ESTUDO DA VARIAÇÃO DE FUNÇÕES Nice Maria Americano da Costa FUNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTE USO DA DERIVADA PARA INSPECIONAR CRESCIMENTO/DECRESCIMENTO DE UMA FUNÇÃO Teorema 1. Se a função f(x), derivável no intervalo [a,b], é crescente neste intervalo, então sua derivada não será negativa neste intervalo; i. e. f´(x)>0. 2. Se a função f(x) é contínua no intervalo [a,b], derivável em (a,b) e se, além disso, f´(x)>0 para a<x<b, então f(x) é uma função crescente em [a,b], Demonstração Se f(x) é crescente, considerando um ponto x=x1, teremos, para x1+Dx, que, conforme pode ser visto na figura f ( x1 Dx) f ( x1 ) para Dx 0 f ( x1 Dx) f ( x1 ) para Dx 0 f(X1+Dx) f(X1) f(X1+Dx) ou Df 0 Df 0 para Dx 0 para Dx 0 X1+Dx X1 x+Dx Entretanto, a relação Df 0 Dx Por conseqüência, tanto para Dx 0, como para Dx 0 Df f ( x1 ) 0 lim Dx 0 Dx Isto quer dizer então, que as tangentes à curva f(x) formam ângulos maiores ou iguais azero X1 Para demonstrar a segunda parte do teorema, basta que apliquemos o teorema de Lagrange, num intervalo entre dois pontos x1 e x2. De acordo com ele teremos f ( x2 ) f ( x1 ) x2 x1 f ( ) com x1 x2 mas, por hipotese, f ( ) 0 assim como x2 x1 0 pois x2 x1 logo f ( x2 ) f ( x1 ) 0 ou f ( x2 ) f ( x1 ) Teorema 2. Se a função f(x), derivável no intervalo [a,b], é decrescente neste intervalo, então sua derivada não será positiva neste intervalo; i. e. f´(x)0. 2. Se a função f(x) é contínua no intervalo [a,b], derivável em (a,b) e se, além disso, f´(x)<0 para a<x<b, então f(x) é uma função decrescente em [a,b], Demonstração Se f(x) é decrescente, considerando um ponto x=x1, teremos, para x1+Dx, que, conforme pode ser visto na figura f ( x1 Dx) f ( x1 ) para Dx 0 f ( x1 Dx) f ( x1 ) para Dx 0 ou Df 0 Df 0 f(X1+Dx) f(X1) para Dx 0 para Dx 0 f(X1+Dx) X1+Dx X1 x+Dx Entretanto, a relação Df 0 Dx Por conseqüência, tanto para Dx 0, como para Dx 0 Df f ( x1 ) 0 lim Dx 0 Dx Isto quer dizer então, que as tangentes à curva f(x) formam ângulos maiores ou iguais azero EXTREMOS DE UMA FUNÇÃO: MÁXIMOS E MINIMOS Definição 1 (Máximo). Diz-se que a função f(x) admite um máximo em um ponto x=x1, se o valor da função em x1, f(x1), é maior que aqueles valores da função em todos pontos de uma vizinhança de x1. Então, pela definição f(x1+Dx)< f(x1), seja, Dx positivo ou negativo. Em outras palavras, Df<0, sempre. Definição 2 (Mínimo). Diz-se que a função f(x) admite um mínimo em um ponto x=x1, se o valor da função em x1, f(x1), é menor que aqueles valores da função em todos pontos de uma vizinhança de x1. Então, pela definição f(x1+Dx)< f(x1), seja, Dx positivo ou negativo. Em outras palavras, Df>0, sempre. Não confundir máximo/mínimo com o maior/menor valor da função num intervalo. X1+DX X1+DX X1+DX x1 x1 X1+DX Teorema 1(Condição necessária para existência de máximo). Se a função f(x), derivável no intervalo [a,b], tem um máximo ou um mínimo no ponto x=x1, então a derivada de f(x) é nula em x=x1, i.e. f´(x1)=0 Demonstração Se f(x) tem um máximo em x=x1, então Df<0, conforme foi visto antes. Assim, f ( x1 Dx) f ( x1 ) Df 0 para Dx 0 Dx Dx e f ( x1 Dx) f ( x1 ) Df 0 para Dx 0 Dx Dx e pelo que teremos Df f ( x1 ) 0 lim Dx 0 Dx e