ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5784 DE 22 DE OUTUBRO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
TINTAS
Empresas estão a recuperar
Paulo Figueiredo
◗ Reabilitação urbana contribui para a recuperação do sector
◗ As estratégias das empresas: Cin, Barbot, Robbialac,
Dyrup, Sika e Tintas 2000
◗ Fábrica da Peugeot Citroen já usou
143 mil litros de tinta este ano
II Diário Económico Terça-feira 22 Outubro 2013
TINTAS
Mercado das tintas
recupera depois de um
primeiro trimestre difícil
Empresas reconhecem recuperação a partir do segundo trimestre.
Eleições autárquicas e estratégias de internacionalização podem ter ajudado.
TEXTOS DE
IRINA MARCELINO
[email protected]
2
013 pode estar a ser um ano de
recuperação no sector das tintas. Factores como a dinamização do sector da reabilitação urbana ou do próprio mercado de
arrendamento podem ser alguns dos motivos para esta recuperação. Mas não só. As eleições autárquicas também contribuiram para que várias pequenas obras fossem feitas e, por isso, mais
tinta fosse utilizada. Isto quando se fala do
mercado interno mais directamente relacionado com a construção civil. No entanto, o
sector das tintas não depende totalmente do
sector da construção e das obras públicas.
Depende de outros, como é o caso do sector
industrial, do automóvel e mesmo dos estaleiros de navios. Nesta área, aliás, são várias
as marcas, normalmente internacionais, que
fazem concorrência no mercado português. É
o caso da Hempel ou da International, que foram contactadas pelo Diário Económico mas
que, até ao fecho da edição, não responderam.
Em geral, as empresas com que o Diário Económico falou não tiveram dúvidas sobre a necessidade de enfrentar a crise de frente. Por
isso, quase todas apostaram na internacionalização dos seus negócios, seja para África,
América Latina ou, até, para a Europa. Ainda
assim, os valores das exportações de tintas
portuguesas são bastante baixos: de acordo
com o Instituto Nacional de Estatística, exportamos menos do que importamos de Espanha, por exemplo.
Licenças para
reabilitar crescem
Até Junho a Câmara
Municipal de Lisboa emitiu
licenças para 114 projectos
de reabilitação urbana,
diz a Confidencial
Imobiliário, que concluiu
ainda que o volume
de licenciamentos
corresponde a 86%
do número total de fogos
licenciados pela autarquia.
O número terá aumentado
50% face ao semestre
anterior.
Mas se o ano 2013 começou mal, depois melhorou. Uma melhoria que não é, contudo,
mais que a ligeira recuperação de uma queda
abrupta. Como aliás explica a Robbialac: “os
últimos três anos de contração levaram a uma
redução do mercado de tintas decorativas em
Portugal de quase 40%”, disse o director geral
da empresa, Rui Caldas.
Entre as empresas mais conhecidas do sector
das tintas, o top das maiores é dominado pela
Cin, que no ano passado facturou 185 milhões de euros. A aposta da empresa para enfrentar a crise tem passado pelo sector industrial, pela internacionalização, tendo
nesse contexto investido no aumento da capacidade instalada da sua fábrica na Maia,
mas também pela descida de preços em Portugal. No ano passado a Cin cortou nos preços entre 30 a 40% .
Já a empresa mais pequena deste top 5, a
portuguesa Tintas 2000, não tem dúvidas em
dizer que a sua estratégia tem passado por
“esquecer a crise”, não embarcando “apenas
nos aumentos de descontos e redução de
preços”. Ana Ambrósio, administradora,
afirma mesmo que “não beneficiam os clientes, são uma ilusão que serve apenas para reduzir o volume de facturação e debilitar as
empresas à custa da quebra de margem”.
Ana Ambósio prefere destacar a tendência
para a reabilitação de edifícios, “que está em
consonância com o que também se verifica
no mercado europeu”, assim como do aumento dos particulares que fazem as suas
próprias pinturas. ■
VENDAS DO AKI A CRESCER
As vendas de tintas no Aki estão a crescer quer a nível de unidades querr a nível de valor.
“No final do primeiro semestre tivemos um crescimento de dois dígitos face a 2012, sendo
que a grande fatia das nossas vendas são para clientes particulares , cerca de 90%”, disse
fonte oficial da empresa ao Diário Económico. “As pessoas passam cada vez mais tempo
nas suas casas casas devido ao cenário económico, e por consequência começam a investir
mais na manutenção e reparação dos lares”. A estratégia das lojas Aki em 2013 tem passado
por umaabordagem de maior proximidade junto dos consumidores.
