Impresso
Especial
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SBDens
CORREIOS
FILIADA À:
Informativo Oficial da ABrASSO - Associação Brasileira
de Avaliação Óssea, Osteoporose e Osteometabolismo
Edição nº 38 - ano XIX - Jul a Set de 2013
EDITORIAL
Mais Médicos, mais saúde e mais
Conectividade Óssea
S
em médicos em áreas remotas do
país, o governo federal decidiu chamar profissionais de saúde estrangeiros para ocupar vagas ociosas. Sem o
devido amadurecimento da estratégia
e com nítido lastro eleitoreiro, a iniciativa tem causado rebuliço e indignação,
além de inúmeras ações dos órgãos e
entidades médicas, acadêmicas e societárias ao redor do país.
Ações nas mídias sociais nos convidam a pensar um país onde haja não
apenas mais médicos, mas também
mais hospitais, mais infraestrutura, mais
professores, mais trabalho, mais justiça
e menos corrupção. Apesar da controvérsia, é uma oportunidade para pensarmos, discutirmos e avançarmos nos
desafios que cercam a assistência à saúde em doenças osteometabólicas.
A ABRASSO convoca a todos os profissionais envolvidos nessa assistência para
juntar forças e fazer deste sonho, uma
realidade de união e força capaz de nos
engrandecer a todos. Nosso congresso
anual, o BRADOO (5° Congresso Brasileiro
de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo), será realizado em outubro,
em Porto de Galinhas (PE) e será o mo-
mento para realinhar caminhos, aprender
e crescer com os colegas. Confira mais informações no site da ABRASSO!
O Conectividade Óssea, instrumento de
comunicação da nossa Associação, mantém sua missão de contribuir com a educação médica continuada em doenças
osteometabólicas e apresenta mais um
número recheado de novidades, conhecimento e contribuições relevantes dos
muitos especialistas que reforçam cientificamente a nossa sociedade.
Nesta edição, o artigo científico traz
uma revisão muito interessante acerca do
papel da progesterona sobre a biologia
óssea e as implicações clínicas desta relação. Uma avaliação do risco de fraturas
em pacientes infectados pelo HIV é apresentada no artigo comentado.
Ponto de interesse crescente na literatura e na prática clínica, a utilização do TBS
– Trabecular Bone Score é apresentada no
conexão diagnóstica, enquanto recentes
contribuições da ciência básica para o entendimento da fisiopatologia e tratamento das doenças osteometabólicas é elegantemente discutida no conexão básica.
A estrutura básica do boletim foi mantida e consolidada com as sessões já tra-
dicionais, como Canal do
Leitor, Agenda, Destaques e Divulgue sua
Tese, convidando
todos a participar nos próximos números. Os
colegas e associados são convidados
a visitar no nosso site
recém-reformatado e enviar suas contribuições.
Esta edição do Conectividade Óssea espera
que todos tenham uma
boa leitura e reforça seu
compromisso de manterse ativo como canal de comunicação aberto a todos os seus associados,
coordenando esforços para alcançar a
atualização profissional e manter a nossa
união na busca de mais saúde óssea.
ARTIGO CIENTÍFICO
CONEXÃO DIAGNÓSTICA
CONEXÃO BÁSICA
Entre as inúmeras intervenções farmacológicas reconhecidas para a prevenção e tratamento da osteoporose pósmenopáusica, a Terapia Hormonal
Estroprogestativa tem um papel diferenciado pelas suas complexas ações
esqueléticas e extra- esqueléticas (...)
PG. 06
Em 2001, a osteoporose foi redefinida como uma combinação de massa
óssea diminuída e alterações na qualidade óssea (com anormalidades
microarquitetura), resultando em
diminuição da resistência óssea com
aumento do risco de fraturas (...)
PG. 13
Avanços nas técnicas de biologia
molecular ampliaram de forma expressiva o conhecimento da fisiologia, genética, fisiopatologia e da
terapêutica. Esse ganho de informação é particularmente notável na
área do osteometabolismo (...)
PG. 16
Boa leitura!
Charlles H. de Moura Castro
Elaine de Azevedo
José Augusto Sisson de Castro
Maria Celeste Osorio Wender
Vera Lúcia Szejnfeld
EXPEDIENTE
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
Informativo Oficial da ABrASSO - Associação
Brasileira de Avaliação Óssea, Osteoporose e
Osteometabolismo - ed. 38 · ano XIV · julho a
setembro de 2013.
Rua Itapeva, 518, Ed. Scientia - cj. 111/112 - Bela Vista
CEP: 01332-000 - São Paulo (SP) - Tel: (11) 3253-6610
Fax: (11) 3262-1511 - E-mail: [email protected]
Jornalista responsável: Renato H. S. Moreira (Mtb 338/86 - ES)
ANOTE NA
AGENDA
Outubro
04-07
Presidência:
João Lindolfo Cunha Borges
Vice-presidência:
Sebastião C. Radominski
1º Secretário: Sergio Setsuo Maeda
2º Secretário: Fernanda Cardoso Lopes
1º Tesoureiro: Luiz Claudio G. de Castro
2º Tesoureiro: Marcelo Medeiros Pinheiro
Diretora Científica:
Vera Lúcia Szejnfeld
Diretoria do Programa de Qualidade:
Jose Ricardo Anijar
Diretoria de Comunicação:
Elaine Azevedo
Diretoria do Comitê Clínico:
Marise Lazaretti Castro
Conselho Fiscal:
Cristiano Augusto de Freitas Zerbini, João Francisco Marques Neto, Victória Zeghbi Cochenski Borba,
Marise Lazaretti Castro
Coordenador do Curso E-DXA:
Guilherme Cardenaz de Souza
Outubro
09-12
Outubro
14-16
Outubro
24-26
Coordenador do Osteometa:
Vera Lucia Szejnfeld
Coordenador do TDOC:
Laura Maria Carvalho de Mendonça
Coordenador do Body Comp:
Luiz Claudio Gonçalves de Castro
Comitê de Comunicação:
Elaine Azevedo, Charlles Heldan de Moura Castro,
José Augusto Sisson de Castro, Maria Celeste Osorio
Wender, Vera Lucia Szejnfeld
Comitê Clínico (epidemiologia, osteometabolismo, básica):
Marise Lazaretti Castro, Francisco Jose Albuquerque de Paula, Ben-Hur Albergaria, Bernardo Stolnicki, Carolina Aguiar Moreira Kulak, Cristiano
Augusto de Freitas Zerbini, Dalisbor Marcelo Weber Silva, Diogo Souza Domiciano, Francisco Alfredo Bandeira e Farias, Henrique Mota Neto, Jaime
Kulak, Jaime Sanson Danowski, João Francisco
Marques Neto, Lindomar Guimarães Oliveira, Luiz
Henrique Maciel Griz, Marcio Passini Gonçalves de
Souza, Maria Marta Sarquis Soares, Nilson Roberto
de Melo, Pérola Grinberg Plapler, Rosa Maria Rodrigues Pereira, Victoria Zeghbi Cochenski Borba,
Ligia Araujo Martini, Cecilia Helena de Azevedo
Gouveia
Comitê Diagnóstico (DXA e outros métodos
diagnósticos inclusive laboratoriais):
Mirley do Prado, Cynthia Maria Álvares Brandão,
Claudio Marcos Mancini Junior, Charlles Heldan
de Moura Castro, Jose Ricardo Anijar, Francisco
de Paula Paranhos Neto, Laura Maria Carvalho
de Mendonça, Luiz Henrique de Gregório, Maria
Lucia Fleiuss de Faria, Maria Guadalupe Barbosa
Pippa, Guilherme Cardenaz de Souza
Outubro
25-30
Outubro
26-27
Novembro
13-16
Novembro
07-09
Novembro
20-23
TIRAGEM: 3.000 exemplares (especial)
EDITORAÇÃO:
2
RH comuni cação
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
Fev/2014
20-22
S
T
Q Q
S
S D
ÁRIO
CALEND
ASBMR 2013 Annual Meeting
Local: Baltimore – MD, EUA
www.asbmr.org/Meetings/FutureAnnualMeetings.aspx
42º Congresso Brasileiro de Radiologia – CBR
2013
Local: Curitiba –PR
http://www.cbr.org.br
IV ECCOMAS Thematic Conference on Computational Vision and Medical Image Processing
Local: Melia Madeira Mare Hotel, Funchal, Madeira - Portugal - www.fe.up.pt/vipimage
5º Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo - V BRADOO
Local: Porto de Galinhas - PE
www.bradoo.com.br
The ACR/ARHP Annual Meeting
Local: San Diego, CA
https://www3.cmrreg.com/acr_5v/welcome/index.html
Curso e Exame de Certificação em Densitometria
Óssea ABRASSO
Local: ABRASSO (SP)
http://www.abrasso.org.br
5º Congresso Brasileiro de Ginecologia
e Obstetrícia
Local: Salvador, BA
Curso Clínico Avanzado de Osteoporosis
Local: San José, Costa Rica
www.menopausiacr.com
[email protected]
XXX Congresso Brasileiro de Reumatologia
Local: Recife, PE
1st IOF North American Regional Meeting and
1st IOF-ISCD
Orlando (EUA)
http://www.iof-iscd-meeting.org/orlando-2014/
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
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Os editores ([email protected]).
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Sugestões, críticas, considerações
serão muito bem recebidas.
Aguardamos seu contato.
do
ESTE ESPAÇO É SEU!
d
Prezados associados,
Esta é a nossa última prestação de contas referente ao quadrimestre. De acordo com o novo estatuto, esta gestão termina no final de outubro
próximo, após o BRADOO. Foi um ano árduo, de muita doação pessoal e coletiva, mas os frutos colhidos deram uma boa safra.
A principal preocupação dessa gestão foi realizar atividades científicas no mais alto nível com o propósito de manter a educação continuada em
doenças osteometabólicas. Fizemos vários eventos que foram bem aceitos pelos sócios e pela indústria. Foram feitos cinco cursos Osteometa,
sendo quatro em São Paulo, em nossa sede, e um em Brasília; em parceria com a ISCD/IOF, realizamos dois cursos de Composição Corporal e dois
cursos Osteoporosis Essentials (ex curso de certificação), um curso para operadores e quatro outros E-DXA (curso prático de densitometria).
Será ainda realizado mais um Osteoporosis Essentials, em Porto de Galinhas, durante o V BRADOO.
