RRPP VERSÃO DIGITAL: www.rrpponline.com.br MARIA HELENA SPONCHIADO/ HIPER O palco da Comunicação • Debates no teatro da PUCRS, em Porto Alegre Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS Ano 15 n° 30 - Porto Alegre, RS, Brasil - Dezembro 2009 Vida de estudante em Londres e na Austrália ∆∆ Vitória em Sidnei SET UNIVERSITÁRIO O rock demais dos professores da Famecos Fotografe com seu celular e entre direto no site FOTO: MARIA HELENA SPONCHIADO - ARTE: KARLA SANCHES WÜNSCH ∆∆ Estudantes de Relações Públicas da Famecos se preparam para atuar em um novo cenário Relações Públicas 2.0 monitora imagem e reputação na rede • Não é apenas um clipping das mídias sociais; exige análise profunda de conteúdo 2 RRPPAtualidades/dezembro 2009 ABERTURA RECONHECIMENTO NACIONAL PUCRS recebe título de melhor universidade privada do Brasil BRUNO TODESCHINI/ HIPER • Mais de nove mil cursos superiores avaliados A PONTIFÍCIA Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) foi considerada a melhor Universidade Privada do Brasil em 2009. O prêmio é uma iniciativa do Guia do Estudante e Banco Real – Grupo Santander, disputado entre instituições de ensino superior públicas e privadas do país. A PUCRS venceu entre as IES privadas e a USP, entre as públicas. “Trata-se de um importante reconhecimento à qualidade de nossas ações e iniciativas, sempre comprometidas com a formação humana e profissional”, destacou o reitor Joaquim Clotet. Em seu comunicado à comunidade universitária, dia 28 de outubro, destacou que a conquista “expressa o resultado do esforço de todos”. Estruturada como universidade desde 1948, a instituição mantida pelos Irmãos Maristas no Rio Grande do Sul tem sede em Porto Alegre e faculdades em Uruguaiana e Viamão. Possui aproximadamente 30 mil alunos nos 51 cursos de graduação, 23 de mestrado, 19 de doutorado e 70 em nível de especialização. Há 1.830 professores e 3.500 funcionários. Em seus órgãos de apoio científicos e tecnológicos destacam-se a Biblioteca Central Irmão José Otão, Hospital São Lucas, Museu de Ciências e Tecnologia, Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), Museu de Ciências e Tecnologia, Centro de Eventos, Parque Esportivo e o Hospital Veterinário de Uruguaiana. O Guia do Estudante 2009 destacou dez cursos da PUCRS com cinco estrelas (excelente) e 21 com quatro. Receberam cotação máxima Administração, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Engenharia da Computação, História, Odontologia, Pedagogia, Psicologia, Publicidade e Propaganda e Sistemas de Informação. Obtiveram quatro estrelas Arquitetura e Urbanismo, Ciências Aeronáuticas, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Direito (Campus Central e Uruguaiana), Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção, Farmácia, Filosofia, Física, Fisioterapia, Jornalismo, Medicina, Química, Relações Públicas, Serviço Social e Turismo. Foram avaliados 9.371 cursos de graduação no País. ELYÉDRE DA COSTA, MARIA ANGÉLICA SILVINO E VITÓRIA GUIMARÃES ∆∆ Biblioteca Central Irmão José Otão, uma das referências Estudantes de RRPP criam site sobre doação de medula óssea A FALTA de conhecimento sobre a doação de medula óssea, levou um grupo de estudantes de Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas decidiu criar um site com informações sobre como o procedimento é muito menos complicado do que as pessoas imaginam. O site (www.leipietro.com.br) é conhecido como O Manual do Doador de Medula Óssea e nele podem ser encontradas diversas informações sobre leucemia, o procedimento da doação e como se tornar um doador. O manual é baseado na Lei Pietro, aprovada 4 de fevereiro de 2009 e “tem como objetivo o esclarecimento e a mobilização do doador voluntário, cuja compatibilidade sanguínea permite ser doador de medula óssea, em vida, sem prejuízo a sua saúde”, segundo o site. A Lei Pietro, como pode ser visto na página da Internet, foi feita em homenagem a Pietro Albuquerque que foi vitima de leucemia mielóide aguda e faleceu antes dos 20 anos. Tal lei designa que do dia 14 a 21 de dezembro seja a “Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea”, em que as pessoas são conscientizadas de que este transplante é a única chance de cura para os portadores da doença. A iniciativa foi tomada pelos alunos Aline Camargo, Carolina Faraco, Fabiana Fernandes, Fernanda Guimarães, Luciana Aragon, Patricia Lima e Ricardo Dytz. O trabalho foi orientado pelos professores Marisa Soares e Diego Caleffi, na disciplina de Projeto Experimental Livre, do Curso de Comunicação Social – habilitação em Relações Públicas, da Faculdade de Comunicação Social, da PUCRS. Recebeu nota dez. PABLO ORTIZ ESTRÁZULAS ABERTURA Um retiro universitário RRPPAtualidades/dezembro 2009 3 TRÍPLICE COROA Alunos da Famecos vencem Prêmio ABRP em São Paulo • Monografias de formandos são destaque em concurso nacional A PASTORAL da PUCRS promove todos semestres um retiro universitário, no qual alunos e ex-alunos participam de um momento impar com Deus, onde param e refletem sobre questões que passam despercebidas nos dias atuais. São momentos em que se pode parar e olhar para dentro de si, conhecer um pouco das outras pessoas também, mas principalmente dar uma pausa, e ter um momento com Deus, tentar encontrar uma resposta para coisas que acontecem e nem sempre estão claras. Ao partilhar as experiências, é possível perceber que todos temos problemas, mas precisamos encontrar um rumo a seguir, para que assim as dificuldades se resolvam. Sair do ambiente em que vivemos 24 horas é muito importante porque podemos enxergar de outro ângulo, a família, o trabalho e os estudos. O momento de refletir o porquê da sociedade estar cada vez mais estressada, neurótica, e as coisas se tornaram banais, ninguém mais se surpreende com mais nada. Dar um tempo e refletir sobre de que forma mudar este cenário são proporcionados no retiro. É uma experiência única com Deus e com colegas de outros cursos, outras realidades, mas é um trabalho contínuo, não somente de uma final de semana, mas uma sementinha foi plantada e precisa ser cultivada. São propostas da Pastoral: que os alunos possam dentro da Universidade ter esta vivência com Deus, refletir e dar o primeiro passo para a mudança. MARIANA MACHADO FERRAZ TRÊS MONOGRAFIAS do curso de Relações Públicas da PUCRS foram vencedoras na 27ª edição do Prêmio ABRP 2009, a tradicional premiação da Associação Brasileira de Relações Públicas – São Paulo, destinada a valorizar proFOTOS DIVULGAÇÃO ∆∆ Diego, Carolina e Ana Paula na ABRP duções de pesquisa acadêmica realizadas na área. Este ano, inscreveram-se mais de 200 trabalhos, oriundos das cinco regiões brasileiras. “O processo de avaliação permitiu detectar a diversidade dos olhares de professores, pesquisadores e profissionais sobre a nossa atividade”, destacou o Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias, presidente da ABRP-SP, criada em 1954, pioneira na defesa dos relações-públicas no País. Três formandos da Famecos foram destaques na entrega dos prêmios, em 28 de outubro, no auditório da UniSant’anna, em São Paulo. Orientado pela professora Cleusa Scroferneker, Diego Wander Santos da Silva con- quistou o 1° lugar na categoria Comunicação Empresarial, com a monografia intitulada “A auditoria virtual como (nova) modalidade comunicacional nos sites/portais das Universidades da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS”. A Famecos ficou também na segunda colocação em Comunicação Organizacional, com a formanda Carolina Pereira Vidal, orientada pela professora Souvenir Graczyk Dornelles, coordenadora do curso da PUC. A terceira premiada da faculdade foi Ana Paula Carneiro Costa, que conquistou o 1° lugar na categoria de Valorização Profissional em RRPP. Sua pesquisa de final de curso (“Aproximação, estímulo, cognição e mente: ingredientes da sinérgica interação das ações de Relações Públicas e Neuromarketing”) foi orientada pela professora Susana Gib Azevedo. Depoimentos Diego, um dos vitoriosos da noite, aconselha que uma monografia deve ser conduzida seriamente e entendida como um trabalho de conclusão, no qual se expõe toda a trajetória do aluno e toda a bagagem que foi adquirida no decorrer do curso. “Apesar do curto tempo que se tem para demonstrar tudo o que foi aprendido”, enfatiza. Ele revela que seu trabalho foi desenvolvido em um processo bem truncado, árduo e exigiu muito esforço, mas “o resultado valeu a pena e felizmente consegui mostrar os objetivos propostos no início do semestre”. Para os alunos que desejam participar de um evento como este, Diego ∆∆ Eles receberam um troféu e ainda diploma deixa uma dica: a monografia deve ser encarada como um diferencial, um trabalho individual e sério, procurando novos conhecimentos e desenvolvimento pessoal, pois portas podem abrir-se. Todos concordam: para conseguir uma boa colocação em concursos de pesquisas científicas, é muito importante o candidato apresentar um diferencial. A professora Susana Gib, orientadora da vitoriosa Ana Paula, explica que o diferencial do trabalho de sua aluna foi o conteúdo novo: Neuromarketing aplicado às Relações Públicas. Ela venceu em uma categoria de atuação profissional ao apresentar uma estratégia de marketing inovadora. “Em termos de conteúdo, não existem livros ainda, apenas ações que mostram resultados”, ressalta a professora. Ana Paula quis trabalhar com o entendimento dessa estratégia de marketing com foco em Relações Públicas e não somente em Publicidade e Propaganda. A orientadora ressaltou que o trabalho tem uma metodologia bem definida, com entrevistados na área de RP, neurociência, psicologia e profissionais vinculados com experiência em marketing para publicidade. “Construímos um referencial teórico inédito com artigos científicos e entrevistas com profissionais. É um trabalho referência em teoria”, afirma a professora Suzana. Para nós, colegas de Relações Públicas, é um imenso prazer ter a certeza de que fomos muito bem representados neste evento. Parabéns a todos alunos e professores que foram inovadores e ousados no encontro ABRP. SAMANTA BOFF E TIAGO BARBOZA 4 RRPPAtualidades/dezembro 2009 ABERTURA Quem somos ∆∆ Turma de Produção de Mídia Impressa e Digital fez a revista e o site PUBLICAÇÃO informativa e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil. Versão Online: www.rrpponline.com.br E-mails: [email protected] Reitor: Ir. Dr. Joaquim Clotet Vice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio Teixeira Diretora/ Famecos: Drª. Mágda Cunha Coordenadora/ Curso: Drª. Souvenir Dornelles Professores responsáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana Sandini Edição: alunos de Produção de Mídia Impressa e Digital em RRPP. Turma: Amanda Machado, Angélica C. Silvino, Elyedre Costa, Felipe Balestrin (Kiko), Graziella Giordani, Isadora Kern Diehl (Isa), Izaura Silva (Iza), Lucas Kafruni, Maria Clara Gasperini, Mariana Ferraz, Pablo Ortiz Estrázulas, Pedro Laval de Lima, Ramiro Binotto Peres, Samanta Fagundes Boff, Tito Barboza e Vitoria Andrade Guimarães. • Clube paulista mais vezes campeão brasileiro é referência nacional em Marketing Esportivo São Paulo: a evolução de um campeão O SÃO PAULO Futebol Clube se destaca entre os melhores clubes no cenário futebolístico brasileiro. Porém, não é apenas no bom futebol e nos vários títulos que o Tricolor é exemplo. O SPFC é referência nacional em termos de organização, Marketing Esportivo, Relações Públicas e Comunicação, para melhor satisfazer as necessidades de seus torcedores. Os anos 80 são o início do departamento de marketing do Tricolor, a fim de cuidar da marca e através dos licenciamentos do clube. Atualmente, entre as principais ações do marketing são-paulino estão a divulgação da modalidade esportiva do clube, o fortalecimento da marca, a ampliação do número de torcedores, os patrocínios, as ações sociais e a fidelização. Recentemente, na palestra “São Paulo Futebol Clube: a evolução de um campeão”, Orandi Mura, o Nino, supervisor de Relações Públicas, destacou que “o clube que não tiver um RP não funciona”. Afinal, o bom relacionamento com todos seus públicos é um dos passos para o sucesso. Nino concedeu entrevista sobre as atividades de Relações Públicas e Marketing no clube, este último interdependente do futebol. Como as Relações Públicas atuam na estratégia de Marketing do clube? Ele faz o primeiro contato com grandes empresas - fornecedores - Clubes - torcedores (alguns, lógico). Quando