RELATÓRIO DE GESTÃO DE 2009 1 MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO O ano de 2009 foi caracterizado pela consolidação dos instrumentos de gestão estratégica da instituição, pelo aprimoramento dos processos de acompanhamento das empresas participadas, pela adopção de uma estratégia consistente para a aceleração dos processos de reestruturação, alienação de participações e dissolução/liquidação das sociedades. Foi este o ano que, com maior intensidade, se fez sentir o efeito da crise financeira mundial, pelo impacto que ela teve nas empresas participadas e na capacidade destas gerarem receitas e por essa via distribuírem dividendos. Em consequência, as receitas do Estado sofrem, este ano, uma baixa significativa em cerca de 40% se comparadas com 2008. Os sinais de recuperação da economia mundial são ténues mas existe a esperança que esta situação possa ser revertida em 2010. O processo de acompanhamento das empresas participadas conheceu um novo ímpeto com o reforço das medidas que facilitaram a apresentação de relatórios pelos Gestores Públicos e Representantes do Estado. Continuamos a trabalhar nesta matéria para garantir que todos cumpram com o dever de relatório preceituado nos respectivos Estatutos e Regulamentos. Prosseguiu, em algumas empresas, o processo de reestruturação, expansão e desenvolvimento que está a resultar numa maior capacidade e competitividade das empresas. Pela importância das acções em curso podemos citar as empresas Açucareira de Moçambique, Linhas Aéreas de Moçambique e Telecomunicações de Moçambique. A participação em todas as Assembleias Gerais das empresas participadas, como modelo de acompanhamento, serviu para avaliarmos a situação destas e permitiu -nos ser mais assertivos na nossa intervenção e na nossa capacidade de gestão das participações do Estado, com consequências positivas no desempenho das empresas. O sucesso da nossa instituição no cumprimento da sua missão passa pelo trabalho que deve ser feito para o saneamento da carteira de participações de modo que possamos ostentar uma carteira saudável, constituída por participações em empresas estratégicas, potencial e progressivamente capazes de gerar receitas e distribuir dividendos para alimentar o Tesouro Público. Acções concretas foram tomadas neste sentido, que vão desde a organização interna e criação de estruturas capazes, até à terceirização de parte do processo para empresas que nos vão apoiar na condução e aceleração dos casos considerados. 2 A primazia que temos dado às relações com outras instituições nacionais e estrangeiras tem dado os seus frutos. O mais recente, e de relevo foi a concretização do Plano de Acção com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa que contempla cursos de formação a serem leccionados em Moçambique por especialistas brasileiros que, pela sua importância, vai permitir a capacitação d e membros dos Conselhos de Administração e outros gestores, bem como a sua certificação internacional. Previmos que esta acção venha a ter um impacto qualitativo significativo nos Gestores Públicos e Representantes do Estado nas Empresas. Iniciamos uma reflexão com vista à elaboração do Plano Estratégico do IGEPE para o período de 2010-2014. Nele, constam grandes desafios que vão exigir um maior sent ido de oportunidade para reverter os efeitos da crise financeira mundial. Porém, estamos, seguros de que, tal como no passado, com entusiasmo e saber dos nossos colaboradores, conjugado com o empenho das empresas participadas, iremos atingir os nossos objectivos. Agradecimentos especiais são endereçadas ao Ministério das Finanças pelo apoio que nos tem dispensado, para o Conselho Fiscal e Conselho Consultivo pela preciosa contribuição que nos têm providenciado. Endereçamos igualmente a nossa saudação e reconhecimento a todos os nossos colaboradores, pelo empenho e dedicação que nos permitiram alcançar estes resultados. Extensivamente, manifestamos o nosso apreço a todos os nossos parceiros nacionais e internacionais que de algum modo facilitam ou contribuem para os resultados do nosso trabalho. Daniel Gabriel Tembe (Presidente do Conselho de Administração) 3 CARACTERIZAÇÃO DO IGEPE Missão Gerir as Participações do Estado, de acordo com os princípios de boa governação e catalisar novas iniciativas de investimento público e privado. Visão Ser uma Instituição de referência na dinamização e gestão do sector empresarial participado pelo Estado, no quadro do desenvolvimento do País. Objectivo Geral Reforçar a capacidade de intervenção na gestão do sector empresarial do Estado, com vista à captação de receitas resultantes de dividendos nas sociedades participadas. Valores Liderança na gestão de participações do Estado e no estabelecimento da boa governação das sociedades. Transparência na gestão da coisa pública e no funcionamento das sociedades participadas. Lealdade para com o Estado e com a tutela bem como para com outros sectores e entidades públicas ou privadas que confiam a gestão das suas participações ao IGEPE. Empenho no cumprimento da Missão e das metas estabelecidas nos planos e programas de trabalho. Responsabilidade na realização das actividades através da aplicação do princ´pio de prestação de contas interna, com relação à tutela e aos órgãos sociais dos quais façamos parte. Colaboração para criar sinergias internas e externas para o cumprimento cabal das estratégias aprovadas. Inovação nos processos de gestão criando sempre valor acrescentado às nossas participações nas sociedades. Qualidade Superior dos produtos e serviços resultantes das actividades em que estejamos envolvidos. Responsabilidade Corporativa para com os colaboradores, a comunidade onde nos inserimos e para com o ambiente. 4 Órgãos Sociais Os Órgãos Sociais do IGEPE são constituídos pelo Conselho Consultivo, Conselho de Administração e Conselho Fiscal. Conselho de Administração Daniel Gabriel Tembe Presidente Maria Iolanda Macamo Wane Administradora Silvestre Valente Sechene Administrador Amélia Carlos Muthemba Administradora Mahomed Rafique Jusob Mahomed Administrador Conselho Fiscal José Chichava Presidente Ilídio Guibalo Vogal Isabel Sumar Vogal 5 Estrutura Organizacional A estrutura Organizacional é constituída por dois Pelouros, o de Controlo de Participações e o de Planificação e Assuntos Corporativos, três Direcções: Controle de Participações, Engenharia Financeira, Alienações e Liquidações e 5 Departamentos. 