UM OLHAR SOBRE 2014
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REVISTA
CONFEDERAÇÃO
DA CONSTRUÇÃO
E DO IMOBILIÁRIO
DE LÍNGUA OFICIAL
PORTUGUESA
REVISTA
Índice
Pág. 05 Mensagem do Presidente
Pág. 07 Encontro de Primavera CIMLOP 2014 | ANGOLA
08 Visita à Baía de Luanda
10 Visita à Centralidade do Kilamba
11 Reunião de Primavera da CIMLOP
12 Conferência Internacional
Pág. 13 Visita ao Brasil
14 VI ENBRACI/CIMI 2014/ III CONVENSI
15 Encontro no SECOVI-SP – São Paulo
17 Artigo de Opinião - Sérgio Sobral
19 Artigo de Opinião - Celso Luiz Petrucci
20 Artigo de Opinião - Flávio Amary
Pág. 21 Encontro de Outono CIMLOP 2014 | PORTUGAL
22 Reunião de Direção da CIMLOP
23 Jantar de Gala da CIMLOP
24 Rodada de Negócios
24 Seminário Nacional da APEMIP c/ participação de membros da CIMLOP
25 Artigo de Opinião - Luis Lima
26 Artigo de Opinião - Manuel Reis Campos
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REVISTA
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www.propertylop.com
www.cimlop.com
REVISTA
Mensagem do Presidente
MAIS UM PASSO NO SENTIDO DA CREDIBILIZAÇÃO
A CIMLOP – Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa,
nasceu em 2010, com o objetivo de criar, para os países aderentes, uma forma mais eficaz, segura e transparente de captar investimento e potenciar os mercados imobiliários
de cada um.
Esta é uma ambição que tem contado com o empenhado contributo de todos os membros
que integram esta Confederação, que conta já com a representação de Portugal, Angola,
Moçambique, Brasil, Cabo Verde e Guiné Bissau, que em conjunto têm levado a cabo uma
ação de divulgação das potencialidades dos mercados de todos os países.
O trabalho da CIMLOP tem vindo assim a ser reconhecido por diversas organizações e
entidades públicas e privadas nos diversos países onde está representada, e não só, que
assim realçam a importância da união de sinergias das associações que integram esta
Confederação, consolidando a sua importância através da criação de ferramentas, para
que os objetivos traçados sejam alcançados com o maior êxito possível.
Uma destas ferramentas passa a ser agora esta Revista Digital CIMLOP, que terá uma
periodicidade semestral, e que tem como objetivo principal promover e dar a conhecer as
ações e o trabalho desenvolvidos pela CIMLOP nos países lusófonos que a integram, bem
como dar informação sobre o estado dos mercados da Construção e do Imobiliário dos
respetivos países.
Desta forma, a CIMLOP adapta-se a novas tendências de comunicação, para melhor difundir as qualidades do mundo lusófono que conta com mais de 250 milhões de pessoas
espalhadas por todo o mundo!
Aproveito a oportunidade para desejar a todos um feliz ano de 2015, com votos de sucesso
e muita prosperidade!
Boas leituras,
O Presidente da CIMLOP
Luís Lima
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REVISTA
REVISTA
ENCONTRO
DE PRIMAVERA
CIMLOP 2014
| ANGOLA
A CIMLOP – Confederação da Construção e do Imobiliário de
Língua Oficial Portuguesa constitui-se formalmente em 2010,
em Angola, numa iniciativa de um grupo de associações empresariais de Angola, do Brasil e de Portugal, tendo em vista a captação de investimento nas áreas da construção e do imobiliário
para os países de origem das associações que a constituem,
na base de todos os países que têm o português como língua
oficial.
Quatro anos depois, a CIMLOP regressou ao país que a viu nascer para realizar o seu Encontro de Primavera de 2014, entre os
dias 12 e 15 de maio de 2014. A sua missão dividiu-se entre a
capital angolana, Luanda e a província de Benguela, onde decorria também a FIB – Feira Internacional de Benguela.
Legenda
A Comitiva da CIMLOP visitou a Baía de Luanda
As associações anfitriãs deste encontro foram a AECCOPA e a
APIMA, que acompanharam a comitiva em todos os momentos
programados.
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REVISTA
VISITA À BAÍA DE LUANDA
A comitiva da CIMLOP foi recebida em Luanda pelo administrador da Finicapital (que integra a Sociedade Baía de
Luanda), Miguel Carneiro, que fez uma apresentação sobre
o projeto Baía de Luanda, área que foi alvo de um processo complexo de requalificação urbanística e ambiental,
reconhecido internacionalmente, e que permitiu a criação
de novas vias de comunicação e o alargamento de toda a
frente marítima.
A Sociedade Baía de Luanda é uma parceria público-privada,
para a requalificação da Marginal, desenvolvida pelo Executivo em parceria com o sector empresarial angolano. A Obra
Pública de requalificação foi concluída e inaugurada a 28 de
Agosto de 2012, pelo Presidente da República, José Eduardo
dos Santos. Desde essa data, a nova frente marítima recebe
uma média diária de 2.500 utilizadores e foi, durante o último ano, palco de mais de 43 eventos públicos e privados,
que levaram à Baía mais de um milhão de pessoas.
