42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
1
SEBASTIÃO RODRIGO DE LIMA NASCIMENTO¹, ELIDIANE DOS
SANTOS CIRILO¹, FÁBIO JOSÉ TARGINO MOREIRA DA SILVA
JÚNIOR¹, SILMARA MARIA DE ANDRADE DA SILVA¹, MAURINA DE
LIMA PORTO²
¹ Graduando(a) do curso de Medicina Veterinária pela Universidade
Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Campus-II – Areia-PB,
Brasil.
² Professora do Departamento de Ciências Veterinárias da Universidade
Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias – Areia-PB, Brasil.
PERFIL DO CONSUMO DE LEITE CRU NO AGRESTE PARAIBANO
RESUMO
O leite é um dos alimentos de origem animal mais nutritivo e
completo. Em contra partida a falta de informações e ou hábitos antigos
levam a exposição de algumas pessoas a doenças infecciosas, pois
consomem leite cru, sem que o mesmo passe por algum processo
térmico para redução ou
eliminação total
dos
microrganismos
patogênicos. Dentro desse contexto objetivou-se avaliar o perfil dos
consumidores de Leite cru no Agreste Paraibano, totalizando 60
entrevistados, 30 na cidade de Alagoa Grande e 30 na cidade de
Esperança, onde foram avaliados através de questionários, em que
relatavam o consumo, conhecimento sobre doenças transmitidas pelo
leite cru contaminado, acondicionamento, tratamento térmico caseiro,
validade, comercialização e serviço de inspeção, onde 63% dos
entrevistados que consomem leite cru não têm conhecimento sobre este
serviço.
1482
42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
2
PALAVRAS-CHAVE:
Contaminação,
consumidores,
serviço
de
inspeção.
RAW MILK CONSUMPTION PROFILE IN AGRESTE PARAIBANO
ABSTRACT
In Paraíba, milk is one of the most consumed food, as it has a high
nutrituve value, being an almost complete food. Being so, the aim of this
research is to evaluate milk consumers profile in Agreste of Paraíba. 20
people from the Alagoa Grande, Esperança and Solânea were
interviewed, making a total of 60 interviewed people, who were
evaluated through questionnaries. The questions presented in the
questionnaries referred to milk consumption, validity, packaging,
inspection service, animal breeding associated to food quality, kind and
homemade thermal treatment. About 52% affirmed to boil the milk before
consumption.
KEYWORDS: Contamination, interviewed, inspection service.
INTRODUÇÃO
O leite é um dos alimentos mais consumidos no Brasil, a produção
leiteira brasileira está em contínua expansão, pois o Brasil ocupa o 6º
lugar na produção mundial de leite. Este alimento apresenta um alto
valor nutritivo associado com um sabor agradável, constituindo uma das
principais fontes de proteína na alimentação de animais jovens e de
humanos de todas as idades (Miller, 2008).
O leite cru é o produto da ordenha de vacas, ovelhas, cabras e
outros animais que não tenha sido pasteurizado. Os regulamentos
exigem que os produtos lácteos não pasteurizados atendam as normas
1483
42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
3
específicas de higiene e padrões microbiológicos. Na Paraíba o leite
bovino é bastante comercializado, mas em contrapartida a um
preocupante, em que, alguns consumidores estão expostos a riscos
patogênicos ao ingerir o leite cru (Fagundes, 2006).
O leite cru pode veicular inúmeros microrganismos patogênicos ao
homem. A este respeito à Organização Mundial de Saúde comprovou a
existência de sete enfermidades viróticas básicas e de 16 bacterianas
veiculadas por este produto, por isso a proibição legal imposta à
comercialização do leite cru no Brasil (Lei nº 1.283 de 18/12/ 1950 e
Decreto nº 30.691 de 29/03/1952). Assim objetivou-se com esse estudo
avaliar o perfil dos consumidores de Leite cru nas cidades de Esperança
e Alagoa Grande do Agreste Paraibano.
MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado nas cidades de Esperança e
Alagoa Grande situadas no Agreste Paraibano, sendo entrevistados 30
habitantes de cada cidade, totalizando assim 60 entrevistados. A
avaliação foi realizada através da aplicação de um questionário, durante
o mês de Julho, onde continham perguntas sobre o consumo de leite e
derivados, local de compras, transmissão de doenças, nomes das
zoonoses,
consumo
de
leite
cru,
acondicionamento,
validade,
conhecimento acerca do serviço de inspeção e conhecimento do leite
que consomem. Todos os resultados foram codificados em planilhas
Microsoft Excel, em seguida foram somados e tabulados. As
porcentagens foram arredondadas para facilitar a interpretação dos
valores.
