A REVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
CRISTINA CANTÚ PRATES
Mestre em direito da sociedade da informação pelas Faculdades Metropolitanas Unidas, pósgraduanda em administração pela Fundação Getúlio Vargas. Especialista em direito civil e direito
processual civil pela Faculdade Mater Dei e Rojo Consultoria. Bacharel em direito pela Faculdade
Mater Dei. Advogada nos Estados do Paraná e São Paulo.
FABIO DANIEL ROMANELLO VASQUES
Mestre em direito da sociedade da informação pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Pósgraduado em direito empresarial pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Professor da Universidade
Presbiteriana Mackenzie e da ESAMC. Advogado da Ruiz e Vasques Advocacia.
RAFAEL JORGE LEITE MARTINS VERRI
Mestre em direito da sociedade da informação pela FMU. Pós-graduado em direito processual civil e
direito empresarial pela FMU. Advogado.
1. A revolução da tecnologia da informação. 1.1. Resumo. 1.2. Abstract. 1.3. Palavra Chave. 2.
Introdução. 3. Conceito e paralelo entre sociedade da informação e sociedade industrial. 4. Estágios
de desenvolvimento da informação. 5. Efeitos da sociedade da informação no Brasil. 6. Seqüência
histórica da revolução da tecnologia da informação. 7. A evolução da comunicação. 8. Internet. 8.1
Sua criação e desenvolvimento. 9 Dos protocolos. 10. Paralelo do desenvolvimento da Internet.
11.Tecnologias de rede e difusão da computação. 12. A nova economia na sociedade da informação.
12.1.. O Surgimento da Nova Economia. 12.2. A Informação como impulsionador da produtividade.
13. O processo de mudança e incorporação da informação na sociedade. 14. O Brasil inserido na
nova economia. 15. Bibliografia.
1. A REVOLUÇÃO D TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
1.1. RESUMO
No final do século XX vivemos um dos raros intervalos na história, cuja característica é a
transformação de nossa "cultura material" pelos mecanismos de um novo paradigma tecnológico que
se organiza em torno da tecnologia da informação. Surge uma nova era denominada Sociedade da
Informação. É nesse contexto que o presente artigo está situado, buscando conceituar e traçar as
principais características dessa nova era que vivenciamos.
Primeiramente faz-se uma abordagem do conceito e evolução da sociedade industrial
para a Sociedade da Informação, posteriormente, um relato sobre a evolução dos meios tecnológicos
da tecnologia da informação e finalmente, serão abordados os aspectos econômicos resultantes
desse desenvolvimento para a sociedade contemporânea.
1.2. ABSTRACT
1.3. PALAVRA CHAVE
Sociedade da Informação - Tecnologia Informacional - evolução - desenvolvimento.
2. INTRODUÇÃO
Presenciamos uma era de transformações causadora de impacto profundo na sociedade. O
mundo Pós-Moderno se demonstra envolto numa enorme rede digital, conectando a tudo e a todos.
As culturas nacionais interagem num mundo globalizado e cibernético, as variedades culturais e
étnicas se misturam num espaço geográfico cada vez mais sem fronteiras. Tamanha mudança gerou
uma era de incertezas, onde não temos respostas prontas para as perplexidades e desafios gerados
por essa mudança radical. Vislumbramos uma Modernidade Líquida [i], sendo que os conceitos estão
sendo transformados e os quadros de referências que nos ligavam ao passado, dissolvidos. Houve
uma ruptura dos conceitos tradicionais de filosofia, ciência, homem e história. Novos paradigmas
estão sendo remodelados.
Na Sociedade Pós-Moderna ou Sociedade da Informação, as rápidas inovações no sistema
tecnológico tornaram-se as principais forças motoras das transformações sociais.
Verifica-se, portanto, que o mundo Pós-Moderno tem a informação como mola propulsora,
e a tecnologia informacional como instrumento impactante e gerador de mudanças radicais na
estrutura social como um todo.
Pierre Lévy afirma que: "A dificuldade de analisar concretamente as implicações sociais e
culturais da informática ou da multimídia é multiplicada pela ausência radical de estabilidade nesse
domínio." [ii] Verifica-se que o digital se encontra ainda no início de sua história e se transforma de
maneira muito acelerada; fazendo com que a sociedade não tenha fôlego para assimilar tamanha
mudança, resultando em profundo desequilíbrio e instabilidade social. Peter Gay, nesse sentido
leciona que "a modernidade traz em si o sentimento de um mundo à deriva, sem rumo, carente de
ordem e estabilidade, porém caracterizado pela anarquia do pensamento, por uma velocidade
doentia na existência social, pelo mal-estar e por vacilações generalizadas." [iii]
Na presente Modernidade Líquida inexiste uma ordem plena, mas várias ordens e
lideranças levando os indivíduos a uma sensação enervante de incerteza e a uma ansiedade plena.
Outrossim, o capitalismo leve (produto das transformações sociais geradas na Sociedade da
Informação) permitiu que coexistissem autoridades em número tão grande que nenhuma poderia se
manter por muito tempo e, menos ainda, atingir posição de exclusividade. Bauman afirma estar essa
nova fase do capitalismo obcecada por valores, onde o mundo se torna uma coleção infinita de
possibilidades: um contêiner cheio até a boca com uma quantidade incontrolável de oportunidades a
serem exploradas ou perdidas [iv].
É nesse contexto de mudanças que o presente artigo se insere, buscando relatar as
principais características dessa nova era e de como o mundo evoluiu para a chamada Sociedade da
Informação.
