDADE 1 – Se todos gostassem do vermelho 2 – Amar é... 3 – Pedaços de vida 4 – Quem foi o culpado? 9º ano 5 – O papel da mulher A seção “Produção de texto” apresenta a proposta de feitura de uma entrevista, mas sem atividades relacionadas ao texto oral. XXXXXX Texto 1 – A visão dos índios Texto 2 – Índios – a luta de... SUBSEÇÕES Texto 1 – Teseu e Procusto Texto 2 – Bullying: brincadeiras que ferem Texto 1 – Amor Texto 2 – Poema dos olhos da amada Texto 1 – Festa de São João Texto 2 – Noite de São João Texto 3 – A Rua da Esperança Texto 1 – A porta aberta Texto 2 – O mistério do sobrinho perfumado Texto 1 – Sem asas Texto 2 – Lugar de mulher Texto 1 – Ponto de vista... 6 – Jovens hoje 7 – Ciência e ficção de mãos dadas Texto 2 – adolescência... Gravidez na Texto 1 – Filhos do sol Texto 2 – A loja de malas Texto 1 – Concepção de trabalho... 8 – Trabalho 9 – Soluções Texto 2 – Trabalho/liberdade Texto 1 – Paz social OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX Na seção “Produção de texto”, sugere-se a confecção de uma carta de leitor baseada em uma discussão oral. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “Trabalhando com o texto”, sugere-se a apresentação de um relato oral, mas sem indicativos específicos do trabalho com oralidade. Na seção “Trabalhando com o texto”, sugere-se a apresentação de uma resenha oral, mas sem indicativos específicos do trabalho com oralidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Interpretação oral do texto” sugere a apresentação de uma discussão espontânea sobre o texto que abre a subseção. Na seção “produção de texto oral e escrito” apresentam-se vários gêneros orais, tais como a entrevista e a mesa-redonda, que originarão um artigo escrito. As propostas de trabalho com gêneros orais, embora não sejam sistematizadas adequadamente do ponto de vista do trabalho com a oralidade, desempenham um adequado trabalho com gêneros textuais em interseção. XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Produção de texto oral” trabalha com a sugestão de uma argumentação oral, mas sem delimitação de um gênero, muito próximo de um debate. XXXXXX 160 para a violência? 10 – Finalidade e conhecimento XXXXXX Texto 2 – A violência das torcidas Texto 1 – conhecimento A grandeza Texto 2 – O “porquê” e o “como” Projeto do XXXXXX Na seção “Produção de texto oral”, indica-se a feitura de uma miniconferência, nos modelos de uma exposição oral, mas sem apreciação específica do trabalho com oralidade. XXXXXX 161 8 - Coleção Português – Uma proposta para o letramento LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – Poema 2 – Reportagem 3 – Entrevista 1 - Quem é que eu sou? 4 – Histórias em quadrinhos 5 – Poema 6 – Anúncio publicitário 6º ano 1 – Texto descritivo 2 – Texto descritivo 3 – Texto descritivo 2–Ea família, como ela é? 4 – Crônica 5 – Diálogo 6 – Texto narrativo 7 – Texto informativo OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A atividade de produção textual sugere uma entrevista que, posteriormente será apresentada a turma, nas formas de uma apresentação oral. Algumas características do gênero são apresentadas, mas sem um maior detalhamento Interpretação oral de textos Sugestão de leitura oral de entrevista com indicações, para o professor, para que os alunos tenham atenção quanto a entonação e expressividade. A seção “Linguagem oral” sugere a realização de uma entrevista em sala. A seção “Língua oral – língua escrita” sugere atividades em que se evidenciem as marcas de oralidade nos textos das HQs, tais como dramatizações e criação de narrativas a partir de HQs. Essas atividades têm por objetivo evidenciar as similaridades e diferenças entre os discursos produzidos. Sugestão de leitura oral de poema. Atividades que procuram levar o aluno a compreender a estrutura das rimas de um poema A atividade “linguagem oral” sugere a feitura de um debate em grupos, com posterior apresentação de resultados, mas apresenta poucas indicações de procedimento e nenhuma caracterização do gênero. XXXXXX Sugestão de um debate na seção “Linguagem oral”, com algumas indicações de procedimento, como respeito ao turno de fala. XXXXXX Sugestão de leitura expressiva do texto que abre o capítulo, com indicações de procedimento de leitura para o professor, já que é uma atividade de audição para os alunos. A seção “Língua oral – língua escrita” sugere uma apreciação sobre a leitura expressiva dos sinais de pontuação. Há, ainda, a sugestão de leitura oral, agora pelos alunos, do texto de abertura do capítulo. A atividade de produção textual sugere a feitura de uma coletânea de frases, que deverão ser lidas oralmente à turma. A seção “Língua oral – língua escrita” observa a relação da pontuação com a oralidade. Há a sugestão, na seção “Leitura oral”, de leitura e representação de um diálogo. A seção “Língua oral – língua escrita” procura apontar interferências da língua oral na escrita, sem valoração, mas apontando a informalidade do texto de acordo com a frequência de usos típicos da oralidade, como contrações, no texto escrito. A seção “Linguagem oral” sugere a apresentação oral, com indicações de procedimento, etapas de 162 8 – Crônica 9 – Matéria de jornal 10 – Poema 1 – Reportagem 2 – Poema 3 – Reportagem 3 – Que som é esse? 4 – Poema 5 – Cartaz 6 – Matéria de revista 7 – Texto informativo e poemas 8 – Poema 1 – Texto informativo 4 – O som das palavras a gente ouve... e vê LIVRO 7º ano UNIDADE 1Adolescente, eu? 2 – Texto informativo 3 – Texto informativo 4 – Texto narrativodissertativo 5 – Texto informativo 6 - Poemas CAPÍTULOS 1 – Crônica 2 – Texto informativo preparação e apontamento de alguns elementos composicionais. XXXXXX A seção “Linguagem oral” sugere um trabalha de interpretação oral dirigida, com um debate posterior. Alguns indicativos de procedimento são apontados. Sugestão de leitura oral de poema. A seção “Linguagem oral” sugere um debate em grupos com posterior apresentação oral de conclusões, com algumas indicações de procedimento. Sugestão de leitura oral de poema. A seção “Língua oral – língua escrita” apresenta novos apontamentos sobre discurso direto e indireto. A seção “Linguagem oral” sugere a feitura de uma entrevista coletiva. Leitura expressiva de um poema, nos moldes de um jogral. XXXXXX A seção “Linguagem oral” apresenta uma proposta de debate, com indicações de procedimento. XXXXXX Atividades de leitura expressiva de poemas, seguida de uma pequena exposição, com comentários a respeito do poema lido na seção “Linguagem oral” Sem atividade específica com oralidade. O texto motivador do capítulo versa sobre a origem da linguagem oral. A seção “Linguagem oral” sugere uma atividade de leitura e um posterior debate regrado A seção “Linguagem oral” sugere um debate coletivo, com apresentação de interpretações para um outdoor Sugestão de exposição oral na seção “Linguagem oral” A seção “Língua oral – língua escrita” apresenta questões de ortografia e fonética. XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Língua oral – língua escrita” aponta as diferentes leituras em relação à pontuação. A seção “Linguagem oral” sugere a feitura de um debate. Posteriormente, a seção “Produção de texto” indica a elaboração e produção de uma entrevista, com indicativos de gravação e transcrição, mas sem especificações, nem para o aluno e nem para o professor, de como proceder a essas atividades. A indicação de retextualização da entrevista aponta elementos para elaboração 163 3 – Poema 4 – Matéria de revista 5 – Crônica 1 – Texto argumentativo 2 – Texto argumentativo 3 – Texto informativo 2 – O que é... pode não ser 4 – Crônica 5 – Humor, provérbios 6 – Reportagem 7 – Carta 8 – Poema 1 – Poema 2 – Crônica 3 – Coisas de antigamente 4– Publicidade: modos de 3 – Crônica 4 – Reportagem 5 – Anúncio publicitário 6 – Crônica 7 – Poema 1 – Crônica 2 – Narrativa 