editorial Regiões especiais No começo do mês de março foi divulgado o índice de crescimento do PIB brasileiro, que ficou em 2,7% em 2011. Ele é bastante modesto quando comparado ao índice de 2010, que foi de 7,5%. O reflexo desta “freada” já é sentido no mercado brasileiro. As empresas que estão instaladas no País viram um sinal de alerta se acender e estão mais cautelosas em seus investimentos. Por outro lado, há muitas empresas chegando por aqui certas de que encontrarão um cenário melhor do que o de países com mercado de seguros maduro. Elas têm dinheiro no bolso, mas temem que a economia continue a se desenvolver a passos estreitos. Frente à queda da taxa de juros, as seguradoras brasileiras buscam alternativas para ampliar seus resultados operacionais, uma vez que os financeiros estão minguando a cada dia. 2012 ainda é uma incógnita, mas o mercado sabe que terá desafios pela frente e que terá de mudar sua atuação. Por isso, novas regiões brasileiras também deverão receber investimentos das companhias. Na matéria de saúde, mostramos a expansão territorial deste produto, que cresce com taxas maiores no Nordeste e Centro-Oeste brasileiros. O especial desta edição é sobre a região Sul e nele você poderá ler sobre o desenvolvimento do seguro rural na região e conhecerá um pouco mais sobre os sindicatos de corretores e de seguradoras dos três estados. Neste especial, traçamos um perfil das seguradoras que possuem sede na região e como elas pretendem atuar nos próximos anos. Neste mês de março também homenageamos o Dia Internacional da Mulher. Entrevistamos duas líderes do mercado de seguros – uma presidente de seguradora e uma gerente de riscos – não para saber como é ser mulher neste setor, mas para falar sobre o perfil do novo líder, aquele que inspira seus colaboradores. Opine, critique e faça sugestões para a Revista Apólice. Acompanhe nosso veículo pelo Facebook/ Revista Apólice e pelo Twitter @revistaapolice. Boa leitura! Ano 17 - nº 160 Março 2012 Esta revista é uma publicação independente da Correcta Editora Ltda e de público dirigido Diretora de Redação: Kelly Lubiato - MTB 25933 [email protected] Diretor Executivo: Francisco Pantoja [email protected] Repórter: Jamille Niero [email protected] Redatora: Gabriela Ferigato [email protected] Diagramação e Arte: Paloma Bessa [email protected] Articulistas: Denise Bueno J. B. Oliveira Tiragem: 15.000 exemplares Circulação: Nacional Periodicidade: Mensal CORRECTA EDITORA LTDA Administração, Redação e Publicidade: CNPJ: 00689066/0001-30 Rua Loefgreen, 1291 - cj. 133 V. Clementino Cep 04040-031 - São Paulo/SP Telefones (11) 5082-1472 / 5082-2158 Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião desta revista. Acesse nosso site www.revistaapolice.com.br Diretora de Redação Siga nosso twitter.com/revistaapolice Curta nosso Mande suas dúvidas, críticas e sugestão para [email protected] Revista Apólice sumário 06 entrevista Em homenagem ao Dia da Mulher, duas mulheres que ocupam cargos de liderança no mercado de seguros – Marcele Lemos, da Coface, e Cristiane Alves, da ABGR – contam como é atuar para o desenvolvimento deste setor 20 opinião Balanços divulgados em fevereiro comprovam as mudanças da indústria de seguros. Textos estão com letras grandes e menor dose de segurês 38 seguro Conflitos no mundo árabe e crise do euro alertam quem tem relações comerciais com as regiões e geram interesse pelo seguro de risco político 40 saúde Empresas do setor registram aumento no número de beneficiários em regiões não tão tradicionais, como Norte e Nordeste, e miram os consumidores da classe C 44 mercado Seguradoras apresentam resultados referentes a 2011. A maioria registrou saldo positivo, refletindo o bom momento econômico pelo qual o Brasil passa 4 22 capa Neste mês, trazemos um especial sobre o Sul do País, região importante para a economia brasileira. Os sindicatos e as seguradoras que atuam no local apostam que o mercado crescerá acompanhando a atividade econômica 10 | painel 16 | gente especial sul 22 | sindicatos 27 | painel - especial sul 28 | seguro rural 32 | seguradoras 36 | eventos - especial sul 47 | qualidade de vida 48 | gestão 50 | comunicação e expressão entrevista | Marcele Lemos Jovem presidente É difícil não se surpreender ao conversar com a presidente da Coface, Marcele Lemos. Após 12 anos de atuação na seguradora, ela chegou ao cargo máximo apoiada no conhecimento de toda a operação da empresa 6 APÓLICE: Como foi chegar à presidência tão jovem? Marcele Lemos: Eu cheguei ao Grupo no ano 2000, através da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação, que faz seguro de crédito para exportação, doméstico e também para operações de médio e longo prazo. Comecei como analista de crédito, responsável pelas operações de bens de capital. Com o passar do tempo, fui convidada para gerenciar a área de crédito de curto prazo. Adquiri novas responsabilidades dentro da área como atendimento ao cliente, cláusulas de apólices e subscrição de riscos. Em seguida, me tornei gerente executiva e, logo depois, superintendente. Em 2008, a Coface aumentou a sua participação na SBCE e me convidou para assumir toda a operação de riscos de curto prazo. Eu era diretora adjunta na época e depois passei a ser diretora técnica, responsável pelo seguro doméstico e exportação de curto prazo. De superintendente para diretora técnica foi mais ou menos uns sete meses. Assumi a diretoria técnica da companhia, responsável pela área de sinistro, atendimento ao cliente, área técnica e, no ano passado, meu antecessor, Joel Paillot, foi convidado para ser o diretor de risco mundial do Grupo e eu fui indicada para ser sua substituta na presidência. Depois de dois anos e meio como diretora técnica, assumi a presidência. APÓLICE: Qual é a sua formação? Marcele Lemos: Sou formada em administração, bacharel em comércio exterior. Fiz MBA em comércio e finanças internacionais pela FGV e MBA executivo pela Ohio University. APÓLICE: Qual é o tamanho da Coface hoje? Marcele Lemos: A Coface tem aproximadamente 125 funcionários, contando com a parte da SBCE. O grupo fatura, aproximadamente, 114 milhões de reais (números de 2011). APÓLICE: Você acredita que a participação feminina tende a aumentar no alto escalão? Marcele Lemos: A gente vem de uma sociedade muito machista e a mulher está galgando o espaço dela ao longo do tempo. Isso é um processo. Essa mudança não é muito rápida. Estava lendo uma pesquisa publicada no The Economist que mostrava que desde a década de 70 o índice de mulheres no mercado de trabalho tem aumentado bastante, passou de 48% para 54% até 2010. Apesar desses avanços nas últimas décadas, a taxa de mulheres que ocupam altos cargos em companhias ainda é muito baixa, aproximadamente 3%, segundo a Fortune 500. Principalmente no Brasil, temos um grande exemplo estimulante – somos liderados por uma mulher. Acho que isso é um grande avanço. Vai contribuir muito para que as mulheres assumam altos cargos nas companhias. APÓLICE: O mercado de seguros está mais atraente? Marcele Lemos: Acho que sim. Já mudou bastante, o mercado já não tem essa visão de antigamente. No seguro de crédito eu vejo que as pessoas que trabalham no setor são jovens. Acho que essa ideia de que o seguro não é muito atraente é uma ideia do passado. APÓLICE: A área de seguro de crédito no Brasil é quase inexistente? Marcele Lemos: O seguro de crédito no Brasil é relativamente novo, existe desde 1997. O mercado não é maduro, muito diferente do mercado europeu, americano, que é extremamente desenvolvido e onde as empresas, dentro das suas estratégias, já têm o seguro de crédito. O grande desafio da Coface APÓLICE: O mercado de seguros é é disseminar o seguro de crédito no muito machista? mercado brasileiro e torná-lo parte da Marcele Lemos: É um mercado estratégia das empresas. muito masculino, ainda. Mas já existem grandes mulheres em cargos de diretoria, APÓLICE: Existe um trabalho especíque são conhecidas no mercado pelo tra- fico para disseminar esse seguro? balho que realizam e que são referência Marcele Lemos: Estamos trabaem algum tipo de seguro. Isso é muito lhando com as associações de classe importante. de vários setores. Queremos levar às associações o conhecimento do APÓLICE: O que você acha que um seguro de crédito e também estamos líder/ presidente precisa ter? Quais ca- fazendo parcerias com seguradoras racterísticas são fundamentais? que não possuem este produto em seu Marcele Lemos: A primeira ca- portfólio. racterística é ter liderança, saber guiar uma equipe. Além de liderar, é preciso APÓLICE: Qual é a perspectiva para ser um grande inspirador para a equipe, 2012? motivar e ser um exemplo. É uma qualiMarcele Lemos: Esperamos crescer dade muito importante. Outra é ter visão 20%. A Coface é líder de mercado com estratégica do negócio e, principalmente, 64% do market share. comprometimento. Tem que vestir a camisa e seguir adiante. APÓLICE: O setor de seguros se comunica bem com a sociedade? APÓLICE: Você acha que o mercado de Marcele Lemos: Acho que o mercaseguros vai passar por um rejuvenesci- do de seguros se comunica muito bem mento dentro das lideranças? com a sociedade. No caso do seguro Marcele Lemos: O mercado de de crédito, como ainda não é maduro, trabalho é muito competitivo, os jovens estamos fazendo um trabalho intenso estão buscando se aprimorar, procuran- de comunicação. Temos ferramentas do mais qualificações etc. Esses jovens de web 2.0, twitter, blog. Estamos traestão muito mais preparados. Isso faz balhando para nos comunicarmos cada com que essa geração nova vá galgando vez melhor com clientes, parceiros de espaços, tanto em outros setores como negócios, bancos, corretores. Porque essa é a tendência. também em seguros. 7 entrevista | Cristiane França Alves A líder dos consumidores de grandes riscos 8 A presidente da Associação Brasileira de Gerenciamento de Risco assumiu o cargo em 2010. Desde então, ela busca formas de alavancar a comunicação entre o mercado de seguros e seus players APÓLICE: Como foi o seu percurso até chegar à área de gerenciamento de risco? Cristiane França Alves: Iniciei minha vida profissional no Grupo Pirelli em 1990. Naquele ano, fazia estágio e, no início do ano seguinte, fui efetivada no departamento de seguros. Ali atuei como auxiliar do departamento. Meu primeiro contato foi com seguro de transportes, nacional, importação, exportação; depois, passei para o seguro de vida e, muito depois, comecei a trabalhar com os seguros de propriedade e responsabilidade civil. O meu início no Grupo coincidiu com o momento em que o departamento de seguros na Pirelli se transformava, não só no Brasil, mas também no mundo, na área de Risk Management. Ou seja, iniciei no momento em que se mudava a cultura, a mentalidade, a forma de cuidar do risco. A gente passava a cuidar das exposições, buscar o tratamento adequado, trabalhar e investir muito em prevenção. Eu me sinto muito feliz e muito orgulhosa por permanecer até hoje nesta empresa e por ter dado minha contribuição, pequena que tenha sido, para essa transformação. APÓLICE: O que mais te atrai neste segmento? Cristiane França Alves: Amo trabalhar nesta área. Em um mesmo dia eu posso estar dentro da fábrica, olhando detalhes de uma inspeção de Prevenção de Perdas para o programa de Property, voltar para a minha sala e ver detalhes do Programa de Crédito, em seguida me reunir com Logística e falar sobre seguro de transportes... Enfim, isso proporciona aprendizado e atualização constantes a respeito das atividades de sua própria empresa e esta atualização é necessária justamente para poder manter adequadas as proteções contratadas para nossas exposições, manter adequados nossos programas de prevenção etc. Existe uma sinergia muito forte com toda a empresa e, por outro lado, você contata praticamente todo o mercado também para manter suas coberturas. APÓLICE: Como você se atualiza profissionalmente? Cristiane França Alves: Tudo é importante, desde a leitura de artigos, sites, estudos disponibilizados por consultorias, resseguradores etc, até o contato diário com o mercado. Neste momento é muito importante a atualização na área de regulamentação em nossa região (América Latina), em razão das mudanças que estão acontecendo. Outra fonte importante de atualização são os Congressos / atividades que as associações de gerenciamento de risco organizam em todo o mundo – RIMS, ALARYS, FERMA etc. A ABGR tem um papel muito importante neste aspecto: nossos seminários acontecem a cada dois anos, mas temos agenda de workshops para os anos em que não há seminário. seguradora e ressegurador percorrem juntos. A partir daí, acho que podemos resumir tudo em uma única palavra: parceria. É um relacionamento de troca, transparência. É importante para mim, como gerente de riscos, saber que posso contar com avaliação correta do meu risco, pois os meus parceiros, segurador e resseguradores, conhecem a minha operação e conhecem o gerenciamento de riscos que realizamos e, para isso, é importante a parceria, o relacionamento de longo prazo que ao final traz bons resultados para todos. APÓLICE: Quais são os conhecimentos mais necessários ao gerente de risco: operação de seu negócio ou seguros? Cristiane França Alves: Ambos, não vejo possibilidade de um ir para frente sem o outro. Ainda que se tenha um super broker ou consultor auxiliando / orientando o gerente de riscos, o que poderia dar margem à ideia de que basta o conhecimento profundo de seu negócio, é muito importante ter conhecimento das regras de seguro e resseguro para assegurar uma transferência de riscos adequada. Acho que tem de haver o contato entre gerente de riscos e seguradora, ressegurador e broker; dessa forma podemos assegurar que nossas metas estão sendo entendidas por todos, e que todos trabalharemos igualmente empenhados para o mesmo resultado. APÓLICE: A área de gerenciamento de risco é predominantemente masculina? Cristiane França Alves: As mulheres cada vez mais vêm ocupando um papel importante em todos os segmentos. É certo que ainda somos um número menor na área de gerenciamento de riscos, mas temos muitas mulheres ocupando APÓLICE: Quais são as características papeis de destaque. Posso citar várias de um bom gerente de risco? e só não o faço por temer deixar algum Cristiane França Alves: A lém nome de fora. de conhecimento técnico de seguro, resseguro, é importante ter visão APÓLICE: Como é o relacionamento do estratégica, ter capacidade de buscar gerente de riscos com as seguradoras e inovação, boa comunicação, ter bom as resseguradoras? relacionamento, saber criar e manter Cristiane França Alves: A boa fé uma boa rede de relacionamento, dendeve nortear o caminho que segurado, tro e fora da empresa. 