Aula 29 14/06/2010 Cap 34 (FINAL) e Cap 35 Mankiw (2007) OBS: É IMPORTANTE A LEITURA DOS CAPÍTULOS DO LIVRO PARA MELHOR COMPREENSÃO DESTA AULA. O EFEITO DESLOCAMENTO: Figura pg 769: Se o governo eleva os gastos em 20 bilhões, pode aumentar a Demanda Agregada em mais ou menos do que 20 bilhões, dependendo do que é maior, o efeito multiplicador ou o efeito deslocamento. COMO A POLÍTICA FISCAL AFETA A OFERTA AGREGADA: Economistas dizem que pode afetar a oferta também. Redução de impostos pode causar aumento da arrecadação, pois aumenta o bolo, aumenta também a quantidade desse bolo que vai pro governo. Entretanto tal efeito é mais importante no Longo Prazo. Por exemplo, se governo gasta em estradas, empresas ficam mais produtivas e produzem mais. USANDO A POLÍTICA PARA ESTABILIZAR A ECONOMIA. A FAVOR: O governo pode, se agir rápido melhorar a eficiência do mercado. É de responsabilidade do governo promover pleno emprego e produção. Exemplo: Cortes de impostos para recuperar a economia da recessão. CONTRA: Governo reage com lentidão. Pode manter taxas altas (ou baixas) por tempo demais. Não consegue fazer sintonia fina. Quando a política fica pronta, e pode ser usada, é tarde demais. ESTABILIZADORES AUTOMÁTICOS: Imposto de renda: quando a pessoa ganha menos passa para uma alíquota menor e paga menos imposto, o que reduz o percentual da arrecadação total de impostos. Corte estimula a demanda agregada. Em crises também mais pessoas pedem seguro desemprego, o que estimula demanda agregada. INDEPENDÊNCIA DO BANCO CENTRAL: A política monetária pode ser conduzida por motivos políticos. Presidente do BACEN nomeado, pelo presidente não tem compromisso com política de estabilização, mas um compromisso político. Capítulo 35 Mankiw (2007): O tradeoff entre inflação e desemprego no curto prazo. Taxa natural de desemprego: depende de salário mínimo, sindicatos, etc. Inflação: depende da taxa de crescimento da moeda. Em 1958 Phillips escreveu um artigo entitulado: ” A relação entre o desemprego e a taxa de variação dos salários no Reino Unido 1861-1957.” Apesar da pesquisa ter sido nos EUA, logo descobriram que tal premissa valia para vários países. CURVA DE PHILLIPS PG 783 MANKIW (2007) Um modelo de demanda e oferta agregada pode também mostrar o desempenho de uma economia. Suponha que em 2000 o nível de preços seja 100. Abaixo temos 2 resultados possíveis, A e B, mostrados na curva de Phillips e no modelo de oferta e demanda agregada: GRÁFICO PG 784 Os economistas MILTON FRIEDMAN e EDMUND PHELPS achavam que no longo prazo a curva de Phillips não funcionava. CURVA DE PHILLIPS NO LONGO PRAZO: GRÁFICO PG 787 – CURVA E PHILLIPS DE LONGO PRAZO E DA DE LONGO PRAZO EXPECTATIVAS E A CURVA DE PHILLIPS NO CURTO PRAZO: Curto prazo: - Salários Rígidos - Percepções equivocadas - Preços rígidos Friedman e Phelps introduziram uma variável chamada inflação esperada, que é a taxa de inflação que a população espera que irá ocorrer. Se a inflação que ocorre for igual a esperada, nada ocorre. Entretanto, se ocorrer uma inflação maior do que a esperada no curto prazo, ocorre efeitos sobre o nível de produção de uma economia no curto prazo. O desemprego pode ser dado como: Taxa de desemprego=Taxa natural de desemprego – a. (Inflação vigente – Inflação esperada) No curto prazo, depende de a, que depende da inclinação da oferta agregada de Curto prazo. No longo prazo, as pessoas “sabem” e acertam a inflação vigente com a esperada. Por que é perigoso em uma economia operado na taxa natural de desemprego aplicar uma política expansionista? Gráfico pg 790 (Mankiw 2007) Em resumo, eles só podem usar isso uma vez, depois perdem o trade off. O EXPERIMENTO NATURAL PARA A HIPÓTESE DA TAXA NATURAL O desemprego tende a voltar a sua taxa natural, independente da taxa de inflação. Isso é chamado HIPÓTESE DA TAXA NATURAL. Em 1968, Friedman e Phelps falaram que o governo só podia usar a maior inflação para reduzir o desemprego por curto período de tempo. Vejamos o que eles tinham em 1968 no gráfico da pg 791 do Mankiw (2007). Na década de 1960, a curva de Phillips foi usada para reduzir o desemprego com sucesso. Isso deixou a previsão mais audaciosa. Depois temos o gráfico da pg 792 do Mankiw (2007). Assim, ficou provado que não existe um tradeoff entre inflação e desemprego no longo prazo, pois as