área, encontram-se preparados para receber os primeiros
edifícios, terminada a criação de infraestruturas técnicas.
Nas parcelas, serão edificados prédios de 2.500 a 50 mil
metros quadrados ao longo da Baía de Luanda à disposição dos promotores, investidores institucionais, pequenas e médias empresas.
A parcela A encontra-se no extremo norte da Avenida 4
de Fevereiro, junto ao Porto de Luanda, correspondendo
a uma área de nove hectares, que avança para dentro da
Baía, no alinhamento da Praça 17 de Setembro, onde será
desenvolvido um pólo urbano que se antevê de eleição
para o estabelecimento do novo centro de negócios da cidade.
A Parcela 1 é composta por 2 edifícios de escritórios, 2 edifícios de uso misto e uma torre residencial sobre a água
que se destaca como marco arquitetónico na frente marítima da nova baía.
Localizada na entrada da Ilha do lado interior da Baía,
estende-se por 1,2 km ao longo da orla da Ilha com uma
largura média de 250 m.
A Parcela 3 tem cerca de 28 hectares que admitem 934.044
m2 de área de construção total, distribuídos entre 552.324
m2 de área de construção útil e 321.150 m2 de estacionamentos. Adicionam-se ainda 60.625 m2 de áreas comerciais.
A área máxima é de 140 metros, equivalente a 35 pisos. Estão previstos para esta parcela 57 macro-lotes para torres
residenciais, de escritório, áreas de comércio e hotelaria.
O projeto de requalificação da Baía de Luanda foi distinguido nos Estados Unidos pela International Waterfront
Association, uma instituição sem fins lucrativos que atribui prémios aos melhores projetos de requalificação de
frentes marítimas e ribeirinhas do mundo.
Os três lotes de terrenos postos à disposição na Baía de
Luanda, no âmbito da terceira fase de requalificação da
Baía de Luanda
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Membros CIMLOP recebidos na Administração da Cidade do Kilamba
VISITA À CIDADE DO KILAMBA
No âmbito do Plano Nacional de Urbanismo e Habitação,
o Executivo Angolano assegurou a construção de 14 novas
centralidades que vêm dar resposta a um conjunto de problemas que se verificam no país, tais como a necessidade
de reduzir o défice habitacional, a necessária descentralização, a necessidade da criação de condições de acesso à
habitação a preços comportáveis pelas famílias, a criação
de infraestruturas, de zonas de lazer, de equipamentos,
e, no que diz respeito à capital, Luanda, a necessidade de
aliviar a pressão sobre uma cidade que continua dimensionada para cerca de meio milhão de utilizadores, estando sem qualquer possibilidade de suportar a pressão dos
últimos anos.
A Comitiva da CIMLOP foi recebida numa destas novas
cidades, a Cidade do Kilamba Kiaxi, que é atualmente a
mais nova cidade de África. Esta receção foi feita por Oscar Veríssimo da Costa, representante da Administração
da Cidade do Kilamba, que esclareceu os presentes sobre
o intuito do projeto e o desenvolvimento desta cidade.
A cidade do Kilamba está localizada a cerca de 20 quilómetros a sul do centro da capital. O projeto foi concebido
para se desenvolver em três fases, com um total de 82 mil
apartamentos, numa área de 54 quilómetros quadrados. A
primeira pedra do empreendimento foi lançada no dia 31
de Agosto de 2008, sendo a cidade oficialmente inaugurada a 11 de Julho de 2011 pelo Presidente da República José
Eduardo dos Santos.
Esta nova centralidade surpreendeu bastante pela positiva
todos os presentes, devido à qualidade do ordenamento e
infraestruturas disponíveis à população de classe média-baixa / média, nesta cidade criada completamente de raiz.
A comitiva teve a oportunidade de visitar um andar modelo
desta centralidade, e confirmou as boas condições das habitações oferecidas à população angolana. O Presidente
foi ainda convidado a assinar o livro de Honra da Cidade
do Kilamba, onde parabenizou toda a estrutura pelo incrível trabalho desenvolvido em prol do sector habitacional
para os cidadãos angolanos.
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BENGUELA FOI O PALCO PRINCIPAL
DO ENCONTRO DE PRIMAVERA DA
CIMLOP.
REUNIÃO DE PRIMAVERA CIMLOP
A Direção da CIMLOP reuniu no dia 14 de maio, nas instalações do Hotel Mombaka, em Benguela, reunião esta que
contou com a honrosa presença do Senhor Vice Ministro
e Secretário de Estado do Urbanismo, Eng.º Manuel Clemente, que abriu oficialmente os trabalhos da CIMLOP, e
de Adriano João Silva, Diretor Nacional da Habitação, bem
como de empresários, portugueses e angolanos que tiveram a oportunidade de apresentar as suas empresas e trocar informações sobre as mesmas.
