XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. OTIMIZAÇÃO DO MONTANTE DE USO DO SISTEMA APLICADO A PCH LEANDRO GUSTAVO ALVES (UNIC) [email protected] LUIS FERNANDO PINHOTI NEGRAO (UNIC) [email protected] Através do uso de procedimentos bibliográficos com referências da literatura voltadas para Engenharia de Produção este artigo realiza a analise histórica de geração de uma PCH em busca do valor ótimo a ser utilizado no contrato de uso do sistema de distribuição; O artigo demonstra que é possível otimizar o valor do MUSD de uma PCH com característica fio d’água e o ciclo hidrológico sazonal. Palavras-chave: PCH; Sistema de Distribuição; MUSD XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. INTRODUÇÃO O consumo de energia se relaciona diretamente com desempenho da economia de um país. Dada a importância da energia para a economia, a iminência do esgotamento de geração de energia elétrica proveniente das usinas hidroelétricas existentes, e a perspectiva de aquecimento da economia provocado pelo Plano Real fez com que o governo brasileiro iniciasse na década de 90 uma série de medidas visando a restruturação do setor elétrico. O projeto foi conduzido pelo MME - Ministério de Minas e Energia e ficou conhecido como RE-SEB Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro. O estudioso Franco(2009) afirma que o objetivo central das medidas busca atender a expansão da demanda de energia por meio da liberalização do mercado energético dado a incapacidade de investimento do Estado. Entre as medidas tomadas COELCE (2011) destaca a desverticalização do setor elétrico; a privatização das empresas estatais de energia; a criação do PIE - Produtor Independente de Energia; a classificação dos consumidores em livres e cativos; disponibilizou o livre acesso à rede distribuição e transmissão aos consumidores livres e produtores independentes; estabeleceu o procedimento de processos licitatórios para outorga de concessão para a construção e operação de usinas e instalações de transmissão de energia elétrica e estabeleceu regras específicas para a comercialização de energia elétrica. As medidas tomadas visavam aumentar a oferta de energia por meio da regulamentação do Livre Acesso1 o que incentivou o surgimento de novas PCHs – Pequenas Centrais Hidroelétricas conectadas principalmente ao sistema de distribuição. Segundo Franco (2009) a regulamentação do Livre Acesso trouxe a necessidade de remunerar de modo eficiente o uso do sistema de distribuição e transmissão, de forma minimizar os custos com ampliação e utilização do sistema elétrico. Segundo Ganim (2003) em 1997 houve a regulamentação da TUSD - Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição que aplicada aos consumidores livres e produtores independentes conectados ao sistema de distribuição tem como objetivo prover o ressarcimento dos custos 1 O termo Livre Acesso refere-se à lei 9.648/98 que garante o acesso à rede de distribuição e transmissão aos consumidores livres e produtores independentes. 1 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. relacionados ao transporte de energia por estes sistemas seja geração provida por produtores independentes ou energia demandada por consumidores livres. Atualmente tarifa é regulamentada pela ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica que estabelece o valor da tarifa e as condições de acesso ao sistema. O presente artigo levanta a serie histórica de dados de geração de uma PCH, e com o uso das ferramentas da Engenharia de Produção como o CEP – Controle Estatístico do Processo e a PO - Pesquisa Operacional realiza a analise dos dados em busca da minimização dos valores pagos pelo uso do sistema de distribuição. O artigo exclui da discussão os métodos no qual são determinados os valores da tarifa bem como suas componentes e destinação. O artigo está estruturado em quatro seções além da introdução, sendo que a segunda seção aborda de forma sucinta atual estrutura do setor elétrico, os fundamentos da pesquisa operacional e controle estatístico do processo. A terceira secção aplica os conceitos e ferramentas a serie histórica. A quarta seção apresenta os resultados obtidos. Na quinta e última seção, o estudo traz as considerações finais. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Pesquisa Operacional – PO A PO - Pesquisa Operacional é definida pela SOBRAPO – Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional como ciência aplicada na resolução de problemas reais com o objetivo de avaliar alternativas e encontrar a soluções ótima aplicando métodos de outras áreas científicas. Segundo Fogliatto trata da modelagem matemática de fenômenos ou problemas determinísticos e estocásticos onde usualmente modelados na forma de uma função objetivo e diversas restrições cuja melhor solução se encontra na região limitada pelas restrições. O autor Montevechi (2000) define Pesquisa Operacional como um método científico utilizado para o controle de sistemas com o objetivo de obter soluções mais precisas, o autor afirma que