expectativas das pessoas se tornaram iguais a real quantidade de moeda emitida pelo FED. DESLOCAMENTOS DA CURVA DE PHILLIPS: OS CHOQUES DE OFERTA: Nos anos 70 ocorreu a crise do petróleo. Isso foi um choque de oferta. Como isso influencia a curva de Phillips? Choque de oferta afeta os custos de produção. Gráfico pg 794 Mankiw (2007) É um trade off menos favorável, pois caso eles aumentem a demanda agregada, tem de conviver com um nível de inflação maior para manter o desemprego no mesmo nível de antes. PG 195 Mankiw: inflação devido o Choque de oferta da crise do petróleo. O CUSTO DE REDUZIR A INFLAÇÃO: Após a crise do petróleo a inflação atingiu patamares elevados (quase 10%). Paul Volcker, presidente do FED (banco central americano) a 2 meses na época sabia que podia reduzir a inflação, mas a que preço? Muito provavelmente a redução da inflação reduziria o crescimento e o nível de emprego. Taxa de sacrifício: perda da produção em % quando a inflação reduz 1%. Estimativa típica é 5, ou seja, para cada 1% de redução da inflação, reduz-se a produção em 5%. Nos Estados Unidos da época de Volcker, estimativas diziam que poderia reduzir a inflação em um ano, com queda de 30% da produção potencial, em 5 anos, caindo 6% a.a. ou ainda em 10 anos em 3% a.a. Gráfico pg 797 Mankiw (2007) Expectativas racionais e possibilidade de desinflação sem custo: A teoria das expectativas racionais foi inicialmente formulada por Robert Lucas, Thomas Sargent e Robert Barro. Segundo Luis Machado1 “A idéia básica da teoria (ou hipótese) das expectativas racionais é bastante atrativa: os participantes do mercado não ignoram nem desprezam a informação e as previsões sobre o curso futuro da economia e sobre a atividade econômica. Eles antecipam racionalmente os efeitos das políticas governamentais e reagem no presente de acordo com as expectativas que se formaram. Os adeptos desta teoria crêem que os consumidores de bens, serviços e instrumentos financeiros, bem como os produtores destes itens reagirão frente às políticas fiscais, monetárias e demais medidas do governo através da aprendizagem dos efeitos destas políticas e medidas. As reações dos consumidores e produtores baseadas nas expectativas racionais dos efeitos destas políticas neutralizarão, total ou parcialmente, os efeitos desejados das políticas discricionárias, fiscais e monetárias, do governo.” Em resumo, se o governo assumisse um compromisso fidedigno em relação à taxa de inflação e o cumprisse, as expectativas da população quanto a inflação se reduziriam e conseqüentemente a inflação também. O que aconteceu com a inflação? Figura pg 799 Mankiw (2007) A redução da inflação teve um custo (o desemprego subiu), mas não chegou perto das previsões da taxa de sacrifício. Mas dada a teoria das expectativas racionais, por que a redução a inflação teve um custo? Algumas pessoas não acreditaram que o governo teria sucesso! Empresas fizeram cálculos com base em previsões de inflações maiores! Daí surge a idéia de um presidente do BACEN sério e guardião da estabilidade da moeda, surgindo os grande “heróis” do sistema financeiro, como Paul Volcker, Allan Greenspan e recentemente Ben Bernanke. Metas de inflação: É uma política onde o FED (Banco Central) apenas se preocupe com a redução da inflação, atuando como um guardião da estabilidade monetária. Despersonaliza a instituição, ou seja, não importa o homem, mas só o compromisso com a estabilização. 1 http://www.cofecon.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=940&Itemid=114 Anos 1990: Baixas taxas de inflação e pequeno desemprego. O que justifica tal premissa? Pode ter ocorrido um deslocamento da oferta favorável. A OPEP baixou a guarda e deixou o nível de preços baixo de novo. Outras causas: - Deslocamentos decorrentes da redução dos preços das commodities. Petróleo. Recessão no Japão reduziu a demanda por petróleo. - Mudanças no mercado de trabalho. Amadurecimento da geração de pessoas nascidas logo após a segunda guerra mundial (neste período ocorreu o chamado baby boom, com uma elevação no índice de nascimentos). Pessoas com 40 ou mais anos em empregos melhores e mais estáveis. Agora tem menos jovens desempregados. - Avanços tecnológicos: internet e facilidades de comunicação causaram aumentos na produtividade, o que desloca favoravelmente a oferta agregada.