Neste encontro, os presentes tiveram a oportunidade de
aprofundar os seus conhecimentos sobre o mercado imobiliário português e Angolano. Miguel Ribeiro, da APIMA,
fez uma apresentação sobre a atualidade do sector, focando pontos como os valores médios de transação, as novas
centralidades, o mercado de escritórios e construção, e a
fiscalidade.
Também Vasco Reis, da APEMIP, focou alguns destes pontos
na sua abordagem ao mercado português, dando destaque à importância da captação de investimento estrangeiro para o país, nomeadamente por via de projetos como
o Programa de Autorização de Residência para Atividades
de Investimento ou o Regime Fiscal para Residentes não
Habituais. No final das apresentações houve um momento
de perguntas e respostas onde participaram membros presentes na audiência.
Neste encontro, o Presidente da CIMLOP, Luís Lima, aproveitou para agradecer a presença do Senhor Secretário
de Estado do Urbanismo, oferecendo-lhe uma pequena
lembrança e convidando-o a apadrinhar a entrega de uma
recordação deste encontro aos representantes das associações anfitriãs, a APIMA e a AECCOPA.
Governador da Cidade de Benguela recebeu os membros da CIMLOP
Presidente da CIMLOP oferece lembrança ao Secretário de Estado do Urbanismo, Manuel Clemente, convidando-o a
apadrinhar a entrega da recordação do encontro às associações anfitriãs, APIMA e AEECOPA.
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REVISTA
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL CIMLOP
– O Papel dos Fundos de Investimento Imobiliário
no desenvolvimento do Mercado Imobiliário e da
Construção
A ele seguiram-se Emílio Londa, Diretor do Departamento
de Estudos e Análises da Comissão de Mercado de Capitais
de Angola (CMC), e Francisco Brito, Chefe de Divisão do
Departamento de Supervisão dos Fundos de Investimento
que, por sua vez, abordaram a existência e o esquema dos
fundos de investimento em Angola, focando temas com o
papel dos FII no desenvolvimento dos sectores da construção e imobiliário, e a regulamentação dos FII no país.
A estas apresentações seguiu-se uma sessão de perguntas e respostas, onde os presentes tiveram oportunidade
de esclarecer as suas dúvidas sobre o tema em debate
com o painel de oradores.
A CIMLOP promoveu uma Conferência Internacional subordinada
ao tema “O papel dos Fundos de Investimento Imobiliário no desenvolvimento do Mercado Imobiliário e da Construção”.
A nota de boas vindas foi dada pelo Presidente da CIMLOP, que
realçou a importância deste tema, seguindo-se o Governador Provincial de Benguela, Isaac dos Anjos, que antes havia já recebido a
comitiva da CIMLOP no Governo Provincial de Bengela, e fez questão de fazer a abertura oficial desta Conferência e de demonstrar a
sua disponibilidade para apoiar a CIMLOP.
Feita a abertura oficial desta sessão, tomou a palavra o Eng.º Jorge
Madeira, da Caixa Geral de Depósitos, para falar sobre os fundos
imobiliários em Portugal. Numa apresentação bastante clara, Jorge
Madeira esclareceu os presentes fazendo uma breve abordagem
histórica sobre a existência de fundos imobiliários em Portugal
(cujo o primeiro registo remonta a 1964), e esclarecendo sobre o
que são fundos de investimento, as suas diferentes tipologias, o
seu esquema de funcionamento e diversos intervenientes, e situação atual dos fundos em Portugal (abertos, fechados e fundos de
investimento para arrendamento habitacional).
Branca do Espírito Santo, Presidente da APIMA, tomou
depois a palavra para proferir uma breve nota de agradecimento às entidades que promoveram este certame, passando depois a palavra ao Senhor Vice Ministro Secretário
de Estado da Construção, Ilidio de Jesus Braz Martins, que
fez o encerramento oficial deste conferência, abordando a
situação do país no que ao sector da construção diz respeito, focando pontos como a construção de novas centralidades e infraestruturas que visam a melhoria das condições de vida da população. O Secretário de Estado realçou
ainda o trabalho desempenhado pela CIMLOP, na promoção dos mercados dos países que a integram, e revelou a
sua disponibilidade em colaborar com esta Confederação,
naquilo que fosse necessário.
Legenda
CIMLOP promove Conferência Internacional sobre o tema “O papel dos fundos de Investimento
Imobiliário no desenvolvimento do Mercado Imobiliário e da Construção”
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FORTALEZA
E SÃO PAULO
| BRASIL
VI ENBRACI/CIMI 2014/ III CONVENSI
A convite do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (COFECI-CRECI), o Presidente da CIMLOP, Luís Lima, marcou presença
no VI ENBRACI / CIMI 2014 / III CONVENSI, a sua convenção anual
que em 2014 decorreu entre os dias 15 e 17 de setembro, na capital do estado do Ceará, Fortaleza, Brasil.
Acompanhado por um alto representante do Grupo Caixa Geral
de Depósitos, o Presidente da CIMLOP participou neste encontro
que contou com a presença de milhares de profissionais do sector imobiliário.
