manual do educador : Agr miliar a f a r u o icult entaçã m li a a m u garantindo vel e sustentável udá segura, sa SUMÁRIO Mensagem ao educador 3 Apresentação do tema 4 Indicações para aprofundamento e orientações pedagógicas 6 I- Indicações para aprofundamento II- Orientações pedagógicas 18 Trabalhando a cartilha do 1º ao 5º ano 5 18 Trabalhando a cartilha do 6º ao 9º ano Projeto Escola: sonhar, envolver e realizar 21 24 Referências bibliográficas e de sites 26 2 Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 27 Ficha Técnica: Concepção, pesquisa e desenvolvimento editorial e gráfico: Mondana:IB ›› Revisão: Fátima Caldas Assessoria e Consultoria de Língua Portuguesa ›› Ilustrações: Vilmar Conrado ›› Realização e Coordenação: Fundação ArcelorMittal Brasil ›› www.famb.org.br impresso em papel reciclado 3 Mensagem ao educador A agricultura familiar vem conquistando, em âmbito global, um espaço permanente na pauta das discussões sobre segurança alimentar e sustentabilidade. Seu papel fundamental nesses campos tem o reconhecimento da ONU, que declarou 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Sua relevância mundial se reflete também em nosso país: 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros são provenientes de produção familiar. Isso se torna particularmente significativo para reverter um cenário em que a produção suficiente de alimentos contrasta com a incapacidade de acesso a uma alimentação adequada por uma grande parcela da população. Ao trabalhar o tema Agricultura familiar: garantindo uma alimentação segura, saudável e sustentável no Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014, podemos envolver nossos estudantes na discussão desse importante assunto e trazer para a sala de aula, e dela para casa e para a comunidade, a reflexão sobre preservação do solo, cultivo orgânico, consumo sustentável, alimentação saudável, entre outros tópicos transversais. Além disso, o tema pode contribuir também para renovar o laço primordial que, na condição de habitantes desse planeta, temos com a terra – uma conexão original enfraquecida pela forma como nossa sociedade se desenvolveu e continua a se desenvolver. Neste manual, trazemos referenciais teóricos e orientações pedagógicas para subsidiar seu trabalho com os alunos. Mas – o mais importante – deixamos espaço para você exercer seu papel de verdadeiro educador que, além de passar informação, também orienta, estimula, provoca, envolve e inspira. Bom trabalho! Fundação ArcelorMittal Brasil Apresentação do tema “A alma da fome é política.” Herbert de Souza Uma em cada oito pessoas no mundo passa fome. Ao olhar para uma estatística como essa, nossa primeira reação é pensar que não existe comida para todos. Mas o problema não é a falta de alimentos. A produção atual é suficiente para toda a população, contudo a má distribuição de renda impede que todos tenham acesso a uma alimentação adequada em quantidade e qualidade. A segurança alimentar tem um caráter multidimensional, cuja garantia passa por solucionar questões muito mais básicas, profundas e decisivas: além de criar mecanismos para otimizar a produção e a distribuição de alimentos, é preciso lidar com a herança histórica que está na raiz da má distribuição de renda, da miséria, da falta de acesso aos serviços públicos e à informação, das desigualdades econômicas, sociais, de gênero e raça. Segundo a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN (Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006), entende-se por Segurança Alimentar e Nutricional a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. O papel da agricultura familiar A agricultura familiar desponta como uma aliada preciosa no longo caminho em busca da segurança alimentar. O brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), destaca: “A agricultura familiar, considerada por muitos um passivo, na verdade é um ativo estratégico. Ela aglutina a carência e o potencial de milhares de comunidades onde se concentram os segmentos mais frágeis da população. Qualquer ganho na brecha de produtividade aí ampliará substancialmente a disponibilidade de comida na mesa dos mais pobres e de toda a sociedade, reduzindo a dependência em relação a alimentos importados e protegendo a economia da volatilidade das cotações internacionais. Ela estrutura a produção para o consumo local; recupera o consumo de alimentos tradicionais na dieta das famílias; e ainda reduz o custo de transporte.” Fonte: Construindo alternativas, José Graziano da Silva. Disponível em: <http://www.agendasocialecidades.com/?p=469> Acessado em: 17/10/2013. A FAO é uma entidade da Organização das Nações Unidas (ONU) destinada a subsidiar os países no desenvolvimento agrícola e no combate à fome e à insegurança alimentar. 