e como surgiu o departamento de marketing no SPFC? Pelos idos de 1980 para “ cuidar “ da marca SPFC que estava sendo usada pelo mundo todo sem direito a nada e outras propostas recebidas. O SPFC se espelhou em algum outro clube pra começar a se preocupar com o marketing esportivo ou foi uma ideia que nasceu aqui? O MKT Esportivo já tem algum tempo, mas o SPFC foi o primeiro a ter um departamento oficial – profissional – com pessoas voltadas para este ramo. Qual o diferencial que destaca o marketing do SPFC dos demais Clubes Brasileiros? Somos profissionais como falei na palestra: gosto do que faço e torço para o clube que trabalho . Qual a “receita” para manter uma parceria tão longa como a que o SPFC tem com a LG? Honestidade em tudo que fazemos – retorno de marketing – um bom relacionamento (Relações Públicas) Para finalizar, quais os próximos passos no plano de marketing do SPFC? Ser campeão sempre – conquistar o mundo com a nossa marca – e ter a maior torcida. ISADORA KERN DIEHL,AMANDA MACHADO E IZAURA PEREIRA Batismo tricolor Manhã de sábado, 9 horas, mais um dia de cerimônias de Batismo Tricolor. Trata-se de uma ação inovadora que não tem nenhuma conotação religiosa. Qualquer pessoa, independente de cor, sexo, raça, religião ou idade pode ser batizada. A maioria do público é formado por crianças, que durante a leitura do termo de compromisso de “São-Paulinidade”, feito pelo “Santo Paulo”, demonstra lealdade e amor ao Clube. Durante a ação, os batizados ganham um kit composto por vela oficial, vaso com grama do Morumbi, botom e camiseta. ABERTURA RRPPAtualidades/dezembro 2009 5 BRUNO TEDESCHINI/ HIPER VESTIBULAR A Feira de Profissões • PUCRS se abre à comunidade estudantil A PUCRS promoveu nos dias 17, 18 e 19 de setembro a Feira das Profissões, na área de Eventos do prédio 41 do campus, visando auxiliar futuros universitários na decisão da escolha da área de atuação em sua vida acadêmica. Professores e alunos de todos os cursos da Universidade se mobilizaram para a realização do evento e a divulgação de suas faculdades. O estande de Relações Públicas, curso que faz parte da Famecos – Faculdade de Comunicação Social da PUC, teve grande visitação de futuros calouros, que puderam esclarecer todas as suas dúvidas a respeito da atividade deste profissional e como está o mercado nos dias de hoje. O trabalho foi realizado em equipe constituída por alunos e professores. “Nosso estande se caracteriza pelo bom acolhimento, tanto alunos como professores mostraram uma boa integração, o que revela o espírito do curso de comunicação. A maioria dos alunos do Ensino Médio que nos procura já tem conhecimentos básicos da área, e está muito preocupado com o mercado de trabalho. Cada vez o perfil do jovem que procura por informações é mais jovem”, comentou a professora de Relações Públicas, Glafira Bartz, que foi uma das orientadoras da Famecos na Feira das Profissões. FELIPE RIGHI BALESTRIN, PEDRO LAVAL DE LIMA E VITÓRIA GUIMARÃES BRUNO TEDESCHINI/ HIPER ∆∆ Manifestações de protesto contra o fim da exigência do diploma Audiência pública defende diploma para jornalistas • Deputados e sindicalistas participaram ∆∆ PUCRS promove seus cursos em uma feira ACONTECEU na manhã de 22 de setembro, no auditório da Famecos, uma audiência pública para tratar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à não obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. O debate foi promovido pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa, sob presidência do deputado estadual Mano Changes, coordenada pelo deputado Sandro Boka, proponente da audiência. Com a presença dos deputados Kalil Sehbe, Marisa Formolo e também o deputado federal Paulo Pimenta, o debate buscou levantar subsídios, esclarecer dúvidas e propor alternativas no que diz respeito à desastrada decisão do STF. Formando a Mesa também estiveram presentes, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, José Nunes; Fer- nanda Nascimento, representante do Núcleo de Estudantes do Sindicato de Jornalistas, e a coordenadora do Departamento de Jornalismo da Famecos, professora Cristiane Finger. Ao final, cada parlamentar se colocou contra a decisão e a disposição dos jornalistas e futuros ali presentes, para lutar junto aos atingidos, encaminhando manifestos, projetos de lei e mobilização em defesa do diploma. “Não dá para confundir liberdade de expressão com liberdade para o exercício da atividade”, destacou o deputado Pimenta, que juntos aos demais presentes se mostram revoltados com essa decisão e buscam a qualificação e valorização do Jornalismo, deixando de lado interesses políticos e ideológicos. FELIPE BALESTRIN E GRAZIELLA GIORDANI 6 ENSAIO RRPPAtualidades/dezembro 2009 A Internet e sua Usabilidade • Por que o profissional de RRPP deve preocupar-se com essa nova tecnologia? POR ELYEDRE COSTA A TECNOLOGIA está nas lojas, nos carros, na esquina, na rua, nas casas, nos eletroeletrônicos, tornando-se até alvo de estudo, pois mexeu de fato no imaginário humano com teorias como a da cibercultura. Desde o eletrodoméstico utilizado pela dona de casa ao carro mais moderno que calcula a quilometragem para chegar ao seu destino. O computador está lá, na sala ou quarto, usado pelo filho para trabalhos escolares, pelo pai para se informar, pela mãe em suas atividades e por que não falar dos avós, os quais, no decorrer dos anos, interessam-se cada vez mais por esse meio massivo e alternativo de comunicação. No trabalho, a comodidade, a praticidade e a necessidade de rapidez fizeram com que o computador fosse indispensável. Havia a necessidade de um meio como a Internet, que conectasse as pessoas em grandes redes mundiais, tanto a negócios quanto mesmo para relacionamentos. Lidar com computadores tornou-se uma extensão de nossas vidas, profissional e pessoal, e criou-se uma nova forma de se relacionar. No início, tudo era muito novo. A globalização trouxe a tecnologia da informação e perda de identidade, mas, ao mesmo tempo, proporcionou ao ser humano da pós-modernidade a oportunidade de buscar alternativas aos antigos padrões. Possibilitou recriar novos conceitos, transformando-o, assim, num ser individual, mas também coletivo. Os usuários, contudo, não são obrigados a entender e até mesmo saber que existem diversos segmentos dentro da área das tecnologias e, por extensão, da comunicação. Este artigo, A Internet e sua Usabilidade, se propõe a mostrar que existem profissionais trabalhando especificamente em criar programas, softwares, ferramentas e aparatos técnicos, para tornar a vida do navegador do Internet Explorer ou Firefox mais simples, prática e segura. Mas este artigo não pretende discutir a informática e sim, as Relações Públicas na era digital e a importância da usabilidade dessa tecnologia na área de comunicação, ao estabelecer novos meios de relacionamento através de sites e seus serviços. Na análise, surgem as primeiras indagações: Por que o profissional de RRPP deve preocupar-se com essa nova tecnologia? Que relação existe, em falarmos de pessoas que sabem apenas o básico, ou seja, ligar seus computadores, conectar-se à grande rede e navegar? Devemos ter em mente que a comunicação e todas as maneiras em que ela se processa são interesses das RRPP, visto que é uma atividade que “gerencia” (KUNSCH, 2003) e se torna “gestora política” dos relacionamentos (SIMÕES, 1995). Saber interpretar e tornar comum essa comunicação entre pessoas é a tarefa das RRPP. Nossa área trabalha com todos os públicos que se formam e são para eles que os sites existem e vendem seus produtos, serviços, imagens ou ideologias. As empresas vivem para os públicos. Como hoje ter um site é comum (na verdade, essencial entre as organizações), se constitui em um dos canais de ligação com pessoas/consumidores. São eles que irão acessar, pesquisar o produto, consumi-lo ou não, apoiar a empresa em suas ações sociais ou mesmo incorporá-las ao seu dia-a-dia, tornando-se fiéis à marca/serviço. Os sites corporativos transportaram a face da organização para a plataforma de comunicação mais rápida do mundo, a Internet. A organização online é hoje imprescindível diante da impossibilidade das distâncias, a necessidade da informação, as demandas de consumo e entretenimento, criados ou proporcionados pela Internet, que estabeleceu novos paradigmas de conhecimento e relacionamento. Na realidade, as organizações devem levar em conta o fato de que as pessoas sabem usar o computador, e mais que isso, quando lhes interessa alguma coisa, seja ela qual for, buscam, perguntam, pesquisam, procu- ram tudo o que possa satisfazer suas necessidades e interesses. Fica claro que o site das empresas deve ajudar e não atrapalhar. O serviço ou produto oferecido na sua página precisa ser fiel e satisfatório, porque para muitas pessoas que acessam a Internet aquela página será a personificação da empresa, sua alma, seu atendimento e sua ética. As novas tecnologias devem facilitar, ajudar e não dificultar e favorecer apenas os que estão por trás dos sites e sua lucratividade. Por tudo isso, concluímos que a usabilidade de um website é muito importante e faz toda a diferença no que diz respeito aos públicos e a sua relação com a internet/ empresa. O fato é que cada vez mais lidamos com consumidores exigentes. Um site de vendas, por exemplo, se não for de fácil uso, não venderá e o usuário insatisfeito terá uma péssima primeira impressão, porque terá a credibilidade duplamente perdida, ou seja, a do site e da empresa, por não cumprir o que promete e a própria organização que passará por falsa, visto que é ela que fornece o atendimento e o produto. A percepção do erro, que muitas vezes se dá tardiamente, acarreta naquele velho questionamento por parte da chefia: “O que fizemos de errado? É o produto? É o preço? O que o consumidor quer?“ Poucos são os que pensam na qualidade do atendimento, ou mesmo na parte técnica da homepage: se tranca, se o pedido é ou não processado pela máquina, quantos cliques são necessários para efetuar o que se deseja etc. “Mais de 83% de usuários de Internet abandonam um site se eles sentirem que serão necessários muitos cliques para achar o que procuram.” (Arthur Andersen, 2001). E ainda: “75% dos entrevistados abandonam o carrinho de compras sem finalizar a compra.” (Bizrate.com, 2001). Provavelmente o consumidor tenha gostado e escolhido o produto e no momento de comprar, esbarrou em diversos problemas de usabilidade dentro do site. Chegamos então à palavra chave do artigo – Usabilidade; mas o que é isso? ENSAIO Usabilidade é uma disciplina que deixará de procurá-la. estuda o comportamento do consumiO profissional de RRPP deve atuar dor durante a utilização de um deter- intensamente como mediador entre Orminado produto (como software, dis- ganização e Público, garantindo que a positivos eletrônicos ou websites), com comunicação seja efetivada da melhor o objetivo de encontrar problemas nes- maneira possível, sem ruídos, sem ense produto. Contudo, é um instrumento ganos, sem problemas e em consonânde comunicação que tem sido deixado cia com a parte técnica do website. de lado na construção da maioria dos Sabemos que o público não se resuwebsites. me ao consumidor. O segmento público Nielsen e Tahir (2002, p.5) a defi- começa nas próprias organizações. É nem como “a combinação de vários fa- dentro dela que na maioria das vezes tores: a facilidade de aprendizagem, de surgem os problemas. Uma instituição utilização, de memorização, a frequên- que tem uma comunicação efetiva com cia e severidade de erros e a satisfação seu público interno reflete isso exterdos utilizadores”. A norma ISO 9241 de- namente. Não podemos pensar apenas fine a Usabilidade como: “Efetividade, nos sites que são disponibilizados na InEficiência e Satisternet, precisamos fação com que os levar em conta a InOs erros devem ser previs- tranet e a satisfação utilizadores atingem os seus objeti- tos, precisam ser feitos testes que proporciona ou vos num determinão aos colaboradoexaustivamente, simulando res. nado sistema.” Portanto, o Quantas orgaas mais diversas situações que os profissionizações não teriam que podem ocorrer. nais de RRPP e de evitado diversos TI devem ter em problemas com seus mente ao conswebsites, se tivestruir um site, um software etc, é a facili- sem percebido primeiro as necessidades dade da sua utilização. Os erros devem internas dos seus funcionários e sua Inser previstos, precisam ser feitos testes tranet? Porque os funcionários são conexaustivamente, simulando as mais di- sumidores de outros produtos também versas situações que podem ocorrer. e são muitas vezes os primeiros a fazer Reafirmamos que RRPP viabiliza a a própria propaganda da empresa (púcomunicação entre público e empresa e blicos de multiplicação). Mais do que os sites são ferramentas de comunica- ninguém, eles sabem o que seria bom e ção. Pela atividade de Relações Públi- satisfatório em um site, o que realmente cas acontece toda viabilização do canal é importante e o que as pessoas pensam de comunicação com os públicos, logo, e esperam de sua organização. Ora, se as suas ferramentas, juntamente com existe um problema de usabilidade em os critérios de usabilidade de Nielsen e um website, é provável que o mesmo ruTahir (2002), permitirão que essa in- ído encontra-se na sua Intranet. teratividade se dê da melhor maneira Concluímos que a usabilidade e as possível. ações de RRPP são os pontos de partida Se o canal está com erros, é incom- para que as empresas que desejam ter pleto, faltam informações vitais para seu site consigam sucesso. A usabilidaa boa comunicação. Pode-se afirmar de consiste em facilitar, em verificar a que existe ruído na comunicação e esta satisfação e a efetivação. Relações Púdeixa de ser uma ponte de mão dupla, blicas busca a sintonia na comunicação onde de um lado há organização, que entre públicos e organização através de julga estar passando a sua mensagem credibilidade e bons serviços. Ambos e os seus objetivos, e do outro, temos o andam juntos e são indispensáveis às público, que não recebeu a mensagem e novas tecnologias. Referências Bibliográficas NIELSEN, Jakob, TAHIR, Marie. Homepage : 50 websites desconstruídos. Trad. Teresa Cristina Felix de Souza, Rio de Janeiro: Campus, 2002. SIMÕES, Roberto Porto. Relações públicas : função política. 