3 – Entrevista de um texto “corrido”, sem a formatação pergunta-resposta recorrente no gênero entrevista. Sugestão de leitura oral de poema. Sugestão de leitura oral com posterior debate. Na sequência, é sugerida a preparação de uma exposição oral com os resultados da discussão. XXXXXX XXXXXX Leitura oral do texto que abre o capítulo, com posterior discussão e debate regrado A seção “Língua oral – língua escrita” aponta características de pontuação do discurso direto e dos verbos de elocução. XXXXXX Sugestão de leitura oral do texto que abre o capítulo XXXXXX A seção “Produção de texto” sugere a elaboração de uma carta, que posteriormente será lida e exposta para a turma,de acordo com os indicativos da seção “Linguagem oral” Indicação de leitura oral do texto. Sugestão de leitura oral do texto que abre o capítulo. A seção “Língua oral – língua escrita” aponta a diferença de entonação relacionada aos sinais de pontuação. A seção “Produção de texto” sugere a elaboração de uma entrevista, que posteriormente será apresentada para a turma,de acordo com os indicativos da seção “Linguagem oral”. XXXXXX A seção “Linguagem oral” sugere um jogo de adivinhação, a exemplo de uma exposição oral, em que os alunos são levados a descrever objetos sem nomeá-los. A seção “Língua oral – língua escrita” aponta a diferença de entonação relacionada aos sinais de pontuação. XXXXXX A atividade sugerida pela seção “Linguagem oral” é a pesquisa com posterior apresentação em grupo de resultados, nos moldes de uma exposição oral. Somente atividades de interpretação oral. Sugestão de leitura oral de poema. Sugestão de um debate na seção “Linguagem oral” Somente atividades de interpretação oral. Atividades de leitura e interpretação oral. A atividade sugerida pela seção “Linguagem oral” é a 164 olhar 4 – Textos argumentativo LIVRO UNIDADE 1 - Nós somos assim? 2 – Jornais: a vida no papel? CAPÍTULOS 1 – Crônica 2 – Crônica 3 – Reportagem 4 – Reportagem 5 – Texto de lei 6 – Texto informativo 7 – Texto narrativo 1 – Crônica 2 – Crônica 3 – Poema 4 – Depoimento 1 – Poema 2 – Reportagem 8º ano 3 – Reportagem 3– Diferentes, mas iguais 4 – Entrevista 5 – Cartaz 6 – Cartaz 7 – Cartaz 4 – Iguais, mas diferentes 1 – Poema 2 – Reportagem entrevista coletiva. Nesse capítulo, as etapas de preparação e produção são bem especificadas e detalhadas, mas não há uma atividade posterior de retextualização dessa entrevista. XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Linguagem oral” sugere um debate regrado sobre o tema do capítulo. Somente atividades de interpretação oral. A seção “Linguagem oral” apresenta a atividade de júri simulado para tratar um tema argumentativo. Somente atividades de interpretação oral. Sugestão de atividade de exposição oral na seção “Linguagem oral” Somente atividades de interpretação oral. Somente atividades de interpretação oral. Sugestão de debate regrado na seção “Linguagem oral” Somente atividades de interpretação oral. Atividades de leitura e interpretação oral de poemas. A seção “Linguagem oral” trabalha com a feitura de um “varal de poemas”, com a leitura, exposição de comentários e discussão sobre os poemas apresentados. A seção “Linguagem oral” sugere a apresentação de uma apresentação oral. Atividades de leitura expressiva, declamação e interpretação oral de poema. XXXXXX Interpretação oral de textos. A seção “Linguagem oral” sugere a exposição oral com auxílio de material visual (cartazes, transparências, projeções etc.) A seção “Língua oral – língua escrita” trabalha com a identificação de implícitos em uma entrevista escrita. A intenção é analisar o contexto situacional de produção da entrevista. A seção “Linguagem oral” sugere a feitura de um debate regrado. Somente atividades de interpretação oral. Sem atividade específica com oralidade. Somente atividades de interpretação oral. A seção “Língua oral – língua escrita” trabalha com a sonoridade do poema como um recurso de sentido. A seção “Linguagem oral” sugere um pequeno debate em grupo para a posterior formação de um debate mais amplo, com toda a turma. XXXXXX 165 3 – Reportagem 4 – Crônica 5 – Conto LIVRO UNIDADE 1 - Somos só nós no universo? CAPÍTULOS 1 – Artigo de jornal 2 – Reportagem 3 – Narrativa 4 – Entrevista 5 – Poema 1 – Texto informativo 2 – Texto narrativo 2 – O tempo e você 3 – Crônica 3 – O homem: lobo do homem? 4 – Crônica 1 – Fábula 2 – Conto 3 – Texto argumentativo 4 – Poema 9º ano 5 – Crônica 4 – A língua que eu falo 1 – Crônica 2 – Entrevista 3 – Reportagem 4 – Crônica Somente atividades de interpretação oral. A seção “Língua oral – língua escrita” trabalha com a sonoridade, mas para tratar aspectos de ortografia. Atividades de leitura em voz alta. Atividades de leitura e interpretação oral. A seção “Língua oral – língua escrita” trabalha com a pontuação do discurso direto na narrativa. A seção “Linguagem oral” trabalha com atividade de leitura oral dialogada. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX Somente atividades de interpretação oral. A seção “Linguagem oral” sugere uma entrevista, nos moldes de uma pesquisa, com posterior análise dos resultados e apresentação oral dos dados analisados. Após a apresentação dos grupos, uma síntese dessas apresentações motivará um debate. Atividades de interpretação oral que versam sobre as características do gênero entrevista. Atividade de leitura e interpretação oral. A seção “Língua oral – língua escrita” trabalha com a sonoridade das palavras como forma de significação do poema. A seção “Linguagem oral” sugere um debate regrado. XXXXXX A seção “Produção de texto” apresenta a entrevista como gênero a ser praticado. Após a realização dessa entrevista, os alunos devem redigir sínteses da entrevista e apresentá-las para a turma nos moldes de uma exposição oral. As atividades de retextualização inerentes a esse trabalho são pouco discutidas. XXXXXX Sugestão de leitura expressiva do texto motivador do capítulo. XXXXXX Apresentação de atividades de leitura oral dos textos do capítulo. A seção “Linguagem oral” aponta a realização de um debate regrado. Atividades de leitura e interpretação oral. A seção “Linguagem oral” sugere uma entrevista com posterior apresentação de resultados em uma exposição oral. A atividade proposta na seção “Linguagem oral” é um debate. XXXXXX A seção “Linguagem oral” propõe uma exposição oral. A seção “Língua oral – língua escrita” trabalha com a sonoridade das palavras. 166 5 – Crônica 6 – Poema XXXXXX Atividade de interpretação oral. 167 9 - Coleção Português - Linguagens LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – Era uma vez 1 – No mundo da fantasia 2 – Todas as crianças crescem... menos uma 3 – Terra de encantamento Intervalo 1 – Quando eu crescer... 