6 Figura: ORGANOGRAMA DO IGEPE ESTRUTURA ORGÂ NICA E F UNCIONAL DO IGE PE 2008-2010 Conselho de Administração Conselho Consultivo Conselho Fiscal Gabinete Técnico Secretariado Assessoria Jurídica Assessoria de Informática e Cadastro Pelouro de Controlo das Participações Pelouro de Planificação e Assuntos Corporativos Colectivo de Directores Assessoria Económica Direcção de Controlo das Participadas Acompanhamento das Empresas Reestruturação das Empresas Direcção de Alienações e Liquidações Alienações e Assuntos dos GTTs Dissoluções e Li qui dações Direcção de Engenharia Financeira Departamento de Planificação e Governação Corporativa Departamento de Recursos Humanos Departamento de Administração e Contabilidade Departamento de Investimentos 7 RELATÓRIO DE GESTÃO DE 2009 1. INTRODUÇÃO O ano de 2009 foi caracterizado pela realização de actividades de natureza estruturante e fundamentais no processo de desenvolvimento institucional, com vista ao cumprimento dos objectivos do IGEPE. Tal cumprimento é traduzido pelos processos de saneamento e acompanhamento das empresas que constituem a carteira de participações do Instituto, pela valorização do capital humano e pelo investimento em áreas estratégicas e de Responsabilidade Corporativa. Com efeito, no Plano Anual para 2009, previa-se a realização das seguintes actividades, entre outras: Avaliação de algumas empresas da carteira de participações do IGEPE; Lançamento do concurso para assessorar o IGEPE na avaliação da melhor estratégia no processo de saneamento da carteira; Elaboração e aprovação do plano de formação dos Gestores Públicos e Representantes do Estado e dos colaboradores do IGEPE; Elaboração e aprovação do Guião de Boas Práticas de Governação Corporativa nas Empresas do Estado; Elaboração da Estratégia de Comunicação e Imagem institucional; Introdução e/ou consolidação dos instrumentos de governação e gestão do IGEPE; Implementação da Estratégia de Investimentos; Estabelecimento de Parcerias com Organizações Nacionais e Internacionais no âmbito da Governação Corporativa; Implementação do Sistema Integrado de Gestão. Das actividades programadas, foram realizadas as seguintes: Avaliação de algumas empresas da carteira de participações do IGEPE; Lançamento do concurso para assessorar o IGEPE na avaliação da melhor estratégia no processo de saneamento da carteira; 8 Elaboração e aprovação do plano de formação dos Gestores Públicos e Representantes do Estado e dos colaboradores do IGEPE; Elaboração e aprovação do Guião de Boas Práticas de Governação Corporativa nas Empresas do Estado; Implementação da Estratégia de Investimentos; Estabelecimento de Parcerias com Organizações Nacionais e Internacionais no âmbito da Governação Corporativa; Apesar do sucesso verificado no cumprimento do Plano Anual de 2009, alguns constrangimentos fizeram com que algumas das acções planificadas não fossem realizadas. Os principais constrangimentos relacionaram-se com o seguinte: Os procedimentos de “procurement” que extravasaram os prazos inicialmente propostos; A complexidade processual de algumas actividades que ultrapassou a est imativa de tempo prevista para a sua realização. De um modo geral ficaram por realizar as seguintes actividades: Estabelecimento do Sistema Integrado de Gestão; Elaboração do Código de Conduta do IGEPE; Implementação de uma estratégia de comunicação estabelecimento da INTERNET E INTRANET no IGEPE; que integra o Saneamento da carteira aos níveis que estavam previstos no Plano; Formação mais dirigida para os Gestores Públicos e Representantes do Estado. Estas actividades foram reprogramadas e serão executadas no decorrer do ano económico de 2010. 9 2. ENQUADRAMENTO MACRO ECONÓMICO 2.1 Economia Global 1 A recuperação da economia mundial observada em 2009, poderá abrandar em 2010, quando o impacto das medidas de estímulo orçamental deixarem de se fazer sentir. Os mercados financeiros continuam a registar perturbações e a procura do sector privado mantém-se baixa, numa situação de desemprego elevado. O PIB mundial, diminuiu 2,2% em 2009. Estima-se que deverá aumentar 2,7% em 2010 e 3,2% em 2011. No que respeita aos países em desenvolvimento, as perspectivas são de uma recuperação robusta, com um crescimento de 5,2%, em 2010, e 5,8%, em 2011, em comparação com 1,2%, relativo a 2009. O PIB dos países ricos, diminuiu 3,3% em 2009 e deverá aumentar 1,8% e 2,3%, em 2010 e 2011, respectivamente. Segundo as projecções, o volume do comércio mundial, regist ou uma quebra acentuada de 14,4%, em 2009, devendo aumentar 4,3% em 2010. Embora este seja o cenário mais provável, continua a haver uma incerteza considerável quanto às perspectivas. Consoante a confiança dos consumidores e das empresas nos próximos trimestres, bem como o momento em que forem retiradas as medidas de estímulo orçamental e monetário, em 2010 o crescimento poderá situar-se entre um nível mínimo de 2,5% e um nível máximo de 3,4%. Neste ambiente ainda frágil, os preços do petróleo deverão manter-se, de um modo geral, estáveis, situando-se a um nível médio de 76 dólares por barril, e os preços de outros produtos de base deverão aumentar apenas 3% durante 2010. 2.2 Desenvolvimento da Economia Moçambicana 2 Em geral, o desempenho macro-económico em 2009 foi positivo, com o PIB a crescer em 6,3%, apesar dos efeitos negativos da crise económica mundial. Os sectores que mais contribuíram para o crescimento do PIB foram a Agricultura (11,2%), Electricidade e Água (9,2%) e Serviços Financeiros (13.9%). Apesar do seu reduzido peso no PIB, o sector da Construção continuou sendo dos mais dinâmicos, tendo registado um crescimento de 10.5%. No entanto, os sectores dos Transportes e Comunicações, Hotéis e Restaurantes, e Indústria Mineira e Transformadora ressentiram-se dos efeitos da crise económica mundial. O valor acrescentado no sector dos Transportes e Comunicações caiu em 1,4% em 2009 devido em grande parte a fraca desempenho do comércio externo. O sector de Hotéis e Restaurantes registou uma desaceleração no crescimento de 6,5% 1 2 Fonte: Relatório Global Econo mic Prospects 2010 Fonte: Plano Económico e Social do Governo (PES) 2010 10 em 2008 para 1,4% em 2009, como consequência da desaceleração do influxo de turistas estrangeiros em Moçambique. O sector da industria mineira registou uma desaceleração no crescimento de 12,6% em 2008 para 5,7% em 2009, em consequência da queda de procura e preço internacional de minerais, bem como suspensão da actividade produtiva numa empresa por constrangimentos financeiros provocados pela crise financeira internacional. 2.2.1 Produto Interno Bruto (PIB) Em 2009, o PIB real em Moçambique cresceu em 6,3%, ligeiramente acima do objectivo do Plano de 6,1%. Este nível de crescimento é robusto, num ano marcado pela crise financeira e económica internacional. Os sectores relevantes para o crescimento do PIB foram a Agricultura (11,2%), Electricidade e Água (9,2%), Construção (10,5%) e Serviços Financeiros (13,9%). 2.2.2 Inflação A queda dos preços internacionais de mercadorias contribuiu para que a inflação média anual3 desacelerasse de 10,3% em 2008 para 3,3% em 2009. O Metical registou uma depreciação nominal de 14,0% face ao Dólar americano, em parte ex plicada pelo fortalecimento do dólar no mercado internacional e pela queda das exportações em 30,2%, resultando numa maior pressão sobre a procura de divisas. A queda da procura mundial e dos preços de mercadorias devido à crise económica mundial facilitou o controlo da inflação. A taxa de inflação média situou-se em 3,3%, bem abaixo da meta de 8,0% prevista no Plano Económico e Social (PES). A baixa taxa de inflação deveu-se principalmente à queda do preço de combustíveis e de alimentos no mercado internacional, comparativamente ao ano 2008, e sobretudo a deflação que se verificou nos parceiros comerciais de Moçambique. 