5. ed.rev.ampl. São Paulo:Summus,1995. KUNSCH, Margarida Maria Krohling: Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. 2, São Paulo: Summus, 2003. SITES: Arthur Andersen. Disponível em: http:// www.usabilidadebr.com. br/saibamais.asp – Acessa- do em 04/12/2009 Bizrate.com Disponível em: http://www.usabilidadebr. com.br/saibamais.asp – Acessado em 04/12/2009 NORMA ISO/IEC 9126: disponível em http:// pt.wikipedia.org/wiki/ISO/ IEC_9126, acessado em 04/12/2009 RRPPAtualidades/dezembro 2009 7 •CRÔNICA Fim do mundo?! Crises, chuvas, apagões, desabamentos, raios, trovões, mortes, catástrofes, fúria da natureza, violência, inundações. Será o FIM DO MUNDO? Alguma vez já paramos pra pensar e refletir como estará o nosso mundo quando os nossos filhos nascerem? Ou ainda, os filhos dos nossos filhos? Já paramos pra pensar no nosso futuro? Se vamos casar, se vamos ter aquele casal de filhos que sonhamos ainda quando crianças, se vamos plantar uma árvore, escrever um livro, comprar uma casa na praia, viajar o mundo todo em 6 meses, viver um grande amor ou até mesmo ganhar na mega sena? Será que o mundo e nós mesmo iremos resistir a tanta epidemia, aquecimento global e afins? Filmes de ficção no cinema nos trazem essa realidade. Começou com “Eu sou a lenda”, com Will Smith, e agora, em cartaz, “2012”, de Roland Emmerich . Tudo bem, isso são apenas filmes, é muita montagem e tecnologia e parece não sair da telona. Mas, mesmo assim, podemos nos permitir uma reflexão a respeito do mundo em que vivemos e no mundo em que queremos viver.Existem diversos pontos de vista, uns a favor e outros completamente contra a ideia de que o mundo vai acabar, mas fatos cada vez mais recentes nos assustam e mostram que a raça humana não vai entrar em extinção, mas que o nosso ambiente de vida está se auto destruindo. Isso não há pesquisador que negue. Chegou o momento de pararmos de dar “sorte ao azar”, não podemos deixar os problemas baterem na nossa porta, tampouco acreditar que isso só vai acontecer com o vizinho, ou com aquele parente que mora do outro lado do oceano. O ser humano precisa deixar de ser egoísta e começar a pensar nos pequenos passos, nos pequenos detalhes: Ao invés de lavar a calçada, por que não varrê-la? Por que não utilizar o sol para aquecer a sua água? Por que não deixar o carro em casa para percursos pequenos? Os pequenos gestos é que criam forças para buscarmos o mundo melhor. É hora de agir,orientar. Uma missão que não exige muitos esforço, afinal, somos responsáveis por tudo que está acontecendo e temos o dever de reverter essa situação. Economize luz, água, recicle o seu lixo e ajude a mudar o mundo. GRAZIELLA GIORDANI 8 RRPPAtualidades/dezembro 2009 ESPECIAL MARIA HELENA SPONCHIADO/ HIPER ∆∆ Debates mediados por professores da Famecos lotaram quatro auditórios do campus • O evento promovido pela Famecos trouxe grandes nomes SET Universitário debate público e conteúdo A PUCRS REALIZOU, nos dias 28, 29 e 30 de setembro, o 22º SET Universitário, evento que oportuniza a troca de experiências entre alunos, professores e profissionais das áreas de comunicação. Este ano, os debates versaram sobre Público e Conteúdo na comunicação, independente das plataformas. Organizado pela Famecos com auxílio das equipes do Espaço Esperiência, que deu suporte e monitorou as atividades do evento, o SET mobilizou a universidade através de palestras feitas não só no prédio da Faculadade de Comunicação, mas em outros três auditórios do campus. O primeiro dia do evento causou impacto aos que chegavam no prédio 7, com muita divulgação, luzes, palco para shows e entreterimento. A Famecos estava com outra cara. Curiosos, estudantes estrangeiros e de muitas cidades do Brasil estavam presentes no evento que contou no primeiro dia com palestras de João Moreira Salles, editor da revista piauí; Jayme Monjardim, diretor de núcleo da Rede Globo; João Daniel Tikhomiroff, publicitário e ganhador de 41 leões no Festival de Publicidade de Cannes; e Fabiano de Souza, cineasta e professor da Famecos. No segundo dia, as estrelas foram Leandro Gejfinbein, gerente de Arquitetura de Informação na Globo.com; Ana Vilela, gestora da Casa Fiat de Cultura; Domingos da Silveira, procurador regional da República; Dennison Ramalho, roteirista e diretor cinematográfico; Bruno Alves, sócio diretor da Dialeto Social Media; e Luciano Kunzler, responsáveis pela área de criação e estratégia da HappyHouse Brasil. O último dia do evento contou com a presença de Eduardo Socha, editor da revista Cult; Matinas Suzuki Jr, editor da revista Serrote; Tito Montenegro, sócio da Arquipélago Editorial e criador da revista Norte; Miguel Cavatorta, diretor de Relações Públicas e Institucionais do Colégio Universitário IES Siglo 21, em Córdoba, Argentina; Renato Meirelles, sócio diretor do Data Popular e autor de Um jeito fácil de levar a vida; e Marcos Schetmann, diretor de novelas da Rede Globo, com a participação de Carlos Gerbase, cineasta e professor da Famecos. Durante os três dias, também ocorreram oficinas práticas e teóricas com profissionais sobre diversas áreas destinadas à comunicação, onde os alunos tiveram a opotunidade de interagir e vivenciar de perto o que os aguarda no mercado de trabalho. O encerramento foi marcado pela cerimônia de premiação do SET Universitário, quando foram divulgados os vencedores da mostra competitiva. A festa de despedida aconteceu no Bar Opinião com a apresentação de bandas de alunos e professores. FELIPE BALESTRIN E PEDRO LAVAL ESPECIAL LÍVIA STUMPF/ HIPER RRPPAtualidades/dezembro 2009 9 Jayme Monjardim fala de novelas no RBS Debates • Em 40 anos, o que mudou foi a tecnologia ∆∆ RBS Debates abriu o SET com a participação de Jayme Monjardim O DIRETOR de novelas e especiais da Rede Globo, Jayme Monjardim, foi a grande estrela do RBS Debates, na noite de 29 de setembro, no Centro de Eventos da PUC. O encontro fez parte do SET Universitário, promovido todos os anos pela Famecos. O tema deste ano foi Linguagem X Públicos – como falar com as massas, discutido em palestras e oficinas até o encerramento, na noite de 30/9. Os convidados do RBS Debates foram o diretor de Núcleos da Rede Globo; mais o publicitário João Daniel Tikhomiroff, ganhador de 41 leões de ouro no Festival de Publicidade de Cannes; e Fabiano de Souza, cineasta e professor da Famecos. Monjardim foi convidado a falar sobre o conteúdo das novelas e miniséries da televisão. Durante o debate, os participantes responderam perguntas da Incentivo à cultura melhora reputação plateia. Dentre as discussões, destacaram-se as telenovelas, por seu conteúdo e produção. Segundo o diretor da Globo, a cada 20 dias são feitas pesquisas para validar o andamento das novelas, a aceitação dos personagens por parte do público, entre outros assuntos sobre as tramas. “Se a história da novela não for boa, não for consistente, ela não será boa”, disse. De acordo com Monjardim, as novelas são iguais há mais de 40 anos e o que mudou foi o impacto tecnológico, por exemplo, com a tecnologia HDTV, a imagem ficou muito mais nítida e dessa maneira, há um cuidado maior com a luz, a maquiagem e o figurino dos atores. No entanto, em sua opinião, “não adianta tecnologia sem um bom conteúdo”. ELYEDRE COSTA LÍVIA AULER/ HIPER • Executiva da Fiat falou sobre relacionamento com Stakeholders ANA VILELA veio no dia 29 de setembro à Famecos como uma das palestrantes do 22º Set universitário. O tema foi “A Cultura como Estratégia de Relacionamento com Stakeholders”, que são as pessoas e empresas influenciadas pelas ações da organização. Explicou a importância de dar incentivo à cultura e como isso pode melhorar a reputação de uma empresa, relatando sobre o funcionamento de onde ela trabalha como gestora administrativa e financeira: a Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte. A palestrante é formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em Relações Públicas pelo Centro Universitário Newton Paiva, com pós-graduação em Administração e Marketing e trabalhou durante 11 anos à frente da área de Comunicação Interna da Fiat Automóveis, realizando treinamentos de Relações Públicas. “Trabalhamos com planejamento e estratégia de programação, desenvolvimento, gestão e implantação de projetos culturais e educativos, articulação de parcerias institucionais e estratégia de comunicação”, explicou Ana Vilela. O objetivo principal da Casa de Cultura Fiat, é promover eventos culturais para aproximar o público brasileiro da marca, mostrando que a organização está preocupada e interessada com seu público. “A criação deste projeto teve origem em pesquisas que mostraram que o povo brasileiro é extremamente pobre culturalmente falando e, devido ao sucesso desta ideia, o Grupo Fiat está planejando investir com os mesmos objetivos em outras cidades, como Porto Alegre”, antecipou a gestora em sua palestra no SET. PABLO ESTRÁZULAS, RAMIRO PERES E VITORIA GUIMARÃES ∆∆ Ana Vilela, jornalista e relações-públicas 10 RRPPAtualidades/dezembro 2009 ESPECIAL TV e Direitos Humanos: O que temos com isso? • Concessões de TV burlam os direitos humanos, denuncia procurador durante o SET MARIA HELENA SPONCHIADO/ HIPER O PROFESSOR Domingos da Silveira, procurador do Ministério Público e pós-graduado em Direito, foi um dos palestrantes do 22º Set Universitário, tradicional evento anual da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da PUCRS. Na noite de 20 de setembro, no auditório do prédio 11 do campus, ele falou sobre a televisão e os direitos humanos. O conferencista disse que o tema direitos humanos na TV é muito instigante. “Existem colisões entre os direitos humanos previstos na Constituição e os interesses empresariais em relação às concessões televisivas”, ponderou. O professor Domingos citou o sociólogo Gutierrez: “A TV cria um efeito real. Deixa de ser um instrumento de registro e torna-se um instrumento de criação da realidade.” Este espectro eletromagnético, como o professor se refere à televisão, é hoje, arbitro do sistema social. “O que não está nela não existe. A televisão tem o poder de pautar a sociedade em torno de um assunto”, observa. Outro fator relevante é a falta de fiscalização das concessões televisivas. Estas deveriam estar de acordo com as leis da Constituição da República Federativa do Brasil, o que na prática não acontece. Começando pelo Artigo I: “Assegurar a dignidade da pessoa humana; a cidadania; os valores sociais do trabalho e a da livre iniciativa”. E conclui o palestrante: “O espectro eletromagnético vai contra esses valores. Ele constrói outras perspectivas, destruindo os direitos