6º ano 2 – Crianças 3– Descobrindo quem sou eu 2 – Amigos de ouro 3 – Um dia daqueles Intervalo 1 – Um mundo chamado infância 2 – Eu: o melhor de mim 3 – Em algum lugar do passado Intervalo 1 – Preservação animal 4 – Verde, adoro ver-te 2 – Você veste a camisa da natureza 3 – Natureza em extinção Intervalo OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Na seção “A linguagem do texto”, apresenta-se a distinção de tipos de frases que, na oralidade, é marcada pela entonação. Na mesma seção, a proposição de atividades com onomatopeias. Na seção “A língua em foco”, apresenta-se um quadrinho em que o aluno é levado a verificar que, mesmo que receba o texto impresso, existe uma simulação de oralidade. A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de um diálogo. Na seção “A língua em foco”, apresentam-se conceitos de variação, entre eles a de modalidade oral e escrita, numa abordagem coerente A seção “Produção de texto” sugere a apresentação de um conto maravilhoso oralmente, mas destaca a necessidade de se eliminar as marcas da oralidade. XXXXXX A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura dramatizada das falas dos quadrinhos apresentados no início do capítulo A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de um diálogo. XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “Produção de texto” propõe atividades em que o aluno identifique que alguns dos recursos utilizados na escrita da internet possuem relação com a entonação da fala. XXXXXX XXXXXX A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura dramatizada de um diálogo, com entonações específicas dos personagens representados. A seção “Leitura expressiva do texto” sugere confecção de um jogral. XXXXXX XXXXXX 168 LIVRO UNIDADE 1 – Heróis CAPÍTULOS 1 – O herói e a conquista do impossível 2 – Duas faces de herói 3 – O herói que habita em mim Intervalo 1 – A palavra no reino da ternura 2 – Viagem pela palavra 2 – A viagem pela leitura 3 – Viagem a lugares imaginários Intervalo 1 – A descoberta do outro 7º ano 2 – Alteridade: exercício de ternura 3 – Eu e os outros 3 – Bullying: intimidação o exercício Intervalo 1 – Aventura no mar 4 – Medo, terror e aventura 2 – Aventura, a ventura de viver da OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura dramatizada de um diálogo, com entonações específicas dos personagens representados. XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Leitura expressiva do texto” sugere confecção de um jogral. A seção “Produção de texto” apresenta como atividade a produção de um poema. As atividades introdutórias trabalham com a quadrinho/trova, ressaltando-se o aspecto oral. A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura dramatizada de um diálogo, com entonações específicas dos personagens representados. . A seção “Produção de texto” apresenta como atividade a produção e declamação de poemas. Os aspectos de rima, entonação e postura são ressaltados. XXXXXX Há a indicação para a declamação de poemas conforme indicações do capítulo 2. A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de um trecho do texto de abertura. A seção “Produção de texto” apresenta a discussão em grupo com mote, indicando as etapas de preparação e indicando a necessidade de saber se expressar oralmente em público. As indicações para o professor informam que essa discussão pode originar um debate. A seção “Produção de texto” apresenta o gênero debate, especificando etapas de produção e sugerindo atividades de preparação e avaliação. A falta de apresentação de um debate real previamente pode prejudicar o desempenho dos alunos. O ideal seria, tal como na produção escrita, a apresentação de um exemplo do gênero. XXXXXX A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de um trecho do texto de abertura. A seção “Produção de texto” apresenta o gênero entrevista oral. Como abertura da seção, propõe-se a leitura de uma entrevista oral transcrita, ainda com as marcas de oralidade. Em um box, são destacadas essas marcas e apresenta-se a diferença de planejamento da oralidade em relação à escrita. A produção, por parte dos alunos, não prevê a reescritura ou transcrição, mas a apresentação do áudio da entrevista 169 3 – A aventura da criação Intervalo LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – O povo: suas cores, suas dores 1 – Humor: entre o riso e a crítica 2 – Pílulas inquietantes 3 – O meu outro eu Intervalo 1 – Corpo em (r)evolução 8º ano 2 - Adolescer 2 – Nas asas do coração 3 – Medo de crescer Intervalo 1 – Ser ou ter? Eis a questão 3 – Consumo 2 – O consumo e a felicidade 3 – Linguagem publicitária... Intervalo 4 – Ser diferente 1 – O que faz a diferença para avaliação. A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura dramatizada de um diálogo, com entonações específicas dos personagens representados. Na seção “Produção de texto”, apresenta-se a entrevista escrita e muitos pontos de aproximação e distanciamento com a entrevista oral. A produção dos alunos fica por conta da transcrição para a escrita, com a eliminação das marcas de oralidade, da entrevista realizada no capítulo anterior. Não se trata de uma atividade de retextualização especificamente XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura dramatizada de um diálogo, com entonações específicas dos personagens representados. A seção ”Produção de texto” apresenta o texto teatral escrito como gênero proposto. São mencionadas nas atividades as representações escritas de recursos orais como entonação e pausas A seção “Produção de texto” apresenta a sugestão de leitura dramática de texto teatral. A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura dramatizada de um diálogo, com entonações específicas dos personagens representados. A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de um trecho do texto de abertura. A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de um trecho do texto de abertura, indicando a pronuncia adequada de operadores argumentativos XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura dramatizada de um diálogo, com entonações específicas dos personagens representados. XXXXXX A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de um texto em linguagem científica. XXXXXX A seção “Para escrever com expressividade” apresenta uma atividade em que a entonação representa uma carga valorativa à frase, denominada apreciação 170 2 – Sou o que sou 3 – Cores e dores do preconceito Intervalo LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – A dança das gerações 1 – Valores 2 - Amor 2 – A dança de valores 3 – Os valores e a felicidade Intervalo 1 – Amor além das fronteiras 2 – O selo do amor 3 – As formas do amor Intervalo 1 – A permanente descoberta 9º ano 3 - Juventude 2 – Ser sempre jovem 3 – A emoção de viver Intervalo 4 – Nosso tempo 1 – De volta para o presente 2 – Os Brasis 3 – De olhos fechados Intervalo valorativa. XXXXXX A seção “Produção de texto” apresenta o gênero seminário. Há uma minuciosa explicação de como é feito o seminário, bem como sua função. As etapas de planejamento são bem exploradas, assim como determinadas marcas de oralidade presentes nesse gênero. Com origem na proposta de produção textual do capítulo anterior, esse capítulo propõe a apresentação de seminários sobre o meio ambiente. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura do texto de abertura. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de parte do texto de abertura. Na seção “Produção de texto”, apresenta-se as etapas de elaboração de um debate regrado, bom como as características do gênero. Ressaltem-se as características da linguagem oral aplicadas ao texto. A seção “Produção de texto” volta ao gênero debate regrado com especificações sobre o papel do moderador nesse gênero A seção “Leitura expressiva do texto” sugere a atividade de leitura de parte do texto de abertura. Sugestão de produção de um jornal televisivo, mas sem apreciações específicas sobre oralidade. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX 171 10 - Coleção Projeto ECO – Língua Portuguesa LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – A aventura humana da escrita 1– Linguagens e códigos 2 – Formas de representação 3 – A palavra viva 1 – Conhecer e gostar 6º ano 2 – Aprender o mundo 2 – Travessuras 3 – Viver e aprender 1 – Como se contam os contos 3 – A história pode ser diferente 4 – Escola: um lugar com muitas histórias 2 – Histórias e paródias 3 – Lendas e mitos 1 – Na sala de aula 2 – Ler é viver 3 – Férias: antes e depois OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD Na seção “A linguagem do texto”, apresenta-se as marcas empregadas na escrita para simular a oralidade de um diálogo. A seção “Produção de texto oral” suscita a elaboração de uma descrição oral de imagem. A seção “Produção de texto oral” suscita a narração de um sonho. Há indicação para a organização prévia da narração oral. A seção “Para ler” apresenta um texto transcrito. Após a leitura do texto, os alunos são levados a discutir as diferenças e semelhanças entre fala e escrita em uma entrevista. A seção “Produção de texto oral” sugere a elaboração de um diálogo para posterior transcrição a fim de se observarem características da oralidade. Na seção “Produção de texto escrito” é proposta uma atividade de retextualização. XXXXXX XXXXXX A seção “Produção de texto oral” sugere a confecção de um debate regrado, cujo mediador é o professor. Sem detalhamento da característica do gênero. A seção “Produção de texto oral” sugere a contação de história, com planejamento prévio. XXXXXX XXXXXX Após a reescritura de uma fábula, transformando o discurso indireto em direto, os alunos devem apresentar, oralmente, o texto á turma. A seção “Produção oral” sugere a pesquisa de personagens folclóricos para apresentação oral, nos moldes de contação de história. Após essa atividade, há um indicativo de produção de texto escrito a partir da história contada. Não há muitas especificações teóricas para o desenvolvimento da atividades A seção “Produção de texto oral” apresenta a proposta de discussão em grupo e posterior exposição oral de resultados. XXXXXX A seção “Produção de texto oral” sugere a feitura de uma exposição oral 172 LIVRO UNIDADE 1 – A natureza vista em prosa e verso 2 – Como é bom ter amigos? 7º ano 3– Simplesmente ser humano CAPÍTULOS 1 – A poesia da natureza 2 – Natureza: conhecer para poder cuidar 3 – Natureza: quem ama respeita 1 – Não dá pra viver sem amigos 2 – O amigo invisível 3 – Amigos de estimação 1 – Um olhar sobre as diferenças 2 – O direito de ser humano 3 – É simples ser feliz 1 – Cenas do mundo real 4– Brasileirinhos e brasileirinhas 2 – Tradição e cultura 3 – Sem tempo para brincar LIVRO UNIDADE 1– Repensando condutas 8º ano 2 – O mundo nas páginas dos jornais e das revistas 3 – Emoções que viajam pelos livros CAPÍTULOS 1 – Eu e os outros... 2 – Adequação ou acomodação? 3 – Consumindo... 1 – Notícias 2 – Aprendendo com as reportagens 3 – Opinando 1 – O cômico na literatura OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “O texto em estudo” trabalha com recursos de sonoridade nas poesias. A seção “Produção de texto oral” propõe um círculo de conversas, mas sem apreciação específica sobre os recursos orais. A seção “Produção de texto oral” sugere a feitura de um júri simulado, sem especificar marcas de oralidade do gênero. XXXXXX XXXXXX A seção “Produção de texto oral” sugere um pequeno debate a partir de perguntas motivadoras, mas sem apresentar especificações sobre as marcas orais do gênero. XXXXXX A seção “Produção de texto oral” apresenta a formulação de uma discussão oral a partir de perguntas sobre um dado tema. Sem especificações sobre oralidade XXXXXX XXXXXX A seção “Produção de texto oral” sugere um pequeno debate a partir de perguntas motivadoras, mas sem apresentar especificações sobre as marcas orais do gênero. A seção “Produção de texto oral” sugere uma exposição oral, mas sem apresentar especificações sobre as marcas orais do gênero. A seção “Produção de texto oral” sugere a produção de um jornal-teatro, mas sem apresentar especificações sobre as marcas orais do gênero. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX A seção “Produção de texto oral” propõe a elaboração de uma exposição oral, mas sem apresentar as características da modalidade oral no gênero. XXXXXX A seção “Produção de texto oral” apresenta uma atividade de leitura/comentário de resposta escrita. Sem apreciação sobre marcas de oralidade. XXXXXX A seção “Produção de texto oral” suscita a apresentação de respostas, oralmente, a questões, para posterior “contra-argumentação”. Sem marcas específicas de oralidade. 173 2 – Contos fantásticos 3 – O texto teatral escrito 4– Adolescência LIVRO UNIDADE 1 – Velhos tempos, novos tempos 2 – Vida moderna 1 – O namoro na linha do tempo 2 – A rebeldia adolescente 3 – Adolescente sonhador... CAPÍTULOS 1 – Em tempos de televisão 2 – Tempos de silêncio, tempos de barulho 3 – Em tempos de micro-ondas 1 – Comportamentos de ontem e de hoje 2 – As pessoas e as roupas 3 – Fugir ou acomodar-se? 1 – Esporte: lazer e cultura 9º ano 3 – Cultura e lazer 2 – Comunicação digital 3 – A ate das ruas 4 – O amor em verso e prosa 1 – As várias faces do amor 2 – Amor de cordel 3 – A essência do amor A seção “Produção de texto oral” sugere a contação de histórias. A seção “Produção de texto oral” propõe a elaboração de uma pequena exposição oral a partir de perguntas motivadoras, mas sem apresentar as características da modalidade oral no gênero. A seção “Produção de texto oral” sugere a feitura de um fórum. As etapas de preparação são bem apresentadas. As características da modalidade oral são citadas, mas não são trabalhadas adequadamente. XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Produção de texto oral” sugere a elaboração de um seminário. As etapas de elaboração/ apresentação, bem como algumas características da oralidade s A seção “Produção de texto oral” apresenta as etapas de elaboração de uma entrevista, com a apresentação de entrevistas para análise e proposta de posterior produção. Embora a atividade tenha sido bem trabalhada, as marcas de oralidade, bem como as propostas de atividades de retextualização não foram contempladas de forma adequada. A atividade de produção oral sugere a elaboração de um seminário, com a apresentação de etapas de planejamento. Ademais, a seção apresenta um texto que versa sobre a dificuldade de falar em público. Marcas específicas sobre oralidade não são apontadas. XXXXXX XXXXXX XXXXXX 174 11 - Coleção Projeto Radix LIVRO MÓDULO CAPÍTULOS 1 1 - Um mundo de imagens e de palavras 2 – No restaurante 2 3 – Na feira 4 – Nós, os consumidores 3 5 – Era uma vez... 6º ano 4 6 – Mitos e lendas 7 – O futuro 5 8 – A imaginação criadora 6 9 - Vivendo nas cidades 10 – Uma dura realidade 7 11 – Dormindo fora de casa OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Expressão oral” sugere a formação de grupos para expressar, oralmente, as impressões sobre uma tela. A seção “Gramática do texto” apresenta as relações entre os tipos de frase e as entonações A seção “Expressão oral” sugere a contação de piada/ anedota. A seção “Expressão oral” sugere a leitura em voz alta de trecho de um texto como forma de avaliar a entonação. A seção “A linguagem dos textos” apresenta uma breve apreciação sobre os textos orais em relação aos escritos em relação à maior quantidade dos primeiros em relação aos segundos. A seção “Expressão oral” indica a apresentação de um comunicado. Algumas marcas do gênero oral são apresentadas, assim como indicações para a apresentação. A seção “Produzindo texto” apresenta como tarefa a elaboração de um jornal falado, feito a partir do texto escrito. A seção “Expressão oral” indica a exposição oral, antecedida por um trabalho de pesquisa em grupo. Na mesma seção, indica-se uma atividade de contação de história. O box “Vossa Mercê” apresenta as interferências da oralidade na escrita que se perpetuaram. A seção “Expressão oral” indica a apresentação de um depoimento. Indicativo da origem oral dos mitos e das lendas Sugere-se um debate na seção “Expressão oral” com pequenos indicativos da configuração do gênero. A seção “Expressão oral” indica a exposição de desenhos com prévia leitura expressiva de poemas. A composição de um sarau, na seção “Para além do texto”, complementa a atividade Sugestão de entrevista na seção “Expressão oral”. A seção “A linguagem dos textos” apresenta relações entre a língua falada e a língua escrita, numa perspectiva variacionista. A seção “Expressão oral” indica a feitura de uma mesa-redonda. Algumas características da composição do gênero são apresentadas. A seção “Produzindo texto” sugere a feitura de uma entrevista, com indicação de transcrição da modalidade oral para a escrita, mas sem especificar procedimentos. A seção “Expressão oral” sugere uma entrevista, com posterior exposição de conclusões. Na mesma perspectiva, a seção “Para além do texto” sugere uma entrevista. 