Terça-feira 22 Outubro 2013 Diário Económico III
Infografia: Mário Malhão | [email protected]
IV Diário Económico Terça-feira 22 Outubro 2013
T I N TA S
Cin aposta no segmento indústria
Inovação pesa 10%
>> Centros de I&D
O Grupo CIN tem centros de I&D
e laboratórios em Portugal, Espanha,
França, Angola e Moçambique. Nesta área
trabalham cerca de 140 colaboradores,
ou seja, 11% do total de colaboradores
do grupo
>> Inovação na Maia
O mais recente e inovador centro I&D
da CIN, com uma área global de cerca
de 3.300 m2, está localizado na Maia,
tendo iniciado a sua actividade em 2010
>> Peso de I&D nos negócios
As vendas de produtos desenvolvidos nos
últimos três anos pelos centros da CIN
correspondem a cerca de 10% das vendas
totais do Grupo
Fábrica de tintas em pó na Maia vai aumentar capacidade exportadora.
Barbot destaca mercados
angolano e moçambicano
2013 será um ano melhor que 2012.
pelos consumidores – a tinta Dioplaste
O ano de 2013 tem superado as expectafoi eleita “Escolha do Consumidor” e o
tivas da Barbot. Espera-se assim que este
produto Barbot Infinity foi distinguido
ano seja melhor que 2012 no mercado incomo “Produto do Ano”. A Barbot está
terno, tendo a Barbot fechado os três
ainda integrada num projecto de desenprimeiros trimestres com um volume de
volvimento de um novo produvendas superior ao registado no
to da gama antifogo, que tem o
ano passado em período homóapoio do QREN.
logo de 2012. De acordo com milhões de €
No que respeita ao “projecto de
Carlos Barbot, administrador Foi o valor
facturado em 2012.
internacionalização” da emda empresa portuguesa, a esMas a Barbot
presa, Carlos Barbot afirma que
tratégia tem passado pela apos- espera resultados
ta em três pilares: valor da mar- melhores em 2013. este “tem vindo a evoluir de
uma forma sustentável”, esca, inovação e qualidade do
tando actualmente na Europa, África e
produto. O administrador destaca o facto
América Latina. Mas o mercado em desda empresa ter sido eleita “Escolha do
taque é o angolano, “que tem registado
Consumidor” com os produtos Dioplasuma evolução muito interessante”. “A
te, na categoria de tintas de interior, e
nossa crescente presença em Angola
Barbocril, na categoria de tintas para expermite-nos responder com rapidez e
terior, “sendo que entre o final de 2012 e
eficácia a essa procura e solidificar a noso início de 2013, recebemos também ousa posição no mercado, não apenas com
tros dois importantes prémios atribuídos
48
Paulo Figueiredo
185
primeiros tempos, é de “mais de dois
milhões de dólares”. Ainda na área dos
anti-corrosivos, a Cin pretende criar outras sociedades “a curto e médio prazo”
na Europa Central e em África, tendo até
agora desenvolvido “excelentes relações
comerciais e industriais” com países
como a Colômbia, o Brasil, a Argentina,
alguns países africanos e outros como a
Alemanha.
No que respeita a tintas, a CIN portuguesa exporta para mais de 15 mercados. “Os
nossos produtos são bem aceites pelo
mercado externo e os pedidos surgem
regularmente”.
Para enfrentar a crise no mercado interno, a CIN optou por uma estratégia de
redução de preços na ordem dos 30 a
40% “durante todo o ano e para sempre”.
No mundo, a Cin tem fábricas em cinco
países: Portugal, Espanha, França, Angola e Moçambique. ■
Produtos
>> Para o mercado profissional
A Barbot tem lançado novas soluções
para o mercado profissional. Entre estas,
está o esmalte Barbolux Premium,
de longa duração e com secagem
mais rápida. Há ainda revestimentos
com elevada capacidade de isolamento
térmico e acústico, como o Barbotherm
e o Barbotherm Cork, bem como soluções
para pavimentos que exigem elevada
resistência química, mecânica
e de limpeza, nomeadamente,
os hospitais, cantinas e escolas
>> Para o consumidor privado
Um dos produtos “estrela” da Barbot
Infinity, pinta todo o tipo de materiais:
paredes, metal, vidro, cerâmica, madeira
e PVC, dispensando a utilização
de uma tinta primária
as grandes obras, mas como serviço directo a profissionais e clientes”, afirma
Carlos Barbot. No início deste ano a empresa abriu uma unidade de negócio em
Maputo, Moçambique, “outro mercado
em franco crescimento, devido ao aparecimento de fontes de energia, designadamente de gás na zona da Beira e Nampula”. ■
Carlos Barbot,
administrador da Barbot.