humanos.” O medo da censura faz com que os meios de comunicação, principalmente a televisão, tenha liberdade para fazer o que quiser. Isto implica na necessidade de se criar novos órgãos reguladores além dos já existentes como a Anatel. Domingos reforça: “Concessão sem fiscalização é doação.” Nem todo controle é censura, mas toda censura é um controle sem democracia. Exemplo disto é o Artigo 221 da nossa Constituição, citou: I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV – respeito aos valores éticos e sociais da ∆∆ Domingos da Silveira vê a televisão como um árbitro social pessoa e da família. Na opinião de Domingos, a Constituição não estabelece a censura. “É um modo de manter os nossos direitos”, assegura. Para ele, a busca pela audiência leva as emissoras a fazerem programações sensacionalistas, o que torna a televisão uma baixaria. Os índices de audiência e a opi- nião pública são termômetros democráticos da população. Domingos fechou a palestra dizendo: “Um dos grandes riscos da democracia é que a sociedade está desarticulada para exercer o controle desta concessão.” ANGÉLICA SILVINO ESPECIAL RRPPAtualidades/dezembro 2009 11 FOTOS BOLÍVAL ABASCAL OBERTO/ HIPER ∆∆ Renato Meirelles O mercado emergente O PUBLICITÁRIO e sócio do jornal paulista Data Popular, Renato Meirelles, realizou uma inovadora e realista palestra sobre o consumo e o mercado das classes sociais de baixa renda, durante o 22º SET Universitário da Famecos, no dia 30 de setembro de 2009. “Classes C,D e E: 15 tendências de um mercado de 760 bilhões de reais.” Esse foi o título que levou a palestra de Renato Meirelles, pesquisador das classes sociais brasileiras. O surpreendente mundo da economia de baixa renda foi o foco central da palestra, “onde, infelizmente, as nossas criativas propagandas não conseguem ter resultados positivos sobre o consumidor dessas classes”, criticou. Antenado em todas novas tendências, o palestrante usou muito um não tão novo termo: gente! Sim, gente mesmo, gente de verdade, cheia de emoções e sentimentos, e não mais o termo consumidor. Essas pessoas citadas por ele representam a maioria da população brasileira, uma enorme parcela do mercado que não pode ser excluída e que cada vez mais conhece o seu poder e se torna mais exigente com cada produto e serviço que adquire. Segundo Renato Meirelles, o consumidor dessas classes, além do que se pensava, não busca o menor preço, mas sim o produto com melhor preço X benefício, ou seja, qualidade. Mas onde está a real qualidade que o consumidor de baixa renda busca? Para Renato, essa pergunta é o grande desafio das organizações, e que precisam conhecer e entender as novas tendências desse mercado. AMANDA MACHADO ISADORA DIEHL IZAURA PEREIRA ∆∆ Palestrante Luciano Kunzler discorreu sobre as muitas caras do público interno durante evento na PUC Por dentro do Endomarketing • Segmentação de públicos e complexidade na criação de estratégias ÀS EXATAS 20h do dia 29/9/2009, quem estava presente no salão de apresentações da faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, pôde acompanhar de perto uma das muitas palestras que formavam o SET Universitário da Famecos. Era ela: “As muitas caras do público interno: como pensar em comunicação interna para todas elas?”. Quem deu as caras para o público de estudantes do curso de comunicação foi nada mais nada menos do que um exfamequiano, Luciano Kunzler, formado em Publicidade e Propaganda e Pós-Graduado em Marketing Estratégico, que atua como um dos responsáveis pela área de criação e estratégia da agência Happy House Brasil de endomarketing. O palestrante fez o primeiro contato com o grupo de estudantes, fazendo-os compreender o que envolvia o endomarketing em um todo, para tal fez uma abordagem geral do tema. Teve como objetivo fazer os presentes não apenas compreender a segmentação de públicos nas empresa, mas também entender a complexidade que envolve a criação de estratégias de endomarketing em um cenário que agrega diferentes áreas de conhecimento, em meio a constantes mudanças de cenários, derivados do fácil acesso à informação a que as organizações estão sujeitas em período de globalização. Kunzler explicitou os pontos globais de atuação do endomarketing dentro das organizações, desde o acesso à informação, a mudança cultural e comportamental dos colaboradores, inovações tecnológicas, movimentações no mercado de trabalho, alterações nas políticas de gestão e no marketing. Aos poucos, o palestrante demonstrava os inúmeros desafios com que se depara o endomarketing frente a tantas variáveis e diferentes cenários. “A grande dificuldade de administração dos meios de comunicação e o meio a um bombardeio constante de informações, as mudanças velozes e radicais, orçamentos cada vez menores e a pressão por motivação e criatividade”, destacou. Saindo de cenários mais amplos e globais, Luciano focou o ser humano, onde realizou um comparativo histórico a respeito da mu- tação dos valores que guiavam os profissionais dentro do mercado de trabalho. Neste ponto, destacou três marcos em que estivera presente o profissional no passar dos tempos. “Antigamente, a preocupação girava em torno da empresa, família e tranquilidade. Depois se preocupariam com a renumeração, projeção e crescimento. E agora estaríamos migrando para valores baseados no reconhecimento, qualidade de vida e felicidade”, enumerou Kunzler. Ao final, depois de discorrer sobre os aspectos teóricos e fundamentais do endomarketing, o profissional partiu para o aspecto prático e concreto, apresentando inúmeros cases gráficos da agência HappyHouse Brasil. Ficou claro que o endomarketing abrange não apenas um estudo interno da organização, mas sim uma compreensão muito maior, onde necessita-se compreender o ser humano e o cenário em que está disposto , para que se posssa chegar a políticas efetivas de comunicação interna. LUCAS KAFRUNI 12 RRPPAtualidades/dezembro 2009 CAPA Relações Públicas 2.0 •Comunicação mais fluida, colaborativa e horizontal. As reputações MARIANA FONTOURA/ HIPER ELYEDRE COSTA VOCÊ SABE o que é Relações Públicas 2.0? Vamos começar pela Web 2.0, pois sem esta, o termo Relações Públicas 2.0 não existiria. Há muitos nomes para essa nova web: Web 2.0, Living Web, Hypernet, Active Web, Read/ Write Web. Independente da designação usada, o sentido é o mesmo: plataforma global de computação e colaboração que está remodelando quase todos os aspectos das relações humanas. “A Web 2.0, em termos de tecnologia, não mudou muita coisa. O que se transformou foi o comportamento do público em relação às organizações e dentro da rede. O público começou a falar mais, dar mais a sua opinião. A atitude em relação ao que pensavam das organizações mudou”, diz Silvana Sandini, sócio-fundadora da RaioZ e professora da disciplina Estudos Multimídia para as Relações Públicas na Famecos. A antiga web era constituída por sites estáticos, cliques e chats, enquanto a nova é composta de comunidades, participação, colaboração em massa e comunicação bidirecional. Os canais de comunicação mais comuns da nova web são conhecidos pela maioria das pessoas, sendo eles: orkut, twitter, facebook, flickr, blog, entre outros. Nos dias atuais, quem não possui orkut, twitter e participa de uma comunidade virtual? Se praticamente todas as pessoas usam e conhecem esses novos canais, o que tem de novo em tudo isso? Na verdade, quase todas as pessoas usam esses canais diariamente, mas muitos nem percebem a grande mudança eles significam nos dias atuais. As duas principais características da Web 2.0 são a colaboração em massa e comunicação bidirecional. A primeira se baseia em indivíduos ∆∆ Silvana Sandini: o que mudou foi o comportamento do público e empresas utilizando computação e tecnologias de comunicação amplamente distribuídas para alcançar resultados compartilhados. O maior exemplo de colaboração em massa é a Wikipédia, a mais extensa enciclopédia do mundo, oferecida gratuita e criada inteiramente por voluntários em uma plataforma aberta que permite a qualquer internauta ser editor. Milhares de usuários da internet dedicaram tempo e conhecimento, voluntariamente, para ajudar a construir uma enciclopédia de qualidade, mas que deve ser consultada com prudência. Construída a partir de um software de internet chamado wiki (rápido em havaiano), a Wikipédia se baseia na premissa de que a colaboração entre os usuários melhorará o conteúdo ao longo do tempo. A outra vantagem da Web 2.0, a comunicação bidirecional, permite a oportunidade de resposta e interação entre os emissores e receptores de uma mensagem. Os canais digitais que propiciam essa interação são os blogs, chats, mensageiros instantâneos etc. As mídias geradas pelo consumidor são marcantes da Web 2.0, como os vídeos produzidos e veiculados no youtube e os blogs que funcionam como jornais independentes, onde, na maioria das vezes, possuem maior credibilidade por tratar-se de uma pessoa comum, comentando sobre suas experiências boas ou ruins ao consumir determinados produtos. Por meio desses novos canais disponibilizados na Web 2.0, as pessoas deixaram de ser coadjuvantes para tornarem-se atores principais na rede, onde colaboram com outras pessoas, produzem seus conteúdos e expõem as suas opiniões. Torna-se impossível as organizações não estarem vulneráveis às opiniões de seus públicos, principalmente aquelas de marcas famosas. Nos dias atuais, um pequeno problema, um produto com defeito que não seja trocado, pode ser comentando em um blog pessoal e inúmeras pessoas poderão ler e assim, comentarão com muitas outras, até chegar ao ponto de estourar uma crise e a empresa ter que que desculpar-se publicamente, ou ainda, retirar o seu produto do mercado. É diante desse cenário que surge as Relações Públicas 2.0. O termo vem sendo usado por diversos autores. As principais características são: uso das novas tecnologias e redes sociais online para monitoramento de imagem e reputação das organizações, gerenciamento de conteúdos produzidos pelo consumidor, entre outros. Para Carolina Frazon Terra, autora do livro “Blogs Corporativos: modismo ou tendência?”, a imagem das organizações é crucial para o processo de faturamento, venda de produtos e serviços. A autora apresentou um artigo sobre “A comunicação organizacional em tempos de redes sociais online e de usuários-mídia” no XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), realizado entre os dias 5 e 7 de setembro deste ano. No artigo, a autora abordou temas como relações públicas, redes sociais online, usuário-mídia e mídia social. CAPA RRPPAtualidades/dezembro 2009 13 monitora redes sociais são construídas por meio do diálogo contínuo com os stakeholders MARIANA FONTOURA/ HIPER As redes sociais mais usadas e suas características: ∆∆ Bruno Alves, diretor da Dialeto Social Media, proferiu palestra sobre Web 2.0 e marketing Para Silvana Sandini, “as Relações Públicas CAROLINA enfatizou que preocupar-se com expressões de marca, produtos e serviços tem todo o preconceito de manipulação da imadas organizações na rede não é mais uma ques- gem, de fazer com que a organização seja algo tão de escolha, mas de necessidade. Para a au- que não é. Portanto as Relações Públicas 2.0 tora, trata-se de mais um papel a ser assumido seriam trabalhar com a transparência”. Para a profissional, as Relações Públipelo comunicador, o Relações As Relações Públicas cas devem trabalhar de forma Públicas 2.0: gestor da imagem nas redes sociais, capaz de avatem todo o preconceito a complementar a estratégia liar a presença da marca e prode manipulação da ima- existente na organização e ela faz um alerta: “Se a organização por estratégias a favor das orgagem, de fazer com que não está preparada para estar nizações. Em seu artigo, Carolina a organização seja algo nas mídias sociais e na interelencou ações pontuais de como que não é. Portanto, as net, ter um blog, etc. é melhor que ela não esteja. Pois a maior o profissional deve proceder Relações Públicas 2.0 característica da Web 2.0 é a diante das mídias sociais, denseriam trabalhar com a ‘conversa’. Não a informação, tre elas: • Diagnosticar o estado transparência” (Silvana como os sites eram tratados antigamente”. da marca e de seus principais Sandini) Web 2.0 e marketing nas produtos e serviços nas redes mídias sociais, foi tema de pasociais online; • Planejar e propor ações que inspirem lestra realizada no dia 29/09 (terça-feira) no os consumidores sobre o universo que