Legenda
Vasco Reis, Secretário da CIMLOP; Armando Cavalcante, Presidente do CRECI-Ceará; Luís Lima,
Presidente da CIMLOP; João Teodoro, Presidente do COFECI-Creci; Sérgio Sobral, Vice-Presidente
da CIMLOP e José Gonçalves, Director da Direção de Financiamento e Negócio Imobiliário da CGD
O Centro de Eventos de Fortaleza esteve lotado na abertura oficial
do evento, que abriu com as palavras do presidente do Conselho
Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (CRECI-CE), Apollo
Albuquerque, que acolheu e deu as boas vindas aos congressistas, passando a palavra ao Tesoureiro do Conselho Federal de
REVISTA
Legenda | José Gonçalves, Director da Direção de Financiamento e Negócio Imobiliário da CGD; Luís Lima, Presidente da CIMLOP e Sérgio Sobral, Vice-Presidente da CIMLOP
Corretores de Imóveis (COFECI), e Presidente da Convensi, António Armando Cavalcante, que agradeceu a presença de todos
os presentes naquele evento.
O Presidente da CIMLOP foi então chamado ao palco, onde teve
a oportunidade de congratular o Sistema COFECI-CRECI por mais
um congresso, dirigindo um agradecimento especial ao Presidente do COFECI, João Teodoro da Silva, pelo convite que lhe foi
dirigido e pela hospitalidade com que fora recebido na cidade
de Fortaleza.
PRESIDENTE DA CIMLOP VISITA SECOVI-SP
No seguimento da sua visita ao Brasil, o Presidente da CIMLOP
deslocou-se a São Paulo, onde visitou as instalações do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração
de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (SECOVI-SP),
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ROTA DE INVESTIMENTO LUSÓFONO
PASSA PELO BRASIL
uma das maiores associações empresariais da América Latina, onde teve oportunidade de testemunhar o interesse
crescente do mercado brasileiro nos mercados internacionais,
nomeadamente em Portugal, muito por via do programa de
Autorização de Residência para Atividades de Investimento.
Nesta visita, Luís Lima teve a oportunidade de reunir com o
Presidente do SECOVI, Cláudio Bernardes, o Presidente do
Conselho Consultivo, João Crestana e o vice-presidente do
interior, Flavio Amary, que desempenhava funções de Presidente em Exercício, tendo sido convidado para participar
num encontro com a Corregedoria Geral da Justiça que foi
promovido pelo SECOVI-SP, na sua respetiva sede, sendo um
momento importante para conhecer melhor os contornos e
funcionamento do mercado brasileiro.
Legenda | Comitiva da CIMLOP visitou o empreendimento Jardim das
Perdizes, na cidade de São Paulo
Uma vez mais, o Presidente da CIMLOP fez-se acompanhar
por José Gonçalves, Grupo Caixa Geral de Depósitos.
Neste seguimento, e para dar a conhecer à comitiva portuguesa o que de melhor se faz no sector imobiliário na cidade
de São Paulo, os anfitriões do SECOVI organizaram uma visita ao empreendimento Jardim das Perdizes, um dos maiores
desenvolvidos na cidade, com uma área de 250.000 m2 e
50.000 de área verde. A estrutura contará com um parque
central com 44 mil m2, três praças verdes, e nove ruas que
organizarão o bairro, e 32 torres, sendo que as residenciais
estão dividas em condomínios independentes.
Este empreendimento impressionou pela sua dimensão e
características, que foram bem reveladores da qualidade e
empenho do sector da construção e imobiliário no Brasil.
Legenda | João Crestana, Presidente do Conselho Consultivo do SECOVI-SP; Luís Lima, Presidente da
CIMLOP e Flavio Amary, Vice-presidente do Interior do SECOVI-SP e membro da CIMLOP, em encontro
na sede do SECOVI, São Paulo
ARTIGOS DE OPINIÃO
REVISTA
Sérgio Sobral
Diretor Secretário do COFECI e Vice-Presidente CIMLOP/COFECI
Tendências do
Mercado Imobiliário
no Brasil em 2015
Neste ano o boom do mercado imobiliário, propiciado por mudanças na legislação a partir de 2005, vai completar uma década.
Com as medidas legais implementadas pelo governo federal a
partir de 2004, houve uma retomada histórica em nosso segmento. Recursos para o crédito imobiliário voltaram com fartura
ao mercado, tanto nos bancos públicos como no sistema financeiro privado. Associado a outros fatores intrínsecos àquele cenário, a ampla oferta de crédito aqueceu o setor e trouxe de volta
ao primeiro plano o acalentado sonho da casa própria.
Com um déficit habitacional estimado, à época, em onze milhões
de unidades, muitos lançamentos, financiamento em abundância, disponíveis também para a aquisição de imóveis usados, e
clientes ávidos por conquistar uma propriedade os preços subiram em escala geométrica. O valor médio do metro quadrado no
Brasil elevou nosso país a um patamar equiparável ao do primeiro
mundo frente ao mercado imobiliário internacional.