175 8 12 – Cuidando do lugar em que se vive Grupo de criação LIVRO MÓDULO CAPÍTULOS 1 – Artes e espetáculos populares 1 2 – Jogos e brincadeiras 2 3 – Convivência 4 – A magia de ler e escrever 3 7º ano 5 – O mundo me encanta 4 6 – Correndo perigo 7 – Animal de estimação 5 8 – Salve o planeta 6 9 – Pais e filhos 10 – Registrando o dia a dia 7 11 – Meios de transporte 8 12 – Vida de cachorro Sugestão de leitura em voz alta de entrevista na seção “Expressão oral”. A seção “A linguagem dos textos” apresenta como foco o gênero entrevista, com sugestão de produção desse gênero. Sugestão de exposição oral. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Expressão oral” indica a feitura de um jogral, com indicações sobre o gênero e procedimentos de apresentação. Após a apresentação de uma entrevista, o gênero é apresentado de forma extensa, tanto com perguntas sobre a composição, como discussão teórica sobre aspectos da construção do gênero, distinção entre entrevista escrita e oral, bem como proposta de produção de entrevista oral e posterior passagem à escrita por meio de atividades de transcrição e retextualização. Sugestão de “mesa-redonda”, com apresentações de características do gênero. A seção “Para além do texto” sugere a exposição de resultados a partir de esquete. A seção “Expressão oral” apresenta proposta de elaboração de jornal oral de rádio ou TV. São apresentadas características composicionais e instruções de apresentação. As indicações para o professor apresentam características do texto oral em relação ao texto escrito. A seção “Para além do texto” sugere a elaboração de uma pesquisa, seguida de uma exposição oral. Sobre a atividade de exposição são apresentadas características de composição e instruções de procedimento. A seção “Expressão oral” indica a declamação de poemas. A seção “Para além do texto” sugere a exposição oral de pesquisa. Sugestão de mesa-redonda na seção “Expressão oral” Sugestão de enquete na seção “Expressão oral”. Há indicativos das características desse gênero. A seção “Expressão oral” sugere a leitura expressiva de texto dialogal. A seção “Para além do texto” sugere a apresentação de resultados de pesquisa. A seção “Expressão oral” sugere a contação de um fato a ser tema de crônica. A seção “Para além do texto” sugere a apresentação de resultados de pesquisa. A seção “Expressão oral” sugere a dramatização de uma situação embaraçosa. Poucas indicações sobre a composição do gênero. Apresentação de uma narração de jogo de futebol na seção “Expressão oral” 176 LIVRO MÓDULO CAPÍTULOS 1 – Expressão 1 2 – Outros tempos 2 3 – O que as histórias contam? 4 – A história de cada dia 3 5 – Estrangeiros entre nós 4 6 – Uma nova pátria 7 – Heranças de um povo 5 8 – Gente do outro lado do mundo 8º ano 6 7 9 – O que é o amor? 10 – Dores de amor 11 – Acima de qualquer suspeita 8 LIVRO MÓDULO 12 – Amor em tom maior CAPÍTULOS 1 – Água, fonte de vida 9º ano 1 2 – O homem e a natureza OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Expressão oral” sugere um debate. A seção “Expressão oral” aponta a feitura de uma roda de histórias, seguida de um debate regrado. A seção “Para além do texto” sugere a feitura de uma roda de histórias biográficas para incentivar a leitura. Sugestão de leitura expressiva na seção “Expressão oral” A seção “Expressão oral” sugere uma pesquisa de sotaques variados, numa abordagem variacionista. A seção “Expressão oral” sugere a leitura expressiva do texto apresentado no capítulo. A seção “Expressão oral” sugere a leitura expressiva do texto apresentado no capítulo. A seção “Expressão oral” sugere uma pequena discussão em grupo. A seção “Grupo de criação”, ao final do capítulo, trabalha com a proposta de exposição oral, mas sem apreciações específicas sobre oralidade. A seção “Expressão oral” sugere a leitura expressiva do texto apresentado no capítulo, indicando pausas e marcas de entonação. A seção “Para além do texto” sugere a organização de um sarau. Em outro momento do capítulo, a seção “Para além do texto” sugere a feitura de um debate regrado A seção “Expressão oral” sugere a leitura expressiva do texto apresentado no capítulo. A seção “Para além do texto” sugere a feitura de uma entrevista, mas sem especificações sobre oralidade. A seção “Expressão oral” sugere uma pequena discussão em grupo. A seção “Expressão oral” apresenta uma atividade de reconto de história escrita oralmente. Algumas apreciações sobre as interferências entre as modalidades são apontadas. A seção “Para além do texto” indica a feitura de uma exposição oral, apresentando algumas características de composição do gênero. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Expressão oral” sugere a leitura em voz alta do texto que abre o capítulo, apresentando teorias sobre a técnica de leitura. A seção “Expressão oral” sugere uma exposição oral, apresentando características tipológicas de argumentação. A seção “Para além do texto” sugere a feitura de uma entrevista. 177 2 3 – Penando aqui na Terra 4 – Terra: fonte de vida 3 5 – Trabalho: direito de todos 4 6 – Trabalhadores 5 7 – O trabalho e as crianças 8 – Empregados e empregadores 6 9 – Adolescência 10 – Gravidez na adolescência 7 11 – Encontros e desencontros 8 12 – Um mundo de contrastes. A seção “Expressão oral” sugere a leitura/audição de canção. A seção “Expressão oral” sugere uma pequena discussão em grupo. A seção “Expressão oral” sugere uma pequena discussão em grupo, apontando características tipológicas da argumentação. A seção “Para além do texto” sugere uma exposição oral posterior a um trabalho de pesquisa com classificados. A seção “Expressão oral” indica a contação de história. A seção “Expressão oral” traz como atividade um jornal falado, mas sem apreciação específica sobre oralidade. A seção “Expressão oral” sugere uma exposição oral. A seção “Expressão oral” apresenta a proposta de criação de um fórum de discussões. As características do gênero são apresentadas. A seção “Para além do texto” indica uma exposição oral posterior a um trabalho de pesquisa por meio de enquetes. A seção “Expressão oral” apresenta as etapas de preparação de um seminário, indicando a composição do gênero e algumas marcas de oralidade. A seção “Expressão oral” indica a feitura de entrevistas. Já a seção “Para além do texto” apresenta uma atividade de leitura de poemas, assim como a seção “Produção de texto”, que indica a feitura de uma roda de leitura. A seção “Expressão oral” sugere a feitura de uma mesa-redonda, indicando elementos composicionais 178 12 - Coleção Trajetórias da palavra LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – Autobiografia 6º ano I – Memórias 2 – Diário 3 – Biografia 4 – Cordel II – Histórias pra contar 5 – Contos folclóricos 6 - Contos de fadas 7 – Notícia III – O jornal 8 – Matéria 9 – Crônica 10 – Histórias em quadrinhos LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – Mitos I – Histórias de outros tempos 7º ano II – Ciência e saúde III – Arte e cultura 2 – Contos de fadas 3 – Chapeuzinho vermelho X Cauda furta-cor 4 – Texto de divulgação científica (I) 5 – Texto de divulgação científica (II) 6 - Texto informativo 7 – Conto 8 – Texto teatral OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Produção de texto oral” sugere uma discussão sobre uma charge, mas sem especificações sobre o gênero A seção “Produção de texto oral” sugere a leitura e posterior discussão de um texto. XXXXXX A seção “Produção de texto oral” sugere a leitura de um cordel A seção “Produção de texto oral” indica a leitura expressiva de um texto escrito. Já a seção “Produção de texto oral e escrito” sugere a feitura de uma pesquisa para posterior apresentação oral de resultados, mas sem indicações de procedimento. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere a leitura dramatizada de um diálogo criado pelos alunos. A seção “Produção de texto oral e escrito” indica a feitura de um telejornal, mas sem muitas explicações sobre a estrutura composicional do gênero. A seção “Produção de texto oral” sugere a feitura de uma entrevista. A seção “Produção de texto oral” indica a leitura dramatizada e dramatização de crônica A seção “Produção de texto oral” indica a construção de uma dramatização. Algumas indicações sobre o gênero são apresentadas. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Produção de texto oral” apresenta uma atividade de apresentação de textos descritivos, num jogo de adivinhação. É apresentada uma proposta de declamação de poemas na seção “Produção de texto oral”. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere que o aluno complete uma narrativa oralmente. A seção “Produção de texto oral” sugere a leitura expressiva, sob forma de música, de um texto escrito. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere a leitura e discussão de um texto, sem maiores especificações sobre o gênero A seção “Produção de texto oral” sugere uma dramatização A seção “Produção de texto oral” sugere um debate sobre dado tema. A seção “Produção de texto oral e escrito” indica a feitura de leitura expressiva. A seção “Produção de texto oral e escrito” indica a feitura de leitura expressiva. A seção 179 9 – Conto de mistério 10 – Letras de música LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – Poemas I – Relações afetivas 2 – Romance 3 – Conto 4 – Crônica 5 – Reportagem (I) 8º ano II – Gêneros de imprensa 6 -Campanha de esclarecimento 7 – Reportagem (II) 8 - Memórias 9 – Resenha III – Leitura e literatura 10 - Entrevista “Produção de texto oral e escrito” indica a produção e dramatização de um texto teatral. Algumas indicações sobre a composição do gênero são apresentadas. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere a leitura precedida pela produção de um conto. A seção “Produção de texto oral” índica a audição e posterior discussão a respeito das impressões que tiveram sobre a música apresentada OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD O capítulo apresenta atividades iniciais de leitura expressiva por meio de trava-línguas. A seção “Produção de texto oral” sugere a mesma atividade de leitura expressiva. Em outra seção do mesmo capítulo, apresentação uma atividade de declamação de poemas, com algumas indicações em respeito á oralidade. A seção “Produção de texto oral” sugere uma discussão temática, mas sem apreciação sobre o gênero. Em outros momentos, há a sugestão de leituras expressivas. A seção “Produção de texto oral” indica a leitura expressiva de texto. Há uma pequena indicação, nas leituras, sobre a representatividade dos estados de espírito das personagens por meio do tom de voz. A seção “Produção de texto oral” sugere a continuação oral de um texto dado. Sem maiores explicações sobre recursos orais A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere um debate sobre resultado de pesquisas. Em outro momento, a mesa seção sugere a feitura de uma pesquisa com posterior apresentação de resultados, mas sem especificar elementos constituintes da linguagem oral. A seção “Produção de texto oral” sugere um debate, mas sem apresentar características do gênero. A seção “Produção de texto oral” sugere duas atividades distintas: num primeiro momento, uma avaliação, com posterior apresentação de resultados, de programas de rádio; a segunda atividade consiste em produção de um programa radiofônico. Os aspectos sobre a oralidade presente nesse programa são pouco trabalhados. Outra seção sobre oralidade sugere um debate temático. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere um debate. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere um debate. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere um debate e leitura expressiva de conto. Em outro momento, a mesma seção sugere a feitura de uma entrevista por meio de um jogo. Há indicações da necessidade de transcrição da entrevista oral, mas não se fornecem os meios para tal atividade. As entrevistas serão expostas posteriormente. 180 LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – Conto fantástico I – Contos brasileiros 2 – Conto de Machado de Assis 3 – Conto contemporâneo 4 – Resumo e seminário 5 – Romance autobiográfico 9º ano II – História e sociedade 6 – Entrevista 7 – Artigo de opinião 8 – Romance III – Literatura, pensamento e liberdade 9 – Teatro 10 – Poema OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A abertura da unidade sugere um debate genérico sobre contos lidos. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere a construção oral de uma história coletiva A seção “Produção de texto oral” sugere a encenação de um conto. Algumas poucas características sobre oralidade são destacadas. Em outro momento, a mesma seção sugere a criação coletiva e oral de um conflito para um dado texto. Em outra situação, indica-se a exposição, sob forma de “feira de contos”, dos conflitos elaborados oralmente. A seção “Produção de texto oral” indica a leitura expressiva, com algumas indicações de procedimento. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere a construção coletiva e oral de um desfecho para um conto A seção “Produção de texto oral e escrito” indica a feitura de um debate e posterior apresentação de resultados à turma. Em outro momento, indica-se a feitura de um seminário. Poucas são as indicações sobre os expedientes orais a serem utilizados. A seção “produção de texto oral” sugere a leitura e um posterior debate regrado. Não são apresentados indicativos específicos sobre o trabalho com oralidade. A seção “Produção de texto oral” sugere a leitura e debate de textos e, posteriormente, a dramatização de uma cena criada a respeito da temática do texto apresentado. O foco não é o trabalho com a oralidade. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere a feitura de entrevistas, mas poucos são os aspectos abordados sobre a oralidade. A atividade de transcrição é sugerida, mas não explicitada. A seção “Produção de texto oral” sugere a leitura e discussão temática de textos. O mesmo ocorre na seção “Produção de texto oral e escrito”. A seção “Produção de texto oral e escrito” sugere a feitura de entrevista com posterior apresentação. A seção “Produção de texto oral” sugere a leitura expressiva de texto teatral. Em outro momento, há a sugestão de uma encenação. Poucos aspectos sobre oralidade são levados em consideração. A seção “Produção de texto oral” sugere a declamação em grupo, formando uma espécie de jogral. Algumas indicações de leitura são apresentadas. 