4 Indicações para aprofundamento e orientações pedagógicas Este manual foi preparado para guiá-lo no desenvolvimento do conteúdo das cartilhas junto aos alunos. As orientações estão divididas em duas partes: I - Indicações para aprofundamento dos principais pontos a serem abordados, com textos de referência e sugestões de leitura e pesquisa. II - Orientações pedagógicas específicas para trabalhar cada cartilha e para a aplicação de atividades complementares. Lembramos que todas as indicações e sugestões podem e devem ser adaptadas à realidade de seus alunos e do contexto no qual se insere sua escola. Você é a melhor pessoa para avaliar a necessidade e fazer a adaptação. O conteúdo do material educativo do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 foi desenvolvido em módulos temáticos, em uma ordem que permite a assimilação mais eficiente e o aprofundamento gradativo do tema principal. Ambas as cartilhas (1º ao 5º ano e 6º ao 9º ano) estão organizadas conforme essa mesma ordem. Dessa maneira, todos os estudantes (de todos os anos) terão acesso ao mesmo conteúdo, mas com uma linguagem e aprofundamento que respeitam a faixa etária de cada um. Veja a divisão do conteúdo das cartilhas: 1- Agricultura: importância e surgimento 2- Agricultura familiar: definições e panorama geral 3- Cuidados com a plantação: fertilização e controle de pragas 4- Agricultura orgânica 5- Alimentação saudável 6- Segurança alimentar 7- Hábitos alimentares e consumo consciente 8- Problemas do campo: reforma agrária, evasão rural, mau uso da terra, trabalho infantil e trabalho escravo 9- Agricultura urbana 5 I - Indicações para aprofundamento A seleção de textos a seguir assinala as oportunidades de abordagem e aprofundamento que cada item do conteúdo oferece para o seu trabalho com os alunos. As sugestões de leitura e indicações de sites e filmes para embasamento e reforço estão destacadas em cada tópico. (Os textos on-line e pdfs sugeridos também podem ser acessados pela página do Prêmio no site da Fundação – www.famb.org.br). Atenção: considere, primeiramente, fazer a leitura das cartilhas estudantis, já que as informações básicas e principais estão trabalhadas nelas. 1- Agricultura: importância e surgimento Além de alimentos, a agricultura é fonte de matéria-prima para diversos produtos, desde remédios, corantes, fertilizantes orgânicos, fibras (algodão, linho e cânhamo), roupas, energia (madeira para lenha, etanol, gás metano, biodiesel), ferramentas, látex e ceras, até flores e plantas ornamentais. A agricultura é tida como a chave para entender o início das civilizações. Tudo começou entre 10 e 12 mil anos atrás, quando nossos antepassados conseguiram domesticar as primeiras espécies vegetais. O surgimento da agricultura teve um impacto evidente: pela primeira vez, era possível influenciar a disponibilidade dos alimentos. As consequências desta descoberta foram revolucionárias: apareceram as primeiras aldeias e os colhedores nômades transformaram-se em camponeses sedentários. Por milhares de anos antes da Revolução Industrial, a atividade agrícola foi predominante para a economia. E sua importância não diminuiu nem mesmo com o surgimento de fábricas ou com a chegada da era digital. Afinal, tratase de produzir alimentos. Mas, juntamente com todo o progresso e mudança no estilo de vida e trabalho, a agricultura trouxe também desafios que enfrentamos até hoje: desmatamento, disputa por terras, comércio, acumulação de recursos nas mãos de alguns, divisão de trabalho, desigualdades sociais. Sugestões de leitura: O surgimento das cidades. Disponível em: http://www.slideshare.net/lucasdeg/o-surgimento-das-cidades Origem da agricultura e Revolução Verde. Disponível em: http://www.slideshare.net/igor-oliveira/ origem-da-agricultura-e-revoluo-verde A história da agricultura. Disponível em: http://ahistoriadaagricultura.blogspot.com.br O neolítico e a Revolução Agrícola. Disponível em: http://www.slideshare.net/lucasdeg/ 05-oneoliticoearevolucaoagricola6ano Introdução de