3. CONCEITO E PARALELO ENTRE SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E SOCIEDADE
INDUSTRIAL
Como um momento historicamente novo, a modernidade foi gerada em três fases: A
primeira é marcada pelo Mercantilismo, Renascimento Cultural e pela Reforma Protestante, que
estimularam a abertura geográfica, a valorização intelectual e a emergência do individualismo
moderno. A segunda fase, resultado do Iluminismo, traduziu-se na inexorável ruptura com o passado,
na universalização da razão e no primado do indivíduo e de sua liberdade. Finalmente, no século XX,
a Modernidade se transforma em Modernização [v].
Com o advento das tecnologias informacionais, o desenvolvimento e a democratização do
computador; a sociedade passa por uma transformação onde o poder produtivo da informação
permite a produção informatizada em massa de informação, tecnologia e conhecimentos cognitivos
resultando no que denominamos de Sociedade da Informação.
Na Sociedade da Informação, a revolução da informação, resultante do desenvolvimento do
computador, expandirá o poder produtivo da informação e possibilitará a produção informatizada em
massa de informação, tecnologia e conhecimento cognitivos.
O livro A Sociedade da Informação no Brasil, editado pelo Grupo Telefônica, define
Sociedade da Informação como um estágio de desenvolvimento social caracterizado pela
capacidade de seus membros de obter e compartilhar qualquer informação, instantaneamente, de
qualquer lugar e da maneira mais adequada [vi].
A sociedade moderna passou por três períodos de transformação. O primeiro, denominado
Sociedade Industrial, se caracteriza pelo acesso aos bens produzidos pelos indivíduos. O segundo
período, Sociedade Pós-Industrial, evoluiu no sentido de permitir o acesso generalizado de serviços.
Finalmente, o terceiro e presente, que assume várias denominações: Sociedade Pós-Moderna,
Sociedade Líquida ou Sociedade Industrial, permite que se tenha acesso á informação a nível global.
Yoneji Massuda, muito bem diferencia Sociedade Industrial de Sociedade da Informação
pelas seguintes características: A Sociedade Industrial tem em seu núcleo a máquina a vapor cuja
função básica é a substituição do trabalho físico e da produção de bens e serviços. Já a Sociedade
da Informação tem como núcleo o computador e a sua função básica é de substituir e amplificar o
trabalho mental do indivíduo; resultando na criação da tecnologia e do conhecimento. [vii]
O centro de produção da Sociedade Industrial é a fábrica moderna, as maquinarias e
equipamentos; o mercado é o novo mundo, as colônias e o poder aquisitivo do consumidor.
Diferentemente, na Sociedade da Informação, o centro de produção é a unidade produtora de
informação e o mercado é o espaço informacional; ou seja, as fronteiras globais. A principal
característica da Sociedade da Informação é que a mesma se desenvolve de uma maneira sinérgica
em que existe uma produção conjunta da informação e sua utilização é compartilhada.
4. ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DA INFORMAÇÃO
Yoneji Massuda faz um delineamento sobre as etapas do desenvolvimento e evolução da
Sociedade da Informação, alegando que a mesma passará por quatro fases, quais sejam:
A primeira fase é caracterizada pela informatização da área científica. Nos países
desenvolvidos esta fase ocorreu no período de 1945 a 1970. Foi nesse período que o computador
começou a ser usado extensivamente em grandes projetos nacionais e que em nome do prestígio
nacional alguns países tomaram para si o desenvolvimento de complexos sistemas para a defesa da
nação. Foi nesse momento que o computador foi criado. A guisa de exemplo; podemos citar o
Sistema SAGE - Semi Atomatic Ground Environment System, desenvolvido pelos Estados Unidos na
época da Guerra Fria a fim de se proteger contra ataques de mísseis da URSS.
O segundo estágio compreende os anos de 1950 á 1980 quando se dá a informatização da
gestão empresarial, fazendo com que o computador melhorasse a eficiência operacional de seus
órgãos. Novamente os Estados Unidos foram os pioneiros pois, aperfeiçoam o próprio sistema
SAGE.
Posteriormente, a informatização passou a ser usada para o benefício da sociedade e o
computador foi empregado a uma extensa categoria de necessidades sociais, tais como hospitais,
instituições públicas e privadas; o que caracterizou o terceiro estágio.
Finalmente, no quarto estágio, a informatização passa a ser voltada para as necessidades
individuais, avançando do nível social para o individual. Nesse estágio de desenvolvimento, devido á
grande popularização da tecnologia informacional, toda a pessoa pode fazer uso das informações
fornecidas pelos computadores.
Massuda, nesse sentido afirma que a pronta disponibilidade da informação e do
conhecimento fará com que floresça a criatividade entre as pessoas, alcançado-se o mais alto grau
da informatização, chamada de sociedade da criação do conhecimento em massa onde cada pessoa
será sujeito do desenvolvimento da informatização.
5. EFEITOS DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL
O Grupo Telefônica, no ano de 2005, traçou um panorama de desenvolvimento da
Sociedade da Informação no Brasil, abordando as perspectivas para os anos de 2003 á 2005, e
através de levantamento de dados de acesso á tecnologia informacional concluiu que o país tem um
grau de desenvolvimento da Sociedade da Informação de aproximadamente 23%, enquanto países
como Alemanha e Japão têm um grau de 68% e Estados Unidos e Suécia de 98%.
Esse índice reflete o grau de desenvolvimento econômico do país, que tendo em devido á
grande desigualdade social e regional que possui, somado ás baixas perspectivas de
desenvolvimento econômico, resultam em baixa disponibilização e acesso á tecnologias
informacionais.
A liberação do setor de telecomunicações no Brasil a partir do ano de 1995 foi um fator que
favoreceu o desenvolvimento da tecnologia da informação, havendo maior popularização do acesso
às linhas telefônicas fixas, celulares, TV a cabo, entre outros.