2.2.3 Sector Monetário e Cambial No sector monetário, as medidas tomadas pelo Governo permitiram inverter o cenário pessimista inicialmente previsto para o sistema financeiro em Moçambique devido a crise financeira internacional. Por outro lado, a fraca exposição do sistema financeiro nacional no sistema internacional contribuiu para minimizar o impacto da crise financeira internacional no nosso país. 3 A cidade de Maputo continua a ser tomada como referência para inflação. 11 Os principais indicadores sugerem que o sistema financeiro nacional continuou robusto em 2009 – o rácio de crédito mal parado caiu de 2.0% em 2008, para 1.8% em 2009, enquanto o rácio de solvabilidade cresceu de 14.0%, para 16,6%. Face ao aumento da procura de crédito pelas empresas nacionais, na sequência das dificuldades de financiamento no mercado internacional, o sector bancário nacional expandiu o crédito a economia em 59,0% em 2009, acima dos 46,0% em 2008, reflectindo-se numa maior disponibilidade de recursos para financiar o investimento. Contrariamente ao que sucedeu noutros países onde a confiança dos depositantes reduziu em resultado do risco sistémico, em Moçambique o nível de captação aumentou, em linha com o forte alargamento dos balcões de bancos comerciais para as zonas rurais, no âmbito da bancarização da economia. 2.2.4 Sector Externo O sector externo não escapou aos efeitos da crise económica mundial. A queda da demanda e dos preços de exportação no mercado internacional traduziu -se num fraco desempenho das receitas de exportação. O valor registado nas exportações de bens fixou-se em USD 1.852,6 milhões em 2009, representando uma queda de 30.2% em relação a 2008, e reflectindo a forte queda das exportações dos grandes projectos (31,7%) e de bens tradicionais (26,8%). Relativamente ao fluxo líquido de investimento directo estrangeiro (IDE), ao longo de 2009, o país registou uma entrada de capitais no montante de USD 881 milhões, o que corresponde a um aumento de USD 289 milhões comparativamente ao fluxo de 2008. Excluindo grandes projectos, o fluxo do IDE em 2009 foi de USD 446,5 milhões, contra a cifra de 296,2 milhões em 2008. 2.2.5 – Política Fiscal De um modo geral, a política fiscal foi caracterizada pelo aumento na arrecadação de receitas. A realização da Receita do Estado em 2009 cresceu em 21,0% em termos nominais (17% em termos reais), superando a meta programada em 11.4%. A arrecadação das Receitas Fiscais fixou-se acima da meta programada em 5,4pp, como resultado da contínua melhoria da eficiência da Administração Fiscal, sensibilização, educação fiscal e divulgação da legislação fiscal. Contribuiu igualmente para esse efeito, a atribuição de 188.215 NUIT´s, dos quais 4.980 a pessoas colectivas e 183.235 a pessoas singulares. O total das despesas de investimento ficou abaixo do programado em 25,7% devido à baixa realização nas despesas de investimento com financiamento externo que se 12 situou em 64,6%. O financiamento interno líquido traduziu-se numa diminuição da poupança do Estado junto do sistema bancário em 762,0 milhões de MT. 2.2.6 – Corolário A conjuntura interna e internacional descrita no ambiente macroeconómico acima, tem reflexos directos na actividade do IGEPE, de um modo particular e nas actividades das empresas participadas de um modo geral. Com efeito, observou-se uma contracção nas receitas afectando significativamente os resultados das nossas empresas, t raduzindo-se na variação negativa de receitas arrecadadas na ordem de 53.87%, comparativamente ao exercício de 2008. 13 3. BALANÇO DAS ACTIVIDADES REALIZADAS EM 2009 3.1 PLANIFICAÇÃO E ASSUNTOS CORPORATIVOS À luz do Plano Estratégico 2008-2010 foi elaborado e implementado o Plano anual de 2009. O processo de monitoramento foi levado a cabo em sessões do Conselho de Administração ao longo do ano, numa avaliação sistemát ica que facilitou o desempenho sectorial e elevou o cometimento individual dos colaboradores do IGEPE em relação às tarefas relevantes para o desenvolvimento institucional. Foi aprovado o “Guião de Boas Práticas de Governação Corporativa nas Empresas Part icipadas pelo Estado”, com vista a apoiá-las na adopção dos seus próprios códigos/manuais de boas práticas e, deste modo, contribuir para a elevação dos níveis de conduta em relação à gestão da Coisa Pública. Espera-se, também, que este Guião seja critério para a revisão dos Estatutos e regulamentos internos das empresas participadas pelo Estado. Foi organizado pelo IGEPE um Seminário dos Gestores Públicos e Representantes do Estado que contou com 70 participantes e que serviu como rampa de lançamento do Guião de Boas Práticas para a governação das sociedades participadas pelo Estado e não só. A culminar um envolvimento internacional do IGEPE na busca de experiências no domínio da implementação dos princípios de Governação Corporativa para consolidar boas práticas nas participadas, realizou-se em Maio, em Maputo a II Reunião da Rede Regional das Empresas do Estado promovida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e co-organizada pelo IGEPE. Esta reunião, tinha como objectivo dar ênfase à forma como os diferentes países da África Austral têm empreendido reformas nas empresas do Estado ou participadas pelo Estado, com o intuito de identificar os sucessos decorrentes dessas reformas. Deste encontro resultou o reconhecimento do av anço verificado na implementação de práticas de Governação Corporativa nos países da região, a necessidade de aprofundar o comprometimento dos presentes na motivação dos principais actores, em particular dos Governos, a assumirem o seu papel na implementação dos princípios de Governação das Empresas do Estado. Assumindo o seu papel de ente público e de promotor das Boas Práticas de Governação Corporativa, o IGEPE aliou-se aos esforços do Governo nesta matéria, participando na Conferência Nacional da Administração Pública sobre as Boas Práticas no âmbito da Reforma do Sector Público em Moçambique. Este evento correu em paralelo com uma Feira onde o IGEPE participou, expondo aspectos que retratam a sua experiência na implementação de princípios de Governação 14 Corporativa a nível interno, através de instrumentos de regulamentação, revistas e relatório e contas. Foi realizada uma visita ao Brasil com o objectivo de observar experiências na construção e implementação de sistemas integrados de gestão. Esta visita teve uma componente de formação que decorreu em empresas com larga experiência na implementação dos referidos sistemas. No âmbito da Cooperação Portuguesa com o Ministério das Finanças, que enquadra a assistência técnica a ser providenciada ao IGEPE, no período 20092011 foi realizada uma visita de estudo a Portugal. Esta visita inclui o apoio à implementação do Sistema Integrado de Gestão, formação em Sistemas Internacionais de Contabilidade e de Relatório Financeiro (IAS/IFRS), elaboração de balanços consolidados e Práticas de Governação Corporativa. Perspectiva-se uma continuação de acções de assistência técnica durante o ano de 2010. O IGEPE participou na II Feira de Responsabilidade Social Empresarial, organizada pela PRODÍGIO na qual contribuiu encorajando as empresas participadas a fazerem-se presentes e expor as suas experiências nesta matéria. 