envolve a auditório da Famecos, por Bruno Alves, sóciodiretor da Dialeto Social Media. A empresa moempresa; • Criar uma cultura interna de participa- nitora todas as mídias sociais em uma espécie ção, colaboração e coletividade para refletir es- de clipping, no entanto, “não se trata apenas de agrupar todos os dados mencionados na mídia ses princípios externamente; • Entender a dinâmica de funcionamen- social de determinada empresa e sim, de realito deste universo digital das novas mídias, para zar uma análise de conteúdo profunda, a fim de então, abrir-se para uma via de entendimento identificar o que está sendo ‘falado’ de bom ou ruim das empresas e quem está falando”, revecom os diversos públicos. “ BLOG - Leitura agradável e cronológica; Fácil de manter e fazer; Baixo custo; Maior liberdade de manutenção; Navegação intuitiva; Favorece o feedback, uma vez que possui espaço para comentários. WIKI - Colaboração participativa; Espécie de site para colaboração em massa em diversos assuntos e de fácil utilização; Não requer conhecimentos de programação HTML . Difere do blog pois é uma página estática que vai se modificando. TWITTER - Postagem instantânea; Espaço reduzido para digitação das mensagens (140 caracteres). FEEDS (RSS E ATOM) - Agregam conteúdos de diversos sites e/ou blogs que utilizam essa tecnologia; Funcionam como um clipping digital ou uma newsletter. ORKUT/FACEBOOK - Redes sociais de interação entre as pessoas; Podese colocar fotos, dados pessoais e participar de comunidades sobre diversos temas. PODCAST - Arquivo de música ou áudio com informações, feito pelos próprios internautas. FLICKR - Postagem e compartilhamento de fotos; Permite ‘marcar’ as fotos com nomes de outros usuários e ‘tags ‘ de marcação como por exemplo: gato, gatos, cat, cats. lou o especialista. Os monitoramentos são realizados por um software desenvolvido pela própria Dialeto, com análise apenas dos assuntos públicos, os quais, posteriormente, passam por uma análise profunda de conteúdo, onde realizam-se trabalhos focados de Relações Públicas 2.0 com os formadores de opinião. É exatamente este monitoramento, que segundo Carolina Terra, faz parte das ações que um profissional deve ter diante das mídias sociais. Então, o que você está esperando para ser um profissional 2.0? É como dizia Wilson da Costa Bueno, jornalista e autor de diversos livros, dentre eles “Comunicação Empresarial: Políticas e Estratégias”, lançado este ano: “as organizações que não aderirem à internet, tendem apenas, a involuir”. Você vai ficar de fora? 14 RRPPAtualidades/dezembro 2009 TENDÊNCIA Comunicação se renova na MÍDIA FLUIDA • Professora da Famecos fala de seu doutorado e intercâmbio em Londres FOTO ARQUIVO PESSOAL ANDRÉIA MALLMANN é jornalista, bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Mestre em Comunicação Social, Linha de Pesquisa Tecnologias da Informação. Professora da PUCRS na unidade Famecos, tem experiência no campo da Comunicação nas áreas de Assessoria de Imprensa, Fotografia, Identidade Visual, Multimídia e Jornalismo Online, atuando principalmente em rotinas de produção, convergência de linguagens e internet. Ministra aulas no curso de extensão Apple Training Center, é coordenadora o Centro de Produção Multimídia da PUCRS, atua no estágio de jornalismo online da Famecos (Cyberfam) e ministra as disciplinas: Tecnologias Audiovisuais e Projeto Experimental Online. Desde 2006, ela pesquisa em seu doutorado uma nova visão do conceito de mídia contemporâneo. Como discente do PPGCOM/PUCRS realizou intercâmbio de meio ano na University of Westminster, sob orientação do professor Dr. David Hendy em pesquisa de campo na BBC (Londres), onde acompanhou a rotina de trabalho na área do jornalismo/comunicação. “A mídia atual é fluida, líquida e independe ∆∆ Andréia Mallmann em frente à BBC, em Londres, onde acompanhou a cobertura diária do aparato tecnológico. Consequência disso é a derrubada das fronteiras que definiam antes o da Teoria das Massas e do Modelo Transmissio- ficado nos tempos de hoje. É possível compreender as diferentes nojornalismo impresso, radiojornalismo, telejor- nista de Shannon & Weaver, e assim, a entendenalismo e jornalismo online. Na mídia fuida, mos no sentido puro e simples de uma platafor- ções de tempo-espaço que a internet permite, tudo são linguagens, que se engendram e adap- ma de comunicação veicular informações entre seu potencial interativo fazendo emissor e reemissor e receptor. Nessa visão, a mídia é um ceptor tornarem-se interagentes, mas ainda há tam à ambientes variados”, explica Andréia. Para ela, as mídias são todas formas de flu- canal isolado, bem como suas pontas: emissor e uma grande resistência para entender o que é mídia além do modelo tradicional, baseado em xo informativo que percebemos nos dias de hoje. receptor”, ensina Andréia. Diferente de seu entendimento clássico e equipamentos ou áreas definidas. “Somos resis“Desatreladas de equipamentos/plataformas/ tradicional (aplicado à mídia tentes, isso é bem verdade. Precisamos ver para meios, é representada pela de massa e ainda hoje utiliza- crer, e ver à exaustão, até negar o que já não é fruição e não mais pela simples produção e disponibili“A mídia atual é fluida, do como padrão de referência mais possível sustentar e permitir uma transpara muitos), o termo mídia formação. Isso é humano, se não fossem assim zação em espaços variados. líquida e independe do hoje se mostra como uma partiríamos do zero a cada nova reconstrução”, Latente/estacionária ou não ela precisa de interagentes, aparato tecnológico” soma de representações. “É observa Mallmann. A professora vê a possibilidade de que ocorpossível perceber sua banapessoas para que de fato se lização ao notarmos seu uso ram alterações no currículo de Comunicação Sotorne uma mídia”, pondera a em denominações completa- cial, lembrando que no Jornalismo da Famecos professora. A internet é a essência do entendimento da mente alheias umas às outras. Estamos cercados já são produzidas ações integradas, testando nochamada “nova mídia”. Seu modelo de comuni- por um termo que tudo abarca e nada explica”, vos modelos. “Os laboratórios da Faculdade dão cação em rede permite a interatividade, a per- diz a pesquisadora. Para ela, as mídias podem excelentes locais para promover experimentos”, sonalização, a colaboração, a ubiquidade, a não- se constituir em espaços de armazenamento, destaca. Ela ressalta que no ano de 2004 o curlinearidade dos processos e a convergência de empresas de comunicação, programas de tele- rículo passou por uma mudança significativa e equipamentos e linguagens. A chamada “nova visão, sites populares ou ainda programas de essas alterações já evidenciam uma percepção mídia” é hoje fluida, bidirecional, tão abstrata envio de mensagem ou mesmo conexões entre de mudança conceitual não apenas a respeito da quanto a noção de modernidade líquida propos- equipamentos chamados de “media center”. Em mídia, mas da comunicação como um todo. ta por Zygmunt Bauman. “Quando falamos em sua opinião, precisamos encontrar a essência do SAMANTA BOFF E TIAGO LIMA mídia, nos remetemos à clássica compreensão conceito de mídia capaz de evidenciar seu signi- DIFERENCIAL RRPPAtualidades/dezembro 2009 15 RICARDO STUCKERT/ ABR ∆∆ Formatura de Oficiais do Exército na Academia de Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, em 2009. Foto divulgação RP no Exército é cobrado como UM MILITAR • Podem seguir a carreira militar ou trabalhar como temporários APESAR DE TER uma área de atuação vasta, poucas pessoas identificam as inúmeras formas e setores de se trabalhar em Relações Públicas. Uma das maneiras de se exercer a profissão é em uma Organização Militar. As instituições possuem uma Seção de Comunicação Social, mas pelo fato desse tipo de trabalho ser ainda desconhecido, há poucos Oficiais Técnicos formados no Brasil. Existem duas maneiras do profissional de Comunicação ingressar no Exército Brasileiro: • Se quiser ser militar de Car- ∆∆ CPOR, em Porto Alegre reira, tem que prestar concurso nacional para a Escola de Administração do Exército; • Mas, se o profissional quiser prestar serviço temporário, precisa cuidar a abertura do edital do Comando Militar da sua região. Normalmente, se existem vagas nas Unidades Militares, é feito um processo seletivo, composto por algumas etapas, onde se escolhem os Oficiais Técnicos Temporários que irão trabalhar nos quartéis. Qualquer profissional técnico que atue dentro do Exército Brasileiro, como Oficial, de carreira ou temporário, é cobrado, acima de tudo, como Militar. Além de ter a formação técnica, a pessoa deve estar enquadrada nas normas militares. Como se trata de uma Instituição baseada nos princípios da hierarquia e disciplina, qualquer projeto que queira desenvolver é analisado antes pelos superiores hierárquicos. No caso da Seção de Comuni- cação Social, o chefe em geral é um superior hierárquico, mas não necessariamente com formação técnica na área de Comunicação Social. Em muitos momentos isso acaba dificultando ações de comunicação que são práticas habituais em empresas privadas. O profissional, formado e habilitado na área, tem que seguir as diretrizes de pessoas, que, muitas vezes, não possuem o entendimento necessário para aprovarem, ou não, das iniciativas. A atuação pode ser bem ampla na medida em que o profissional atua em diversas atividades, tais como: eventos (muitas vezes semanais), endomarketing, elaboração de textos, busca de contatos, assessoria de imprensa, manutenção da intranet e internet, entre outras atividades. A tenente Ana Ferrugem, do CPOR/PA (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre), explica que pelo fato de atuar numa Escola de Formação, traba- lha com muitos eventos, de diversos portes: formaturas militares (solenidades, tipicamente militares); confraternizações para os públicos interno e externo; atividades festivas na comemoração de datas importantes; organização de jantares e almoços, entre outros. “O profissional de RP é responsável pela manutenção do relacionamento com os públicos interno e externo”, enfatiza a oficial. No contato com o público externo, universo de 500 pessoas, ela assume várias atividades, como: manutenção da intranet (informativos, agendas, informações, notícias, fotos); manutenção da internet; informativo bimensal; controle dos quadros murais da Unidade; organização das atividades; controle de expositores. “Na verdade, o RP no Exército Brasileiro tem suas atividades muito atreladas às ações sociais” MARIA CLARA GASPERINI E GRAZIELLA GIORDANI 16 RRPPAtualidades/dezembro 2009 JOVENS EMPREENDEDORES NA FAZENDA UMA PRODUTORA A atividade de RRPP no Agronegócio Buscando seu espaço • Profissão explora novos mercados Em 2007, pai e filho decidem iniciar um projeto para um futuro empreendimento no mercado do agronegócio. A iniciativa foi tomada por Antônio Barreto de Lima, que nasceu e cresceu no meio rural ∆∆ Pedro e o gado holandês e sempre teve a vontade de resgatar as raízes. uma dieta alimentar rigorosa, Contou com a ajuda de seu fi- consiste em alimentação espelho, Pedro Laval de Lima que cializada para verão e inverno. a partir desta ideia, passou a Conta ainda com suplemento desenvolver durante um ano de ração balanceada e rotações uma pesquisa voltada para a periódicas de piquetes para a garantia de uma alimentação bovinocultura. Por uma série de fatores, eficaz, que refletirá diretamencomo distância, culturas das te na qualidade do leite. Com um trabalho diferenregiões, clima, rentabilidade, entre outros, optou-se pela ciado, em menos de um ano, a criação de gado leiteiro, foca- empresa cresceu mais rápido do na comercialização do leite, do que o esperado. Expandiu com vacas de alta produção e seus negócios e conquistou o na venda de novilhas de alta mercado. Apostando em um marketing forte e estratégias linhagem. Após diversas visitas a de comunicação, Pedro, aluno propriedades leiteiras, conta- de Relações Públicas da PUtos com referências no estado CRS, assumiu o cargo de Gequanto à produção de leite, rente de Relacionamentos, e se auxílio de profissionais da responsabilizou por toda a diárea e muitas pesquisas, surge vulgação e contato com cliena AnBar Cabanha Leiteira. É tes, fornecedores, mídia, paruma empresa rural com foco ceiros, investidores e eventos, na criação de gado holandês e como exposições e palestras. produção de leite, localizada Realiza um trabalho focado, no município