7?r possem 25 MAR 199? Setor d.s JvC- nMtaçil mUBfJKÊiBcírrz Jornal Autogestionápio ANO XIII - f^ 81 - SANTA MARIA DA VITóRIA (BA.) FEVEREIRO/1992 — CrS 500,00 Santa Maria da Vitória (Vista pelos ollios do imaginário) Pelo O POSSEIRO me viajo e adentro por SANTA MARIA DA VITÓRIA, em sonho. Imagino uma esquina, uma casa, uma senhora de cotovelos fincados numa moldura azul. Penso em Angélica, amiga desconhecida, moça que me escreve cartas plenas de vida. Penso em Joaquim - correspondente, pede um artigo . . . E sai o que escrevo: casario imaginário, saudade do nunca visto, vontade de abraçar através da palavra. Penso na luta das cidades brasileiras, terceiro mundo, dificuldades, força. Olho no mapa, procuro a cidade, encontro riscos de estradas, rios. encruzilhadas de veias rabiscadas Meus olhos te passeiam e viajam. Descubro o São Francisco, rio-estrada. (S^^ c carrancas da desigualdade. máscaras de um mundo que não entende rios, longes camponeses, pássaros. E fico assim, por via aérea, por via terrestre, SYLVIA ORTHOF (texto e ilustração) enviando a pouca poesia que navega autora de mais de 60 livros, dentre os quais nos olhos do imaginário. "Luana Adolescente, Lua Crescente", "O Cavalo Trans* parente'', "Cobidelim, O Petrópolis (RJ), madrugada de 15 de Agosto de 1991 Doce Monstrinho", ''Jogando \ Conversa Fora''. "Panto de Tecer Poesia'' e "O» Bichos I Que Tive" l ESPE RANTO" EnHdade Responsável: Associação de Desenvolvimento Rural Integrado CGC (M F) 13.243.977/0001-81 ANO XIII - N! 81 - FEVEREIRO/92 CONSELHO DE DIREÇÃO Almardo Serafim de Oliveira Adnil Novais Neto Cláudio Thomás Bornstein Cyro Camargo Décio Paulo Spaniol Domingos Leonelli Emtliano José Fernando Borba José de Sousa Lisboa Jehová de Carvalho Jairo Rodrigues da Silva José Queiroz Monteiro Sobrinho Joaquim Lisboa Neto Paulo Cezar Lisboa Cerqueira Washington Antônio Souzi Simões \ DIRETOR RESPONSÁVEL Joaquim Lisboa Neto REDAÇÃO Rua Benjamin Constant, 103-Fone:(073) 483-1130 CEP 4764D Santa Maria da Vitória - Bahia TIPOGRAFIA MESTRE ZINZA IMPRESSOS DE QUALIDADE Fone: (073) 483-1130 Rua Cel, Antônio Barbosa, 209 Santa Maria da Vitória - Bah ia 0 POSSEIRO 0 "ESPERANTO" é uma língua Internacional planejada pelo 0r. Lázaro Luiz Zamenhof, para ser a un i ca fa I ada por cada c i dadao fora de seu pais e assim simplificar as comunicações entre os povos e impulsionar considerava^ mente o progresso humano. 0 "ESPERANTO" é a mais fácil de todas as línguas e seu fundamento gramatical se resume em apenas 16 regras sem exceção. 0 movimento Esperantista e d i r i gj_ do mundialmente pela Associação Universal de Esperanto (UEA), sediada em Rotterdam, Holanda. A UEA pertence à UNESCO e à ONU, ai mejando-se em futuro que se deseja o mais próximo a introdução do "ESPERANTO" em todas as escolas do mundo. Em dois países isso Ja acontece: a Hungria e a Bulgária. 0 "ESPERANTO" é usado nas estradas de ferro de oito países na Europa: Itália, Dinamarca, Noruega, Polônia, Tchecosiovaquia, Hungria, Bulgária e Iugoslávia. Ensinado em 125 Universidades, sendo 6 no Brasil: as do Para, Ceara, Paraíba, Rio Grande do Norte, Juiz de Fora, Paraná. Divulgado em emissora de radio, nas seguintes cidades: Vaticano, Pequim, Varsovia, Viena, Roma, Pecs, Berna, Zagreb, Rio de Janeiro, Sorocaba, Brasília. Ma i s de 100 periódicos são publj_ cados regularmente nesse