Todavia, a classe social que tem acesso ás tecnologias informacionais ainda corresponde á
classe média alta da sociedade, sendo que as regiões mais desenvolvidas do país ainda são as mais
favorecidas. Infelizmente a classe baixa ainda está á margem da sociedade e não faz uso do avanço
tecnológico.
Um levantamento de dados realizado no ano de 2001 retratou que de cada 100 habitantes,
o Brasil tem uma percentagem de 7% de indivíduos que acessam a Internet; enquanto em países
como Estados Unidos a percentagem é de 59%.
Com relação ao perfil dos usuários, os internautas masculinos são em número aproximado
de 20% superiores que as internautas femininas e a faixa etária corresponde cerca de 25% de jovens
entre 18 á 24 anos, sendo que a medida que se aumenta a idade, o acesso á Internet diminui.
As empresas brasileiras também se informatizaram e, cada vez mais passam a utilizar os
benefícios advindos da tecnologia para realizarem seus negócios. No ano de 2002, 80% das
empresas possuíam endereço eletrônico, e cerca de 50% delas conectavam seus empregados á
Internet.
O governo tem relevante papel no desenvolvimento e massificação do acesso á Internet,
devendo criar políticas para favorecer e facilitar o uso e aquisição de computadores e acesso á rede.
Para o ano de 2003 o governo estabeleceu metas para ampliação do acesso á Internet através de
criação de pontos gratuitos, conexão das escolas pública á Internet, redução de impostos e criação
de linhas de crédito para facilitar aquisição de computadores.
Através de um questionário aplicado junto á operadores da Sociedade da Informação, o
Grupo Telefônica apresentou as seguintes perspectivas para os anos de 2003 á 2005:
desenvolvimento lento e paulatino, onde algumas áreas serão mais favorecidas que outras.
O desenvolvimento da Sociedade da Informação vai favorecer o desenvolvimento de vida
dos brasileiros, facilitando o acesso à informação necessária para sua formação e participação na
política do país, todavia, as perspectivas de crescimento econômico moderado vão impor um ritmo
lento ao desenvolvimento da Sociedade da Informação.
6. SEQUÊNCIA HISTÓRICA DA REVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A importância da tecnologia do computador está em que, pela primeira vez, fez-se uma
máquina para criar e fornecer informação. O computador é uma máquina lógica, equipada com as
três funções de processamento da informação: memória, computação e controle, que aumenta em
muito a capacidade humana de processar dados para produzir informação.
Ora, os computadores são dotados de duas qualidades importantes: por um lado, são
comparados ao homem, pelo menos a seu cérebro, e, por outro, acredita-se que eles possam
garantir funções das quais o homem, por sua natureza, nunca poderá encarregar-se. Computador
visto como "cérebro artificial".
O primeiro computador programável, o Eniac, e o transistor, fonte da microeletrônica, foram
os verdadeiros cernes da revolução da tecnologia da informação.
O primeiro, Eniac, foi inventado por J.P. Eckert e J.W. Mauchly, em 1946. A invenção foi
motivada por necessidades militares, voltada para o cálculo veloz das características de vôo de
projéteis bélicos. Essa máquina era essencialmente diferente dos instrumentos ou equipamentos até
então inventados, pelo fato de ter memória e capacidade de processamento automático.
O transistor, inventado em 1947, possibilitou o processamento de impulsos elétricos em
velocidade rápida e em modo binário de interrupção, permitindo a codificação lógica e a
comunicação entre as máquinas.
Em 1957, foi criado o circuito integrado, permitindo com que a produção de computadores
aumentassem e em 1971 a Intel inventou o microprocessador, fazendo com que a capacidade de
processar informações fosse instalada em todos os lugares.
7. A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO
"Hoje, a Internet é vista como um meio de comunicação que interliga dezenas de milhões de
computadores no mundo inteiro e permite o acesso a uma quantidade de informações praticamente
inesgotáveis, anulando toda a distância de lugar e tempo." [viii]
As transformações vividas nas últimas quatro décadas desencadearam a mudança de
nosso cotidiano, especialmente no campo da comunicação. Mas esse processo de desenvolvimento
é natural do homem.
A evolução histórica passou a acelerar a partir do momento que membros de grupos tribais
passaram a alertar seus companheiros, através de gestos e sons. A constante evolução o homem
passou desenhar figuras em suas cavernas, podendo assim transferir de geração á geração
conhecimentos já possuídos pela aquela comunidade.
Dos desenhos, temos a criação de ideogramas, deixando para as civilizações seguintes
experiência de fatos históricos e conhecimentos aprendidos. Os ideogramas evoluíram, juntamente
com a civilização antiga, criou-se o alfabeto grego por volta de 700 a.C. em que os símbolos ou letras
eram associados diretamente a sons e os objetos, representados por associação de símbolos.
A linguagem escrita ainda era para poucos, sendo por muitos anos adstrita a nobreza,
contudo com a invenção da imprensa por Gutemberg no século XV, no Ocidente, foi outro fator
decisivo na propagação das informações e a agregação do conhecimento, seja de fatos históricos ou
das ciências.
Já na era Industrial, com o uso da eletricidade, desenvolveu-se primeiramente o telégrafo
que a princípio utilizava as linhas de comunicação dos trens e o rádio, que possibilitaram o
estreitamento das relações entre as pessoas e agregação mais rápida das informações.
Paralelamente, com a fotografia, o cinema e finalmente com a televisão, as informações passaram a
circular mais rapidamente, dos mais distantes pontos do planeta e de forma mais rápida.
