EAP
XI Encontro de Educação em Química da Bahia (EDUQUI)
Polaridade e Solubilidade: Corrigindo Alguns Equívocos
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Hélio da Silva Messeder Neto* (PG), Lucas Vivas de Sá (PG), Edilson Fortuna de Moradillo (PQ).
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Rua Barão de Jeremoabo, s/n - Campus Universitário de Ondina, Instituto de Química, UFBA, Salvador/BA.
[email protected]
Palavras Chave: Ensino de Química, Solubilidade, Aprendizagem de Conceitos.
Introdução
Discutir solubilidade é importante quando se
ensina química, uma vez que este conceito permite
explicar diversas situações do cotidiano do
estudante, bem como é importante para aplicar
outros conceitos discutidos em sala de aula (
interações intermoleculares, energias envolvidas no
1.
processo de dissolução)
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Echeverria afirma que os alunos apresentam
dificuldades no entendimento dos processos de
solubilidade, uma vez que os professores, ao
ensinarem esses conteúdos, abrem muito pouco
espaço para as discussões dos aspectos
macroscópicos,
dando
prioridade
a
parte
quantitativa do processo.
No entanto, além dos problemas apresentados
acima, acreditamos que mesmo quando o professor
tenta dar um tom microscópico para as discussões o
mesmo o faz com um erro conceitual que vem
sendo repetido na maioria dos livros didáticos e
também na prática dos educadores: A relação entre
solubilidade de uma substância e a polaridade das
moléculas constituintes.
Na tentativa de explicar melhor como os
constituintes interagem para explicar a dissolução o
professor termina usando de uma regra, ainda
pouco questionada, que diz que “Polar dissolve
3,4 e 5
Polar e Apolar dissolva Apolar”
O que pretendemos nesse trabalho é discutir o
conceito de polaridade, mostrando que o mesmo
não tem ligação direta com a polaridade e
apontando caminhos para que este conteúdo seja
discutido com mais rigor conceitual nas aulas do
ensino básico e superior.
Resultados e Discussão
Se quisermos saber se uma molécula é polar ou
não, é preciso conhecer o momento de dipolo (µ).
Se a molécula apresentar momento de dipolo igual a
zero ela será apolar, caso contrario se seu momento
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de dipolo for igual a zero ela será polar .
Devemos então perceber que a polaridade é da
molécula como um todo, o que significa que ou seu
momento de dipolo é zero ou é diferente de zero,
em outras palavras, ou a molécula é polar ou ela é
apolar.
Qual a relação disso com solubilidade? Se olharmos
a regra polar dissolve polar e apolar
dissolve polar veremos algumas inconsistências na
sua aplicação. Vamos tomar um exemplo simples
usado na maioria das aulas: Como explicar o etanol
ser solúvel na gasolina e na água? Para se adequar
a regra os autores costuma dizer que o etanol tem
uma parte polar e outra parte apolar (referencia do
artigo e livros). Pela definição de polaridade, vemos
que isso é impossível, uma vez que não se pode
avaliar polaridade de partes da molécula, pela
própria definição do termo.
Podemos perceber, portanto, que a associação
direta entre polaridade e solubilidade é um erro
conceitual que precisa ser corrigido de modo que
não tenhamos contradição entre assuntos que
fazem parte da rede conceitual que compões a
química.
Conclusões
Longe de esgotar as discussões sobre esse
assunto, esse trabalho tem como objetivo alertar ao
professor de química que o ensino de regras para
facilitar o entendimento de um conteúdo, não pode
suprimir os fundamentos do ensino de solubilidade
no que se refere aos aspectos microscópicos.
Acreditamos que o ensino de solubilidade no ensino
médio deve ser pautado nas análises das interações
que são rompidas entre soluto-soluto e solventesolvente e nas interações formadas entre solutosolvente. Com essa análise, as estruturas químicas
são importantes para entendermos que tipo de
interação que existe entre as partículas formadoras
do soluto, solvente e solução. Entendemos que uma
abordagem como essa é mais trabalhosa, no
entanto, acreditamos que se trata de uma
abordagem que prima pelo rigor do conceito
científico que tem como característica central a
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máxima generalização .
1
OLIVEIRA, R.S.; GOUVEIA, V. P.; QUADROS, A.L. Uma Reflexão
sobre Aprendizagem Escolar e o Uso do Conceito de Solubilidade/
Miscibilidade em Situações do Cotidiano: Concepções dos Estudantes
Química Nova na Escola, n.31, p. 23-30, 2009.
2
ECHEVERRIA, A. R. Como os estudantes concebem a formação de
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3
REIS, M.; Química – Meio Ambiente – Cidadania – Tecnologia. v. 1,
Editora FTD, 2011.
4
CANTO, E. L.; PERUZZO, F. M.; Química na abordagem do
cotidiano. v. 1, Editora Moderna. 2011.
5
LISBOA, J. C. F.; Ser Protagonista Química. v. 2, Editora SM. 2010
6
Brown, T.L. Química: A ciência central. São Paulo: Pearson Prentice
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7
VIGOTSKI, L.S. A construção do pensamento e da linguagem.
Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
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