Orgulhosamente, pela primeira vez em nosso país, realizaremos o “I Workshop de Integração das Ciências Básicas e Clínicas em
Osteometabolismo” um curso de medicina translacional, onde discutiremos dados obtidos na bancada do laboratório junto com informações
que obtemos em nossa prática clínica.
Ainda teremos o V BRADOO, muito bem organizado e pronto para começar. Mais de 70 estudos de todo o Brasil foram enviados para apresentação
oral e pôster. Foram convidados quatro speakers internacionais e ainda haverá mais 1 ou 2 trazidos pela indústria farmacêutica.
Dentre as outras funções da ABRASSO, sempre tencionando ajudar em várias frentes, mantivemos constante contato com o Ministério da
Saúde. Respondemos a pareceres solicitados pelos Ministérios da Saúde e Público, aumentando a visibilidade de nossa Associação.
Com a participação de sócios de todas as regionais, no dia 19 de julho de 2013, em nossa sede em São Paulo, discutimos e aprovamos o novo
estatuto da ABRASSO.
Procuramos, dentro do possível, deixar a casa mais organizada, com as contas em dia e dinheiro em caixa para as próximas gestões.
Quero agradecer a todos que nos ajudaram de toda e qualquer maneira. Sem o apoio e participação dos sócios não teríamos chegado
até aqui.
Até o BRADOO! Esperamos você.
João Lindolfo B Cunha
Presidente da ABRASSO
Prezados,
Gostaria de agradecer a forma carinhosa e ao mesmo tempo profissional com que fui recebida no curso OSTEOMETA no último sábado.
Foi um grande prazer constatar a excelência do curso, a generosidade dos professores e a competência de todo o staff da ABRASSO.
São experiências como estas que nos enchem de alegria. Foi um sábado maravilhoso! Tenham certeza que o sucesso desta parceria científica
nos deixa muito orgulhosos!
Parabéns a todos os envolvidos!
Abraços e até breve!
Márcia Pinheiro
Márcia Regina T. Pinheiro, MD
Medical Science Liaison
GlaxoSmithKline Brazi
Governo do Estado de Minas Gerais
Gabinete do Governador
Belo Horizonte, 20 de agosto de 2013-09-15
Prezado presidente João Lindolfo C. Borges,
Agradeço o gentil convite para participar do Tour da Saúde Óssea, em Belo Horizonte, cumprimentado a Associação Brasileira de Avaliação
Óssea e Osteometabolismo (ABrASSO) pela valiosa iniciativa em prol da saúde.
Cordialmente,
Antonio Augusto Junho Anastasia
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
3
A diferença na proteção contra fraturas.
1
Prolia® é contraindicado para pacientes que apresentam hipocalcemia. Não foram conduzidos estudos sobre interações
medicamentosas de Prolia®.
Material de divulgação exclusiva para profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos. Recomenda-se a leitura da bula e da monografia do produto antes da prescrição
de qualquer medicamento. Mais informações à disposição sob solicitação ao Serviço de Informação Médica (DDG 0800 701 2233 ou http://www.sim-gsk.com.br).
3&1&/4&#3%/#'&7
SERVIÇO DE INFORMAÇÃO MÉDICA
0800 701 2233 www.sim-gsk.com.br
3 cm
C 0 M 40 Y 100 K 0
C 26 M 10 Y 0 K 0
Pantone 7409C
Pantone 2708C
C 100 M 75 Y 10 K 0
C 20 M 0 Y 0 K 50
Pantone 2945C
Pantone 7544C
www.gsk.com.br
&TUSBEBEPT#BOEFJSBOUFTt+BDBSFQBHVÈ
3JPEF+BOFJSPt3+t$&1
$/1+
Referencias Bibliográficas: 1. CUMMINGS, SR.
et al. Denosumab for prevention of fractures in
postmenopausal women with osteoporosis. N Engl J
Med, 361: 756-65, 2009.
LEIA ESTA BULA ATENTAMENTE ANTES DE
INICIAR O TRATAMENTO.
I – Identificação do medicamento
Prolia® denosumabe
Apresentação
Solução injetável.
O produto é apresentado em 1 seringa preenchida
(1,0 mL).
Uso subcutâneo.
Uso adulto (a partir de 18 anos).
Composição
Uma dose de 1,0 mL de Prolia® contém 60 mg de
denosumabe.
Excipientes: ácido acético glacial, hidróxido de sódio,
sorbitol, polissorbato 20, água para injeção.
II – Informações ao paciente
1. Para que este medicamento é indicado?
Prolia® é indicado para tratar:
- Osteoporose em mulheres na fase de pósmenopausa. Nessas mulheres, Prolia® aumenta
a densidade mineral óssea (DMO) e reduz a incidência
de fraturas de quadril, de fraturas vertebrais e não
vertebrais.
- Perda óssea em pacientes submetidos
a tratamentos de câncer de próstata ou de mama
que causam diminuição hormonal. Nos pacientes
com câncer de próstata, Prolia® reduz a incidência
de fraturas vertebrais.
2. Como este medicamento funciona?
Prolia® contém denosumabe, uma proteína (chamada
de anticorpo monoclonal) que interfere na ação
de outra proteína a fim de tratar a perda óssea e a
osteoporose. O osso é um tecido vivo que se renova
durante todo o tempo. O estrogênio é um hormônio
que ajuda a manter os ossos saudáveis. Após
a menopausa, os níveis de estrogênio caem, o que
costuma tornar os ossos mais finos e frágeis. Isso
pode às vezes levar a uma condicão chamada de
osteoporose. Muitas mulheres com osteoporose
não apresentam sintomas, mas correm o risco de
sofrer fraturas ósseas, especialmente na coluna,
no quadril e nos punhos. Cirurgias ou tratamentos
medicamentosos de pacientes com câncer de
próstata ou de mama que interrompem a produção de
estrogênio ou de testosterona também podem levar
à perda óssea. O osso se torna mais fraco e se quebra
mais facilmente.
3. Quando não devo usar este medicamento?
Contraindicações
Este medicamento não deve ser utilizado caso você tenha
hipocalcemia (baixa quantidade de cálcio no sangue).
4. O que devo saber antes de usar este
medicamento?
Converse com seu médico sobre a importância do
consumo adequado de cálcio e de vitamina D durante
o tratamento com Prolia®. A hipocalcemia (baixa
quantidade de cálcio no sangue) precisa ser corrigida
pela ingestão adequada de cálcio e de vitamina antes
do início do tratamento. O médico deve acompanhar
os níveis de cálcio caso você tenha predisposição
à hipocalcemia (ver o item “Quais os males que este
medicamento pode me causar?”). Num estudo clínico
conduzido com mais de 7.800 mulheres em pósmenopausa com osteoporose, infecções graves que
levaram à necessidade de internação foram relatadas
com uma frequência maior no grupo de Prolia® do que
no grupo de placebo. Infecções graves na pele (0,1%
placebo vs. 0,4% Prolia®) assim como infecções na
região do abdômen (0,7% placebo vs. 0,9% Prolia®), do
trato urinário (0,5% placebo vs. 0,7% Prolia®) e ouvido
(0,0% placebo vs. 0,1% Prolia®) foram mais frequentes
em pacientes tratados com Prolia®. A inflamação de
algumas regiões no coração (endocardite) também foi
relatada mais frequentemente no grupo de pacientes
tratados com Prolia® (não houve ocorrência em
pacientes recebendo placebo, mas houve relatos
em 3 pacientes recebendo Prolia®). A incidência de
infecções que se aproveitam da queda da imunidade
(oportunistas) foi semelhante entre os grupos placebo
e Prolia® e a incidência do total de infecções foi
semelhante entre os grupos de tratamento. Informe
seu médico imediatamente caso você apresente
dor, calor, vermelhidão e inchaço no local (infecção
profunda ou superficial da pele). Informe seu médico
caso você tenha alergia ao látex (a proteção da agulha
da seringa preenchida contém um derivado do látex).
Houve relatos de casos de osteonecrose da mandíbula
(ONM), doença que atinge os vasos sanguíneos do
osso, predominantemente em pacientes com câncer
em estágio avançado que recebiam 120 mg de Prolia® a
cada 4 semanas. Também houve relatos, embora raros,
de ONM em pacientes com osteoporose que tomavam
60 mg de Prolia® a cada 6 meses (ver o item “Quais os
males que este medicamento pode me causar?”).
Uso em crianças, idosos e outros grupos de risco
Crianças
Não se recomenda o uso de Prolia® para pacientes
pediátricos porque a segurança e a eficácia deste
medicamento não foram estabelecidas para esse
grupo de pacientes.
Idosos
Com base nos dados disponíveis de segurança
e eficácia, concluiu-se que não é necessário nenhum
ajuste de dose em idosos.
Insuficiência renal
Com base nos dados disponíveis de segurança
e eficácia, concluiu-se que não é necessário nenhum
ajuste de dose para pacientes com insuficiência
renal. Os pacientes com insuficiência renal grave
ou que se submetem a diálise correm maior risco
de desenvolver hipocalcemia. A ingestão adequada
de cálcio e de vitamina D é importante nesses casos.
Insuficiência hepática
A segurança e a eficácia de Prolia® para os pacientes
com insuficiência hepática não foram estudadas.
Gravidez
Não há dados disponíveis sobre o efeito deste
medicamento na gravidez, portanto não se
recomenda o uso de Prolia® para mulheres grávidas.
Lactação
Não se sabe se o denosumabe é excretado no leite
humano. Como este medicamento tem o potencial
de causar reações adversas em bebês que são
amamentados, o médico deve avaliar a interrupção
do aleitamento ou do uso de Prolia®.
Este medicamento não deve ser utilizado por
mulheres grávidas sem orientação médica.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e de
operar máquinas.
Não houve estudos sobre o efeito na capacidade de
dirigir veículos ou de operar máquinas pesadas em
pacientes sob tratamento com denosumabe.
Interações medicamentosas
Não houve estudos sobre interações de Prolia® com
outros medicamentos – ou seja, sobre a interferência
deste medicamento no efeito de outros e vice-versa.
Informe seu médico se você está fazendo uso de
algum outro medicamento. Não use medicamento
sem o conhecimento do seu médico. Pode ser
perigoso para a sua saúde.
5. Onde, como e por quanto tempo posso guardar
este medicamento?