idioma. (Jornais, revistas, semanários;, e existem cerca de 200.000 livros (romances, obras cient i ficas, etc), alem de milhares de prospectos tur i st icos. Leia o importante livro "0 QUE E 0 "ESPERANTO", em formato de boi so e de preço accessivel, de autoria de izabel C.O.Santiago, da coleção "Primeiro» Passos", da £<ÍTtorâ Brasi I iense. FEVEREIRO/92 mm Cultura NASCE NA CIDADE UM NOVO BERÇO DE CULTURA Surgiu no Bairro da Sambaíba, em Santa Maria da Vitória, o CENTRO CULTURAL SAMBAÍBA / BIBLIOTECA "FRANCISCO GUARÁ NY" que, com um pequeno acervo de livros, vem suprir as carências dos jovens daquele bairro tâo sofrido e menosprezado pelas autoridades municipais no decorrer dos anos. No dia 15 de novembro ultimo o bairro mais velho da cidade viveu um dia de festas por causa da inauguração da mais nova biblioteca livre santamariefi se; aconteceram, neste dia,, eventos esportivos - vôlei, capoeira, corrida rústica masculina e a prova do baton de I.OOO^para as mulheres. Estes eventos foram organizados por Manoel Oliveira Santos e Davi e pelos professores Passarinho e NiI do Rei mão. Realizou-se, também, a solen i dade de • inauguração que contou com a presença de pessoas I igadas a cultura e a arte, professores e outras personal idades da nossa comunidade. As festividades encerraram-se com a apresentação de artistas do bairro (Ze de Maria, Paulo e Messias do Acordeon) e o convidado especial foi o famoso cantador Paulo Gabiru, que proporcionou aos assistentes memoráveis momentos de deleite com suas canções bonitas e bem elaboradas. 0 CENTRO CULTURAL SAMBAÍBA / BIBLIOTECA "FRANCISCO GUARANY" tem contado com o apoio expressivo da BIBLIOTECA CAMPES INA que, alem das orientações preliminares, doou uma considerável quantida de de livros. Além da CAMPES I NA temos outros apoíadores: Tipografia Mestre Zinza, Clodomir Morais, Amauri Pessoa e Elaine^(BSBeDF), Biblioteca Profâ Rosa Magalhães e Biblioteca "Eugênio Lyra", assim como muitas outras pessoas da comunidade. ROJUMART SULANCA Este trabalho esta sendo coordenado pela sra. Vera Lúcia, que inicia esta nova etapa na vida do Bairro da Samba i ba. Por contar com o apoio de muita . gente - principalmente do publico feminino - Vera acredita no sucesso da BIBLIOTECA ^FRANCISCO GURRANY", Mas alem dela existem outras pessoas participando ativamente desta "Revolução Cultural" na Sambaiba, compondo a Comissão Provisória do centro cultural. São elas: José Gomes dos Santos, Maria Nazareth, Rainunda e Josué Bispo dos Santos. 0 CENTRO CULTURAL SAMBAÍBA / BIBLIOTECA "FRANCISCO GUARANY" se propõe a estimular a cultura no bairro, incentivar os jovens para o despertamento da habito da leitura, resgatar as manifestações artísticas e culturais populares e colaborar com a educação das crianças em idade pre-escolar, esperando com i sso atender aos pa i s que vêem seus filhos nesta fase de suas vidas sem o devido preparo para serem absorvidos pela escola publica no futuro. Estão de parabéns as pessoas que estão nesta luta, a comunidade da Sambaiba e todos que vem dando seu apoio e colaboração, vencendo barreiras e projetando este tão esquecido e discriminado bairro para um futuro mais prospero e feliz. Para terminar queremos esclarecer que FRANCISCO (BIQUIBA DY LAFUENTE) GUARANY foi um genial escultor de carrancas nascido em Santa Maria da Vitoria, conhecido internacionalme£ te e recebeu, inclusive, do