Paula Nunes
Para o 14º maior fabricante europeu de
tintas, a actividade em Portugal, onde
tem 64 lojas próprias, recuperou
no segundo e terceiro trimestres.
Depois de um primeiro trimestre milhões de €
negativo, “prevemos terminar o Foi quanto
o Grupo Cin
ano de acordo com as expectatifacturou em 2012.
vas”, considera Marcos Castro,
responsável de marketing da líder de
mercado.
A procura significativa no segmento indústria e a necessidade de aumentar a
capacidade exportadora – nomeadamente para a Europa central - levou a
Cin a investir 12 milhões de euros no aumento da capacidade industrial da fábrica de tintas em pó para o sector industrial, na Maia. “Actualmente as tintas em pó representam 11% da facturaAs iniciativas urbanas
ção total do Grupo, passando a produzir
da Cin são constantes. Na imagem,
mais 50% na primeira fase”. O aumento
mural pintado na Avenida de Ceuta.
de produção é quase todo canalizado
para a exportação. Na última fase do
nos produtos anticorrosivos. Nesse âmprojecto a capacidade instalada será aubito, a empresa levou para o México a
mentada para 14 mil toneladas por ano.
CIN Coatings, que está a operar desde JuA expansão da fábrica na Maia cria mais
lho e pretende vender e prestar serviços
15 postos de trabalho, que acrescem aos
nomeadamente para a indústria petro58 já existentes.
química. As expectativas de vendas, nos
Outra área em que a Cin está a apostar é
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VI Diário Económico Terça-feira 22 Outubro 2013
T I N TA S
Dyrup deve manter
resultados de 2012
Rui Caldas, director geral
da Robbialac em Portugal.
Paulo Alexandre Coelho
35 milhões
de €
Foi o valor
facturado em 2012.
Mas a empresa
quer melhorar.
Robbialac tem ano
melhor que o esperado
Custos foram optimizados, diz director geral.
O ano está a ser melhor do que o esperado para a Robbialac em Portugal, que
conseguiu melhorar substancialmente o
seu EBITDA. Para Rui Caldas, director
geral, o “orçamento, com crescimentos
superiores ao do mercado,que acumulado ao final do primeiro semestre, evoluiu
favoravelmente 5,2% versus o ano anterior, sendo que os últimos três anos de
contração levaram a uma redução do
mercado de tintas decorativas em Portugal de quase 40%”.
O segredo passou por “uma estrutura de
custos fixos muito optimizada nos dois
últimos anos e um volume de vendas
assente sobretudo em produtos ‘premium’”. A estratégia da Robbialac na
optimização de custos fixos e de processos “visaram aumentos substanciais de
produtividade da nossa fábrica e plataforma logística e um aumento muito
expressivo da eficiência das nossas
equipas comerciais”, responsáveis por
ganhar mais quota de mercado para a
empresa. A Robbialac quer assim melhorar quer o volume de negócios quer
os resultados operacionais em 2013, depois de, em 2012, ter facturado 35 milhões de euros.
Em destaque
>> Ambiente
As questões ambientais e energéticas
são uma das preocupações da Robbialac,
que lançou a marca Cappotto,
especializada em isolamento externo
dos edifícios
>> Inovação
2013 está a ser um ano de preparação
e ajuste do ‘pipeline’ de inovação
da Robbialac. Em 2014 e 2015 vários
lançamentos se materializarão
em produtos inovadores na área
das tintas decorativas
>> Quota de mercado
O mercado das tintas em Portugal
é dominado pelo retalho tradicional
que pesa mais 50% do total. A Robbialac
afirma ter forte presença nos três
segmentos.
No que respeita ao mercado internacional, a representação portuguesa da
Robbialac tem tido um papel de “facilitador” nos países onde a empresa é
uma marca com elevado “awareness”,
como é o caso de Moçambique e Angola, onde temos projetos e parcerias a
decorrer. ■
“Considerando o panorama de recessão
da economia portuguesa e o especial impacto verificado no mercado da construção civil, o balanço de 2013 é claramente
positivo uma vez que estamos a conseguir inverter a pressão negativa do mercado e transformá-la em resultados animadores para o futuro da empresa”, afirma Pedro de Goulart Mendes, marketing
director da área de Architectural Coatings para a Península Ibérica. Este ano, a
Dyrup deverá atingir um volume de negócios na ordem dos 30 milhões de euros, valor que reflecte a crise do país em
geral e do sector das tintas em particular.