9 painel curso 1 Abertas inscrições para treinamento em Londres A Escola Superior Nacional de Seguros promoverá a segunda edição do Programa de Treinamento no Exterior, realizado em Londres, em parceria com o Chartered Insurance Institute - CII. Este ano, o treinamento terá como tema “Os Processos Técnicos do Resseguro”. Os participantes estudarão o processo de colocação; análise do resseguro; contabilidade e sinistros; contrato proporcional; contrato não-proporcional; comutação; resseguro facultativo e documentação; e documentação do contrato e contract certainty. Os interessados deverão enviar currículo para o e-mail [email protected] até 23 de março e os selecionados serão divulgados no dia 26 subsequente. Mais informações podem ser obtidas no site www.funenseg.org.br ou pelo telefone (21) 3380-1081. curso 2 Aulas específicas para mercado de seguros A EF Englishtown desenvolveu um módulo especial para profissionais da área de seguros. O objetivo é oferecer vocabulário específico em língua inglesa para quem já trabalha ou tem interesse em atuar no setor. O curso ensina o aluno a dar conselhos e sugestões aos clientes, trabalhar com prazos e traz um histórico sobre as companhias de seguro mais antigas do mundo. O módulo também capacita o aluno a falar sobre os diferentes tipos de seguros e aconselhar os clientes sobre os benefícios de possuir um seguro de automóvel, residência ou saúde. Por meio de vídeos e aplicativos, ensina os termos mais utilizados nas corretoras, como usá-los e como nomear todos os envolvidos nos processos do segmento. Mais informações podem ser obtidas no site www.englishtown.com.br ou pelo telefone: (11) 4002-1112. microsseguro Circulares definem pontos decisivos Carvalho afirmou que a Susep trabalhará com três focos principais: Regulação do produto (inovação, simplificação, limite máximo e garantia de capital segurado, prazos mais curtos para pagamento de indenização e desenvolvimento da cultura do seguro); Prudencial (funcionamento de operação e áreas específicas, licenciamento para seguradoras especializadas em microsseguro) e Conduta de mercado (corretor do microsseguro, correspondente do microsseguro e correspondente bancário). Entre os entraves do segmento, apresentados pelas seguradoras, está a criação de produtos. Para Rivaldo Leite, diretor de produção da Porto Seguro, ainda não está claro para o mercado qual o tipo de produto que essas pessoas precisam. “Em pesquisa realizada pela seguradora em uma determinada comunidade, o seguro saúde aparece como a principal necessidade”, destacou. Já na opinião de Bento Zanzini, diretor geral de riscos de Para o segmento progredir, é necessário que algumas nor- pessoas do Grupo BB Mapfre, a principal dificuldade estará na mas sejam editadas. Segundo Hugo Azevedo de Carvalho, da cobrança. “Não é o microsseguro que irá revolucionar o mercado divisão de seguros de pessoas e microsseguros da Susep, oito a ponto de que ele triplique em termos financeiros”, afirmou. De acordo com Eugênio Velasques, diretor executivo de circulares normatizarão o microsseguro - previstas para serem divulgadas no dia 14 de abril. O assunto foi discutido no fórum vida e previdência da Bradesco, as seguradoras ainda não estão “Visão Geral e Atualizada sobre o Microsseguro no Brasil”, preparadas para esses desafios e entraves. “Não sabemos se vapromovido pela Sociedade Brasileira de Ciências do Seguro. mos operar com a seguradora ou com subsegmentações”, disse. 10 painel corretora Grupo chega a 40 aquisições A Brasil Insurance adquiriu, em fevereiro, o controle do portal Economize no Seguro e da TGL Consultoria Administração e Corretagem de Seguros, respectivamente a 39ª e 40ª corretoras do Grupo. A aquisição da Economize no Seguro marca o início da atuação da Brasil Insurance no mercado de venda de seguros pela internet. A Economize no Seguro tem cerca de 10 mil clientes na carteira de automóvel e registrou R$ 15 milhões em prêmios em 2011. Ela será a plataforma de distribuição de seguros na internet para todas as corretoras do Grupo. O preço total estimado para essa aquisição é de R$ 13 milhões, sendo 50% pagos em dinheiro e 50% em ações da Brasil Insurance. O valor da parcela inicial da aquisição é de R$ 2,3 milhões somados a quatro parcelas anuais variáveis. Com isto, a Brasil Insurance passará a deter 99,96% das quotas representativas do capital social da Economize no Seguro. A TGL, com sede em Belo Horizonte, atua nos segmentos de vida e previdência individual e de automóveis. Sua aquisição trará à Brasil Insurance aproximadamente 10 mil vidas e cerca de 2,5 mil veículos segurados. Em 2011, a TGL comercializou R$ 7 milhões em prêmios de seguros e é a terceira aquisição da Brasil Insurance no modelo de corretor integrado. O preço total estimado para a aquisição é de R$ 5,3 milhões, sendo 100% pagos em dinheiro adicionado a obrigação contratual dos antigos sócios gestores da TGL de adquirirem 15% dos valores recebidos em ações da Brasil Insurance negociadas na Bovespa. O valor da parcela inicial é de R$ 1,1 milhão somados a quatro parcelas anuais variáveis. A Brasil Insurance passará a deter 99,98% das quotas representativas do capital social da TGL. visita Primeiro jantar do ano tem presença internacional Após um mês de recesso, os Bolinhas do Rio de Janeiro realizaram o primeiro jantar de confraternização do ano, no Hotel Flórida, no Catete. O destaque deste primeiro encontro foi a presença do confrade italiano, Federico Baroglio, que visitou o Brasil e cumprimentou os colegas Bolinhas. “Foi um motivo de alegria para todos os presentes”, afirmou o reitor Jorge Carvalho. A nota triste foi o anúncio do falecimento, no início de fevereiro, de Adolpho Bertoche, um dos mais antigos Bolinhas. 12 prêmio Anunciados vencedores do prêmio Shin Research Award for Excellence O IIS e a Associação de Genebra anunciaram os vencedores do seu programa colaborativo de pesquisa de seguros. O Prêmio Shin Research Award for Excellence é subvencionado pela companhia sul coreana Kyobo Life Insurance Company. Os vencedores serão homenageados e suas pesquisas serão apresentadas durante o 48º Seminário Anual da IIS, que acontecerá entre os dias 17 e 20 de junho de 2012, no Rio de Janeiro. Os vencedores são: Olajumoke Olaosebikan,da School of Management, University of Bath (UK), que abordou, em sua pesquisa, os determinantes da rentabilidade do microsseguro na Nigéria; e Yi (Kitty) Yao, da Universidade de Wisconsin, em Madison (EUA), que falou sobre o desenvolvimento e sustentabilidade dos mercados emergentes de seguros saúde no Paquistão. debate APTS discute projetos de lei de contrato de seguro A APTS realizou, no dia 29 de fevereiro, debate do meio-dia com o tema “Algumas polêmicas sobre os Projetos de Lei de Contrato de Seguro (PL 3.555/2004 e PL 8.034/2010)”. Paulo Luiz de Toledo Piza, sócio fundador e atual 1° vice-presidente do IBDS, apontou que a tramitação está lenta, porém será acelerada em breve, pois foi encampado pelo governo. Atualmente questões sobre os contratos estão inseridas no Código Civil. “Um contrato de seguro será sempre de adesão, sendo ele de grande risco ou não. O projeto vai além da lei de arbitragem”, completou Piza. Walter Polido, membro fundador, conselheiro e secretário do IBDS e consultor da Polido e Carvalho Consultoria em Seguros e Resseguros, pontuou que quem não é favorável aos novos projetos vão contra a um pensamento moderno. Polido enfatizou que os países desenvolvidos já têm código de seguro. “Quem manda é consumidor, essa é a nova ordem”, finalizou. dados atendimento Novo sistema para cadastramento e atualização Mais de 16 mil clientes A Susep desenvolveu um novo sistema gratuito para cadastramento e atualização de dados de corretores de seguros de todo o País. O corretor deve acessar a página da Susep para fazer o cadastro, alterar informações, acompanhar andamento do processo e retirar a certidão de corretor. O projeto foi realizado pela Coordenação Geral de Tecnologia da Informação (CGETI) da entidade. “É um sistema simples, que dará maior agilidade a todo o processo de cadastramento e regularização do corretor de seguros, gerando maior segurança para o mercado. O corretor é fundamental nesse processo e nossa iniciativa visa justamente a dar maiores facilidades a esses profissionais”, afirmou o superintendente da Susep, Luciano Santanna. O Centro Automotivo do Grupo Segurador BB Mapfre Bauru, em 5 anos de atividades, soma mais de 16 mil atendimentos realizados, entre avisos de sinistro, check-ups, prévias e concessões de carro reserva. “Creio que a população de Bauru, uma cidade em constante avanço, reconheceu essas características do nosso Centro e fez com que chegássemos a esse número importante de atendimentos, um marco para o Grupo no estado de São Paulo”, comemora Jabis Alexandre, diretor-geral de Automóveis do Grupo. Não são apenas segurados e terceiros que podem usufruir do Centro Automotivo. Todo motorista pode fazer o checkup gratuito de até 50 itens, incluindo sistema de freios, suspensão, direção e faróis, entre outros. painel pesquisa Homens ainda são maioria no mercado de seguros É o que sinaliza pesquisa realizada pela Incubaseg. Do total de 41 projetos inscritos no segundo semestre de 2011, apenas 7% foram elaborados por profissionais do sexo feminino. Dos 14 projetos aprovados, metade é oriunda de São Paulo e outros 21% do Rio de Janeiro. Grande parte desses projetos foi apresentada por pessoas com idade variando de 32 a 50 anos. O nível de escolaridade dos empreendedores também é alto. Do total, 43% dos participantes têm pós-graduação, 28,5% concluíram um curso superior e outros 28,5% entraram para uma universidade ou faculdade, mas não completaram o curso. Idealizador da Incubaseg, Carlos Alberto de Oliveira, explica que a inovação proposta pela incubadora vai além da pesquisa e desenvolvimento de produtos, atualmente fechados entre quatro paredes. “A criatividade e a inovação são fundamentais para o sucesso em um mercado complexo e ainda com grande potencial de crescimento como o do Brasil”, afirma Oliveira. arte Presença do corpo no espaço é tema de exposição O Espaço Cultural Porto Seguro promove a mostra “A Escala Humana Como Elipse” - organizada pelo Instituto Tomie Ohtake - dos artistas Denise Adams e Fernando Pião. A exposição traz ‘a fotografia e outros meios para produzir leituras sobre a presença do corpo no espaço habitável, sobre a escala do homem na cidade e em suas construções’e tem como base o ensaio “Le Modulor”, publicado pelo arquiteto francosuíço Le Corbusier em 1948. Seu ensaio foi censurado por diversos críticos que diziam que ele queria impor uma escala humana abstrata e ideal, sendo assim, desumana. A mostra fica em cartaz até 15 de abril, aberta de terça a sexta, das 10 às 19 horas; sábado e domingo, das 10 às 17 horas. A entrada é franca e a Porto Seguro também disponibilizou um estacionamento gratuito aos interessados. 14 Espaço GR Restrição ao tráfego de caminhões cria congestionamento de problemas A CET – Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, apoiada pela Prefeitura, iniciou mais uma medida “desesperada” para reduzir o trânsito caótico nos horários de pico. Seguindo a linha do “salve-se quem puder”, esta medida estaciona um número enorme de caminhões nas cidades vizinhas, transferindo a elas parte do seu problema. Sabemos que o problema do trânsito nos grandes centros do país, especialmente em São Paulo, é uma realidade, mas a adoção de medidas unilaterais e arbitrárias sem tratar o cerne da questão, que é melhorar o transporte público, apenas alivia o trânsito momentaneamente, amplia a arrecadação das multas e, como consequência, cria um congestionamento de problemas para a segurança no setor de transportes e gerenciamento de riscos. A maioria dos roubos de cargas ocorre no horário noturno ou quando os caminhões estão estacionados, exatamente a situação que os remete com a nova medida, carregando ainda mais o medo ao motorista no seu dia-a-dia. Podemos tomar como exemplo as cidades que estão nas imediações da Rodovia Presidente Dutra, na chegada à São Paulo, que figuram entre as recordistas de roubos de cargas, sem estrutura de segurança adequada e possuindo varias rotas de fugas como: Tamoios, Dom Pedro, Airton Senna e Carvalho Pinto. Estas rodovias terão uma frota enorme de caminhões estacionados nos acostamentos, ruas e postos de abastecimento que possuem infraestrutura de segurança desproporcional à exposição de risco imposta ao seu estabelecimento. As gerenciadoras têm agora mais um fator de risco a ser inserido em seus programas de prevenção. Haverá o dia em que os órgãos competentes tratarão os problemas com ações planejadas e conjugadas, visando organização, estrutura e segurança para o bem comum. Quando este dia chegar, não haverá mais espaço para a atividade privada de gerenciamento de riscos. Pelo jeito, nós, gerenciadores, ainda teremos muito trabalho pela frente! Abraços a todos! Eliel Fernandes Diretor Comercial Buonny Projetos e Serviços gente Reforço no RH A Zurich Seguros reforçou seu departamento de RH com um novo diretor e nova gerente. Assume o cargo de diretor de RH no Brasil o executivo Moisés Correia da Silva, sucedendo Patrícia Próspero, agora responsável pela área de gestão de pessoas da Zurich em toda a América Latina. Silva tem mais de 25 anos de experiência em Recursos Humanos. Ele ficará sediado em São Paulo e será responsável por toda a área de Recursos Humanos no Brasil. A equipe de RH ainda recebeu o reforço de Mirna Léa Yoko Nagao Andrade, que assume a posição de gerente de desenvolvimento e Aquisição de Talentos. Apoio para equipe comercial A Berkley International Brasil reforça sua equipe comercial no Rio de Janeiro. André Francisco Petra da Silva é o novo executivo comercial da filial. Com sete anos de atuação no setor, o novo colaborador possui conhecimento nas linhas de produtos em que a Berkley atua. “Queremos estar cada vez mais perto de nossos corretores e clientes, o que só conseguiremos deixando nossas filiais sob a gestão de profissionais pró-ativos, experientes e conhecedores do mercado”, afirma José Marcelino Risden, diretor presidente da Berkley. Colaboradores premiados Diretores para propriedades e transportes O Grupo Argo anunciou duas novas nomeações para as operações de seguros no Brasil. Ana Carolina Mello, diretora das linhas de patrimoniais e de engenharia, e Salvatore Lombardi Jr., diretor de transportes, farão parte da equipe executiva responsável pela criação da nova linha de property e casualty da Argo. Eles reportarão a Pedro Purm, CEO para as operações do Grupo Argo no Brasil. 