de Glorinha, a 40 levando todo o conhecimento km de Porto Alegre, com aces- adquirido em aula e associanso via freeway, em uma área de do às práticas da empresa. Hoje, o empreendimento 70 hectares. Praticamente todo o reba- que começou com a AnBar Canho é originário de fora da ca- banha Leiteira, trasformou-se banha, a qual neste momento no Grupo AnBar, uma empreinicia seu programa de aperfei- sa especializada no mercado çoamento genético, seleciona- Agropecuário. Conta com oudo por Pedro, baseado no atual tras empresas que compõem o plantel. A Cabanha possui hoje grupo, como a AnBar Raças de 70 animais, contando com um Corte, AnBar Agronegócios e plantel de 45 vacas em orde- AnBar Cabanha Leiteira. nha, produzindo 1.000 litros/ dia. Estes animais passam por RAMIRO PERES Cada vez mais jovens ocupam cargos importantes em empresas. Qual é o segredo? Ramiro Binotto Peres, estudante de Relações Públicas na PUCRS, é um exemplo. Ele acaba de se tornar o mais novo sócio da Shock Produtora (líder de formaturas em colégios no Rio Grande do Sul). Ramiro adquiriu 50% das ações da empresa, tornando-se dono do seu próprio negócio. Ele está no terceiro semestre. Com 21 anos, trabalha desde os 17 anos de idade, quando ajudava seu pai no trabalho. O estudante acredita que faz a diferença as trocas contínuas de emoções. “Elas fazem com que a gente tenha mais vontade de crescer, ocupar nosso espaço, mostrar para os outros que não estamos aqui para ser mais um”, disse. Binotto começou precoce no trabalho, mas, segundo o jovem, isso fez com que ele crescesse mais rápido que os seus amigos. “Até hoje ainda me sinto meio distante do pensamento deles, mas tenho que saber lidar com isso.” Questionado sobre aproveitar a vida, ele revela que curte muito, mas da sua maneira. “Saio com meus ami- FOTOS ARQUIVOS PESSOAIS ∆∆ Ramiro agora é sócio gos, faço academia, jogo bola. Quem me conhece sabe que eu sou um brincalhão, lido com amigos de 17 e 18 anos e também com fornecedores de 40 a 50, então tenho que saber a hora de falar sério.” E os teus objetivos, cara? “Meu sonho é ser feliz fazendo bem às pessoas e sendo quem sou”. Ramiro comentou que o que mais o fez crescer foram as decepções. “Nelas senti a necessidade de mudar e crescer, já perdi uma namorada que amava por falta de amadurecimento, mas também agora já ouvi essa mesma pessoa falando o quanto está orgulhosa do que eu me tornei, acho que devo muito a ela e ao meu pai. O reconhecimento das nossas evoluções pelas pessoas que amamos não tem preço, é a melhor coisa do mundo”, diz. PEDRO LAVAL DE LIMA BATE-PRONTO Impulsividade e ousadia – Correr riscos e arriscar isso é fundamental. Visão – Pensar na frente, ter muita informação, inovar, mudar, acreditar. Qualificação e Estudos – Tirar o máximo do conhecimento das pessoas, estude isso, é importantíssimo. Planejamento – Coloque tudo no papel, montando um plano, trabalhe com cenários diferente, ou seja, pense no pior e no melhor que pode acontecer. Estratégia – Abra negócios a partir das necessidades. A oportunidade não pode apenas estar nas nossas cabeças, mas sim no mercado. Parcerias – Atenção para os incentivos de pessoas próximas, pois elas podem não fazer parte do seu mercado, mas gostam muito de você. Divida com a família seus interesses. Dicas pessoais – Tire proveito de tudo que lhe é ensinado, corra atrás, aceite desafios RRPPAtualidades/dezembro 2009 17 FELIPE BALESTRIN INSIGHT A guerra por votos já começou! ∆∆ Adriano Molski, de voluntário a estagiário DISPOSIÇÃO SEM LIMITE Jovem das múltiplas atividades • Ele se dedica à área de eventos ADRIANO Flávio Molski é um jovem solteiro de 23 anos que já pode ser considerado independente. Pratica esportes regularmente, tendo competido em corridas de aventura. Desde 2006, está na PUCRS. Hoje, além de aluno, é estagiário do Núcleo de Eventos do Espaço Experiência da Famecos. Natural de Porto Alegre, reside no bairro Jardim Itu Sabará, zona leste da capital. Estudou na Escola de Ensino Fundamental e Médio Japão, próximo a sua residência. Cursou alguns cursos de graduação, como Design Automotivo (Ulbra), Engenharia de Computação (PUCRS), até descobrir sua vocação para área de Comunicação Social. Está no quarto semestre de Relações Públicas. Em agosto de 2006, inte- ressou-se pela área de eventos, após ser convidado a organizar o encontro de convivência do Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS. Já trabalhou com retiros terapêuticos na fazenda Guadalupe, em Encruzilhada do Sul-RS. Foi monitor durante dois anos e meio das Pró- Reitoria de Assuntos Comunitários, Extensão, Graduação e Centro de Eventos da PUCRS. Organizou eventos esportivos pela Super Nova Produtora, desenvolveu a função de fotógrafo para o site Coiote Na Balada e dentre todas atividades realizadas, foi voluntário em diferentes missões assistencialistas em Porto Alegre e região metropolitana. Molski trabalhou em muitos lugares, tendo conquistado grandes amigos por onde passou. Determinado a conquistar seus objetivos, parte dos seus princípios para iniciar algum trabalho novo, acreditando sempre no seu potencial. Para o futuro, Adriano Molski não tem muitos planos, prefere viver o presente e aproveitar cada momento de sua vida. Ter uma profissão digna para consequentemente ser reconhecido por seu trabalho, são os desejos deste que não hesita em ajudar os amigos. FELIPE BALESTRIN Mal foram definidas as datas de início das campanhas eleitorais – bem como o dia das eleições do ano que vem – e a disputa por votos já iniciou. A estreia do filme “Lula, o filho do Brasil” causou opiniões diversas, principalmente da oposição aos petistas. Os possíveis candidatos aos próximos cargos públicos acusaram, sem meias palavras, o PT (mais diretamente o presidente Lula) de disparar antecipadamente a campanha eleitoral. Enquanto os parlamentares ligados ou coligados ao Partido dos Trabalhadores não visualizaram a produção como de caráter mercadológico, os oponentes não pouparam a estreia, nomeando-a como “propaganda eleitoral paga”. Mas, independentemente se o filme teve por finalidade começar uma campanha de marketing político, no final, quem decide é a população, que assiste a tudo e revela sua escolha. (Iza Silva) Pré-Sal = Pizza salgada Muito se tem falado no Brasil acerca da camada de pré-sal e um possível “boom” econômico em decorrência desta. Entretanto, poucos comentam, ou sequer sabem, que a Comissão Infraestrutural – que tem por objetivo avaliar os projetos referentes a exploração do novíssimo petróleo encontrado no Brasil – tem como presidente nada mais nada menos do que elle: Fernando Collor de Mello. Coisas do Brasil... (Lucas Kafruni) Nós nos conhecemos? Muitos de nós hoje nos comprometemos e nos responsabilizamos com os nossos empregos e estágios, mas até que ponto isso vale à pena? Até onde aguentamos? Tudo que aprendemos é muito válido, nos move e nos faz crescer como pessoa e profissional. Mas, muitas vezes, nos entregamos por inteiro às nossas atividades, esperando que, em algum momento, nossos superiores olhem nossas qualidades e nossos esforços, e nos recompensem. Quando isso não acontece, nos desmotivamos e, muitas vezes, passamos a não acreditar tanto em nossa capacidade. Não vamos deixar a peteca cair.O que nos move são os nossos sonhos. Vamos filtrar as coisas que passam nas nossas vidas e ficarmos para sempre com as mais importantes. (Rosana Schütz dos Reis) Seriedade do trabalho nem sempre está na estética O melhor lugar do Mundo é a minha casa! Pensando nisso, as empresas visam cada vez mais trazer conforto a seus funcionários. O Google é um exemplo disso. Uma pesquisa realizada pela revista Forbes aponta que o nível de satisfação dos que trabalham na empresa é muito grande. Você não vê os funcionários de terno, gravata etc. As roupas mais convencionais foram trocadas por bermudas, camisetas, tênis e até mesmo pijama. Isso mesmo que você leu: pijama! Mas até que ponto está certo ou errado? Não temos uma resposta pronta, o mais importante é que o funcionário produzaem um lugar agradável para se conviver. Pode-se acreditar que toda esta estrutura foi embasada naquele velho ditado popular: “não há lugar como nosso lar”. Um lugar onde você pode levar seu filho e o animal de estimação. Tem babá disponível, cabeleireiro, academia, pingpong até lugar para cochilar de pijama durante o expediente. Não tem como não se sentir mais à vontade. (Ananda Souza, Tatiane Santos e Lucianna Milani) 18 RRPPAtualidades/dezembro 2009 EVENTOS VITÓRIA ANDRADE GUIMARÃES INTERCOM 2009 Dominique Wolton, o profeta da tolerância • Comunicação e cultura na era digital esteve em debate no Congresso de Curitiba A CONFERÊNCIA de abertura do Intercom 2009 – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – teve a participação do sociólogo francês Dominique Wolton, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França. Ele palestrou sobre comunicação e cultura na era digital. O congresso ocorreu nos dias 4 a 7 de setembro, na Universidade Positivo – Curitiba/PR. “Não há democracia sem comunicação”, foi a frase com ∆∆ Dominique Wolton a qual Dominique Wolton abriu o Intercom 2009. “A o receptor seria através das comunicação não é simples- políticas da mídia”, asseverou. mente compartilhar, é tolerar, Em sua opinião, a internet é compreender quando não pen- uma “solidão informativa” com samos a mesma coisa. Convi- relação aos seres humanos. ver é comunicar”, disse o con- Tem solução? “A maior feira de mentiras e especulações do ferencista. As diferenças entre infor- mundo deve trazer políticas públicas à rede”, mar e comunicar, que antes eram “A comunicação respondeu. “Partindo do consideradas a não é apenas pressuposto que mesma coisa, foi exposta por Wolcompartilhar, se necessita comunicar, e negoton. “Não basta mas também ciar é conviver, produzir informação, não bascompreender passamos 80% do nosso tempo neta informar para e tolerar” gociando. Quancomunicar. Todo do a negociação mundo quer se funciona, organicomunicar. Nós temos informação e não co- zamos a convivência, a demomunicação. A velocidade de cracia.” Dominique Wolton informação e a lentidão da co- afirmou que os seres humanos municação são contradições. devem ter cuidado para não seMensagem e emissor podem rem vítimas e não confundirem estar alinhados, mas o recep- velocidade da informação com tor, que cada vez está mais lentidão da comunicação. “Isso atento, não”, ponderou o pen- não é um problema político, sador francês. mas humano. E sempre é preTratando-se de mídia, ciso valorizar a inteligência do Wolton salientou que afirmá-la receptor, para que haja maior como 4º poder é um erro. “Mí- tolerância e compreensão. Todia é o contra poder”, propôs. lerância é a palavra chave da Para ele, a mídia não respeita humanidade”, concluiu. a cabeça do receptor. Exemplificou com os programas inúFELIPE BALESTRIN teis da televisão. “Respeitar ENVIADO ESPECIAL ∆∆ Professoras Cláudia Moura, Kunsch, Cleusa Scroferneker e Souvenir Dornelles em encontro na Famecos COMO COMUNICAR Margarida Kunsch esteve na PUCRS • Na era digital: contextos, percursos e possibilidades MARGARIDA M. Krohlng Kunsch, relações-públicas, mestre, doutora em Ciências da Comunicação e Livre-docente pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, esteve este semestre Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, para proferir palestras no auditório da Famecos para os alunos de Graduação Pós Graduação de Relações Públicas. Na ocasião, destacou a importância dos meios informativos de comunicação na era digital. “Hoje em dia, as organizações estão usando cada vez mais a tecnologia para se comunicarem com seus públicos, e, de forma estratégica, mantêm esses em conexão com a empresa, onde conseguem saber as críticas, elogios e suges- tões dessas pessoas”, observa a pesquisadora. Na questão da TV aberta e fechada, um ponto importante levantado pela conferencista foi de como atingir os públicos que não assistem mais ao canais gratuitos. “Além dos valores serem cada vez mais altos para os anunciantes nessa rede, nem sempre conseguem atingir os públicos que desejam em seus anúncios”, constata a professora. “As empresas buscam cada vez mais alternativas como os blogs, os sites, e agora o twiter para poder comunicar e informar os que lhe são interessantes. Os governos já estão se munindo dessas mídias alternativas, pois, além de baratas, são práticas”, disse. A palestrante aconselha que devemos pensar em