Pesquisa Operacional analisa os problemas gerenciais, com o objetivo de encontrar as melhores soluções para os problemas, recorrendo a diversas disciplinas cientificas e 2 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. procedimentos estatístico ou matemático. Segundo Fogliatto, a PL - Programação Linear é uma das ferramentas para a solução de problemas de otimização. Problemas de programação linear compõem uma subclasse de problemas cuja modelagem é inteiramente expressa em equações lineares. Fogliatto ainda afirma que o método denominado "Método Simplex" e que foi desenvolvido em 1947 por George B. Dantzig é extremamente eficiente na solução de problemas de Programação Linear. Atualmente alguns modelos computacionais auxiliam na solução de problemas lineares através do Método Simplex. O Solver, de acordo com Oliveira (2008), faz parte de um conjunto de programas algumas vezes chamado de ferramentas de análise hipotética. Com o Solver é possível determinar o valor ideal para um problema de otimização modelado em uma planilha. O Solver ajusta de modo interativo os valores nas células variáveis para produzir o melhor resultado especificado na fórmula da célula de destino dentro das restrições modeladas. O Solver é definido por Cavalcante, como uma ferramenta poderosa que permite fazer vários tipos de simulações, sendo utilizado principalmente para análise de sensibilidade em problemas com mais de uma variável e com restrições de parâmetros. 3. MÉTODOS Este trabalho realiza a analise de demanda com enfoque quantitativo, trata-se de uma pesquisa que busca conhecer em função do histórico de demanda de uma PCH os valores desembolsados no pagamento na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição através do uso das ferramentas e metodologia de programação linear utilizando Solver e das cartas de controle do CEP e o uso de procedimentos bibliográficos com referências nas literaturas voltadas para Engenharia de Produção busca-se a otimização dos custos referentes pagamento da tarifa além de demonstrar a variabilidade do processo. 3.1 Coleta dos dados 3 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. A coleta de dados consiste no levantamento de informações relevantes para a realização de um estudo. Segundo os autores Duarte e Schwengber (2013) a coleta de dados é realizada com certa frequência e tamanho de amostra definidos de acordo com a característica em estudo. Podemos ainda afirmar que a coleta de dados compreende no ato de pesquisar informações sobre um tema de modo permitir uma análise. O presente trabalho realiza a analise da demanda horária de energia. Os dados utilizados foram extraídos do banco de dados pré-existente que mantem os registros de energia horária organizada de forma cronológica. Os dados analisados compreendem nos registros horários de energia no período de Janeiro de 2007 à Dezembro de 2012. No presente trabalho a coleta de dados foi realizada através da análise dos dados registrados pelo SMF – Sistema de Medição de Faturamento que em síntese compreende no conjunto de equipamentos capaz de medir e registrar com precisão os valores de demanda e energia. O ONS define as reponsabilidades e a especificação técnica do SMF e ainda afirma que o sistema é de fundamental importância para o funcionamento pleno do novo modelo do Setor Elétrico Brasileiro permitindo que o ONS faça a apuração dos Encargos de Uso do Sistema nos pontos de conexão com a Rede Básica, e que a CCEE faça a contabilização e a liquidação das energias entre os diversos agentes. Os dados do SMF são enviados diariamente para o SCDE – Sistema de Coleta de Dados de Energia que a CCEE utiliza para obter os dados de energia de todos os agentes. A figura 5 a seguir ilustra a topologia de comunicação do SMF padrão CCEE conforme definido pelo Módulo 12 dos Procedimentos de Rede do ONS. 4 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Figura 5 - Arquitetura básica SMF.Fonte: ONS (2014) O SCDE é definido pela CCEE como sistema responsável pela aquisição automática dos dados de energia e qualidade. A coleta é realizada diariamente no período das 00:00 às 10:00 horas. A coleta pode ser feita de formar por meio da UCM - Unidade Central de Coleta de Medição, que agrega os dados dos medidores de responsabilidade de um ou mais agentes. Neste caso o agente é responsável por obter os dados diretamente dos medidores e disponibilizar para cada um desses medidores através aplicativo especifico arquivos com dados da medição. Coleta ainda pode ser do tipo direta onde o SCDE acessa os medidores para obtenção dos dados. No presente trabalho foi feita a exportação dos dados de medição para planilha eletrônica em formato XLS para que pudesse trabalhar as ferramentas e metodologias propostas. 