editorial
Regiões especiais
No começo do mês de março foi divulgado o índice de crescimento
do PIB brasileiro, que ficou em 2,7% em 2011. Ele é bastante modesto
quando comparado ao índice de 2010, que foi de 7,5%.
O reflexo desta “freada” já é sentido no mercado brasileiro. As empresas que estão instaladas no País viram um sinal de alerta se acender e
estão mais cautelosas em seus investimentos. Por outro lado, há muitas
empresas chegando por aqui certas de que encontrarão um cenário
melhor do que o de países com mercado de seguros maduro. Elas têm
dinheiro no bolso, mas temem que a economia continue a se desenvolver a passos estreitos.
Frente à queda da taxa de juros, as seguradoras brasileiras buscam
alternativas para ampliar seus resultados operacionais, uma vez que os
financeiros estão minguando a cada dia. 2012 ainda é uma incógnita,
mas o mercado sabe que terá desafios pela frente e que terá de mudar
sua atuação.
Por isso, novas regiões brasileiras também deverão receber investimentos das companhias. Na matéria de saúde, mostramos a expansão
territorial deste produto, que cresce com taxas maiores no Nordeste e
Centro-Oeste brasileiros.
O especial desta edição é sobre a região Sul e nele você poderá ler
sobre o desenvolvimento do seguro rural na região e conhecerá um
pouco mais sobre os sindicatos de corretores e de seguradoras dos três
estados. Neste especial, traçamos um perfil das seguradoras que possuem sede na região e como elas pretendem atuar nos próximos anos.
Neste mês de março também homenageamos o Dia Internacional
da Mulher. Entrevistamos duas líderes do mercado de seguros – uma
presidente de seguradora e uma gerente de riscos – não para saber
como é ser mulher neste setor, mas para falar sobre o perfil do novo
líder, aquele que inspira seus colaboradores.
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Ano 17 - nº 160
Março 2012
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Revista Apólice
sumário
06
entrevista
Em homenagem ao Dia da Mulher, duas
mulheres que ocupam cargos de liderança no mercado de seguros – Marcele
Lemos, da Coface, e Cristiane Alves, da
ABGR – contam como é atuar para o
desenvolvimento deste setor
20 opinião
Balanços divulgados em fevereiro comprovam as mudanças da indústria de
seguros. Textos estão com letras grandes
e menor dose de segurês
38 seguro
Conflitos no mundo árabe e crise do euro
alertam quem tem relações comerciais
com as regiões e geram interesse pelo
seguro de risco político
40 saúde
Empresas do setor registram aumento no
número de beneficiários em regiões não
tão tradicionais, como Norte e Nordeste,
e miram os consumidores da classe C
44 mercado
Seguradoras apresentam resultados referentes a 2011. A maioria registrou saldo
positivo, refletindo o bom momento
econômico pelo qual o Brasil passa
4
22
capa
Neste mês, trazemos um especial sobre
o Sul do País, região importante para a
economia brasileira. Os sindicatos e as
seguradoras que atuam no local apostam
que o mercado crescerá acompanhando
a atividade econômica
10 | painel
16 | gente
especial sul
22 | sindicatos
27 | painel - especial sul
28 | seguro rural
32 | seguradoras
36 | eventos - especial sul
47 | qualidade de vida
48 | gestão
50 | comunicação e expressão
entrevista | Marcele Lemos
Jovem
presidente
É difícil não se surpreender ao conversar com a presidente
da Coface, Marcele Lemos. Após 12 anos de atuação na
seguradora, ela chegou ao cargo máximo apoiada no
conhecimento de toda a operação da empresa
6
APÓLICE: Como foi chegar à presidência tão jovem?
Marcele Lemos: Eu cheguei ao Grupo no ano 2000, através da Seguradora
Brasileira de Crédito à Exportação, que
faz seguro de crédito para exportação,
doméstico e também para operações de
médio e longo prazo. Comecei como
analista de crédito, responsável pelas
operações de bens de capital. Com o
passar do tempo, fui convidada para gerenciar a área de crédito de curto prazo.
Adquiri novas responsabilidades dentro
da área como atendimento ao cliente,
cláusulas de apólices e subscrição de riscos. Em seguida, me tornei gerente executiva e, logo depois, superintendente.
Em 2008, a Coface aumentou a sua
participação na SBCE e me convidou
para assumir toda a operação de riscos
de curto prazo. Eu era diretora adjunta
na época e depois passei a ser diretora
técnica, responsável pelo seguro doméstico e exportação de curto prazo. De
superintendente para diretora técnica foi
mais ou menos uns sete meses. Assumi a
diretoria técnica da companhia, responsável pela área de sinistro, atendimento
ao cliente, área técnica e, no ano passado,
meu antecessor, Joel Paillot, foi convidado para ser o diretor de risco mundial
do Grupo e eu fui indicada para ser sua
substituta na presidência. Depois de
dois anos e meio como diretora técnica,
assumi a presidência.
APÓLICE: Qual é a sua formação?
Marcele Lemos: Sou formada em
administração, bacharel em comércio
exterior. Fiz MBA em comércio e finanças internacionais pela FGV e MBA
executivo pela Ohio University.
APÓLICE: Qual é o tamanho da Coface
hoje?
Marcele Lemos: A Coface tem
aproximadamente 125 funcionários,
contando com a parte da SBCE. O grupo
fatura, aproximadamente, 114 milhões
de reais (números de 2011).
APÓLICE: Você acredita que a participação feminina tende a aumentar no
alto escalão?
Marcele Lemos: A gente vem de
uma sociedade muito machista e a
mulher está galgando o espaço dela ao
longo do tempo. Isso é um processo.
Essa mudança não é muito rápida. Estava lendo uma pesquisa publicada no
The Economist que mostrava que desde
a década de 70 o índice de mulheres no
mercado de trabalho tem aumentado
bastante, passou de 48% para 54% até
2010. Apesar desses avanços nas últimas décadas, a taxa de mulheres que
ocupam altos cargos em companhias
ainda é muito baixa, aproximadamente
3%, segundo a Fortune 500. Principalmente no Brasil, temos um grande
exemplo estimulante – somos liderados
por uma mulher. Acho que isso é um
grande avanço. Vai contribuir muito
para que as mulheres assumam altos
cargos nas companhias.
APÓLICE: O mercado de seguros está
mais atraente?
Marcele Lemos: Acho que sim.
Já mudou bastante, o mercado já
não tem essa visão de antigamente.
No seguro de crédito eu vejo que as
pessoas que trabalham no setor são
jovens. Acho que essa ideia de que o
seguro não é muito atraente é uma
ideia do passado.
APÓLICE: A área de seguro de crédito
no Brasil é quase inexistente?
Marcele Lemos: O seguro de crédito
no Brasil é relativamente novo, existe
desde 1997. O mercado não é maduro,
muito diferente do mercado europeu,
americano, que é extremamente desenvolvido e onde as empresas, dentro
das suas estratégias, já têm o seguro
de crédito. O grande desafio da Coface
APÓLICE: O mercado de seguros é é disseminar o seguro de crédito no
muito machista?
mercado brasileiro e torná-lo parte da
Marcele Lemos: É um mercado estratégia das empresas.
muito masculino, ainda. Mas já existem
grandes mulheres em cargos de diretoria, APÓLICE: Existe um trabalho especíque são conhecidas no mercado pelo tra- fico para disseminar esse seguro?
balho que realizam e que são referência
Marcele Lemos: Estamos trabaem algum tipo de seguro. Isso é muito lhando com as associações de classe
importante.
de vários setores. Queremos levar
às associações o conhecimento do
APÓLICE: O que você acha que um seguro de crédito e também estamos
líder/ presidente precisa ter? Quais ca- fazendo parcerias com seguradoras
racterísticas são fundamentais?
que não possuem este produto em seu
Marcele Lemos: A primeira ca- portfólio.
racterística é ter liderança, saber guiar
uma equipe. Além de liderar, é preciso APÓLICE: Qual é a perspectiva para
ser um grande inspirador para a equipe, 2012?
motivar e ser um exemplo. É uma qualiMarcele Lemos: Esperamos crescer
dade muito importante. Outra é ter visão 20%. A Coface é líder de mercado com
estratégica do negócio e, principalmente, 64% do market share.
comprometimento. Tem que vestir a
camisa e seguir adiante.
APÓLICE: O setor de seguros se comunica bem com a sociedade?
APÓLICE: Você acha que o mercado de
Marcele Lemos: Acho que o mercaseguros vai passar por um rejuvenesci- do de seguros se comunica muito bem
mento dentro das lideranças?
com a sociedade. No caso do seguro
Marcele Lemos: O mercado de de crédito, como ainda não é maduro,
trabalho é muito competitivo, os jovens estamos fazendo um trabalho intenso
estão buscando se aprimorar, procuran- de comunicação. Temos ferramentas
do mais qualificações etc. Esses jovens de web 2.0, twitter, blog. Estamos traestão muito mais preparados. Isso faz balhando para nos comunicarmos cada
com que essa geração nova vá galgando vez melhor com clientes, parceiros de
espaços, tanto em outros setores como negócios, bancos, corretores. Porque essa
é a tendência.
também em seguros.
7
entrevista | Cristiane França Alves
A líder dos
consumidores
de grandes riscos
8
A presidente da Associação Brasileira de Gerenciamento de Risco
assumiu o cargo em 2010. Desde então, ela busca formas de
alavancar a comunicação entre o mercado de seguros e seus players
APÓLICE: Como foi o seu percurso
até chegar à área de gerenciamento
de risco?
Cristiane França Alves: Iniciei minha vida profissional no Grupo Pirelli
em 1990. Naquele ano, fazia estágio e,
no início do ano seguinte, fui efetivada
no departamento de seguros. Ali atuei
como auxiliar do departamento. Meu
primeiro contato foi com seguro de
transportes, nacional, importação, exportação; depois, passei para o seguro
de vida e, muito depois, comecei a trabalhar com os seguros de propriedade e
responsabilidade civil.
O meu início no Grupo coincidiu
com o momento em que o departamento
de seguros na Pirelli se transformava,
não só no Brasil, mas também no mundo,
na área de Risk Management. Ou seja,
iniciei no momento em que se mudava a
cultura, a mentalidade, a forma de cuidar
do risco. A gente passava a cuidar das exposições, buscar o tratamento adequado,
trabalhar e investir muito em prevenção.
Eu me sinto muito feliz e muito orgulhosa por permanecer até hoje nesta
empresa e por ter dado minha contribuição, pequena que tenha sido, para essa
transformação.
APÓLICE: O que mais te atrai neste
segmento?
Cristiane França Alves: Amo trabalhar nesta área. Em um mesmo dia eu
posso estar dentro da fábrica, olhando
detalhes de uma inspeção de Prevenção
de Perdas para o programa de Property,
voltar para a minha sala e ver detalhes
do Programa de Crédito, em seguida me
reunir com Logística e falar sobre seguro
de transportes... Enfim, isso proporciona
aprendizado e atualização constantes a
respeito das atividades de sua própria
empresa e esta atualização é necessária
justamente para poder manter adequadas
as proteções contratadas para nossas
exposições, manter adequados nossos
programas de prevenção etc. Existe
uma sinergia muito forte com toda a
empresa e, por outro lado, você contata
praticamente todo o mercado também
para manter suas coberturas.
APÓLICE: Como você se atualiza profissionalmente?
Cristiane França Alves: Tudo é importante, desde a leitura de artigos, sites,
estudos disponibilizados por consultorias, resseguradores etc, até o contato
diário com o mercado. Neste momento
é muito importante a atualização na
área de regulamentação em nossa região
(América Latina), em razão das mudanças que estão acontecendo. Outra fonte
importante de atualização são os Congressos / atividades que as associações
de gerenciamento de risco organizam
em todo o mundo – RIMS, ALARYS,
FERMA etc. A ABGR tem um papel
muito importante neste aspecto: nossos
seminários acontecem a cada dois anos,
mas temos agenda de workshops para os
anos em que não há seminário.
seguradora e ressegurador percorrem
juntos. A partir daí, acho que podemos
resumir tudo em uma única palavra:
parceria. É um relacionamento de troca,
transparência. É importante para mim,
como gerente de riscos, saber que posso
contar com avaliação correta do meu
risco, pois os meus parceiros, segurador
e resseguradores, conhecem a minha
operação e conhecem o gerenciamento
de riscos que realizamos e, para isso, é
importante a parceria, o relacionamento
de longo prazo que ao final traz bons
resultados para todos.
APÓLICE: Quais são os conhecimentos
mais necessários ao gerente de risco:
operação de seu negócio ou seguros?
Cristiane França Alves: Ambos, não
vejo possibilidade de um ir para frente
sem o outro. Ainda que se tenha um
super broker ou consultor auxiliando /
orientando o gerente de riscos, o que poderia dar margem à ideia de que basta o
conhecimento profundo de seu negócio,
é muito importante ter conhecimento
das regras de seguro e resseguro para
assegurar uma transferência de riscos
adequada. Acho que tem de haver o contato entre gerente de riscos e seguradora,
ressegurador e broker; dessa forma podemos assegurar que nossas metas estão
sendo entendidas por todos, e que todos
trabalharemos igualmente empenhados
para o mesmo resultado.
APÓLICE: A área de gerenciamento de
risco é predominantemente masculina?
Cristiane França Alves: As mulheres
cada vez mais vêm ocupando um papel
importante em todos os segmentos. É
certo que ainda somos um número menor na área de gerenciamento de riscos,
mas temos muitas mulheres ocupando APÓLICE: Quais são as características
papeis de destaque. Posso citar várias de um bom gerente de risco?
e só não o faço por temer deixar algum
Cristiane França Alves: A lém
nome de fora.
de conhecimento técnico de seguro,
resseguro, é importante ter visão
APÓLICE: Como é o relacionamento do estratégica, ter capacidade de buscar
gerente de riscos com as seguradoras e inovação, boa comunicação, ter bom
as resseguradoras?
relacionamento, saber criar e manter
Cristiane França Alves: A boa fé uma boa rede de relacionamento, dendeve nortear o caminho que segurado, tro e fora da empresa.
9
painel
curso 1
Abertas inscrições para
treinamento em Londres
A Escola Superior Nacional de Seguros promoverá a
segunda edição do Programa de Treinamento no Exterior,
realizado em Londres, em parceria com o Chartered Insurance Institute - CII.
Este ano, o treinamento terá como tema “Os Processos
Técnicos do Resseguro”. Os participantes
estudarão o processo de colocação; análise
do resseguro; contabilidade e sinistros;
contrato proporcional; contrato
não-proporcional; comutação;
resseguro facultativo e documentação; e documentação do
contrato e contract certainty.
Os interessados deverão enviar currículo para o e-mail
[email protected] até 23 de
março e os selecionados serão
divulgados no dia 26 subsequente. Mais informações podem ser
obtidas no site www.funenseg.org.br ou
pelo telefone (21) 3380-1081.
curso 2
Aulas específicas para mercado
de seguros
A EF Englishtown
desenvolveu um módulo especial para
profissionais da
área de seguros.
O objetivo é oferecer vocabulário específico em
língua inglesa para
quem já trabalha ou tem
interesse em atuar no setor. O curso ensina o aluno a dar conselhos e sugestões
aos clientes, trabalhar com prazos e traz um
histórico sobre as companhias de seguro mais antigas
do mundo.
