Informativo semestral sobre Intoxicações Exógenas Distrito Federal, 2º semestre de 2011 Ano I Nº 2 CIT ou CIAT? SVS DIVISA SVS - Subsecretário: José GEC Carlos Valença DIVEP - CIAT Diretora: Sonia Geraldes Equipe Técnica em 2011: Andréa F. Amoras Magalhães (Responsável Técnica) Geisa Sant’Ana Luana Nascimento Costa Maria Luiza C. Almada Melo Maristela dos Reis Luz Alves Sandra Márcia da Silva (chefe) Estagiários em 2011: Enfermagem: 4 Medicina: 30 Antes, Centro de Informação e Assistência Toxicológica, subordinado à Diretoria de Vigilância Sanitária; atualmente, Centro de Informações Toxicológicas, subordinado à Gerência de Epidemiologia de Campo, ligada à Diretoria de Vigilância Epidemiológica. A nova denominação veio por meio do Decreto No. 33.834, de 05/12/2011, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal No. 232, de 06/12/2011 que trata da reestruturação da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. A denominação de CIT ou CIAT decorre da qualificação do serviço especializado em toxicologia, de acordo com a RDC - Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária No. 19, de 03 de fevereiro de 2005, que criou a Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica - RENACIAT e aprovou as “DIRETRIZES PARA QUALIFICAÇÃO desses centros”. De acordo com a RDC 19 entende-se por CENTRO DE INFORMAÇÃO E ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA a unidade especializada cuja função é fornecer informação e orientação sobre o diagnóstico, prognóstico, tratamento e prevenção das intoxicações e envenenamentos, assim como sobre a toxicidade das substâncias químicas e biológicas e os riscos que elas ocasionam à saúde, prestando assistência presencial em qualquer nível de complexidade ao paciente intoxicado e viabilizando análises toxicológicas. E entende-se por CENTRO DE INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA a unidade especializada cuja função é fornecer informação e orientação sobre o diagnóstico, prognóstico, tratamento e prevenção das intoxicações e envenenamentos, assim como sobre a toxicidade das substâncias químicas e biológicas e os riscos que elas ocasionam à saúde. Nesta qualificação o que diferencia um serviço do outro é a prestação de assistência presencial em qualquer nível de complexidade ao paciente intoxicado. No Distrito Federal essa assistência presencial ao paciente intoxicado tem sido realizada desde 2004 por meio do atendimento ambulatorial pela equipe do antigo CIAT, em parceria com o antigo DISAT hoje CEREST, onde são atendidos principalmente os pacientes expostos ocupacionalmente a produtos químicos. Atualmente na Secretaria de Saúde do Distrito Federal o que existe é o CIT – Centro de Informações Toxicológicas, que atende pelo telefone 0800 6446 774. Contatos: Telefone: 0800 644 6774 e-mail: [email protected] CIT-DF / DIVEP / SVS/SES-DF Brasília, 31 de janeiro de 2012 Dados de Atendimentos pela equipe do CIAT em 2011 Tabela 2 No ano de 2011 foram realizados 4.698 atendimentos pela equipe do CIAT, com uma média diária de 13,6. Deste total, 4.310 (91,7%) foram referentes a casos de exposição/intoxicação em humanos, 42 (0,9%) casos de intoxicação em animais e 346 (7,4%) referentes a informações sobre agentes toxicantes. Os agentes toxicantes envolvidos no processo de atendimento foram: medicamentos, com 1.537 (32,7%) casos; domissanitários, com 785 (16,7%) casos; pesticidas, com 718 (15,3%) Todos os casos de intoxicação que casos; animais peçonhentos, com 566 (12,0%) casos; produtos químicos, com 561 (11,9%) casos e ocorreram em humanos e animais foram acompanhados regularmente pela equipe do outros com 531 (11,3%) casos (Tabela 1). CIT-DF por meio de evolução clínica registrada Das intoxicações em humanos (4.310 em prontuário eletrônico. Essas evoluções são casos) foram registrados 2.225 (51,6%) casos em realizadas de acordo com a gravidade do caso homens. A maior freqüência ocorreu em crianças, nos períodos matutino, vespertino e noturno. A na faixa etária de 1 a 4 anos, com 1.836 (46,6%) maioria dos casos evoluiu para cura, mas casos. ocorreram 29 óbitos relacionados diretamente com a intoxicação, conforme Tabela 3. Tabela 1 Tabela 3 A via de exposição mais freqüente entre os casos de intoxicação humana foi oral, com 3.177 (73,7%) registros, seguida da cutânea e percutânea, incluindo nesta os acidentes por animais peçonhentos, conforme Tabela 2. No CIT-DF existem dois números de telefones 0800: um, faz parte da Rede Nacional dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica – RENACIAT, com alcance nacional e outro com divulgação no âmbito do D. Federal. Das intoxicações humanas atendidas pelo CIT-DF em 2011, 2.968 (68,9%) foram assistidos nos serviços de saúde do D. Federal e os demais em outras unidades da federação, conforme Tabela 4. Tabela 4 UM ALERTA SOBRE O CHUMBINHO: O RATICIDA CLANDESTINO Chumbinho é um produto clandestino, irregularmente utilizado como raticida. Tem este nome porque