Os sistemas de satélites e os cabos submarinos acabaram, por generalizar, na segunda
metade do século XX, a telefonia e a TV mundiais em larga escala, permitindo a transferência
instantânea de informações, em especial, com o advento e popularização da telefonia celular, que
possibilidade a comunicação entre pessoas, onde quer que elas estejam.
Poder falar ao telefone, enviar mensagens de texto através do celular, mandar um e-mail,
poder fazer compras pela Internet, o conhecido "e-comerce", poder se comunicar com pessoas ao
redor do planeta, acessar os mais diferentes sites, com notícias instantâneas dos acontecimento
globais, tudo isso, entre outras coisas, somente de vislumbrava em um mundo utópico. Porém, a
ciência e o ser humano não se satisfazem, desenvolvendo a tudo momento novidades e melhorando
as existentes.
Assim na esteira desse desenvolvimento global, o surgimento da Internet decorreu, como o
restante, da evolução e da necessidade.
8. INTERNET
8.1. SUA CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
A Internet primeiramente foi uma necessidade dos países desenvolvidos em seu aparato
bélico, é a conseqüência da fusão singular da estratégia militar, grande cooperação científica,
iniciativa tecnológica e inovação contracultural.
Os Estados Unidos durante a guerra fria, através da Agência de Projetos de Pesquisas
Avançadas - ARPA (Advanced Research Projects Agency) - do Departamento de Defesa, com a
missão de mobilizar recursos de pesquisa, particularmente do mundo universitário, com o objetivo de
alcançar a superioridade tecnológica militar em relação à União Soviética, principalmente após o
lançamento do primeiro Sputnik.
A Agência de Projetos de Pesquisas Avançadas - ARPA, ditou os rumos da Era da
informação. Conseqüência disso foi o conceito criado por Paul Baran na Rand Corporations em
1960-4 de um sistema de comunicação invulnerável a ataques nucleares. As mensagens passaram a
ser trocadas dentro da própria rede, sem a necessidade de centros de controle, havendo
comunicação somente entre os equipamentos conectados.
Em 1º de setembro de 1969 surge a primeira rede de computadores, a ARPANET. Esse era
um pequeno programa que surgiu de um dos departamentos da ARPA - o IPTO (Information
Processing Techniques Office), fundando em 1962, com seus 4 primeiros nós, na Universidade da
Califórnia em Los Angeles, em Stanford Research Institute, Universidade da Califórnia em Santa
Bárbara e na Universidade de Utah.
Essa rede era voltada para que os cientistas pudessem colaborar com o Departamento de
Defesa dos EUA. Contudo, com a facilidade de comunicação e troca de informações de maneira ágil,
a sua utilização passou a ser não somente para a finalidade militar. Os cientistas passaram a usar
para comunicação própria.
Com esse desvio de finalidade, ficou difícil separar o que era de uso militar e o que era
mensagem pessoal dos pesquisadores de cunho civil, sendo que em 1983 houve a divisão da rede
em, ARPANET, que passou a ser utilizado para uso civil e MILNET, essa somente para fins militares.
Em 1981, Ira Fuchs, na Universidade Municipal de Nova York, e Greydan Freeman, em
Yale, iniciaram uma rede experimental com base no protocolo RJE da IBM, montando assim uma
rede para usuários IBM, conhecida de BITNET. Quando a IBM deixou de subvencioná-la, e, 1986, a
rede passou a ser sustentada por taxas pagas pelos usuários.
Tendo em vista que todas essas redes usavam a ARPANET como espinhal dorsal, sendo
ela considerada a rede das redes, ainda mantida pelo sistema de defesa americano, passou-se a
chamar de ARPA-INTERNET e depois INTERNET
A ARPANET encerrou suas operações, por estar obsoleta em 28 de fevereiro de 1990. Ela
foi substituída para NSFNET, operada pela National Science Foundation, que por sua vez deixou de
operar em abril de 1995. Dessa forma, a interferência governamental deixou de existir e face sua
privatização, deixou também de existir qualquer tipo órgão fiscalizador.
A National Science Foudation, nomeou a Internet Society, uma entidade sem fins lucrativos
a responsabilidade sobre as organizações coordenadoras já existentes, isso no EUA. Quanto ao
âmbito internacional, cada pais determina suas regras. No Brasil foi criado o Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br) pela Portaria Interministerial n.º 147, de 31 de maio de 1995 e alterada
pelo Decreto Presidencial n.º 4.829, de 3 de setembro de 2003, para coordenar e integrar todas as
iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a
disseminação dos serviços ofertados.
Como desenvolvimento da Internet foi uma constante, muito além da estipulação de regras,
mas os pesquisadores buscavam a celeridade e a ampliação de transmissão de dados, sendo que
em 1970 - o ARPANET usava um link de 56000 bits por segundo. 1987 as linhas de transmissão
conseguiam transmitir 1.5 milhões de bits por segundo. Já 1992 a NSFNET transmitiam 45 milhões
de bits por segundo. Hoje uma transmissão caseira tem capacidade superior
9. DOS PROTOCOLOS
Contudo, ainda não havia como possibilitar o acesso a todas as redes internacionais que se
desenvolveram regionalmente, necessitada que os computadores conseguissem comunicar entre si.
Assim o primeiro passo seria a criação de um protocolo de comunicação. Então em 1973, Vint Cerf e
Robert Kahn, desenvolveram uma tecnologia que levaria a criação de pacotes das redes de área
local (LAN - Local Área Network).