O módulo também capacita o aluno a falar sobre os diferentes tipos de seguros e aconselhar os clientes sobre os benefícios
de possuir um seguro de automóvel, residência ou saúde. Por
meio de vídeos e aplicativos, ensina os termos mais utilizados
nas corretoras, como usá-los e como nomear todos os envolvidos
nos processos do segmento.
Mais informações podem ser obtidas no site
www.englishtown.com.br ou pelo telefone: (11) 4002-1112.
microsseguro
Circulares definem pontos decisivos
Carvalho afirmou que a Susep trabalhará com três focos
principais: Regulação do produto (inovação, simplificação, limite máximo e garantia de capital segurado, prazos mais curtos
para pagamento de indenização e desenvolvimento da cultura
do seguro); Prudencial (funcionamento de operação e áreas
específicas, licenciamento para seguradoras especializadas em
microsseguro) e Conduta de mercado (corretor do microsseguro,
correspondente do microsseguro e correspondente bancário).
Entre os entraves do segmento, apresentados pelas seguradoras, está a criação de produtos. Para Rivaldo Leite, diretor de
produção da Porto Seguro, ainda não está claro para o mercado
qual o tipo de produto que essas pessoas precisam. “Em pesquisa
realizada pela seguradora em uma determinada comunidade, o
seguro saúde aparece como a principal necessidade”, destacou.
Já na opinião de Bento Zanzini, diretor geral de riscos de
Para o segmento progredir, é necessário que algumas nor- pessoas do Grupo BB Mapfre, a principal dificuldade estará na
mas sejam editadas. Segundo Hugo Azevedo de Carvalho, da cobrança. “Não é o microsseguro que irá revolucionar o mercado
divisão de seguros de pessoas e microsseguros da Susep, oito a ponto de que ele triplique em termos financeiros”, afirmou.
De acordo com Eugênio Velasques, diretor executivo de
circulares normatizarão o microsseguro - previstas para serem
divulgadas no dia 14 de abril. O assunto foi discutido no fórum vida e previdência da Bradesco, as seguradoras ainda não estão
“Visão Geral e Atualizada sobre o Microsseguro no Brasil”, preparadas para esses desafios e entraves. “Não sabemos se vapromovido pela Sociedade Brasileira de Ciências do Seguro. mos operar com a seguradora ou com subsegmentações”, disse.
10
painel
corretora
Grupo chega a 40 aquisições
A Brasil Insurance adquiriu, em fevereiro, o controle do
portal Economize no Seguro e da TGL Consultoria Administração e Corretagem de Seguros, respectivamente a 39ª e 40ª
corretoras do Grupo.
A aquisição da Economize no Seguro marca o início da
atuação da Brasil Insurance no mercado de venda de seguros
pela internet. A Economize no Seguro tem cerca de 10 mil
clientes na carteira de automóvel e registrou R$ 15 milhões
em prêmios em 2011. Ela será a plataforma de distribuição de
seguros na internet para todas as corretoras do Grupo.
O preço total estimado para essa aquisição é de R$ 13
milhões, sendo 50% pagos em dinheiro e 50% em ações da
Brasil Insurance. O valor da parcela inicial da aquisição é de
R$ 2,3 milhões somados a quatro parcelas anuais variáveis.
Com isto, a Brasil Insurance passará a deter 99,96% das quotas
representativas do capital social da Economize no Seguro.
A TGL, com sede em Belo Horizonte, atua nos segmentos
de vida e previdência individual e de automóveis. Sua
aquisição trará à Brasil Insurance aproximadamente
10 mil vidas e cerca de 2,5 mil veículos segurados.
Em 2011, a TGL comercializou R$ 7 milhões em
prêmios de seguros e é a terceira aquisição da Brasil
Insurance no modelo de corretor integrado.
O preço total estimado para a aquisição é de
R$ 5,3 milhões, sendo 100% pagos em dinheiro
adicionado a obrigação contratual dos antigos
sócios gestores da TGL de adquirirem
15% dos valores recebidos em ações da
Brasil Insurance negociadas na Bovespa.
O valor da parcela inicial é de R$ 1,1 milhão somados a quatro parcelas anuais
variáveis. A Brasil Insurance passará a
deter 99,98% das quotas representativas do capital social da TGL.
visita
Primeiro jantar do ano tem
presença internacional
Após um mês de recesso, os Bolinhas do Rio de Janeiro
realizaram o primeiro jantar de confraternização do ano, no
Hotel Flórida, no Catete.
O destaque deste primeiro encontro foi a presença do
confrade italiano, Federico Baroglio, que visitou o Brasil e
cumprimentou os colegas Bolinhas. “Foi um motivo de alegria
para todos os presentes”, afirmou o reitor Jorge Carvalho.
A nota triste foi o anúncio do falecimento, no início de
fevereiro, de Adolpho Bertoche, um dos mais antigos Bolinhas.
12
prêmio
Anunciados vencedores do
prêmio Shin Research Award for
Excellence
O IIS e a Associação de Genebra anunciaram os
vencedores do seu programa colaborativo de pesquisa de
seguros. O Prêmio Shin Research Award for Excellence
é subvencionado pela companhia sul coreana Kyobo Life
Insurance Company. Os vencedores serão homenageados e
suas pesquisas serão apresentadas durante o 48º Seminário
Anual da IIS, que acontecerá entre os dias 17 e 20 de junho
de 2012, no Rio de Janeiro. Os vencedores são: Olajumoke
Olaosebikan,da School of Management, University of Bath
(UK), que abordou, em sua pesquisa, os determinantes da
rentabilidade do microsseguro na Nigéria; e Yi (Kitty) Yao,
da Universidade de Wisconsin, em Madison (EUA), que falou sobre o desenvolvimento e sustentabilidade dos mercados
emergentes de seguros saúde no Paquistão.
debate
APTS discute projetos de lei de
contrato de seguro
A APTS realizou, no dia 29 de fevereiro, debate do
meio-dia com o tema “Algumas polêmicas sobre os Projetos de Lei de Contrato de Seguro (PL 3.555/2004 e PL
8.034/2010)”. Paulo Luiz de Toledo Piza, sócio fundador e
atual 1° vice-presidente do IBDS, apontou que a tramitação
está lenta, porém será acelerada em breve, pois foi encampado pelo governo. Atualmente questões sobre os contratos
estão inseridas no Código Civil. “Um contrato de seguro
será sempre de adesão, sendo ele de grande risco ou não.
O projeto vai além da lei de arbitragem”, completou Piza.
Walter Polido, membro fundador, conselheiro e secretário do IBDS e consultor da Polido e Carvalho Consultoria
em Seguros e Resseguros, pontuou que quem não é favorável
aos novos projetos vão contra a um pensamento moderno.
Polido enfatizou que os países desenvolvidos já têm código de seguro. “Quem manda é consumidor, essa é a nova
ordem”, finalizou.
dados
atendimento
Novo sistema para cadastramento
e atualização
Mais de 16 mil clientes
A Susep desenvolveu
um novo sistema gratuito
para cadastramento e atualização de dados de corretores
de seguros de todo o País. O
corretor deve acessar a página da Susep para fazer o cadastro, alterar informações,
acompanhar andamento do
processo e retirar a certidão
de corretor. O projeto foi
realizado pela Coordenação
Geral de Tecnologia da Informação (CGETI) da entidade.
“É um sistema simples, que dará maior agilidade a todo
o processo de cadastramento e regularização do corretor de
seguros, gerando maior segurança para o mercado. O corretor
é fundamental nesse processo e nossa iniciativa visa justamente a dar maiores facilidades a esses profissionais”, afirmou o
superintendente da Susep, Luciano Santanna.
O Centro Automotivo
do Grupo Segurador BB
Mapfre Bauru, em 5 anos
de atividades, soma mais
de 16 mil atendimentos
realizados, entre avisos de
sinistro, check-ups, prévias e
concessões de carro reserva.
“Creio que a população
de Bauru, uma cidade em
constante avanço, reconheceu essas características do nosso Centro e fez com que
chegássemos a esse número importante de atendimentos,
um marco para o Grupo no estado de São Paulo”, comemora
Jabis Alexandre, diretor-geral de Automóveis do Grupo.
Não são apenas segurados e terceiros que podem usufruir
do Centro Automotivo. Todo motorista pode fazer o checkup gratuito de até 50 itens, incluindo sistema de freios,
suspensão, direção e faróis, entre outros.
painel
pesquisa
Homens ainda são maioria no
mercado de seguros
É o que sinaliza
pesquisa realizada
pela Incubaseg. Do
total de 41 projetos
inscritos no segundo
semestre de 2011, apenas 7% foram elaborados por profissionais
do sexo feminino. Dos
14 projetos aprovados,
metade é oriunda de
São Paulo e outros
21% do Rio de Janeiro.
Grande parte desses projetos foi apresentada por
pessoas com idade variando de 32 a 50 anos. O nível de
escolaridade dos empreendedores também é alto. Do total,
43% dos participantes têm pós-graduação, 28,5% concluíram um curso superior e outros 28,5% entraram para uma
universidade ou faculdade, mas não completaram o curso.
Idealizador da Incubaseg, Carlos Alberto de Oliveira,
explica que a inovação proposta pela incubadora vai além
da pesquisa e desenvolvimento de produtos, atualmente
fechados entre quatro paredes. “A criatividade e a inovação
são fundamentais para o sucesso em um mercado complexo
e ainda com grande potencial de crescimento como o do
Brasil”, afirma Oliveira.
arte
Presença do corpo no espaço é
tema de exposição
O Espaço Cultural Porto Seguro promove a mostra
“A Escala Humana Como Elipse” - organizada pelo
Instituto Tomie Ohtake - dos artistas Denise Adams
e Fernando Pião. A exposição traz ‘a fotografia e outros meios para produzir leituras sobre a presença do
corpo no espaço habitável, sobre a escala do homem
na cidade e em suas construções’e tem como base o
ensaio “Le Modulor”, publicado pelo arquiteto francosuíço Le Corbusier em 1948. Seu ensaio foi censurado
por diversos críticos que diziam que ele queria impor
uma escala humana abstrata e ideal, sendo assim,
desumana.
A mostra fica em cartaz até 15 de abril, aberta de
terça a sexta, das 10 às 19 horas; sábado e domingo,
das 10 às 17 horas. A entrada é franca e a Porto Seguro
também disponibilizou um estacionamento gratuito
aos interessados.
14
Espaço GR
Restrição ao tráfego
de caminhões cria
congestionamento de problemas
A CET – Companhia de Engenharia de Tráfego de São
Paulo, apoiada pela Prefeitura, iniciou mais uma medida
“desesperada” para reduzir o trânsito caótico nos horários de
pico. Seguindo a linha do “salve-se quem puder”, esta medida
estaciona um número enorme de caminhões nas cidades
vizinhas, transferindo a elas parte do seu problema.
Sabemos que o problema do trânsito nos grandes centros
do país, especialmente em São Paulo, é uma realidade, mas a
adoção de medidas unilaterais e arbitrárias sem tratar o cerne
da questão, que é melhorar o transporte público, apenas alivia o trânsito momentaneamente, amplia a arrecadação das
multas e, como consequência, cria um congestionamento de
problemas para a segurança no setor de transportes e gerenciamento de riscos.
A maioria dos roubos de cargas ocorre no horário noturno
ou quando os caminhões estão estacionados, exatamente a
situação que os remete com a nova medida, carregando ainda
mais o medo ao motorista no seu dia-a-dia.
Podemos tomar como exemplo as cidades que estão nas
imediações da Rodovia Presidente Dutra, na chegada à São
Paulo, que figuram entre as recordistas de roubos de cargas,
sem estrutura de segurança adequada e possuindo varias rotas
de fugas como: Tamoios, Dom Pedro, Airton Senna e Carvalho
Pinto. Estas rodovias terão uma frota enorme de caminhões estacionados nos acostamentos, ruas e postos de abastecimento
que possuem infraestrutura de segurança desproporcional à
exposição de risco imposta ao seu estabelecimento.
As gerenciadoras têm agora mais um fator de risco a ser
inserido em seus programas de prevenção.
Haverá o dia em que os órgãos competentes tratarão os
problemas com ações planejadas e conjugadas, visando organização, estrutura e segurança para o bem comum. Quando este
dia chegar, não haverá mais espaço para a atividade privada
de gerenciamento de riscos.
Pelo jeito, nós, gerenciadores, ainda teremos muito trabalho pela frente!
Abraços a todos!
Eliel Fernandes
Diretor Comercial
Buonny Projetos e Serviços
gente
Reforço no RH
A Zurich Seguros reforçou seu departamento de RH com um novo
diretor e nova gerente. Assume o cargo de diretor de RH no Brasil o
executivo Moisés Correia da Silva, sucedendo Patrícia Próspero,
agora responsável pela área de gestão de pessoas da Zurich em toda
a América Latina.
Silva tem mais de 25 anos de experiência em Recursos Humanos.
Ele ficará sediado em São Paulo e será responsável por toda a área de
Recursos Humanos no Brasil.
A equipe de RH ainda recebeu o reforço de Mirna Léa Yoko
Nagao Andrade, que assume a posição de gerente de desenvolvimento
e Aquisição de Talentos.
Apoio para equipe
comercial
A Berkley International Brasil reforça
sua equipe comercial
no Rio de Janeiro.
André Francisco Petra da Silva é o novo
executivo comercial
da filial. Com sete
anos de atuação no
setor, o novo colaborador possui conhecimento nas linhas
de produtos em que a
Berkley atua.
“Queremos estar cada vez mais perto de nossos corretores e clientes, o que só conseguiremos
deixando nossas filiais sob a gestão de profissionais pró-ativos, experientes e conhecedores do
mercado”, afirma José Marcelino Risden, diretor
presidente da Berkley.
Colaboradores premiados
Diretores para propriedades
e transportes
O Grupo Argo anunciou duas novas nomeações para as operações
de seguros no Brasil. Ana Carolina Mello, diretora das linhas de
patrimoniais e de engenharia, e Salvatore Lombardi Jr., diretor de
transportes, farão parte da equipe executiva responsável pela criação
da nova linha de property e casualty da Argo. Eles reportarão a Pedro
Purm, CEO para as operações do Grupo Argo no Brasil.
16
A revista Risk & Insurance nomeou 40 colaboradores da Marsh como vencedores e finalistas
do Power Broker em seu reconhecimento anual
aos melhores da indústria.
Representando 15 diferentes categorias de
indústrias e especialidades, 33 colegas da Marsh
foram reconhecidos como vencedores da edição
2012. Paulo Mantovani, líder de Power & Utilities da Marsh Brasil, figura nesta lista.
Dos vencedores e finalistas da Marsh, 13
figuraram na categoria “Under-40” (abaixo de 40).
As designações do Power Broker são baseadas em indicações de corretores e gerentes de
riscos e julgadas por painéis distintos de gerentes
de riscos para cada segmento da indústria.
gente
Novo presidente
para capitalização
Marco Antonio da Silva Barros é o
novo presidente da FenaCap. O executivo
assumiu o cargo na segunda quinzena
de fevereiro. Membro do Conselho de
Administração da Brasilcap, Barros é
funcionário de carreira do Banco do
Brasil, onde atua há 31 anos. Desde
2009, é diretor de seguros, previdência
e capitalização do banco.