16 A revista Risk & Insurance nomeou 40 colaboradores da Marsh como vencedores e finalistas do Power Broker em seu reconhecimento anual aos melhores da indústria. Representando 15 diferentes categorias de indústrias e especialidades, 33 colegas da Marsh foram reconhecidos como vencedores da edição 2012. Paulo Mantovani, líder de Power & Utilities da Marsh Brasil, figura nesta lista. Dos vencedores e finalistas da Marsh, 13 figuraram na categoria “Under-40” (abaixo de 40). As designações do Power Broker são baseadas em indicações de corretores e gerentes de riscos e julgadas por painéis distintos de gerentes de riscos para cada segmento da indústria. gente Novo presidente para capitalização Marco Antonio da Silva Barros é o novo presidente da FenaCap. O executivo assumiu o cargo na segunda quinzena de fevereiro. Membro do Conselho de Administração da Brasilcap, Barros é funcionário de carreira do Banco do Brasil, onde atua há 31 anos. Desde 2009, é diretor de seguros, previdência e capitalização do banco. Presidente e vice são reeleitos Os atuais presidente e vice-presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar e Mauro César Batista, respectivamente, foram reeleitos pelo Conselho de Administração em fevereiro. Os membros do Conselho foram empossados para um mandato de três anos. São eles: Leonardo Paixão e Manoel Moraes (IRB Brasil Re); Armando Vergilio dos Santos Junior e Robert Bittar (Fenacor); Jorge Hilário Gouvêa Vieira e Mauro César Batista (CNSeg); e Luciano Portal Santana e Nelson Victor Le Cocq D`Oliveira (Susep). Os membros representam as quatro entidades que são mantenedoras da instituição. Eles ainda fizeram suas indicações para a composição do Conselho Fiscal da entidade. Bauru tem novo diretor territorial Marcos Antônio da Silva Ferreira é novo diretor territorial da Mapfre Seguros em Bauru (SP). O principal desafio do executivo será fomentar novos negócios e ampliar a base de corretores regionalmente. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ferreira possui 30 anos de experiência profissional no mercado de seguros e trabalha na Mapfre desde novembro de 2000. O profissional já foi gerente de duas sucursais da companhia, em São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, e também superintendente de Operações na matriz, em São Paulo, por quatro anos e meio. CEO para resseguro A Willis Group Holdings nomeou Tony Melia como CEO da Willis Re International. O executivo conduzirá a unidade de negócios internacionais da Willis Re, cobrindo a Europa, Ásia, América Latina e outros mercados emergentes. Melia, que está baseado em Londres, irá relatar a John Cavanagh, CEO da Willis Re. Anteriormente, o novo CEO atuou como diretor de negócios europeus para a resseguradora. Promoção Daniel da Silva Veiga é o novo diretor comercial do IRB Brasil Re. O executivo foi gerente da carteira de Riscos Financeiros e, até o ano passado, ocupava a gerência comercial internacional, auxiliando no processo de internacionalização do IRB. José Farias de Sousa, anteriormente no cargo, assumiu a diretoria de subscrição. 18 opinião por Denise Bueno* Resultados de 2011 e promessas para 2012 Os balanços divulgados durante o mês de fevereiro comprovam as mudanças da indústria de seguros. Temos de tudo um pouco. Para começar, vários balanços divulgados podem ser lidos sem óculos. As letras são grandes e os textos chamam a atenção por terem reduzido a dose de segurês. Muitos destacam número de clientes, volume de atendimentos e dados financeiros expressivos de forma compreensiva a qualquer um que queira saber mais sobre a indústria. Bom ver também a força das empresas. Praticamente todas as seguradoras apresentaram crescimento no lucro líquido, embalado tanto pelos ganhos financeiros como pelos operacionais. As expectativas para este ano são mais ponderadas tanto em crescimento das vendas como em lucratividade. A queda da taxa de juros para um dígito, reduzindo os ganhos financeiros, e vendas menores como consequência do ritmo mais lento da economia impulsionam mudanças nas estratégias. A ordem do dia é reorganização para tirar o melhor proveito possível deste momento de transição pelo qual passa o Brasil. Também é importante lembrar que estamos num ano em que a política tem grande peso. Além das eleições, o corre-corre para preparar o país para a Copa em 2014 e os efeitos da crise internacional na política monetária tem grande peso nas decisões estratégicas dos investidores. Algumas seguradoras começam 2012 com novos líderes, como Allianz, Liberty, Zurich e Mitsui, que tem Helio Kinoshita como vice-presidente das operações. Até mesmo a Susep tem expressado grande ansiedade com mudanças. Desde o início do ano, dezenas de portarias foram assinadas com troca de equipe. Entre as seguradoras, BB Mapfre, Itaú e Santander deram a largada a uma grande disputa em massificados depois de finalizarem a integração com suas novas parceiras, pressionando a Bradesco, beneficiada pelo apoio do banco há anos. E muitas novas companhias começam definitivamente a operar no Brasil, como Argo, Terra Brasis e Swiss Re Corporate Solutions, que é a unidade de seguros do grupo suíço. Temos também um forte investimento das corre20 toras, que agregam ao modelo tradicional de vendas o atendimento online. Algumas com grande aporte de recursos, como Minuto Seguro, Sossego, Segurar, Smartia e Economize no Seguro, para citar apenas aquelas que criaram uma operação totalmente voltada ao consumidor da internet. Muitos bancos iniciaram o ano com uma agenda carregada de road show do mercado de seguros brasileiro para investidores estrangeiros. Eles buscam capital para dar o start-up em companhias locais ou mesmo para dar fôlego a operações já existentes. Há uma grande expectativa de que os fundos de private equity ou venture capital ajudarão a indústria de seguros brasileira a avançar em tecnologia e produtos diferenciados. Ou seja, 2012 promete continuar sendo um ano intenso para a indústria de seguros brasileira, principalmente no que diz respeito à concorrência. Um sinal claro disso é o resultado obtido pelas principais players do seguro mais vendido no país. O seguro de automóvel. Em 2011, a carteira de seguro de automóveis cresceu 6,6% entre janeiro e novembro de 2011, na comparação com o mesmo período de 2010, para prêmios de R$ 19,2 bilhões no período. Se comparado com o avanço do mercado de seguros em geral, que teve incremento de 17,6% até novembro, com faturamento de quase R$ 100 bilhões, o avanço foi tímido. No entanto, o baixo crescimento significa guerra de preços e não menos clientes, pois o País está entre os quatro maiores do mundo em vendas e deverá continuar com farta oferta de crédito ao consumidor. Apesar de ainda o preço ser o fator decisivo para a compra do seguro, outros diferenciais começam a ganhar peso na estratégia das companhias. Prova disso é que ações enquadradas no conceito de sustentabilidade ganham destaque em praticamente todos os relatórios de administração. Interessante notar como as seguradoras estão investindo em imagem, associando o seguro à qualidade de vida. Já temos vários projetos voltados para estimular a qualidade de vida da população citados nos balanços. Até então, tínhamos apenas o dia do voluntariado ou a manutenção de creches, asilos ou fundações voltadas para a preservação do planeta e educação. Agora temos a SulAmérica como a única seguradora a constar no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa. Há os produtos de automóvel e residência verdes do HSBC. Investimentos de peso da Bradesco Seguros no patrocínio de espetáculos e lazer, como a Ciclofaixa, que ganha em 2012 novos bairros, na Zona Leste e Centro de São Paulo. Ao que tudo indica, o Itaú vai disputar os bikeiros com a Bradesco, trazendo para São Paulo o projeto de sucesso implantado na orla carioca, onde aluga bicicletas por um valor irrisório aos clientes e não clientes. Se em seguros massificados a disputa está acirrada, o mesmo não podemos dizer dos grandes riscos. Segundo corretores entrevistados, a situação está complicada. Há uma grande demanda por seguro diante da maior exposição de clientes aos riscos. Porém, as seguradoras estão cada dia mais reticentes em aceitar as propostas, o que acaba elevando o valor do seguro. Claro que conta pontos para encarecer o seguro a triangulação que as resseguradoras precisam fazer para passar o seguro para a casa matriz. Um exemplo é o estádio do Corinthians, com construção realizada sem o seguro garantia. Aliás, os estádios se tornaram uma grande dor de cabeça para os corretores e para as seguradoras. Praticamente todos estão atrasados e a briga política em torno dos investimentos necessários é enorme, o que pode trazer grande polêmica envolvendo também seguros. As perdas com o quebra-quebra em Jirau já foram parar nas câmaras de arbitragem de Londres. Se continuar no mesmo ritmo, outras seguirão o mesmo caminho. A grande esperança é que a modernidade também chegue mais rápido às cláusulas de contratos. Quanto mais claro forem, menos problemas o setor terá para resolver na Justiça. E cabe também ao corretor contribuir para tais mudanças. Afinal, quem sabe o que o consumidor quer e precisa é ele. E cabe à seguradora criar produtos dentro das sugestões dos profissionais de venda e à Susep agilizar o lançamento de tantas novidades criadas nos laboratórios das companhias a quatro mãos. Se assim for, 2012 realmente será um ano diferente, com vendas maiores, lucros polpudos e muito mais clientes em carteira. * Denise Bueno é articulista da Revista Apólice especial sul | sindicatos Economia aquecida, mercado de seguros em destaque Os estados do Sul do Brasil representam parte importante da economia do País. Segundo os sindicatos de corretores e das seguradoras dos três estados, o mercado crescerá acompanhando outras atividades econômicas Gabriela Ferigato 22 A região Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) representa 18,5% do PIB nacional, segundo o IBGE. O número reforça o constante avanço da economia, impulsionado por um importante processo de industrialização e pelo desempenho do setor agropecuário. Na região destacam-se as indústrias de transformação, automobilística, têxtil, alimentícia, produtos eletrônicos e tecnológicos, área de serviços e comércio. Além do potencial hidrelétrico, com a Usina de Itaipú, no rio Paraná. O mercado de seguros segue ao lado desse cenário de economia aquecida. Segundo Julio Cesar Rosa, presidente do Sindseg-RS, a expectativa é que a economia do Brasil cresça de 5 a 7% em 2012, enquanto no mercado de seguros o esperado é um avanço de 15%. “O mercado de seguros não atende uma atividade específica. Qualquer atividade que precise de uma garantia, a qualquer tipo de risco, a atividade de seguros proporciona. Sou muito otimista em relação ao nosso crescimento”, pontua Rosa. Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR) exercerão papel fundamental na Copa do Mundo de 2014. As cidades estão entre as 12 escolhidas como sede do evento esportivo, por isso as anfitriãs estão investindo milhões em infraestrutura para melhor atender ao público. Estimase que a infraestrutura dos grandes projetos esportivos (tanto da Copa de 2014, como das Olimpíadas de 2016) trarão um aporte de aproximadamente ❙❙ Celso Marini, do Sincor-RS Distribuição dos Seguros de Pessoas no Brasil em 2010 1,9% 7% 8,9% ❙❙ ❙❙ 17,5% 65% João Gilberto Possiede, do Sindseg-PR/MT R$ 300 bilhões ao setor de seguros, os quais gerarão demandas nos ramos de garantia, engenharia, property e eventos. Outro ponto que coloca o mercado em destaque é a melhora econômica da população, bastante evidenciada pela ascensão das classes C e D que, atualmente, representam mais de 100 milhões de pessoas no Brasil. “Essas pessoas estão buscando mais proteção para sua vida, residência, automóvel e todos os seus bens. A conscientização sobre o seguro e sua necessidade têm aumentado”, afirma o presidente do Sincor-RS, Celso Marini. Proteção à vida Entre os diversos ramos do mercado de seguros, destaca-se o contínuo crescimento nos seguros de vida e previdência. No Rio Grande do Sul, berço de muitas seguradoras especialistas em pessoas, o índice em prêmios diretos no segmento foi de 5,22 % de participação na arrecadação nacional, com um percentual de 7,25% nas indenizações diretas em 2011, segundo dados da Susep. De acordo com José Antonio de Castro, presidente do Sincor-PR, o seguro de pessoas é o que representa maior prêmio no Paraná. Seguido do seguro de automóveis, patrimoniais, responsabilidade civil e prestamistas. Essa importância dada ao segmento de pessoas, na opinião do presidente do Sindseg-PR/MT, é uma questão de cultura. “A população do Sul é oriunda da imigração europeia, cuja cultura está focada em assegurar vidas. Essas Região Sudeste Sul Centro-Oeste Nordeste Norte Fonte: Fenaprevi (inclui proteção financeira, seguros de vida, acidentes pessoais e seguros turísticos) Distribuição dos Planos de Previdência no Brasil em 2010 1,7% 9,1% 8,9% 13,5% 70% Região Sudeste Sul Centro-Oeste Nordeste Norte Fonte: Fenaprevi 23 especial sul | sindicatos PARANÁ Capital: Curitiba População 2010: 10.444.526 Área (km²): 199.316,694 Densidade demográfica (hab/km²): 52,40 Número de Municípios: 399 Fonte: Censo 2010 IBGE SANTA CATARINA Capital: Florianópolis População 2010: 6.248.436 Área (km²): 95.703,487 Densidade demográfica (hab/km²): 65,29 Número de Municípios: 293 RIO GRANDE DO SUL Capital: Porto Alegre População 2010: 10.693.929 Área (km²): 268.781,896 Densidade demográfica (hab/km²): 39,79 Número de Municípios: 496 Fonte: Censo 2010 IBGE Fonte: Censo 2010 IBGE Região Sul Produto Interno Bruto a preço de mercado corrente (2009): R$ 535.662 Produto Interno Bruto Per Capita (2009): R$ 19.325 Fonte: IBGE/ MDIC/SECEX Indústria Paraná: Papel, celulose, fabricação de caminhões e automóveis, eletrodomésticos e agroindústria Santa Catarina: Produção de carnes e fabricação de calçados e roupas Rio Grande do Sul: Petroquímica, produção de carros, calçados, vinhos e alimentos Mercado de Seguros Região Sul RS Prêmio emitido por Estados e Regiões (Janeiro/novembro 2011) Brasil: R$ 93.850/ Participação 100% Região Sul: R$ 14.443 mi/ Participação: 15,4% RS: R$ 5.940 mi/ Participação: 6,3% PR: R$5.254 mi/ Participação: 5,6% SC: R$ 3.250 / Participação: 3,5% Fonte: Siscorp 24 Brasil PR SC Brasil ❙❙ Odair Roders, do Sincor-SC pessoas têm uma mentalidade mais forte voltada à proteção”, ressalta João Gilberto Possiede. Devido à ocorrência de desastres naturais, há uma procura maior por informações a respeito de coberturas para estes acontecimentos, mas a população ainda não olha para essas apólices como deveria. Segundo o presidente do Sincor-SC, Odair Roders, infelizmente ainda existem muitas restrições de produtos que possam minimizar as perdas decorrentes de desastres naturais. O seguro rural é outra apólice que merece destaque. Para o presidente do Sincor-RS, apesar do alto custo do seguro e de algumas definições que devem ser tomadas pelo governo, sua representatividade está crescendo. Na opinião dos sindicatos dos corretores do Sul, os corretores precisam se especializar na área para realizar a comercialização destas apólices. ❙❙ José Antonio de Castro, do Sincor-PR importante que o corretor veja as mudanças e tendências do mercado, para onde ele está caminhando. Assim, ele pode se interar e se preparar para crescer e estruturar melhor suas carteiras”, completa o presidente do Sincor-PR, José Antonio de Castro. De acordo com Julio Cesar Rosa, além dos cursos que já são oferecidos para os profissionais, um grande passo seria explorar matérias de seguro dentro de universidades. Paulo Luckmann, presidente do Sindseg-SC, afirma que o sindicato continuará trabalhando no desenvolvimento dos principais ramos e na busca por uma maior eficiência e melhoria na prestação de serviços. Segundo Jane Manssur, coordenadora da Unidade Regional Rio Grande do Sul da Escola Nacional de Seguros, muitas vezes há uma demanda dispersa em relação a cursos, em cidades que são distantes nos três estados do Sul. Nesses casos fica difícil para as pessoas realizarem cursos presenciais. “Nós tentamos suprir essas lacunas com os cursos à distância, que foram muito incrementados nos últimos anos”, afirma Jane. Sobre a relação entre seguradoras e corretores, o consenso de opiniões parte de uma premissa simples “sempre pode melhorar”. “As arestas comerciais corriqueiras podem ser minimizadas, buscando um consenso maior que chamamos ‘cliente’. Temos um diálogo constante com nossos parceiros seguradores e Sindseg, buscando aprimorar a relação do mercado segurador com o consumidor, fazendo com que a “instituição seguro” crie uma forte imagem de credibilidade e segurança”, declara Odair Roders. Para seguir nessa jornada de crescimento, alguns pontos precisam ser trabalhados. Para Celso Marini, uma grande preocupação é a venda do seguro de forma irregular (por meio de associações, cooperativas e bancos). “A Susep já está afastando do mercado essas associações que comercializam o seguro de modo irregular. Isso ainda nos atrapalha bastante. Vamos continuar atuando com a nossa principal missão, que é a defesa do corretor de seguro como único profissional habilitado na função”, completa Marini. Outro ponto a ser trabalhado é a imagem do seguro. “O seguro precisa ser bem visto. Quando acontecer um sinistro devemos trabalhar fortemente para que esse processo de regulação e indenização de danos seja feito rapidamente”, destaca Julio Cesar Rosa. “É um corretor que se destaca na busca por qualificação e aprimoramento profissional”. De acordo com todos os sindicatos da região Sul, essa é uma importante particularidade dos profissionais dos três estados. “O corretor é bastante focado no cliente. Também é um profissional bastante crítico, no sentido de buscar um crescimento para o mercado”, afirma o presidente do Sincor-PR/MT. Palestras, workshops e cursos rápidos de especialização em diversos ramos são ações que as entidades realizam, e continuarão a realizar, neste ano. “É Foto: Igor Pires Corretores sulistas ❙❙ Paulo Luckman, do Sindseg-SC ❙❙ Julio Cesar Rosa, do Sindseg-RS 25 especial sul | sindicatos Sincor-PR Em 1963, foi inaugurada a Associação Profissional dos Corretores de Seguros e Capitalização do Paraná, um embrião do que seria o Sincor-PR, oficialmente fundado em 1966. Atualmente o Sindicato conta com 2779 corretores cadastrados pessoas físicas e 1729, jurídicas. Sindseg-PR/MT Neste ano o Sindseg-PR/MT comemora 88 anos. O Sindicato nasceu, inicialmente, como Comitê Local Paranaense e Santa Catarinense de Seguros, em 1924. Uma de suas principais ações, realizada com o apoio do Sincor-PR e da Funenseg, é o Programa Viver Seguro, uma divulgação institucional do seguro para a população. O Sindseg-PR/MT conta com 27 seguradoras associadas. Sincor-RS Neste ano o Sincor-RS completa 70 anos de fundação. Entre suas ações, destaca-se como a principal a defesa do corretor de seguro como único profissional habilitado a realizar a função de comercialização do seguro. Atualmente, possui 5306 corretores cadastrados (pessoas físicas e jurídicas). Sindseg-RS Uma das instituições sindicais mais antigas do Estado do Rio Grande do Sul, o Sindseg-RS completa 117 anos em 2012. Junto ao Sindicato estão filiadas 39 empresas, sendo que 36 operam em seguro privado, vida, saúde e previdência e três operam em capitalização. Sincor-SC A entidade foi fundada em 1960. Durante essa trajetória destaca-se a criação do Credicor (Cooperativa de Crédito) e a aprovação do Código de Ética. Hoje cotam com 2593 corretores (pessoas físicas e jurídicas) associados. Sindseg-SC Fundado sob a denominação de Comitê Local Catarinense de Seguros, a entidade passou a ser denominada Sindicato em 1990. O Sindseg-SC atua como órgão técnico e consultivo nas áreas de seguros privados, resseguros, previdência complementar e de capitalização. Mantém serviços de consultoria e assessoria, desenvolve estudos técnicos e ações para a capacitação profissional no setor. Hoje conta com 23 seguradoras associadas. 26 painel especial sul gente Diretor para alavancar vendas MBA MBA em Seguro e Resseguro em Porto Alegre Porto Alegre irá receber, pela primeira vez, o MBA Executivo em Seguros e Resseguro, oferecido pela Escola Superior Nacional de Seguros. A proposta do curso é prover a melhora contínua do desempenho de quem atua no ambiente de seguros. “A ideia é desenvolver uma visão prática, do ponto de vista de mercado, e correta, do ponto de vista acadêmico, que sirva para formar profissionais capazes de executar, com pleno sucesso, as atividades demandadas pelo setor”, afirma o coordenador Sergio Rangel. A pós-graduação terá duração aproximada de um ano e meio e as aulas estão marcadas para começar no dia 10 de abril. O investimento é de 18 parcelas de R$ 630. Mais informações podem ser obtidas no www.funenseg.org.br, pelos telefones (51) 3224-1965 / 5267 / 6661 ou pelo e-mail [email protected]. GBOEX Jack Suslik Pogosrelsky tomou posse da diretoria comercial da Confiança Seguros. Arquiteto e administrador de empresas, o executivo tem 32 anos de atuação no mercado segurador. O novo diretor chega à Confiança Seguros com o desafio de alavancar a comercialização de seguros Vida e Ramos Elementares. especial sul | seguro rural Em busca de mais representatividade Com bom desempenho na produção agrícola nacional, os três estados sulistas são responsáveis por 70% da produção de seguro rural do Brasil, mas ainda há potencial para crescer mais Jamille Niero 28 A região Sul desempenha um papel importante na produção agrícola brasileira, produzindo, segundo estimativas, pelo menos 70% do trigo e da soja no País, além da uva – com 65% da produção nacional e cerca de 50% do milho e do arroz. É também a região responsável pela maior parte da produção de seguro rural do Brasil: 70% das operações que receberam subvenção do Governo Federal em 2011 são do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Além dos produtos citados acima, na região também são desenvolvidas culturas de maçã, pêssego, ameixa, laranja, tangerina, caqui, cana-de-açúcar, mandioca, feijão, alho, batata, cebola e tomate. Atualmente, o produtor pode recorrer aos seguros agrícola, pecuário, aquícola, de florestas e penhor rural. De acordo com o presidente da comissão de seguro rural da FenSeg, Luiz Roberto Foz, o Sul do País é quem tem maior apetite para comprar o seguro e é a região mais sujeita a riscos meteorológicos, como secas, granizo e geada. “A incidência é bastante grande na região. São propriedades de pequenos produtores e o efeito social causado é muito grande”, analisa. Apesar do grande risco de intempéries climáticas afetarem a produção, ainda uma pequena parte dos produtores adere ao seguro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) observa que, no estado, a procura pelo seguro agrícola é limitada. O vice-presidente da entidade, Nelton Rogério de Souza, lembra que até o início de 2011 apenas 10% da área de grãos e culturas permanentes estavam seguradas, representando 6,7 milhões de hectares. No estado, as culturas que mais demandaram o seguro foram a soja, em primeiro lugar, seguido pela maçã e pelo milho safrinha. No caso do seguro agrícola, em Santa Catarina oito culturas recebem do Governo Federal custeio de 50% do valor do prêmio pago aos produtores: arroz, cebola, feijão, maçã, milho, soja, trigo e uva. Na avaliação do dirigente, a baixa adesão é devido ao alto custo da apólice para o produtor. A pouca remuneração e o limite no pagamento das indenizações são outros motivos. “A escassez de informações econômicas e estatísticas para subsidiar a análise de riscos e o cálculo financeiro na composição dos termos das apólices constituem um problema, porque influenciam a exatidão das informações, imprescindíveis para o crescimento do seguro rural”, acredita Souza. Segundo ele, o médio produtor é o mais prejudicado, pois os pequenos agricultores têm acesso a outros sistemas de financiamentos, a exemplo do Pronaf, seguro automático da produção. O Paraná, um dos maiores agentes financeiros e que responde por 71% do crédito rural, teve 80% dos seus contratos de financiamento de soja com adesão ao seguro agrícola. “O seguro é uma garantia fundamental nos financiamentos dos agentes que operam o crédito rural”, afirma Pedro Loyola, economista e coordenador do Departamento Técnico Econômico da FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná). Segundo ele, o Paraná é o líder na contratação de seguro agrícola porque os produtores tiveram perdas severas com eventos climáticos na última década, que ultrapassam a casa dos R$ 15 bilhões. Isso os levou a criar uma cultura e demanda por seguro agrícola. Referente a 2011, números preliminares apontam que 21 mil produtores paranaenses fizeram seguro agrícola na temporada, com 2,45 milhões de hectares de área segurada e R$ 1,7 bilhão em importância segurada. “Temos potencial de no mínimo duplicar esses números no curto prazo. Temos em torno de 400 mil propriedades e 80 mil podem ser classificadas como média ou grande, principal público do seguro agrícola”, pontua Loyola. O Paraná mantém um programa de subvenção ao prêmio do seguro agrícola do trigo, que está prestes a ser ampliado para o milho de segunda safra e o café. No programa federal de subvenção ao prêmio, o Governo Federal arca com 70% do prêmio do seguro do trigo e o Estadual com 15%, cabendo ao produtor pagar os 15% restantes. “Essa é a única forma do produtor acessar esse seguro, pois o prêmio é muito caro, acima de ❙ Pedro Loyola, da FAEP 10% e inviável sem a participação do Estado. Portanto, se um produtor contrata esse seguro e o prêmio é de 10%, ele paga 1,5%. Esses programas de subvenção viabilizaram a contratação do seguro agrícola de culturas de alto risco climático”, comenta. Estiagem Além dos transtornos causados à população, a seca que atingiu a região Sul nos últimos meses afetou a produção agrícola regional, causando prejuízos de mais de R$ 2 bilhões ao setor e contribuindo para o aumento dos preços de diversos alimentos em todo o país, segundo informações da Agência Brasil divulgadas na terceira semana de janeiro. No Rio Grande do Sul, 291 cidades decretaram situação de emergência, em Santa Catarina foram 80 cidades e, no Paraná, 137 cidades. Estimativas da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) de Santa Catarina apontaram que os prejuízos na agropecuária da região somam R$ 470 milhões. A produção mais prejudicada é a do milho e cerca de 640 mil toneladas foram perdidas, representando 16,6% da produção esperada - que era de 3,88 milhões de toneladas. No Paraná, um levantamento do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e Abastecimento mostrou que a estiagem comprometeu 11,5% da safra de verão, que estava prevista para 22,13 milhões de toneladas. As perdas no campo causaram prejuízo 29 especial sul | seguro rural financeiro de R$ 1,52 bilhão. Segundo balanço da assessoria econômica da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), a queda na safra aumentou para 36%, com a produção estimada em 16.144 milhões de toneladas contra a previsão inicial de 25.078 milhões de toneladas. No levantamento anterior, divulgado no início de fevereiro, a perda era de 30%. No Valor Bruto de Produção (VBP) agrícola as perdas financeiras em decorrência da seca somam R$ 5.668 bilhões. O economista do Sistema Farsul, Antônio da Luz, diz que a chuva ocorrida no final de janeiro e início de fevereiro estancou as perdas por três semanas, mas a situação se agravou. “Agora há perdas significativas em regiões onde até então estavam controladas, como na região de Carazinho”, informa. Segundo ele, mesmo com chuva as perdas podem estabilizar, mas não serão revertidas. As seguradoras que atuam no segmento rural programaram ações específicas para atender os segurados da região. O grupo segurador BB Mapfre, por exemplo, recebeu 6. 