181 13 - Coleção Tudo é linguagem LIVRO UNIDADE/GÊNERO Unidade Prévia 1 – Conto popular em prosa 2 – Conto popular em verso 6º ano 3 – Conto em prosa poética 4 – Conto fantástico 5 – Conto baseado em fatos reais 6 – Reportagem e notícia: relatos 7 – Diálogo argumentativo em uma OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX A abertura da unidade apresenta a origem oral do conto popular. Na seção “Interpretação do texto” sugere a leitura expressiva em voz alta do conto que abre a unidade, mas sem apresentar mais especificações sobre a atividade, somente dando indicativos nas notas ao professor. Ainda nessa seção,orienta-se a recriação oral do desfecho da história. Outra atividade é a releitura expressiva de trecho do texto. A seção “Língua: usos e reflexão” apresenta uma atividade de leitura em voz alta de texto sugerido para o trabalho com variação. Outra atividade proposta é a leitura dramatizada de piada e de quadrinhos. Referência à entonação na apresentação dos tipos de frases. Proposta de conversa informal em grupo sobre uma pintura. Proposta final oral de criação de roda de causos, mas sem apresentação de marcas específicas da oralidade. A primeira “Atividade oral” da unidade sugere a leitura em voz alta de diferentes partes do texto inicial. A seção “Um bom debate” sugere uma discussão sobre o tema da unidade, mas sem apreciação específica sobre oralidade. Ao apresentar outro texto, sugere-se, novamente, a leitura em voz alta de música. A unidade apresenta uma apreciação sobre a importância da entonação e do ritmo da fala com atividades de leitura entonacional além de apresentação expressiva de textos pesquisados previamente. A atividade de abertura da unidade é a apresentação de um jogral. Outras atividades orais de leitura de trechos de texto são apresentadas. A seção “Um bom debate” sugere um debate temático, mas sem apreciação sobre o gênero oral. A “Produção de texto” sugere a criação, primeiramente oral, de um texto com base em uma história em quadrinhos. A unidade é aberta por um texto apresentado em sequências. A cada sequência apresentada, sugere-se a construção da etapa subsequente oralmente, assim como pequenas discussões orais sobre as construções apresentadas. Nenhuma atividade específica com as marcas orais. A seção “Um bom debate” apresenta discussões temáticas. As mesmas atividades sequenciais apresentadas para o texto verbal são apresentadas para uma gravura. A seção “Produção de texto” sugere a leitura de resumo produzido pelos alunos Após atividades de resposta oral a questões relativas ao texto, apresenta-se, na seção “Um bom debate” uma discussão sobre o tema do texto. Nessa unidade, são apresentadas algumas marcas formais do gênero debate. A seção “Produção de texto oral” propõe a continuação de um relato oral, mas sem maiores características sobre o gênero. Na seção “Interpretação do texto” apresenta-se uma atividade de leitura oral expressiva, apresentando algumas características da atividade, além de proposição de leitura de respostas em voz alta. A seção “produção de texto” sugere a construção de um jornal falado, numa atividade muito próxima à leitura expressiva. Outra atividade relacionada á oralidade apresentada na unidade é a discussão sobre a representação da entonação nas tirinhas Atividade inicial de leitura expressiva de diálogo. Atividade de leitura em voz alta de carta. Em outra atividade oral, são discutidas as marcas orais em uma história em quadrinhos, tal como a redução de determinados 182 LIVRO crônica 8 – Regras e instruções: texto instrucional Unidade Suplementar Projeto de leitura vocábulos, dentro de uma perspectiva variacionista Leitura em voz alta de frases apresentadas UNIDADE/GÊNERO OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A atividade de produção de texto sugere a exposição de conclusões a respeito de um dado tema, com um direcionamento próximo à uma exposição oral, mas sem a apresentação das características do gênero. Atividade de leitura dramatizada de conto. A seção “Um bom debate” sugere a discussão a respeito do gênero conto. A seção “Língua: usos e reflexão” trabalha de forma pertinente com a relação de distinção entre língua falada e escrita, com atividade de análise de transcrição. Atividade de leitura em voz alta de texto escrito. Atividade de apresentação de pesquisa, mas se apresentar instrução sobre o gênero. Sugestão de leitura teatralizada de crônica e de trechos de crônica. Poucas indicações de procedimentos. A seção “Um bom debate” apresenta uma discussão sobre o caráter variacionista da gíria. Atividades de leitura em voz alta de textos selecionados. A seção “Produção oral” apresenta a proposta de construção de relato oral, mas sem apresentar características do gênero. Em outro momento, a proposta de relato oral é seguida de algumas instruções de pesquisa e apresentação. Alguns textos trabalham recursos visuais que devem ser acompanhados na leitura. As atividades de leitura expressiva mantêm-se, assim como a seção “Um bom debate”, mas sem maiores especificações sobre gêneros orais. Além das leituras expressivas, a seção “Atividade oral” sugere a feitura de um jogral de poesia apresentada. A seção “Produção de texto” sugere um sarau de poesias. A seção “Produção de texto” indica a feitura de um jornal falado, com algumas – poucas – indicações de marcas de oralidade pertencentes ao gênero. Mantêm-se as mesmas atividades de unidades anteriores. A seção “Um bom debate” apresenta elementos mais específicos das marcas de oralidade, como troca de turnos e organização das intervenções, caracterizando um debate mediado e regrado. Ainda na unidade, apresenta-se uma atividade ligada à coesão textual sob forma oral Atividades relacionadas à sonoridade e ortografia. XXXXXX Unidade Prévia 1 – Conto 2 – Crônica 3 – Relato e memória: Diário; Biografia e autobiografia 7º ano 4 – Relato de experiências 5 – Poemas 6 – Notícia 7 – Reportagem 8 – Artigo de opinião Unidade Suplementar Projeto de leitura Atividades de leitura em voz alta relacionadas a sonoridades das palavras em contraponto à ortografia XXXXXX 183 LIVRO UNIDADE/GÊNERO Unidade Prévia 1 – Conto e epopéia 2 – Conto e romance 3 – Crônica argumentativa 8º ano 4 – Artigo informativo 5 - Texto e artigo de opinião 6 – Publicidade 7 - Poema Unidade Suplementar Projeto de leitura LIVRO 9º ano UNIDADE/GÊNERO Unidade Prévia 1 – Escolhas de linguagem e efeitos de sentido 2 - Crônica e conto 3 – Romance 4 – Entrevista OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD A seção “Atividade oral” sugere uma discussão em grupos sobre uma temática pré-definida, mas sem apreciação específica sobre oralidade. A seção “Atividade oral” apresenta a proposta de leitura expressiva em dupla de trecho de poesia. O marcador conversacional “ai”, presente na oralidade, é observado como elemento de coesão, mas sem maiores explicações. Sugestão de leitura em voz alta de trechos de um conto na seção “Atividade oral”. A seção “Um bom debate” apresenta uma atividade de discussão precedida de uma pesquisa. A seção “Um bom debate” apresenta de forma mais detalhada alguns procedimentos de construção de um debate, mas sem apreciações específicas sobre oralidade. A seção “Produção de texto” sugere a apresentação, por meio de leitura expressiva, de uma antologia de contos produzidos pelos alunos. A unidade apresenta etapas de preparação de uma exposição oral, destacando as marcas de oralidade a serem empregadas, mas sem um maior aprofundamento. A seção “Um bom debate” propõe um debate, com maiores especificações das características do gênero. A seção “Produção de texto” sugere a apresentação de uma exposição oral, mas sem maiores caracterizações além das que já haviam sido apresentadas na unidade. A seção “Atividade oral” sugere a leitura expressiva de um texto. A seção “Produção de texto” sugere a elaboração de um debate mediado, mas sem aprofundamento sobre marcas de oralidade. XXXXXX A seção “Atividade oral” sugere a leitura expressiva/ canto de letra de música. Há outras atividades envolvendo a leitura e sonoridade de poemas. Outra seção “Atividade oral” sugere a feitura de um sarau, com indicativos para expressividade durante a leitura dos poemas/músicas XXXXXX Proposição de exposição oral, mas sem apreciação específica sobre marcas da oralidade. OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX Na seção “Atividade oral” sugere-se a leitura expressiva de música com noções básicas de conversação. Em outra oportunidade, os alunos são levados a elaborarem um diálogo para posterior apresentação. A seção “Construção de texto” apresenta um aporte teórico sobre a “sequência conversacional” – conhecido por alguns autores como tipologia dialogal. A seção “Atividade oral” sugere uma conversa, mas sem apresentar características do gênero. A seção “Produção de texto” sugere a construção de um diálogo entre personagens de um romance. Algumas características da conversação são levadas em consideração, como a de turnos de fala. A unidade trabalha com características do gênero entrevista, mas a contraparte oral desse gênero é pouco 184 5 – Editorial 6 – Artigo de opinião 7 – Manifesto Unidade Suplementar Projeto de leitura abordada. A seção “Um bom debate” sugere a produção de um debate mediado. A seção “Produção de texto” sugere a feitura de uma entrevista, mas as marcas de oralidade são pouco mencionadas. A própria atividade de retextualização da entrevista gravada é pouco trabalhada. A seção “Atividade oral” sugere a apresentação de argumentação, mas sem expor características de gênero. A seção “Um bom debate” apresenta etapas de planejamento e organização de uma exposição oral. A seção “Atividade oral” sugere a leitura/canto de uma música XXXXXX XXXXXX XXXXXX 185 14 - Coleção Viva Português LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – Tira 1 – Brincar com palavras TEXTOS 1 – Tirinha 2 – Tirinha 1 – A vontade do falecido 2 – Anedota 2 – Anedota 3 – Anedota 1 – Reportagem 1 – Festa do Jawari ... 