4. ESTUDO DE CASO O presente estudo de caso busca analisar 60 meses de dados, uma série temporal dos registros horários de energia de uma PCH conectada ao sistema de distribuição. Considerada de pequeno porte a PCH está situada no o sudoeste do estado do Tocantins às coordenadas 12°31’45” S e 46°16’08” W, no rio Sobrado que pertence a 5 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. hidrográfica do rio Tocantins. A PCH possuí apenas uma unidade geradora com potência instalada de 4,82 MW, não possuí reservatório e opera a fio d’água.. 4.1. Apresentação das variáveis Os valores de energia horária para o período de Janeiro de 2007 à Dezembro de 2012 estão dispostos em ordem cronológica e totalizam mais de 52.000 registros. Uma amostragem dos registros encontra disposto na tabela 1. Medidor Principal Principal Principal Principal Data Hora Energia- MWh 01/jan/2007 01:00 2,371 01/jan/2007 02:00 2,352 01/jan/2007 03:00 2,340 01/jan/2007 04:00 2,330 Tabela 1 - Disposição dos dados Segundo Duarte e Schwengber (2013) histograma é uma forma gráfica de verificar o tipo de distribuição de probabilidade que as variáveis seguem. Em um histograma os dados são divididos em classes (ou categorias) e verifica-se o número de indivíduos pertencentes a cada classe, ou seja, a frequência de cada classe. O gráfico do histograma consiste de um conjunto de retângulos que possuí a base sobre um eixo horizontal com centro no ponto médio e largura igual à amplitude do intervalo de classes e a área proporcional às frequências das classes. Os autores ainda afirmam que os detalhes originais dos dados são perdidos, mas a vantagem está em observar aspectos globais do problema. Duarte e Schwengber (2013) descreve que o número de classes (K) é obtido através da formula: K= Onde n representa o número populacional e o resultado obtido compreendido entre 5 a 20. Conhecido o número de classes define-se a amplitude de cada classe através da função: a = (LS - LI) / K Onde: 6 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. LS representa o maior valor da população; LI o menor valor da população, Em seguida definem-se os limites inferior e superior para cada classe onde inferior da primeira classe corresponde ao LI e o limite superior da primeira classe é dado por LI + a. Aplicando a metodologia de Duarte e Schwengber (2013) obteve-se o histograma conforme gráfico 1 onde é possível o perfil da variabilidade do processo, no entanto a quantidade de classes extrapola os valores definidos por Duarte e Schwengber (2013). Gráfico 1 - Histograma 1 contendo 230 classes Em função do número elevado de classes uma nova distribuição foi realizada limitando o número de classes em 10. Segundo Duarte e Schwengber (2013) número de classe deve ser superior a 5 e inferior a 20. Com o novo número de classe obteve-se a distribuição da tabela 2. Intervalo(MW) 0 0,5 Frequência 1380 % 2,62% 7 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 181 332 6781 42393 1109 267 119 85 3 52650 0,34% 0,63% 12,88% 80,52% 2,11% 0,51% 0,23% 0,16% 0,01% 100,00% Tabela 2 - Distribuição limitada em 10 classes Para a nova distribuição obteve-se o histograma conforme Gráfico 2 onde nota-se que 80% das amostras a energia horária da usina permaneceu entre os valores de 2 a 2,5 MWh. . Gráfico 2 - Histograma limitado em 10 classes Posteriormente para análise dos valores máximo mensal foi utilizada a função Máximo do Excel que tem a função de retornar o valor máximo de um conjunto de argumentos, dessa forma foi possível identificar os valores máximos em periodicidade mensal conforme tabela 3. 8 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2007 4,075 4,196 2,300 2,383 2,190 2,159 2,150 2,119 2,113 2,161 3,335 3,511 2008 3,622 3,029 2,982 3,812 2,262 2,170 2,164 2,346 2,293 2,189 3,370 3,960 Valores Máximos 2009 2010 3,793 3,967 3,898 4,110 3,472 4,001 3,340 3,847 3,608 2,222 3,415 2,125 2,196 2,077 2,138 2,078 2,194 2,106 2,981 3,002 2,921 2,628 3,094 4,352 2011 4,432 4,319 4,564 4,500 2,238 2,189 2,176 2,261 2,287 3,877 4,259 4,388 2012 4,465 4,471 4,385 2,812 3,973 2,269 2,059 2,203 2,188 2,368 4,355 4,264 Tabela 3 - Valores máximos mensais O gráfico 3 apresenta a média dos máximos valores mensais onde é possível identificar a existência do fator sazonalidade característico do regime hidrológico que determina a demanda da PCH por se tratar de uma instalação a fio d’água. Gráfico 3 - Média mensal do valores máximo Com o auxilio da ferramenta Solver foi modelado o sistema na qual a função objetivo foi definida como a minimização do somatório dos valores históricos pagos anualmente. A função objetivo ficou definida como a minimização dos somatórios : 9 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. FO = MIN ∑ EUSDn Sendo o valor pago mensalmente definido pela função: EUSD = TUSDg x MUSD EUSD – encargo de uso do sistema de distribuição: valor devido pelo acessante pelo uso do sistema de distribuição; TUSDg – Tarifa pelo uso do sistema de distribuição ou distribuição atribuída ao usuário; MUSD – Montante de uso do sistema de distribuição. Para o modelo a variável manipulada definida é o MUSD e possui uma única restrição que no caso é definido pela potência nominal da PCH. Na simulação o valor da tarifa TUSDg foi fixado em R$8,91 acrescido o percentual de desconto de 50% para