Presidente e vice são reeleitos
Os atuais presidente e vice-presidente da
Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar e
Mauro César Batista, respectivamente, foram
reeleitos pelo Conselho de Administração
em fevereiro.
Os membros do Conselho foram empossados para um mandato de três anos. São eles:
Leonardo Paixão e Manoel Moraes (IRB
Brasil Re); Armando Vergilio dos Santos
Junior e Robert Bittar (Fenacor); Jorge Hilário Gouvêa Vieira e Mauro César Batista
(CNSeg); e Luciano Portal Santana e Nelson
Victor Le Cocq D`Oliveira (Susep). Os membros representam as quatro entidades que
são mantenedoras da instituição. Eles ainda
fizeram suas indicações para a composição
do Conselho Fiscal da entidade.
Bauru tem novo diretor territorial
Marcos Antônio da Silva Ferreira é
novo diretor territorial da Mapfre Seguros
em Bauru (SP). O principal desafio do
executivo será fomentar novos negócios e
ampliar a base de corretores regionalmente.
Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Gestão
Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV), Ferreira possui 30 anos de experiência profissional no mercado de seguros
e trabalha na Mapfre desde novembro de
2000. O profissional já foi gerente de duas
sucursais da companhia, em São José do
Rio Preto e Ribeirão Preto, e também superintendente de Operações na matriz, em
São Paulo, por quatro anos e meio.
CEO para resseguro
A Willis Group Holdings nomeou
Tony Melia como CEO da Willis Re
International. O executivo conduzirá
a unidade de negócios internacionais
da Willis Re, cobrindo a Europa, Ásia,
América Latina e outros mercados emergentes. Melia, que está baseado em Londres, irá relatar a John Cavanagh, CEO
da Willis Re. Anteriormente, o novo
CEO atuou como diretor de negócios
europeus para a resseguradora.
Promoção
Daniel da Silva Veiga é o
novo diretor comercial do IRB
Brasil Re. O executivo foi gerente
da carteira de Riscos Financeiros
e, até o ano passado, ocupava a
gerência comercial internacional,
auxiliando no processo de internacionalização do IRB.
José Farias de Sousa, anteriormente no cargo, assumiu a
diretoria de subscrição.
18
opinião
por Denise Bueno*
Resultados de 2011
e promessas para 2012
Os balanços divulgados durante o mês de fevereiro comprovam as mudanças da indústria de seguros. Temos de tudo um pouco. Para começar, vários
balanços divulgados podem ser lidos sem óculos. As
letras são grandes e os textos chamam a atenção por
terem reduzido a dose de segurês. Muitos destacam
número de clientes, volume de atendimentos e dados
financeiros expressivos de forma compreensiva a
qualquer um que queira saber mais sobre a indústria.
Bom ver também a força das empresas. Praticamente
todas as seguradoras apresentaram crescimento no lucro líquido, embalado tanto pelos ganhos financeiros
como pelos operacionais.
As expectativas para este ano são mais ponderadas tanto em crescimento das vendas como em lucratividade. A queda da taxa de juros para um dígito,
reduzindo os ganhos financeiros, e vendas menores
como consequência do ritmo mais lento da economia
impulsionam mudanças nas estratégias. A ordem
do dia é reorganização para tirar o melhor proveito
possível deste momento de transição pelo qual passa
o Brasil. Também é importante lembrar que estamos
num ano em que a política tem grande peso. Além
das eleições, o corre-corre para preparar o país para
a Copa em 2014 e os efeitos da crise internacional
na política monetária tem grande peso nas decisões
estratégicas dos investidores.
Algumas seguradoras começam 2012 com novos
líderes, como Allianz, Liberty, Zurich e Mitsui, que
tem Helio Kinoshita como vice-presidente das operações. Até mesmo a Susep tem expressado grande
ansiedade com mudanças. Desde o início do ano,
dezenas de portarias foram assinadas com troca
de equipe. Entre as seguradoras, BB Mapfre, Itaú e
Santander deram a largada a uma grande disputa em
massificados depois de finalizarem a integração com
suas novas parceiras, pressionando a Bradesco, beneficiada pelo apoio do banco há anos. E muitas novas
companhias começam definitivamente a operar no
Brasil, como Argo, Terra Brasis e Swiss Re Corporate
Solutions, que é a unidade de seguros do grupo suíço.
Temos também um forte investimento das corre20
toras, que agregam ao modelo tradicional de vendas
o atendimento online. Algumas com grande aporte
de recursos, como Minuto Seguro, Sossego, Segurar,
Smartia e Economize no Seguro, para citar apenas
aquelas que criaram uma operação totalmente voltada
ao consumidor da internet.
Muitos bancos iniciaram o ano com uma agenda
carregada de road show do mercado de seguros brasileiro para investidores estrangeiros. Eles buscam capital
para dar o start-up em companhias locais ou mesmo
para dar fôlego a operações já existentes. Há uma grande
expectativa de que os fundos de private equity ou venture capital ajudarão a indústria de seguros brasileira a
avançar em tecnologia e produtos diferenciados.
Ou seja, 2012 promete continuar sendo um ano
intenso para a indústria de seguros brasileira, principalmente no que diz respeito à concorrência. Um
sinal claro disso é o resultado obtido pelas principais
players do seguro mais vendido no país. O seguro
de automóvel. Em 2011, a carteira de seguro de
automóveis cresceu 6,6% entre janeiro e novembro
de 2011, na comparação com o mesmo período de
2010, para prêmios de R$ 19,2 bilhões no período. Se
comparado com o avanço do mercado de seguros em
geral, que teve incremento de 17,6% até novembro,
com faturamento de quase R$ 100 bilhões, o avanço
foi tímido. No entanto, o baixo crescimento significa
guerra de preços e não menos clientes, pois o País está
entre os quatro maiores do mundo em vendas e deverá
continuar com farta oferta de crédito ao consumidor.
Apesar de ainda o preço ser o fator decisivo para
a compra do seguro, outros diferenciais começam a
ganhar peso na estratégia das companhias. Prova
disso é que ações enquadradas no conceito de sustentabilidade ganham destaque em praticamente todos
os relatórios de administração. Interessante notar
como as seguradoras estão investindo em imagem,
associando o seguro à qualidade de vida. Já temos
vários projetos voltados para estimular a qualidade
de vida da população citados nos balanços. Até então,
tínhamos apenas o dia do voluntariado ou a manutenção de creches, asilos ou fundações voltadas para
a preservação do planeta e educação.
Agora temos a SulAmérica como a única seguradora a constar no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa. Há os produtos de
automóvel e residência verdes do HSBC. Investimentos
de peso da Bradesco Seguros no patrocínio de espetáculos e lazer, como a Ciclofaixa, que ganha em 2012
novos bairros, na Zona Leste e Centro de São Paulo. Ao
que tudo indica, o Itaú vai disputar os bikeiros com a
Bradesco, trazendo para São Paulo o projeto de sucesso
implantado na orla carioca, onde aluga bicicletas por
um valor irrisório aos clientes e não clientes.
Se em seguros massificados a disputa está acirrada, o mesmo não podemos dizer dos grandes riscos.
Segundo corretores entrevistados, a situação está
complicada. Há uma grande demanda por seguro
diante da maior exposição de clientes aos riscos.
Porém, as seguradoras estão cada dia mais reticentes
em aceitar as propostas, o que acaba elevando o valor
do seguro. Claro que conta pontos para encarecer o
seguro a triangulação que as resseguradoras precisam
fazer para passar o seguro para a casa matriz.
Um exemplo é o estádio do Corinthians, com
construção realizada sem o seguro garantia. Aliás,
os estádios se tornaram uma grande dor de cabeça
para os corretores e para as seguradoras. Praticamente
todos estão atrasados e a briga política em torno dos
investimentos necessários é enorme, o que pode trazer
grande polêmica envolvendo também seguros. As
perdas com o quebra-quebra em Jirau já foram parar
nas câmaras de arbitragem de Londres. Se continuar
no mesmo ritmo, outras seguirão o mesmo caminho.
A grande esperança é que a modernidade também
chegue mais rápido às cláusulas de contratos. Quanto
mais claro forem, menos problemas o setor terá para
resolver na Justiça. E cabe também ao corretor contribuir para tais mudanças. Afinal, quem sabe o que o
consumidor quer e precisa é ele. E cabe à seguradora
criar produtos dentro das sugestões dos profissionais
de venda e à Susep agilizar o lançamento de tantas
novidades criadas nos laboratórios das companhias
a quatro mãos. Se assim for, 2012 realmente será um
ano diferente, com vendas maiores, lucros polpudos
e muito mais clientes em carteira.
* Denise Bueno é articulista da Revista Apólice
especial sul | sindicatos
Economia aquecida,
mercado de seguros
em destaque
Os estados do Sul do Brasil representam parte
importante da economia do País. Segundo
os sindicatos de corretores e das seguradoras
dos três estados, o mercado crescerá
acompanhando outras atividades econômicas
Gabriela Ferigato
22
A
região Sul do Brasil (Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande
do Sul) representa 18,5%
do PIB nacional, segundo o
IBGE. O número reforça o constante
avanço da economia, impulsionado por
um importante processo de industrialização e pelo desempenho do setor
agropecuário.
Na região destacam-se as indústrias
de transformação, automobilística, têxtil,
alimentícia, produtos eletrônicos e tecnológicos, área de serviços e comércio.
Além do potencial hidrelétrico, com a
Usina de Itaipú, no rio Paraná.
O mercado de seguros segue ao lado
desse cenário de economia aquecida.
Segundo Julio Cesar Rosa, presidente
do Sindseg-RS, a expectativa é que a
economia do Brasil cresça de 5 a 7%
em 2012, enquanto no mercado de seguros o esperado é um avanço de 15%.
“O mercado de seguros não atende uma
atividade específica. Qualquer atividade
que precise de uma garantia, a qualquer
tipo de risco, a atividade de seguros proporciona. Sou muito otimista em relação
ao nosso crescimento”, pontua Rosa.
Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR)
exercerão papel fundamental na Copa do
Mundo de 2014. As cidades estão entre
as 12 escolhidas como sede do evento
esportivo, por isso as anfitriãs estão
investindo milhões em infraestrutura
para melhor atender ao público. Estimase que a infraestrutura dos grandes
projetos esportivos (tanto da Copa de
2014, como das Olimpíadas de 2016)
trarão um aporte de aproximadamente
❙❙
Celso Marini, do Sincor-RS
Distribuição dos
Seguros de Pessoas
no Brasil em 2010
1,9%
7%
8,9%
❙❙
❙❙
17,5%
65%
João Gilberto Possiede, do
Sindseg-PR/MT
R$ 300 bilhões ao setor de seguros, os
quais gerarão demandas nos ramos de
garantia, engenharia, property e eventos.
Outro ponto que coloca o mercado
em destaque é a melhora econômica da
população, bastante evidenciada pela ascensão das classes C e D que, atualmente, representam mais de 100 milhões de
pessoas no Brasil. “Essas pessoas estão
buscando mais proteção para sua vida,
residência, automóvel e todos os seus
bens. A conscientização sobre o seguro e
sua necessidade têm aumentado”, afirma
o presidente do Sincor-RS, Celso Marini.
Proteção à vida
Entre os diversos ramos do mercado
de seguros, destaca-se o contínuo crescimento nos seguros de vida e previdência.
No Rio Grande do Sul, berço de muitas
seguradoras especialistas em pessoas, o
índice em prêmios diretos no segmento
foi de 5,22 % de participação na arrecadação nacional, com um percentual de
7,25% nas indenizações diretas em 2011,
segundo dados da Susep.
De acordo com José Antonio de
Castro, presidente do Sincor-PR, o seguro de pessoas é o que representa maior
prêmio no Paraná. Seguido do seguro de
automóveis, patrimoniais, responsabilidade civil e prestamistas.
Essa importância dada ao segmento
de pessoas, na opinião do presidente
do Sindseg-PR/MT, é uma questão de
cultura. “A população do Sul é oriunda
da imigração europeia, cuja cultura
está focada em assegurar vidas. Essas
Região
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Fonte: Fenaprevi (inclui proteção financeira,
seguros de vida, acidentes pessoais e seguros
turísticos)
Distribuição
dos Planos de
Previdência no Brasil
em 2010
1,7%
9,1%
8,9%
13,5%
70%
Região
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Fonte: Fenaprevi
23
especial sul | sindicatos
PARANÁ
Capital: Curitiba
População 2010: 10.444.526
Área (km²): 199.316,694
Densidade demográfica (hab/km²): 52,40
Número de Municípios: 399
Fonte: Censo 2010 IBGE
SANTA CATARINA
Capital: Florianópolis
População 2010: 6.248.436
Área (km²): 95.703,487
Densidade demográfica (hab/km²): 65,29
Número de Municípios: 293
RIO GRANDE DO SUL
Capital: Porto Alegre
População 2010: 10.693.929
Área (km²): 268.781,896
Densidade demográfica (hab/km²): 39,79
Número de Municípios: 496
Fonte: Censo 2010 IBGE
Fonte: Censo 2010 IBGE
Região Sul
Produto Interno Bruto a preço de mercado corrente
(2009): R$ 535.662
Produto Interno Bruto Per Capita (2009): R$ 19.325
Fonte: IBGE/ MDIC/SECEX
Indústria
Paraná: Papel, celulose, fabricação de caminhões
e automóveis, eletrodomésticos e agroindústria
Santa Catarina: Produção de carnes e fabricação
de calçados e roupas
Rio Grande do Sul: Petroquímica, produção de carros,
calçados, vinhos e alimentos
Mercado de Seguros
Região Sul
RS
Prêmio emitido por Estados e Regiões
(Janeiro/novembro 2011)
Brasil: R$ 93.850/ Participação 100%
Região Sul: R$ 14.443 mi/ Participação: 15,4%
RS: R$ 5.940 mi/ Participação: 6,3%
PR: R$5.254 mi/ Participação: 5,6%
SC: R$ 3.250 / Participação: 3,5%
Fonte: Siscorp
24
Brasil
PR
SC
Brasil
❙❙
Odair Roders, do Sincor-SC
pessoas têm uma mentalidade mais
forte voltada à proteção”, ressalta João
Gilberto Possiede.
Devido à ocorrência de desastres
naturais, há uma procura maior por
informações a respeito de coberturas
para estes acontecimentos, mas a população ainda não olha para essas apólices
como deveria. Segundo o presidente do
Sincor-SC, Odair Roders, infelizmente
ainda existem muitas restrições de produtos que possam minimizar as perdas
decorrentes de desastres naturais.
O seguro rural é outra apólice que
merece destaque. Para o presidente do
Sincor-RS, apesar do alto custo do seguro e de algumas definições que devem
ser tomadas pelo governo, sua representatividade está crescendo. Na opinião
dos sindicatos dos corretores do Sul,
os corretores precisam se especializar
na área para realizar a comercialização
destas apólices.
❙❙
José Antonio de Castro, do Sincor-PR
importante que o corretor veja as mudanças e tendências do mercado, para
onde ele está caminhando. Assim, ele
pode se interar e se preparar para crescer e estruturar melhor suas carteiras”,
completa o presidente do Sincor-PR, José
Antonio de Castro.