o produto não diluído tem a aparência de pequenas esferas de chumbo. Não possui registro na Anvisa, e em nenhum outro órgão de governo. A composição química encontrada na grande maioria dos ‘chumbinhos’ analisados é o agrotóxico aldicarbe (carbamato Aldicarb) que figura como o preferido pelos contraventores, assim como os agrotóxicos organofosforados. Porém, como se trata de um produto irregular, vários produtos químicos podem ser adicionados, tornando o produto ainda mais perigoso. Outras unidades da federação incluem: Existem vários produtos químicos sendo Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, vendidos ilegalmente para matar ratos. Porém Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, são muito tóxicos e têm causado danos graves Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do e até a morte de muitas pessoas, adultos e crianças, e animais domésticos, sem, no Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. No âmbito do Distrito Federal foram entanto, controlar a população de ratos. Estes assistidos, com a participação do CIT-DF, 3.167 produtos possuem vários nomes: “mil -‐ gatos”, ”pingo de ouro”, comeu-‐morreu, era-‐rato e (73,5%) pessoas vítimas de intoxicação exógena. chumbinho. Destas, 2.968 (68,9%), na rede pública de saúde O chumbinho é responsável por vários do Distrito Federal. Neste período foram atendidas acidentes tóxicos graves, assim como também 329 pessoas da comunidade do Distrito Federal, está envolvido em tentativas de auto-‐ diretamente pela equipe do CIT-DF, sem exterminio e homicídios. O paciente necessita necessidade de encaminhamento à rede pública de de tratamento efetivo e urgente. A intoxicação saúde, conforme Tabela 5. exógena por Chumbinho é hoje no Distrito Tabela 5 Federal um problema de saúde pública, dado ao crescente aumento dos casos de intoxicação. Os raticidas a base de cumaricos (anticoagulantes), são os únicos raticidas autorizados pela Anvisa, são mais efetivos e seguros, apesar de provocarem uma morte mais lenta, permitem uma maior abrangência do veneno. Nunca adquira raticidas, inseticidas e outros produtos químicos comercializados por vendedores ambulantes ou feirantes. Compre-‐ os somente em casas especializadas. Siga sempre as recomendações de uso e de aplicação contidas no rótulo. INTOXICAÇÕES EM CRIANÇAS: “O PERIGO ESTÁ DENTRO DE CASA”. A exploração do espaço é uma atividade importante para o desenvolvimento infantil. O Poeta Vinícius de Moraes em sua obra “Poema Enjoadinho”, relata muito bem as atitudes dos filhos nessa fase de descobertas quando diz: “Bebe amoníaco Comeu botão” “Chupam gilete Bebem shampoo Ateiam fogo No quarteirão” Colocar objetos na boca ou tentar pegar frascos com líquidos coloridos são comportamentos característicos das crianças, mas que também podem colocá-las em grande risco de envenenamento e intoxicação não intencional. Segundo dados mundiais, dezenas de crianças intoxicam-se todos os dias com comprimidos para dormir esquecidos nas mesas de cabeceira, detergentes guardados em armários baixos, plantas que estão no jardim ou mesmo com xaropes de uso pediátrico, que por serem doces, coloridos, são uma tentação para elas. Casos de mortes são raros, principalmente se há um contato imediato com o CIT, mas algumas intoxicações deixam lesões para o resto da vida. O CIT quando contatado, permite uma intervenção rápida e segura com relação aos procedimentos a serem tomados em função do agente tóxico. Em algumas situações, evita também que haja um deslocamento desnecessário aos hospitais, poupando recursos e tempo dos técnicos de saúde. O AMBIENTE DOMÉSTICO: ÁREAS DE RISCO DE INTOXICAÇÕES E AGENTES TÓXICOS. 1-‐ COZINHA: * detergentes * desentupidores * desengordurantes * sabões 2-‐ ÁREA DE SERVIÇO: • sabões (em pó e em pedra) • solventes • alvejantes • inseticidas • álcool • gás de cozinha • tintas 3-‐ SALA: # bebidas # plantas ornamentais # bolsas contendo medicamentos 4-‐ QUARTO: + perfumes, talco + remédios, vitaminas + inseticidas + naftalina 5-‐ BANHEIRO: Ø remédios Ø perfumes Ø cosméticos Ø desodorizantes de ambientes Ø anti-‐sépticos bucais 6-‐ JARDIM: -‐ plantas ornamentais -‐ aranhas, lagartas -‐ cobras, escorpiões -‐ insetos ALGUMAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO: * Manter todos os produtos acima citados fora do alcance das crianças, trancados em armários. * Nunca administrar medicamentos sem ler o rótulo ou no escuro, para evitar troca ou erro na dosagem e sempre com prescrição médica. * Nunca se refira a um medicamento com um doce. Se a criança tiver acesso a ele, irá ingerir todo o frasco e pode ser fatal. * Não tome medicamentos na frente das crianças. Elas tendem a imitar os adultos em gestos, atitudes (usam maquiagem, sapatos e roupas dos pais). Fonte:ANVISA. * Plantas tóxicas dentro ou fora de casa devem estar fora do alcance. Oriente a criança de que não pode comê-‐las. LEMBRE-‐SE: “AS INTOXICAÇÕES PODEM MATAR” Ligue: CIT – 0800-‐6446774