poeta Carlos Drummond de Andrade uma home nagem através do poema intitulado CENTENÁRIO. DE QUALIDADE Santa Uaria da Vit»ria Btv FEVEREIRO/92 0 ■ P^SC^O Medicina Natural MEDICINA"VERDE''GANHA ESPAçO DJALMA LUME A terapêutica vegetal tem acusado crescente sucesso, pelo que nao poucos médicos, desiludidos com a medicina oficial, alopata, usam as plantas com grande proveito na cura das mo I est ias. PARA QUE SERVEM; As plantas, exceto as venenosas, so podem fazer o bem. Nutrem o cor~ po, purificam o sangue e preparam o organismo para resistir contra a doença. . GOIABA BRANCA - o decocto das folhas e da casca e útil contra a diarréia, especialmente em se tratando de crianças; A botânica sempre andou de mãos dadas com a medicina e nunca poderemos pensar em divorciar uma da outra. Em todo o mundo se conhece hoje inúmeros 0 remédios vegetais de incalculável valor para a farmacopeia moderna. Os antigos egípcios, que se desen-' volveram na arte de embalsamar os cadáveres para preserva-los da deterioração, experimentaram muitas plantas, cujo poder curativo descobriram ou confirmaram. Nascia, assim, a Fitoterapia. Naqueles velhos tempos, as plantas eram muitas vezes escolhidas por ' seu cheiro, pois que se cria que certos aromas afugentavam os espíritos das enfermidades. Essa ' crença continuou ate a Idade Media, quando os médicos usavam no nariz um aparelho para perfumar o ar que respiravam. Ja Hipocrates (460-361 a.C.), da Grécia, que e considerado o pai da medicina, empregava centenas de drogas de origem vegetal. Crateu, que viveu no século I antes de Cristo, publicou a primeira obra de que se tem conhecimento na história - o RHIZ0T0MIK0N - sobre plantas medicinais com ilustrações. . GERGELIM - o óleo extraído das sementes age como resolutivo e e útil nas queimaduras e na dor de ouvi do; . GENIPAPO - a raiz e purgativa. A casca, em banhos, e usada para tratar ulceras. 0 suco do fruto maduro e indicado contra a enterite crônica e a hidropisia. Ê diuretico. As sementes piladas (de 5 a 10 para uma xicara d/agua) em emulsao tem efeito voraitivo, rápido e enérgico? MÍO DE ONÇA - o caule e as folhas sao ute i s para combater o reumatismo e o defluxo; MARACUJÍ-AÇU - o infuso das folhas e recomendado nos seguintes casos: alcoolismo crônico, asma, bronquite, coqueluche, convulsão infantil, "deliriuro tremens", diarréia, dor de cabeça nervosa, vermes intestinais, também apregoado como diuretico e desinfetante das vias urinarias. ATENÇÃO: Não tome remédios sem o diagnostico da doença que lhe atormenta' 0 POSSEIRO COMUNICA AOS SEUS LEITORES QUE 0 SR. JARBAS OLIVEIRA MELLO FOI EXCLUÍDO DA ADERI wk BASTANTE TEMPO, ESTANDO 0 MESMO, PORTANTO, DESAUTORIZADO A AGIR EM NOME DESTA ENTIDADE, POR TER ffdADO CONTRA OS INTERESSES DA MESMA, PREJUDICANDO-A FINANCEIRA E MORALMENTE. OdPgXJMjd FEVEREI RO/92 ANTÔNIO LISBOA DE MORAIS ESBOÇO HISTÓRICO-XX BRASÍLIA E 03 GCL?