279 comunicados de sinistro até a primeira quinzena de fevereiro. Desses, 1.271 oriundos no Rio Grande do Sul, 397 de Santa Catarina e 3.990 do Paraná. Como as lavouras estão em diferentes estágios de desenvolvimento e a seca afetou com intensidade distinta cada região, ainda não é possível precisar o montante total das indenizações. A estimativa é pagar R$ 175 milhões no geral. Desse valor, R$ 19 milhões deverão ir para o Rio Grande do Sul, R$ 5 milhões para Santa Catarina e R$ 116 milhões para o Paraná. “É uma estimativa baseada no que já foi avisado, porém só vamos pagar a indenização quando houver a colheita, pois apenas neste momento será possível saber qual o real prejuízo do produtor”, justifica Luis Carlos Guedes, diretorgeral de Operações Rurais do Grupo BBMapfre. Mais de 150 peritos, auditores e analistas foram a campo, distribuídos nas regiões sinistradas ou de alta concentração de riscos, para analisar a situação. O executivo conta que a seguradora fez um levantamento histórico de ocorrência de sinistros da safra de verão 2008/2009, 30 Seguro rural em 2011 Confira abaixo os dados de 2011 referentes ao seguro rural que receberam subvenção do governo federal (agrícola – responsável pela maior parte –, florestas e pecuário): Operações: Total Brasil: 57.885 Região Sul: 70% Rio Grande do Sul: 13.972; Santa Catarina: 5.565; Paraná: 21.572 Área segurada (em hectares): Total Brasil: 10,4 milhões de hectares Região Sul: 36% Rio Grande do Sul: 1,07 milhão; Santa Catarina: 224 mil; Paraná: 2,45 milhões Importância segurada: Total Brasil: R$ 7,34 bilhões Região Sul: 56% Rio Grande do Sul: R$ 1,784 bilhão; Santa Catarina: R$ 564 milhões; Paraná: R$ 1,773 bilhão Prêmio total pago: Total Brasil: R$ 466 milhões Região Sul: 60% Rio Grande do Sul: R$ 100 milhões; Santa Catarina: R$ 55 milhões; Paraná: R$ 128 milhões Subvenção paga pelo governo: Total Brasil: R$ 253,5 milhões Região Sul: 61% Rio Grande do Sul: R$ 54,4 milhões; Santa Catarina: R$ 30 milhões; Paraná: R$ 70,8 milhões Fonte: Ministério da Agricultura ❙ Luis Carlos Guedes, do BB Mapfre uma das piores já registradas, para balizar as ações. Naquela ocasião, mais de 4 mil avisos de sinistros foram registrados pela Central de Atendimento. A operadora de seguro agrícola AgroBrasil, que trabalha em parceria com a Nobre Seguradora, já recebeu cerca de 6 mil avisos de sinistro. Porém, da mesma forma que o BBMapfre, só deverá ter certeza das indenizações após a colheita, por volta do mês de junho. Situação atual O risco na agricultura é permanente e não apenas relacionado às intempéries climáticas. O comportamento imprevisível do mercado, a inconstância das cotações agrícolas e do câmbio constituem riscos presentes. Por isso, os especialistas apontam que o fortalecimento e a expansão do seguro rural passam pelos investimentos em subvenção, fundo de catástrofe e resseguro, pois quanto maior ❙ Miguel Fonseca, do IRB for a adesão menor será o custo. Os resseguradores são realmente importantes na formatação do seguro rural. A resseguradora retém cerca de 90% dos riscos e 10% ficam com a seguradora. “O resseguro funciona como uma ‘sociedade’ com a seguradora nesse segmento. O mesmo percentual de perda que a seguradora tem, o ressegurador também terá. A sinistralidade da seguradora vai ser exatamente a mesma da resseguradora, porque os contratos são proporcionais”, esclarece Miguel Fonseca, gerente de riscos rurais e de transporte do IRB Brasil Re. Ele afirma, como grande parte dos executivos do mercado, que a maior ferramenta para aumentar a adesão dos produtores rurais é a subvenção do prêmio. “Se o Governo Federal atuar forte na subvenção, mais pessoas vão poder ter acesso à contratação de seguros. Hoje, ela ainda fica muito limitada aos recursos que o Governo disponibiliza para o mercado”, aponta. Para Laura Emília Dias Neves, presidente da AgroBrasil, é fundamental a subvenção. “O produtor rural brasileiro precisa do apoio do Governo Federal para que ele tenha insumo. É um custo que ele tem, mas nas regiões onde atuamos percebemos que o produtor não consegue ficar tranquilo sem”, observa. Laura nota que onde o Governo disponibiliza o subsídio há mais adesões ao seguro. Quando a verba é pouca, muitas regiões ficam desamparadas. “Chega uma hora que eles procuram e não tem mais verba. Hoje o Governo Federal destina 0,4% do Plano Agrícola e Pecuário para subsidiar o seguro. É uma parcela muito pequena. Se fosse 1% do Plano para o seguro agrícola já seria de bom tamanho”, sugere. O cenário tem melhorado: em cinco anos, os investimentos do Ministério da Agricultura às subvenções passaram de R$ 31,12 milhões para R$ 253,5 milhões (2011). O valor é 27,8% superior aos R$ 198,3 milhões pagos em prêmio do seguro rural em 2010. Porém, a situação ainda não é a ideal. A demanda dos produtores para 2012 é de R$ 670 milhões, mas na Lei Orçamentária Anual (LOA) apenas R$ 174 milhões foram aprovados. ❙ Laura Dias Neves, da AgroBrasil Para Loyola, da FAEP, o governo ainda não entendeu que “é melhor investir em seguro agrícola do que deixar o produtor descoberto e em caso de perdas por eventos climáticos administrar a crise com renegociação de dívidas agrícolas”. Ele acredita que é mais barato aumentar a contratação de seguro agrícola no país do que arcar com a equalização de juros de prorrogações de dívidas. Segundo Fonseca, do IRB, o tema é discutido pelo Governo, em conjunto com o mercado, em uma câmara temática, criada no ano passado pelo Ministério da Agricultura. “Fala-se em verbas diferenciadas por região, porque há locais onde predominam as propriedades maiores e, em outros, menores. Se comparar a região Centro-Oeste, por exemplo, prevalecem as grandes propriedades. Já no Sul a maior parte é formada por propriedades menores”, conceitua. Fonseca, que é membro da Câmara, espera que até o meio do ano as propostas comecem a ser discutidas e, em seguida, implementadas. O que todos concordam é que o seguro rural ainda é novo no Brasil e, apesar de estar caminhando no rumo certo, há muito a ser feito. Especialmente se comparar a países que já têm seguro agrícola há mais de 100 anos. “Precisamos entender a importância das políticas agrícolas, ainda mais quando elas vêm trazer uma garantia ao produtor rural, que tem uma indústria a céu aberto. Queremos que o seguro agrícola no Brasil seja tão representativo quando é a nossa agricultura”, finaliza Laura. 31 especial sul | seguradoras Quem opera a partir do Sul do País O Rio Grande do Sul já foi um grande polo de sedes de seguradoras. Na década de 70, cerca de 18 companhias tinham sede no estado. Hoje isso mudou um pouco, mas a região Sul do Brasil ainda apresenta números bastante expressivos. A região cresceu, até novembro de 2011, no ritmo do mercado. Entretanto, os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina aumentaram sua produção em mais de 20%. Abaixo, mostramos um pouco mais das companhias que possuem suas sedes na região Kelly Lubiato MBM Seguro de Pessoas O Grupo MBM Seguro de Pessoas atua no Rio Grande do Sul a partir de sua matriz, no centro histórico de Porto Alegre, onde também funciona a filial RS, que conta com duas lojas de atendimento, uma no município de Santa Maria e outra em Passo Fundo. A seguradora possui 12 filiais e 10 representações. Especializada em seguros de pessoas, tem seus produtos distribuídos por corretores de seguros. “Eles produzem efeito de capilarizar a atuação nos diversos segmentos da sociedade e nas mais distantes localidades”, analisa Nelton Ledur, diretor de produção da MBM. 32 Nos últimos dois anos a empresa investiu em sistemas informatizados. Em 2011, o crescimento consolidado foi de 17% no prêmio ganho. A sinistralidade da carteira, que no ano de 2010 foi de 34%, foi reduzida para 27%. Assim, com um incremento no prêmio ganho e uma redução na sinistralidade pode-se dizer que o ano de 2011 foi muito bom. “Para 2012, temos uma previsão de crescimento consolidado na ordem de 18% em relação ao ano anterior, mantendo-se a sinistralidade nos mesmos patamares”, antecipa Ledur. GBOEX O GBOEX foi criado no colégio militar de Porto alegre, através dos professores militares, em 1913. A empresa completa cem anos no dia 24 de maio de 2013. A sua especialidade é previdência privada e também os seguros de vida, operados através de duas parceiras: uma com a Confiança, da qual o GBOEX é dono, e a outra é com a ACE. Os produtos de previdência com risco – pecúlios – são muito comuns na região Sul do Brasil. O GBOEX tem duas linhas de atuação, sendo uma com a Confiança, para produtos locais, e outra com a ACE Seguradora, disponível em todo o território nacional. De acordo com o diretor de produção da empresa, Nilton G. Bermudez, “o único canal de distribuição é o corretor de seguros. Ele é o nosso rei. Não vendemos via banco nem meios eletrônicos”, avisa. O GBOEX opera em todas as localidades brasileiras sem distinção. “Mas é claro, a proximidade da sede da empresa, que fica em Porto Alegre, propicia aos corretores daqui uma oportunidade maior de relacionamento. Mas nós tratamos todos bem, não só no Rio Grande do Sul como em qualquer lugar do Brasil”, antecipa-se Bermudez. Agora, a proximidade leva a um relacionamento mais estreito com os corretores do Rio Grande do Sul. ❙ Nilton G. Bermudez A seguradora tem cerca de 50% de participação no mercado de previdência do Rio Grande do Sul, considerando-se as entidades abertas de previdência privada sem fins lucrativos. O crescimento esperado para 2012 é de cerca de 7% nas vendas e 15% na arrecadação. “A situação é diferenciada porque temos o crescimento nas vendas, mas o reflexo na arrecadação é maior, dependendo dos planos contratados”, explica Bermudez. O diretor de produção explica que por ser uma empresa especializada em Previdência, o GBOEX mantém seus clientes por muito tempo, numa relação perene. “O gaúcho é tido como um povo muito sério e radical demais. Às vezes, na posse do governador, o vice já está na oposição. Porém, ele tem como forma de vida o compromisso. Depois que assume um compromisso, ele morre sobre ele. Para o nosso segmento, isso é muito ❙ Sergio Luis Lhullier Renk importante”, comemora. “Em 2012 serão muitas oportunidades para os corretores ampliarem sua carteira de clientes e desta forma proporcionarem segurança e proteção para muitas famílias”, afirma Sergio Luis Lhullier Renk, diretor presidente do GBOEX, acrescentando que “esse tem sido o negócio da empresa, amparar financeiramente as pessoas quando elas mais precisam de apoio.” Renk enfatiza também que “investir no lançamento de diversas campanhas promocionais, no desenvolvimento de novos produtos e em serviços que visam facilitar o trabalho do corretor e o relacionamento dos associados com a empresa, são indicadores que demonstram o quanto uma empresa quase centenária pode ser jovem e competitiva. O GBOEX orgulha-se de possuir uma marca forte em previdência privada, que é referência em seu segmento”. 33 especial sul | seguradoras Centauro Há 20 anos começou a história da Centauro, operando na área de saúde com 5% da carteira em vida. Depois da Lei 9656 de 1999, a companhia passou a operar somente com seguro de pessoas. “Nós tivemos tempo para reestruturar a operação, de nos ajustar para nova fase de seguro de vida. Começamos uma história nova focados na região Sul”, ressalta Ricardo Iglesias, presidente da seguradora. Ele afirma que a região é tão peculiar que parece se tratar de três países diferentes, e não apenas estados, tudo por conta da colonização diferenciada. Por isso também que o trabalho é realizado passo a passo. “Já pedimos autorização na Susep para atuar em outros estados, mas queremos nos estruturar primeiro para depois Previsul A Previsul é uma empresa centenária, fundada no Rio Grande do Sul. “Achamos por bem mantê-la no Rio Grande do Sul, até pelo seu nome e sua confiabilidade, apesar da empresa pertencer ao Grupo Consulfac, com sede no Paraná”, conta Ernesto Pedroso, presidente da seguradora. Apesar do sacrifício por parte da diretoria, que tem que viajar com frequência, Pedroso afirma que foi acertada a decisão de manter a sede no Rio Grande do Sul, pois a empresa é reconhecida pelo estado e valorizada pelos gaúchos, que tem suas raízes culturais muito arraigadas. “São um exemplo para o Brasil”, confidencia Pedroso. A Previsul acaba de inaugurar o seu novo prédio no centro de Porto Alegre, com 12 andares completamente reformados e modernizados. “O conforto para os colaboradores agora é excepcional porque, além do trivial, temos algumas cantinas, nichos de repouso, salas de trabalho amplas, modernas e unificadas. O funcionário fica mais produtivo e trabalha mais alegre”, analisa Pedroso. O sistema de TI da empresa está completamente atualizado, com capacidade de emissão de ponta, muito mais ágil, moderno e rápido. A seguradora atua em todo o Brasil, com sucursais em Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e nos estados do sul, nas capitais e interior. “Tivemos a audácia de nos intitular “especialistas” em pessoas, e atuamos apenas na área de vida”. Nos últimos cinco anos, cerca de dois mil corretores se cadastraram na companhia. A empresa triplicou o seu faturamento de 2005 a 2012. “Em 2011, fechamos o ano com R$ 134 milhões de faturamento, só com produtos de vida. Em 2012, o crescimento será vertiginoso, pois o ano é promissor em termos de aumento de empregos com carteira assinada, o que representa um reflexo direto no seguro”, comemora Pedroso. 