A aceleração dos valores chegou a gerar especulações sobre uma
possível bolha imobiliária nos trópicos, num equivocado paralelo
com o mercado norte-americano. Os boatos passaram, mas as
condições começam a mudar em decorrência de outros fatores.
As mudanças, entretanto, alteram também a temperatura do
nosso setor.
Um dos indicadores que já se tornou consenso: os preços dos
imóveis no Brasil já atingiram o teto aceitável pelo atual poder
aquisitivo e não há mais espaço imediato para novos aumentos.
A estabilização de valores que vimos assistindo desde o final de
2013 deve persistir, fazendo com que possíveis correções apenas
acompanhem os avanços inflacionários. Quem aumentar preço,
para comercialização ou locação, poderá ver seu produto “na prateleira” por um longo período.
Por outro lado, não há indicadores de que haverá queda nos
preços, o que se constitui em tranquilidade para os investidores
do mercado. A valorização imobiliária não é atingida por esse
processo de estabilização de preços porque os fatores que a promovem nada têm a ver com o atingimento do ápice do poder
aquisitivo.
Enquanto muitos atribuem os valores alcançados no Brasil à
mera especulação há outra interpretação cabível, baseada em
dados históricos. O segmento imobiliário brasileiro estava estag-
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REVISTA
ARTIGOS DE OPINIÃO
Sérgio Sobral
Diretor Secretário do COFECI e Vice-Presidente CIMLOP/COFECI
nado há anos, desde a extinção do BNH (Banco Nacional de Habitação) em 1986. As iniciativas isoladas de investimento e construção da casa própria foram sufocadas pelo confisco do dinheiro
no Plano Collor, em 1990. A falta de segurança jurídica para a
aquisição de imóveis diretamente com os construtores também
afastou os possíveis compradores.
Mas a partir da década passada o governo federal reinseriu programas e políticas habitacionais entre suas prioridades. Assim,
após longo e tenebroso inverno, veio a primavera para o mercado
imobiliário. A conjuntura, favorável, foi contagiada por uma euforia que levou a uma valorização em cadeia. Os imóveis, insumos,
mão de obra, terrenos. Tudo subiu de preço nessa cadeia que, reaquecida, passou a responder por 18% do PIB brasileiro. Agora, é
hora de rever custos e valores.
O cenário, em 2015, indica que o setor imobiliário deverá se concentrar na comercialização das propriedades que já estão prontas.
Os lançamentos serão poucos e pontuais. Para apimentar ainda mais este cenário, a Caixa Econômica Federal elevou os juros
para financiamento imobiliário e o governo federal aumentou
os custos dos empréstimos bancários, inclusive os destinados à
compra de imóveis.
Esse novo cenário aponta para a valorização da criatividade. Alternativas como consórcio imobiliário, o financiamento direto,
entre outras, poderão retomar o espaço que já ocuparam. Enfim,
os ingredientes de que dispomos, no momento, disparam um
sinal de alerta. Mas a história ressalta: as crises podem gerar sequelas, mas também geram muitas oportunidades.
ARTIGOS DE OPINIÃO
REVISTA
Celso Luiz Petrucci
Economista-chefe do Secovi-SP
Financiamento
imobiliário
na visão de quem
produz
Daí para frente, o que vimos foi o retorno do apetite dos agentes
financeiros em conceder financiamentos imobiliários e o início de uma saudável competição para melhorar as condições
de financiamentos entre os bancos, com taxas de juros mais
baixas e prazos mais alongados.
Quando penso nas perspectivas do crédito imobiliário para
os próximos anos, uma cena de 15 anos atrás me vem à cabeça: uma reunião em 2001, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro,
na maravilhosa casa sede da ADEMI-RJ, com o ex-presidente
do BNH (Banco Nacional da Habitação), José Maria Aragão.
Eram tempos difíceis para os financiamentos, pois os bancos
não queriam e não gostavam de financiar empresas e pessoas
físicas em função da falta de garantia e, principalmente, do
quase total desconhecimento do setor imobiliário sobre o
mecanismo de compensação dos créditos dos bancos junto
ao FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salarias), que
foram “vendidos” em 1995/1996 dentro do PROER (Programa
de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional). No ano de 2001, os recursos da caderneta de poupança
financiaram 35.768 unidades e, em 2002, ano que o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) atingiu o fundo
do poço, foram financiadas 28.932 unidades - ou seja, quase
nada diante das necessidades habitacionais da época.
Fato marcante posterior foi a proposta de um novo marco regulatório pela equipe do então presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, em 2004, convertida na Lei 10.931, conhecida como a
Lei do Patrimônio de Afetação.
Para melhor ilustrar esse ciclo virtuoso, vale a pena conhecer a
evolução dos números de concessão de financiamentos com
recursos do SBPE, da caderneta de poupança. Em 2004, por
exemplo, foram financiadas 53,8 mil unidades, com a aplicação de R$ 3,002 bilhões. Esses números foram crescendo ano
a ano e, em 2013, chegaram ao total de 492,9 mil unidades
financiadas, com a aplicação de R$ 109,177 bilhões.