todo o período em estudo. Conforme resolução 506/2012 da Aneel quando o valor de MUSD medido for superior ao MUSD contratado é aplicado à parcela de ultrapassagem o valor de referência equivalente a duas vezes o valor da TUSD sem a incidência de eventuais descontos. Para identificar a existência de ultrapassagens foi utilizada a função SE do Excel comparando os valores máximos de cada mês com os valores da variável manipulada aplicando a regra de ultrapassagem caso a comparação seja verdadeira. A função SE verifica se uma condição é satisfeita e retorna o valor VERDADEIRO ou o valor especificado quando a condição é satisfeita ou ainda retorna valor FALSO ou especificado quando a condição não é satisfeita. No presente trabalho a variável manipulada é compara da com o valor máximo mensal e retorna o valor 2 quando a comparação for verdadeira e 1 para quando a condição não for verdadeira. A tabela 4 a seguir demonstra o resultado da comparação quando a variavel manipulada assume o valor de 3,96. Comparativo da variável manipulada com o valor máximo mensal 2007 2008 2009 2010 2011 2012 10 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 2 1 1 1 1 1 2 2 Tabela 4- Indicador de ultrapassagem No segundo momento é simulado o valor financeiro multiplicando a tarifa com o valor da variável manipulada levando em consideração eventuais ultrapassagens. O Solver se encarrega de inteirar a variável manipula de modo obter o menor valor. A tabela 5 demonstra os valores simulados. Os valores em negrito foram calculados considerando a ultrapassagem. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov 2007 19.375,64 21.502,82 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 Valores de pagamento mensal 2008 2009 2010 17.420,95 17.420,95 17.477,00 17.420,95 17.420,95 19.990,94 17.420,95 17.420,95 18.074,72 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 2011 25.651,70 23.665,16 27.972,26 26.847,14 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 22.610,36 2012 26.231,84 26.337,32 24.825,44 17.420,95 17.582,48 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 17.420,95 24.298,04 Dez 17.420,95 17.420,95 17.420,95 24.245,30 24.878,18 22.698,26 Total 215.088,00 209.051,46 209.051,46 219.155,58 256.150,50 246.499,08 Tabela 5 - Resultado da simulação 4.2 Resultados Através da análise e tratamento estáticos dos dados coletados demonstra que durante 80% do período analisado a demanda da usina permaneceu em cerca de 50% da sua 11 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. capacidade nominal entre os valores de 2 a 2,5 MW. Com tratamento dos valores máximo mensal foi possível identificar e demonstrar a existência do fator sazonalidade característico do regime hidrológico que determina a demanda da PCH por se tratar de uma instalação a fio d’água. A otimização do contrato com a utilização do Solver obteve como valor ótimo de MUSD para todo o período o valor de 3,96 MW no valor total de R$ 1.354.996,08 para o período de 2007 a 2012 e para o mesmo período considerando para o MUSD o valor da potencia instada de 4,82 MW conforme estabelece a resolução 506/2012 o valor é de R$. 1.525.240,80. Aplicando CEP na tabela 3 para determinar se há variabilidade no processo é possível concluir que a variabilidade está dentro dos limites projetados e estável conforme gráfico 4. Porem também se pode determinar que dentro do limite inferior e superior do processo há variabilidade, podendo considerar que o processo às vezes fica fora de controle, a qual poderá futuramente trazer problemas e aumento de custos, sendo assim deverá eliminar essa variabilidade do seu processo para ter um maior controle e melhoria na produção de energia. Gráfico 4 - Carta de controle 12 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 5. CONCLUSÃO O estudo demonstra que os valores pagos pelo uso do sistema de distribuição considerando para o MUSD determinado em função máxima potência injetável no sistema ou potência nominal instalada conforme a resolução 506/2012 possuí margem para otimização. As características físicas fio d’água e o regime hidrológico são fatores determinantes e que implicam em limitações de demanda não consideradas pela mesma resolução que impossibilita a utilização de valores sazonais para o MUSD, assim as PCHs acabam por não utilizar em determinados períodos do ano a capacidade paga pelo uso sistema de distribuição. O método aplicado obteve uma otimização no processo através do solver e minimização custos de R$ 170.244,72 cerca de 11,16% no período analisado de Janeiro de 2007 a Dezembro de 2012. O resultado é extremamente expressivo, no entanto a resolução 506/2012 da Aneel não permite que esta pratica seja executada uma vez que o MUSD é definido como a potência instalada ou a máxima potência instala. Observa-se que o estudo é de grande relevância para a otimização dos custos. Futuras pesquisas sugere a elaboração de trabalhos para explicitar os impactos financeiros nas componentes da TUSD. 6. 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