£S DOS 3CRILA? A construção da now» ojpital viria exercer eigume influência econômica, política e cultural em Santa Varia da Vitória. £«,,, apenas un; dio de caminhãoi eu Ce ônibus,, o santamariense chegaria a um grande centra urbano - Brasília, onde se concentravam grandas massas Ge assalariados de construção civil e dos serviços. Por outro lado, a abundância de energia elétrica, proveniente da construção da hidrelétrica de Corrantine, de alguma forma viria dinamiEar a vida econômica da área do Corrente e fazer surgir posteriormente serrarias, benefíciadores de algodão, cerâmicas, empresas de servidos, etc, 0 certo é oue, mesmo antes de aueda de Jânio Quadros, já era considerável o número de santamarienses que tinham consciência do avanço do gorilismo dos setores militares e civis a serviço do imperialisísc, É que a Fíevolução Cubana, a derroto da CIA em Playa Girón e as ondas de Radio Havana esclareciam eloqüentemente o caráter agressiva do imperialismo. C gol pe contra Cuadros, pois, não foi surpresa para um bom número de santamarienses que, todas as noites, se sontavam à porta de PJLH para discutir política nacional e internacionei, ou o livro nacionalista de Gondim da Fonseca "Que Sabe Você Sobre o Petrólao?'' t entre este grupo de pessoas que circule o livro do conterrânea Osório Alves de Castro, "Porto Calendário", que permitiu aos santeínerianses mais escTerscidob autoanalisar a sua própria cultura. Cai Jânio Quadros e todos cravaram o ouvido na Emissora da Legalidade (Rádio Guaíbe} do governo de Brizole que exigia a juste assunção de Joãc Goulart è presidêncie de Recúblice. Vários ■''oram os telegramas saídos de Santa Maria da Vitória em apoio a Emissora de Legalidade, é que a ditadura militar já estava à volta da esquina. Oe fato, a morte violenta de Vargas, o golpe frustrado de Carlos Luz, a Queda de Jânio Quadros e o bloqueio dos militares de direita à tomada de posse do vice-presiden te Goulart, eram sintomas assaz claros de que o povo a Qualquer hora seria golpeado pelo fascismo, o mesmo fascismo que, pouco tempo depois, seria implantado nos países vizinhos. Oe forma que, quando as Ligas Camponeses organizaram dispositivos militares para que os camponeses e o povo aprendessem a defender-se das 25 mil armas que o governador Adhemar de Sarros distribuiu para os grandes latifundiários (apavorados com o 1« Congresso Nacional de Camponeses, realizado em novembro de 1961, em Selo Horizonte), em Santa «ária da Vitória se criou um pequeno grupo de apoio logístico a abortada guerrilha de Dianópolis, de 1952, na linha fronteiriça de Goiás e Bahia. Logo depois foi criado um "Grupo dos Onze" • tipo de estrutura informal de massas fundada pelo deputado federal Leonel Brizola com o propósito de dar aos núcleos conscientes de cada população uma organização de luta que a defendesse da ditadura militar iminente. No entanto, o povo não teve tempo para preparar a resistência, seja oom Ligas armadas ou com "Grupo dos Onze". Com efeito, pouco menos de um ano, o golpe militar fascista foi assestado contra o povo e contra os interesses nacionais, na madrugada de um Primeiro de Abril. i Mais de 5D mil pessoas foram parar nas grades e masmorras do Exército, Aeronáética, Marinha e Polícias Estaduais. Milhares de militares democratas e patriotas foram expulsos das corporações. Centenas de personalidades foram condenadas a uma espécie de morte civil, mediante e cassação de direitos políticos por dez anos. Entre os X da primeira lista de cassedos, o santamariense, filho de ALM, era o número 1^. Estava, pois, na priraeire fila. Milhares de políticos, cientistas e técnicos foram enviados ao exílio. CLODOMIR SANTOS DE MORAIS FEVEREI RO/92 Meio Ambiente MOVIMENTO ECOLÓGICO CRESCE NO CORRENTE Um dia destes recebi um pedido da direção do jornal "0 POSSEIRO" para que cuidasse da produção de textos