Df f ( x1 ) 0 lim Dx 0 Dx como f ( x1 ) e um valor, chegamos a uma incongruencia. Entao, temos que ter f ( x1 ) 0 Note que a condição é necessária, mas não suficiente. Porque pode haver um ponto no intervalo, no qual a derivada é nula,mas o ponto não é nem um máximo nem um mínimo. Isso pode ser constatado para o caso de alguma funções, como mostrado abaixo: Em x=0, f´(0)=0 f ( x) x3 f ( x) x 2 3 3 2 f ( x) (1 x ) Os pontos onde uma função atinge seus extremos, máximos ou mínimos, são chamados pontos críticos da função, assim como os pontos de descontinuidade. Teorema . Seja f(x) uma função contínua em um intervalo contendo um ponto crítico x1 e derivável em todos os pontos desse intervalo, salvo excepcionalmente no ponto crítico. Se a derivada de f(x) muda de sinal + para -, quando se passa pelo ponto crítico x1, da esquerda para a direita, então a função admite um máximo em x1. Se, por outro lado, a derivada muda de sinal de – para +, quando se passa pelo ponto crítico x1, da esquerda para a direita, então a função tem um mínimo em x1. Analiticamente, esses teoremas expressam que existe um máximo em x1 se f ( x) 0 f ( x) 0 para x x1 para x x1 E existe um mínimo em x1, se f ( x) 0 f ( x) 0 para x x1 para x x1 X1+DX X1+DX x1 X1 X1+DX X1+DX A demonstração deste teorema é feita com a aplicação do Teorema de Lagrange num intervalo compreendido entre um ponto x e o ponto x1. MÁXIMO MÍNIMO f´(x1)=0 f´(x1)=0 X1+DX X1+DX x1 X1+DX x1 X1+DX MÁXIMOS E MÍNIMOS X1 X2 X3 X4 Teorema. Seja f´(x)=0; então a função tem um máximo em x=x1, se a segunda derivada em x1 for negativa, i.e., f´´(x1)<0 e, um mínimo, se ela for positiva f´´(x1)>0 Demonstração f ( x1 ) lim Pela definição de derivada, f´´(x1) é dada por f ( xx1 Dx) f ( xx1 ) Dx Dx 0 Se em x1 f´(x1)=0, para Dx <0, sendo f´´(x1)<0, teremos pela relação acima: f ( x) lim f ( xx1 Dx) f ( xx1 ) Dx consequentemente, teremos que ter f ( xx1 Dx) 0 Dx 0 lim f ( xx1 Dx) 0 Dx Dx 0 0 Se em x1 f´(x1)=0, para Dx >0, sendo f´´(x1)<0, teremos pela relação acima: f ( x) lim f ( xx1 Dx) f ( xx1 ) Dx consequentemente, teremos que ter f ( xx1 Dx) 0 Dx 0 lim Dx 0 f ( xx1 Dx) 0 Dx 0 Dos resultados anteriores concluímos que, ao passarmos da esquerda para a direita, em torno de x=x1, a derivada f´(x) passa de >0 para <0, o que ,pelo teorema anterior, garante que, em x=x1, a função admite um máximo. Para demonstrarmos a segunda parte do teorema, que se f´´(x1)>0, f(x) admite um mínimo, basta que usemos argumentos similares aos usados antes. Pela definição de derivada, f´´(x1) é dada por f ( x1 ) lim f ( xx1 Dx) f ( xx1 ) Dx Dx 0 Se em x1 f´(x1)=0, para Dx <0, sendo f´´(x1)>0, teremos pela relação acima: f ( x) lim f ( xx1 Dx) f ( xx1 ) Dx consequentemente, teremos que ter f ( xx1 Dx) 0 Dx 0 lim Dx 0 f ( xx1 Dx) 0 Dx 0 Se em x1 f´(x1)=0, para Dx >0, sendo f´´(x1)>0, teremos pela relação acima: f ( x) lim f ( xx1 Dx) f ( xx1 ) Dx consequentemente, teremos que ter f ( xx1 Dx) 0 Dx 0 lim Dx 0 f ( xx1 Dx) 0 Dx 0 Dos resultados anteriores concluímos que, ao passarmos da esquerda para a direita, em torno de x=x1, a derivada f´(x) passa de <0 para >0, o que ,pelo teorema anterior, garante que, em x=x1, a função admite um mínimo.