2 – Maquina do tempo 1 – Festa de aniversário 2 – Festa de criança 2 - Festas 6º ano 2 - Crônica 1 – O enxergava... 3 – Quem tem medo 1 – Conto de assombração 2 – Conto de mistério e maravilhoso 4 – Com a sua companhia 1 - Poema homem que 2 – A menina enterrada viva 1 – Companhia à noite 2 – Cinco ciprestes... 1 – História do bebum 2 – Canção entre parênteses OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX Na seção “No mundo da fala”, apresentam-se as etapas de elaboração de um esquete com base em tirinhas. Indica-se a importância da entonação. XXXXXX Na seção “Interpretação oral e escrita” apresenta-se um quadro de orientações para intervenções orais, como respeito ao turno de fala e planejamento da intervenção. Na seção “Produção de texto”, apresenta-se uma atividade de transcrição de uma anedota oral para um texto escrito. A atividade não é aprofundada. XXXXXX Na seção “No mundo da fala”, apresentam-se as etapas de elaboração de uma exposição oral, apresentando etapas de preparação, bem como de apresentação, destacando a entonação adequada e os marcadores conversacionais específicos do gênero. XXXXXX Na seção “Produção de texto”, ao final do capítulo, sugere-se uma apresentação oral de colagem, nos moldes de um seminário, mas com poucas especificações sobre o gênero. Há um modelo de organização das falas nesse gênero a ser utilizado por grupos com maior dificuldade em preparar a apresentação. Na seção “Conhecimentos linguísticos” apresenta-se um contraste entre o uso mais frequente de locuções verbais na linguagem oral que na escrita. Há uma atividade de substituição. Na seção “No mundo da fala” apresenta-se a atividade de contação de histórias de suspense. Indicativos de entonação e interlocução são apontados. A seção “Antes de ler” sugere a leitura expressiva de um poema. A seção “Produção de texto” sugere a criação, oral, de uma continuação para uma história. Sem características específicas do gênero. XXXXXX A seção “No mundo da fala” sugere a feitura de um debate regrado, apresentando as características de estrutura do gênero e apontamentos 186 2 - Poema LIVRO UNIDADE 1 – As diferentes formas de contar 2 – A voz de todos: expressões culturais 7º ano 3– Merecemos respeito CAPÍTULOS 1 – Tipo narrativo 2 – Fábula e conto 1 – Cordel e lenda 2 – Texto teatral e mito 1 – Reportagem 2 – Crônica argumentativa 1 – Entrevista 4– Cotidiano 2 – Notícia 1 – Amigos do peito 2 – Tema e variações TEXTOS 1 – Um amigo para sempre 2 – O olho torto de Alexandre 1 – A perdiz e a raposa 2 – De cima para baixo 1 – O poeta da roça 2 - O colar de pérolas 1 – O caminho das pedras 2 – A arca de Noé 1 – Eu tenho nome 2 – Amiguinhos da onça 1 – Te 2 – Estranhas gentilezas 1 – Maurício de Souza 2 – Navegador escreve ... 1 – Catadores buscam sustento... 2 – Foto jornalística sobre marcadores conversacionais. XXXXXX XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “No mundo da fala” apresenta a contação de fábula como mote, bem como a posterior retextualização da fábula contada, mas sem muita sistematização da atividade de escritura do texto oral. Na seção “Interpretação oral e escrita” indica-se a origem oral do cordel Na seção “Interpretação oral e escrita” indica-se a leitura expressiva de um cordel Na seção “No mundo da fala”, há uma atividade de elaboração de depoimento a partir do texto escrito. XXXXXX XXXXXX A seção “No mundo da fala” apresenta uma retomada do gênero exposição oral, com diretas referências ao livro do sexto ano. As marcas de oralidade têm pouco destaque. XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “Produção de texto”, mesmo não trabalhando com as especificidades do texto oral, procura apresentar atividades de adaptação da oralidade para a escrita em uma entrevista. XXXXXX A seção “No mundo da fala” apresenta uma proposta de debate regrado. Destaque positivo para as marcas de construção oral que foram apresentadas como modelo para as apresentações/intervenções. 187 LIVRO UNIDADE CAPÍTULOS 1 – Conto de amor 1 – Amor 2 – Poema 2– Publicidade: a arte de convencer 1 – Anúncio publicitário 2 – Anúncio publicitário em rádio e TV 8º ano 1 – Romance TEXTOS 1 – O primeiro amor 2 – Brincadeira 1 – O amor bate na aorta 2 – Ódio? 1 – Anúncio publicitário 2 – Anúncio publicitário 1 – Anúncio publicitário 2 – Anúncio publicitário 1 – O preço - parte I 2 – O preço – parte II 3 – Tramas 2 – Novela 4 – Das páginas para as telas 1 – Roteiro de cinema 1 – Uma vida em segredo – I 2 – Uma vida em segredo – II 1 – A vida é bela – I 2 – A vida é bela - II 1 – Abril despedaçado 2 - Resenha 2 – Entrelinhas explora... LIVRO UNIDADE 1 – O lado sombrio 6º ano 2 – O ser humano e seus dilemas CAPÍTULOS 1 – Conto de mistério 2 – Conto contemporâneo 1 – Conto contemporâneo 2 – Conto fantástico TEXTOS 1 – O coração comido – I 2 – O coração comido - II 1 – Conspiração 2 – Não é por inveja 1 – O homem que resolveu... 2 – Talismã 1 – O homem de cabeça... - I OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “No mundo da fala”, apresenta-se uma proposta de leitura expressiva. XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “No mundo da fala”, sugere-se a produção de propagandas de rádio ou TV, mas sem apontar atividades específicas com oralidade. XXXXXX A seção “No mundo da fala” apresenta a mesa-redonda como gênero base, mas sem apresentar atividades específicas relacionadas ao gênero oral. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “No mundo da fala” apresenta uma proposta de exposição oral. Destaque positivo para as marcas de construção oral que foram apresentadas como modelo para as apresentações/intervenções. XXXXXX OBSERVAÇÕES SOBRE ORALIDADE NO LD XXXXXX A seção “No mundo da fala” sugere a leitura expressiva de um conto de mistério. Proposição de análise das leituras para destacar a necessidade de um planejamento prévio e de uma adequação na oralidade, mesmo na prática da leitura. XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX Na seção “No mundo da fala” apresenta a feitura de um esquete. Sem recursos específicos da modalidade oral. 188 3–A beleza de todos nós 4– Diferentes olhares 1 – Reportagem 2 – Artigo de opinião 1 – Artigo de opinião 2 – Crônica argumentativa 2 – O homem de cabeça... II 1 – Inteligência é fundamental 2 – Não é o que você vê 1 – A epidemia da beleza 2 – O peso do estereótipo 1 – Indigência sexual... 2 – Coro que não se deve ouvir 1 – Vista cansada 2 – O amor por entre o verde XXXXXX XXXXXX XXXXXX XXXXXX A seção “No mundo da fala” apresenta a atividade de elaboração de um seminário. Não são apontadas características específicas da oralidade. XXXXXX A seção “No mundo da fala” aponta a feitura de uma exposição oral. Sem marcas de oralidade específicas. XXXXXX XXXXXX