A Química Somando Forças: Ensino e Pesquisa com Empreendedorismo e Inovação CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E SENSORIAIS DO LEITE DE VACA ESTERILIZADO (UHT) TIPO INTEGRAL, SEMI-DESNATADO E DESNATADO COMERCIALIZADO NA CIDADE DE ALFENAS-MG Carlos Eduardo Ferreira Júnior¹, César Augusto Ribeiro Eda¹, Ana Rita Thomazela Machado¹, João Eduardo 2 3 Campos¹, Silvia Silveira Clareto , Yolanda Lopes da Silva , Ana Lúcia Leite Moraes² 1 2 3 Discentes da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Docentes da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná(UNIOESTE). Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL-MG. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714 - Alfenas – MG, Brasil.- 37130-000 [email protected] Palavras chave: Leite de vaca. Leite esterilizado (UHT). Análise físico-química. Análise sensorial. INTRODUÇÃO O leite é um alimento completo, devido ao seu alto teor de proteínas e sais minerais, além de ser importante fonte de cálcio. As maiores preocupações quanto à qualidade físico-química do leite estão relacionadas à remoção de substâncias químicas próprias ou à adição de substâncias estranhas a sua composição e à 1 eficiência do seu tratamento térmico . A análise sensorial possibilita diferenciar e caracterizar o produto e 2 determinar a aceitação pelo consumidor . O objetivo deste trabalho foi verificar as características físicoquímicas e sensoriais do leite de vaca submetido ao processo de esterilização (UHT) dos tipos integral, semidesnatado e desnatado. RESULTADOS E DISCUSSÕES O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade 3 (RTIQ) para Leite (UHT) , estabelece o mínimo de 3% de matéria gorda para o leite integral, de 0,6-2,9% para o semi-desnatado e no máximo de 0,5% para o desnatado, acidez titulável entre 14 e 18°D para os três tipos, e no mínimo, 8,2% de extrato seco desengordurado (ESD) para o integral, mínimo de 8,3 para o semi-desnatado e mínimo de 8,4% para desnatado. De acordo com o 5 padrão de identidade e qualidade para leite cru a densidade situa-se de1,028 a 1,034 g/mL e o teor de proteína no mínimo 2,9%.De acordo com a Tabela 1 o leite Integral UHT apresentou valores de extrato seco total (EST) e (ESD) abaixo dos valores de referência da legislação e os leites tipo semi-desnatado e desnatado não apresentaram alterações. Tabela 1. Valores médios obtidos nas análises físicoquímicas de uma marca de leite UHT integral, semidesnatado e desnatado. O EST é a reunião dos componentes sólidos do leite e é importante para um rendimento satisfatório dos produtos derivados. Valores menores do que os estabelecidos para EST pode ser indicativo de fraude por adição de água, mesmo com a densidade dentro do normal, pois existem substâncias adicionadas ao leite que regulam a 4 densidade, como os açúcares e cloretos . Na análise sensorial o leite integral foi o mais aceito, confirmando a influência da gordura no sabor e na textura dos alimentos (Tabela 2). Tabela 2. Resultados das análises sensoriais dos leites UHT Integral, semi-desnatado e desnatado. Atributos das qualidades de leite Aparência Aroma Impressão Global Textura Sabor três Leite UHT Integral 7,96ª 7,36a 7,60a 7,56a 7,44a Semidesnatado 7,20b 6,41b 6,59b 6,79b 6,45b Desnatado 6,39c 5,80c 5,89c 6,01c 5,69c Médias acompanhadas de letras diferentes, na mesma linha diferem entre si significativamente (p<0,05). *fator de correção: 6,38. ** Calculado por diferença. CONCLUSÕES O leite UHT do tipo Integral apresentou valores inferiores aos valores de referência para o ESD, sugerindo adulteração por adição de água. Os leites UHT semidesnatado e desnatado estavam de acordo com a legislação vigente em todos os critérios. Na análise sensorial, o leite Integral foi o melhor avaliado. AGRADECIMENTOS À UNIFAL–MG pelo apoio e a FAPEMIG pela concessão da bolsa de iniciação científica. REFERÊNCIAS 1 Análises: Integral Acidez titulável (°Dornic) Cinzas (%) 16,25ª±0,23 0,71ª±0,01 Leite UHT Semidesnatado 16,23ª±0,23 0,73ª±0,01 Densidade a 15°C (g/mL) 1,032a±0,00 1,030b±0,00 a ab 6,63 ±0,03 4,86ª±0,07 SILVA, M. C. D. et al. Caracterização microbiológica e físico-química de leite Desnatado pasteurizado destinado ao programa do leite no Estado de Alagoas. Ciência e Tecnologia Alimentos, Campinas, v. 28, n. 1, p. 226-230, 2008. 16,13ª±0,23 0,73ª±0,01 1,028c±0,00 b pH Açúcar redutor (lactose) (%) Teor de lipídeos (%) Teor de proteínas* (%) 6,64 ±0,03 4,71ª±0,07 6,60 ±0,03 4,29b±0,07 3,05ª±0,00 3,78b±0,04 1,20b±0,00 3,75b±0,04 0,00c±0,00 3,87ª±0,04 Umidade (%) Extrato Seco Total (%) Extrato Desengordurado(%) 88,93c±0,05 11,07a±0,05 8,02c±0,05 90,49b±0,05 9,51b±0,05 8,31b±0,05 91,45a±0,05 8,55c±0,05 8,55a±0,05 2 DE NORONHA, J.F. Análise Sensorial – Metodologia. Material de Apoio às aulas de ánalise sensorial lecionadas por João Freire de Noronha. Escola Superior Agrária de Coimbra, 2003. 3 BRASIL. Portaria nº146, de 07 de março de 1996, alterado pela Portaria nº 370, de 04 de setembro de 1997. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Médias acompanhadas de letras diferentes, na mesma linha diferem entre si significativamente (p<0,05). *fator de correção: 6,38. ** Calculado por diferença . Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite UAT. Brasília, DF, 1997. 4 BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n.°51 de 18 de setembro de 2002. Regulamento Técnico de produção Identidade e Qualidade do Leite Tipo A, Tipo B, Tipo C e Cru Refrigerado. Brasília: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, 2002. XXVIII Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química – MG, 10 a 12 de Novembro de 2014, Poços de Caldas - MG