Um registro do que aconteceu nos 20 anos de Sambas de Enredo na Passarela do Samba 01 AMAZONAS, O ELDORADO É AQUI • 2006 Marcio das Camisas • Mariano Araújo • Gilbertinho • Professor Elísio (Partiu) Uma expedição partiu Buscando o Eldorado no Brasil O homem, com sua ambição Matou e destruiu Assim dizimando aldeias Seguiu rio abaixo até encontrar... Mulheres... Guerreiras Verdadeiras donas do lugar Que foram chamadas de amazonas Daí o nome desse rio-mar A lenda virou história... O mundo quis conhecer Piratas de todo lado... Pagaram pra ver Fizeram benfeitorias... Lutaram pra conquistar E o bandeirante veio pra colonizar... (Oi, a luta) A luta... Desse povo continua sem parar Vem do tempo das missões Do Solimões e do Forte São José Levaram riquezas em nome da fé O ouro e a borracha... Quem é que não quer No maior estado do País Nasceu um teatro, o povo aplaudiu E a nossa capital é internacional... Viva o nosso pólo industrial!!!! Chegou a hora do Brasil gritar com todo gás Deixem o meu Eldorado em paz!!! Sou Grande Rio...amor! Amazonense A minha floresta... Tem o poder de curar Amazonas... Teu nome do mapa... Ninguém vai tirar 02 ALIMENTAR O CORPO E A ALMA FAZ BEM • 2005 Barbeirinho • Competência • Bittar • Marcelinho Santos • Levi Dutra • Licinho Jr. • Deré • Mingau • Leleco • Ciro Oh! Mãe-terra Solo fértil, abençoado De onde brotam riquezas, nosso alimento sagrado Imenso Brasil da mistura, culinária que fascina Moça, o teu doce é saboroso Preparado bem no clima Se alimentar, pro corpo é fundamental Lá em nosso ninho tem sabor especial Se há comemoração, vamos confraternizar Comer se torna um ritual Prepare a mesa nesse Carnaval Beleza a me seduzir Aroma pra me revelar Alimentando o meu prazer Dá gosto no meu paladar A força que tem entre a terra e o céu vem da fé Se a vida imita a arte, diversão faz parte Enriquece o meu saber Eu só quero ser feliz Dividir o pão com meu irmão Por que será, que uns têm muito e outros não? Abaixo a discriminação O povo pede paz e união A mensagem de paz, Grande Rio nos traz A verdade da vida, o prazer de viver Alimentar o corpo e alma faz bem Meu bem-querer! 03 VAMOS VESTIR A CAMISINHA, MEU AMOR • 2004 Marco Moreno • Mingau • Deré • Djalma Falcão A luz do sol Brilhou, se separou da lua O primeiro homem vai surgir Provando das delícias do jardim Colorindo o paraíso Eu vi o charme e o sorriso da mulher Meu bem, lições de amor O povo do Oriente ensinou No Éden, a maldade da serpente assombrou Seu veneno pelo mundo espalhou Mata essa vontade louca, me beija na boca Faz meu sonho real Mas se quiser me ver e ter prazer carnal É bom se proteger do mal Na busca de um novo amanhecer As ONGs dirão: "preservar é viver" Fique sabendo, amar é cuidar Tem cheiro de amor no ar (eu vou...) Eu vou brincar, curtir, vou sacudir essa cidade GLS, adolescente, gente da melhor idade Num grito de liberdade Saúde e vigor, quero ter pra ver O milagre da vida acontecer Se a Grande Rio chamou, eu vou Se o assunto é coisa de pele, eu tô Por isso, bota a camisinha, bota, meu amor Foi o Velho Guerreiro quem mandou 04 O NOSSO BRASIL QUE VALE • 2003 Mingau • Marco Moreno • Deré Valeu Brasil Terra onde o tempo é o senhor, ô, ô, ô Trago sonhos bordados em ouro És o gigante na alegria, és meu tesouro Nas matas viajei, sou desse chão um rei Onde pisei deixei meu coração aventureiro Cheguei em Minas, o Eldorado brasileiro Andei, criei cidades coloniais A história o vento nos traz Salve o Barroco, estilo igual jamais Uma luz brilhou no céu, eu vi Um sol de bronze a