3.1.1 Parcerias No âmbito da parceria com o Instituto de Directores de Moçambique para apoio aos processos de divulgação dos princípios de governação corporativa e acções de formação, alguns Gestores Públicos e Representantes do Estado, bem como técnicos do IGEPE, receberam formação em matérias de governação corporativa. Com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) continuaram as relações com vista à divulgação dos Princípios de Governação Corporativa nas Empresas do Estado e à colaboração na organização de Seminários Regionais. Está em implementação o protocolo de cooperação com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governação Corporativa) que visa aproveitar as sinergias resultantes do âmbito de actuação de cada uma das instituições para a formação em Governança Corporativa em Moçambique. Assim foi acordado um Plano de Acção que terá o seu início em 2010. Deu-se continuidade nos contactos com o Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) com vista a formalização da parceria entre as duas instituições no âmbito da Governação Corporativa. 3.1.2 Recursos Humanos Foi dinamizado o processo de formação dos Gestores Públicos (GP’s) e Representantes do Estado (RE’s) através da divulgação e realização de cursos relevantes para os órgãos sociais das Empresas nos quais já participaram membros da Administração das participadas. 15 Foi aprovado um Plano de Formação dos colaboradores do I GEPE e que está em implementação, tendo sido já formados no país e no estrangeiro, 18 colaboradores em áreas como Liderança, Investigação de Fraude e Governação Corporativa. Foi posta em prática a primeira fase do aprimoramento do Sistema de Avaliação de Desempenho dos colaboradores do IGEPE, sendo um dos aspectos mais relevantes desta fase, a introdução da auto-avaliação que permite a redução da subjectividade e a participação activa e consciente do avaliado, no lugar da praticada avaliação unilateral. I niciou-se ainda, neste aprimoramento, o processo de identificação das competências chave da instituição e de cada sector. 4. GESTÃO DAS PARTICIPAÇÕES DO ESTADO 4.1 Situação das Participadas A 31 de Dezembro de 2009, a carteira de participações do Estado era constituída por 130 sociedades, compreendendo participações em sociedades que actuam em diversos sectores de actividade económica. De seguida apresentamos o gráfico que ilustra a caracterização das empresas da carteira de participações. Gráfico 1: Caracterização das Empresas Participadas Empresas para Liquidação 15% Empresas Estratégicas 30% Participações para Alienação 21% Empresas com Participação Reservada aos GTT’s 34% Comparativamente a 31 de Dezembro de 2008, em que o universo de participações era de 135, verifica-se uma alteração na carteira de participações sendo resultado, por um lado, da retirada da carteira de participações sociais em 9 empresas e, por 16 outro, da entrada para a carteira de 4 empresas. Este universo de participações, contempla sociedades em diferentes estágios no que respeita ao estado operacional. Assim, segue o gráfico no qual é ilustrada a distribuição destas empresas segundo a sua operacionalidade. Gráfico 2: Situação Operacional das Participadas Empresas Participadas - Estado de Operacionalidade Paralisadas 27% Pleno Funcionamento 40% Pleno Funcionamento Deficiente Funcionamento Paralisadas Deficiente Funcionamento 33% Neste âmbito, uma das prioridades previstas no Plano Estratégico é a determinação do valor da carteira (valor de mercado do conjunto das participações sociais que ficarão sob gestão do IGEPE), com o envolvimento das empresas participadas, no processo de avaliação. 4.2. Acções Relevantes nas Empresas De entre várias participadas, destacam-se aqui algumas actividades que foram desenvolvidas nas seguintes: Açucareira de Moçambique – foi concluída a construção da Barragem de Muda, tornando possível que fosse atingida a capacidade máxima de armazenamento de água da barragem o que vai garantir a irrigação das zonas de plantio e de expansão da fábrica, e beneficiar as actividades agrícolas das populações circunvizinhas. Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) – No âmbito da renovação e consequente substituição da frota, foi desactivado em Abril, um Boeing 737, estando em funcionamento 4 aeronaves modernas sendo 2 Q-400 e 2 Embraer-190. O Presidente do Conselho de Administração da empresa foi, em Junho, nomeado um do Governadores do Conselho da IATA (IATA Board of Governance), organismo que toma as decisões estratégicas para as cerca de 225 companhias aéreas de todo o mundo, o que constitui um grande prestígio para a LAM e para o país, integrar o organismo a este nível. 17 A LAM foi ainda, designada melhor companhia regional pela AFRAA e por consequência foi-lhe atribuída a Presidência da organização. A nível interno, foi designada melhor empresa nacional de responsabilidade social pela Ernst & Young. Foi introduzido o processo de venda directa de bilhetes pela internet , um novo serviço que veio permitir que os viajant es passem a adquirir as suas passagens com maior facilidade e flexibilidade. Fundação Malonda - foi eleita como figura do ano de 2009 na Província do Niassa, resultado do trabalho realizado nesta parcela do país. A fundação, tem como principal enfoque dinamizar o desenvolvimento da Província de Niassa nas áreas de florestas, microfinanças, ecoturismo e promoção do investimento, “contribuindo desta maneira para a subida da província no ranking nacional do Investimento Directo Estrangeiro (IDE). Telecomunicações de Moçambique (TDM) – Concluiu-se o projecto de extensão da Fibra Óptica a todas as capitais provinciais. Está em teste o novo sistema de billing (facturação) que irá permitir a modernização e melhoria na oferta de serviços ao cliente. Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos – Resultado do seu empenho ao longo do ano de 2009, recebeu um prémio de Melhor empresa na pesquisa da KPMG sobre as 100 maiores empresas do país. Merece, destaque, a aprovação também pelo Conselho de Ministros do Plano de Expansão para o desenvolvimento do projecto do gás natural. 4.3. Assembleias Gerais Conforme o planificado e como forma de acompanhamento do desempenho das participadas, foi possível garantir a participação do Estado em todas as Assembleias Gerias convocadas, tendo realizado de Janeiro a Outubro de 2009 foram realizadas 47 Assembleias-gerais sendo, 31 Ordinárias e 16 Extraordinárias. De notar que, no geral o desempenho das empresas foi bastante afectado pela crise financeira internacional que contribuiu para o decréscimo dos resultados e consequentemente a não distribuição de dividendos por algumas empresas. 