Cuidados de conservação
O produto deve ser armazenado em temperatura de
2°C a 8°C, protegido da luz. Não o congele. A seringa
deve ser mantida em sua embalagem original até
o momento de uso do produto.
Número do lote e datas de fabricação e validade:
vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade
vencido.
Guarde-o na embalagem original.
Aspecto físico/Características organolépticas
Solução transparente, incolor ou ligeiramente
amarelada, que pode conter resíduos de partículas
proteináceas translúcidas ou brancas. Antes de
usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele
esteja no prazo de validade e você observe alguma
mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para
saber se poderá utilizá-lo. Todo medicamento deve
ser mantido fora do alcance das crianças.
6. Como devo usar este medicamento?
Modo de usar
Pessoas sensíveis ao látex não devem manusear
a proteção da agulha da seringa preenchida
descartável, que contém borracha natural seca
(um derivado do látex).
Antes da administração, a solução de Prolia®
deve ser inspecionada para detecção de material
particulado e de descoloração. A solução não deve
ser usada se estiver turva ou com a coloração
diferente da descrita acima (vide item “Como e por
quanto tempo posso guardar este medicamento?”).
Não agite. Para evitar desconforto no local da injeção,
deixe a seringa preenchida atingir a temperatura
ambiente (até 25°C) antes da aplicação. Injete
lentamente todo o conteúdo da seringa preenchida.
Descarte qualquer produto medicinal que
permanecer na seringa preenchida. As instruções
de autoadministração por injeção subcutânea estão
listadas a seguir. Deve-se descartar qualquer produto
não usado ou material residual, de acordo com as
normas locais.
Método de administração
A administração deve ser feita por uma pessoa
adequadamente treinada em técnicas de injeção.
Seu médico prescreveu uma seringa preenchida de
Prolia® para injeção no tecido existente logo abaixo
da pele (tecido subcutâneo). Você tem de injetar todo
o conteúdo (1 mL) da seringa preenchida de Prolia®,
e a injeção deve ser aplicada uma vez a cada 6 meses,
conforme as instruções do médico ou do profissional
de saúde.
Equipamento
Para aplicar uma injeção, você precisará de:
1. uma seringa preenchida nova de Prolia®;
2. um chumaço de algodão com álcool ou produto
similar.
O que fazer antes de aplicar uma injeção subcutânea
de Prolia®
1. Remova a seringa preenchida do refrigerador.
NÃO pegue a seringa preenchida pelo êmbolo nem
pela ponteira da agulha.
2. A seringa preenchida pode ser deixada fora do
refrigerador até atingir a temperatura ambiente.
Isso tornará a injeção menos incômoda. NÃO aqueça
a seringa de nenhuma outra maneira (nem no forno
de micro-ondas nem em água quente). Não deixe
a seringa exposta à luz direta.
3. NÃO agite excessivamente a seringa preenchida.
4. NÃO remova a ponteira da agulha da seringa
preenchida até o momento da injeção.
5. Verifique o prazo de vencimento no rótulo da
seringa preenchida.
NÃO use o produto se a data já tiver ultrapassado
o último dia do mês impresso.
6. Verifique a aparência de Prolia®, que deve ser de
uma solução transparente, incolor ou ligeiramente
amarelada. A solução não deve ser injetada se estiver
turva ou com a coloração diferente da descrita acima.
7. Escolha uma superfície confortável, bem iluminada
e limpa, e coloque todo o equipamento ao alcance
das mãos.
8. Lave as mãos
cuidadosamente.
Onde você deve aplicar a
injeção?
Os melhores locais
para
injeção
são
a parte superior das coxas e o abdômen.
A área externa dos braços também pode ser utilizada.
Descarte de seringas usadas
ä NÃO coloque a ponteira da agulha de volta nas
seringas usadas.
ä0DQWHQKDDVVHULQJDVXVDGDVIRUDGRDOFDQFHHGD
vista das crianças.
A seringa usada deve ser descartada de acordo com
as normas locais. Pergunte ao farmacêutico como
descartar medicamentos que já não são necessários.
Essas medidas ajudarão a proteger o meio ambiente.
Instruções para injeção de Prolia® com a seringa
preenchida equipada com proteção manual da
agulha
Importante: para reduzir o risco de ferimentos
acidentais com a agulha, a seringa preenchida
descartável de Prolia® tem uma capa de segurança
verde; ative essa capa depois da aplicação da injeção.
NÃO mova a capa de segurança verde para a frente,
ao longo da agulha, antes de administrar a injeção; o
Capa protetora
(plástico verde)
Êmbolo
Janela
Ponteira
da agulha
(plástico
transparente)
Empunhadeira
(plástico transparente)
dispositivo travará e impedirá a aplicação da injeção.
Ative a capa de segurança verde (movendo-a ao
longo da agulha) depois da administração da injeção.
A ponteira cinza da agulha da seringa preenchida
descartável contém borracha natural seca (um
derivado do látex). Pessoas sensíveis ao látex não
devem manusear a
ponteira.
1º- passo: remova
a ponteira cinza da
agulha.
Remova a ponteira
da agulha.
2º- passo: aplique a
injeção. Insira a agulha e
injete todoo líquido. NÃO
ponha a ponteira cinza
de volta na agulha.
3º- passo: mova imediatamente a capa de segurança
verde ao longo da agulha. Com a ponta da agulha
voltada para a direção oposta à sua, segure
a seringa preenchida pela empunhadura de plástico
transparente com uma das mãos. Em seguida, com
a outra mão, segure a capa de segurança verde pela
base e mova-a suavemente em direção à agulha até
que trave com firmeza e/ou você ouça um clique.
NÃO segure a capa de segurança verde com força
– ela se moverá com facilidade se você a segurar
e puxar suavemente. Segure a empunhadura.
Mova suavemente a capa
de segurança verde ao
longo da agulha e trave-a
com firmeza no lugar.
NÃO segure a capa com
muita força ao movê-la ao
longo da agulha. Descarte
imediatamente a seringa
e a ponteira da agulha no
recipiente apropriado mais
próximo. Não ponha a
ponteira da agulha de volta na seringa usada.
Posologia
A dose recomendada de Prolia® é uma injeção
subcutânea única de 60 mg administrada uma
vez a cada 6 meses. Os pacientes devem receber
suplementos de cálcio e de vitamina D durante
o tratamento. Siga a orientação do seu médico,
respeitando sempre os horários, as doses
e a duração do tratamento. Não interrompa
o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
7. O que devo fazer quando eu me esquecer de usar
este medIcamento?
Em caso de dúvidas, procure orientação do
farmacêutico ou do seu médico.
8. Quais os males que este medicamento pode me
causar?
Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos
pacientes que utilizam este medicamento):
catarata2, dor nas extremidades.
Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos
pacientes que utilizam este medicamento): infecção
profunda ou superficial da pele (celulite) irritação da
pele 3 (eczema). Reações raras (ocorrem de 0,01% a
0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
osteonecrose da mandíbula (doença que acomete os
vasos sanguíneos do osso). Reações muito raras
(ocorrem em menos de 0,01% dos pacientes que
utilizam este medicamento): hipocalcemia (baixa
quantidade de cálcio no sangue)1.
1. Ver o item “O que devo saber antes de usar este
medicamento?”
2. Nos homens com câncer de próstata sob terapia
de privação androgênica.
3. Inclui dermatite (inflamação da pele), dermatite
alérgica, dermatite atópica e dermatite de contato.
Atenção: este produto é um medicamento novo
e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia
e segurança aceitáveis, mesmo que indicado
e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos
adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse
caso, informe seu médico.
9. O que fazer se alguém usar uma quantidade
maior do que a indicada deste medicamento?
Não há dados disponíveis de estudos clínicos sobre
superdosagem de Prolia®. No entanto, em estudos
clínicos preliminares, denosumabe foi administrado
em doses maiores, de até 180 mg a cada 4 semanas
(doses cumulativas de até 1.080 mg durante
6 meses), representando 18 vezes a posologia
recomendada para o tratamento da osteoporose
(60 mg a cada 6 meses).
Em caso de uso de grande quantidade deste
medicamento, procure rapidamente socorro
médico e leve a embalagem ou bula do
medicamento se possível. Ligue para 0800 722 6001
se você precisar de mais orientações.
III – Dizeres Legais
MS: 1.0107.0288
Farm. Resp.: Milton de Oliveira
CRF-RJ Nº- 5522
Fabricado por: Amgen Manufacturing Ltd.
State Road 31, Km 24,6 – P.O. Box 4060 – Juncos –
00777-4060, Porto Rico
Registrado e Importado por: GlaxoSmithKline Brasil
Ltda. Estrada dos Bandeirantes, 8.464 – Rio de
Janeiro – RJ – CNPJ: 33.247.743/0001-10
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA.
Nº- de lote e data de fabricação e validade: vide
embalagem. Esta bula foi aprovada pela ANVISA em
26/12/2011. BL_PROLIA_CCDS3_IPI02_P_V14
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
ARTIGO CIENTÍFICO
Progesterona e osso
1. Introdução
ntre as inúmeras intervenções farmacológicas reconhecidas para a
prevenção e tratamento da osteoporose pós-menopáusica, a Terapia Hormonal Estroprogestativa tem um papel diferenciado pelas suas complexas ações
esqueléticas e extra- esqueléticas. Os
estrogênios, usados isoladamente ou
em combinação com os progestogênios, são bem conhecidos por prevenir
a perda óssea devido ao seu efeito inibidor fisiológico na reabsorção óssea
mediada pelos osteoclastos. Isto resulta
em redução do risco de fraturas osteoporóticas, demonstrada de maneira
definitiva no estudo Women´s Health
Initiative1. Entretanto, há evidência limitada para um efeito independente de
progestogênios no osso.
O objetivo deste artigo, portanto,
é rever a evidência de efetividade dos
progestogênios na redução da perda
óssea em mulheres com osteoporose
pós-menopáusica. De maneira especial,
vamos detalhar os efeitos da tibolona,
único progestogênio com comprovada
eficácia anti-fratura2.