34 nos instalarmos. Não adianta ter um escritório local e não conseguir implementar nosso modelo. Neste aspecto já atuamos em Goiânia e Brasília”, informa Iglesias. O DPVAT é uma história muito feliz da seguradora. Ele começou quase que por acaso, quando a Centauro optou por realizar o atendimento demandados no Rio Grande do Sul. “Temos hoje 980 corretores que atuam com o DPVAT no País, em qualquer lugar. Isso é só é viável porque o sistema é ótimo. Já atendemos 57 mil beneficiários em 2011. O DPVAT é uma ferramenta de aproximação. Ela é conhecida na maioria dos estados, o que nos abre as portas”, ratifica. Em 2012 já existe a definição de trabalhar em produtos individuais e em acumulação de capital. “O nosso estilo de trabalho é marcado pelo relacionamento pessoal, pois não somos companhia de marca”, finaliza Iglesias. APLUB A Aplub, grupo que comercializa seguros patrimoniais, de pessoas e capitalização, está presente em todo o território brasileiro, em mais de 35 regiões, incluindo o Sul do País, onde fica a sede da empresa. Seus produtos são distribuídos via corretores de seguros, com distribuidores regionais em mais de 200 mil pontos de venda. “Estamos atuando com foco na ampliação do mix de produtos, com pacotes de serviços específicos para as classes C, D e E, combinando diferentes tipos de produtos, aliando agilidade no atendimento”, explica Luiz Osório Silveira, diretor comercial e de marketing do Grupo Aplub. A companhia pretende investir no desenvolvimento de sistemas, com acompanhamento online das informações por vários integrantes do processo de venda (segurados, corretores, distribuidores, parceiros, clientes etc). “Além disso, criamos produtos inovadores, conhecendo os anseios dos clientes, sugerindo soluções de produtos para atendimento desse canal (varejista, área financeira etc)”, ressalta. A receita de janeiro até dezembro alcançou R$ 844 milhões, valor que superou em 89,9% o arrecadado em todo o ano de 2010. Prevemos crescimento de 20% em 2012. O ramo de capitalização está em pleno crescimento nos últimos cinco anos de atuação. “Prevemos a manutenção destes índices para os próximos anos, inclusive pela extensa ampliação dos microsseguros em nosso País”, prevê Teixeira. J. Malucelli inicia operação em riscos patrimoniais e responsabilidade Desde março, começou a operar a J. Malucelli Seguros, empresa da holding J.Malucelli em parceria com a Travellers Inc – umas das mais importantes seguradoras de Property & Casualty norte-americana. A nova seguradora irá comercializar sete produtos (riscos de engenharia, riscos nomeados, riscos operacionais, compreensivo empresarial, riscos diversos – equipamentos, RC Geral e RC administradores). O foco da atuação da companhia será no mercado de médias empresas, deixando os grandes riscos para um segundo momento. Segundo Alexandre Malucelli, presidente do conselho do Paraná Banco, a nova seguradora surgiu para suprir uma demanda dos corretores da companhia e complementar a atuação da J.Malucelli Garantia. “Vamos iniciar a divulgação deste trabalho através de nossos dois mil corretores cadastrados e dos nossos 32 mil clientes”, informou Malucelli, acrescentando que deseja “nadar primeiro no aquário para depois ir para o mar aberto”. Além da seguradora, também está sendo criada a J. Malucelli Controle de Riscos, uma empresa voltada para o gerenciamento de risco que, em princípio atenderá somente as companhias do Grupo. Alexandre Malucelli destacou que a companhia continuará atuando com alguns facilitadores, como a emissão de apólice online e ferramentas de cotação mais simplificadas. A J.Malucelli Garantia é líder de mercado com participação de 37% dos prêmios arrecadados pelo setor. Sobre o potencial da nova companhia, o presidente do conselho não apresenta números, mas acredita que há uma enorme demanda principalmente para as empresas que conseguirem apresentar produtos inovadores e competitivos. 35 eventos especial sul encontro Sindseg-RS promove almoço das seguradoras O Sindseg-RS retomou, no dia 15 de março, os tradicionais Almoços das Seguradoras. O evento aconteceu no Hotel Plaza São Rafael e teve como palestrante o executivo Roberto Pansera, diretor da Pansera Corretora de Seguros, que apresentou o projeto social ‘Associação Lar Professora Nancy’. A Associação, que leva o nome da mãe de Pansera, destina-se à geração de renda e educação infantil para as famílias em vulnerabilidade social da comunidade da Vila Nancy Pansera. Outro evento que já está programado para este mês será o Encontro entre Amigos, que será realizado no dia 26 de março, no auditório do Sindseg-RS. seguro condomínio Londrina, Curitiba e Maringá recebem palestras sobre o tema O Sincor-PR, SindsegPR/MS e a Escola Nacional de Seguros promovem palestras com o tema ‘Seguro Condomínio’ em Londrina, Curitiba e Maringá. Ministradas pelo professor Maurício Tadeu, da Escola Nacional de Seguros e de outras instituições, o objetivo é abordar os principais conceitos e definições sobre as características do seguro, avaliar a evolução da legislação e demonstrar as responsabilidades na contratação Em Londrina a palestra aconteceu no dia 15 de março e em Curitiba no dia 16. Em Maringá será realizada no dia 29, no Hotel Bistrol Metrópole (Avenida XV de Novembro, 470), às 19 horas. As inscrições podem ser feitas até o dia 28 pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (44) 3262-1522, com Natália. A inscrição é uma lata de leite em pó. 36 Sincor-RS Humorista André Damasceno participa de café da manhã A primeira promoção do Sincor-RS em 2012 será o café da manhã no dia 20 de março, no Salão Nobre da Federasul, com o humorista gaúcho André Damasceno. “Queremos começar este ano com alto astral, com uma palestra descontraída e inesquecível. Nada melhor do que o André Damasceno”, afirma a diretora social do Sindicato, Genesi Cassol. O humorista se tornou nacionalmente conhecido ao ingressar na “Escolinha do Professor Raimundo”. Ele também integrou o elenco da “Escolinha do Barulho”, na Rede Record e do programa Zorra Total, da Rede Globo. palestras Tokio Marine realiza palestras com corretores do Sul A Tokio Marine realizou em Curitiba a primeira de duas palestras que fará para os corretores de seguros do Sul. A segunda será realizada em Ponta Grossa, no dia 20 de março. A realização dos eventos foi um dos compromissos assumidos pela Tokio no Projeto de Interlocução, do Sincor-PR, com a finalidade de levar aos corretores informações sobre os produtos e ferramentas da seguradora. O objetivo é apresentar técnicas de vendas no seguro de vida e o tutorial das novas ferramentas web que a companhia opera. seguro | risco político Proteção para negócios no exterior Conflitos resultantes da Primavera Árabe e a crise da zona do euro representam riscos para empresas que têm relações comerciais com países da região. As companhias brasileiras já começam a se preocupar com esse tipo de risco Jamille Niero A recessão global, a crise de crédito, o aumento do terrorismo e a instabilidade política formam um cenário de riscos complexo para as empresas que investem, fabricam e comercializam com o exterior. Os responsáveis por esse cenário são a tensão resultante da Primavera Árabe que tem estimulado e intensificado protestos em dezenas de países, o resultado incerto das eleições em países como EUA, França, Rússia e China e a crise da dívida da zona do euro, que é um risco significativo e se estende aos países economicamente dependentes ou não da região. “Essas revoltas e protestos continuam sendo uma preocupação fundamental em 2012 e vemos isso refletido em rebaixamentos de classificação de vários países”, disse Roger Schwartz, vice-presidente sênior de risco político para a prática da Aon Risk Solutions. A companhia avaliou os riscos políticos em 167 países e territórios e divulgou o resultado este ano no estudo “Mapa de 38 Riscos Políticos 2012”. O levantamento indicou os países que estão mais sujeitos a seis principais riscos (confira no box na página ao lado). Por sua vez, apesar do crescente movimento de turbulências geopolíticas em diversas economias no mundo, vários outros países apresentam maiores oportunidades de expansão para as empresas multinacionais devido às melhorias em seus ambientes regulatórios e legais. Eles foram apontados pelo estudo “Mapa de Risco Político 2012”, elaborado pela corretora Marsh em parceria com a Maplecroft, empresa de análise e mapeamento de riscos. Países como Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Indonésia, México, Peru, Rússia, Tailândia, Turquia e Uruguai estão entre as economias com ambientes mais favoráveis ao investimento empresarial. As economias em crescimento são destinos cada vez mais atraentes para os investimentos devido à redução dos riscos políticos. Ainda de acordo com o mapa da Marsh, países como República Democrática do Congo, Mongólia e Mianmar mostram evidências de melhorias nos ambientes de negócios legais e regulatórios e que podem oferecer oportunidades de investimento interessantes para as empresas que atuam no setor de energia. Segundo o estudo, Mianmar, mesmo estando classificado como o 2º maior em riscos no mapa de 2012, com as recentes reformas políticas, poderá ser colocado no centro do panorama estratégico de 2012. Brasil As empresas brasileiras também estão expostas a esses riscos. Segundo um estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mais de 22 mil empresas nacionais exportaram produtos em 2009, sendo que metade eram MPEs atuantes, principalmente, na América Latina. A região é, inclusive, uma das principais preocupações das empresas brasileiras que fazem transações internacionais, já que a maior parte delas têm negócios com os países vizinhos. líder da Prática de Seguro de Crédito e Risco Político da Marsh para a América Latina, Donnie DiCarlo. Segundo ele, no caso dos conflitos nos países árabes, os principais medos estão relacionados ao não pagamento dos serviços prestados ou mercadorias enviadas e danos físicos ao transportador. “Empresas que enviam navios a países como Líbia ou Tunísia adquirem as coberturas para ter certeza que estarão seguros em casos de expropriação ou em caso de danos físicos, por exemplo”, comenta. Há ainda os sinistros relacionados à interrupção de negócios - exDonnie Dicarlo, da Marsh Vinicius Jorge, da Zurich portadores da América do Norte, Ásia e “Atualmente as empresas brasileiras se América já foram afetados. No caso dos negociam com outros países. “A demanpreocupam mais com nossos vizinhos pedidos de indenização relacionados à da por esse seguro pode até crescer e não do que com os países árabes, africanos zona do euro, os principais são devido à vai faltar capacidade e oferta de seguro. ou europeus. Países como Venezuela, falência de pequenas companhias. É um momento muito produtivo e indiDiCarlo acredita que essas tensões camos para as companhias comprarem o Equador, República Dominicana, que têm histórico de problemas envolvendo ainda continuarão por um tempo, o que seguro agora porque está com um preço riscos políticos, ainda continuam sendo representa riscos para as empresas que muito bom”, conclui. mais preocupantes”, aponta o superintendente de linhas financeiras da Zurich O que preocupa as empresas Seguros, Vinicius Jorge. A seguradora oferece o seguro de risco político no » Transferência de moeda (risco de ser incapaz de fazer pagamentos em diBrasil há cerca de um ano e meio. Sevisas, como resultado da imposição de controles cambiais locais). 71 países gundo ele, a procura por informações têm este ícone, incluindo Argentina, Bolívia, Quênia, Suazilândia, Paquistão sobre a proteção foi grande, considerane Turcomenistão. do o nível de empresas brasileiras que » Jurídico e Regulatório (risco de prejuízo financeiro ou de reputação, como têm exposição internacional – “entre resultado de dificuldades no cumprimento das leis etc. do país anfitrião. É 100 e 130 empresas”, calcula. A Zurich o risco mais comum no mapa: 104 países têm este ícone, entre eles Peru, tem cinco propostas em andamento para Angola, Líbia, Cazaquistão, Tailândia e Iêmen. empresas brasileiras que possuam ope» Interferência política (risco de intervenção do governo anfitrião na econorações tanto na Europa quanto África mia ou outras áreas políticas que afetam negativamente os interesses de e Arábia Saudita e querem adquirir a investidores estrangeiros, como nacionalização e expropriação). 92 países e cobertura. “A cobertura mínima conterritórios têm esse risco, incluindo cinco novos para 2012: Equador, Venezuela, tratada é algo em torno de US$ 25 Egito, Líbia e Peru. milhões. Estipulamos esse valor porque » Violência Política (risco de greves, tumultos, comoções civis, sabotagem, dificilmente a operação do segurado terrorismo, vandalismo, guerra com outros países, guerra civil, rebelião, será menor e assim ele poderá ter um revolução, insurreição ou golpe de Estado). Há 81 países com este ícone de custo x benefício viável”, explica Jorge. risco, incluindo Colômbia, Moçambique, Peru, Bolívia, Paraguai, África do É um seguro já bastante conhecido Sul, Líbia e Guiné. no mercado internacional. Com o desen» Não-pagamento soberano (risco de um governo estrangeiro ou entidade volvimento econômico e o patamar que o do governo não honrar suas obrigações em relação a empréstimos e outros Brasil atingiu, é natural que as empresas compromissos financeiros). Foram detectados 85 países com este risco em brasileiras se preocupem com o que pode 2012, incluindo Argentina, Venezuela, Croácia, República Dominicana, Egito, acontecer com suas operações ao redor Nigéria e Vietnã. do mundo, como já fazem as companhias » Interrupção da cadeia de suprimentos (risco de interrupção do fluxo de bens estrangeiras. e/ou serviços entrando ou saindo do país como resultado da instabilidade “Tivemos muitos clientes que estapolítica, social, econômica ou ambiental). É o menos comum globalmente vam em processo de expansão global e (com 61 países), porém muito comum na América Latina – está em países tiveram de recuar algumas operações como Argentina, Bolivia, Equador, Venezuela e Peru. Fonte: AON após a Primavera Árabe”, comenta o ❙ ❙ 39 saúde | expansão É hora de ampliar os horizontes Seja no interior do Sudeste ou nas regiões Norte e Nordeste, as empresas de saúde suplementar registram aumento no número de beneficiários e miram a classe C Jamille Niero 40 A pesar de 71,5% dos beneficiários de planos de saúde se concentrarem nas regiões de maior atividade econômica do País, como capitais e regiões metropolitanas – segundo dados da ANS –, outros locais têm registrado crescimento, acompanhando a expansão econômica que acontece em todo o País. Um exemplo é o Rio de Janeiro. Segundo a pesquisa mensal do emprego do IBGE, o interior do estado fluminense ganhou proporcionalmente mais beneficiários de planos de saúde do que a região metropolitana (9,3% contra 4,5%). “Esta interiorização do mercado de saúde suplementar é fruto do desenvolvimento econômico no interior do estado. São destaques de crescimento no número de beneficiários as cidades do sul fluminense, como Barra Mansa (13,5%) e Volta Redonda (8,9%), pólos da indústria siderúrgica, e Macaé (13,1%), na região petrolífera”, afirma Luiz Augusto Carneiro, superintendente do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar). Horácio Cata Preta, diretor da Golden Insurance e da Comissão Técnica de Saúde do Sincor-RJ, acredita que é uma tendência os planos de saúde expandirem cada vez mais para cidades não tão próximas das capitais e regiões metropolitanas. “Nós, no momento, estamos operando basicamente nas capitais, mas há demanda para o interior do estado e em breve pretendemos expandir nossas atividades”, revela. Porém, segundo ele, o que dificulta a expansão para locais ❙❙ Luiz Augusto Carneiro, do IESS ❙❙ Ariovaldo Bracco, da Acoplan mais afastados é a rede credenciada e as cidades onde existe uma determinada operadora que “fecha” o acesso a outras. Algumas seguradoras reconhecem que ainda existem regiões onde é “mais difícil entrar”, mas consideram que é uma concorrência saudável. “As redes de prestadores e distribuidores estão disponíveis para todo mundo. Havendo demanda, vamos até o local e oferecemos nossos produtos. Convivemos com isso e achamos a competição saudável”, expõe o diretor técnico e de produtos da SulAmérica, Maurício Lopes. Para Ariovaldo Bracco, presidente da Acoplan (Associação dos