RESULTADOS
1484
42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
4
Na cidade de Alagoa Grande, foram entrevistados 30 habitantes,
destes 60%(18/30) afirmaram consumir leite cru, destes 61%(11/18)
consomem por ser hábitos antigos e 39%(7/18) por achar mais
saboroso. Todos os entrevistados disseram ferver o leite antes do
consumo, sendo 88%(16/18) fervem ‘até subir’ e 12%(2/18) por quinze
minutos, 50%(9/18) são conscientes de que o leite pode transmitir
doenças. Quando questionados sobre o acondicionamento, 66%(12/18)
armazenam o produto na geladeira e 34%(6/18) temperatura ambiente,
88%(16/18) falaram receber o leite em casa e os outros 12%(2/18)
adquiriam em estabelecimentos. Ainda, 77%(14/18) relataram receber o
leite em mãos enquanto que 23%(4/18) eram deixados na porta de suas
casas. Em todos os casos o leite era entregue no turno da manhã entre
ás 5:00 e 08:00 horas. Em relação ao Serviço de Inspeção, 55%(10/18)
não têm conhecimento sobre esse órgão.
Na cidade de Esperança, dos 30 entrevistados, 40%(12/30)
consomem leite cru, onde 67%(8/12) por causa do sabor e 33%(4/12)
por hábitos antigos, todos entrevistados afirmaram ferver o leite, destes
67%(8/12) fervem ‘até subir’ e o restante por 15 minutos. Ainda
50%(6/12) sabem sobre doenças que podem ser transmitidas pelo
derivado, 92%(11/12) disseram receber o leite em casa e no turno da
manhã entre ás 5:00 e 9:00h enquanto que 8%(1/12) comercializam o
produto
em
estabelecimentos
em
horário
distintos,
quanto
ao
acondicionamento 83%(10/12) armazenam em geladeiras e 17%(2/12)
em temperatura ambiente, 92%(11/12) falaram receber o leite em mãos
e 8%(1/12) deixam na porta. Com relação ao Serviço de Inspeção
75%(9/12) desconhecem esse serviço.
DISCUSSÃO
1485
42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
5
Por ser um alimento bastante propício à contaminação
microbiológica, a qualidade do leite é uma constante preocupação para
técnicos e autoridades ligados à área de saúde, principalmente pelo
risco de veiculação de microrganismos relacionados com surtos de
doenças de origem alimentar (LEITE JR. et al, 2000). O beneficiamento
do leite requer a aplicação de métodos que visem à eliminação de
agentes microbianos patogênicos no leite, causadores de infecções e
intoxicações alimentares e agentes zoonóticos (Freitas, 2015).
CONCLUSÃO
Concluiu-se assim que os consumidores de leite cru do Agreste
da Paraíba estão expostos a riscos de contraírem doenças que podem
ser transmitidas pela ingestão do produto.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Agricultura. Lei nº 1.283 de 18/12/ 1950 e Decreto
nº 30.691 de 29/03/1952. Regulamento da inspeção industrial e sanitária
de produtos de origem animal – RIISPOA.
FAGUNDES, M. H. Uma nova etapa da Instrução Normativa nº 51: a
região Centro – Sul. Revista de Política Agrícola, 2006.
FREITAS, J. A. Introdução a Higiene e Conservação das MatériasPrimas de Origem Animal. Editora. Atheneu, ed. 1°, p.422, 2015.
LEITE JR, A. F. S.; TORRANO, A. D. M.; GELLI, D. S. Qualidade
microbiológica do leite tipo C pasteurizado, comercializado em João
Pessoa, Paraíba. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 14, n. 74, p. 45-49,
2000.
MILLER, N.B. Perfil do consumo de leite e derivados lácteos no
município de Calotina – ES. Especialização (Lato Sensu) - Instituto
Brasileiro de pós-graduação Qualittas. Universidade Castelo Branco. p.
83, 2008.
1486
Download

perfil do consumo de leite cru no agreste paraibano