Em 2014, segundo informações da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), até o
mês de outubro foram financiadas mais de 447 mil unidades,
com a aplicação de R$ 93,227 bilhões.
Não vemos problemas de falta de recursos para o financiamento do crédito imobiliário para os próximos anos. Ao contrário, a baixa inadimplência e a insistência de os brasileiros
anteciparem o pagamento de suas dívidas refletem na saúde
do sistema e mostram que o apetite dos bancos continuará
forte para essas operações de crédito, em função de sua garantia e liquidez. O que nos preocupa mais, no atual momento,
são as condições econômicas do País para devolver ao mercado imobiliário a pujança dos últimos anos. É nisso que temos
que ficar de olho!
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REVISTA
ARTIGOS DE OPINIÃO
Flávio Amary
Vice-presidente do Interior do Secovi-SP
e membro da diretoria da CIMLOP
Carnaval,
Copa do Mundo,
Eleições e seus
efeitos negativos
O ano de 2014 não deixará boas lembranças para os brasileiros. “Crescimento” econômico próximo de zero, inflação
acima da meta proposta pela equipe econômica, tendência
de alta nas taxas de juros e desequilíbrio fiscal com gastos públicos elevados.
Junte-se a isso carnaval tardio, com inicio no mês de março,
copa do mundo, que não trouxe o efeito econômico esperado
e paralisou o País. Somando a tudo isso, ainda tivemos a mais
disputada eleição presidencial dos últimos 25 anos e, com ela,
grande incerteza econômica.
A conjuntura política e econômica levou à queda acentuada
no índice de confiança do consumidor e várias decisões de
compras foram postergadas em todos os setores, inclusive o
imobiliário.
Registramos queda nos lançamentos e nas vendas de imóveis
novos em praticamente todas as regiões de nosso País. Essa
desaceleração, porém, pode ser analisada sob o enfoque de
ajuste nos preços e de equilíbrio nos estoques. É certo que a
valorização imobiliária dos últimos anos não poderia continuar no mesmo ritmo, pois se tornaria insustentável.
Portanto, esse período tem o seu lado positivo e que deve
ser percebido em uma valorização imobiliária mais próxima
da inflação. Além de se traduzir em boas oportunidades de
negócios àqueles que procuram comprar o primeiro imóvel,
pois há recursos disponíveis para financiar a aquisição e as taxas de juros ainda estão atrativas.
Em matéria de emprego, os dados de 2014 não foram tão
bons quanto os do ano anterior. Caíram os índices de geração
de novos postos de trabalho, e o medo do desemprego não
assusta, assim como a inadimplência do crédito imobiliário,
que se mantém em 1,6%.
Agora, o período é de ajustes econômicos, com esperada retomada econômica no segundo semestre. A valorização do
dólar e o estoque mais alto de imóveis novos podem ser ótimas oportunidades de investimentos para estrangeiros.
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ENCONTRO DE
OUTONO DA
CIMLOP
| LISBOA
O Encontro de Outono da Direção da Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP), decorreu nos dias 9 e 10 de outubro em Lisboa, em paralelo com
o Salão Imobiliário de Portugal 2014 (SIL 2014) e proporcionou
um momento extraordinário para a divulgação das potencialidades do sector da construção e do imobiliário, num mercado
tão vasto e diversificado como é o dos Países de Língua Oficial
Portuguesa.
Esta diversidade dos mercados da lusofonia é uma grande riqueza e os encontros da Direção da CIMLOP, são momentos de
troca de informações fundamentais para que se possam aproveitar as sinergias possíveis no encontro de cada mercado que
compõe este universo, sempre com benefícios multilaterais.
Legenda
Conferência Internacional “O que procuram os maiores investidores estrangeiros
no imobiliário português?
Neste encontro, ficou definido o calendário das reuniões de
Primavera e de Outono para o ano de 2015, ficando estabelecido que o Brasil receberá a primeira reunião da CIMLOP do ano,
desta vez em São Paulo, Brasil.
REVISTA
O encontro de Outono terá lugar no país de origem do Presidente, neste caso Portugal, e decorrerá uma vez mais no
âmbito do Salão Imobiliário de Portugal.
JANTAR DE OUTONO
No âmbito deste encontro, decorreu o habitual Jantar de
Outono da Direção da CIMLOP que se realizou no Palácio
da Azurara, que data do Séc. XVII e que foi restaurado com
a colaboração do Arquiteto Raul Lino. Neste edifício tem
também lugar o Museu de Artes Decorativas Portuguesas.
O jantar, que se seguiu de uma visita guiada pelo Palácio,
contou com a presença do Senhor Secretário de Estado
Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias, que testemunhou a importância do trabalho levado a cabo por esta
Confederação.
Neste jantar, tomou a palavra o Presidente da CIMLOP,
Luís Lima, que agradeceu a presença de todos, destacando a importância das relações entre os países de Língua
Oficial Portuguesa, nomeadamente no sector imobiliário,
que se revela como um mercado de múltiplas oportunidades.