Em 1978 Vint G. Cerf e Jonathan Bruce Postel, da UCLA e Cohen da USC dividiram o
protocolo em duas partes: servidor-a-servidor (TCP) e protocolo inter-redes (IP), esses tornaram-se o
padrão para comunicação entre computadores nos EUA em 1980. [ix]
Nesse período, os estudantes de Chicago Ward Christensen e Randy Suess, tentavam
descobrir em uma noite fria, uma forma de transferir programas entre seus micros sem sair de casa,
criando em 1979 o protocolo (X MODEM), que permitia a transferência de arquivos entre
computadores, se passar pelo sistema principal, efetuando a transferência de dados através de
sinais que pareciam mais chiados utilizando diretamente a linha telefônica.
Na década de 1980 ficou claro que os
na guerra convencional, particularmente em
inferioridade se confirma com a Perestroika de
tecnologia em seu complexo militar, que por
sociedade da informação nos meios civis.
EUA haviam alcançado a superioridade tecnológica
eletrônica e comunicações. A percepção dessa
Gorbachev. A URSS havia ancorado sua ciência e
sua vez não possibilitou ao desenvolvimento da
Ainda faltava a adaptação do TCP/IP ao Unix, sistema de comunicação entre
computadores já existente, inventado pela Bell Laboratories em 1969, com a adaptação o Unix ao
TCP/IP, e sendo que Unix veio de verba pública, esse software tornou-se disponível só pelo preço da
distribuição.
Coube a Tom Jennings, em 1983, criar um sistema de quadro de avisos em PCs, possível
através da instalação de um modem e um software, criou-se a FidoNet, que em 1990 já conectava
2500 computadores nos EUA. Tendo muito sucesso da Rússia, em especial os adeptos da contra
cultura, conduto sua limitação tecnológica fez com que seus usuários migrassem para a rede
mundial.
Essa contra cultura não foi em vão possibilitando através de seus usuários o
desenvolvimento dos sistemas e a redução dos preços.
10. PARALELO DO DESENVOLVIMENTO DA INTERNET
No Brasil, o desenvolvimento de Internet ocorreu anos depois, sendo que em 1987, na
Universidade de São Paulo é realizada a reunião entre pesquisadores de todo País, além de
representantes do governo e da Embratel para discutir o estabelecimento de uma rede nacional para
fins acadêmicos e de pesquisa, com compartilhamento de acesso a redes internacionais.
Em 1988 no Rio de Janeiro, o Laboratório Nacional de Computação Científica consegue o
acesso à BITNET, através de uma conexão de 9,600 bps, estabelecida com a Universidade de
Maryland. Em São Paulo é a vez da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP) ligarse a BITNET e à Hepnet (High Energy Physics Network), com uma conexão de 4,800 bps com a
Fermi National Accelerator Laboratory (FERMILAB), em Chicago EUA
Nesse período surgem as BBS (bulletin board systems), primeiro nos EUA e depois no
resto do mundo. A BBS não precisava de redes sofisticadas de computadores, apenas o PC, modem
e linha telefônica. "Criavam fóruns eletrônicos e "comunidades virtuais". BBS no Brasil surge a partir
de um grupo de estudantes da USP que criaram centenas de páginas Web. Em novembro de 94,
estimaram que metade das páginas Web do País estava na USP, considerando que o total de
páginas era cerca de 1000 em todo território nacional.
O desenvolvimento internacional continuava, mas ainda em 1990, era difícil o acesso à
internet. Em Genebra, no Centre Européen poour Recherche Nucleaire (CERN), um grupo chefiado
por Tim Berners Lee e Robert Cailliau, através da anti cultura do hackers da década de 70, cria um
novo aplicativo o - World Wide Web - ou simplesmente, WWW, que organiza o teor dos sites da
Internet por informação e não por localização, esse aplicativo foi distribuído gratuitamente pela
internet.
Criou ainda um formato para documentos em hipertexto ao que deram o nome de
linguagem de marcação de hipertexto (hypertx markup language) ou HTML, que acrescento ao
protocolo TCP/IP pode, adaptar suas linguagens. Eles também configuraram um protocolo de
transferência de hipertexto (hipertext transfer protocol - o http para orientar a comunicação entre
programas navegadores e servidores de WWW; e criaram um formato padronizado de endereços. O
localizador uniforme de recursos - URL (uniform resource locator). Esse também podia relacionar-se
com uma série de protocolos de transferência, e não só o http.
No Brasil, a conexão da FAPESP em 1991, foi aumentada para 9.600 bps e começa a
transportar tráfego IP, além de Decnet e Bitnet. Este foi a primeira conexão à internet realizada no
Brasil. Desde então, a Fapesp encarregou-se da administração dos domínios com terminação "br" e
da distribuição dos números IP em todo o País.
Em 1992 a Rede de Pesquisas do Ministério da Ciência e da Tecnologia brasileiro,
desenvolveu o "backbone", sistema que conectava as linhas de alta conexão com as de baixa,
interligando redes e sub-redes, podendo assim interligar várias cidades do pais. A partir de 1995,
com o surgimento dos provedores de acesso privado, ocorreu a aumento a utilização da rede, sobre
tudo as filiais de empresas estrangeiras, e conseqüentemente acompanhadas pelo restante do
mercado, atualizando seus meios de comunicação informacional, extinguindo a utilização das
máquinas de Telex que primeiramente foram substituídos pelo uso do Fax, que por sua vez mais
tarde, cedeu para a Internet.
11.TECNOLOGIAS DE REDE E DIFUSÃO DA COMPUTAÇÃO
Marc Andreessen, em 1992 cria um navegador da Web chamado Mosaic, voltado para
computadores pessoais, que e juntamente com Eric Bina, disponibilizam o Mosaic gratuitamente no
NCSA (National Center for Supercomputing Applications) - da Universidade de Illinois. Mais tarde,
Jim Clark, empresário da Silicon Graphics, procurou os dois, lançando o Netscape Navigator.