4.4. Saneamento da Carteira Durante o período em análise, e em cumprimento do plano anual de actividades, o IGEPE deu continuidade aos processos d e alienação iniciados no ano transacto. Assim, foram concluídos 10 processos de alienação dos quais 3 aos GTT`S e os restantes a privados em geral. CIEDIMA, SA – 10%; CIM – Companhia Industrial da Matola, SA – 10,12%; 18 Interfranca, SA – 20%; Interquímica, SA (Imobiliária do Bagamoyo) – 20%; Armazéns Ilka da Enafrio – 100% – (Património); Salvador Caetano, SA – 16,67%; Hotel Santa Cruz – 100% – (Património); Sogex, SA – 20%; TATA Agro-industrial – 40%; Unidade de Produção (G01 e G12) da extinta Emochá – (Património). Gráfico 3: Evolução das Alienações das Participações do Estado de 2003 a 2009 TOTAL DE ALIENACOES 28 30 25 20 15 15 10 12 11 7 10 7 5 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 19 5. DESEMPENHO ECONÓMICO-FINANCEIRO 5.1 Resultado Líquido do Exercício O resultado líquido do exercício de 2009 é positivo, no montante de 32,75 milhões meticais. Comparado com o resultado obtido em 2008 de 70,99 milhões de meticais, significa uma redução em 53,87%, como consequência da redução dos dividendos das empresas participadas. Tal deveu-se em grande medida a não distribuição dos resultado pelos accionistas da empresa Mozal, como consequência dos ajustes financeiros para responder aos efeitos da crise financeira internacional. 5.2 Proposta de Aplicação do Resultado A proposta de aplicação do resultado abaixo é feita tendo em conta, por um lado, a necessidade de criação de capacidade financeira do IGEPE para investimentos e possível necessidade de acompanhar o aumento de capital social nas empresas onde é accionista (Tabela 1) e, por outro, cumprir a função primordial do IGEPE de contribuir para o financiamento do Tesouro. Tabela 1: Resultado e Aplicação – 2009 Tabela 1- Resultado e Aplicação- 2009 Rubrica Resultado Liquido do exercicio APLICAÇÃO Tesouro IGEPE % 100.00% 50.00% 50.00% jan-dez/09 % 32,746,464.28 100.00% 16,373,232.14 16,373,232.14 50.00% 50.00% un: MT jan-dez/08 70,988,952.73 35,494,476.37 35,494,476.37 5.3 Receita Total A Receita total arrecadada no exercício económico de 2009 foi no montante de 300,30 milhões de meticais, correspondendo a uma redução de 42,56% em relação ao ano de 2008 (Tabela 2). A variação negativa nesta rubrica, deve-se à diminuição de comparticipação das participações da Mozal, conforme anteriormente referido e cujos efeitos são significativos na estrutura de receitas do Estado. 20 Tabela 2-Receitas Totais -2009 un: MT Descrição Receitas de Dividendos Receitas de Alienações das Participações Receitas de Despesas de Praça Receitas de Alienações aos GTT´s Receitas de Juros de Depositos Outras Receitas Total das Receitas jan-dez/09 jan-dez/08 210.622.614,53 45.811.620,43 544.699,49 19.110.284,00 11.805.683,97 12.405.184,68 447.228.565,84 10.477.941,71 108.270,66 33.578.111,00 12.775.640,63 18.596.107,96 300.300.087,10 522.764.637,80 Variação % -42,56% A receita arrecadada é resultante de dividendos das empresas participadas, com um peso relativo de 70,14%; alienações das empresas ao sector privado e a GTT ´s com pesos de 15,26% e 6,36%, respectivamente e a componente de outras receitas com o peso de 8,24% (Gráfico 4). Gráfico 4: Receita Total Gráfico 4: Receita Total 70,14% Receitas de Dividendos Receitas de Alienações das Participações Receitas de Alienações aos GTT´s 15,26% 8,24% Outras Receitas 6,36% 5.3.1 Receita Total, subdividida em, Estado e IGEPE 5.3.1.1 Receita do Estado A receita do Estado, em 2009, reduziu em 52,46% comparativamente ao mesmo período do ano passado. Tal redução, deve-se à diminuição do nível de dividendos de algumas participadas (Tabela 3). 21 Tabela 3- Receitas do ESTADO- 2009 un: MT Descrição Receitas de Dividendos Variação % jan-dez/09 119.435.676,01 jan-dez/08 333.351.581,84 0,00 865.816,70 117.114,70 52.711.969,94 29.932.140,53 19.231,10 17.053.902,91 14.573.040,78 4.162.459,35 237.753.670,00 0,00 223.108,90 27.726.352,61 18.913.120,59 19.448,10 33.999.950,18 14.715.931,46 0,00 41.382.026,35 9.430.147,55 Morfeu Unidade de Produção 11 Dimac Chá da Zambezia Frexpo Texlom Ex-baco de Manica Tata de Moçambique Companhia de Buzi Interfranca Companhia Industrial da Matola Somec Ciedima Hotel Santa Cruz 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.260.000,00 4.590.000,00 1.516.028,85 9.188.032,50 3.870.000,00 464.965,00 243.000,00 20.250.000,00 668.250,00 720.000,00 326.430,00 4.911.230,79 1.632.150,00 1,00 1.172.085,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Receitas de Alienações aos GTT´s 17.199.255,60 30.220.299,90 13.176.000,00 243.255,60 3.780.000,00 26.352.000,00 1.933.299,90 1.935.000,00 0,00 1.467.179,41 -100,00% 178.016.957,96 374.469.208,70 -52,46% Mozal Stema Domus BIM Mcel Ciedima CMH T.D.M. Cimentos de Moçambique Receitas de Alienações das Participações Cimentos de Moçambique BIM EMOSE Outras Receitas Total das Receitas -64,17% 338,83% -43,09% A receita do Estado canalizada ao Tesouro, no ano de 2009, totaliza o montante de 178,02 milhões de meticais, contra 374,47 milhões de met icais, realizado em 2008. Da contribuição de cada componente da receita, em termos de peso relativo, destacam-se os dividendos, com um peso relativo de 67,09% da receita total e receitas de alienações das participações, com o peso de 23,25% (Gráfico 5). 22 Gráfico 5: Receitas do Estado - 2009 Grafico 5: Receita do Estado 67,09% Receitas de Div idendos Receitas de Alienações das Participações 23,25% Receitas de Alienações aos GTT´s 9,66% 5.3.1.2. Receita do IGEPE Em 2009, a receita e proveitos do IGEPE reduziram em 17,54%, comparativamente ao ano anterior, devido a não declaração de dividendos na empresa Mozal, sendo esta empresa a que mais contribuía para o alcance das metas planificadas. A diminuição da receita de dividendos foi de 18,88%, das aplicações financeiras em 7,59%, Alienações aos GTT´s em 43,09% e outros proveitos em 33,29% (Tabela 4). 23 Tabela 4: Receita do IGEPE 2009 Tabela 4-Receitas do IGEPE- 2009 un: MT Descrição Receitas de Dividendos Mozal Coca-Cola S.A.R.L. Stema Domus S.A.R.L. Cervejas de Moçambique S.A.R.L. Mcel TDM BIM Ciedima CMH Cimentos de Moçambique jan-dez/09 91.186.938,52 jan-dez/08 Variação % 111.781.013,42 -18,42% 0,00 27.863.357,00 1.945.276,48 815.023,73 9.800.000,00 12.828.060,23 6.245.588,91 22.588.664,59 8.241,90 7.308.814,54 1.783.911,15 41.819.085,00 18.970.098,00 0,00 1.916.914,88 8.200.000,00 8.105.623,11 6.306.827,76 11.882.722,55 8.334,90 14.571.407,22 0,00 4.429.594,08 1.047.794,16 0,00 140.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 510.000,00 1.020.892,50 430.000,00 27.000,00 51.701,58 2.250.000,00 181.350,00 130.231,75 545.692,31 36.270,00 74.250,00 0,10 80.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 544.699,49 108.270,66 Armazém Tabaco de Manica Texlom Metalurgica de Tete Empresa Moderna Frexpo DIMAC Tata de Moçambique Interfranca Miranda Industrial Interquimica 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 51.000,00 200.175,00 8.000,00 20.549,50 45.000,00 0,01 5.511,65 36.000,00 18.135,00 3.624,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Citrinos de Timanguene Hotel Santa Cruz 39.974,99 225.000,00 0,00 0,00 1.911.028,40 3.357.811,10 1.464.000,00 27.028,40 420.000,00 2.928.000,00 214.811,10 215.000,00 11.805.683,97 12.775.640,63 11.805.683,97 12.775.640,63 12.405.184,68 19.224.899,13 -35,47% 122.283.129,14 148.295.429,10 -17,54% Receitas de Alienações das Participações Frexpo Ex-Tabaco de Manica Cha'da Zambezia Dimac Morfeu Texlom Unidade de Produção 11 Tata de Moçambique Interfranca Companhia Industrial da Matola Ciedima Somec Hotel Santa Cruz Despesas de Praça Receitas de Alienações aos GTT´s Cimentos de Moçambique BIM EMOSE Receitas de Juros de Depósitos Juros bancários Outros Proveitos