a serem inseridos na recem-criada coluna do Meio Ambiente neste periódico. Como um pedido partido desta publicação e para mim, na medida do possível, uma ordem, escreverei com a maior das honras, nao so pelo assunto, que hoje e a minha ideologia de vida, mas também pela honra de escrever para um jornal pioneiro, de vanguarda e que deve caminhar sempre para 'a evoluçao. militancia ecológica esta se organizando na Bacia do Rio Corrente. Ja existem focos em SANTANA, CORRENTINA, SANTA MARIA DA VITÓRIA e JABORANDI. Os noticiários nacionais enfocam diariamente este. assunto, mas acredito na ecologia somente vinda de dentro para fora do homem, do coração para o intelec to, assim como o próprio socialismo. Nao se pode querer que as ideologias social istas entrem em nos por osmose (por pressão de fora para dentro). Um dia, mais cedo ou mais tarde, num momento de reflexão (de meditação), iremos todos nos chegar a uma conclusão lógica, racional, emocional, que todos somos iguais, estamos num mesmo barco, no mesmo rio, as águas que bebemos contem as mesmas formulas ' químicas; que os nossos corpos tem os mesmos princípios biopsicologicos em todos os continentes. Se você alterar o meio ambiente, se poluir o rio, o ar, o seu quintal, a sua rua, isto tudo ira refletir no macroecossistema de todos nos. Se você, grande e medio empresário, ou se você, pequeno produtor e trabalha dor rural, na ânsia ou na necessidade de obter Iucros a curto prazo esta desmatando as florestas, assoreando o Rio Corrente, usando agrotoxicos irregularmente, se esta matando os animais silvestres, se joga o I ixo na rua, nas estradas ou no rio, esta refletindo o próprio desequiI ibrio do seu interior. Uma pessoa equilibrada, de bem com a vida, uma pessoa sadia, nunca ira alterar prejudicialmente o meio ambiente porque, antes de tudo, ela se respeita, respeita os outros (os tem como iguais), ama a natureza; pode ate matar um animal, derrubar uma arvore num ato consciente de uma necessidade premente; mas, antes de tudo, ela terá o PLANETA TERRA como a "CASA M^E", onde tudo e todos merecem respeito. Nos meses de janeiro e fevereiro estive de ferias em SANTANA. La, pude cons tatar junto ao pessoal do SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS a necessidade urgente de se conter o corte dos piqui zeiros, cajueiros do mato, dos umbuzei ros, dos buritizais, dos pes de cascudos, visto que os fazendeiros, para o plantio das monoculturas seja de soja, arroz, refIorestamento de eucaliptos ou pastagens, fazem a deraubada indiscriminada das matas (irregularmente, sem autorização do IBAMA ou do CRA), cortando também as arvores frutiferas. Acontece que, para os grandes proprietários, estas delicias da Mãe Natureza nao passam de mais um ai imento nas suas mesas fartas, enquanto que para os trabalhadores rurais, na maioria das vezes, um fruto deste e o único alimento para sua família inteira e são eles que vao ao mato buscar estes frutos para vende-los nas feiras livres ou de casa em casa, para custear a sobrevivência da sua família. Temos que nos juntar, todas as pessoas conscientes de suas responsabilidades como ser humano, as de boa vontade, para providenciarmos uma lei que proíba o corte destas arvores da VIDA. Os caminhos sao muitos, infinitos, procure analisar qual o que você esta trilhando. Caso nao seja o caminho do coração, mude urgentemente. Outro