De acordo com Julio Cesar Rosa,
além dos cursos que já são oferecidos
para os profissionais, um grande passo
seria explorar matérias de seguro dentro
de universidades.
Paulo Luckmann, presidente do
Sindseg-SC, afirma que o sindicato continuará trabalhando no desenvolvimento
dos principais ramos e na busca por uma
maior eficiência e melhoria na prestação
de serviços.
Segundo Jane Manssur, coordenadora da Unidade Regional Rio Grande
do Sul da Escola Nacional de Seguros,
muitas vezes há uma demanda dispersa
em relação a cursos, em cidades que são
distantes nos três estados do Sul. Nesses
casos fica difícil para as pessoas realizarem cursos presenciais. “Nós tentamos
suprir essas lacunas com os cursos à distância, que foram muito incrementados
nos últimos anos”, afirma Jane.
Sobre a relação entre seguradoras
e corretores, o consenso de opiniões
parte de uma premissa simples “sempre
pode melhorar”. “As arestas comerciais
corriqueiras podem ser minimizadas,
buscando um consenso maior que chamamos ‘cliente’. Temos um diálogo constante com nossos parceiros seguradores e
Sindseg, buscando aprimorar a relação do
mercado segurador com o consumidor,
fazendo com que a “instituição seguro”
crie uma forte imagem de credibilidade e
segurança”, declara Odair Roders.
Para seguir nessa jornada de crescimento, alguns pontos precisam ser trabalhados. Para Celso Marini, uma grande
preocupação é a venda do seguro de
forma irregular (por meio de associações,
cooperativas e bancos). “A Susep já está
afastando do mercado essas associações
que comercializam o seguro de modo irregular. Isso ainda nos atrapalha bastante.
Vamos continuar atuando com a nossa
principal missão, que é a defesa do corretor de seguro como único profissional
habilitado na função”, completa Marini.
Outro ponto a ser trabalhado é a
imagem do seguro. “O seguro precisa ser
bem visto. Quando acontecer um sinistro
devemos trabalhar fortemente para que
esse processo de regulação e indenização
de danos seja feito rapidamente”, destaca
Julio Cesar Rosa.
“É um corretor que se destaca na
busca por qualificação e aprimoramento
profissional”. De acordo com todos os
sindicatos da região Sul, essa é uma importante particularidade dos profissionais
dos três estados. “O corretor é bastante
focado no cliente. Também é um profissional bastante crítico, no sentido de
buscar um crescimento para o mercado”,
afirma o presidente do Sincor-PR/MT.
Palestras, workshops e cursos rápidos de especialização em diversos ramos
são ações que as entidades realizam, e
continuarão a realizar, neste ano. “É
Foto: Igor Pires
Corretores sulistas
❙❙
Paulo Luckman, do Sindseg-SC
❙❙
Julio Cesar Rosa, do Sindseg-RS
25
especial sul | sindicatos
Sincor-PR
Em 1963, foi inaugurada a Associação Profissional
dos Corretores de Seguros e Capitalização do Paraná,
um embrião do que seria o Sincor-PR, oficialmente fundado em 1966. Atualmente o Sindicato conta com 2779
corretores cadastrados pessoas físicas e 1729, jurídicas.
Sindseg-PR/MT
Neste ano o Sindseg-PR/MT comemora 88 anos.
O Sindicato nasceu, inicialmente, como Comitê Local
Paranaense e Santa Catarinense de Seguros, em 1924.
Uma de suas principais ações, realizada com o apoio do
Sincor-PR e da Funenseg, é o Programa Viver Seguro,
uma divulgação institucional do seguro para a população. O Sindseg-PR/MT conta com 27 seguradoras
associadas.
Sincor-RS
Neste ano o Sincor-RS completa 70 anos de fundação. Entre suas ações, destaca-se como a principal a
defesa do corretor de seguro como único profissional
habilitado a realizar a função de comercialização do
seguro. Atualmente, possui 5306 corretores cadastrados
(pessoas físicas e jurídicas).
Sindseg-RS
Uma das instituições sindicais mais antigas do Estado do Rio Grande do Sul, o Sindseg-RS completa 117
anos em 2012. Junto ao Sindicato estão filiadas 39 empresas, sendo que 36 operam em seguro privado, vida,
saúde e previdência e três operam em capitalização.
Sincor-SC
A entidade foi fundada em 1960. Durante essa trajetória
destaca-se a criação do Credicor (Cooperativa de Crédito)
e a aprovação do Código de Ética. Hoje cotam com 2593
corretores (pessoas físicas e jurídicas) associados.
Sindseg-SC
Fundado sob a denominação de Comitê Local Catarinense de Seguros, a entidade passou a ser denominada
Sindicato em 1990. O Sindseg-SC atua como órgão técnico
e consultivo nas áreas de seguros privados, resseguros,
previdência complementar e de capitalização. Mantém
serviços de consultoria e assessoria, desenvolve estudos
técnicos e ações para a capacitação profissional no setor.
Hoje conta com 23 seguradoras associadas.
26
painel
especial sul
gente
Diretor para alavancar vendas
MBA
MBA em Seguro e Resseguro
em Porto Alegre
Porto Alegre irá receber, pela primeira vez, o MBA
Executivo em Seguros e Resseguro, oferecido pela Escola
Superior Nacional de Seguros.
A proposta do curso é prover a melhora contínua do
desempenho de quem atua no ambiente de seguros. “A
ideia é desenvolver uma visão prática, do ponto de vista de
mercado, e correta, do ponto de vista acadêmico, que sirva
para formar profissionais capazes de executar, com pleno
sucesso, as atividades demandadas pelo setor”, afirma o
coordenador Sergio Rangel.
A pós-graduação terá duração aproximada de um ano
e meio e as aulas estão marcadas para começar no dia 10
de abril. O investimento é de 18 parcelas de R$ 630. Mais
informações podem ser obtidas no www.funenseg.org.br,
pelos telefones (51) 3224-1965 / 5267 / 6661 ou pelo e-mail
[email protected].
GBOEX
Jack Suslik Pogosrelsky tomou posse da diretoria comercial da Confiança Seguros. Arquiteto e administrador de
empresas, o executivo tem 32 anos de atuação no mercado
segurador. O novo diretor chega à Confiança Seguros com
o desafio de alavancar a comercialização de seguros Vida e
Ramos Elementares.
especial sul | seguro rural
Em busca de mais
representatividade
Com bom desempenho na produção
agrícola nacional, os três estados sulistas
são responsáveis por 70% da produção
de seguro rural do Brasil, mas ainda há
potencial para crescer mais
Jamille Niero
28
A
região Sul desempenha um
papel importante na produção
agrícola brasileira, produzindo, segundo estimativas, pelo
menos 70% do trigo e da soja no País,
além da uva – com 65% da produção
nacional e cerca de 50% do milho e do
arroz. É também a região responsável
pela maior parte da produção de seguro
rural do Brasil: 70% das operações que
receberam subvenção do Governo Federal em 2011 são do Paraná, de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul. Além
dos produtos citados acima, na região
também são desenvolvidas culturas de
maçã, pêssego, ameixa, laranja, tangerina, caqui, cana-de-açúcar, mandioca,
feijão, alho, batata, cebola e tomate.
Atualmente, o produtor pode recorrer
aos seguros agrícola, pecuário, aquícola,
de florestas e penhor rural.
De acordo com o presidente da comissão de seguro rural da FenSeg, Luiz
Roberto Foz, o Sul do País é quem tem
maior apetite para comprar o seguro e é
a região mais sujeita a riscos meteorológicos, como secas, granizo e geada. “A
incidência é bastante grande na região.
São propriedades de pequenos produtores e o efeito social causado é muito
grande”, analisa.
Apesar do grande risco de intempéries climáticas afetarem a produção,
ainda uma pequena parte dos produtores adere ao seguro. A Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de
Santa Catarina (Faesc) observa que, no
estado, a procura pelo seguro agrícola é
limitada. O vice-presidente da entidade,
Nelton Rogério de Souza, lembra que até
o início de 2011 apenas 10% da área de
grãos e culturas permanentes estavam
seguradas, representando 6,7 milhões
de hectares. No estado, as culturas que
mais demandaram o seguro foram a soja,
em primeiro lugar, seguido pela maçã e
pelo milho safrinha. No caso do seguro
agrícola, em Santa Catarina oito culturas
recebem do Governo Federal custeio
de 50% do valor do prêmio pago aos
produtores: arroz, cebola, feijão, maçã,
milho, soja, trigo e uva.
Na avaliação do dirigente, a baixa
adesão é devido ao alto custo da apólice
para o produtor. A pouca remuneração
e o limite no pagamento das indenizações são outros motivos. “A escassez de
informações econômicas e estatísticas
para subsidiar a análise de riscos e o
cálculo financeiro na composição dos
termos das apólices constituem um
problema, porque influenciam a exatidão
das informações, imprescindíveis para o
crescimento do seguro rural”, acredita
Souza. Segundo ele, o médio produtor
é o mais prejudicado, pois os pequenos
agricultores têm acesso a outros sistemas
de financiamentos, a exemplo do Pronaf,
seguro automático da produção.
O Paraná, um dos maiores agentes
financeiros e que responde por 71%
do crédito rural, teve 80% dos seus
contratos de financiamento de soja com
adesão ao seguro agrícola. “O seguro
é uma garantia fundamental nos financiamentos dos agentes que operam
o crédito rural”, afirma Pedro Loyola,
economista e coordenador do Departamento Técnico Econômico da FAEP
(Federação da Agricultura do Estado
do Paraná). Segundo ele, o Paraná é o
líder na contratação de seguro agrícola
porque os produtores tiveram perdas
severas com eventos climáticos na última
década, que ultrapassam a casa dos R$
15 bilhões. Isso os levou a criar uma
cultura e demanda por seguro agrícola.
Referente a 2011, números preliminares apontam que 21 mil produtores
paranaenses fizeram seguro agrícola na
temporada, com 2,45 milhões de hectares de área segurada e R$ 1,7 bilhão em
importância segurada. “Temos potencial
de no mínimo duplicar esses números
no curto prazo. Temos em torno de 400
mil propriedades e 80 mil podem ser
classificadas como média ou grande,
principal público do seguro agrícola”,
pontua Loyola.
O Paraná mantém um programa de
subvenção ao prêmio do seguro agrícola
do trigo, que está prestes a ser ampliado
para o milho de segunda safra e o café.
No programa federal de subvenção ao
prêmio, o Governo Federal arca com
70% do prêmio do seguro do trigo e o
Estadual com 15%, cabendo ao produtor
pagar os 15% restantes. “Essa é a única
forma do produtor acessar esse seguro,
pois o prêmio é muito caro, acima de
❙
Pedro Loyola, da FAEP
10% e inviável sem a participação do
Estado. Portanto, se um produtor contrata esse seguro e o prêmio é de 10%,
ele paga 1,5%. Esses programas de
subvenção viabilizaram a contratação
do seguro agrícola de culturas de alto
risco climático”, comenta.
Estiagem
Além dos transtornos causados
à população, a seca que atingiu a região Sul nos últimos meses afetou a
produção agrícola regional, causando
prejuízos de mais de R$ 2 bilhões ao
setor e contribuindo para o aumento dos
preços de diversos alimentos em todo o
país, segundo informações da Agência
Brasil divulgadas na terceira semana
de janeiro.
No Rio Grande do Sul, 291 cidades
decretaram situação de emergência, em
Santa Catarina foram 80 cidades e, no
Paraná, 137 cidades.
Estimativas da Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural (Epagri)
de Santa Catarina apontaram que os prejuízos na agropecuária da região somam
R$ 470 milhões. A produção mais prejudicada é a do milho e cerca de 640 mil
toneladas foram perdidas, representando
16,6% da produção esperada - que era de
3,88 milhões de toneladas.
No Paraná, um levantamento do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e Abastecimento
mostrou que a estiagem comprometeu
11,5% da safra de verão, que estava prevista para 22,13 milhões de toneladas.
As perdas no campo causaram prejuízo
29
especial sul | seguro rural
financeiro de R$ 1,52 bilhão.
Segundo balanço da assessoria
econômica da Farsul (Federação da
Agricultura do Estado do Rio Grande
do Sul), a queda na safra aumentou
para 36%, com a produção estimada
em 16.144 milhões de toneladas contra
a previsão inicial de 25.078 milhões de
toneladas. No levantamento anterior,
divulgado no início de fevereiro, a perda
era de 30%. No Valor Bruto de Produção
(VBP) agrícola as perdas financeiras em
decorrência da seca somam R$ 5.668 bilhões. O economista do Sistema Farsul,
Antônio da Luz, diz que a chuva ocorrida
no final de janeiro e início de fevereiro
estancou as perdas por três semanas,
mas a situação se agravou. “Agora há
perdas significativas em regiões onde
até então estavam controladas, como na
região de Carazinho”, informa. Segundo
ele, mesmo com chuva as perdas podem
estabilizar, mas não serão revertidas.
As seguradoras que atuam no
segmento rural programaram ações específicas para atender os segurados da
região. O grupo segurador BB Mapfre,
por exemplo, recebeu 6. 279 comunicados de sinistro até a primeira quinzena
de fevereiro. Desses, 1.271 oriundos
no Rio Grande do Sul, 397 de Santa
Catarina e 3.990 do Paraná. Como as
lavouras estão em diferentes estágios
de desenvolvimento e a seca afetou com
intensidade distinta cada região, ainda
não é possível precisar o montante total
das indenizações. A estimativa é pagar
R$ 175 milhões no geral. Desse valor, R$
19 milhões deverão ir para o Rio Grande
do Sul, R$ 5 milhões para Santa Catarina
e R$ 116 milhões para o Paraná.
“É uma estimativa baseada no que
já foi avisado, porém só vamos pagar a
indenização quando houver a colheita,
pois apenas neste momento será possível
saber qual o real prejuízo do produtor”,
justifica Luis Carlos Guedes, diretorgeral de Operações Rurais do Grupo BBMapfre. Mais de 150 peritos, auditores
e analistas foram a campo, distribuídos
nas regiões sinistradas ou de alta concentração de riscos, para analisar a situação.
O executivo conta que a seguradora fez
um levantamento histórico de ocorrência
de sinistros da safra de verão 2008/2009,
30
Seguro rural em 2011
Confira abaixo os dados de 2011 referentes ao seguro rural que receberam
subvenção do governo federal (agrícola – responsável pela maior parte –,
florestas e pecuário):
Operações:
Total Brasil: 57.885
Região Sul: 70%
Rio Grande do Sul: 13.972;
Santa Catarina: 5.565;
Paraná: 21.572
Área segurada (em hectares):
Total Brasil: 10,4 milhões
de hectares Região Sul: 36%
Rio Grande do Sul: 1,07 milhão;
Santa Catarina: 224 mil;
Paraná: 2,45 milhões
Importância segurada:
Total Brasil: R$ 7,34 bilhões
Região Sul: 56%
Rio Grande do Sul: R$ 1,784 bilhão;
Santa Catarina: R$ 564 milhões;
Paraná: R$ 1,773 bilhão
Prêmio total pago:
Total Brasil: R$ 466 milhões
Região Sul: 60%
Rio Grande do Sul: R$ 100 milhões;
Santa Catarina: R$ 55 milhões;
Paraná: R$ 128 milhões
Subvenção paga pelo
governo:
Total Brasil: R$ 253,5 milhões
Região Sul: 61%
Rio Grande do Sul: R$ 54,4 milhões;
Santa Catarina: R$ 30 milhões;
Paraná: R$ 70,8 milhões
Fonte: Ministério da Agricultura
❙
Luis Carlos Guedes, do BB Mapfre
uma das piores já registradas, para balizar as ações. Naquela ocasião, mais de 4
mil avisos de sinistros foram registrados
pela Central de Atendimento.