Depois do sucesso do Navigator, a Microsoft de Bill Gates, criador do Windows, finalmente
descobriu a Internet e em 1995, junto com seu software Windows 95, introduziu seu próprio
navegador, o Internet Explorer, atualmente o mais utilizado.
Em 1995, a Sun Microsystems cria o JAVA [x] e juntamente com o JINI [xi], permite que a
rede se torne um verdadeiro sistema de processamento de dados. A Sun possibilita o download
gratuito do JAVA pela Internet, através do seu site
Com a ascensão da telefonia móvel, e com aumento da capacidade transmissão de dados,
proporcionou a oportunidade de se usar a Internet, ou tecnologias de comunicação semelhantes à
Internet, para transmissão de voz, além de dados, por meio da troca de pacotes.
Segundo Vinton Cerf. "Hoje em dia é preciso passar por uma comutação de circuitos para
obter uma troca de pacotes. No futuro, passaremos por uma troca de pacotes para obter uma
comutação de circuitos," e ainda "durante a segunda metade da próxima década - entre 2005 e
2010 - haverá um novo impulsionador (tecnológico) bilhões de aparelhos ligados à Internet." [xii]
Hoje, através da Internet realizamos vários trabalhos do dia a dia, em especial, com o
desenvolvimento da telefônica, surgiu nos últimos 5 anos a telefonia IP, sendo que atualmente
podemos fazer ligações telefônicas, via p.ex. SKIPE - que utiliza da transmissão de voz, através da
transformação dessa em códigos binários que se transforma em voz quanto escutada pelo receptor.
Sem contar com a transmissão de dados via wireless, ou seja, a possibilidade de
transmissão de dados e voz pelo computador. Assim, portando um Notebook, com antena, ou já
adaptado e esse sistema, e possível ingressar na rede mundial em qualquer lugar, desde que exista
uma conexão.
12. A NOVA ECONOMIA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
12.1. O SURGIMENTO DA NOVA ECONOMIA
Como já analisado nas linhas acima, a evolução da sociedade até chegarmos hoje à
sociedade pós-moderna demandou grandes avanços tecnológicos que fossem capazes de
estabelecer um novo paradigma que afetasse até mesmo a economia. A informação, portanto, passa
a ser o principal capital da economia moderna, vez que decidirá o sucesso tanto de pessoas,
empresas e até mesmo de Estados soberanos. Deixa de ser tratada apenas como um recurso
acessível à sociedade e passa a ter aspectos de mercadorias, com alvo valor econômico e podendo
ser agora controlada. [xiii]
Tais transformações se destacaram no final do século XX, sendo um processo contínuo e
sem uma data específica. O computador cada vez mais disseminado entre as pessoas possibilita o
fácil acesso às informações, criando novos mercados pautados no acesso ao conhecimento, mas por
outro lado, criando uma nova classe de pessoas que não conseguem por diversos fatores, ter acesso
à rede, e, portanto, são excluídas da evolução informacional.
Segundo Castells, está nova economia possui três características que a identifica: a) é uma
economia informacional, vez que toda a produtividade e consequentemente a competitividade dos
agentes econômicos estariam diretamente dependentes da capacidade de obter, processar,
administrar e aplicar eficientemente a informação; b) é ainda uma economia global na medida em
que todos os aspectos econômicos envolvidos, como o consumo, a produção e a circulação se dão
de maneira interligada globalmente, considerando a quebra da barreira territorial causada pela
evolução tecnológica; c) por fim, destaca ser uma economia em rede onde os mesmos agentes
econômicos que buscam a informação e trabalham de maneira global, como uma condição da
própria sobrevivência buscam interagir por meio de redes empresariais maximizando a sua
produtividade de modo a preencher as novas exigências para a competitividade. [xiv]
Diante destas três características básicas da nova economia surgida na sociedade da
informação, conclui-se desde logo que, ao contrário da sociedade industrial e pós-industrial, não
mais os bens tangíveis e o poder aquisitivo e o grande estoque de reservas minerais fazem a
diferença na sobrevivência para a produtividade, mas sim, a capacidade de gerar a informação e de
se investir na obtenção de novos conhecimentos.
12.2. A INFORMAÇÃO COMO IMPULSIONADOR DA PRODUTIVIDADE
O progresso econômico dos agentes econômicos é diretamente influenciado pela
produtividade [xv] que acaba sendo o mote diferenciador das empresas e Estados face ao elevado
número de pessoas participantes do processo econômico. O mercado não mais se resume aos
limites territoriais acessíveis ao fornecedor, vez que a sociedade pós-moderna possui alto grau
evolutivo nos meios de transporte, logística e comunicação.
A globalização, não só das relações sociais, mas principalmente das relações comerciais,
impõe cada vez mais a necessidade de adaptação das indústrias ao novo modelo econômico
pautado na informatização (não apenas no que se refere aos computadores, mas a própria
informação em si), permeando os agentes pioneiros na busca pela companhia de outras pessoas ao
redor do globo, criando um verdadeiro mercado global.
Até mesmo os negócios que se limitam a um determinado campo espacial devem adequarse a este novo paradigma, isto porque, em outros Estados existirá sempre pessoas com visão mais
acentuada que se multiplicarão e se disseminarão por outros países. Vale lembrar o alerta dado por
Arnold Wald:
"A globalização e a competição fizeram desaparecer os mercados fechados e cativos, que se
mantinham com base na tradição ou, até, numa espécie de direito adquirido, com o monopólio de
abastecer o consumo local, que existia em nosso país até 1990." [xvi]
Novos métodos de produção baseados na tecnologia da informação tornam as empresas
capazes de maximizar os lucros com o aumento da produtividade e consequentemente tornam-se
mais competitivas no mercado global exigindo que as demais empresas que ainda não se adaptaram
busquem freneticamente a própria inserção no novo molde econômico.