TOTAL DOS PROVEITOS 322,75% 403,09% -43,09% -7,59% 24 O montante da receita foi de 122,28 milhões de meticais, inferior aos 148,30 milhões de meticais da receita realizada em 2008. O peso significativo relativamente à receita total vai para os dividendos com 74,57% e, outras receitas, com o peso de 20,24% (Gráfico 6). Gráfico 6: Receitas do IGEPE – 2009 Grafico 6: Receita do IGEPE 74,57% Receitas de Div idendos Receitas de Alienações das Participações 3,62% 1,56% Receitas de Alienações aos GTT´s Outras Receitas 20,24% 5.3.1.3. Execução da Receita do Estado O montante da receita orçamentada para o exercício económico de 2009 foi de 449,99 milhões de meticais, tendo sido realizado o valor de 178,02 milhões de meticais, o que corresponde a uma execução total do orçamento da receita de 39,56% (Tabela 5). Tabela 5-Mapa de Execução Orçamental da Receita do ESTADO-2009 un: MT Descrição Receitas de Dividendos Receitas de Alienações das Participações Receitas de Alienações aos GTT´s Total das Receitas Orçamento Realização Variação % 373,387,689.56 37,179,162.00 39,426,948.00 119,435,676.01 41,382,026.35 17,199,255.60 31.99% 111.30% 43.62% 449,993,799.56 178,016,957.96 39.56% 5.3.1.4. Execução da Receita do IGEPE O montante da receita orçamentada para o exercício económico de 2009 foi de 141,78 milhões de meticais, tendo sido realizado o valor de 122,28 milhões de meticais, o que corresponde a uma execução total do orçamento da receita de 86,25% (Tabela 6). 25 Tabela 6-Mapa de Execução Orçamental da Receita do IGEPE-2009 un: MT Descrição Receitas de Dividendos Receitas de Alienações das Participações Receitas de Alienações aos GTT´s Receitas de Juros de Depositos Outras Receitas Total das Receitas Orçamento Realização Variação % 114.429.390.48 4.131.018.00 4.380.772.00 16.151.296.38 2.686.920.74 91.186.938.52 4.974.293.57 1.911.028.40 11.805.683.97 12.405.184.68 79.69% 120.41% 43.62% 73.09% 461.69% 141.779.397.60 122.283.129.14 86.25% 5.4. Despesas No domínio das despesas, salientam-se duas componentes: As despesas inerentes à execução do Orçamento do Estado no âmbito do Aumento e Realização do Capital Social de Empresas e Encargos Gerais do Estado e as despesas respeitantes ao funcionamento normal do IGEPE. 5.4.1. Encargos Gerais do Estado No que respeita à execução orçamental no âmbito dos Encargos Gerais d o Estado, o plano anual foi realizado em 97,81%, considerando o valor do orçamento aprovado (Tabela 7). Tabela 7: Despesas do Estado no Domínio Empresarial – 2009 Tabela 7-Despesas do Estado no dominio Empresarial- 2009 un: Metical Valor Empresas Orçamentado I. Operações Financeiras Activas Realizado Grau_realiz. % 100.000.000,00 100.000.000,00 100,00% Mcel 35.748.988,66 35.748.988,66 100,00% CMG 32.964.000,00 32.964.000,00 100,00% Sociedade Moçambicana de Medicamentos 30.287.011,34 30.287.011,34 100,00% 1.000.000,00 1.000.000,00 100,00% 28.137.300,00 25.337.300,00 90,05% Texlom 6.500.000,00 6.500.000,00 100,00% Scanmo 3.337.300,00 3.337.300,00 100,00% Vidreira e Cristelaria de Moçambique 6.300.000,00 6.000.000,00 95,24% Riopele 4.000.000,00 4.000.000,00 100,00% Mabor 5.500.000,00 5.500.000,00 100,00% Companhia de Desenvolvimento Mineiro 1.000.000,00 0,00 0,00% Contigências 1.500.000,00 0,00 0,00% Empresa Moçambicana de Exploração Mineira II. Encargos Gerais do Estado Total das despesas no dominio Empresarial 128.137.300,00 125.337.300,00 97,81% 26 5.4.2. Custos do IGEPE Os custos de funcionamento do IGEPE, totalizaram o montante de 89,54 milhões de meticais em 2009. Comparativamente aos custos de igual período do ano anterior, no valor de 77,31 milhões de meticais, que corresponde a um aumento na ordem de 15,82% (Tabela 8). A rubrica outros custos e perdas extraordinárias, relativamente a 2008, apresenta um aumento de 44,80%, quando comparada com igual período do ano transacto. Esta variação, resulta da criação de provisões para os adiantamentos efectuados às sociedades Ex-Tabacos de Manica (397.683,00) e Química Geral (26.302,00) e da provisão para o os dividendos declarados e não pagos pela empresa CMH (21.880.222.15) (Tabela 8). Tabela 8: Custos do IGEPE - 2009 un: MT Rubrica jan-dez/09 Variação % jan-dez/08 Remunerações aos trabalhadores 38.021.707,63 36.310.216,05 4,71% Fornecimentos e Serviços de terceiros 17.536.462,67 14.641.260,56 19,77% Encargos financeiros 3.074.838,67 3.611.071,97 -14,85% Amortizações do exercício 5.954.244,86 5.575.681,23 6,79% 24.949.411,03 17.168.246,56 45,32% 89.536.664,86 77.306.476,37 15,82% Outros Custos e Perdas Extraordinarias Total dos Custos do exercício 5.4.3. Execução da Despesa do IGEPE O montante da despesa orçamentada para o exercício económico de 2009 foi de 162,08 milhões de meticais, tendo sido realizado o valor de 105,71 milhões de meticais, o que corresponde a uma execução total do orçamento da despesa de 65,22% (Tabela 9). Tabela 9- Despesas do IGEPE no Âmbito do O.E. - 2009 un: MT Descrição Disponível Valor Realizado Grau_realiz. % Despesas com o Pessoal Salarios e remunerações Outras despesas com o pessoal 39.844.290.47 37.804.330.00 2.039.960.47 38.021.707.63 36.304.196.70 1.717.510.93 95.43 96.03 84.19 Bens e Serviços Bens Serviços 19.095.479.53 3.118.834.72 15.976.644.81 17.638.681.09 1.910.674.08 15.728.007.01 92.37 61.26 98.44 Bens de Capital Construções Outras Maquinas e Equipamentos 25.142.130.00 0.00 25.142.130.00 5.295.139.54 0.00 5.295.139.54 21.06 Operações Financeiras Activas Aumento e Realização de Capital Social 78.000.000.00 78.000.000.00 44.754.460.27 44.754.460.27 57.38 57.38 162.081.900.00 105.709.988.53 65.22 Total das despesas 21.06 27 Este nível de realização deve-se, por um lado ao não pagamento do Sistema Integrado de Gestão em virtude do não lançamento ainda do concurso para a sua aquisição no presente exercício, e por outro a não realização do montante programado para o aumento do capital social de algumas empresas. 5.5. Demonstrações Financeiras do Exercício de 2009 5.5.1 Balanço Tabela 10- Balanço em 31 de Dezembro de 2009 un: MT jan-dez/09 jan-dez/08 Var_% IMOBILIZACÕES Imobilizacões Financeiras 422,618,540.00 407,569,952.75 Imobilizacões Corporeas 72,581,623.00 73,162,054.29 Imobilizacões Incorporeas 3,517,202.26 3,595,876.29 498,717,365.26 484,327,883.33 Devedores 214,707,161.22 239,227,435.70 Bancos e Caixa 110,709,039.89 128,358,880.41 2.97% ACTIVO CORRENTE Antecipações activas 3,496,332.40 727,021.19 328,912,533.51 368,313,337.30 -10.70% 827,629,898.77 852,641,220.63 -2.93% Capital Estatutário 361,014,762.89 361,014,762.89 Reservas 204,279,176.30 204,621,789.05 TOTAL FUNDOS PRÓPRIOS Resultado Transitados Resultado liquido do exercicio 1,399,355.42 1,399,355.42 32,746,464.28 70,988,952.73 599,439,758.89 638,024,860.09 -6.05% PASSIVO CORRENTE Fornecedores Credor-Estado Impostos Credor-DNT Outros credores Antecipações Passivas TOTAL 335,676.40 7,497.44 1,038,359.72 1,076,202.09 167,459,828.87 143,084,498.72 58,675,858.93 67,438,151.30 680,415.96 3,010,010.99 228,190,139.88 214,616,360.54 6.32% 827,629,898.77 852,641,220.63 -2.93% 28 5.5.2 Demonstração de Resultado Tabela 11- Demonstração de Resultado- 2009 un: MT jan-dez/09 Var_% jan-dez/08 PROVEITOS E GANHOS Proveitos Suplementares Proveitos e Ganhos