A operadora de seguro agrícola
AgroBrasil, que trabalha em parceria
com a Nobre Seguradora, já recebeu
cerca de 6 mil avisos de sinistro. Porém,
da mesma forma que o BBMapfre, só
deverá ter certeza das indenizações após
a colheita, por volta do mês de junho.
Situação atual
O risco na agricultura é permanente
e não apenas relacionado às intempéries
climáticas. O comportamento imprevisível do mercado, a inconstância das
cotações agrícolas e do câmbio constituem riscos presentes. Por isso, os especialistas apontam que o fortalecimento e
a expansão do seguro rural passam pelos
investimentos em subvenção, fundo de
catástrofe e resseguro, pois quanto maior
❙
Miguel Fonseca, do IRB
for a adesão menor será o custo.
Os resseguradores são realmente
importantes na formatação do seguro
rural. A resseguradora retém cerca de
90% dos riscos e 10% ficam com a seguradora. “O resseguro funciona como
uma ‘sociedade’ com a seguradora
nesse segmento. O mesmo percentual
de perda que a seguradora tem, o ressegurador também terá. A sinistralidade
da seguradora vai ser exatamente a
mesma da resseguradora, porque os
contratos são proporcionais”, esclarece Miguel Fonseca, gerente de riscos
rurais e de transporte do IRB Brasil
Re. Ele afirma, como grande parte dos
executivos do mercado, que a maior
ferramenta para aumentar a adesão dos
produtores rurais é a subvenção do prêmio. “Se o Governo Federal atuar forte
na subvenção, mais pessoas vão poder
ter acesso à contratação de seguros.
Hoje, ela ainda fica muito limitada aos
recursos que o Governo disponibiliza
para o mercado”, aponta.
Para Laura Emília Dias Neves, presidente da AgroBrasil, é fundamental a
subvenção. “O produtor rural brasileiro
precisa do apoio do Governo Federal
para que ele tenha insumo. É um custo
que ele tem, mas nas regiões onde atuamos percebemos que o produtor não
consegue ficar tranquilo sem”, observa.
Laura nota que onde o Governo disponibiliza o subsídio há mais adesões ao
seguro. Quando a verba é pouca, muitas
regiões ficam desamparadas. “Chega
uma hora que eles procuram e não tem
mais verba. Hoje o Governo Federal destina 0,4% do Plano Agrícola e Pecuário
para subsidiar o seguro. É uma parcela
muito pequena. Se fosse 1% do Plano
para o seguro agrícola já seria de bom
tamanho”, sugere.
O cenário tem melhorado: em cinco
anos, os investimentos do Ministério da
Agricultura às subvenções passaram de
R$ 31,12 milhões para R$ 253,5 milhões
(2011). O valor é 27,8% superior aos R$
198,3 milhões pagos em prêmio do seguro rural em 2010. Porém, a situação ainda
não é a ideal. A demanda dos produtores
para 2012 é de R$ 670 milhões, mas na
Lei Orçamentária Anual (LOA) apenas
R$ 174 milhões foram aprovados.
❙
Laura Dias Neves, da AgroBrasil
Para Loyola, da FAEP, o governo
ainda não entendeu que “é melhor investir em seguro agrícola do que deixar o
produtor descoberto e em caso de perdas
por eventos climáticos administrar a
crise com renegociação de dívidas agrícolas”. Ele acredita que é mais barato aumentar a contratação de seguro agrícola
no país do que arcar com a equalização
de juros de prorrogações de dívidas.
Segundo Fonseca, do IRB, o tema
é discutido pelo Governo, em conjunto com o mercado, em uma câmara
temática, criada no ano passado pelo
Ministério da Agricultura. “Fala-se em
verbas diferenciadas por região, porque
há locais onde predominam as propriedades maiores e, em outros, menores.
Se comparar a região Centro-Oeste,
por exemplo, prevalecem as grandes
propriedades. Já no Sul a maior parte
é formada por propriedades menores”,
conceitua. Fonseca, que é membro da
Câmara, espera que até o meio do ano
as propostas comecem a ser discutidas
e, em seguida, implementadas.
O que todos concordam é que o
seguro rural ainda é novo no Brasil e,
apesar de estar caminhando no rumo
certo, há muito a ser feito. Especialmente
se comparar a países que já têm seguro
agrícola há mais de 100 anos. “Precisamos entender a importância das políticas
agrícolas, ainda mais quando elas vêm
trazer uma garantia ao produtor rural,
que tem uma indústria a céu aberto. Queremos que o seguro agrícola no Brasil
seja tão representativo quando é a nossa
agricultura”, finaliza Laura.
31
especial sul | seguradoras
Quem opera a partir
do Sul do País
O Rio Grande do Sul já foi um grande polo de
sedes de seguradoras. Na década de 70, cerca
de 18 companhias tinham sede no estado. Hoje
isso mudou um pouco, mas a região Sul do Brasil
ainda apresenta números bastante expressivos.
A região cresceu, até novembro de 2011, no
ritmo do mercado. Entretanto, os estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina aumentaram sua
produção em mais de 20%. Abaixo, mostramos
um pouco mais das companhias que possuem
suas sedes na região
Kelly Lubiato
MBM Seguro de Pessoas
O Grupo MBM Seguro de Pessoas
atua no Rio Grande do Sul a partir de
sua matriz, no centro histórico de Porto
Alegre, onde também funciona a filial
RS, que conta com duas lojas de atendimento, uma no município de Santa Maria
e outra em Passo Fundo. A seguradora
possui 12 filiais e 10 representações.
Especializada em seguros de pessoas, tem seus produtos distribuídos por
corretores de seguros. “Eles produzem
efeito de capilarizar a atuação nos diversos segmentos da sociedade e nas mais
distantes localidades”, analisa Nelton
Ledur, diretor de produção da MBM.
32
Nos últimos dois anos a empresa
investiu em sistemas informatizados.
Em 2011, o crescimento consolidado
foi de 17% no prêmio ganho. A sinistralidade da carteira, que no ano de
2010 foi de 34%, foi reduzida para 27%.
Assim, com um incremento no prêmio
ganho e uma redução na sinistralidade
pode-se dizer que o ano de 2011 foi
muito bom. “Para 2012, temos uma
previsão de crescimento consolidado
na ordem de 18% em relação ao ano
anterior, mantendo-se a sinistralidade
nos mesmos patamares”, antecipa
Ledur.
GBOEX
O GBOEX foi criado no colégio militar
de Porto alegre, através dos professores
militares, em 1913. A empresa completa
cem anos no dia 24 de maio de 2013.
A sua especialidade é previdência
privada e também os seguros de vida,
operados através de duas parceiras: uma
com a Confiança, da qual o GBOEX é
dono, e a outra é com a ACE.
Os produtos de previdência com
risco – pecúlios – são muito comuns na
região Sul do Brasil. O GBOEX tem duas
linhas de atuação, sendo uma com a
Confiança, para produtos locais, e outra
com a ACE Seguradora, disponível em
todo o território nacional.
De acordo com o diretor de produção da empresa, Nilton G. Bermudez, “o
único canal de distribuição é o corretor de
seguros. Ele é o nosso rei. Não vendemos
via banco nem meios eletrônicos”, avisa.
O GBOEX opera em todas as localidades brasileiras sem distinção.
“Mas é claro, a proximidade da sede
da empresa, que fica em Porto Alegre,
propicia aos corretores daqui uma oportunidade maior de relacionamento. Mas
nós tratamos todos bem, não só no Rio
Grande do Sul como em qualquer lugar
do Brasil”, antecipa-se Bermudez.
Agora, a proximidade leva a um
relacionamento mais estreito com os
corretores do Rio Grande do Sul.
❙
Nilton G. Bermudez
A seguradora tem cerca de 50%
de participação no mercado de previdência do Rio Grande do Sul, considerando-se as entidades abertas de
previdência privada sem fins lucrativos.
O crescimento esperado para 2012 é
de cerca de 7% nas vendas e 15% na
arrecadação. “A situação é diferenciada porque temos o crescimento nas
vendas, mas o reflexo na arrecadação
é maior, dependendo dos planos contratados”, explica Bermudez.
O diretor de produção explica que
por ser uma empresa especializada em
Previdência, o GBOEX mantém seus
clientes por muito tempo, numa relação
perene. “O gaúcho é tido como um povo
muito sério e radical demais. Às vezes, na
posse do governador, o vice já está na
oposição. Porém, ele tem como forma
de vida o compromisso. Depois que assume um compromisso, ele morre sobre
ele. Para o nosso segmento, isso é muito
❙
Sergio Luis Lhullier Renk
importante”, comemora.
“Em 2012 serão muitas oportunidades para os corretores ampliarem
sua carteira de clientes e desta forma
proporcionarem segurança e proteção
para muitas famílias”, afirma Sergio Luis
Lhullier Renk, diretor presidente do
GBOEX, acrescentando que “esse tem
sido o negócio da empresa, amparar
financeiramente as pessoas quando elas
mais precisam de apoio.”
Renk enfatiza também que “investir
no lançamento de diversas campanhas
promocionais, no desenvolvimento de
novos produtos e em serviços que visam
facilitar o trabalho do corretor e o relacionamento dos associados com a empresa,
são indicadores que demonstram o
quanto uma empresa quase centenária
pode ser jovem e competitiva. O GBOEX
orgulha-se de possuir uma marca forte
em previdência privada, que é referência
em seu segmento”.
33
especial sul | seguradoras
Centauro
Há 20 anos começou a história da Centauro, operando na área de saúde com 5% da
carteira em vida. Depois da Lei 9656 de 1999,
a companhia passou a operar somente com
seguro de pessoas. “Nós tivemos tempo para
reestruturar a operação, de nos ajustar para
nova fase de seguro de vida. Começamos
uma história nova focados na região Sul”,
ressalta Ricardo Iglesias, presidente da
seguradora.
Ele afirma que a região é tão peculiar que parece se tratar de três países
diferentes, e não apenas estados,
tudo por conta da colonização diferenciada. Por isso também que
o trabalho é realizado passo a
passo. “Já pedimos autorização
na Susep para atuar em outros
estados, mas queremos nos
estruturar primeiro para depois
Previsul
A Previsul é uma empresa centenária, fundada no Rio Grande do Sul.
“Achamos por bem mantê-la no Rio Grande do Sul, até pelo seu nome
e sua confiabilidade, apesar da empresa pertencer ao Grupo Consulfac,
com sede no Paraná”, conta Ernesto Pedroso, presidente da seguradora.
Apesar do sacrifício por parte da diretoria, que tem que viajar com
frequência, Pedroso afirma que foi acertada a decisão de manter a sede
no Rio Grande do Sul, pois a empresa é reconhecida pelo estado e valorizada pelos gaúchos, que tem suas raízes culturais muito arraigadas.
“São um exemplo para o Brasil”, confidencia Pedroso.
A Previsul acaba de inaugurar o seu novo prédio no centro de Porto
Alegre, com 12 andares completamente reformados e modernizados.
“O conforto para os colaboradores agora é excepcional porque, além
do trivial, temos algumas cantinas, nichos de repouso, salas de trabalho
amplas, modernas e unificadas. O funcionário fica mais produtivo e
trabalha mais alegre”, analisa Pedroso. O sistema de TI da empresa está
completamente atualizado, com capacidade de emissão de ponta, muito
mais ágil, moderno e rápido.
A seguradora atua em todo o Brasil, com sucursais em Fortaleza,
Salvador, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e nos estados
do sul, nas capitais e interior. “Tivemos a audácia de nos intitular “especialistas” em pessoas, e atuamos apenas na área de vida”.
Nos últimos cinco anos, cerca de dois mil corretores se cadastraram
na companhia. A empresa triplicou o seu faturamento de 2005 a 2012.
“Em 2011, fechamos o ano com R$ 134 milhões de faturamento, só com
produtos de vida. Em 2012, o crescimento será vertiginoso, pois o ano é
promissor em termos de aumento de empregos com carteira assinada,
o que representa um reflexo direto no seguro”, comemora Pedroso.
34
nos instalarmos. Não adianta ter um escritório
local e não conseguir implementar nosso modelo. Neste aspecto já atuamos em Goiânia e
Brasília”, informa Iglesias.
O DPVAT é uma história muito feliz da seguradora. Ele começou quase que por acaso,
quando a Centauro optou por realizar o atendimento demandados no Rio Grande do Sul.
“Temos hoje 980 corretores que atuam com o
DPVAT no País, em qualquer lugar. Isso é só é
viável porque o sistema é ótimo. Já atendemos
57 mil beneficiários em 2011. O DPVAT é uma
ferramenta de aproximação. Ela é conhecida
na maioria dos estados, o que nos abre as
portas”, ratifica.
Em 2012 já existe a definição de trabalhar
em produtos individuais e em acumulação de
capital. “O nosso estilo de trabalho é marcado
pelo relacionamento pessoal, pois não somos
companhia de marca”, finaliza Iglesias.
APLUB
A Aplub, grupo que comercializa
seguros patrimoniais, de pessoas e
capitalização, está presente em todo o
território brasileiro, em mais de 35 regiões, incluindo o Sul do País, onde fica a
sede da empresa.
Seus produtos são distribuídos via
corretores de seguros, com distribuidores
regionais em mais de 200 mil pontos de
venda.
“Estamos atuando com foco na
ampliação do mix de produtos, com
pacotes de serviços específicos para as
classes C, D e E, combinando diferentes
tipos de produtos, aliando agilidade no
atendimento”, explica Luiz Osório Silveira, diretor comercial e de marketing
do Grupo Aplub.
A companhia pretende investir
no desenvolvimento de sistemas, com
acompanhamento online das informações por vários integrantes do processo
de venda (segurados, corretores, distribuidores, parceiros, clientes etc). “Além
disso, criamos produtos inovadores,
conhecendo os anseios dos clientes,
sugerindo soluções de produtos para
atendimento desse canal (varejista, área
financeira etc)”, ressalta.
A receita de janeiro até dezembro
alcançou R$ 844 milhões, valor que superou em 89,9% o arrecadado em todo
o ano de 2010. Prevemos crescimento de
20% em 2012. O ramo de capitalização
está em pleno crescimento nos últimos
cinco anos de atuação. “Prevemos a
manutenção destes índices para os
próximos anos, inclusive pela extensa
ampliação dos microsseguros em nosso
País”, prevê Teixeira.
J. Malucelli inicia operação em riscos
patrimoniais e responsabilidade
Desde março, começou a operar a J.
