Relação entre Composição Florística e Solo em
um Remanescente de Mata Atlântica, na Área
do Entorno da Pequena Central Hidrelétrica
Luiz Dias, Itajubá/MG
Caroline Fernandes - UNIFEI/CERPCH.
Eliane Melloni - UNIFEI.
Marcus Prado - UNIVERSITAS
Introdução
• Para Martins et. al (2003), em fragmentos de Floresta
Estacional Semidecidual localizados em regiões de
relevo acidentado, alterações na distribuição da
vegetação arbórea ao longo de gradientes topográficos
e suas relações com fatores edáficos necessitam ser
analisadas visando a definição de estratégias para
conservação e manejo desses remanescentes.
• Em áreas de PCH’s, o conhecimento das interações
entre as formações florestais e os fatores abióticos, é
uma importante ferramenta de manejo, atuando de
forma preventiva contra o desenvolvimento de
processos erosivos, que podem ocasionar o
assoreamento do rio e do reservatório.
PCH Luiz Dias
• A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Luiz Dias
está localizada no rio Lourenço Velho, no
município de Itajubá – MG.
Objetivo
O objetivo deste trabalho é relacionar
solo e composição florística através do
estudo de três parcelas distintas,
localizadas em um remanescente de
Mata Atlântica, inserida na área de
entorno da PCH Luiz Dias.
Metodologia
Área de Estudo
Casa de
Máquinas
1000
990
C
980
B
Área de
estudo
Barragem
Altitude (m)
970
960
950
A
940
930
920
910
900
890
0
50
100
150
Distância (m)
200
250
Metodologia
Delimitação da Parcelas
• Dimensões de 6x20m
C
B
A
• De acordo com o
princípio estabelecido
por Causton (1998)
Metodologia
Identificação da Composição Florística
• Em cada parcela foram marcadas e identificadas as
espécies com CAP igual ou superior a 10 cm.
• Os indivíduos foram identificados em campo, com a
ajuda de um funcionário da PCH Luiz Dias, que
reside na região, ou, tiveram material botânico
coletado para posterior identificação.
Metodologia
Coleta e Análise de Solo
Horizonte A
Horizonte B
Horizonte C
Resultados
Composição Florística
• Foram encontradas 23 espécies, pertencentes a
20 gêneros e 15 famílias.
• Das 15 famílias encontradas, 11
representadas por apenas 1 espécie.
foram
• Das 23 espécies, apenas 2 foram encontradas
nas três parcelas, sendo 8 encontradas em
duas e 13 em apenas uma.
Parâmetros Fitossociológicos
Espécies
N°
NP
AB
DA
FA
DoA
DR
FR
DoR
IVI
Pla rei
5
2
0,775
0,0139
0,6667
0,00215
6,9444
5,7143
35,3558
48,0146
Ana Mac
7
3
0,247
0,0194
1,0000
0,00069
9,7222
8,5714
11,2682
29,5619
Cas gos
12
3
0,090
0,0333
1,0000
0,00025
16,6667
8,5714
4,1058
29,3439
Cord sel
6
2
0,231
0,0167
0,6667
0,00064
8,3333
5,7143
10,5383
24,5859
Cop lan
9
2
0,043
0,0250
0,6667
0,00012
12,5000
5,7143
1,9617
20,1760
Pip gon
5
2
0,128
0,0139
0,6667
0,00036
6,9444
5,7143
5,8394
18,4981
Cro uru
3
2
0,170
0,0083
0,6667
0,00047
4,1667
5,7143
7,7555
17,6364
Myr tom
5
2
0,023
0,0139
0,6667
0,00006
6,9444
5,7143
1,0493
13,7080
Oco pul
3
2
0,064
0,0083
0,6667
0,00018
4,1667
5,7143
2,9197
12,8007
Mac Açu
1
1
0,164
0,0028
0,3333
0,00046
1,3889
2,8571
7,4818
11,7278
Jac spi
2
2
0,006
0,0056
0,6667
0,00002
2,7778
5,7143
0,2737
8,7658
Sya rom
2
1
0,036
0,0056
0,3333
0,00010
