Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Informática e Estatística Disciplina: Projetos I Acadêmico: Jeverson Passing (01238337) Solução em Software Livre para informatização de pequenas empresas: uma experiência em um escritório de advocacia. O trabalho analisado tem como objeto o estudo de soluções em software livre para a informatização de pequenas empresas, a partir da análise do caso da migração de um escritório de advocacia. Caracteriza-se o software livre por ser um programa de computador que garante as seguintes liberdades ao usuário: utilizar, compartilhar, modificar e distribuir versões modificadas, tendo como pressuposto o acesso ao código-fonte. Exatamente porque na sua gênese há dispensa de direito patrimonial autoral, não incide sobre o software livre a cobrança reiterada pelo uso do software, também conhecida por royalties. Embora o preço não seja a questão do software livre e sim a liberdade, a conseqüência é que, como regra, o uso de software livre apresenta uma economia considerável aos usuários. O software livre, embora venha sendo cada vez mais utilizado, especialmente por grandes empresas e órgãos governamentais, ainda não é a regra no mercado. Por conseguinte, no âmbito das pequenas e médias empresas, o uso de softwares livres é consideravelmente pequeno. A hipótese é a de que o uso de software livre é possível e significativamente mais vantajoso em qualquer organização, inclusive por parte daquelas pequenas empresas, tradicionalmente usuárias de software proprietário. Todavia, ao contrário do que já é empiricamente conhecido acerca do software livre, a regra é o uso de programas de computador do tipo proprietários, o que remete, necessariamente, à discussão quanto à efetiva compatibilidade do uso de software livre nas organizações, especialmente nas pequenas e tradicionais - eis a problemática do presente estudo. O objetivo geral consiste em conhecer a possibilidade de êxito, os problemas e as vantagens do uso de software livre numa pequena empresa, tradicionalmente usuária de software proprietário, a partir do estudo de caso de um escritório de advocacia tradicional de Florianópolis/SC, de pequeno porte. Especificamente, objetivou-se: a) Definir e esclarecer o conceito de software livre, bem como suas caracterizações e distinções em face de outros tipos de software; b) Fazer um resgate breve do histórico do software livre; c) Apresentar alguns exemplos de projetos de software livre, bem como alguns de seus nichos de penetração, especialmente no Brasil; d) Explicitar a importância da informatização nas organizações modernas, bem como as necessidades específicas de um escritório de advocacia. e) Demonstrar a substituição dos softwares proprietários por livres num ambiente de usuários finais e inexperientes em software livre. O principal referencial teórico está assentado nas idéias de Richard Stallman no que concerne à conceituação de software livre. Já no âmbito da sociologia jurídica, especialmente para fins da análise do exercício profissional da advocacia, utilizou-se a obra do jurista Roberto Aguiar. Nesta obra clássica de defesa do software livre perante o software proprietário, o autor define um ambiente muito comum, bem como os processos envolvidos nele. Escrito de uma forma clara e prática, o conteúdo oferecido é bem detalhado, oferecendo um embasamento científico de bom nível ao leitor, tornando-o apto a perceber os aspectos positivos da solução proposta. Assim como o caso apresentado, qualquer outra organização pode economizar e usufruir das imensas vantagens do uso de uma solução livre, bastando levantar os requisitos e escolher as ferramentas corretas para a situação. Um restaurante, por exemplo, com apenas um computador, poderia obter uma grande economia ao migrar para uma solução livre. Substituindo-se o sistema operacional Windows por um Linux, utilizando um software PDV (Ponto De Venda) livre ou emulando o proprietário em um ambiente FreeDOS (implementação livre do clássico DOS) já haveria um enorme salto no gráfico de custos. Ainda neste pensamento, seria substituído o Office pelo OpenOffice, assim como o banco de dados SQL Server pelo PostgreSQL. A economia seria muitíssimo maior se o computador nunca “conhecesse” o software proprietário, mas, claro, esta é outra realidade. A questão econômica é um fato, ou seja, a solução livre é indiscutivelmente mais viável, em todos os casos considerados. Atendo-se a outros aspectos, tais como performance, segurança e robustez, temos múltiplos motivos para reforçar a idéia da migração. A performance é consideravelmente maior quando considerado o mesmo hardware. Como o Linux é muito mais enxuto, pode-se obter um desempenho similar à solução proprietária com um hardware pior que a anterior. No quesito segurança, sem maiores respaldos técnicos, conclui-se que a solução livre é excelente por dois motivos básicos: o primeiro é que a imensa maioria dos vírus e programas maliciosos é direcionada ao Windows; a segunda é a facilidade de corrigir falhas quando elas são descobertas (você não precisa esperar um “patch” da empresa proprietária). Por último tem-se a robustez, item assustadoramente melhor na solução livre. É possível que uma solução assim funcione meses ou até anos sem sequer travar ou reiniciar. Isto aumenta a confiança dos usuários no sistema, pois poderão trabalhar com seus dados de maneira segura, sem preocupações. Generalizando, mais uma vez, a solução livre é ideal para toda e qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. Acredito que este trabalho atingiu seus objetivos uma vez que consegue ater o leitor aos detalhes técnicos e filosóficos do software livre, fazendo-o decidir o que é melhor para si. Bibliografia: • Solução em Software Livre para informatização de pequenas empresas: uma experiência em um escritório de advocacia, por André Zimmermann: http://www.projetos.inf.ufsc.br/arquivos_projetos/projeto_204/tcc-spanfer.pdf