Malucelli Seguros, empresa da holding
J.Malucelli em parceria com a Travellers Inc – umas das mais importantes
seguradoras de Property & Casualty
norte-americana. A nova seguradora
irá comercializar sete produtos (riscos
de engenharia, riscos nomeados, riscos
operacionais, compreensivo empresarial, riscos diversos – equipamentos, RC
Geral e RC administradores).
O foco da atuação da companhia
será no mercado de médias empresas,
deixando os grandes riscos para um
segundo momento.
Segundo Alexandre Malucelli, presidente do conselho do Paraná Banco, a
nova seguradora surgiu para suprir uma
demanda dos corretores da companhia
e complementar a atuação da J.Malucelli
Garantia. “Vamos iniciar a divulgação
deste trabalho através de nossos dois
mil corretores cadastrados e dos nossos
32 mil clientes”, informou Malucelli, acrescentando que deseja “nadar primeiro no
aquário para depois ir para o mar aberto”.
Além da seguradora, também está
sendo criada a J. Malucelli Controle de
Riscos, uma empresa voltada para o gerenciamento de risco que, em princípio
atenderá somente as companhias do
Grupo.
Alexandre Malucelli destacou que
a companhia continuará atuando com
alguns facilitadores, como a emissão de
apólice online e ferramentas de cotação
mais simplificadas.
A J.Malucelli Garantia é líder de
mercado com participação de 37%
dos prêmios arrecadados pelo setor.
Sobre o potencial da nova companhia,
o presidente do conselho não apresenta
números, mas acredita que há uma
enorme demanda principalmente para
as empresas que conseguirem apresentar
produtos inovadores e competitivos.
35
eventos
especial sul
encontro
Sindseg-RS promove almoço
das seguradoras
O Sindseg-RS retomou, no dia 15 de
março, os tradicionais
Almoços das Seguradoras. O evento aconteceu no Hotel Plaza
São Rafael e teve como
palestrante o executivo
Roberto Pansera, diretor da Pansera Corretora
de Seguros, que apresentou o projeto social ‘Associação Lar
Professora Nancy’. A Associação, que leva o nome da mãe de
Pansera, destina-se à geração de renda e educação infantil para
as famílias em vulnerabilidade social da comunidade da Vila
Nancy Pansera. Outro evento que já está programado para este
mês será o Encontro entre Amigos, que será realizado no dia
26 de março, no auditório do Sindseg-RS.
seguro condomínio
Londrina, Curitiba
e Maringá recebem
palestras sobre o tema
O Sincor-PR, SindsegPR/MS e a Escola Nacional
de Seguros promovem palestras com o tema ‘Seguro
Condomínio’ em Londrina,
Curitiba e Maringá.
Ministradas pelo professor Maurício Tadeu, da
Escola Nacional de Seguros
e de outras instituições, o
objetivo é abordar os principais conceitos e definições
sobre as características do
seguro, avaliar a evolução da legislação e demonstrar as
responsabilidades na contratação
Em Londrina a palestra aconteceu no dia 15 de março
e em Curitiba no dia 16. Em Maringá será realizada no dia
29, no Hotel Bistrol Metrópole (Avenida XV de Novembro,
470), às 19 horas. As inscrições podem ser feitas até o dia
28 pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone
(44) 3262-1522, com Natália. A inscrição é uma lata de
leite em pó.
36
Sincor-RS
Humorista André
Damasceno participa de
café da manhã
A primeira promoção do Sincor-RS em 2012 será o
café da manhã no dia 20 de março, no Salão Nobre da
Federasul, com o humorista gaúcho André Damasceno.
“Queremos começar este ano com alto astral, com
uma palestra descontraída e inesquecível. Nada melhor
do que o André Damasceno”, afirma a diretora social
do Sindicato, Genesi Cassol.
O humorista se tornou nacionalmente conhecido
ao ingressar na “Escolinha do Professor Raimundo”.
Ele também integrou o elenco da “Escolinha do Barulho”, na Rede Record e do programa Zorra Total, da
Rede Globo.
palestras
Tokio Marine realiza palestras
com corretores do Sul
A Tokio Marine realizou em Curitiba a primeira de
duas palestras que fará para os corretores de seguros do
Sul. A segunda será realizada em Ponta Grossa, no dia
20 de março. A realização dos eventos foi um
dos compromissos assumidos pela Tokio no
Projeto de Interlocução, do Sincor-PR, com
a finalidade de levar aos corretores
informações sobre os produtos e
ferramentas da seguradora.
O objetivo é apresentar técnicas de vendas no
seguro de vida e o tutorial das novas ferramentas web que a companhia
opera.
seguro | risco político
Proteção para
negócios no exterior
Conflitos resultantes da Primavera Árabe e a
crise da zona do euro representam riscos para
empresas que têm relações comerciais com
países da região. As companhias brasileiras já
começam a se preocupar com esse tipo de risco
Jamille Niero
A
recessão global, a crise de
crédito, o aumento do terrorismo e a instabilidade
política formam um cenário
de riscos complexo para as empresas
que investem, fabricam e comercializam
com o exterior. Os responsáveis por
esse cenário são a tensão resultante da
Primavera Árabe que tem estimulado e
intensificado protestos em dezenas de
países, o resultado incerto das eleições
em países como EUA, França, Rússia e
China e a crise da dívida da zona do euro,
que é um risco significativo e se estende
aos países economicamente dependentes
ou não da região.
“Essas revoltas e protestos continuam sendo uma preocupação fundamental em 2012 e vemos isso refletido
em rebaixamentos de classificação de
vários países”, disse Roger Schwartz,
vice-presidente sênior de risco político
para a prática da Aon Risk Solutions. A
companhia avaliou os riscos políticos
em 167 países e territórios e divulgou o
resultado este ano no estudo “Mapa de
38
Riscos Políticos 2012”. O levantamento
indicou os países que estão mais sujeitos
a seis principais riscos (confira no box
na página ao lado).
Por sua vez, apesar do crescente
movimento de turbulências geopolíticas
em diversas economias no mundo, vários
outros países apresentam maiores oportunidades de expansão para as empresas
multinacionais devido às melhorias em
seus ambientes regulatórios e legais.
Eles foram apontados pelo estudo
“Mapa de Risco Político 2012”, elaborado pela corretora Marsh em parceria
com a Maplecroft, empresa de análise
e mapeamento de riscos. Países como
Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Indonésia, México, Peru, Rússia, Tailândia,
Turquia e Uruguai estão entre as economias com ambientes mais favoráveis ao
investimento empresarial. As economias
em crescimento são destinos cada vez
mais atraentes para os investimentos
devido à redução dos riscos políticos.
Ainda de acordo com o mapa da Marsh,
países como República Democrática do
Congo, Mongólia e Mianmar mostram
evidências de melhorias nos ambientes
de negócios legais e regulatórios e que
podem oferecer oportunidades de investimento interessantes para as empresas
que atuam no setor de energia. Segundo
o estudo, Mianmar, mesmo estando classificado como o 2º maior em riscos no
mapa de 2012, com as recentes reformas
políticas, poderá ser colocado no centro
do panorama estratégico de 2012.
Brasil
As empresas brasileiras também
estão expostas a esses riscos. Segundo
um estudo realizado pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, mais de 22 mil empresas nacionais exportaram produtos em 2009,
sendo que metade eram MPEs atuantes,
principalmente, na América Latina.
A região é, inclusive, uma das
principais preocupações das empresas
brasileiras que fazem transações internacionais, já que a maior parte delas
têm negócios com os países vizinhos.
líder da Prática de Seguro de Crédito e
Risco Político da Marsh para a América
Latina, Donnie DiCarlo.
Segundo ele, no caso dos conflitos
nos países árabes, os principais medos
estão relacionados ao não pagamento
dos serviços prestados ou mercadorias
enviadas e danos físicos ao transportador. “Empresas que enviam navios a
países como Líbia ou Tunísia adquirem
as coberturas para ter certeza que estarão
seguros em casos de expropriação ou
em caso de danos físicos, por exemplo”,
comenta. Há ainda os sinistros relacionados à interrupção de negócios - exDonnie Dicarlo, da Marsh
Vinicius Jorge, da Zurich
portadores da América do Norte, Ásia e
“Atualmente as empresas brasileiras se América já foram afetados. No caso dos negociam com outros países. “A demanpreocupam mais com nossos vizinhos pedidos de indenização relacionados à da por esse seguro pode até crescer e não
do que com os países árabes, africanos zona do euro, os principais são devido à vai faltar capacidade e oferta de seguro.
ou europeus. Países como Venezuela, falência de pequenas companhias.
É um momento muito produtivo e indiDiCarlo acredita que essas tensões camos para as companhias comprarem o
Equador, República Dominicana, que
têm histórico de problemas envolvendo ainda continuarão por um tempo, o que seguro agora porque está com um preço
riscos políticos, ainda continuam sendo representa riscos para as empresas que muito bom”, conclui.
mais preocupantes”, aponta o superintendente de linhas financeiras da Zurich
O que preocupa as empresas
Seguros, Vinicius Jorge. A seguradora
oferece o seguro de risco político no
» Transferência de moeda (risco de ser incapaz de fazer pagamentos em diBrasil há cerca de um ano e meio. Sevisas, como resultado da imposição de controles cambiais locais). 71 países
gundo ele, a procura por informações
têm este ícone, incluindo Argentina, Bolívia, Quênia, Suazilândia, Paquistão
sobre a proteção foi grande, considerane Turcomenistão.
do o nível de empresas brasileiras que
» Jurídico e Regulatório (risco de prejuízo financeiro ou de reputação, como
têm exposição internacional – “entre
resultado de dificuldades no cumprimento das leis etc. do país anfitrião. É
100 e 130 empresas”, calcula. A Zurich
o risco mais comum no mapa: 104 países têm este ícone, entre eles Peru,
tem cinco propostas em andamento para
Angola, Líbia, Cazaquistão, Tailândia e Iêmen.
empresas brasileiras que possuam ope» Interferência política (risco de intervenção do governo anfitrião na econorações tanto na Europa quanto África
mia ou outras áreas políticas que afetam negativamente os interesses de
e Arábia Saudita e querem adquirir a
investidores estrangeiros, como nacionalização e expropriação). 92 países e
cobertura. “A cobertura mínima conterritórios têm esse risco, incluindo cinco novos para 2012: Equador, Venezuela,
tratada é algo em torno de US$ 25
Egito, Líbia e Peru.
milhões. Estipulamos esse valor porque
» Violência Política (risco de greves, tumultos, comoções civis, sabotagem,
dificilmente a operação do segurado
terrorismo, vandalismo, guerra com outros países, guerra civil, rebelião,
será menor e assim ele poderá ter um
revolução, insurreição ou golpe de Estado). Há 81 países com este ícone de
custo x benefício viável”, explica Jorge.
risco, incluindo Colômbia, Moçambique, Peru, Bolívia, Paraguai, África do
É um seguro já bastante conhecido
Sul, Líbia e Guiné.
no mercado internacional. Com o desen» Não-pagamento soberano (risco de um governo estrangeiro ou entidade
volvimento econômico e o patamar que o
do governo não honrar suas obrigações em relação a empréstimos e outros
Brasil atingiu, é natural que as empresas
compromissos financeiros). Foram detectados 85 países com este risco em
brasileiras se preocupem com o que pode
2012, incluindo Argentina, Venezuela, Croácia, República Dominicana, Egito,
acontecer com suas operações ao redor
Nigéria e Vietnã.
do mundo, como já fazem as companhias
» Interrupção da cadeia de suprimentos (risco de interrupção do fluxo de bens
estrangeiras.
e/ou serviços entrando ou saindo do país como resultado da instabilidade
“Tivemos muitos clientes que estapolítica, social, econômica ou ambiental). É o menos comum globalmente
vam em processo de expansão global e
(com 61 países), porém muito comum na América Latina – está em países
tiveram de recuar algumas operações
como Argentina, Bolivia, Equador, Venezuela e Peru.
Fonte: AON
após a Primavera Árabe”, comenta o
❙
❙
39
saúde | expansão
É hora de
ampliar os
horizontes
Seja no interior do Sudeste ou nas regiões
Norte e Nordeste, as empresas de saúde
suplementar registram aumento no número
de beneficiários e miram a classe C
Jamille Niero
40
A
pesar de 71,5% dos beneficiários de planos de saúde
se concentrarem nas regiões
de maior atividade econômica do País, como capitais e regiões
metropolitanas – segundo dados da
ANS –, outros locais têm registrado
crescimento, acompanhando a expansão econômica que acontece em todo o
País. Um exemplo é o Rio de Janeiro.
Segundo a pesquisa mensal do emprego do IBGE, o interior do estado
fluminense ganhou proporcionalmente
mais beneficiários de planos de saúde
do que a região metropolitana (9,3%
contra 4,5%). “Esta interiorização do
mercado de saúde suplementar é fruto
do desenvolvimento econômico no
interior do estado. São destaques de
crescimento no número de beneficiários
as cidades do sul fluminense, como
Barra Mansa (13,5%) e Volta Redonda
(8,9%), pólos da indústria siderúrgica,
e Macaé (13,1%), na região petrolífera”,
afirma Luiz Augusto Carneiro, superintendente do IESS (Instituto de Estudos
de Saúde Suplementar).
Horácio Cata Preta, diretor da Golden Insurance e da Comissão Técnica de
Saúde do Sincor-RJ, acredita que é uma
tendência os planos de saúde expandirem cada vez mais para cidades não tão
próximas das capitais e regiões metropolitanas. “Nós, no momento, estamos
operando basicamente nas capitais, mas
há demanda para o interior do estado e
em breve pretendemos expandir nossas
atividades”, revela. Porém, segundo ele,
o que dificulta a expansão para locais
❙❙
Luiz Augusto Carneiro, do IESS
❙❙
Ariovaldo Bracco, da Acoplan
mais afastados é a rede credenciada e
as cidades onde existe uma determinada
operadora que “fecha” o acesso a outras.
Algumas seguradoras reconhecem que
ainda existem regiões onde é “mais
difícil entrar”, mas consideram que é
uma concorrência saudável. “As redes
de prestadores e distribuidores estão
disponíveis para todo mundo. Havendo
demanda, vamos até o local e oferecemos nossos produtos. Convivemos com
isso e achamos a competição saudável”,
expõe o diretor técnico e de produtos da
SulAmérica, Maurício Lopes. Para Ariovaldo Bracco, presidente da Acoplan
(Associação dos Corretores de Planos de
Saúde e Odontológicos do Estado de São
Paulo), é algo que já mudou muito. “Até
porque não se pode inibir o atendimento
ao consumidor”, explica.
❙❙❙❙
Carlos Gabriel Cupo, da Unimed
Paulistana
consultas e exames laboratoriais, tendo
como contrapartida uma redução nos
custos das mensalidades”, relata o superintendente comercial da operadora,
Carlos Gabriel Cupo. O objetivo para
2012 é superar 25% da base ativa.
A Santamália Saúde também aposta nas classes C e D. Para a operadora,
ainda há muito mercado na Grande São
Paulo, principalmente na Zona Leste e
ABC. Em 2012, a projeção é expandir
a carteira em torno de 30%, mas sem
desviar o foco das regiões citadas.