2,7778
2,8571
1,6423
7,2773
Ing sés
2
1
0,022
0,0056
0,3333
0,00006
2,7778
2,8571
1,0036
6,6386
Cro flo
1
1
0,048
0,0028
0,3333
0,00013
1,3889
2,8571
2,1898
6,4358
Ape tib
1
1
0,039
0,0028
0,3333
0,00011
1,3889
2,8571
1,7792
6,0252
Zan rho
1
1
0,035
0,0028
0,3333
0,00010
1,3889
2,8571
1,5967
5,8427
Ana per
1
1
0,020
0,0028
0,3333
0,00006
1,3889
2,8571
0,9124
5,1584
Cni pub
1
1
0,016
0,0028
0,3333
0,00004
1,3889
2,8571
0,7299
4,9760
Lon gui
1
1
0,015
0,0028
0,3333
0,00004
1,3889
2,8571
0,6843
4,9303
Ast fra
1
1
0,011
0,0028
0,3333
0,00003
1,3889
2,8571
0,5018
4,7479
Zey tub
1
1
0,005
0,0028
0,3333
0,00001
1,3889
2,8571
0,2281
4,4741
Rol sil
1
1
0,002
0,0028
0,3333
0,00001
1,3889
2,8571
0,0912
4,3373
Cas syl
1
1
0,002
0,0028
0,3333
0,00001
1,3889
2,8571
0,0912
4,3373
Resultados
Composição Florística
Similaridade de Jaccard (Sj)
Similaridade de SØrensen (Ss)
AeB
BeC
AeC
AeB
BeC
AeC
0,20
0,33
0,13
0,50
1
0,29
Diversidade
Parcela
H’
J’
A
1,85 0,89
B
2,78 0,96
C
2,23 0,89
Resultados
Análise de Solos
Parcela
Areia
(%)
29
28
29
A
B
C
Parc.
pH
P
K
Ca2+
Silte
(%)
21
21
26
Mg2+
Al3+
Argila(%) Classificação Textural
50
51
45
H+Al
SB
Argilosa
Argilosa
Argilosa
CTC(t)
CTC(T)
V
cmolc/dm³
mg/dm³
m
MO
%
P-rem
mg/L
A
5,1
3,4
81
2,2
1,5
0,5
6,3
3,9
4,4
10,2
38,3
11
3,7
25,2
B
5,1
3,7
95
2,0
1,8
0,5
6,3
4,0
4,5
10,3
39,1
11
3,4
24,4
C
4,8
3,4
137
1,4
1,2
0,9
7,0
3,0
3,9
9,9
29,6
23
3,0
23,0
Relação entre Solo e
Composição Florística
• Verificou-se a presença de gradiente edáfico e
topográfico, do topo para a base do morro,
envolvendo redução do teor de alumínio e da
declividade e aumento da fertilidade química e
da fração argila.
C
B
A
Relação entre Solo e
Composição Florística
• As espécies Anadenanthera macrocarpa, Piptadenia
gonoacantha, Zeyheria tuberculosa, Casearia sylvestris e
Syagrus romanzoffiana foram as mais abundantes na parcela
C, de maior declividade e solo menos fértil.
• As espécies Platycyamus regnellii e Anadenanthera
macrocarpa estão correlacionadas positivamente com a
declividade, pois à medida que esta aumenta, aumenta a
densidade dessas espécies. Da mesma forma as espécies
Copaifera
langsdorffii
e
Cordia
sellowiana
estão
correlacionadas negativamente com a declividade, sendo a
primeira típica de matas ciliares.
Conclusões
• A distribuição das espécies nas três parcelas está
correlacionada com as variações da fertilidade, acidez e
textura do solo e da declividade.
• As espécies que foram mais abundantes na parcela C, com
solo menos fértil e mais ácido, podem ser indicadas para
recuperação de áreas com solos de atributos semelhantes.
• O manejo adequado dessas espécies constitui uma
ferramenta importante contra o desenvolvimento de
processos erosivos e assoreamento do rio e do reservatório.
Referências Bibliográficas
• CAUSTON, D. R. An introduction analysis, principles,
practice and interpretation. Lodon: Unwin Hyman, 1998.
342p.
• MARTINS, S.V. et al. Distribuição de espécies
arbóreas em um gradiente topográfico de Floresta
Estacional Semidecidual em Viçosa, MG. Scientia
forestalis, n. 64, p. 172 – 181, dez 2003.
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