Isto se dá porque a produtividade, como já afirmado, impulsiona o progresso econômico e
possibilita a sobrevivência dos agentes no cenário comercial. Com o desenvolvimento de novas
formas de produção, reduzirá o emprego de mão-de-obra, reduzirá o desperdício com o material
envolvido e igualmente reduzirá a quantidade, e a qualidade do produto final será invariavelmente
maior.
Para que isto ocorra, necessariamente o interessado deverá buscar o investimento em
conhecimento, gerando uma verdadeira alimentação espontânea na busca pela informação, vez que
aqueles que assim não agirem serão excluídos pelo próprio mercado que não reconhecerá a baixa
produtividade causada pela utilização de antigos métodos de produção.
Não mais se busca apenas o lucro nas corporações, mas algo além disso, que seria a
manutenção na nova economia, com a grande produtividade pautada no investimento em tecnologia
de informação, de modo a permitir a competitividade. Assim, o re-investimento em tecnologias
avançadas baseadas no conhecimento mostram-se essenciais para a própria existência da
corporação que atue neste cenário. A este respeito, doutrina Gilberto Dupas:
"A tecnologia acabou se transformando basicamente em expressão da competição global,
objetivando ampliar a participação nos mercados globais e a acumulação para, por sua vez, permitir
novos investimentos em tecnologia e realimentar o ciclo de acumulação." [xvii]
13. O PROCESSO DE MUDANÇA E INCORPORAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA SOCIEDADE
A revolução industrial demandou certo tempo até que pudesse ser sentida em todos os
setores da sociedade, sendo que está modificação deu-se de maneira muito gradual. Por sua vez, a
revolução informacional causada pelas tecnologias do conhecimento, apesar de serem difundidas de
uma maneira mais ágil, ainda assim não é sentida e percebida por todos, e para que esta inclusão
ocorra de maneira integral, é necessário a percepção da importância vital da informação.
Na medida em que aqueles agentes econômicos percebem estarem perdendo espaço com
a competitividade global, vêm também que isto ocorre pela ausência da inserção da informação
como principal fundamento de seu processo produtivo que inviabiliza a sua produtividade nos termos
ditados pelo mercado global.
Com o receio de serem excluídos buscam o investimento direito no conhecimento
difundindo estas tecnologias para suas redes e incorporando este novo pensamento tanto
internamente como externamente com os outros agentes com o qual se relaciona comercialmente.
Deste modo, a busca pela informação acaba gerando um processo circular onde uma
pessoa acaba invariavelmente influenciando outras a inserirem-se na economia informacional, dada
a proximidade e interdependência negocial, e estas por sua vez irão agir da mesma forma, o que
possibilitará ainda a criação de poderosas redes empresariais.
Esse processo de enraizamento das tecnologias da informação da economia moderna
passou primeiramente nos setores da sociedade que já vinham tendo contato direto com estas
tecnologias, por força até mesmo de seus objetivos principais. Centralizavam-se assim nas empresas
envolvidas com telecomunicações e empresas de alta tecnologia, não permeando todos os outros
setores inicialmente. Portanto, estas empresas já estavam saindo na frente, vez que já contavam
com aparatos modernos e baratos, e a filosofia da produtividade pautada na informação já estava
fixada nas suas atividades. Este atraso na inserção de alguns setores na nova economia é explicada
por Castells:
"A tecnologia e o gerenciamento da tecnologia, envolvendo mudanças organizacionais, pareciam
estar se difundindo a partir da produção da tecnologia da informação, telecomunicações e serviços
financeiros (as localidades originais da revolução tecnológica), alcançando em grande parte a
atividade industrial e depois os serviços empresariais, para então, aos poucos, atingir as atividades
de serviços diversos em que existe menos incentivo para a difusão da tecnologia e maior resistência
a mudanças organizacionais." [xviii]
Até que todos os setores econômicos da sociedade estejam naturalmente envoltos na
economia informacional, não era possível identificar de maneira segura todos os impactos que a
sociedade da informação causou na economia, contudo, pode-se prever que a larga utilização do
conhecimento do processo produtivo gera uma maior produtividade e possibilita a manutenção da
competitividade no ambiente negocial moderno.
Cabe agora aos demais setores que não estão incluídos na nova economia, buscar pautar
toda sua produção de acordo com a indústria do saber, de modo a igualarem-se aos demais campos
da sociedade.
14. O BRASIL INSERIDO NA NOVA ECONOMIA
O Brasil iniciou seu processo de inserção na sociedade da informação antes mesmo do
surgimento desta nova sociedade, em meados de 1960 com o início do desenvolvimento do setor de
telecomunicações como um setor estratégico para o desenvolvimento do país, que inicialmente
estava sob o rígido controle estatal.
Entretanto, correndo em direção contrária ao resto do mundo, nos anos 80, o setor de
telecomunicações no Brasil começou a desacelerar entrando em uma crise que somente veio a ser
resolvida com a entrada em vigor da nova Lei de Telecomunicações em 1995 pelo governo federal e
com a criação da agência reguladora do setor, a ANATEL.
Já no setor de informática, o Brasil no período que compreendia a década de 70 e 80,
primava pelo incentivo no desenvolvimento de aparatos tecnológicos e softwares nacionais, sendo
que com a abertura do mercado na década de 90 tal política inicial fora substituída, incentivada pelas
baixas alíquotas de importação para materiais de tecnologia.
Por outro lado, mesmo com a abertura do mercado, fora sancionada a Lei de Incentivos à
Informática n° 8.248, que proporcionou ao Ministério de Ciência e Tecnologia desenvolver novas
políticas para o setor, como a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) que buscava a implementação e
disseminação da internet no país para educação e pesquisa.