Legenda | Luís Lima, Presidente da CIMLOP, discursa no Jantar de Outono que teve lugar
no Palácio da Azurara, em Lisboa
“O sector imobiliário pode ser e é uma pedra angular para
o crescimento e para o desenvolvimento das respetivas
economias e para confirmar como esse estado de boa saúde pode contagiar outras paragens deste universo lusófono, por ação da influência positiva que uma Confederação
como a CIMLOP pode exercer, potenciando sinergias em
rede”, declarou o Presidente, que realçou ainda que “a
internacionalização do sector é uma necessidade insubstituível, cuja consolidação exige esforços públicos concertados, não podendo ser realmente competitiva se apenas
contar com a generosa cumplicidade financeira privada”.
Para acompanhar a sobremesa, os convidados puderam
ainda desfrutar da magnífica atuação da fadista Vanda Junot, que interpretou alguns dos fados portugueses mais
populares.
A diversidade dos mercados da lusofonia é, como se fez
notar, uma enorme riqueza que se reflete nos encontros
da Direção da CIMLOP!
Legenda | Leonardo Mathias, Secretário de Estado da Economia de Portugal, discursa no Jantar
de Outono da CIMLOP
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LISBOA PROMOVE A DINAMIZAÇÃO
DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO E DO
IMOBILIÁRIO DOS PAÍSES DE LÍNGUA
OFICIAL PORTUGUESA
RODADA DE NEGÓCIOS
A presença da CIMLOP em Portugal foi também mote para
a promoção de uma Rodada de Negócios, organizada pela
Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação
Imobiliária de Portugal (APEMIP) e pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN),
com o apoio da CIMLOP e da Fundação AIP.
Esta “Rodada de Negócios” contou com centenas de empresários, e voltou a dar corpo a uma das principais vocações desta estrutura confederativa, que visa a dinamização da atividade económica da fileira da Construção e do
Imobiliário dos Países de Língua Oficial Portuguesa, e por
esta via, das próprias economias destes países, harmonizando a informação sobre a oferta e a procura imobiliárias
no vasto espaço da lusofonia.
SEMINÁRIO NACIONAL DA APEMIP COM CASA CHEIA
A APEMIP, associação integrante da CIMLOP e anfitriã deste encontro em Lisboa, aproveitou a sua participação no
Salão Imobiliário de Portugal 2014, que decorreu na FIL,
entre 8 e 12 de Outubro, para uma vez mais realizar o seu
Seminário Nacional.
Sob o tema “Investimento Estrangeiro no Imobiliário Português: As oportunidades que se abrem da Reabilitação
Urbana ao Turismo Residencial”, este Seminário reuniu
personalidades como o Secretário de Estado do Turismo
de Portugal, Adolfo Mesquita Nunes; Manuel Salgado,
vereador da Câmara Municipal de Lisboa; Pedro Megre,
Director-Geral da União de Créditos Imobiliários e Pedro
Almeida e Sousa, da Telles de Abreu, Advogados.
Legenda | Reunião de Outono da Direção da CIMLOP, em Lisboa
Legenda | Rodada de Negócios organizada pela APEMIP e pela AICCOPN, com o apoio da CIMLOP
e da Fundação AIP
REVISTA
Legenda | Sérgio Sobral, Vice-presidente da CIMLOP discursa na Conferência Internacional promovida em Lisboa
O Secretário de Estado do Turismo, que abriu esta Conferência, declarou que “o turismo é uma das formas mais
virtuosas de pôr o imobiliário a crescer” pelo seu papel na
captação de investimento estrangeiro, e dirigiu-se ainda
às vozes críticas que acusam o país de receber “turismo a
mais”, declarando que “há quem fale em turismo de massas, mas a verdade é que os turistas estão cá a deixar as
suas massas”. Adolfo Mesquita Nunes afirmou ainda que
é necessário saber divulgar os programas de que o país
dispõe para a captação de investimento estrangeiro.
O Seminário Nacional da APEMIP incluiu ainda um painel
de debate subordinado ao tema “O que procuram os maiores investidores estrangeiros no imobiliário português: a
perspetiva de Angola, Brasil, China e França”, que contou
com a presença de Alain Duffoux, Presidente do Syndicat
National des Professionnels de L’immobilier em representação de França; Miguel Ribeiro, em representação de
Branca do Espírito Santo, Presidente da Associação dos
Profissionais Imobiliários de Angola - APIMA; Cláudio
Bernardes, Presidente do SECOVI-SP e Sérgio Sobral, em
representação de João Teodoro da Silva, Presidente do
Sistema COFECI-CRECI, que falaram sobre a perspetiva do
Brasil; e de Zhu Zhanhong, Conselheiro do Presidente da
APEMIP para assuntos do Oriente, em representação da
China.
A participação de membros da CIMLOP de Angola e do
Brasil neste painel de debate, mostrou bem a força deste
espaço económico de mais de 250 milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo.