dia..., quem sabe? Isto tudo poderá voltar a ser o PARAÍSO. <k&&mteÀ J. AL0ISI0 BRANDÃO CARDOSO FEVEREIRO/92 EMIGRANTES DA BACIA DO RIO CORRENTE . Profã ARACY SANTOS, professora em Curvelo (MG) e nascida em Santa Maria da Vitoria. Depois de viver em Carinhanha-Ba., Pirapora e Belo Horizonte (MG), agora vive em Sao Pa u I o; . Srtâ MARILENE BONFIM, nascida em Porto Novo (Santana), e agora Secretaria Executiva no Decanato de Extensão da UnB-Universidade de BrasiI ia; . Srâ ÍRACI BONFIM PEDERSEN, nascida em Porto Novo (Santana), agora vive na Peninsula de Jutlânoia, no Mar Ba I tico, Dinamarca; . ALTAMIRO PEREIRA, mais conhecido como "Miro Te Iegrafista", nascido em Correntina. Uma vez aposentado, mudou-se para o Distrito Federal; . L0UR1VAL COSTA, musico, nascido em Correntina, fez parte do conjunto orquestral que o saudoso Gundes Araújo criou na década dos 40, Migrou para Sao Luis de Montes Belos, onde dedicou-se ao comercio. Ele e um dos grandes batalhadores para que a empresa Badeco e a rodovia Correntina-Posse livre todo o Rio Corrente do grande desvio a Barre i ras; . LOURIVAL RODRIGUES COSTA, nascido em Correntina, hoje reside nos Estados Unidos, em Sao Francisco da Ca I i forn ia; . Profâ MARIA ELIZ1A AZEVEDO SILVA, nascida em Correntina, vive hoje em Kansas, EUA; . Dr. JOSÉ NOVAIS SANTOS, engenheiro agrônomo e veterinário na EMATER=RJ, nascido em Santa Maria da Vitoria. Vive em Niterói, RJ ; . MIGUEL RODRIGUES DE LIMA, nascido em Santa Maria da Vitoria, Capitão da Reserva da Policia Militar de Sao Paulo, filho de João da Rocha Lima (Joao-de-FIavio) e Antonia Rodrigues de Lima. FEVEREIRO/92 POR QUE AS ORDENS, QUANDO POSSÍVEL, DEVEM SER POR ESCRITO? AS ORDENS VERBAIS (uma historia num quartel) 0 TENENTE AO SARGENTO: Por ordem do capitão a tropa assistira amanha ao campo de exercícios, em uniforme de campanha, a fim de presenciar o eclipse do sol que, sdgundo os jornais, terá lugar as II horas em ponto. Mais tarde, e no próprio campo, um especialista em astronomia expl icara aos soldados a causa do raro fenômeno; porem, se chover, as explicações terão lugar no refeitório do quartel. 0 SARGENTO AOS CABOS: Por ordem do capitão amanha as i I horas haverá um ecIipse do sol no campo de exercícios. Segai demente começara a chover, pelo que as tropas passarão ao refeitório do quartel, onde um astrônomo, em uniforme de campanha, dirá aos soldados o que os jornais dizem acerca do fenômeno. 0 CABO AOS SOLDADOS; Amanhã, às II horas, o capitão ecl ipsara o sol com uns jornais no campo de exercícios. Mais tarde, um especialista fará chover no refeitório, porem, para que o raro fenômeno se produza, a tropa devera vestir um uniforme de campanha. OS SOLDADOS ENTRE AS FILEIRAS: Amanha, as II, o soI eclipsara o capitão, o qual a tarde tornara a aparecer no refeitório do quartel em uniforme de campanha. Os astrônomos tratarão de explicar-lhe as causas do fenômeno, porem se nao o entender, buscara um especialista. Os soldados levarão jornais para tapar-se, se por acaso chover. [o^m^Mti CRÔNICA COLOQUIO FLÁCIDO NOVAIS NETO, poeta, autor de "Flutuando na Areia" e "Ave Corrente" - Você sabe o que e um sujeito i ndobec1 iveI? Certamente não sabe e nunca saberá. Dicionário algum registra este termo, mas^ele existe. Nao tem sinônimo mas e um adjetivo comum aos dois gêneros. Tanto serve para elogiar alguém como