Financeiros Outros Proveitos e Ganhos Operacionais Proveitos e Ganhos Extraordinarios 3,049,143.48 2,344,512.46 105,296,717.59 129,736,152.09 6,885,321.97 4,513,875.92 7,051,946.10 11,700,888.63 122,283,129.14 148,295,429.10 38,021,707.63 36,310,216.05 17,536,462.67 14,641,260.56 -17.54% CUSTOS E PERDAS Custos com o Pessoal Fornecimentos e Servicos de terceiros Impostos e taxas Amortizacões do Exercicio Outros Custos e Perdas Operacionais Outros Custos e Perdas Financeiras Custos e Perdas Extraordinarios 102,218.42 9,017.47 5,954,244.86 5,575,681.23 284,280.00 0.00 3,074,838.67 3,611,071.97 24,562,912.61 17,159,229.09 89,536,664.86 77,306,476.37 15.82% 32,746,464.28 70,988,952.73 -53.87% RESULTADOS DO EXERCICIO Resultado Líquido 29 6. NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31 De Dezembro de 2009 6.1 Princípios Contabilísticos O IGEPE é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de personalidade jurídica, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. O seu capital Estatutário, no valor de 361.01 milhões de meticais, está integralmente realizado em participações sociais, dotação monetária e bens patrimoniais. As contas apresentadas reflectem a posição financeira em 31 de Dezembro de 2009 e os resultados das suas operações, traduzem uma imagem fiel e verdadeira do património da instituição na data a que se referem. As demonstrações financeiras foram elaboradas tendo em conta os princípios de contabilidade geralmente aceites e as práticas comuns aceites em Moçambique, sustentadas nos princípios de Continuidade, Consistência, Prudência, Especialização de Exercícios, Custo Histórico, Substância Sobre a Forma, Materialidade, de entre outros, explicitados em cada categoria patrimonial onde o seu emprego se verificou, em observância ao plasmado no Plano Geral de Contabilidade, Decreto n.º 36/2006 de 25 de Julho. 6.2 Base de Apresentação 6.2.1 Balanço Da análise ao balanço, nota-se uma redução do activo, do passivo e mesmo dos fundos próprios em 2,93%, como consequência da redução do resultado do exercício (Tabela 10). Há a considerar o aumento do capital social da empresa Autogás e outra nova participação na Empresa Moçambicana de Exploração Mineira. Relativamente ao passivo corrente, verificou-se um aumento de 6,32%, devido à criação da provisão para cobertura dos dividendos declarados e não pagos a favor do Estado pelas empresas participadas. Esta sit uação resulta das dificuldades financeiras das participadas como consequência da necessidade de recursos financeiros para financiarem os seus investimentos. Assim, o valor dos dividendos devidos ao Estado e outros montantes, não foram transferidos na totalidade para o Tesouro, ao longo do ano de 2009 porque se encontram em cobrança (Tabela 10). A Classe de fundos próprios, observa uma redução de 6,05%, como consequência do baixo nível de resultado obtido no presente exercício económico (Tabela 10). 30 6.2.2 Caixa e Bancos O saldo inclui valores em moeda estrangeira (USD), actualizados conforme procedimento contabilístico apropriado ao câmbio de compra do Banco de Moçambique, à data do balanço (Tabela 10). 6.2.2 Devedores Reflecte os valores adiantados pelo I GEPE a empresas inoperacionais para o pagamento de salários em atraso, indemnizações e outros passivos, receita de dividendos declarados e ainda em poder das participadas, bem como a receita do IGEPE, em poder do Tesouro (Tabela 10). 6.2.3 Antecipações Activas Estão contabilizados os valores correspondentes às despesas de seguro automóvel e assinaturas de jornais, que tendo sido pagas no exercício, dizem respeito ao próximo exercício e ainda, as estimativas de rendimentos das aplicações financeiras cujo período de maturidade recomenda especialização, em observância ao princípio contabilístico aplicável (Tabela 10). 6.2.4 Imobilizado Os registos efectuados nas contas de imobilizado obedecem ao princípio de custo histórico e estão enquadradas nas categorias de imobilizado, respeitando as respectivas contas (Tabela 12). Tabela 12: Imobilizado Bruto un: MT Transferências Rubricas Saldo inicial Imobilizações financeiras Aumentos 407,569,952.75 15,391,200.00 87,435,020.92 7,444,965.53 Diminuição Reavaliações Alienações e Abates 342,612.75 Saldo final 422,618,540.00 Imobilizações Financeiras em Curso Imobilizações Corporeas Imobilizações Incorporeas 2,149,825.99 3,699,576.18 92,730,160.46 3,699,576.18 Imobilizações em Curso Total 498,704,549.85 22,836,165.53 342,612.75 2,149,825.99 519,048,276.64 6.2.5 Amortizações e Reintegrações O Mapa de Amortizações e Reintegrações foi elaborado por grupos homogéneos das respectivas contas do imobilizado e respeitando as taxas da Portaria nº 20817, de 27 de Janeiro de 1968 (Tabela 13). 31 Tabela 13: Amortizações e Reintegrações un: MT Transferências Rubricas Saldo inicial Imobilizações Corporeas Imobilizações Incorporeas Aumentos Diminuição Reavaliações Alienações e Abates Saldo final 14,272,966.62 5,875,570.85 20,148,537.46 103,699.89 78,674.03 182,373.92 14,376,666.51 5,954,244.88 20,330,911.38 Encargos plurianuais Total 6.2.6 Imobilizações Financeiras Reflecte a carteira de empresas participadas pelo IGEPE com a indicação do valor relevado com base no pressuposto do custo histórico, sem reavaliação de qualquer espécie e com a demonstração da respectiva percentagem de participação (Tabela 14). Tabela 14: Imobilizações Financeiras Tabela 14- Participações Sociais Empresas 245.935.000.00 224.178.028.00 223.500.000.00 157.000.000.00 476.000.000.00 41.000.000.00 168.000.000.00 500.000.00 33.000.000.00 19.689.000.00 97.539.200.00 750.000.00 2.000.000.00 un: MT Participação do IGEPE % Valor 56.00% 137.723.600.00 1.78% 4.000.000.00 28.78% 64.323.300.00 31.00% 48.670.000.00 20.00% 95.200.000.00 30.00% 12.300.000.00 2.52% 4.237.500.00 80.00% 400.000.00 20.00% 6.600.000.00 22.00% 4.331.580.00 5.00% 4.876.960.00 100.00% 750.000.00 35.00% 700.000.00 1.689.091.228.00 384.112.940.00 Capital social Stema S.A.R.L. Cervejas de Moçambique S.A.R.L. Coca-cola sabco S.A.R.L. Emose S.A.R.L. Petromoc S.A.R.L. Gapi S.A.R.L. C.I.M. S.A.R.L. Domus S.A.R.L. Empresa Moçambicana de Resseguros Autogas ABC Leasing, SA Sociedade Moçambicana de Medicamentos Empresa Moçambicana de Exploração Mineira Total 6.2.7 Aplicações de Médio e Longo Prazo Reflecte o valor das obrigações de tesouro “OT 2005/2015 3ª Série” e também os suprimentos feitos às empresas Autogás, SA e Empresa Moçambicana de Exploração Mineira (Tabela 15). Tabela 15-Aplicações de médio e longo prazo un: MT Empresas Obrigações de Tesouro Autogás Empresa Moçambicana de Exploração Mineira Total Valor 17,422,600.00 8,511,500.00 12,571,500.00 38,505,600.00 6.2.8 Antecipações Passivas Está contabilizada a previsão de custos antecipados, que dizendo respeito ao presente exercício, só serão facturados em Janeiro de 2010, referentes a telefone, água, luz, consultoria e serviços de auditoria (Tabela 10). 