comunicação com o verdadeiro sentido de comunicar, pois muitos estão apenas informando e não comunicando como imaginam. “Precisamos levar em conta em conta o fato de que os públicos vão e vem, e dependendo do comportamento das organizações, se mantêm”. Contudo, ela alerta que esses recursos não serão o bastante se as organizações não tiverem, junto com eles, nós, os profissionais de relações públicas, que somos estrategistas e com liderança de mercado. FERNANDA BARCELLOS ATUAÇÃO DIVULGAÇÃO MARCELO SANTOS/ AL RRPPAtualidades/dezembro 2009 CONGREGARH Surgem inovações na gestão de pessoas ∆∆ Reunião da CPI da Corrupção na Assembleia Legislativa O relações-públicas nos bastidores de uma CPI • Momento complicado para os assessores de comunicação na política de conflitos Geralmente os estudantes de Relações Públicas não entram na faculdade de comunicação com pretensões de seguir na carreira política. Ao longo do curso, ou por alguma oportunidade de contato com a área, a política se mostra um terreno interessante e com muito mercado. Não é o caso de concorrer a um cargo público, mas assessorar um candidato em época de eleições ou um representante já eleito pelo povo. Um dos desafios mais tensos e de grande importância na vida de um relações-públicas que está na política é a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A CPI é um momento de grande exposição para os políticos envolvidos - independente do lado em que estão. Marcela Santos, Jornalista e RRPP formada pela UFPEL, trabalha na assessoria de comunicação do deputado Daniel Bordignon (PT). O deputado faz parte da CPI da corrupção, que investiga as denúncias contra o governo estadual. Marcela diz que o relações-públicas deve ser preparar bem para encarar este momento. “Saber o histórico de todos os envolvidos, conhecer a causa, conhecer o mecanismo da política e saber os pontos fracos do assessorado. Não ser o alvo da investigação não isenta ninguém de ter que se defender de acusações, nessas horas é que o relações-públicas se faz mais necessário – e conhecer os seus pontos fracos preferidos pelos adversários é uma ótima maneira de se preparar”, ensina a profissional. Trabalhar 24h por dia também não é raro em meio a uma CPI. As sessões geralmente não tem hora para acabar e muitas vezes acontecem fora do expediente normal de trabalho do legislativo. Deixar o assessorado sozinho nesses momentos é delicado, pode acontecer de tudo. Além das reuniões, tem toda a repercussão sobre a CPI – o que demanda mais atenção ainda do relações-públicas. Ter articulação política, uma boa relação com a imprensa e os contatos certos ajuda muito o trabalho. “O relaçõespúblicas é gestor de crises, ele deve manter o assessorado bem informado sobre tudo que estão falando. A internet é um espaço complicado, tem muita gente falando coisas em blogs e sites menores que a gente não conhece, mas é nossa obrigação juntar o maior material possível”, explica a assessora do deputado. SAMANTA BOFF E TIAGO LIMA • Responsabilidades compartilhadas para o crescimento individual e coletivo A PUCRS foi sede da 4ª edição do CongregaRH – Congresso de Gestão de Pessoas, da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional do Rio Grande do Sul. Nos dias 28, 29 e 30 de outubro os participantes debateram o tema “Organizações e Pessoas: responsabilidades compartilhadas para o crescimento”. O evento trouxe conhecimento e informação sobre gestão, além de fazer refletir sobre as perguntas feitas pela sociedade que permanecem sem respostas. Compareceram palestrantes com projeção nacional e internacional como Bernardo Toro, Marcelo Tas e Ariano Suassuna. O intelectual colombiano, especialista em desenvolvimento sócio-econômico e 19 político da América Latina, Bernardo Toro, proferiu a primeira das nove conferências e painéis que ocorreram nos três dias. Ao falar sobre “Organização e igualdade”, ressaltou a importância de desenvolvermos a capacidade de abordar problemas insolúveis. O jornalista Marcelo Tas, âncora do programa do CQC – Custe o que custar, da TV Bandeirantes, abordou “Inovação: a criatividade na era digital”. De forma divertida e dinâmica, expôs a realidade digital e a rapidez de sua evolução. Outro destaque do CongregaRH foi Deli Matsuo. Apesar de seu nome não ser tão conhecido pela mídia, é diretor de Recursos Humanos para América Latina da Google, uma das empresas com maior índice de satisfação de seus funcionários, que muitos idealizam como o local perfeito de trabalho. Intelectual da Academia Brasileira de Letras, um dos principais escritores brasileiros, Ariano Suassuna encerrou o Congresso com “chave de ouro”. Ele discorreu sobre o Brasil e encantou a platéia. Além do conteúdo proporcionado, o evento foi divertido, com coquetéis, música ao vivo, brindes e até massagens. VITORIA GUIMARÃES E FELIPE BALESTRIN FOTO DIVULGAÇÃO ESPAÇO EXPERIÊNCIA ∆∆ Equipe de apoio dos alunos do Espaço Experiência atuou ao Congresso sob a orientação de professores 20 RRPPAtualidades/dezembro 2009 VIAGEM FOTOS ARQUIVO PESSOAL ∆∆ Apresentação cultural na beira da praia de Padang Padang, Indonésia ∆∆ Currumbin Sanctuary, Gold Coast Conheci outro mundo na Austrália • Procurei me adaptar a novos hábitos, conviver com diferentes culturas, amadurecer. Valeu a pena Viajar para outro país, ficar longe das pessoas que amamos. Assumir mais responsabilidades, experimentar o sentimento de liberdade. Conhecer novas pessoas, novas culturas, aprender uma nova língua. Em dezembro de 2007 comecei a sentir na pele essa experiência. O primeiro desafio foi o aeroporto. Minha família e amigos se despedindo, foi aí que percebi que só depois de um ano os veria novamente. Estava indo para o outro lado do mundo. Meu destino foi Sydney, na Austrália, uma cidade incrível, com praias maravilhosas, onde o transporte público (que não se limita a ônibus) funciona e não se precisa temer ao usá-los na volta de uma festa. Lugar onde tive que enfrentar várias barreiras, diferença de fuso horário (lá são 13 horas a mais), um quarto com sete européias e, é claro, o olhar de estranhamento quando fiz meu primeiro chimarrão. Corria contra o tempo para dominar o inglês, atrás de emprego e um lugar para morar. Nos primeiros dias já dava mais valor para minha mãe e para todo o conforto que ela me proporciona- ∆∆ Estação de eski Perisher Blue. Que frio gostoso! va. Aos poucos as coisas foram se ajeitando. Lá morei na praia de Dee Why, no norte da cidade de Sydney, construí amizades que se tornaram minha “família australiana” e do meu primeiro emprego realizando faxinas com outra brasileira em um prédio comercial, pas- ∆∆ Ao fundo, a Sydney Opera House sei pelo Mc Donald´s, hotéis de luxo e quando vi estava pagava minhas contas com meu trabalhando em eventos na Sydney próprio dinheiro e tive a oportuniOpera House. Co- dade de viajar por lugares paradimeçava a me adap- síacos como Whitsundays, Fraser tar, e sempre que Island e Indonésia. podia ia a PeterTanto a ida quanto a volta sham (bairro por- foram muito difíceis. Ter que se tuguês que mais se acostumar com uma nova cultura, parecia com nos- novas pessoas, novos empregos... sas comunidades tudo novo! No início o problema brasileiras) comer na adaptação, no fim a readaptauma boa feijoa- ção aos costumes de nosso país. da e outros pratos Ter a oportunidade de viver em clássicos de nosso outro país é algo incrível, passar país, mas até o fim por sentimentos antes desconhea saudade batia for- cidos como a dor das despedidas, te quando qualquer tanto na hora que deixamos o Bradorzinha começa- sil quanto na hora em que nossas va. Foi então che- amizades feitas lá e nós mesmos gando o momento retornamos ao destino de partida. da decisão: ficar Momentos de arrependimento, em Sydney ou vol- raiva, alegrias, tristezas, saudade. tar para Porto Ale- Aprender a viver a vida como se gre? A viagem me estivéssemos em uma montanhatrouxe um enorme russa, vivendo intensamente. amadurecimento, pela primeira vez VITORIA ANDRADE GUIMARÃES VIAGEM RRPPAtualidades/dezembro 2009 21 Uma experiência na Inglaterra • Seis meses vivendo na cidade de Cambridge Era 7 de fevereiro de 2009, quando me dei por conta estava desembarcando no aeroporto internacional de Heatrow, em Londres, e pegando um táxi direto para a cidade de Cambridge, onde passaria os próximos seis meses deste ano. Não tinha nenhuma idéia do que me aguardava, me sentia confuso e o cenário em que me deparava fazia-me sentir aterrorizado. O frio era congelante e penetrava cada falha de roupas fabricadas para um inverno não tão rigoroso como o da Inglaterra, o céu era cor de cinzas de cigarro, o chão branco de neve, não existia sinais de verde na vegetação da estrada, e sim apenas árvores completamente secas e os rostos dos passageiros dos carros eram pálidos e frios. Fiquei chocado, me lembrei que um dia antes eu estava tomando banho de piscina sob sol escaldante, observando as árvores subtropicais de meu pátio de casa. Logo me perguntei: - Que diabos eu vim fazer aqui? Que furada que eu me meti! A insegurança e o medo me dominaram, estava longe de casa, não falava uma palavra de inglês e não tinha ninguém para me dar suporte nos momentos difíceis. Estava morando em uma casa estranha, com pessoas estranhas, e logo na primeira semana me encontrava em maus bocados. Peguei algum vírus – ou talvez tenha sido o impacto emocional da mudança repentina – ardia em febre de 40 graus e minha cama mais parecia uma banheira de tão molhada. Ia na raça e na coragem tomar banhos gelados nas madrugadas, para ver se não caía de tontura pelos corredores da casa. Se alguém me ajudou? Que nada, minha casa era de ingleses e como tal, frios e céticos quanto aos meus sintomas. Eu em estado pré-morte e eles me diziam que uma aspirina resolveria meus problemas – será que nós ,brasileiros, somos “fiasquentos”? O cenário não se alterava, e cada dia as coisas pareciam mais nebulosas, a mudança tão brusca de cultura me impactava bastante. A comida não era boa – se resumindo a batatas –, todos os dias eram cinzas e escureciam às ∆∆ Famoso Rio Cambridge quatro da tarde, nos ônibus que eu entrava não havia os sorrisos corriqueiros do Brasil, as pessoas não pareciam tão gentis, e pasmem, nem as crianças sorriam! É, talvez meu bom humor já não fosse mais o mesmo. Meu positivismo estava visivelmente afetado, e acordar dia após dia sob céu cinza me deixava muito, mas muito mal humorado. Contava os dias para ir embora de lá, e ver um céu azul anil. Entretanto, paralelamente a essa fase dramática, ingressei na escola BellScholl, e tentava fazer amigos como um surdo-mudo, já que meu inglês se resumia a pedir um BigMac no MCdonalds. Graças a Deus conheci pessoas compreensivas para com o meu anafalbetismo, e na falta de palavras compartilhávamos as primeiras dificuldades entre olhares que tudo diziam. E, sendo a solidão muito grande, depois das aulas íamos todos para os cafés ingleses, onde ficávamos horas “conversando”, para passar o tempo e não ficar em casa olhando para paredes de madeira – sim as casas são todas de madeira, e tudo se ouve de todos os cômodos. Mas a vida é cheia de surpresas, com o tempo a minha percepção se alterava e minha cara emburrada das primeiras semanas virava gargalhada com pessoas dos mais diversos cantos do mundo. Começava a apreciar a beleza que existia naquele mundo tão diferente. Os prédios históricos, a cultura riquíssima, o transporte eficiente, a sensação de segurança nas ruas, o respeito entre as pessoas de diferentes ideias e estilos, a incrível experiência de todos os dias conhecer pessoas tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas, e principalmente, poder aprender e interagir com elas. Havia colocado “lentes coloridas” em meus olhos, e o que antes era depressão agora virava atração, ou melhor, fascinação.Meu inglês já estava auto suficiente – yes! – e eu e meus amigos trocávamos os cafés por cervejadas nos pubs ingleses. Criava laços que iam além de meras amizades de bar, as quais superavam algumas relações de anos construídas no Brasil. Havia ganho irmãos. Na mesma rapidez que adquiri novas palavras em meu vocabulário, os dias passaram voando, e eu não tinha sequer percebido. Após o difícil período de adaptação, eu me sentia feliz, me sentia em casa. As andanças de bicicleta pela pequena cidade, os jogos de futebol das quarta-feiras, os encontros nos parques de grama verdíssima, as bebedeiras e risadeiras, as baladas de sempre, tudo era já muito familiar, bem