E
2. Visão geral dos Progestogênios
Progestogénios são compostos que
apresentam atividade progestacional, ou seja, apresentam a capacidade
de induzir um endométrio secretório
para suportar a gestação. Nas mulheres pós-menopáusicas, progestogênios são utilizados principalmente
para proteger contra a hiperplasia do
endométrio durante a terapia com estrogênio. Estes compostos podem ser
divididos em dois tipos: natural e sintéticos. Existe apenas um progestogênio
natural, a progesterona. Em contraste,
há uma variedade de progestogênios
sintéticos que estão disponíveis para
uso terapêutico, que variam muito na
sua estrutura química. Por conveniência, estes foram classificados em dois
grupos: 1) os estruturalmente relacionados com a Progesterona e 2) aqueles
estruturalmente relacionados com a
Testosterona, A figura 1 apresenta os
diferentes progestogênios e sua classificação farmacológica.
3. Estudos Pré-clínicos
Em estudos experimentais, Progesterona e promegestona foram capazes de estimular o número de células
osteoblásticas humanas derivadas da
crista ilíaca, além de aumentarem as
concentrações de TGF-β, o IGF-1 e IGF-2
3
. A didrogesterona parece ter uma influência estimulante sobre osteoblastos
comparável à progesterona natural4.
Noretindrona, em concentrações picomolares, teve efeitos sobre uma linha
de células de osteossarcoma e, em concentrações nanomolares, foi capaz de
estimular a síntese de colagéno em cultura de calvária murina5. Outros estudos
forneceram provas de uma influência
da progesterona sobre a proliferação
de osteoblastos de calvárias de fetos de
rato6 e na proliferação das células progenitoras de osteoblastos7.
Embora os dados sejam preliminares,
a progesterona e progestogênios parecem modular a remodelação óssea,
resultando em proteção contra a perda
óssea. Este efeito parece ser mediado,
pelo menos em parte, pela expressão
de receptores da progesterona em osteoblastos, bem como através do recep-
Esteróide
Natural
Sintéticos
Estrutura relacionada à
Progesterona
Nativo:
• Progesterona
Pregnano derivados:
• MPA
• Megestrol acetato
• Ciproterona acetato
• CHormadinona acetato
• Medrogestona
• Dydrogesterona
19-Norpregnano
Derivados
• Nomegestrol acetato
• Demegestona
• Trimegestona
• Promegestona
• Nesterona
Figura 1. Classificação dos Progestogênios
6
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
Etinilados
Estrutura relacionada à
Testosterona
• Noretindrona
• Noretinodrel
• Lynestrenol
• Norenthindrona acetato
(NETA)
• Etinodiol Acetato
• Tibolona
• Levonorgestrel
• Desogestrel
• Norgestimate
• Gestodene
Não-Etinilados
• Dienogest
• Drospirenona
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tor de glicocorticoides, possivelmente
através da redução da influência de glicocorticoides8. O quadro geral é a favor
de um efeito trófico no osso exercido
pela progesterona, embora dados comparativos não estejam disponíveis para
diferentes progestogênios. A conclusão
é que os estudos in vitro fornecem alguma evidência de um efeito benéfico dos
progestogênios no osso. No entanto,
os resultados dos estudos clínicos são
certamente mais importantes no julgamento destes efeitos.
4. Estudos Clínicos
Acetato de noretindrona foi capaz
de prevenir a reabsorção óssea em
mulheres na pós-menopausa sem a
adição de estrogênios concomitantemente9. Altas doses de Acetato de
Medroxi Progesterona (AMP) causam
uma redução parcial na reabsorção óssea10 e a AMP, em doses cíclicas, pode
aumentar a densidade mineral óssea
em mulheres na pré-menopausa com
ciclos menstruais anovulatórios ou
com de fase lútea curta11. No entanto,
investigações clínicas sobre o efeito da
progesterona foram inconclusivas12.
Outros progestogênios não foram
adequadamente estudados. Assim,
existem evidências limitadas de um
efeito independente da progestogénios no osso, com exceção da tibolona,
que será abordada a seguir.
5. Farmacologia da Tibolona
A tibolona, um progestogênio análogo ao noretinodrel, tem um mecanismo único de ação e é considerado hoje
como pertencendo a uma classe especial de compostos que pode ser mais
bem classificada como reguladores seletivos da atividade estrogênica tecidual (Selective Tissue Estrogenic Activity
Regulators -STEARs13.
Após administração oral, a tibolona
é bioconvertida, no intestino e pelo fígado, em metabólitos que têm propriedades estrogênicas (3-alpha e 3-beta
hidroxi-tibolona) e progestogênicas /
androgênicas (delta 4- tibolona)14.
6. Tibolona na prevenção de
Fraturas Osteoporóticas
O Million Women´s Study foi um estudo observacional conduzido em mulheres no Reino Unido, com idade entre
50-69 anos, projetado para investigar os
efeitos das diversas terapias hormonais
em vários desfechos de saúde, como
câncer e fratura osteoporótica15. Em
comparação com as não-usuárias, as
mulheres que utilizaram apenas estrogênios, regimes estro-progestativos, ou
tibolona mostraram magnitude muito
semelhante na redução do risco de fraturas (36, 42 e 33%, respectivamente).
O estudo LIFT (Long-Term Intervention on Fractures with Tibolone)16 foi
delineado para avaliar definitivamente a eficácia anti-fratura da tibolona.
Este estudo envolveu 4.538 mulheres
com osteoporose, com idade média de
68 anos; os critérios de inclusão foram
DMO na coluna lombar ou fêmur total
correspondente a um T-score ≤ -2,5 ou
≤ 2.0 se fratura vertebral prévia estivesse presente em radiografias iniciais. Estas mulheres foram randomizadas para
receber placebo ou 1,25 mg de tibolona e, após um seguimento médio de 2,7
anos, a tibolona reduziu a incidência de
fraturas vertebrais em 45%, fraturas não
vertebrais em 26% câncer de mama, em
68% e câncer de cólon em 69%. Este
estudo foi interrompido 2 meses antes
do término previsto para 3 anos porque
o objetivo primário (redução de fraturas) foi atingido. Além disso, a tibolona
aumentou o risco de acidente vascular
cerebral, embora o risco absoluto fosse
pequeno.
7. Conclusões
Os modelos animais e em estudos in
vitro fornecem algumas evidências de
que os progestogênios podem ter um
efeito estimulador sobre a formação
óssea e reduzir a remodelação óssea.
A partir de dados disponíveis sobre estudos in vivo em seres humanos, não
há nenhuma indicação de que os progestogênios possuam atividades antagonistas de estrogênio sobre o osso.
A tibolona, até o momento, é o único
progestogênio com evidência de eficácia anti-fratura demonstrada adequadamente.
3-F.A. Trémollieres, D.D. Strong, D.J. Baylink et al. Progesterone and promegestone stimulate bone cell
proliferation and insulin-like growth factor-2 production. Acta Endocrinol., 126 (1992), pp. 329–337
4-H.J. Verhaar, C.A. Damen, S.A. Duursma et al. A comparison of the action of progestins and estrogen on
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5-K.H. Lau, S.P. Wang, T.A. Linkhart et al. Picomolar norethindrone in vitro stimulates the cell proliferation
and activity of a human osteosarcoma cell line and
increases bone collagen synthesis without an effect
on bone resorption J. Bone Miner. Res., 9 (1994), pp.
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6-L. Chen, J. Scholler, N.T. Foged Effects of progesterone on proliferation and differentiation of fetal rat
calvarial osteoblasts in vitro Chung Hua Fu Chan Ko
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7-F.A. Trémolierres, F. Capilla, F. Cigagna et al. Augmentation de la prolifération cellulaire par l’acétate
de nomégestrol dans des cultures d’ostéoblastes humains Reprod. Hum. Horm., X (1997), pp. 8–24
8-Y. Ishida, Y. Ishida, J.N. Heersche Pharmacological
doses of medroxyprogesterone may cause bone loss
through glucocorticoid activity: an hypothesis Osteoporos Int., 13 (2002), pp. 601–605
9-Abdalla
HI,
HartDM,Lindsay
R,
Leggate
I,HookeA1985 Prevention of bone mineral loss in
postmenopausal women by norethisterone. Obstet
Gynecol 66:789–792
10-Gallagher JC, Kable WT, Goldgar D 1991 Effect of
progestin therapy on cortical and trabecular bone:
comparison with estrogen. Am J Med 90:171–178
11-Prior JC, Vigna YM, Barr SI, Rexworthy C, Lentle
BC 1994 Cyclic medroxyprogesterone treatment increases bone density: a controlled trial in active women with menstrual cycle disturbances. Am J Med
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12-Prior JC, Tremollieres F, Forsmo S, Seifert-Klauss
V 2006 Unsuccessful attempt to demonstrate
progesterone’s bone formation actions. Am J Obstet
Gynecol 194:1502–1503;
13-Kloosterboer HJ. Tibolone: a steroid with a tissuespecific mode of action. J Steroid Biochem Mol Biol.
2001;76:231–238.[PubMed: 11384882
14-Vos RM, Krebbers S, Verhoeven C, Delbressine L.
In vivo human metabolism of tibolone. Drug Metab
Dispos 30:106-12, 2002
15-Banks E, Beral V, Reeves G, Balkwill A, Barnes I, for
the MillionWomen tudy Collaborators. Fracture incidence in relation to the pattern of hormone therapy
in postmenopausal women. JAMA 2004;291:2212–
2220.
16-Cummings SR, Ettinger B, Delmas PD, Kenemans
P, Stathopoulos V, Verweij P, Mol-Arts M, Kloosterboer
L, Mosca L, Christiansen C, Bilezikian J, Kerzberg EM,
Johnson S, Zanchetta J, Grobbee DE, Seifert W, Eastell
R; LIFT Trial Investigators. The effects of tibolone in older postmenopausal women. N Engl J Med. 2008 Aug
14;359(7):697-708.
REFERÊNCIAS
1-Rossouw JE, Anderson GL, Prentice RL, LaCroix AZ,
Kooperberg C, Stefanick ML, Jackson RD, Beresford
SA, Howard BV, Johnson ,KC, Kotchen JM. 2002 Risks
and benefits of estrogen plus progestin in healthy
postmenopausal women: principal results from the
Women’s Health Initiative randomized controlled
trial. JAMA 288:321–333
2-Cummings SR, Ettinger B, Delmas PD, Kenemans P,
Stathopoulos V, Verweij P, Mol-Arts M, Kloosterboer
L, Mosca L, Christiansen C, Bilezikian J, Kerzberg EM,
Johnson S, Zanchetta J, Grobbee DE, Seifert W, Eastell
R; LIFT Trial Investigators. The effects of tibolone in older postmenopausal women. N Engl J Med. 2008 Aug
14;359(7):697-708.