32 6.2.9 Capital Estatutário O Capital Estatutário totalmente realizado é de 361.01 milhões de meticais fixado por Despacho da Ministra do Plano e Finanças de 31 de Março de 2003 (Tabela 16). Tabela 16: Capital Estatutário un: MT Descrição Participações Sociais Dotação Monetária Bens Patrimoniais Total Valor 295,430,800.00 64,325,528.00 1,258,434.89 361,014,762.89 Peso 81.80% 17.80% 0.40% 100.00% 6.3 Demonstração de Resultados A análise ao Mapa de Demonstração de Resultados, evidencia a diminuição dos proveitos e ganhos em 17,54%, e um aumento dos custos e perdas em 15,82%, no exercício em análise. Esta desproporção na constituição da Demonstração de Resultados, ou seja, entre o decrescimento de proveitos e o crescimento dos custos, contribuiu para a redução do resultado em 53,87% (Tabela 11). 6.3.1 Custos do Exercício Quanto aos custos do exercício, verificou-se um aumento na ordem de 15,82%, comparativamente ao total dos custos do exercício de 2008, (Tabela 17). Tabela 17: Tabela Resumo de Custos do IGEPE - 2009 Tabela 17- Custos do IGEPE- 2009 un: MT Rubrica jan-dez/09 jan-dez/08 Variação % Remunerações aos trabalhadores 38.021.707,63 36.310.216,05 4,71% Fornecimentos e Serviços de terceiros 17.536.462,67 14.641.260,56 19,77% Encargos financeiros 3.074.838,67 3.611.071,97 -14,85% Amortizações do exercício 5.954.244,86 5.575.681,23 6,79% 24.949.411,03 17.168.246,56 45,32% 89.536.664,86 77.306.476,37 15,82% Outros Custos e Perdas Extraordinarias Total dos Custos do exercício O aumento verificado na rubrica de Fornecimentos e Serviços de Terceiro, resulta das despesas de deslocação e estadias dos colaboradores do IGEPE em serviço, seminários realizados com os gestores públicos e representantes do Estado nas empresas participadas. Remuneração aos Trabalhadores, o aumento verificado nesta rubrica em 4,71% resulta do preenchimento do quadro do pessoal, decorrente da actual estrutura organizacional da Instituição, com a incorporação de um técnico de comunicação, (Tabela 18). 33 Tabela 18- REMUNERAÇÕES AOS TRABALHADORES un: MT Valor Rubrica jan-dez/09 jan-dez/08 Variação % Custos com o pessoal Renumeração aos Orgão Sociais 10,760,603.35 11,554,458.24 Remuneração aos Trabalhadores 23,561,335.26 21,623,165.29 8.96% 379,718.31 296,152.79 28.22% 1,717,510.93 715,085.50 140.18% Encargos sobre Remunerações Ajudas de Custos Indemnizações Outras Custos com o Pessoal Total Remunerações aos trabalhadores -6.87% 591,808.42 1,602,539.78 1,529,545.81 4.77% 38,021,707.63 36,310,216.05 4.71% 6.3.2 Desenvolvimento da Conta Fornecimentos e Serviços de Terceiros A rubrica Fornecimentos e Serviços de terceiros, regista um aumento na ordem de 19,77% relativamente ao ano de 2008. As despesas com deslocações e estadias e os seminários realizados ao longo do presente exercício, pesam em grande. Para o primeiro caso, trata-se de missões com o objectivo de buscar experiência no processo de implementação de um sistema integrado de gestão que responda às necessidades da Instituição e para o segundo, trata-se de seminários com representantes do Estado que visam divulgar as boas praticas de gestão nas empresas, o Seminário da OCDE dentre outros (Tabela 19). 34 Tabela 19: Conta de Fornecimentos e Serviços de Terceiros Ta b e l a 1 9 - FOR N EC IMEN TOS E SER VIÇ OS D E TER C EIR OS un: MT R u b ri ca Va l o r jan-dez/09 jan-dez/08 Variação % Fo rn e ci m e n to s e Se rvi ço s d e te rce i ro s Água 17.698.56 30.951.91 Electricidade 273.340.83 256.445.93 6.59% Combustíveis e lubrificantes 563.392.54 509.173.09 10.65% 25.604.00 -100.00% Material de manutenção e reparação 395.778.25 336.251.54 17.70% Material de escritório 949.133.69 570.012.55 66.51% Livros e Documentos Técnicos 565.762.14 543.226.52 4.15% 2.464.00 -100.00% Ferramentas e utensílios Artigos para ofertas Manutenção e reparação 422.568.80 Transporte de carga -42.82% 150.196.15 181.34% 1.458.50 -100.00% Transporte de passageiros 1.932.551.61 2.393.391.74 -19.25% Comunicações 1.059.968.41 869.798.87 21.86% Comissões e Intermediários 112.500.00 Publicidade e promoção 1.290.832.76 801.167.25 61.12% Deslocações e estadias 1.683.588.26 525.107.28 220.62% 229.83% Despesas de representação 10.703.04 3.245.00 Contencioso e Notariado 25.914.93 17.931.05 44.53% Renda e Aluguer 113.977.35 676.714.83 -83.16% Seguros 743.938.12 493.266.45 50.82% Limpeza, Higiene e Conforto 466.300.20 274.007.97 70.18% Vigilância e Segurança 505.130.61 388.679.40 29.96% Trabalhos especializados 3.671.941.18 5.171.500.64 -29.00% Seminários e Conferêencias 2.266.076.36 442.895.76 411.65% 465.365.03 157.770.13 194.96% 17.536.462.67 14.641.260.56 19.77% Outros Total de Fornecimentos e Serviços de terceiros 7. NOVAS PARTICIPAÇÕES Em 2009, registou-se a entrada para a carteira de duas empresas, nomeadamente, a Empresa Moçambicana de Exploração Mineira, SA (EMEM) e a Transmarítima, SA. No decorrer do ano, novas iniciativas de invest imento foram empreendidas que resultaram nos seguintes projectos: a) “Projecto Âncora”, uma iniciativa conjunta entre a Corporação Financeira Internacional (IFC) e o Governo de Moçambique, representado pelo Instituto Nacional do Turismo (INATUR). Neste contexto, foi constituída a sociedade “MOZAICO DO ÍNDICO” – (MOZÍNDIGO, SA), participada em 51% pelo INATUR e 49% pelo IGEPE, cujo Capital Social é de 200.000,00 MT (Duzentos Mil Meticais); b) “Projecto “Carteira Móvel”, uma iniciativa da Mcel, SA, que consist e na exploração de serviços bancários utilizando moeda electrónica. O serviço será explorado através de um dispositivo electrónico a ser instalado no telemóvel. O investimento total do projecto está orçado em USD 5.000.000 (cinco milhões de dólares americanos), sendo que o capital social corresponde a 25.000.000 MT 35 (Vinte e Cinco Milhões de Meticais) dos quais 30% são participados pelo IGEPE e o restante pela Mcel, SA; c) “Projecto de Requalificação da Polana Caniço”, que é baseado num acordo de parceria entre o IGEPE e o Conselho Municipal da Cidade de Maputo. O acordo, prevê o financiamento pelo IGEPE de USD 2.000.000,00, (dois milhões de dólares americanos), para a elaboração dos seguintes olanos: i) Plano Parcial de Urbanização (PPU); ii) Plano de Reassentamento; iii) Plano de Desenvolvimento Local (PDL), relativos à requalificação dos bairros da Polana Caniço A e B, abrangendo uma área total de 664,44 hectares. Como contrapartida, o IGEPE, receberá um total de 45 hectares para a realização dos seus investimentos próprios. Os desafios adiante são grandes e vão exigir um maior sentido de oportunidade para reverter os efeitos nefastos da presente crise mundial. Estamos, contudo, seguros de que, tal como no ano que finda, com o entusiasmo e o saber dos colaboradores do IGEPE, aliados ao empenho das direcções e colaboradores das empresas participadas, poderemos atingir os nossos objectivos. Agradecimentos especiais são endereçadas ao Ministério das Finanças pelo apoio que nos tem dispensado, para o Conselho Fiscal e Conselho Consultivo pela preciosa contribuição que nos têm providenciado. Endereçamos igualmente a nossa saudação e reconhecimento a todos os nossos colaboradores, pelo empenho e dedicação que nos permitiram alcançar estes resultados. Extensivamente, manifestamos o nosso apreço a todos os nossos parceiros nacionais e internacionais que de algum modo facilitam ou contribuem para os resultados do nosso trabalho. Maputo, 31 de Março de 2010 Daniel Gabriel Tembe Maria Iolanda Wane (Presidente do Conselho de Administração) (Administradora) 36