como as pessoas que faziam parte de meu cotidiano. Estava adaptado e impressionava-me com a contradição da vida, se por um lado no início não queria ficar lá, agora era muito difícil pensar em ter que voltar ao Brasil, por mais que meu retorno já estivesse traçado. Na semana que antecedia minha despedida e a da maioria – visto que todos foram para ficar seis meses – eu sentia os primeiros golpes do desprendimento emocional, cada adeus de amigos era como um velório de filme de terror, só se comparando aos pesadelos que eu estava tendo, onde alguém tentava me fazer voltar para o Brasil e eu chorava para ficar. Não vestíamos pretos como em um velório, mas nem precisava, as “lentes preto e branco” cobriam os olhos de todos. O fim chegara, e para fugir desta realidade ficávamos 24 horas juntos, nos escondendo entre risos melancólicos e garrafas de vinho, como se pudessemos realmente enganar o tempo. Não só não podíamos, como quando eu percebi, estava desembarcando do avião no Brasil, e tinha que fazer esforço para fazer cara de animado em rever todos, por mais que estivesse com saudades, pois sentia-me triste. Era difícil de compreender que da noite para o dia, eu estava vivendo novamente outra vida, era difícil de compreender, e principalmente, aceitar. Ainda esses dias estava caminhado pela faculdade, quando escutei algumas pessoas comentando que queriam fazer intercâmbio, mas que não queriam perder um semestre de seus respectivos cursos. Eu ri. No final das contas, só conseguimos perceber o que realmente tem valor quando saímos dos ambientes viciados em que estamos inseridos. LUCAS KAFRUNI 22 HUMOR RRPPAtualidades/dezembro 2009 FOTOS DIVULGAÇÃO Stand-up: a nova arte de fazer rir • Humorista do CQC conquista os gaúchos ∆∆ Em cena o espetáculo do “Guri de Uruguaiana” Humor gaúcho conquista o Brasil No dia 21 de novembro de 2009, o humorista Danilo Gentili apresentou no Salão de Atos da PUCRS seu show de comédia stand-up “Danilo Gentili - Volume 1”. Revelação do programa CQC, o humorista Danilo Gentili veio a Porto Alegre com o seu espetáculo solo, a comédia stand-up “Danilo Gentili - Volume 1”. Lotando o Salão de Atos da PUCRS, ele divertiu a platéia com quase duas horas de show. O público pôde se deliciar com um “mix” de seus shows, onde em um criativo e inteligente texto humorístico o comediante falou de assuntos atuais e situações engraçadas de seu cotidiano. Improvisando muito bem, Gentili conseguiu prender a atenção das pessoas, criando uma interatividade com a plateia. Esperto, brincou com assuntos de seu estado natal, São Paulo, e não satirizou o povo gaúcho. Além de piadas inteligentes, Danilo Gentili usou e abusou do seu jeito engraçado de ser, principalmente de sua voz. Ele nos trouxe piadas em que nos reconhecemos nessas situações, casos normais, mas quando narrados pela ótica de um ótimo humorista, acabam se tornando hilárias e nos fazem refletir como a vida pode ser engraçada. AMANDA MACHADO E PEDRO LAVAL • Através de equipe de Relações Públicas, humor gaúcho ultrapassa fronteiras Jair Kobe, o interprete do famoso Guri de Uruguaiana, é natural de Porto Alegre e vem conquistando um enorme espaço no cenário humorístico brasileiro. Com irreverência, profissionalismo e muito bom humor, atrai cada vez mais fãs. Através de uma boa assessoria de comunicação e de profissionais qualificados na área de Relações Públicas, o show “Causos do guri de Uruguaiana” aborda assuntos tradicionalistas da cultura gaúcha e faz sátiras da música “Canto Alegretense”, em ritmos que estão em alta no país. O espetáculo realizado pelo humorista Jair Kobe faz sucesso em todo o Rio Grande do Sul e começa a conquistar o Brasil. O personagem guri de Uruguaiana já existe no show “Seriamente Cômico”, também de Jair Kobe. “Era o personagem que mais se destacava no show, então foi necessário um planejamento e pesquisa para formar um novo espetáculo”, explica seu criador. Para tornar mais atraente o show, veio a ideia de adicionar novos personagens. Surgiram, então, figuras como “Licurgo” e “Dr. Mandassoeu”, interpretados por Luis Antonio Paz e Álvaro Luthi, respectivamente. Após alguns artistas que já saíram do estado para buscar o sucesso nacional, chegou a vez do guri, Jair Kobe. Hoje a equipe é composta por cerca de 15 pessoas fixas, que auxiliam antes, durante e depois do espetáculo. Dentre elas há dois relações-públicas, responsáveis pela imagem do artista, atendimento ao público, comunicação interna, assessoria, entre outras atividades. A equipe também conta com a parceria de uma agência que é responsável por assuntos relacionados à web. FELIPE BALESTRIN E PEDRO LAVAL ∆∆ Danilo Gentili, experiente humorista de stand-up ENTREVISTA Denise, fazendo a diferença • Ela tem uma empresa de gestão de comunicação integrada e em 2009 começou a lecionar na faculdade em que se formou Denise Pagnussatt é graduada em Comunicação Social – Habilitação em Relações Públicas (2001) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com especialização em MBA Executivo em Marketing (2003) e aperfeiçoamento em Pesquisa e Psicologia do Consumidor (2007), ambas pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM e está terminando Mestrado em Comunicação na PUCRS. Sócio-fundadora e Diretora de Planejamento da Comunicative+Ideale, agência especializada em Comunicação Integrada, começou a lecionar no curso de RRPP da Famecos em 2009. Conheça as suas experiências acadêmicas e as ideias profissionais: Por que Relações Públicas? Bem, na verdade, não escolhi Relações Públicas, eu queria mesmo Publicidade e Propaganda, mas acabei me identificando mais com RP, porque na época quando fazia Teoria de Relações Públicas vi que era uma área que me possibilitaria trabalhar dentro da empresa, Rapidinhas: O que te faz sorrir ... bem, muitas coisas me fazem sorrir, ver uma pessoa sorrir me faz sorrir, uma piada inteligente, um “obrigado(a)”! Um dia difícil é... quando tenho que ser “direta” ou “dura” com um funcionário ou um aluno porque não está respondendo às expectativas ou está atrapalhando o grupo ou a si mesmo! Felicidade significa... sentir-se realizada, completa! Realização de um sonho é... continuar sonhando! RRPPAtualidades/dezembro 2009 23 FERNANDA BARCELLOS prospecção sempre foi por indicação através de funcionários, de amigos, e o meu negócio começou a se encaminhar. Principais desafios. São tantos quando decidimos empreender! E eles seguem até hoje! Alguns se repetem! Como gerir um negócio, sem ter a habilitação para tal. E a empresa vai crescendo e precisa ainda mais de gestão. Coordenar e liderar pessoas. Depararse no mercado com pessoas antiéticas, injustas. Do que mais tem saudade do tempo em que ∆∆ Denise Pagnussatt: paixão pelo que faz ainda era aluna? Na real, aincuidando de toda a comunicação. da sou aluna! E vou ser sempre! Como eu me interessava e estuda- Quanto mais eu aprendo, mais vejo va a Teoria da Propaganda, além de um universo para aprender! Ainda acompanhar e analisar as campa- mais na comunicação! Mas na éponhas na rua, entendi que se eu fos- ca da faculdade.... pode crer, dos se uma relações-públicas com esse trabalhos em grupo! Tenho nostalconhecimento já seria um diferen- gia das reuniões na casa dos colecial no mercado, porque na época gas, na minha casa, das viradas de em que eu estava na faculdade não noite, da apresentação do trabalho! tinha noção que um dia teria uma Aquele alívio de missão cumprida! agência. Com o tempo, também Da monografia! Eu batalhei muito percebi que para eu ser estratégica na minha mono! Queria o 10! Mas para as empresas e não operacio- mais do que o 10, aprendi muito nal, teria que entender da gestão do com o meu tema! negócio e entender muito de comuComo tem sido a experinicação como ciência. ência de passar de aluna para Como foi o curso para você professora da Famecos? na sua época? Gratificante! Desafiante! AgoExcelente! Fiz amigos, ne- ra estamos na fase final e os alunos tworking, aprendi muito, tive mes- estão apresentando os seus trabatres que são a minha referência até lhos! Estou com orgulho do que eles hoje! têm feito! Tenho visto trabalhos de Como surgiu a ideia de turmas do primeiro semestre com abrir uma empresa? nível de mercado! A Famecos está Na faculdade, alguns colegas e formando profissionais de alto níeu tentamos montar uma empresa, vel e estou orgulhosa de fazer parte mas não deu muito certo. Então, também como professora! quando eu estava cursando a pósInspirações profissionais. graduação e trabalhando no ResMeus pais, sempre! Foram eles taurante Épico, fui convidada pelo que me incentivaram e acreditaram Marcelo Jacobi para montar uma no meu potencial! Até hoje! Quanassessoria de comunicação como do decidi fazer Relações Públicas, profissional liberal e depois de sete eles nem sabiam o que era e tivemeses eu tinha dez clientes e ain- ram medo do meu futuro profissioda estava trabalhando em casa. A nal, mas mesmo assim acreditaram na minha escolha! Hoje tenho certeza que eles têm orgulho da filha relações-públicas! Tem alguma coisa que se arrepende de não ter feito em relação a estudos ou já como profissional? Ah! Sim! Comecei com a agência em 2001 e eu tinha 21 anos e os anos foram passando e nunca estudei ou morei fora do Brasil ou do RS. Só viajo (e muito) a turismo! É um sonho a ser realizado depois do mestrado, pelo menos três semanas, já que mais de um mês é inviável. Seu maior feito como RP. É muito cedo para falar em “feito”... mas acho que montar uma empresa que é modelo em gestão de comunicação integrada, manterse “vivo” no mercado altamente competitivo, são pelo menos uma vitória! O que ainda quer realizar? Acredito que devemos ser felizes com o que temos hoje, mas tenho alguns sonhos como ter filhos, netos, enfim, família grande. No profissional, quando eu iniciei com a empresa, trabalhava até dezoito horas por dia, com o tempo, fui conseguindo administrar melhor as pautas e passei a trabalhar em torno de dez, quando também consegui viver mais, ter finais de semana, descanso. Rotina que é igual a muitos profissionais que conheço! Faz parte! FERNANDA BARCELLOS Mensagem: Paixão! Esse é o ingrediente que impulsiona a nossa vida! Quando fazemos algo com paixão, lutamos, enfrentamos os desafios, descomplicamos a nossa rotina, vivemos intensamente, nos realizamos, ficamos felizes, somos verdadeiros conosco e com os outros! Se não tivermos paixão pelo que estamos fazendo, tudo é um saco, é um problema levantar pela manhã, é um saco falar com as pessoas, um problema pequeno se torna uma grande avalanche, o problema é sempre dos outros e nunca nosso. Então, uma mensagem para quem está estudando comunicação, e não só essa, mas em qualquer área do conhecimento, é o que eu falo para todo mundo: a gente tem que ter paixão por aquilo que a faz! 24 RRPPAtualidades/dezembro 2009 PONTO FINAL MARIANA FONTOURA/ HIPER MARIANA FONTOURA/ HIPER ∆∆ Carlos Gerbase, cineasta e jornalista, líder da banda Os Replicantes ∆∆ Sempé, professor de fotografia SHOW DE ROCK dos professores da Famecos • Aula de ritmo, voz, batida forte e solos no saguão da faculdade faculdade, outro no bar Opinião, durante o SET Universitário. Decidida a criação da banda, era necessário definir o repertório. Para animar a plateia, resolveram tocar clássicos do bom e velho rock, como The Beatles, Jerry Lewis, Elvis Presley e outros. Segundo o professor Alberto Raguenet, ficou “a cara da banda”, com ele e Ticiano na guitarra, Stosch no teclado, Sempé no saxofone e Gerbase na bateria. MARIANA FONTOURA/ HIPER ∆∆ Alberto Raguenet e Ticiano Paludo, de publicidade E o que faltava para essa banda ser completa? Um show. O primeiro foi no saguão da Famecos, durante o intervalo dos debates e oficinas do SET. Quem assistiu, nem imaginou que eles ensaiaram apenas duas vezes, porque a sintonia entre os professores-músicos era perfeita. À noite, estavam lá na festa de encerramento. Quinta banda a tocar, foi a única para quem a plateia pediu “bis”. AMANDA MACHADO BRUNO TODESCHINI/ HIPER A paixão pela música. Esse foi o motivo que uniu os professores da Famecos, Sérgio Stosch (rádio), Elson Sempé (fotografia), Ticiano Paludo e Alberto Raguenet (publicidade), Carlos Gerbase (cinema) e o funcionário do estúdio de rádio, José Carlos Andrade. Mesmo cada um com seu estilo e preferências musicais próprias, conseguiram entrar em perfeita harmonia na banda improvisada que surpreendeu com dois shows, um no saguão da ∆∆ Stosch leciona rádio e toca teclado