Assim, vê-se que o Brasil desde cedo buscou orientar seus setores produtivos para a
inserção na sociedade da informação, entretanto, tais medidas necessitam de maior fixação em
todos os setores da sociedade e da economia brasileira, sendo certo que um dos principais
problemas existentes é a enorme extensão territorial do país, contudo, em face da globalização e aos
avançados meios de transporte e comunicação esta não mais poderá ser a justificação para este
problema.
Os países que iniciaram seu processo de informatização com políticas que possibilitaram a
inclusão na economia atual já saíram ganhando em comparação com aqueles que buscaram seu
desenvolvimento no modelo antigo de propriedade material. A informação deve agora estar
permanentemente em debate no Brasil, e a sua obtenção, administração e gerenciamento devem ser
o foco principal para a entrada do país no mundo da competitividade global e informatizada.
15. BIBLIOGRAFIA
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trad. Maria Luiza X. de A. Borges - Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 2003 p. 13/33, A sociedade em
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mundo globalizado. 1. Ed. São Paulo: Ed. Saraiva 2005
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http://www.museudocomputador.com.br acesso em: 28 de maio de 2007
http://www.sun.com.br Sun Microsystems acesso em 16 de maio de 2007
[i] BAUMAN, Zygmunt, Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. p. 64
[ii] LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1997. p. 24.
[iii] GAY, Peter. A experiência burguesa da Rainha Vitória a Freud: a educação dos sentidos. São
Paulo: Companhia das Letras. 1988. p. 42-57.
[iv] BAUMAN, Zygmunt, Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. p. 73.
[v] ADORNO, Sérgio. O Social e a Sociologia em uma Era de incertezas. In Plural - Revista do
programa de pós-graduação em sociologia da USP. São Paulo, n.4, 1 semestre de 1997.
[vi] Grupo Telefônica do Brasil. A Sociedade da Informação no Brasil: presente e perspectivas. São
Paulo: Takano, 2002. p. 16.
[vii] Masuda, Yoneji: A sociedade da informação como sociedade pós-industrial. Rio de Janeiro:
Ed. Rio, 1982
[viii] Il mondo delle reti. Atlante econômico Del 2000, suplemento VI. In. PAESANI, Liliana Minardi.
DIREITO E INTERNET - São Paulo, Ed. Atlas, 2000. p. 25
[ix] O protocolo de internet, criado em 1978 pelos estudiosos Vint Cerf, Jon Postel e Danny Cohen,
nasceu com a finalidade de fazer o roteamento de pacotes por meio das várias redes existentes. Em
1981 foi publicado o TCP/IP, padrão de comunicação que se tornou a base para criação de outras
redes. Nascia o IP versão quatro (IPv4). Como o endereçamento desse modelo era composto por 32
bits e suportava aproximadamente 4,3 bilhões de endereços, iniciaram-se estudos para ampliar a
capacidade do protocolo. Dados da Internet Assigned Numbers Authoriry (Iana) apontam que 68%
dos endereços disponíveis já foram consumidos. Além de disponibilidade, os engenheiros também
buscavam maior qualidade de serviço, facilidades de gerenciamento de endereços, segurança e
aproveitamento das novas arquiteturas de hardware. Em julho de 1994, o Internet Engineering Task
Force aprovou um novo modelo de endereçamento, o IPv6. No entanto, o próprio mercado tratou de
criar alternativas tecnológicas que atualmente dão total suporte ao IPv4, não justificando uma
migração para o novo protocolo. No Brasil, apenas alguns órgãos do governo e a Rede Nacional de
Pesquisa testam o protocolo. In. http://www.cbeji.com.br/br/novidades/artigos/main.asp?id=3984
acesso em 1º de Junho de 2007.
[x] O software Java permite a execução de aplicativos denominados "applets", que são escritos na
linguagem de programação Java. Esses applets permitem que você joque on-line, converse com
pessoas no mundo inteiro, calcule a taxa de juros de um empréstimo e veja imagens em 3D. As
empresas também usam applets para aplicativos de intranet e soluções de e-business. In.
www.sun.com.br acesso em 16 de maio de 2007
[xi] A plataforma Jini é baseada na inovadora tecnologia Plug and Play, que permite que os
dispositivos se reconheçam mutuamente e troquem informações sobre seus recursos sem a
necessidade de drivers. www.javaman.com.br/apres/java&jini/index.html acesso em 16 de maio de
2007
[xii] In. CASTELLS, Manuel. Op.cit p. P. 90
[xiii] Neste sentido, BARBOSA, Marco Antonio. Poder na sociedade da informação. In: PAESANI,
Liliana Minardi (Coord.). O direito na sociedade da informação. São Paulo: Atlas, 2007. p.47: "O
que busca a indústria da informação é afirmar algum tipo de monopólio sobre a informação, extraindo
dela rendas que permitem a acumulação. O objeto visado de controle são as fontes de informação e
os meios de acesso. A informação passa de recurso social à mercadoria."
[xiv] CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede - a era da informação: economia, sociedade e
cultura. V.1, 8. ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2005. p.119.
[xv] Ibidem. p.120.
[xvi] WALD, Arnoldo. Um novo direito para a nova economia: a evolução dos contratos e o código
civil. In: DINIZ, Maria Helena; LISBOA, Roberto Senise (Coord.). O direito civil no século XXI. São
Paulo: Saraiva, 2003. p.74.
[xvii] DUPAS, Gilberto. Ética e poder na sociedade da informação. 2. ed. São Paulo: Editora
UNESP, 2001. p. 24.
[xviii] CASTELLS, Manuel. op.cit. p.132.
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