Para a Dyrup, contudo, a evolução não
será negativa: se atingir este valor, manter-se-á o registado no ano anterior.
A nível interno, “o principal foco tem
sido fomentar e manter um Operational
Excellence de topo, que tem vindo a revelar-se vital durante este período de
recessão no mercado de construção”. Ou
seja, a empresa quer estar totalmente
“focada no nível de serviço ao cliente de
forma a responder eficazmente às atuais
exigências do mercado”.
Em Portugal, a operação da Dyrup é cenDesde 2012 que a Dyrup integra o Grupo
trada na área das tintas decorativas. Os
PPG, líder mundial em revestimentos
resultados vieram assim todos
que factura 14 mil milhões de
do mercado de construção cieuros a nível mundial e quase 4
milhões vil. Para os próximos tempos, a
mil milhões na Europa. “Com a
de €
Dyrup quer explorar o potensua dimensão gigantesca, o É quanto a Dyrup
cial de marcas “tão poderosas,
Grupo PPG tem no seu DNA o espera facturar
como por exemplo BONDEX.
objectivo óbvio de ser líder em em 2013.
No que respeita à estratégia de
todos os mercados onde actua”.
internacionalização, esta estará
Assim, refere, “o nosso objectiagora totalmente centrada no grupo que
vo passa por atingirmos a liderança do
detém a Dyrup. ■
mercado ibérico nos próximos anos”.
30
FÁBRICA DA PEUGEOT CITROEN
JÁ GASTOU 143 MIL LITROS DE TINTA
Além do sector da construção civil, as tintas são
também utilizadas em sectores industriais, em
pinturas de navios ou de automóveis. A fábrica
da Peugeot Citroen em Mangualde é um dos
exemplos de empresas que utilizam tintas no
exercício da sua função. Certificados
ambientalmente pela ISO 14001, a empresa
recolhe as lamas afectadas pelas tintas, sendo
estas tratadas posteriormente por uma operadora
ambiental devidamente certificada para o efeito. Só este ano
- até Setembro, a fábrica já utilizou mais de 143 mil litros de tintas. Só em
Julho utilizaram-se mais de 23 mil litros.
Paulo Figueiredo
A empresa, que faz parte do Grupo PPG desde o ano
passado, quer ser líder ibérica nos próximos anos.
Terça-feira 22 Outubro 2013 Diário Económico VII
Sika especializa-se em reabilitação
urbana e aposta em Angola
OPINIÃO
MARIA JOÃO DURÃO
Especialista em Cor
Empresa afirma ter tido um crescimento significativo do negócio em Angola.
Foto cedida por Sika
Apesar de 2013 estar a ser um ano
“comercialmente difícil” devido à
Richard Aubertin,
recessão sentida no sector da consDiretor Geral
trução, a Sika “tem tido uma postura
da Sika Portugal
consistente” com o mercado, e neste
mesmo ano conseguiu “dar passos
importantes no desenvolvimento de
novos negócios nos mercados-alvo
em que somos especialistas e mantivemos a nossa quota de mercado”,
revela Richard Aubertin, Diretor Geral da Sika Portugal (na foto). E se em
2012 se verificou um “crescimento significativo” do negócio na sucursal
Sika em Angola, em 2013, “temos
continuado a crescer em ambos os
mercados”, ainda que o crescimento
seja feito “paulatinamente”.
O mercado da reabilitação tem sido
prioritário para a Sika. A empresa
afirma ter verificado “que o mercado da construção começa
a desacelerar os níveis de perda, sobretudo através das obras
de reabilitação”, onde têm produtos concretos. “A nossa
proposta de valor consiste em disponibilizar um serviço
A cor e a
arquitectura
abrangente, com soluções de elevada
credibilidade, desde a base, até ao
topo do edifício. Auxiliamos os projectistas, os donos de obra e os clientes a encontrarem as melhores soluções construtivas”, explica Richard
Aubertin.
No que respeita à internacionalização
do negócio, o director geral da Sika
Portugal afirma que a representação
portuguesa “tem na
milhões sua estratégia de negócio internacional a
Foi o volume de
negócios da Sika
missão de desenvolem 2012. Em 2013
ver e continuar a intêm conseguido
crementar o negócio
crescer.
da Sika em Angola,
através da subsidiária local, já implementada”. Neste país, “quer continuar a crescer no negócio da construção”, “sempre numa óptica de longo-prazo”.