“Quando a empresa confunde potencial de crescimento com capacidade
de crescimento, em algum momento
haverá uma ruptura. Ou não se paga
a rede e o cliente é punido, ou não se
paga o corretor e as vendas cessam. De
uma forma ou de outra, todos perdem”,
Classe C
analisa o diretor comercial e marketing,
O atendimento regionalizado pode Edson Santiago.
ser uma boa opção, especialmente para
atingir a classe C. É uma população em
ascensão e ainda há um grande número
de pessoas que não tem plano de saúde.
“É um segmento a ser conquistado aqui
em São Paulo”, aponta o presidente da
Acoplan.
Para a Unimed Paulistana, que atua
exclusivamente na capital paulista e em
mais 29 municípios conurbados, a classe
C se destaca na sua carteira. “Temos
percebido forte demanda nos canais
PME (Pequenas e Médias Empresas)
e Adesão e ótima aceitação dos nossos
planos de coparticipação, nos quais o
usuário participa em parte do custo das
Edson Santiago, da Santamália Saúde
❙❙
41
saúde | expansão
mais rápido às localidades”, raciocina o
presidente da Bradesco Saúde, Márcio
Seroa de Araújo Coriolano. Para ele, é
uma via de mão dupla: se não houver
planos de saúde na localidade para
oferecer assistência, o médico não vai
para lá. “Porém, se não houver médicos
para atender, como os planos de saúde
chegarão?”, questiona.
Norte e Nordeste
❙
Luís Rogério Franco, da Itálica
Luís Rogério Franco, diretor comercial da Itálica Saúde, concorda. Para
ele, expandir para outras regiões, mais
afastadas, depende muito do tamanho
da operadora. “Operadoras que têm até
200 mil ou 250 mil beneficiários tendem a focar a sua força de atendimento
na capital e alças de acesso. Operadoras
com mais de 250 mil beneficiários, que
já têm faturamento mais alto (geralmente mais de R$ 10 milhões por mês),
tendem a partir para outras regiões e
outros estados. As menores focam em
uma determinada região”, conceitua. No
caso da Itálica, e operadoras do mesmo
tamanho, ele acredita que sair da região
é “desfocar”. A proposta da operadora
é manter seu foco de atuação em São
Paulo capital, ABC e litoral e aumentar
as vendas em 20%, passando de 60 mil
vidas em vendas.
No caso de São Paulo, regiões como
Campinas, Ribeirão Preto, Sorocaba e
arredores são citadas pelos entrevistados
❙❙
como locais de boa estrutura e potencial
para expansão, devido à industrialização.
Porém, locais mais afastados e cidades
menores são diferentes. “Áreas menores
têm populações menores e, talvez, não
tenham uma rede de médicos e hospitais
com a estrutura necessária. Isso certamente pode ser uma dificuldade para a
expansão”, sinaliza o diretor executivo
da FenaSaúde, José Cechin.
Ou seja, não basta apenas as empresas oferecerem seus produtos nos locais
mais afastados. É preciso também haver
estrutura de atendimento adequada,
além da demanda por parte da população. “A distribuição médica do Brasil
é desigual e a oferta é insuficiente em
algumas regiões. É claro que as pessoas
buscam as oportunidades e se localizam
em regiões novas, mas isso não acontece no mesmo ritmo. É um fator que
impede que os planos de saúde cheguem
❙
42
Márcio Coriolano, da Bradesco
Saúde
Maurício Lopes, da SulAmérica
As carteiras das regiões Norte e
Nordeste se destacaram em algumas
companhias em 2011, acompanhando
a expansão das atividades econômicas
dessas localidades, com a realização
de novos projetos de infraestrutura e a
ampliação do turismo.
É o que aponta o balanço da Bradesco Saúde, que registrou expansão
de 75% em número de beneficiários na
região Norte, além de 28% na Nordeste e
27% na Centro-Oeste. Porém, apesar dos
bons números registrados, essas regiões
ainda não têm, hoje, o maior número de
beneficiários da carteira. “Quem tem a
maior carteira ainda é região Sul e Sudeste. Mas a taxa de crescimento é mais
forte no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Em termos de mercado, vejo um padrão
parecido”, observa Coriolano.
Coriolano afirma que em 2011 a
carteira de pequenas e médias empresas
– grupos de 4 a 99 vidas – apresentou
aumento de 30,8% do número de segurados em relação ao mesmo período do
ano anterior e é a que mais tem crescido.
No caso da SulAmérica, também
houve expansão no Norte e no Nordeste.
O principal motivo foi a aquisição de
uma operadora odontológica da região,
que possibilitou utilizar uma estratégia
de cross-sell em cidades como Manaus,
Recife e Salvador. Como exemplo,
Maurício Lopes cita o fato de muitos
clientes paulistas também desenvolverem projetos em Manaus e acabarem
comprando produtos da SulAmérica
para os funcionários de lá.
“Outro ponto importante foi o lançamento do novo portfólio, no começo
de 2011, tanto para PME quanto empresarial, que conseguimos chegar a regiões
aonde antes não chegávamos de maneira
tão efetiva”, destaca Lopes.
mercado | resultados
Seguradoras
divulgam
balanços de 2011
As companhias do mercado apresentaram seus resultados referentes
ao exercício anterior, durante o primeiro trimestre deste ano. A maioria
registrou saldo positivo, refletindo o bom momento econômico pelo
qual o Brasil passa. Abaixo, confira os resultados já publicados até o
fechamento desta edição
Automóvel é maior impacto
no faturamento
Unificação dos seguros
de automóveis
A Allianz atingiu o faturamento de R$ 3,1 bilhões, ante os
R$ 2,6 bilhões registrados em 2010, alta de 20%. Do montante,
R$ 2,6 bilhões são provenientes da Allianz Seguros (excluindo
VGBL). Já o faturamento da Allianz Saúde teve incremento
de 18,3%, chegando aos R$ 518,2 milhões. O lucro líquido da
Allianz Seguros ficou em R$ 141,9 milhões em 2011, com 13,4%
de crescimento em relação ao ano anterior. Automóvel foi a
carteira que mais impactou o faturamento, com arrecadação
de R$ 1,2 bilhão em prêmios e elevação de 18% sobre 2010.
O Grupo BB Mapfre registrou lucro líquido de R$ 813,9
milhões em 2011. Os prêmios emitidos líquidos totalizaram
R$ 9,6 bilhões. O índice de sinistralidade ficou em 52%. O
comissionamento encerrou o exercício com 26,1%. O índice
combinado consolidado atingiu 91,6% e o ampliado chegou
a 84,9%. As provisões técnicas do Grupo totalizaram a cifra de
R$ 8,7 bilhões e o patrimônio líquido R$ 4,9 bilhões.
Entre janeiro e novembro de 2011, o Grupo teve participação total de 15,7% do mercado (excluindo previdência e
capitalização). Em 2011, o Grupo ampliou o relacionamento
e a rede de corretores (incremento de 8%). Em novembro, foi
concluída a integração operacional e a unificação dos seguros
de automóveis.
Subiu no ranking da FenaCap
A Aplub Capitalização alcançou R$ 844 milhões em prêmios em 2011, valor que superou em 89,9% o arrecadado em
2010. Em dezembro, distribuiu R$ 14,67 milhões de prêmios
de sorteio, chegando ao total de R$ 153,94 milhões e 17.346
títulos contemplados em 2011. O crescimento foi de 49,61% no
valor dos prêmios distribuídos e de 39,03% em títulos
contemplados. Os resgates pagos até dezembro
superaram R$ 220 milhões. Segundo a
FenaCap, a empresa subiu no ranking
e atualmente é a segunda maior do
segmento no Brasil e a maior da
região Sul.
44
Incremento em riscos diversos
A Berkley cresceu 20% e fechou 2011 com mais de R$ 88
milhões de prêmios emitidos. Para 2012, a expectativa é crescer
mais 40%. O desempenho da área de riscos financeiros reduziu
13% e encerrou o ano com R$ 37,2 milhões de prêmios.
Por sua vez, a carteira de ramos diversos cresceu 39% e
chegou a R$ 35 milhões. Já o seguro de transportes teve uma
expansão de 184% no volume de prêmio, saindo de R$ 5,7
milhões em 2010 - ano em que foi lançado na Berkley - para
R$ 16,2 milhões no último ano.
Popularizando o seguro para
classes C e D
O Grupo Bradesco Seguros faturou R$ 37,7 bilhões nos
segmentos de seguros, capitalização e previdência complementar aberta. O valor é 21,3% superior ao registrado em 2010.
Os segmentos que mais avançaram foram VGBL (24,5%), vida
(23,7%) e capitalização (22,7%).
O lucro líquido do Grupo foi de R$ 3,2 bilhões, evolução
de 10,2%. Os ativos financeiros chegaram a R$ 100 bilhões,
crescimento de 17%. O número de clientes expandiu 11,2%.
O total pago em indenizações e benefícios atingiu R$ 23,2
bilhões, evolução de 12%. Em 2011, o Grupo contribuiu para
popularizar o seguro para as classes C e D e conquistou destaque no relatório anual da Microinsurance Innovation Faccility/
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
VGBL é destaque no crescimento
O lucro líquido da Brasilprev chegou a R$ 385,7 milhões
em 2011, crescimento de 28,5% sobre 2010. Já a carteira de
ativos sob gestão encerrou 2011 com R$ 49,2 bilhões, 32,2% a
mais que o ano anterior.
“Em 2011, a arrecadação total foi de R$ 11,7 bilhões, montante 20,8% acima do registrado em 2010”, comenta Sérgio
Rosa, presidente da Brasilprev.
Do total arrecadado, 80% correspondem a aportes realizados em planos da modalidade VGBL, 16% em PGBL e 4%
nos planos tradicionais.
Melhor desempenho da história
A Caixa Seguros encerrou 2011 com faturamento de
R$ 7,4 bilhões e resultado líquido de R$ 1 bilhão - o melhor
desempenho da história do Grupo. Em comparação a 2010, o
faturamento e o lucro cresceram mais de 12%. A sinistralidade
ficou em 34%. O melhor desempenho se deu nos produtos
de vida e nas categorias de riscos diversos, que incluem seguros automóvel, residencial e empresarial. A empresa encerrou
2011 com prêmios diretos da ordem de R$ 1,79 bilhão, alta
de 20,4%. A Caixa Vida e Previdência teve lucro líquido de R$
167,2 milhões e alta de 19,9% se comparado ao ano anterior.
Em capitalização, a companhia atingiu os R$
125,7 milhões de lucro líquido.
R$ 1 bilhão em ativos
A Chubb Seguros anunciou lucro líquido de R$ 32,2
milhões, ultrapassando a marca de R$ 1 bilhão em ativos
totais. O patrimônio líquido ficou em R$ 362,9 milhões, representando aumento de 8% em relação a 2010. “Este resultado
é consequência de um crescimento de 11,7% nos prêmios
emitidos somado a uma forte disciplina de subscrição e foco
na administração de otimização dos processos”, avalia Acacio
Queiroz, presidente & CEO da companhia.
O atual índice combinado da Chubb do Brasil é de 85% e
o índice combinado ampliado é de 79%.
Crescimento de 30%
O lucro líquido da Icatu Seguros foi de R$ 103 milhões
em 2011, expansão de 30%. O patrimônio líquido aumentou
19% em relação a 2010, chegando a R$ 654 milhões. Já o faturamento foi de R$ 2,07 bilhões, crescimento de 18%. O total
de ativos livres da companhia atingiu R$ 370 milhões. A soma
dos ativos sob administração chegou ao patamar de R$ 8,8
bilhões em 2011.
Vida faturou R$ 793 milhões, aumento de 69%. Em previdência aberta, o faturamento atingiu R$ 545 milhões. No
segmento de capitalização, as provisões técnicas atingiram
R$ 1,6 bilhão, evolução de 4% em relação ao final de 2010. O
montante distribuído em sorteios alcançou R$ 55 milhões. O
resultado financeiro desse segmento atingiu R$ 100 milhões
em 2011, evolução de 31% comparado a 2010.
Nova empresa lançada
Juntas, a seguradora e a resseguradora J.Malucelli apresentaram lucro líquido ajustado de R$ 83,2 milhões em 2011,
evolução de 50,7%.
O volume de prêmios emitidos pela seguradora no quarto
trimestre foi de R$ 94,6 milhões, avanço de 44,6% quando
comparado ao trimestre anterior. No mesmo período, o volume de prêmios retidos foi de R$ 36,5 milhões. Já o volume de
prêmios de resseguros diretos emitidos no quarto trimestre
foi de R$ 60,2 milhões.
Com o lançamento da J.Malucelli Seguros em fevereiro
deste ano, o Paraná Banco, em conjunto com a Travelers,
passam agora a atuar no mercado de Property & Casualty por
meio de sete produtos.
45
mercado | resultados
Crescimento de 83% no lucro
Recuo no lucro
A Marítima Seguros alcançou R$ 1,1 bilhão em prêmios
emitidos líquidos, 17,78% superior ao de 2010. Já o lucro líquido foi de R$ 27,5 milhões, o que representa 83,35% a mais em
relação ao ano anterior. No ramo de pessoas, o aumento nos
prêmios emitidos líquidos foi de 19,8%. Já no segmento de
automóveis, o índice foi de 18,7% e, nos ramos elementares,
16,3%. Em ativos totais, a companhia registrou crescimento
de 17,5%, alcançando R$ 1,48 bilhão. O crescimento consolidado em 2011 repete o feito de 2010, quando a companhia
cresceu de 22,7%.
A Porto Seguro encerrou 2011 com um lucro líquido de
R$ 580,1 milhões, recuo de 6,9% em relação a 2010 (R$ 623,1
milhões). O total de prêmios auferidos no período totalizaram
R$ 2,261 bilhões - aumento de 4,4% frente ao quarto trimestre
de 2010. Em 2011, o aumento foi de 8,7% em relação ao ano
anterior, atingindo o total de R$ 8,562 bilhões em prêmios
auferidos. A empresa cresceu 3,8%, de outubro a dezembro,
no índice de sinistralidade. A rentabilidade sobre o patrimônio ficou em 16,8% no quarto trimestre, com queda de 0,2%
sobre um ano antes.
Queda na sinistralidade
Sinistralidade bate os 74%
A MetLife encerrou 2011 com lucro de R$ 37 milhões,
aumento de 9% em relação ao ano anterior. Com crescimento
de 9,4% nos prêmios emitidos, a companhia atingiu R$ 694
milhões.
O patrimônio líquido acumulado é de R$ 406,9 milhões,
7% maior que o ano anterior. O índice de sinistralidade reduziu
de 46,4% em 2010 para 42,7%. “Um dos nossos diferenciais é
termos profissionais altamente capacitados em analisar riscos
e realizar a precificação”, analisa Mario Traverso, presidente da
MetLife Brasil. Os fundos de VGBL e PGBL acumularam, no
conjunto, o montante de R$ 1,54 bilhão, crescimento de 21%
em relação a 2010.
A SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 448,1 milhões
e cresceu 5%. A receita em prêmios de seguros evoluiu 14,7%,
chegando a R$ 9,4 bilhões. O segmento de seguro saúde e
odontológico registrou prêmios de R$ 6,3 bilhões, expansão
de 18,8% frente ao ano anterior. A carteira de automóveis subiu
7,3%, totalizando R$ 2,2 bilhões em prêmios e frota segurada
de 1,5 milhão de veículos.