Ben-Hur Albergaria
Professor de Epidemiologia Clínica
da Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES) Presidente da Comissão
Nacional de Osteoporose da Febrasgo
Pesquisador clínico do Centro de
Diagnóstico e Pesquisa da Osteoporose
(CEDOES)
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7
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conforme Resolução RDC n0 359/03
8
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9
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
ARTIGO COMENTADO
Infecção por HIV é fortemente
associada ao risco de fraturas de quadril
independentemente da idade, gênero e
comorbidades
Robert Güerri-Fernadez et al.
Journal of Bone and Mineral Research, volume 28, No. 6, junho 2013
V
ários estudos têm relatado que pacientes HIV+ tem menor densidade
mineral óssea (DMO) e maior taxa de
perda óssea quando comparados à população geral1,2. Entretanto, a correlação
destes achados com incidência maior
de fraturas em pacientes HIV+ tem se
mostrado inconclusiva.3,4.
Güerri-Fernandez e cols.5 compararam a taxa de fraturas em pessoas infectadas e não infectadas por HIV durante
um período de dois anos (entre 2007 e
2009). Analisaram registros de 1.118.156
pacientes na Catalunha (Espanha), número que representa cerca de 30% da
população espanhola. Deste número,
2.489 (0.22%) eram casos prevalentes
ou incidentes de HIV. Os participantes
foram seguidos por cerca de 2,997 anos.
Os óbitos durante o período foram de
7,2% e 3,7% entre HIV + e não infectados, e as perdas de follow-up de 3,7% e
2,3% respectivamente.
Na comparação versus a população
geral, os participantes HIV+ eram significativamente mais jovens (50 (7,6) vs
61,3 (14,2) anos), mais magros (IMC 24,5
(4,4) vs 28,4 (4,9)), mais frequentemente do sexo masculino (75,3% vs 47,8%),
fumantes (53,3% vs 18,9%), alcoolistas (2,7% vs 1,8%), hepatopatas leves
(34,3% vs 2,3%), hepatopatas graves
(0,4% vs 0,1%) e com alguma malignidade (3,8% versus 2,9%).
Durante o período do estudo foram evidenciadas 49 e 24.408 fraturas clínicas (12
e 7.299 fraturas de quadril) entre pacientes HIV+ e não infectados, respectivamente. As taxas não ajustadas de incidência
de fraturas foram de 8,03/1000 pacientes/ano (95% IC 6,07–10, 62) e 7,93/1000
(7,83–8,03). As taxas de fraturas clínicas de
acordo com as idades em pacientes HIV+
10
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e não infectados estão na figura 1.
As taxas de incidência de fraturas de
quadril foram de 2,03 (1,15–3,57) entre
HIV+ e de 2,37 (2,31–2,42) entre não
infectados . As razões de chance (HR)
ajustadas para sexo e idade para todas
as fraturas clínicas, não de quadril, e de
quadril para os pacientes HIV+ foram
2,67 (2,01–3,53p<0.001), 2,39 (1,76–3,25
p<0.001), e 6,16 (3,49–10,86 p<0.001),
respectivamente.
O risco de fratura permaneceu elevado entre o grupo HIV+ mesmo após
ajuste para potenciais fatores de confusão como IMC, fumo, álcool, uso de corticóide e história de comorbidades (os
HR foram de 1,75 (1,24–2,48; p= 0.002),
1,63 (1,12–2,37; p=0.010), e 4,72 (2,35–
9,47; p<0.001). Após estratificação por
idade, a associação entre infecção por
HIV e fraturas maiores deixou de ser
significativa para o grupo abaixo de 59
anos, mas pareceu ainda mais forte entre pacientes com mais idade (HR ajustado de 2,11 [1,05–4,22] p=0,035).
Os principais achados do estudo foram que os pacientes HIV+ apresentaram cerca de 4 vezes mais risco de incidência de fratura de quadril (HR 4,72;
IC 95% 2,35–9,47) quando comparados
com pacientes não infectados, após
ajuste. Resultado semelhante, mas de
5
4,5
HIV infected
HIV uninfected
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
40-45
45-50
50-55
55-60
60-65
65-70
70-75
75-80
Fig. 1. Age-specific fracture incidence rates (per 100 person-years) in HIV-infected
versus uninfected patients.
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menor magnitude, foi observado nas
fraturas não de quadril (HR 1,63; 95%IC
1,12–2,32) e em todas as fraturas clínicas
(HR 1,75; 95% IC, 1,24–2,48). Embora o
estudo apresente dados bastante representativos (30% da população espanhola), coletados em situação bem próxima
da realidade e com pequena perda de
seguimento (< 2,5%), os próprios autores assumem algumas limitações.
Entre as limitações salienta-se o fato
das fraturas não terem sido validadas, a
falta de informações detalhadas sobre
as infecções pelo HIV (carga viral, estadiamento da doença), bem como uso
de anti-retrovirais (por serem fornecidos gratuitamente na Espanha, eles não
aparecem nestes registros) e o pequeno
número de pacientes HIV+ entre a faixa
etária mais avançada.
Além destes fatores, é preciso ter cuidado na interpretação dos resultados
devido à possibilidade de diferenças
entre os dois grupos de pacientes que
podem representar risco aumentado de
fratura e que não foram ajustados (como
uso de opióides, diferenças no estado
nutricional e uso de anti-depressivos) ou
que foram incompletamente ajustados
(ou seja, fatores de confusão residuais)6.
Apesar das limitações descritas, este
estudo traz importante contribuição sobre a informação de um aumento de ris-
co de fratura em pacientes infectados por
HIV. Da mesma forma, levanta a questão
da necessidade ou não de estratégias de
prevenção de fraturas nesta população,
como condutas de rastreamento ou indicações para iniciar tratamentos diferenciados da população geral.
Quais seriam as causas do aumento
de risco de fratura entre os pacientes
HIV+ além dos tradicionais (fumo, álcool, baixo IMC, uso de opióides e hipogonadismo)? Qual a contribuição do
aumento da inflamação sistêmica e do
uso de anti-retrovirais? Estas e outras
questões ainda precisam ser respondidas em futuros estudos.
Enquanto isso, nós clínicos, sabendo
deste risco aumentado de fraturas entre
pacientes HIV+, devemos nos concentrar em implementar medidas de prevenção primária junto a esses pacientes
(como mudanças comportamentais
incluindo redução de álcool e fumo e
aumento de atividade física como musculação), na identificação de condições
de comorbidades (como o hipogonadismo), na avaliação do risco de quedas
e no rastreamento da densidade óssea.
Naqueles pacientes já com osteoporose estabelecida o regime de antiretrovirais de escolha deve ser aquele
com menor toxicidade óssea. Enquanto
não tivermos novos dados disponíveis,
as orientações relativas ao tratamento
da osteoporose em pacientes HIV+ devem ser as mesmas de pacientes não
infectados, e as medidas de prevenção
primária de redução de risco de fratura
devem ser asseguradas.
Referências:
1-Knobel H, Guelar A, Vallecillo G, et al. Osteopenia
in HIV-infected patients: is it the disease or is it the
treatment?. AIDS. 2001; 15(6):807–8.
2-Arnsten JH, Freeman R, Howard AA, et al.Decreased
bone mineral density and increased fracture risk in
agingmen with or at risk for HIV infection. AIDS. 2007;
21(5):617–23.
3-Collin F, Duval X, Le Moing V, et al. ANRS CO8 APROCO-COPILOTE study group. Ten-yearincidence and
risk factors of bone fractures in a cohort of treated
HIV1-infected adults. AIDS. 2009; 23(8):1021–4.
4-Prior J, Burdge D, Maan E, et al. Fragility fractures
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case-control population-based study. Osteoporos
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5-Güerri-Fernandez R, Vestergaard P, Carbonell C et al.
HIV Infection Is Strongly Associated With Hip Fracture
Risk, Independently of Age, Gender, and Comorbidities: A Population-Based Cohort Study. JBMR, 2013;
28 (6):1259–1263
6-Brown TT. HIV: An Underrecognized Secondary Cause of Osteoporosis?JBMR, 2013, 28 (6):1256–1258.
Maria Celeste Osorio Wender
Professora Associada Ginecologia
Universidade Federal do RS
Coordenadora Ambulatório de
Climatério do HCPA
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA - ABRASSO
A Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO) convoca
seus associados, nos temos dos artigos 43, 44 do seu Estatuto Social, para ASSEMBLEIA
GERAL ORDINÁRIA, a ser realizada no Hotel Summerville, sito À Praia de Muro Alto, s/n, em
Porto de Galinhas (PE), dia 25/10/2013, às 17horas e 30 minutos, em primeira convocação
e, às 18 horas em segunda convocação será com o coro presente, para tratar da seguinte pauta:
1) Prestação de contas das gestões com exercício de outubro de 2011 a dezembro2012 e
janeiro a setembro de 2013;
2) Eleger Diretoria Nacional para o período nov. 2014 a nov. 2016
3) Assuntos Gerais
São Paulo, 19 de Setembro de 2013.
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
11
Simultaneamente aumenta a
formação óssea e diminui a reabsorção1
ÃO NO
INOVAÇ TO DA
EN
TRATAM ROSE1
O
OSTEOP
Eficácia contra fraturas vertebrais e de quadril3-4
1. Marie PJ, Ammann P, Boivin G, Boivin G, et al. Calcif Tissue Int. 2001; 69: 121-129.
2. European Summary of Product Characteristics.
3. Meunier PJ, Roux C, Seeman E, et al. N Engl J Med. 2004; 350: 459-468
4. Reginster JY, Seeman E, De Vernejoul MC, et al. J Clin Endocrinol Metab. 2005;90(5):2816-2822
Contraindicação: Hipersensibilidade à substância ativa
Interação Medicamentosa: Medicamentos que
contenham cálcio
Registro: MS-1.1278.0070
Apresentação e Composição: cada sachê contém 2 g de ranelato de estrôncio. Indicação: Tratamento da osteoporose da pós-menopausa para reduzir o risco de fratura vertebral
e de quadril. Dose: Um sachê ao dia, ao se deitar, diluído em um copo com água. Propriedades: Agente para a osteoporose que aumenta a formação óssea ao mesmo tempo em
que reduz a reabsorção óssea, resultando num reequilíbrio do turnover ósseo em favor da formação óssea. Protos reduz significativamente o risco de fraturas vertebrais em mulheres
osteoporóticas na pós menopausa, com ou sem fratura prévia, e também reduz significativamente o risco de fraturas de quadril. Contraindicações: hipersensibilidade à substância
ativa ou a qualquer dos excipientes. Interações: deve ser tomado com um intervalo de 2 horas da ingesta de alimentos, leite e seus derivados, e de medicações contendo cálcio.