Corretores de Planos de Saúde e Odontológicos do Estado de São Paulo), é algo que já mudou muito. “Até porque não se pode inibir o atendimento ao consumidor”, explica. ❙❙❙❙ Carlos Gabriel Cupo, da Unimed Paulistana consultas e exames laboratoriais, tendo como contrapartida uma redução nos custos das mensalidades”, relata o superintendente comercial da operadora, Carlos Gabriel Cupo. O objetivo para 2012 é superar 25% da base ativa. A Santamália Saúde também aposta nas classes C e D. Para a operadora, ainda há muito mercado na Grande São Paulo, principalmente na Zona Leste e ABC. Em 2012, a projeção é expandir a carteira em torno de 30%, mas sem desviar o foco das regiões citadas. “Quando a empresa confunde potencial de crescimento com capacidade de crescimento, em algum momento haverá uma ruptura. Ou não se paga a rede e o cliente é punido, ou não se paga o corretor e as vendas cessam. De uma forma ou de outra, todos perdem”, Classe C analisa o diretor comercial e marketing, O atendimento regionalizado pode Edson Santiago. ser uma boa opção, especialmente para atingir a classe C. É uma população em ascensão e ainda há um grande número de pessoas que não tem plano de saúde. “É um segmento a ser conquistado aqui em São Paulo”, aponta o presidente da Acoplan. Para a Unimed Paulistana, que atua exclusivamente na capital paulista e em mais 29 municípios conurbados, a classe C se destaca na sua carteira. “Temos percebido forte demanda nos canais PME (Pequenas e Médias Empresas) e Adesão e ótima aceitação dos nossos planos de coparticipação, nos quais o usuário participa em parte do custo das Edson Santiago, da Santamália Saúde ❙❙ 41 saúde | expansão mais rápido às localidades”, raciocina o presidente da Bradesco Saúde, Márcio Seroa de Araújo Coriolano. Para ele, é uma via de mão dupla: se não houver planos de saúde na localidade para oferecer assistência, o médico não vai para lá. “Porém, se não houver médicos para atender, como os planos de saúde chegarão?”, questiona. Norte e Nordeste ❙ Luís Rogério Franco, da Itálica Luís Rogério Franco, diretor comercial da Itálica Saúde, concorda. Para ele, expandir para outras regiões, mais afastadas, depende muito do tamanho da operadora. “Operadoras que têm até 200 mil ou 250 mil beneficiários tendem a focar a sua força de atendimento na capital e alças de acesso. Operadoras com mais de 250 mil beneficiários, que já têm faturamento mais alto (geralmente mais de R$ 10 milhões por mês), tendem a partir para outras regiões e outros estados. As menores focam em uma determinada região”, conceitua. No caso da Itálica, e operadoras do mesmo tamanho, ele acredita que sair da região é “desfocar”. A proposta da operadora é manter seu foco de atuação em São Paulo capital, ABC e litoral e aumentar as vendas em 20%, passando de 60 mil vidas em vendas. No caso de São Paulo, regiões como Campinas, Ribeirão Preto, Sorocaba e arredores são citadas pelos entrevistados ❙❙ como locais de boa estrutura e potencial para expansão, devido à industrialização. Porém, locais mais afastados e cidades menores são diferentes. “Áreas menores têm populações menores e, talvez, não tenham uma rede de médicos e hospitais com a estrutura necessária. Isso certamente pode ser uma dificuldade para a expansão”, sinaliza o diretor executivo da FenaSaúde, José Cechin. Ou seja, não basta apenas as empresas oferecerem seus produtos nos locais mais afastados. É preciso também haver estrutura de atendimento adequada, além da demanda por parte da população. “A distribuição médica do Brasil é desigual e a oferta é insuficiente em algumas regiões. É claro que as pessoas buscam as oportunidades e se localizam em regiões novas, mas isso não acontece no mesmo ritmo. É um fator que impede que os planos de saúde cheguem ❙ 42 Márcio Coriolano, da Bradesco Saúde Maurício Lopes, da SulAmérica As carteiras das regiões Norte e Nordeste se destacaram em algumas companhias em 2011, acompanhando a expansão das atividades econômicas dessas localidades, com a realização de novos projetos de infraestrutura e a ampliação do turismo. É o que aponta o balanço da Bradesco Saúde, que registrou expansão de 75% em número de beneficiários na região Norte, além de 28% na Nordeste e 27% na Centro-Oeste. Porém, apesar dos bons números registrados, essas regiões ainda não têm, hoje, o maior número de beneficiários da carteira. “Quem tem a maior carteira ainda é região Sul e Sudeste. Mas a taxa de crescimento é mais forte no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em termos de mercado, vejo um padrão parecido”, observa Coriolano. Coriolano afirma que em 2011 a carteira de pequenas e médias empresas – grupos de 4 a 99 vidas – apresentou aumento de 30,8% do número de segurados em relação ao mesmo período do ano anterior e é a que mais tem crescido. No caso da SulAmérica, também houve expansão no Norte e no Nordeste. O principal motivo foi a aquisição de uma operadora odontológica da região, que possibilitou utilizar uma estratégia de cross-sell em cidades como Manaus, Recife e Salvador. Como exemplo, Maurício Lopes cita o fato de muitos clientes paulistas também desenvolverem projetos em Manaus e acabarem comprando produtos da SulAmérica para os funcionários de lá. “Outro ponto importante foi o lançamento do novo portfólio, no começo de 2011, tanto para PME quanto empresarial, que conseguimos chegar a regiões aonde antes não chegávamos de maneira tão efetiva”, destaca Lopes. mercado | resultados Seguradoras divulgam balanços de 2011 As companhias do mercado apresentaram seus resultados referentes ao exercício anterior, durante o primeiro trimestre deste ano. A maioria registrou saldo positivo, refletindo o bom momento econômico pelo qual o Brasil passa. Abaixo, confira os resultados já publicados até o fechamento desta edição Automóvel é maior impacto no faturamento Unificação dos seguros de automóveis A Allianz atingiu o faturamento de R$ 3,1 bilhões, ante os R$ 2,6 bilhões registrados em 2010, alta de 20%. Do montante, R$ 2,6 bilhões são provenientes da Allianz Seguros (excluindo VGBL). Já o faturamento da Allianz Saúde teve incremento de 18,3%, chegando aos R$ 518,2 milhões. O lucro líquido da Allianz Seguros ficou em R$ 141,9 milhões em 2011, com 13,4% de crescimento em relação ao ano anterior. Automóvel foi a carteira que mais impactou o faturamento, com arrecadação de R$ 1,2 bilhão em prêmios e elevação de 18% sobre 2010. O Grupo BB Mapfre registrou lucro líquido de R$ 813,9 milhões em 2011. Os prêmios emitidos líquidos totalizaram R$ 9,6 bilhões. O índice de sinistralidade ficou em 52%. O comissionamento encerrou o exercício com 26,1%. O índice combinado consolidado atingiu 91,6% e o ampliado chegou a 84,9%. As provisões técnicas do Grupo totalizaram a cifra de R$ 8,7 bilhões e o patrimônio líquido R$ 4,9 bilhões. Entre janeiro e novembro de 2011, o Grupo teve participação total de 15,7% do mercado (excluindo previdência e capitalização). Em 2011, o Grupo ampliou o relacionamento e a rede de corretores (incremento de 8%). Em novembro, foi concluída a integração operacional e a unificação dos seguros de automóveis. Subiu no ranking da FenaCap A Aplub Capitalização alcançou R$ 844 milhões em prêmios em 2011, valor que superou em 89,9% o arrecadado em 2010. Em dezembro, distribuiu R$ 14,67 milhões de prêmios de sorteio, chegando ao total de R$ 153,94 milhões e 17.346 títulos contemplados em 2011. O crescimento foi de 49,61% no valor dos prêmios distribuídos e de 39,03% em títulos contemplados. Os resgates pagos até dezembro superaram R$ 220 milhões. Segundo a FenaCap, a empresa subiu no ranking e atualmente é a segunda maior do segmento no Brasil e a maior da região Sul. 44 Incremento em riscos diversos A Berkley cresceu 20% e fechou 2011 com mais de R$ 88 milhões de prêmios emitidos. Para 2012, a expectativa é crescer mais 40%. O desempenho da área de riscos financeiros reduziu 13% e encerrou o ano com R$ 37,2 milhões de prêmios. Por sua vez, a carteira de ramos diversos cresceu 39% e chegou a R$ 35 milhões. Já o seguro de transportes teve uma expansão de 184% no volume de prêmio, saindo de R$ 5,7 milhões em 2010 - ano em que foi lançado na Berkley - para R$ 16,2 milhões no último ano. Popularizando o seguro para classes C e D O Grupo Bradesco Seguros faturou R$ 37,7 bilhões nos segmentos de seguros, capitalização e previdência complementar aberta. O valor é 21,3% superior ao registrado em 2010. Os segmentos que mais avançaram foram VGBL (24,5%), vida (23,7%) e capitalização (22,7%). O lucro líquido do Grupo foi de R$ 3,2 bilhões, evolução de 10,2%. Os ativos financeiros chegaram a R$ 100 bilhões, crescimento de 17%. O número de clientes expandiu 11,2%. O total pago em indenizações e benefícios atingiu R$ 23,2 bilhões, evolução de 12%. Em 2011, o Grupo contribuiu para popularizar o seguro para as classes C e D e conquistou destaque no relatório anual da Microinsurance Innovation Faccility/ Organização Internacional do Trabalho (OIT). VGBL é destaque no crescimento O lucro líquido da Brasilprev chegou a R$ 385,7 milhões em 2011, crescimento de 28,5% sobre 2010. Já a carteira de ativos sob gestão encerrou 2011 com R$ 49,2 bilhões, 32,2% a mais que o ano anterior. “Em 2011, a arrecadação total foi de R$ 11,7 bilhões, montante 20,8% acima do registrado em 2010”, comenta Sérgio Rosa, presidente da Brasilprev. Do total arrecadado, 80% correspondem a aportes realizados em planos da modalidade VGBL, 16% em PGBL e 4% nos planos tradicionais. Melhor desempenho da história A Caixa Seguros encerrou 2011 com faturamento de R$ 7,4 bilhões e resultado líquido de R$ 1 bilhão - o melhor desempenho da história do Grupo. Em comparação a 2010, o faturamento e o lucro cresceram mais de 12%. A sinistralidade ficou em 34%. O melhor desempenho se deu nos produtos de vida e nas categorias de riscos diversos, que incluem seguros automóvel, residencial e empresarial. A empresa encerrou 2011 com prêmios diretos da ordem de R$ 1,79 bilhão, alta de 20,4%. A Caixa Vida e Previdência teve lucro líquido de R$ 167,2 milhões e alta de 19,9% se comparado ao ano anterior. Em capitalização, a companhia atingiu os R$ 125,7 milhões de lucro líquido. R$ 1 bilhão em ativos A Chubb Seguros anunciou lucro líquido de R$ 32,2 milhões, ultrapassando a marca de R$ 1 bilhão em ativos totais. O patrimônio líquido ficou em R$ 362,9 milhões, representando aumento de 8% em relação a 2010. “Este resultado é consequência de um crescimento de 11,7% nos prêmios emitidos somado a uma forte disciplina de subscrição e foco na administração de otimização dos processos”, avalia Acacio Queiroz, presidente & CEO da companhia. O atual índice combinado da Chubb do Brasil é de 85% e o índice combinado ampliado é de 79%. Crescimento de 30% O lucro líquido da Icatu Seguros foi de R$ 103 milhões em 2011, expansão de 30%. O patrimônio líquido aumentou 19% em relação a 2010, chegando a R$ 654 milhões. Já o faturamento foi de R$ 2,07 bilhões, crescimento de 18%. O total de ativos livres da companhia atingiu R$ 370 milhões. A soma dos ativos sob administração chegou ao patamar de R$ 8,8 bilhões em 2011. Vida faturou R$ 793 milhões, aumento de 69%. Em previdência aberta, o faturamento atingiu R$ 545 milhões. No segmento de capitalização, as provisões técnicas atingiram R$ 1,6 bilhão, evolução de 4% em relação ao final de 2010. O montante distribuído em sorteios alcançou R$ 55 milhões. O resultado financeiro desse segmento atingiu R$ 100 milhões em 2011, evolução de 31% comparado a 2010. Nova empresa lançada Juntas, a seguradora e a resseguradora J.Malucelli apresentaram lucro líquido ajustado de R$ 83,2 milhões em 2011, evolução de 50,7%. O volume de prêmios emitidos pela seguradora no quarto trimestre foi de R$ 94,6 milhões, avanço de 44,6% quando comparado ao trimestre anterior. No mesmo período, o volume de prêmios retidos foi de R$ 36,5 milhões. Já o volume de prêmios de resseguros diretos emitidos no quarto trimestre foi de R$ 60,2 milhões. Com o lançamento da J.Malucelli Seguros em fevereiro deste ano, o Paraná Banco, em conjunto com a Travelers, passam agora a atuar no mercado de Property & Casualty por meio de sete produtos. 45 mercado | resultados Crescimento de 83% no lucro Recuo no lucro A Marítima Seguros alcançou R$ 1,1 bilhão em prêmios emitidos líquidos, 17,78% superior ao de 2010. Já o lucro líquido foi de R$ 27,5 milhões, o que representa 83,35% a mais em relação ao ano anterior. No ramo de pessoas, o aumento nos prêmios emitidos líquidos foi de 19,8%. Já no segmento de automóveis, o índice foi de 18,7% e, nos ramos elementares, 16,3%. Em ativos totais, a companhia registrou crescimento de 17,5%, alcançando R$ 1,48 bilhão. O crescimento consolidado em 2011 repete o feito de 2010, quando a companhia cresceu de 22,7%. A Porto Seguro encerrou 2011 com um lucro líquido de R$ 580,1 milhões, recuo de 6,9% em relação a 2010 (R$ 623,1 milhões). O total de prêmios auferidos no período totalizaram R$ 2,261 bilhões - aumento de 4,4% frente ao quarto trimestre de 2010. Em 2011, o aumento foi de 8,7% em relação ao ano anterior, atingindo o total de R$ 8,562 bilhões em prêmios auferidos. A empresa cresceu 3,8%, de outubro a dezembro, no índice de sinistralidade. A rentabilidade sobre o patrimônio ficou em 16,8% no quarto trimestre, com queda de 0,2% sobre um ano antes. Queda na sinistralidade Sinistralidade bate os 74% A MetLife encerrou 2011 com lucro de R$ 37 milhões, aumento de 9% em relação ao ano anterior. Com crescimento de 9,4% nos prêmios emitidos, a companhia atingiu R$ 694 milhões. O patrimônio líquido acumulado é de R$ 406,9 milhões, 7% maior que o ano anterior. O índice de sinistralidade reduziu de 46,4% em 2010 para 42,7%. “Um dos nossos diferenciais é termos profissionais altamente capacitados em analisar riscos e realizar a precificação”, analisa Mario Traverso, presidente da MetLife Brasil. Os fundos de VGBL e PGBL acumularam, no conjunto, o montante de R$ 1,54 bilhão, crescimento de 21% em relação a 2010. A SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 448,1 milhões e cresceu 5%. A receita em prêmios de seguros evoluiu 14,7%, chegando a R$ 9,4 bilhões. O segmento de seguro saúde e odontológico registrou prêmios de R$ 6,3 bilhões, expansão de 18,8% frente ao ano anterior. A carteira de automóveis subiu 7,3%, totalizando R$ 2,2 bilhões em prêmios e frota segurada de 1,5 milhão de veículos. A receita do segmento de ramos elementares evoluiu 7,2%; com destaque para transportes, massificados e responsabilidade civil; e fechou o ano com alta de 7,8% nos prêmios de seguros de pessoas. A sinistralidade da companhia foi de 74,5% e o índice combinado chegou a 99,6%. O resultado financeiro foi de R$ 658,1 milhões, 29% superior ao do ano anterior. Expansão nos individuais A Mongeral Aegon expandiu 33% em planos de previdência e seguro de vida individuais. As reservas técnicas cresceram 35%, com total de R$ 294 milhões. Já as receitas totais aumentaram 20%, totalizando R$ 487 milhões. Em 2011, a companhia lançou PGBL e VGBL próprios, a linha Private Solutions, para capitais segurados de R$ 2 milhões a R$ 10 milhões, e o seguro popular Minha Família. Nos últimos meses de 2011, destinou R$ 440 mil para pesquisas com o consumidor. O lucro e patrimônio líquido foram de R$ 10,8 milhões e R$ 128,1 milhões, respectivamente. A expectativa para 2012 é crescer 30%. Apólices individuais crescem A Prudential do Brasil registrou aumento dos prêmios de seguros em 30% se comparado a 2010, atingindo a casa dos R$ 273 milhões. Em dezembro de 2011, a companhia superou a marca de 125 mil apólices em vigor no segmento vida individual. O capital segurado das apólices ativas de vida individual da companhia chegou aos R$ 38 bilhões, um aumento de 27% em relação ao ano anterior. 