A receita do segmento de ramos elementares evoluiu 7,2%;
com destaque para transportes, massificados e responsabilidade civil; e fechou o ano com alta de 7,8% nos prêmios de
seguros de pessoas. A sinistralidade da companhia foi de 74,5%
e o índice combinado chegou a 99,6%. O resultado financeiro
foi de R$ 658,1 milhões, 29% superior ao do ano anterior.
Expansão nos individuais
A Mongeral Aegon expandiu 33% em planos de previdência e seguro de vida individuais. As reservas técnicas
cresceram 35%, com total de R$ 294 milhões. Já as receitas
totais aumentaram 20%, totalizando R$ 487 milhões.
Em 2011, a companhia lançou PGBL e VGBL próprios, a linha
Private Solutions, para capitais segurados de R$ 2 milhões a
R$ 10 milhões, e o seguro popular Minha Família. Nos últimos
meses de 2011, destinou R$ 440 mil para pesquisas com o
consumidor. O lucro e patrimônio líquido foram de R$ 10,8
milhões e R$ 128,1 milhões, respectivamente. A expectativa
para 2012 é crescer 30%.
Apólices individuais crescem
A Prudential do Brasil registrou aumento dos prêmios de
seguros em 30% se comparado a 2010, atingindo a casa dos
R$ 273 milhões. Em dezembro de 2011, a companhia superou
a marca de 125 mil apólices em vigor no segmento vida individual. O capital segurado das apólices ativas de vida individual
da companhia chegou aos R$ 38 bilhões, um aumento de 27%
em relação ao ano anterior.
46
Catástrofes não afetam lucro
Apesar das catástrofes naturais ocorridas em 2011, a Swiss
Re lucrou US$ 2,6 bilhões. O lucro por ação foi de US$ 7,68. O
patrimônio líquido aumentou em US$ 4,3 bilhões em relação
ao ano anterior, atingindo US$ 29,6 bilhões.
Property & Casualty foi significativamente impactado
pelos eventos de catástrofes naturais que ocorreram na Ásia,
Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos durante o ano. O resultado operacional P&C caiu 48,1%, atingindo US$ 1,3 bilhões.
O lucro operacional no vida e saúde foi de US$ 464
milhões. Asset Management emitiu um
resultado operacional de US$ 5,0 bilhões.
Para este ano, a empresa
apostará no potencial
dos mercados emergentes e de rápido
crescimento
na Ásia e na
América do
Sul.
qualidade de vida | relacionamento
Motivação
no trabalho
Um bom relacionamento entre líder e
liderado é um fator efetivo para que o clima
no ambiente de trabalho seja harmonioso
egundo uma pesquisa realizada
pela consultoria Gallup Organization, o chefe é o grande responsável pela permanência, ou
não, dos seus funcionários na empresa.
Uma média de 66% das pessoas se demitem do líder e não da organização em
que trabalham. Mas essa realidade pode
ser outra caso ambas as partes se esforcem para criar um ambiente saudável no
trabalho. Primeiramente, a relação não
precisa ser distante, o primordial é que
haja respeito, honestidade e que ela seja
comprometida com os resultados. De
acordo com Soeli de Oliveira, consultora
e palestrante nas áreas de marketing,
varejo, atendimento e motivação do
Instituto Tecnológico de Negócios, em
função das mudanças sociológicas ocorridas nos últimos 30 anos, não há mais
espaço para o comportamento “manda
quem pode e obedece quem precisa”. “A
função do líder é mais de apoio à equipe
do que de controle”, pontua Soeli. Ela
❙
Soeli de Oliveira, consultora
Foto: Luiz Alonso
S
Gabriela Ferigato
❙
Luiz Edmundo Rosa, da ABRH
também observa que a palavra ‘chefe’
vem sendo gradativamente substituída
pelo termo ‘líder’. Muitas empresas, que
investem em suas gestões, usam o slogan
‘Não basta ser líder, é preciso ser coach’.
“Líderes coach são formadores de outros
líderes, acreditam no potencial humano,
maximizam desempenhos e ensinam os
subordinados a aprenderem”, completa a
consultora.
Porém as atitudes para criar um
ambiente agradável nas empresas não
devem partir somente dos líderes. Para
Luiz Edmundo Rosa, diretor de educação da ABRH (Associação Brasileira de
Recursos Humanos) Nacional, o principal erro que pode partir do funcionário
é não definir com o seu líder os principais compromissos que ele tem com a
empresa, para, assim, não desviar dos
seus objetivos. Muitas vezes o liderado
pode discordar do que lhe é proposto.
Nesses casos, os especialistas aconselham fundamentar a discordância com
embasamento, pois essas divergências
geram conhecimentos a todos os envol-
vidos. “É importante que o funcionário
faça perguntas ao seu líder, como, por
exemplo, se ele aceita que o trabalho seja
feito de uma forma diferente. Perguntar
é a melhor maneira de fazê-lo pensar
que há outros caminhos do trabalho a
serem seguidos além do proposto por
ele”, fundamenta Rosa.
Para o psicólogo Fernando Elias
José, a produtividade do funcionário
está estritamente ligada com a sua qualidade de vida no emprego. O líder pode
auxiliar no desempenho do funcionário
quando reconhece os trabalhos bem
feitos, oferece uma atenção diferenciada
ao perceber alguma dificuldade e até
mesmo quando proporciona um ganho
financeiro, caso a empresa permita tal
ação. “A motivação no trabalho está totalmente relacionada ao reconhecimento
pelos esforços dos colaboradores e na
elaboração de metas com recompensas
bem estabelecidas e à altura do trabalho
exercido”, completa.
Outro ponto fundamental para o
bom relacionamento é o famoso “feedback”. Segundo o diretor de educação da
ABRH, há dois tipos de feedback: o do
dia a dia, que deve ser feito na hora da
oportunidade (sendo elogio ou crítica) e
um mais completo, feito periodicamente.
“Essa avaliação, que deve ser preparada
com tranquilidade, não pode ser feita
somente para avaliar o funcionário, o
líder também precisa ser avaliado. Saber
como o funcionário está se sentindo no
trabalho, se ele está tendo alguma dificuldade, quais são seus planos de futuro
e como ele vê a sua carreira na empresa
são pontos muito importantes para serem
abordados”, finaliza Rosa.
47
gestão | coaching
Líderes treinados
para gerir e lucrar
Técnicas começam a ser disseminadas também no
mercado de seguros com o objetivo de mostrar o
caminho das pedras da liderança
O
s objetivos podem ser muitos: aumentar o lucro da
empresa, inspirar colaboradores, desenvolver pessoas.
Mas, nem só de processos operacionais
e de tecnologia é o caminho para atingir
estas metas.
De acordo com a enciclopédia aberta Wikipedia, “coaching é um processo,
com início, meio e fim, definido em comum acordo entre o coach (profissional)
e o coachee (cliente) de acordo com a
meta desejada pelo cliente, onde o coach apoia o cliente na busca de realizar
metas de curto, médio e longo prazo,
através da identificação e uso das próprias competências desenvolvidas, como
também do reconhecimento e superação
de suas fragilidades. O coach (treinador,
em tradução livre) atua encorajando e/
48
Kelly Lubiato
ou motivando o seu cliente, procurando
transmitir-lhe capacidades ou técnicas
que melhorem as suas capacidades profissionais ou pessoais, visando a satisfação de objetivos definidos por ambos”.
Trazendo estas informações para
nosso universo, estamos chegando num
ponto de amadurecimento profissional
em que as empresas querem mais do que
apenas um líder.
O coaching tem várias possibilidades, como foco nas performances e
nas transições. “Ele ajuda a clarificar,
a fazer o profissional enxergar todas as
possibilidades da sua atuação e, a partir
daí, dar foco nas ações e suas implicações”, explica Melissa Campos, Coach
de performance e carreira.
De acordo com ela, o grande dilema
da maioria é o processo de transição. As
pessoas são promovidas e não sabem
como atuar. Se antes ele colocava a mão
na massa, agora tem que mobilizar as
pessoas a realizarem este trabalho. O
processo de coaching ajuda as pessoas a
entenderem seu novo papel respeitando
seus valores pessoais, suas crenças etc.
De olho no seguro
Marcos Biaggio atuou por 20 anos
nas áreas de marketing e vendas em
seguros e agora dedica-se ao coaching.
Após vários anos de planejamento, hoje
ele faz parte do Grupo Action Coach.
“O mercado sempre focou o treinamento dos corretores em carga técnica,
esquecendo de ensiná-los a vender e a
ganhar dinheiro”, lamenta Biaggio, enfatizando que agora está desenvolvendo
um processo para ajudar os corretores a
❙
Melissa Campos
aproveitarem melhor os seus negócios e
a incrementarem os seus lucros.
Tem plano de como desenvolver o
negócio e incrementar os lucros.
O empacotamento dos produtos,
com kits de cálculos prontos, a queda
do volume de prêmios do mercado e das
margens de comissionamento dos corretores, em parte por conta da competitividade, além da concorrência dos bancos,
derrubaram os ganhos dos corretores.
“É preciso ensinar o corretor de
seguros a desenvolver o seu negócio,
a vender mais e a incrementar os seus
lucros. Esquecemos de ensinar o corretor
a fazer isso”, avisa Biaggio.
O que todo empresário quer, seja
ele de que ramo for, é apenas uma coisa:
lucro. Só que para obter lucro, é preciso
aumentar o faturamento e as vendas.
O trinômio cliente, faturamento e
lucro são consequências e não as causas.
“A empresa erra ao fazer o seu planejamento focada em ações para aquilo que
chamamos de consequências. Temos
que focar ações nas causas que geram as
consequências”, ensina Biaggio.
A gestão do negócio passa pela reeducação dos conceitos e pela aplicação
de estratégias testadas e comprovadas
nos cinco caminhos que vão gerar mais
clientes, faturamento e lucro.
Os cinco caminhos são: clientes potenciais, taxas de conversão, número de
transações, média de vendas e margem
da operação. Estas são as causas que
geram as consequências.
Biaggio conta que há mais de 60
estratégias desenvolvidas e testadas
para trabalhar margens. “Temos quase
80 estratégias para aumentar a taxa de
prospects, mais de 50 para melhorar o
nível de finalizações e aumentar tíquete
médio”, adianta.
O trabalho consiste na organização
das informações na cabeça do dono do
negócio, que são as causas que geram as
consequências.
Cada caminho tem seu conjunto de
estratégias, que dependem do segmento
de atividade, da região, dos objetivos
do negócio.
“Nós temos um seminário que objetiva mostrar esta nova visão, simples,
clara e objetiva de gestão de negócios, e
depois a aplicação das estratégias para
trabalhar cada caminho”, propaga.
No seminário, fazemos algumas
simulações usando casos reais, para se
dimensionar resultados. Cada estratégia
acarreta um tipo de impacto no lucro final.
O mais importante, segundo Biaggio, é que o corretor sai do evento com
apostilas e com conhecimento para aplicar conteúdo no seu negócio. “Esta é uma
forma de transferir o sistema. A outra
❙
Marcos Biaggio
forma é através de coach individual, no
qual o corretor vai ter um relacionamento com reuniões semanais par analisar
o negócio e aplicar a organização e
sistematização da corretora e depois a
aplicação de acordo com os objetivos.
Para realizar este Raio-X da empresa, Biaggio atua nas áreas de marketing,
vendas, administração e finanças. “Eu
não entro na operação, quem entende
disso é o dono do negócio”, completa.
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comunicação e expressão
por J. B. Oliveira*
Tintas amarelas, azuis e...
laranjas?!
Uma bem montada casa de comércio de tintas
reformou suas instalações. Pintou a bela fachada com
cores bem vivas colocando, em cada uma delas – e
no plural – seus respectivos nomes: amarelas, azuis,
vermelhas, verdes, laranjas...
Em relação às cores, o efeito foi muito bom.
Quanto à gramática, porém, deixou a desejar!
Por quê?
Porque as formas, no plural, das primeiras cores
enunciadas, ou seja: amarela, azul, vermelha e verde
são: amarelas, azuis, vermelhas e verdes, pura e simplesmente. Cada uma delas é um adjetivo – “palavra
que modifica o substantivo, indicando-lhe uma qualidade, modo de ser ou estado” – e, no caso, referem-se
a determinadas colorações. Já não é o que acontece
com a palavra laranja. Aqui temos um substantivo,
“palavra que dá nome a todos os seres animados ou
inanimados” e que designa, nesta circunstancia, “O
fruto da laranjeira”.
Num caso como esse, o que o vocábulo plural
“laranjas” indica é quantidade dessas frutas!
Referindo-se a cores, a palavra em questão não
vai para o plural! Fica assim: cores laranja!
Parece estranho? Não será, se entendermos “o espírito da coisa”! Neste caso, o substantivo laranja tem
que se transformar em um adjetivo, ou – mais apropriadamente – em uma locução adjetiva, para refletir aquilo
que a expressão quer dizer: “Da cor de laranja”! E aí, por
respeito à concisão, suprime-se o conjunto “da cor de” e
fica apenas laranja! Portanto: tintas laranja!
Caso idêntico se verifica – e pela mesma razão
– com os vocábulos cinza e gelo, em situação semelhante. As flexões plurais de chapéu cinza e luva
creme não são chapéus cinzas e luvas cremes, mas
sim: chapéus cinza e luvas creme, ou seja: da cor de
cinza e da cor de creme.
A essa altura, é oportuno lembrar como a Gra-
mática Expositiva trata do plural dos adjetivos compostos. As regras acham-se contidas, resumidamente,
nos quatro princípios seguintes:
1º Se os componentes são adjetivos, somente o último vai para o plural: ciências político-econômicas;
relações sino-tibetanas; associações nipo-brasileiras;
cabelos castanho-escuros etc.
2° Sendo os componentes palavra ou elemento invariável + adjetivo, fica claro que só o último variará:
Meninos mal-educados; esforços sobre-humanos;
povos semisselvagens etc.
3° Se formados por adjetivo + substantivo, serão
invariáveis: uniformes verde-oliva; olhos verde-mar;
saias azul-pavão; trajes azul-turquesa; tapetes verdeesmeralda etc.
4° Invariáveis também ficam as locuções adjetivas formadas por da + cor + de: fitas da cor da violeta;
ternos da cor da cinza; cabelos da cor de palha; olhos
da cor do mar; lápis da cor de abacate etc.
Observação: é nesses casos que, por amor à
concisão, elimina-se a expressão da cor de e diz-se:
fitas violeta; ternos cinza etc.
Este artigo cuidou especificamente do plural
dos adjetivos compostos. Os substantivos compostos
também geram muita confusão e erros gramaticais
até crassos. Sua aplicação acha-se igualmente disciplinada por quatro princípios gerais, em que:
a) somente o primeiro termo vai para o plural;
b) só o último termo varia;
c) ambos os termos flexionam-se; e
d) nenhum componente varia!
Para não misturar “alhos com bugalhos”, esse
assunto será tratado em outra ocasião, porém, à guisa de informação prévia, registre-se que o plural de
carro-bomba é carros-bomba, admitindo-se, atualmente, também a forma carros-bombas – não aceita
por muitos bons gramáticos!
* J. B. é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.
É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras.
[email protected] | www.jboliveira.com.br
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