reluzir Nuvens de prata vão cobrir As montanhas de ferro, é o progresso a surgir (Vê, meu bem) Vê, meu bem, quanta beleza A mãe-natureza tem pra dar Tudo que o bom Deus criou O homem tem que preservar O orvalho molha as flores Pro vale do Rio Doce eu vou Os passarinhos voando entoam um canto de paz Enquanto danço com índios em Carajás Deixa o futuro chegar Que a criançada vai ver Quanta magia tem na arte e no saber Vem, meu povo, a festa começou Vem que a voz da alegria eu sou Solta o grito da garganta A Grande Rio chegou Meu amor 05 O S PA PA G A I O S A M A R E L O S N A S T E R R A S E N CA N TA DA S DO MARANHÃO • 2002 Alailson Cruz • Agenor Neto Na França ficou o rei-menino!!! No Brasil se viu chegar, pra conquistar! Oh!! Merci beaucoup, au revoir O índio nada entendeu De “papagaios amarelos” foi chamar Hê, povo, hê, povo, hê Hê, Maranhão, povo encantado Nha Jançá é assombração No alto do Divino eu vou Com os caretas pro pato, pato pelado Tem miçanga, tem (hê, hê), tem espelho, tem Para o índio um presente, pros franceses um harém De além-mar quem vem (hê, hê), Portugal, meu bem Expulsando o francês e o bravo holandês também Do poeta uma voz ecoou (ô, ô, ô) Minha terra se ouve cantar (o sabiá!) Grande Rio é samba, é amor Bumba-meu-boi, tua estrela vai brilhar No balaio tem a revolução, a Balaiada!! Negro Cosme quer seu povo feliz O imperador das liberdades, bem-te-vis Na França ficou o rei!!! Me leva que eu quero ver (eu quero ver!) Touro negro coroado Ele é Dom Sebastião Que no mar fez o seu reino Num palácio iluminado 06 GENTILEZA, O PROFETA SAÍDO DO FOGO • 2001 Carlos Santos • Cláudio Russo • Zé Luiz • Ciro Novo milênio Avança o homem para o espaço sideral Em busca de mensagem positiva Valorização da vida, o amor universal Na arena, alegria e dor Triste legado que Roma pagã deixou Pelas vozes foi guiado O arauto iluminado A mudar o seu destino Renuncia à ambição Ao seguir a intuição José Datrino Deixa clarear Idade Média nunca mais Gentileza anuncia No raiar de um novo dia Um clamor de amor e paz Das flores, a beleza Para o mundo recriar O vinho é a vida É preciso festejar Considerado louco E poeta foi bem mais... Deixando nas pilastras As palavras imortais Com a sabedoria universal Pregava contra o mundo desigual Gentileza gera perfeição Violência, não Era de “Aquarius”... Tempo de amor A Grande Rio... Iluminou Profeta faz nascer Do fogo, alvorecer Irmão Sol, a verdade é você 07 CARNAVAL À VISTA • 2 0 0 0 Pedrinho Messias • J. Mendonça • Mingau Naveguei e cheguei Bons ventos me trouxeram d'além-mar Monstros marinhos, tempestades Vieram pra me assustar Ao chegar, festeja o dono da terra Fui rezar primeira missa e esse solo abençoar Na brasilíndia, melodia, curubins Terra Brasilis e o seu cantar feliz Toca gaiteiro e espanta a tristeza Que a festa é tupiniquim e portuguesa E o cordão que não parava de aumentar Quem vem pra conhecer, já não quer mais voltar Ouvindo a batucada de Sergipe Bate bumbo, bate, Zé Pereira E sambando, venha quem vier Se deixa, eu canto noite inteira Mas batuque no terreiro, meu sinhô não quer (Verdade) Verdade Se tornou realidade Enfim o Carnaval da liberdade Pega o tambor, me leva que eu quero ir Amor, vem me fazer sorrir Abram alas, Grande Rio vem aí, vem brindar Lança-perfume, pois o baile vai começar A praça é nossa e o povo quer sambar Desperta Brasil! Eu quero é paz, tristeza nunca mais Se alguém cuidar da juventude 0h! Pátria-mãe gentil Outros 500 serão nos anos 2000 08 EI, EI, EI, CHATEAU É NOSSO REI • 1999 Nego • Barbeirinho • Deré Brilhou, ô, ô, ô, ô Uma luz lá no agreste Vem meu povo ver de perto O cabra-da-peste que na Paraíba nasceu Em Umbuzeiro do Norte, hoje a saudade é você... De sandália ou pé no chão Em Pernambuco ele se formou Amante do folclore, do maracatu O jornal pelo Brasil ele espalhou Ei, ei, ei, Chatô é o nosso rei Fez do rádio a nossa comunicação Foi senador pelo estado do Maranhão Mas o sonho iria mais além (mais além) Nos deu a graça da televisão Fez valer sua cadeira Na Academia Brasileira Em Londres foi um grande embaixador Com seu carisma, a rainha conquistou Deu asas à nossa aviação Liberdade ao beija-flor Em São Paulo um sonho realizou Reconhecida a arte do seu museu padrão Que era a sua grande paixão Hoje eu vou, meu amor Com a cultura de Francisco de Assis Mito brasileiro, você nos dá prazer A Grande Rio agradece a você Ao passar este milênio No futuro promissor Será que o homem Perde espaço pro robô (Oh! Senhor!) 09 CAVALEIRO DA ESPERANÇA • 1998 João Carlos • Carlinhos Fiscal • Quaresma Desperta, nasceu Cem anos nos Pampas, que herança! Coração vermelho a palpitar Cavaleiro da Esperança Luiz do proletário, carleando a nação Enfrentou adversários Fez do verbo o seu canhão Sonhos de p de coragem Cheio de c de paixão Pelas trilhas destas terras, destas terras Explosão de arte e guerra, não se encerra Igualdade em seu pensar Bolívia, Rússia, China, um exílio que ensina Proporciona um novo lar Fruto de sua batalha Fez-se a Tropicália E no Senado ascender E a Coluna vai embora Prestes soube e fez a hora Esperar é perceber... Hoje de cara pintada Grande Rio irmanada, com imenso prazer Tocantins se manifesta, a hora é essa Prestes a acontecer Ah! Eu tô maluco, amor! Ah! Quero reformas já Ah! Quero paz e amar Sou Caxias, vou marchar 10 M A D E I R A – M A M O R É , A V O LTA D O S Q U E N Ã O F O R A M . . . LÁ NO GUAROPÉ • 1997 Sabará • Muralha • Jarbas da Cuíca • Grajaú Sonha, a Grande Rio é um sonho Em águas claras eu quero sonhar Enfeitar a vida de alegria Pra quem um dia, o sol não quis despertar Chegaram cheios de esperança Não sabiam dos mistérios que teriam de enfrentar Essa mata tem segredos Que o homem não consegue desvendar É um mundo de encanto e magia Perfume e fantasia Cicatriz que a Amazônia fez chorar Olha o índio no caminho, é caçador Meu cavalo é de fogo, eu vou que vou Se a selva é perigosa, meu amor Rondônia é alegria, esqueça a dor (Foi assim) Era o Eldorado do látex no Brasil A riqueza que a cobiça alimentou Nessa história Tio Sam também entrou No tratado de Petrópolis tudo começou O Acre da Bolívia ganhei E a borracha para o mundo eu exportei Cada dormente é uma vida, a vida uma flor Na Maria Louca delirando eu vou Em sucata o meu sonho terminou Vou voltar pra onde não fui O seu encanto é que me seduz (ai, iê, iê, ô) Cacagibe, orum de oiá, oiá, oiá O Guaporé está em festa Os vuduns vêm pra brincar 11 NA ERA DOS FELIPES, O BRASIL ERA ESPANHOL • 1 9 9 6 Barbeirinho • Bebeto do Arrastão • Jailson da Grande Rio Viajando no tempo eu vou, eu vou Eu sou a arte e vim brilhar nesta História Na era dos Felipes o Brasil era espanhol E lá vou eu Desfolhando um livro de memórias Os mensageiros da Coroa Imperial Comunicam o domínio de Espanha em Portugal Sangue na terra o seu filho derramou Em defesa deste chão que a Espanha conquistou Indo em busca de um tesouro Procurei o Eldorado Numa terra preciosa Onde o solo é cobiçado Interesses no poder Aliam-se em busca de um reinado Em cada crença uma fé E continua o embate no mercado (Mas o índio) Mas o índio