46 Catástrofes não afetam lucro Apesar das catástrofes naturais ocorridas em 2011, a Swiss Re lucrou US$ 2,6 bilhões. O lucro por ação foi de US$ 7,68. O patrimônio líquido aumentou em US$ 4,3 bilhões em relação ao ano anterior, atingindo US$ 29,6 bilhões. Property & Casualty foi significativamente impactado pelos eventos de catástrofes naturais que ocorreram na Ásia, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos durante o ano. O resultado operacional P&C caiu 48,1%, atingindo US$ 1,3 bilhões. O lucro operacional no vida e saúde foi de US$ 464 milhões. Asset Management emitiu um resultado operacional de US$ 5,0 bilhões. Para este ano, a empresa apostará no potencial dos mercados emergentes e de rápido crescimento na Ásia e na América do Sul. qualidade de vida | relacionamento Motivação no trabalho Um bom relacionamento entre líder e liderado é um fator efetivo para que o clima no ambiente de trabalho seja harmonioso egundo uma pesquisa realizada pela consultoria Gallup Organization, o chefe é o grande responsável pela permanência, ou não, dos seus funcionários na empresa. Uma média de 66% das pessoas se demitem do líder e não da organização em que trabalham. Mas essa realidade pode ser outra caso ambas as partes se esforcem para criar um ambiente saudável no trabalho. Primeiramente, a relação não precisa ser distante, o primordial é que haja respeito, honestidade e que ela seja comprometida com os resultados. De acordo com Soeli de Oliveira, consultora e palestrante nas áreas de marketing, varejo, atendimento e motivação do Instituto Tecnológico de Negócios, em função das mudanças sociológicas ocorridas nos últimos 30 anos, não há mais espaço para o comportamento “manda quem pode e obedece quem precisa”. “A função do líder é mais de apoio à equipe do que de controle”, pontua Soeli. Ela ❙ Soeli de Oliveira, consultora Foto: Luiz Alonso S Gabriela Ferigato ❙ Luiz Edmundo Rosa, da ABRH também observa que a palavra ‘chefe’ vem sendo gradativamente substituída pelo termo ‘líder’. Muitas empresas, que investem em suas gestões, usam o slogan ‘Não basta ser líder, é preciso ser coach’. “Líderes coach são formadores de outros líderes, acreditam no potencial humano, maximizam desempenhos e ensinam os subordinados a aprenderem”, completa a consultora. Porém as atitudes para criar um ambiente agradável nas empresas não devem partir somente dos líderes. Para Luiz Edmundo Rosa, diretor de educação da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) Nacional, o principal erro que pode partir do funcionário é não definir com o seu líder os principais compromissos que ele tem com a empresa, para, assim, não desviar dos seus objetivos. Muitas vezes o liderado pode discordar do que lhe é proposto. Nesses casos, os especialistas aconselham fundamentar a discordância com embasamento, pois essas divergências geram conhecimentos a todos os envol- vidos. “É importante que o funcionário faça perguntas ao seu líder, como, por exemplo, se ele aceita que o trabalho seja feito de uma forma diferente. Perguntar é a melhor maneira de fazê-lo pensar que há outros caminhos do trabalho a serem seguidos além do proposto por ele”, fundamenta Rosa. Para o psicólogo Fernando Elias José, a produtividade do funcionário está estritamente ligada com a sua qualidade de vida no emprego. O líder pode auxiliar no desempenho do funcionário quando reconhece os trabalhos bem feitos, oferece uma atenção diferenciada ao perceber alguma dificuldade e até mesmo quando proporciona um ganho financeiro, caso a empresa permita tal ação. “A motivação no trabalho está totalmente relacionada ao reconhecimento pelos esforços dos colaboradores e na elaboração de metas com recompensas bem estabelecidas e à altura do trabalho exercido”, completa. Outro ponto fundamental para o bom relacionamento é o famoso “feedback”. Segundo o diretor de educação da ABRH, há dois tipos de feedback: o do dia a dia, que deve ser feito na hora da oportunidade (sendo elogio ou crítica) e um mais completo, feito periodicamente. “Essa avaliação, que deve ser preparada com tranquilidade, não pode ser feita somente para avaliar o funcionário, o líder também precisa ser avaliado. Saber como o funcionário está se sentindo no trabalho, se ele está tendo alguma dificuldade, quais são seus planos de futuro e como ele vê a sua carreira na empresa são pontos muito importantes para serem abordados”, finaliza Rosa. 47 gestão | coaching Líderes treinados para gerir e lucrar Técnicas começam a ser disseminadas também no mercado de seguros com o objetivo de mostrar o caminho das pedras da liderança O s objetivos podem ser muitos: aumentar o lucro da empresa, inspirar colaboradores, desenvolver pessoas. Mas, nem só de processos operacionais e de tecnologia é o caminho para atingir estas metas. De acordo com a enciclopédia aberta Wikipedia, “coaching é um processo, com início, meio e fim, definido em comum acordo entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) de acordo com a meta desejada pelo cliente, onde o coach apoia o cliente na busca de realizar metas de curto, médio e longo prazo, através da identificação e uso das próprias competências desenvolvidas, como também do reconhecimento e superação de suas fragilidades. O coach (treinador, em tradução livre) atua encorajando e/ 48 Kelly Lubiato ou motivando o seu cliente, procurando transmitir-lhe capacidades ou técnicas que melhorem as suas capacidades profissionais ou pessoais, visando a satisfação de objetivos definidos por ambos”. Trazendo estas informações para nosso universo, estamos chegando num ponto de amadurecimento profissional em que as empresas querem mais do que apenas um líder. O coaching tem várias possibilidades, como foco nas performances e nas transições. “Ele ajuda a clarificar, a fazer o profissional enxergar todas as possibilidades da sua atuação e, a partir daí, dar foco nas ações e suas implicações”, explica Melissa Campos, Coach de performance e carreira. De acordo com ela, o grande dilema da maioria é o processo de transição. As pessoas são promovidas e não sabem como atuar. Se antes ele colocava a mão na massa, agora tem que mobilizar as pessoas a realizarem este trabalho. O processo de coaching ajuda as pessoas a entenderem seu novo papel respeitando seus valores pessoais, suas crenças etc. De olho no seguro Marcos Biaggio atuou por 20 anos nas áreas de marketing e vendas em seguros e agora dedica-se ao coaching. Após vários anos de planejamento, hoje ele faz parte do Grupo Action Coach. “O mercado sempre focou o treinamento dos corretores em carga técnica, esquecendo de ensiná-los a vender e a ganhar dinheiro”, lamenta Biaggio, enfatizando que agora está desenvolvendo um processo para ajudar os corretores a ❙ Melissa Campos aproveitarem melhor os seus negócios e a incrementarem os seus lucros. Tem plano de como desenvolver o negócio e incrementar os lucros. O empacotamento dos produtos, com kits de cálculos prontos, a queda do volume de prêmios do mercado e das margens de comissionamento dos corretores, em parte por conta da competitividade, além da concorrência dos bancos, derrubaram os ganhos dos corretores. “É preciso ensinar o corretor de seguros a desenvolver o seu negócio, a vender mais e a incrementar os seus lucros. Esquecemos de ensinar o corretor a fazer isso”, avisa Biaggio. O que todo empresário quer, seja ele de que ramo for, é apenas uma coisa: lucro. Só que para obter lucro, é preciso aumentar o faturamento e as vendas. O trinômio cliente, faturamento e lucro são consequências e não as causas. “A empresa erra ao fazer o seu planejamento focada em ações para aquilo que chamamos de consequências. Temos que focar ações nas causas que geram as consequências”, ensina Biaggio. A gestão do negócio passa pela reeducação dos conceitos e pela aplicação de estratégias testadas e comprovadas nos cinco caminhos que vão gerar mais clientes, faturamento e lucro. Os cinco caminhos são: clientes potenciais, taxas de conversão, número de transações, média de vendas e margem da operação. Estas são as causas que geram as consequências. Biaggio conta que há mais de 60 estratégias desenvolvidas e testadas para trabalhar margens. “Temos quase 80 estratégias para aumentar a taxa de prospects, mais de 50 para melhorar o nível de finalizações e aumentar tíquete médio”, adianta. O trabalho consiste na organização das informações na cabeça do dono do negócio, que são as causas que geram as consequências. Cada caminho tem seu conjunto de estratégias, que dependem do segmento de atividade, da região, dos objetivos do negócio. “Nós temos um seminário que objetiva mostrar esta nova visão, simples, clara e objetiva de gestão de negócios, e depois a aplicação das estratégias para trabalhar cada caminho”, propaga. No seminário, fazemos algumas simulações usando casos reais, para se dimensionar resultados. Cada estratégia acarreta um tipo de impacto no lucro final. O mais importante, segundo Biaggio, é que o corretor sai do evento com apostilas e com conhecimento para aplicar conteúdo no seu negócio. “Esta é uma forma de transferir o sistema. A outra ❙ Marcos Biaggio forma é através de coach individual, no qual o corretor vai ter um relacionamento com reuniões semanais par analisar o negócio e aplicar a organização e sistematização da corretora e depois a aplicação de acordo com os objetivos. Para realizar este Raio-X da empresa, Biaggio atua nas áreas de marketing, vendas, administração e finanças. “Eu não entro na operação, quem entende disso é o dono do negócio”, completa. Caminho para gerar lucros margem da operação média de vendas número de transações taxas de conversão clientes potenciais 49 comunicação e expressão por J. B. Oliveira* Tintas amarelas, azuis e... laranjas?! Uma bem montada casa de comércio de tintas reformou suas instalações. Pintou a bela fachada com cores bem vivas colocando, em cada uma delas – e no plural – seus respectivos nomes: amarelas, azuis, vermelhas, verdes, laranjas... Em relação às cores, o efeito foi muito bom. Quanto à gramática, porém, deixou a desejar! Por quê? Porque as formas, no plural, das primeiras cores enunciadas, ou seja: amarela, azul, vermelha e verde são: amarelas, azuis, vermelhas e verdes, pura e simplesmente. Cada uma delas é um adjetivo – “palavra que modifica o substantivo, indicando-lhe uma qualidade, modo de ser ou estado” – e, no caso, referem-se a determinadas colorações. Já não é o que acontece com a palavra laranja. Aqui temos um substantivo, “palavra que dá nome a todos os seres animados ou inanimados” e que designa, nesta circunstancia, “O fruto da laranjeira”. Num caso como esse, o que o vocábulo plural “laranjas” indica é quantidade dessas frutas! Referindo-se a cores, a palavra em questão não vai para o plural! Fica assim: cores laranja! Parece estranho? Não será, se entendermos “o espírito da coisa”! Neste caso, o substantivo laranja tem que se transformar em um adjetivo, ou – mais apropriadamente – em uma locução adjetiva, para refletir aquilo que a expressão quer dizer: “Da cor de laranja”! E aí, por respeito à concisão, suprime-se o conjunto “da cor de” e fica apenas laranja! Portanto: tintas laranja! Caso idêntico se verifica – e pela mesma razão – com os vocábulos cinza e gelo, em situação semelhante. As flexões plurais de chapéu cinza e luva creme não são chapéus cinzas e luvas cremes, mas sim: chapéus cinza e luvas creme, ou seja: da cor de cinza e da cor de creme. A essa altura, é oportuno lembrar como a Gra- mática Expositiva trata do plural dos adjetivos compostos. As regras acham-se contidas, resumidamente, nos quatro princípios seguintes: 1º Se os componentes são adjetivos, somente o último vai para o plural: ciências político-econômicas; relações sino-tibetanas; associações nipo-brasileiras; cabelos castanho-escuros etc. 2° Sendo os componentes palavra ou elemento invariável + adjetivo, fica claro que só o último variará: Meninos mal-educados; esforços sobre-humanos; povos semisselvagens etc. 3° Se formados por adjetivo + substantivo, serão invariáveis: uniformes verde-oliva; olhos verde-mar; saias azul-pavão; trajes azul-turquesa; tapetes verdeesmeralda etc. 4° Invariáveis também ficam as locuções adjetivas formadas por da + cor + de: fitas da cor da violeta; ternos da cor da cinza; cabelos da cor de palha; olhos da cor do mar; lápis da cor de abacate etc. Observação: é nesses casos que, por amor à concisão, elimina-se a expressão da cor de e diz-se: fitas violeta; ternos cinza etc. Este artigo cuidou especificamente do plural dos adjetivos compostos. Os substantivos compostos também geram muita confusão e erros gramaticais até crassos. Sua aplicação acha-se igualmente disciplinada por quatro princípios gerais, em que: a) somente o primeiro termo vai para o plural; b) só o último termo varia; c) ambos os termos flexionam-se; e d) nenhum componente varia! Para não misturar “alhos com bugalhos”, esse assunto será tratado em outra ocasião, porém, à guisa de informação prévia, registre-se que o plural de carro-bomba é carros-bomba, admitindo-se, atualmente, também a forma carros-bombas – não aceita por muitos bons gramáticos! * J. B. é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista. É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras. [email protected] | www.jboliveira.com.br 50