Deve ser tomado 2 horas antes do uso de antiácidos. O tratamento deve ser suspenso em caso de uso de tetraciclina oral ou antibioticoterapia com quinolona. Efeitos adversos:
Comuns: Náusea, diarréia, fezes moles, cefaléia, dermatite, eczema, entre outros. Precauções: Não é recomendado a pacientes com clearance de creatinina abaixo de 30 mL/
min, por falta de dados. Contraindicado em pacientes com risco aumentado de tromboembolismo venoso (TEV), incluindo pacientes com história prévia de TEV. Use indutivamente
associado a espectometria plasmática de emissão atômica ou espectometria de absorção atômica para avaliar a concentração urinária e plasmática de cálcio, pois o estrôncio
interfere com métodos colorimétricos. Use com cautela em pacientes com fenilcetonúria, pois Protos contém fenilalanina. Venda sob
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Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
CONEXÃO DIAGNÓSTICA
TBS – Trabecular Bone Score e a
avaliação da microarquitetura óssea
E
m 2001(1), a osteoporose foi redefinida
como uma combinação de massa óssea
diminuída e alterações na qualidade óssea
(com anormalidades microarquitetura),
resultando em diminuição da resistência
óssea com aumento do risco de fraturas. O
diagnóstico da osteoporose baseia-se na
medida da densidade mineral óssea areal
(DMO) usando densitometria óssea com
dupla emissão de raios X (DXA). Os resultados são apresentados como a diferença, em desvios padrões (DP), com o pico
de massa óssea (T-score). A Organização
Mundial da Saúde (OMS) define a osteoporose como um T-score menor ou igual
a -2,5(2). No entanto, existe uma considerável sobreposição entre os valores da DMO
em pacientes com e sem fraturas(3). Dessa
forma, várias estratégias tem sido usadas
para melhorar a predição de fraturas utilizando-se a densitometria. Na prática clínica, o médico pode avaliar o risco de fratura
para um paciente individual com base em
vários fatores, como idade, peso, história
de fraturas após 50 anos de idade, fratura
em parentes de primeiro grau (pais), tabagismo, ingestão de álcool, uso de glicocorticóides e causas secundárias de osteoporose, com ou sem a combinação com
a DMO areal. Estas variáveis podem, por
exemplo, ser incorporadas na ferramenta
FRAX, recentemente validada pela OMS,
ou algoritmos similares para o cálculo do
risco absoluto de fratura em 10 anos e para
otimizar as decisões de tratamento(4).
Além da DMO, vários outros parâmetros
que podem ser medidos através da DXA
podem ajudar a identificar pacientes com
alto risco de fraturas. Tais parâmetros incluem o comprimento do colo do fêmur, o
ângulo colo-diáfise, o momento de inércia,
e a espessura cortical. No entanto, esses
parâmetros são úteis para a investigação
epidemiológica mas não são apropriados
para a avaliação de pacientes individuais.
Por outro lado, a microarquitetura do osso
esponjoso, fator determinante da resistência óssea, não pode ser medido por DXA.
Melhorias tecnológicas nas imagens de
raios-X em alta resolução e na ressonância magnética estão fornecendo cada vez
mais dados precisos sobre a microarquitetura óssea. Entretanto, tais tecnologias só
Charlles Heldan de Moura Castro
podem ser usados em sítios periféricos e
ainda não foram incorporadas em protocolos padronizados.
Para atender a necessidade de uma ferramenta clínica capaz de avaliar a microarquitetura óssea, o score do osso trabecular
(TBS do inglês, Trabecular Bone Score) foi
desenvolvido(5). O TBS foi descrito como
um parâmetro de textura que reflete as
variações da escala de cinza do pixel em
imagens de DXA. Estas variações podem
refletir a microarquitetura, mas é importante lembrar que o tamanho do pixel nas
máquinas de DXA atualmente disponíveis
é cerca de quatro vezes maior do que o tamanho médio trabecular.
O método do TBS foi descrito inicialmente em imagens de microtomografia
computadorizada em 3D (CT) (5), e foi subsequentemente adaptado para imagens
de DXA, que são projeções 2D (semelhante a radiografias). O método TBS pode ser
usado na prática quotidiana em imagens
de DXA da coluna lombar e aguarda desenvolvimento para aplicação nas imagens do quadril.
O princípio do cálculo do TBS foi publicado em 2008(5). O TBS analisa variações
na escala de cinza em imagens de projeção 2D. O método TBS foi desenvolvido utilizando imagens de μCT em 3D de
amostras de osso trabecular (vértebras,
colo do fêmur) de cadáveres humanos.
Cada imagem 2D dentro da reconstrução
3D da μCT é binarizada por meio de um
limiar universalmente aceito: entre os pixels na imagem 2D, aos correspondentes
ao osso é atribuído um valor de 1 e aos
que correspondem aos espaços intertrabeculares, um valor de 0. Os valores dos
voxels (0 ou 1) ao longo do eixo de projeção (anteroposterior para as vértebras)
são somados. Este método produz uma
imagem 2D final em escala de cinza. As
variações na escala de cinza dos pixels
localizados perto um do outro (1 a 10 em
passos de 1 pixel na descrição inicial),
em múltiplas direções aleatórias constituem o variograma experimental. O TBS
é a inclinação na origem deste variograma experimental em uma representação
log-log(5). O TBS foi descrito como uma
"nova medição de textura em escala de
cinza que utiliza um variograma experimental de imagens de projeção 2D" (5).
A imagem da DXA é uma imagem de
projeção 2D com base na absorção de
raios-X tendo duas fontes de energias diferentes. O TBS é calculado usando dados de
computador não processados (dados brutos) a partir da aquisição da DXA. O cálculo
do TBS baseia-se na absorção de raios-X
por tecidos (que depende do coeficiente
de atenuação linear de todos os tecidos),
semelhante ao cálculo da DMO. No entanto, os cálculos de TBS e da DMO a partir de
dados brutos são feitos separadamente,
e através de diferentes métodos. O TBS é
determinado após a medida da DMO e na
mesma região de interesse. O TBS é calculado tal como descrito acima com base
no declive na origem do variograma da
imagem bruta, utilizando um algoritmo
de adaptação para as características das
imagens de DXA.
Os defensores do TBS indicam que a
interpretação do TBS é em grande parte
intuitiva. A imagem 3D de uma rede densa de trabéculas produz uma imagem de
projeção 2D com muitas variações de
nível de cinza de pequena amplitude e,
portanto, uma inclinação íngreme do
variograma e um alto valor para o TBS
(microarquitetura associada com boa
resistência mecânica). Um valor baixo de
TBS, em contraste, indica microarquitetura com pobre qualidade com alguma
variação na escala de cinza de considerável amplitude e, portanto, uma ligeira
inclinação na origem do variograma. Tal
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
13
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
como acontece com a DMO, os valores
de TBS são dados para cada vértebra e
para toda a região de interesse. Os valores em cada ponto são mostrados em
cores codificadas (verde, amarelo e vermelho) no relatório.
O software para computação do TBS
(TBS InSight®) é um aplicativo distribuído
pela Med-IMAPS (França) e pode ser instalado em máquinas de DXA de alto desempenho (GE Lunar: Prodigy e iDXA ; Hologic
: QDR 4500, Discovery e Delphi).
Em um estudo de 2008(6, 7), 40 vértebras
foram fotografadas usando μCT (GE ) e
DXA (Prodigy), com aquisição anteroposterior e cálculo do TBS e da DMO. Não foi
encontrada correlação significativa entre
TBS e DMO (r = 0,07 (6), r = 0,24 (7)). O TBS
correlacionou-se significativamente com
o número de trabéculas e com a separação trabecular(7). Nenhuma correlação foi
relatada entre os parâmetros da DMO e
da microarquitetura .
Embora o TBS tenha sido proposto
como um parâmetro que reflete a microarquitetura óssea(5), um ponto crítico é que a
correlação entre o TBS e os parâmetros da
microarquitetura óssea varia amplamente
entre os sítios esqueléticos, os parâmetros da microarquitetura analisados e o
desenho do estudo. Em alguns estudos ,
a correlação entre TBS e um determinado
parâmetro da microarquitetura é positivo,
enquanto em outros estudos, a correlação
é negativa. Além disso, é difícil compreender a relação entre a microarquitetura óssea e o TBS. Por exemplo, quando a
espessura trabecular diminui, aumenta o
TBS . Isso parece contradizer o que sabemos sobre microarquitetura trabecular
e resistência óssea, isto é, uma estrutura
com elevada espessura trabecular é mais
forte do que uma estrutura com trabeculado fino. Assim, estes resultados paradoxais parecem demonstrar que o TBS não
é uma medida direta, mas uma avaliação
indireta da microarquitetura óssea.
Não há estudos in vivo, estabelecendo
correlações definitivas entre TBS e parâmetros da microarquitetura. Em recente
estudo ex vivo, mostrou-se que o TBS reflete a microarquitetura do osso trabecular
e é um preditor independente de comportamento mecânico vertebral. No entanto,
a adição das medidas do TBS à DMO não
melhorou significativamente a previsão da
força vertebral em relação às medidas de
DMO isoladamente(8).
A macro-arquitetura óssea, isto é, a
geometria vertebral, pode influenciar o
TBS. In vivo, as variações de nível de cinza
relacionados com a forma e o tamanho
14
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
vertebral, a heterogeneidade entre os
detectores da máquina de DXA, e o ruído de imagem, são sobrepostas sobre as
variações de nível de cinza relacionados
com a microarquitetura.
Três estudos clínicos publicados avaliaram a capacidade do TBS para distinguir
pacientes com fraturas por fragilidade
daqueles sem fraturas(9-11). Estes estudos
transversais indicam que o TBS é capaz
de separar os indivíduos com fraturas dos
controles sem fraturas e que o poder discriminativo do TBS é semelhante ou superior ao da DMO. Tais estudos também
sugeriram que a combinação do TBS com
a DMO proporciona uma melhor discriminação que a DMO sozinha.