A empresa tem ainda conseguido aumentar o volume de
exportação para outras sucursais Sika presentes globalmente. ■
28
Grupo Tintas 2000 volta a crescer
Primeiro trimestre foi difícil, mas empresa tem sabido “aproveitar as oportunidades”.
Bruno Barbosa
18
Depois de um primeiro
milhões
trimestre “difícil”, “a si- Foi o volume
tuação inverteu-se nos de negócios
das três empresas
meses de Verão” e há
do Grupo2000
“fortes indícios de que em 2012.
chegaremos ao final do
ano com crescimento de vendas”, começa por contar Ana Ambrósio, administradora do Grupo Tintas 2000, que
considera que “as exigências são muitas
mas as oportunidades também”. Depois de em 2012 o volume de negócios
An a Ambrósio e António
das três empresas do Grupo (Tintas
Ambrósio, administradora
2000, SA; Tintas Marilina, SA; Ambróe presidente do Grupo
sio & Filha, Lda.) ter atingido 18 miTintas 2000.
lhões de euros, para 2013 prevê-se um
crescimento de cerca de 5%. “Estamos
lume de facturação e debilitar as emcertos de que chegaremos ao final de
presas à custa da quebra de margem”.
2013 com crescimento em todas as
De acordo com a administradora, foram
áreas de negócio”.
implementadas várias melhorias e uma
A estratégia da empresa tem passado
“nova dinâmica na organização interpor “encontrar soluções” e esquecer
na, que têm trazido bons resultados.
um pouco a crise, não embarcando
Por outro lado, o grupo tem apostado
“apenas nos aumentos de descontos e
“na qualidade, na certificação e homoredução de preços”, que são “uma ilulogação dos produtos e de esquemas de
são que serve apenas para reduzir o vo-
pintura”, introduzindo melhorias nos
produtos. Essencialmente concentrado
no mercado português, o Grupo 2000
está já em mercados nos Palop´s e no
centro/sul da Europa”.O objectivo,
contudo, é crescer 30% na exportação
“e exportar uma maior diversidade de
produtos, para novos mercados”, revela Ana Ambrósio. ■
A cor é um dos principais factores responsáveis pelo relacionamento humano com o
ambiente e é uma ferramenta privilegiada
para o transformar. Daí que acompanhe o
processo da concepção arquitectónica desde as opções formais e funcionais às escolhas de materiais e acabamentos. A cor interage com plasticidades e determinantes
conceptuais estabelecidas a partir da antropologia cultural, das tipologias culturais e
de aculturação, dos mercados, dos gostos
e das sensibilidades.
A incidência e a influência exercidas pela
cor dependem de relações fenomenológicas, culturais e perceptuais, além de conceitos identitários, novos mitos e ideologias. Tais condicionantes determinam o
pensamento arquitectónico subjacente ao
discurso estético, enquanto a simbologia se
codifica na adequação dos materiais utilizados, que enunciam impermanências, novas
materialidades e inovações tecnológicas,
tais como a indústria das tintas que se baseia na nanotecnologia para o encontro de
soluções sustentáveis para o mercado.
Em lugares cuja cor se foi sedimentando
através dos séculos, projectos integrados
de reabilitação urbana requerem planos de
salvaguarda com princípios vinculados aos
materiais de revestimento e com implicações patrimoniais, regionais e geográficos.
Identitários de um lugar com memória de
cor, os elementos configurativos, como a
escala, hierarquias, amplitudes visuais,
materialidade da construção, luz e iluminação conjugam-se para a optimização da integração histórica, cultural e estética.
A cor, contextualizando-se na envolvente
construída e natural, contribui para o conforto físico e psicológico, a ergonomia, a
clareza de comunicação, a afirmação estética, identidade, orientação espacial, adequação tipológica, morfológica e histórica.
Atenta à importância da cor na arquitectura, a Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa foi mundialmente pioneira na criação do Mestrado em Cor
na Arquitectura, ao qual se seguiu a fundação do Laboratório da Cor e a Associação
Portuguesa da Cor. Projectos de investigação académicos, empresariais, industriais
e outros – nacionais e internacionais- são
acolhidos no Laboratório E pelo Grupo de
Investigação da Cor do Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design, a par com a intervenção pedagógica
em licenciaturas, mestrados, doutoramentos e pós-doutoramentos. ■
Membro do Conselho Executivo
da International ColourAssociation (2013)
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