se catequizou Com braço forte o Maranhão se defendeu Bahia envolvida nessa guerra Holandeses nessa terra Em solo fértil a liberdade então se deu Imponho, sou Grande Rio, amor Dando um banho de cultura, eu vou Pro abraço da galera, me leva Lindo como o pôr-do-sol, eu sou 12 ESTÓRIA PARA NINAR UM POVO PATRIOTA • 1995 Paulo Mumunha • Adão Conceição • Marcos do Açougue • Anísio Silva Nessa história em verde-e-amarelo A Grande Rio deu um toque tão sutil Nas terras do rei Amazonas Do continente do imperador Brasil Vamos viajar, nas matas de tantas riquezas Entre rios e igarapés Vivia Manaus, a linda princesa Das lendas que os índios conviviam O artista resolveu criar Neste enredo de encantos e magias Onde tem o boto rosa com o dom de conquistar Um brinquedo de criança Virou tesouro profundo Despertando a cobiça Do outro lado do mundo Perguntou: Espelho, espelho meu Será que existe alguém mais rica do que eu? Minha rainha poderosa Manaus é um tesouro muito maior do que o seu A Inglaterra mandou um emissário pra cá Tudo que viu ele voltou pra confirmar Teatro, casa de chá, boemia Muito mais a fidalguia tinha aos seus pés Os barões da borracha tinham ousadia De acender os charutos com 500 mil-réis Um navio sorrateiro apareceu Levando quase ao mundo inteiro As seringueiras Com isso a princesa adormeceu Entre fadas-madrinhas No seu sono prosseguia Pra despertar do berço da ecologia E o príncipe encantado Manaus ele beijou Para a tecnologia a princesa acordou Embala eu, embala eu Pátria-mãe, gentil No despertar deste sono Encontrei meu sonhado Brasil 13 OS SANTOS QUE A ÁFRICA NÃO VIU • 1994 Mais Velho • Rocco Filho • Roxidiê • Helinho 107 • Marquinhos • Pipoca África... Misteriosa África Magia, no rufar dos seus tambores se fez reinar Raiz que se alastrou, por esse imenso Brasil Terra dos santos que ela não viu Da negra terra é lei Veio o meu negro rei Ogum de fé que neste solo se encantou No mercado os ciganos lhe venderam ao senhor Do tumbeiro à senzala seu lamento ecoou Plantou caiana Socou café Pilou dendê Pra benzer filho de fé Viu no culto de malê (malê, malê) Preto-velho, catimbó (catimbó) De um povo morenado Conheceu caboclo bravo Fascinado por Tupã... (Yara) Yara no rio, sereia no mar É Janaína que seduz com seu cantar Correu gira pelo Norte Capoeira, azar ou sorte No Nordeste conheceu Quem viveu na boemia Malandragem, valentia e até hoje não morreu Eu sou jongueiro, baiana Sapucaí eu vou passar E a Grande Rio vem comigo, saravá Quem sou eu... Quem sou eu? Tenho o corpo fechado Rei na noite, sou mais eu!!! 14 NO MUNDO DA LUA • 1993 Nego • Jacy Inspiração • Mais Velho • G. Martins • Dicró • Juarez dy Calvoza • Adão Conceição • Carlinhos P2 Rocco Filho • Ronaldo Do mundo encantado de Jaci Nessa aquarela a Grande Rio é a tela Vem do céu... Pra se refletir nesta folia Oh! Doce fonte de inspiração Influenciando no destino Um toque de Astrologia No mistério e na magia Ô luar, ô luar (ô luar) Vem pratear a nossa rua A semente da fartura semear Virar o mundo de bumbum pra lua Nos mares, cachoeiras e cascatas vem se banhar Eu queria ser um astronauta pra te alcançar Tu és a vida na beleza dessas matas Tu és a sorte para quem acreditar em ser feliz Quem me dera um dia no teu solo Cantar, sorrir, sambar, brincar E no encanto do seu mundo vai Tornando tantas mentes aluadas Como é gostoso se adoçar no mel Em noites enluaradas Salve Ogum d'Ylê Na imaginação de um guardião É lindo ver a tua imagem Encantando a multidão Clareia didinha Teu mundo taí A festa é nossa hoje na Sapucaí