Dois outros estudos indicam que não só
a DMO, mas também o TBS pode prever
a ocorrência de fraturas por fragilidade(12,
13)
. Se a combinação do TBS com a DMO
melhora a predição de fraturas ainda não
é consenso entre os estudos(12-14). Um achado interessante desses estudos é que, entre os pacientes com fraturas e osteopenia,
39% estavam no menor tercil do TBS(14),
indicando que o TBS mostrou fragilidade
óssea em mais de um terço dos pacientes
com T-score entre -1.0 e -2.5.
Em conclusão, o TBS atende a necessidade por um método não invasivo para
avaliar a microarquitetura óssea, um fator
determinante da resistência óssea. Além
disso, o TBS pode ser estimado de forma
muito simples, utilizando a DXA amplamente disponível e durante o mesmo procedimento para medida da DMO. O TBS é
um valor quantitativo que é reprodutível e
fácil de manusear. No entanto, vários pontos precisam ser destacados.
Em virtude da resolução espacial e por
óbvias razões técnicas, o TBS correlacionase com, mas não mede, a microarquitetura
óssea. Tais correlações variam significativamente dependendo do local de medida, e
de acordo com pontos de medição, e de
acordo com os parâmetros da microarquitetura óssea avaliada.
Os resultados clínicos obtidos em grandes populações demonstram que não só
a DMO, mas também o TBS prevê fraturas
por fragilidade e que a combinação de TBS
com DMO melhora a capacidade de predição de novas fraturas.
Para a avaliação do risco de fraturas, os
principais fatores de risco como idade,
DMO, história de fratura , uso de glicocorticóides e IMC devem ser levados em conta.
Este novo índice corrobora mais uma vez
a visão de que o risco de fraturas por fragilidade não é completamente capturado e
medido pela DMO.
No entanto, apesar de a microarquitetura poder influenciar o TBS, não há provas
suficientes de que a medida do TBS forneça informações confiáveis sobre o estado
da microarquitetura do osso em um determinado paciente. Estudos prospectivos
serão necessários para confirmar o papel
do TBS na avaliação do risco de fraturas e
seu potencial para auxiliar na tomada de
decisões terapêuticas.
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5. Pothuaud L, Carceller P, Hans D. Correlations between
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6. Pothuaud L HrA, Barthe N, Isidore MP, Carceller P, Hans
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7. Pothuaud L HrA, Carceller P, Hans D TBS of the AP spine
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8. Roux JP, Wegrzyn J, Boutroy S, Bouxsein ML, Hans D,
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9. Pothuaud L, Barthe N, Krieg MA, Mehsen N, Carceller P,
Hans D. Evaluation of the potential use of trabecular bone
score to complement bone mineral density in the diagnosis of osteoporosis: a preliminary spine BMD-matched,
case-control study. Journal of clinical densitometry : the
official journal of the International Society for Clinical Densitometry. 2009;12(2):170-6. Epub 2009/02/03.
10. Rabier B, Heraud A, Grand-Lenoir C, Winzenrieth R,
Hans D. A multicentre, retrospective case-control study
assessing the role of trabecular bone score (TBS) in menopausal Caucasian women with low areal bone mineral
density (BMDa): Analysing the odds of vertebral fracture.
Bone. 2010;46(1):176-81. Epub 2009/09/15.
11. Winzenrieth R, Dufour R, Pothuaud L, Hans D. A retrospective case-control study assessing the role of trabecular
bone score in postmenopausal Caucasian women with osteopenia: analyzing the odds of vertebral fracture. Calcified
tissue international. 2010;86(2):104-9. Epub 2009/12/10.
12. Hans DB GA, Krieg MA, Leslie WD. Bone micro-architecture assessed by TBS predicts clinical spine fractures independently of BMD in 29407 women aged 50 and older: the
Manitoba Prospective Study. ASBMR; Denver2009.
13. Hans DB GA, Krieg MA, Leslie WD. Bone micro-architecture assessed by TBS predicts clinical spine fractures independently of BMD in 22234 women aged 50 and older: the
Manitoba Prospective Study. . ASBMR; Denver2009.
14. Boutroy S HD, Sornay-Rendu E, Vilayphiou N, Winzenrieth R, Munoz F, Chapurlat R Trabecular bone score helps
classifying women at risk of fracture: a retrospective analysis of the OFELY study. ASBMR; Toronto2010.
Charlles Heldan de Moura Castro
Assistente Doutor da Disciplina de
Reumatologia da UNIFESP/EPM
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
15
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
CONEXÃO BÁSICA
Ciência Translacional : “da bancada do
laboratório à beira do leito”
A
vanços nas técnicas de biologia
molecular ampliaram de forma expressiva o conhecimento da fisiologia,
genética, fisiopatologia e da terapêutica. Esse ganho de informação é particularmente notável na área do osteometabolismo. Basta lembrar que o esqueleto,
tido apenas como um órgão de sustentação/locomoção até poucos anos, é
hoje reconhecido como órgão capaz de
influenciar a homeostasia energética,
estando conectado a diversos órgãos,
como o pâncreas endócrino ou o tecido adiposo, através de mecanismos eficientes de feedback(1, 2).
A pesquisa básica tem sido peça
fundamental para esse ganho de conhecimento. Entre as várias técnicas
disponíveis para o estudo do metabolismo ósseo, algumas se destacam.
Osteoblastos, osteoclastose osteócitos
maduros ou seus precursorespodem
ser cultivados in vitro, possibilitando o
estudo do efeito direto de drogas, hormônios, e, até mesmo,de estímulos mecânicos sobre essas células. Além disso,
células ósseas podem ser cultivadas
“lado a lado” com outros tipos celulares,
permitindo o estudo da interação entre
elas(1). No entanto, experimentos in vivo,
mais sofisticados, reproduzem melhor
os processos observados em humanos.
Modelos animais simulam a osteoporose na pós-menopausa com a simples
realização da ovariectomia, sendo os
roedores (ratos ou camundongos), os
modelos mais comumente utilizados. A
semelhança genômica entre homens e
camundongos, assim como a facilidade
de reprodução e manutenção desses
animais, possibilitou o desenvolvimento de vários modelos de doenças humanas nesses animais.
Na área do metabolismo ósseo, há
modelos disponíveis de osteogêneseimperfecta, raquitismo hipofosfatêmico, hipoparatiroidismo, entre
outros(3, 4). Além disso, técnica relativamente simples permite, em camundongos, a deleção ou hiperexpressão
de genes exclusivamente em osteoblastos, osteoclastos ou osteócitos(5).
16
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
Uma breve descrição de projetos de
pesquisa são aqui relatados para ilustrar como a pesquisa básica pode contribuir para a prática clínica.
Em 2007, artigo pioneirodemonstrou
quea osteocalcina, proteína fundamental para formação óssea e exclusivamente secretada por osteoblastos, aumenta
a secreção de insulina pelas células ß e
reduz a resistência insulínica(1). Estudos
mais recentes identificaram que a insulina, por sua vez, exerce efeito direto
em osteoblastos, confirmando interação bidirecional entre osso e pâncreas
endócrino(6). Através da deleção de dois
fatores de transcrição – FoxO1 e ATF4 –
exclusivamente em osteoblastos, a ação
da osteocalcina no metabolismo glicêmico foi confirmada, e tais fatores de
transcrição foram implicados diretamente nesse processo(7, 8). A hiperglicemia
foi confirmada quando camundongos
transgênicos foram gerados com número reduzido de osteoblastos (a partir da
expressão de substância tóxica exclusivamente nessas células ósseas). Injeções
de osteocalcina melhoraram o quadro
hiperglicêmico desses animais, confirmando o envolvimento desta proteína
no controle glicêmico exercido pelo
tecido ósseo(9). A importância da osteocalcina no controle da glicemia foi corroborada por diversos estudos clínicos
que demonstraram correlação inversa
entre níveis circulantes de osteocalcina
e glicemia de jejum, HbA1C, HOMA-IR,
triglicérides e circunferência abdominal
em pacientes normais e diabéticos(10).
Em conjunto, essas observações levaram a um projeto de colaboração entre a
Sanofi-Aventis e o laboratório do DrKarsenty, na ColumbiaUniversity, que visa
o estudo do uso de osteocalcina para o
tratamento de diabetes(11).
Além da interação osso-metabolismo
glicêmico, osteoblastos e, mais recentemente, osteócitos, vem sendo reconhecidos como importantes controladores da função hematopoiética(12, 13). Na
medula óssea, células hematopoiéticas
coabitam com células endoteliais, fibroblastos, osteoblastos, entre outras, em
um microambiente conhecido como
“nicho hematopoiético”. Os osteoblastos têm sido implicados como componentes fundamentais desse nicho, com
função importante para a sobrevivência
de células tronco hematopoiéticas, bem
como para a diferenciação de linfócitos
B. Estudos recentes demonstraram que
mutações genéticas nos osteoblastos
podem desencadear quadros de mielodisplasia ou leucemia mielóide aguda em camundongos(14). Diante desses
achados, estudos na Columbia University liderados pela dra. Kousteni investigam se alterações na função ou número
dos osteoblastos poderiam influenciar o
curso da leucemia em modelos animais.
Leucemias mielóide e linfocítica são reproduzidas em camundongos com a
inoculação endovenosa de células neoplásicas específicas. Essas células são
“marcadas” com proteínas que podem
ser visualizadas por métodos de imagem, permitindo que a progressão da
doença possa ser acompanhadain vivo.
Além disso, a agressividade da doença
pode ser estimada pela análise de sobrevivência. Estudos iniciais demonstraram que camundongos leucêmicos têm
diminuição importante da massa óssea,
explicada pela redução do número e
função dos osteoblastos(15). Em contrapartida, camundongos transgênicos
gerados com redução do número usual
de osteoblastos em 50%, quando inoculados com células malignas, apresentam
piora do curso da leucemia e redução da
sobrevida, comparados a camundongos
leucêmicos selvagens(16). Esses resultados indicam que os osteoblastos exercem papel protetor, sendo importantes
para o controle da progressão leucêmica. Tais achados têm potencial aplicabilidade clínica, uma vez que o número e
função de osteoblastos podem ser farmacologicamente manipulados como
forma adjuvante no tratamento de neoplasias hematopoiéticas. De fato, essa
hipótese foi testada nesses estudos e os
resultados são promissores.