No encerramento da Sessão tomou a palavra o Presidente da APEMIP e da CIMLOP, Luís Lima, que declarou que
o trabalho da captação de investimento deve “ser mais e
melhor, e em parceria com mercados estratégicos como é
o dos países de língua oficial portuguesa, de forma a permitir que as empresas estejam preparadas para enfrentar
o futuro” e recordou que “o mercado imobiliário é cíclico,
pelo que devemos aproveitar com inteligência e muito
trabalho a boa maré de hoje, para que seja mais simples
aguentar o barco quando marés piores se aproximarem”.
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REVISTA
ARTIGOS DE OPINIÃO
Luis Lima
Presidente da CIMLOP
As tendências
para 2015 no
sector imobiliário
português
As tendências para o sector imobiliário português em 2015
deverão seguir em continuidade com o verificado em 2014.
Alicerçado em programas como a Autorização de Residência
para Atividades de Investimento e no Regime Fiscal para Residentes não habituais, o investimento estrangeiro deverá
manter-se como uma das prioridades do sector, que continuará a trabalhar no sentido de divulgar o país e o sector
além-fronteiras.
O ano de 2014 foi excecional no que ao investimento estrangeiro diz respeito, e esta dinâmica deverá manter-se no próximo ano. O grande objetivo será desta vez conseguir descentralizar este investimento, que se tem focado muito na cidade
de Lisboa ou na região do Algarve, e dirigi-lo para outros pontos do país.
Também a Reabilitação Urbana deverá ser uma das principais tendências para 2015, esperando-se que haja uma reconhecimento cada vez mais consensual da sua importância,
que confirme que o crescimento económico passa pela recuperação do sector imobiliário, através da requalificação das
cidades e da reabilitação dos edifícios, levando, por sua vez,
à dinamização da economia à diminuição do desemprego e
ao crescimento do PIB. Portugal tem vindo a descurar esta
obrigação e é hoje um dos países europeus o que menos tem
apostado nesta área, sendo necessário inverter esta tendência.
Espero que o ano de 2015 seja, finalmente, o verdadeiro ano
da Reabilitação Urbana e que seja uma das prioridades a adotar pelo sector e pelo país.
O mercado imobiliário português tem algo que muitos outros não têm e que se prende com a credibilidade do valor
dos nossos ativos, que apresenta uma crescente tendência de
valorização. Este fator, aliado ao facto de não termos passado
por uma bolha imobiliária e à qualidade da nossa construção,
faz com que se abram novas potencialidades com projetos
de Reabilitação urbana, quase sempre associados a projetos
muitos interessantes de Turismo Residencial, que fazem do
nosso imobiliário um bom refúgio para os investimentos.
ARTIGOS DE OPINIÃO
REVISTA
Manuel Reis Campos
Vice-Presidente da CIMLOP
2015: O ano
da concretização
das promessas
adiadas
Dar à Reabilitação Urbana uma dinâmica nacional, captar
mais investimento estrangeiro, executar os fundos comunitários do QREN ainda disponíveis, concretizar o Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas, implementar o
Programa Portugal 2020 e responder cabalmente ao desafio
corporizado pelo «Plano Juncker», são as metas que o Governo terá de assumir para que o ano de 2015 se possa traduzir
no esperado início de um novo ciclo.
Os instrumentos e as soluções existem e passam, necessariamente, pela Construção e pelo Imobiliário. Esta não é uma
particularidade do nosso País. É a Europa Comunitária que
o afirma, ao identificar o Setor como uma das alavancas imprescindíveis para alicerçar a produção de riqueza e a criação
de mais emprego, vetores essenciais para o desenvolvimento
sustentado das economias.
Estão em causa os fundos comunitários previstos no QREN e
ainda por utilizar – 4 mil milhões de euros, dos quais 2,2 mil
milhões estão alocados a infraestruturas e investimentos de
proximidade –, a que se juntam mais de 25 mil milhões de
euros do novo Portugal 2020. O «Plano Juncker», com o qual
se pretende lançar na economia europeia 315 mil milhões de
euros até final de 2017, no âmbito do qual Portugal já identifi-
cou projetos nos domínios das infraestruturas e da inovação,
necessários para o nosso desenvolvimento e competitividade
que totalizam 31,5 mil milhões de euros.
O cumprimento destes Planos é essencial, desde logo porque
o investimento público tem de ser um fator mobilizador do
investimento privado e os efeitos positivos da reabilitação urbana, o Programa dos Vistos “Gold”, bem como os resultados
obtidos pelo Regime dos Residentes Não Habituais não podem ser ignorados, mas, antes, devem ser potenciados.
As necessidades reais existem e, agora, o financiamento
pode, finalmente, vir a ser canalizado para o nosso País e, em
particular, para áreas como a Sustentabilidade, a Eficiência
Energética ou a Reabilitação Urbana, que será objeto da criação de um novo Instrumento Financeiro com uma dotação de
2,2 mil milhões de euros. Por isso, com a consolidação da tendência iniciada no último trimestre de 2014, seja ao nível do
investimento, do desemprego ou da diminuição do número
de insolvências no setor, as expectativas para o ano de 2015
têm de ser positivas.
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As tendências para 2015 no sector imobiliário português