desqualificar, E como se fosse um "pau para toda obra", como diria meu pai. E esta nossa língua, idioma de origem romântica, filha benquista do Lacio que nos brinda com um horizo^ te amplo para deitar e rolar. Peca por nao ser uma língua técnica e objetiva como o inglês e o alemão, ganhando, no entanto, em sonoridade e plasticidade, so igualavel ao rances, italiano e espanhol. Poucos sao os privilegiados que a manejam com delicadeza e graça, ao fazer fluir frases belissimas que, aos ouvidos de apedeutas, soam como uma canção de ninar. E o caso, por exemplo, daquele purista incorrigivel que, a propósito de comentários sobre eclipses, caprichou no vernaculo: - Na pretérita centuria,.meu progenitor vislumbrou o acasalamento do Astro-rei com a Rainha da Noite. Quando este mesmo amante-compl icador do obvio e simples chega a um cafezi nho, pede que lhe sirvam "uma soIuçao aquosa de rubiaceas". Se, entretanto, deseja deliciar uma cervejinha gelada, exige "um fermentado gélido de Hordeum vulgare". Nao poupa, sequer, nosso liquido universal, a água. E se esta sedento, em lugar de pedir um "gol' d/agua", pede um pouco de "protoxido de hidrogênio", demonstrando, ai, que conhece também a Quimica. Certa feita, envolvido numa discussão que nao lhe convinha, exatamente essas prosas que nao levam a lugar algum, como diríamos: conversa mole pra boi dormir, ele esnobou, dando um tiro de misericórdia: - Vamos postergar este coloquio flacido para acalentar bovino. 8 Outros,^entrementes, que não tiveram acesso as belezas do nosso Português, e admiradores dos bons falantes, chegam a criar palavras, a mergulhar fun do em neologismos, deixando boquiabe£ tos aqueles que - senão vejam - flagra ssem Baiano e Sinhô simulando um bateT boca : - Você, Sinhô, não presta, não passa de um sub-relevapes. - Talvez seja. Baiano, mas você é um indivíduo subsindiquês, cachaceiro. - Sabe de uma coisa, vamos parar com isso, vamos deixar de renoclêníá porque o que somos mesmo e um bando de i ntratapes, Eles se foram, adejaram para um mundo inconcebível, incognoscfveI, lugar, por certo, onde sua linguagem enigmática e^ centrara ouvidos menos hirtos, sensíveis e tradutores. Baiano, depois de to mar um bom porre, afogou-se nas águas do Corrente, numa atra manha'. Enquanto que Sinho, saudoso e inconsoláveI, apar tado brutalmente do inseparável amigo," morreu, também afogado, no mesmo dia, à tarde. E I a se foram os amigos indobecliveis, fatais vftimas da dipsomania. Salvador do Mercado, gozador oportuno, nem pestanejou, exclamando: - I^sso e que são amigos! Ate debaixo d'água.' Se você* querem ainda deliciar com muitos neologismos, deixo como brinde o soneto A UMA DEUSA, atribuído ao poeta maranhense Luis Lisboa, "Tu es o quelso do pentaI ganírio / Sa^ tando as rimpas do ferraim calério, / Carpindo A» taipas do furor salírio / Nos rubios calos do pijom sidério. // Es o bartolio do bocal empirio /Que ru ge e passa no festim siterio, / Em tico teios de partano estÍHo, / Rompendo as gambias do hortoroo-genério. // Teus lin dos olhos que têm barlacantes / São ca^ mençurias que carquejam I antes / Nas du ras çelias do pegai balonio. // São car mentorios de um carce metalio, / De IuT rias peles em que pulsa obálio /Em verti mbaceas do penta1 perônio," Viram so? Inventar palavras não é mérito apenas de Baiano e Sinho. Gente letrada também gosta! '■m^à FEVEREIRO/92