Tais exemplos confirmam que a pesquisa básica dispõe de inúmeras téc-
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
nicas para o estudo de doenças do
metabolismo ósseo e seus resultados,
além de agregar enorme conhecimento
ao campo, gera possibilidades de tratamento e/ou prevenção de doenças
ainda mal controladas pelo arsenal terapêutico disponível.
6. Ferron M, Wei J, Yoshizawa T, et al. Insulin signaling
in osteoblasts integrates bone remodeling and energy metabolism. Cell 2010, 142: 296-308.
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10. Silva B, Kousteni S. Role of Osteoblasts in Regulation of Energy Metabolism. Clinic Rev Bone Miner
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11.
http://www.prnewswire.com/news-releases/
sanofi-aventis-enters-into-research-collaborationwith-columbia-university-to-develop-new-diabetestreatments-118568724.html. Accessed on June 28,
2013.
12. Asada N, Katayama Y, Sato M, et al. Matrix-embedded osteocytes regulate mobilization of hematopoietic stem/progenitor cells. Cell Stem Cell 2013,
12: 737-47.
13. Wu JY, Scadden DT, Kronenberg HM. Role of the
Bárbara Campolina C. Silva, MD, PhD
Pesquisadora Associada, Unidade de
Doenças Ósseas, Depto. de Medicina,
Columbia University (NY). Atualmente,
faz parte da equipe de pesquisa do Dr.
John Bilezikian, na Columbia University
(NY) e participa ativamente em vários
projetos aqui citados
DESTAQUES
Jornada de Osteometabolismo, em Maringá
Com a promoção e organização da
ABRASSO-PR e apoio da ABRASSO Nacional, foi realizada, nos dias 30 e 31
de agosto, em Maringá, a III Jornada
de Osteoporose e Osteometabolismo
do interior do Paraná.
O evento contou com mais de 110
médicos e estudantes, além das pre-
senças marcantes da dra. Vera L. Szejnfeld, da disciplina de Reumatologia
da UNIFESP, e da dra. Rosa Moyses, da
nefrologia da USP.
A Jornada foi marcada por discussões
envolvendo o metabolismo ósseo e a
osteoporose, com participação ativa
dos estudantes e médicos da região.
Leila Bianchet , Jaime Kulak Jr, Presidente ABRASSO - PR, Victória
Borba, Vice; Carolina Kulak, Roberto Carneiro, Janaina Martins,
Sergio Bucharles, Gleyne Biagini, Vera L. Szejnfeld, Rosa Moyses
Vale ressaltar a homenagem feita ao
dr. Roberto Carneiro, reumatologista,
membro fundador da ABRASSO-PR e
que recentemente foi agraciado com
o título de Cidadão Honorário de Curitiba. A IV jornada já está sendo idealizada para acontecer na bela Foz do
Iguaçu (PR).
Médicos e acadêmicos de Medicina prestigiaram a III Jornada
de Osteoporose e Osteometabolismo do Paraná, realizada no
município de Maringá
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
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Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
Presença da ABRASSO no Congresso da SOGESP
C
om a colaboração do nosso querido amigo dr. Cesar Eduardo Fernandes, presidente da Associação de
Obstetrícia e Ginecologia do Estado
de São Paulo (SOGESP), a ABRASSO
pôde ter um bonito estande durante o
XVIII Congresso Paulista de Obstetrícia
e Ginecologia, que ocorreu no Transamérica Expo Center, nos dias 5,6 e 7 de
setembro de 2013.
O evento contou com uma programação científica de alto nível, permitindo
aos participantes conhecer o que há de
mais novo na área.
Muitos colegas nos visitaram e puderam se inteirar e conhecer melhor
as atividades de nossa associação.
Sejam bem vindos os novos sócios.
A ABRASSO continua a interagir com
as sociedades afins.
Sandra Rocha, secretária da ABRASSO
BREAKING NEWS
Encontro Anual da ASBMR
T
oda a comunidade científica interessada em metabolismo ósseo
e doenças osteometabólicas espera
ansiosa o próximo encontro anual da
American Society for Bone and Mineral
Research (ASBMR), a ser realizado de
4 a 7 de outubro, em Baltimore, Maryland, Estados Unidos.
Pesquisadores e clínicos de todo o
mundo se reúnem para trocar experiências e acompanhar os avanços na área.
Para este ano, o Comitê do Programa da
ASBRM desenvolveu um excelente programa científico que apresenta o mais
recente em pesquisa, tecnologia e tratamento das doenças osteo-minerais.
Os participantes terão a oportunidade
de escolher entre mais de 100 sessões,
incluindo a série Meet-the-Professor,
apresentações orais, mesas redondas
18
INFORMATIVO OFICIAL DA ABrASSO
das áreas clínica e básica e simpósios.
Este ano, a palestra “Gerald D. Aurbach", sobre sinalização Wnt e Controle de
Células-Tronco, será apresentada por
Roel Nusse, expoente reconhecido na
área e que certamente fará apresentação bastante concorrida.
Outra palestra de destaque também
muito aguardada, a palestra Louis V.
Avioli, será dada por Jane Lian, e vai
destacar “a regulação epigenética na
biologia e na patologia do tecido ósseo”. Além disso, este ano, pela primeira
vez, a ASBMR vai realizar um simpósio:
“Descobrimentos de Ponta em Biologia,
Doença e Terapêutica do Músculo”.
Aguardamos também desenvolvimentos e novidades no que diz respeito
ao tratamento da osteoporose: dados
de segurança e eficácia em 9 anos de
Baltimore é a cidade independente
mais populosa dos Estados Unidos. É
a principal cidade e centro cultural do
estado americano de Maryland
ácido zoledrônico, além dos estudos de
extensão com denosumab.
Certamente o encontro anual da ASBMR é um fórum ímpar para a troca de
conhecimento, para ver e ouvir o que há
de mais recente na ciência, fazer novas
conexões e explorar produtos e serviços
de ponta no campo das doenças osteometabólicas.
Um grande grupo de pesquisadores
brasileiros fará parte deste fórum. No
próximo Conectividade Óssea, traremos
as novidades para todos.
Edição nº 38 · ano XIX · jul a set/2013
DIVULGUE SUA TESE
Avaliação da composição corporal e do
consumo alimentar em mulheres com
Esclerose Sistêmica
RESUMO
I
ntrodução: A esclerose sistêmica (ES)
é uma doença reumática auto-imune
caracterizada por acometimento vascular da microcirculação, deposição excessiva de colágeno na pele e órgãos internos e alterações do sistema imune. São
poucos os estudos avaliando o estado
nutricional de pacientes com ES.
Objetivos:
Avaliar a composição corporal e o
consumo alimentar em mulheres com
ES em comparação a um grupo de controles pareadas para a idade e procurar
uma possível associação entre a composição corporal e forma clínica (cutânea difusa e limitada) e manifestações
clínicas da doença.
Material e métodos:
Foi realizado estudo observacional e
transversal no qual foram avaliadas 61
pacientes do sexo feminino com diagnóstico de ES segundo os critérios do
Colégio Americano de Reumatologia
(ACR), sendo 30 da forma clínica cutânea difusa e 31 da forma cutânea limitada, e 67 controles pareadas para idade.
Para aferir a composição corporal [massa muscular total (MMT), massa muscular esquelética total (MMET), massa
adiposa (MA) e percentual de gordura
total (PGT)] foi utilizado o densitômetro
de dupla emissão com fonte de raio-x
– DXA, e posteriormente calculou-se o
índice de massa muscular esquelética
(IMME). O índice de massa corporal (IMC)
foi avaliado e o consumo alimentar foi
calculado mediante o registro alimentar de 3 dias. Os dados coletados foram
transformados em energia e nutrientes
utilizando o programa Nutrition Data
System, University of Minnesota (2007).
Foi considerado significante o p<0,05.
Resultados:
As 61 pacientes com ES apresentaram
menor peso e IMC (p=0,005; p=0,023) e
também MMT, MMET, MA e PGT significativamente menores em comparação
ao grupo controle (p=0,043; p=0,015;
p=0,009; p=0,007, respectivamente).
Não houve diferença significativa na
avaliação da composição corporal entre as pacientes com ES forma cutânea
limitada e o grupo controle. Entretanto, verificou-se uma diferença significativa no peso, IMC, MMT, MMET,
IMME, MA e PGT nas pacientes com ES
com forma cutânea difusa em relação
ao grupo controle (p=0,002; p=0,001;
p=0,020; p=0,001; p=0,000; p=0,005;
p=0,002, respectivamente). A comparação entre pacientes com forma
difusa e limitada mostrou IMC, MMET
e IMME menores na forma difusa em
comparação a forma limitada (p=0,017;
p=0,022; p=0,000, respectivamente).
Observamos uma correlação inversa
e significativa entre tempo de doença
com o peso, IMC, MMT, MMET e IMME
(r=-0,328, p=0,010; r=-0,306, p=0,017;
r=-0,300, p=0,019; r=-0,334, p=0,009;
r=-0,308, p=0,016, respectivamente)
nas pacientes com ES. Houve também
uma correlação inversa e significativa
entre os valores de proteína C-reativa
e peso, IMC e MA nas pacientes com ES
(r=-0,334; p=0,020; r=-0,346, p=0,016;
r=-0,304, p=0,036, respectivamente). O consumo de energia, macronutrientes e aminoácidos essenciais
foi semelhante entre as pacientes e o
grupo controle, como também entre
as formas clínicas. Quando avaliado
o consumo dos antioxidantes verificou-se menor ingestão de vitamina A
nas pacientes com ES forma limitada
(p=0,006), como também menor ingestão de fibra alimentar solúvel na
forma limitada em relação ao grupo
controle (p=0,036).
Conclusão:
No presente estudo observamos alteração importante na composição
Thais Fernandes Marighela
corporal de mulheres com ES com forma cutânea difusa, mas não entre as
pacientes com a forma cutânea limitada da doença, independentemente do
consumo alimentar. Tal achado pode
estar relacionado à doença mais grave
nas pacientes com a forma difusa. Uma
avaliação nutricional detalhada incluindo histórico clínico e nutricional deve
ser realizada visando o melhor manejo
principalmente dos pacientes com ES
forma difusa.
Descritores:
Esclerose sistêmica, Composição corporal, Consumo alimentar.
Orientador: Cristiane Kayser
Aluna: Thais Fernandes Marighela
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19
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