espécies em novos habitats: quando o homem começou a viajar pelo planeta, descobrir e conquistar novas terras, passou a levar plantas nativas de um lugar para outro. Isso ganhou força na Era dos Descobrimentos, a partir do século XV, mas já acontecia em civilizações mais antigas, sobretudo na Ásia e no Oriente Médio. Sugestão de leitura: Pequenas histórias de plantar e de colher, Ruth Helena Bellinghini. Download em: http://www.andefedu. com.br/uploads/img/livro/arquivo/plantar_colher06mar.pdf Este livro gratuito faz um passeio pela história da agricultura e é uma ótima referência em vários tópicos, como técnicas de manejo, uso de fertilizantes e pesticidas, tecnologia, melhoramento de sementes, transgênicos, entre outros. 6 2- Agricultura familiar: definições e panorama geral 7 No Brasil, a agricultura familiar foi definida pela Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Para os efeitos desta lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, em área de até quatro módulos fiscais*, utilizando, predominantemente, mão de obra da própria família e tendo um percentual mínimo da renda familiar originado de atividades econômicas do seu estabelecimento. A lei abrange também silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) enquadra os produtores rurais como beneficiários de linhas de crédito rural quando atendem aos seguintes requisitos: sejam proprietários, posseiros, arrendatários, parceiros ou concessionários da reforma agrária; residam na propriedade ou em local próximo; detenham, sob qualquer forma, no máximo quatro módulos fiscais de terra, quantificados conforme a legislação em vigor, ou no máximo seis módulos quando se tratar de pecuarista familiar; com 80% da renda bruta anual familiar advinda da exploração agropecuária ou não agropecuária do estabelecimento e mantenham até dois empregados permanentes – sendo admitida a ajuda eventual de terceiros. * O módulo fiscal é uma unidade territorial agrária que varia de 5 a 100 hectares, conforme o município. O tamanho do módulo fiscal é determinado levando-se em consideração: o tipo de exploração predominante no município e a renda obtida com ela; outras explorações importantes (seja pela renda ou área ocupada) existentes no município; e o conceito de “propriedade familiar”, definido pela Lei nº 6.746/79. No Brasil, a principal fonte de informações oficiais sobre agricultura familiar é o Censo Agropecuário Brasileiro 2006, realizado pelo IBGE. O levantamento mostrou que a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos todos os dias pelos brasileiros e por 1/3 do valor bruto da produção de alimentos. Além disso, 74%* das pessoas que trabalham em agricultura no Brasil estão na agricultura familiar. O Censo mostrou que existem 4,36 milhões de estabelecimentos dedicados à produção agrícola familiar no Brasil, o que equivale a 84,4% de todos os estabelecimentos agrícolas do país. Entretanto, a área ocupada pela agricultura familiar corresponde a apenas 24,3% da área total ocupada por estabelecimentos rurais. Isso revela uma concentração fundiária e uma distribuição desigual de terras. Se fizermos uma média do tamanho das propriedades familiares e não familiares, teremos, respectivamente, 18,37 e 309,18 hectares. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, nos últimos dez anos, a renda da agricultura familiar cresceu 52%, o que permitiu que mais de 3,7 milhões de pessoas ascendessem para a classe média. Mas é fato que ainda persistem desafios na comercialização e na organização de sua produção. * Este número foi atualizado para 77% pelo relatório Perspectivas da Agricultura e do Desenvolvimento Rural nas Américas 2014: uma visão para a América Latina e Caribe, FAO, 2013. Sugestões de leitura: Censo Agropecuário Brasileiro, IBGE, 2006. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/ economia/agropecuaria/censoagro/default.shtm Perspectivas da Agricultura e do Desenvolvimento Rural nas Américas 2014: uma visão para a América Latina e Caribe, FAO, 2013. Disponível em: http://repiica.iica.int/docs/b3165e/b3165e.pdf (em espanhol) Comparação entre agricultura familiar e agroindústria Agroindústria e agricultura familiar são dois modelos importantes, necessários e complementares. A agroindústria gera impostos, empregos e produtos para exportação, tendo, por isso, um grande peso na balança comercial e, por consequência, no desenvolvimento econômico do país. A agricultura familiar, por sua vez, tem grande importância no abastecimento do mercado interno de alimentos. Suas práticas mais ecológicas de plantio asseguram produtos mais saudáveis e com menor impacto sobre o meio ambiente. Além disso, a agricultura familiar gera emprego e renda no campo, diminuindo a evasão rural. Ao tratar da comparação entre os dois modelos, é importante destacar que a preocupação não deve ser discutir qual o melhor, mas sim buscar formas de diminuir os impactos ambientais da agroindústria e incentivar o >> continua desenvolvimento da agricultura familiar, tornando-a mais competitiva e eficiente. Atenção! É importante destacar que essa divisão é apenas didática e existem muitas nuances: “O Brasil é um país de grande diversidade climática, ambiental, social, cultural e econômica, e, por isso, a agricultura brasileira é muito mais complexa que esses dois polos. Há o grande agricultor que participa do mercado formal e, inserido no sistema de arrecadação tributária, garante direitos trabalhistas ao seu assalariado. Há o latifúndio improdutivo, cujo gado é alugado para justificar a sua não desapropriação para fins de reforma agrária, e o canavial conta com trabalhadores em situação similar à escravidão ou com condições de trabalho dos primórdios da Revolução Industrial. Tem-se, também, o agricultor familiar integrado que, por exemplo, produz exclusivamente aves e tem a sua comercialização garantida para a agroindústria de frango. Não se pode deixar de considerar as inúmeras propriedades familiares com alto grau de produtividade de diversos alimentos, cuja comercialização aquece intensamente a economia local. E ainda há comunidades inteiras de agricultores familiares em situação abaixo do nível de pobreza, cuja produção se destina, basicamente, ao autoconsumo.” Fonte: Agronegócio x Agricultura familiar: podemos fazer um debate menos maniqueísta? Disponível em: <http://www.anffasindical.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=492:artigo-agronegocio-x-agricultura-familiarpodemos-fazer-um-debate-menos-maniqueista&catid=36&Itemid=213> (com adaptações) Acessado em: 14/10/2013. 3- Cuidados com a plantação: fertilização e controle de pragas O dilema do uso de fertilizantes inorgânicos Os fertilizantes inorgânicos são compostos químicos não naturais, feitos a partir de nutrientes específicos. Sua maior vantagem está no fato de terem formulação definida e conterem grandes concentrações de nutrientes que podem ser absorvidos quase que instantaneamente. Mas o uso de fertilizantes inorgânicos pode acarretar problemas para o meio ambiente, dentre os quais a contaminação de lençóis freáticos, rios e lagos. Muitos dos fertilizantes levam poluentes orgânicos persistentes (POPs), como dioxinas e metais pesados em sua composição, que contaminam animais e plantas que vivem na água. Outros animais ou o próprio ser humano podem se contaminar ao beber a água ou comer animais intoxicados. A contaminação da água também pode levar à sua eutrofização. Esse é um processo em que, segundo estudos, ao chegarem a rios, lagos e zonas costeiras, os compostos nitrogenados ou fosfatados favorecem o crescimento e o aumento do número de algas, que, por sua vez, levam à diminuição do oxigênio e à morte de diversos organismos. Segundo o IBGE, entre 1992 e 2012, o consumo de fertilizantes mais que dobrou no país. Sugestões de leitura: O uso de fertilizantes é um problema sem solução na agricultura? Disponível em: http://www.ecycle. com.br/component/content/article/35/1329-como-o-que-uso-fertilizantes-agricultura-emissoesdesequilibrio-efeito-estufa-problema-aquecimento-global-contaminacao-meio-ambiente.html Riscos dos adubos químicos. Disponível em: http://www.agricultura.al.gov.br/sala-de-imprensa/ noticias/2010/setembro-3/riscos-dos-adubos-quimicos O lado escuro da comida. Disponível em: http://super.abril.com.br/alimentacao/lado-escurocomida-614494.shtml Relatório Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – Brasil 2012, IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/default_2012.shtm 8 Brasil é campeão no consumo de agrotóxicos Desde 2008, o Brasil é o campeão mundial no consumo de agrotóxicos. O país usa 1/5 dos defensivos agrícolas produzidos no mundo. E nosso consumo está crescendo mais do que no resto do planeta: na última década, o uso de agrotóxicos cresceu 93% em todo o mundo, mas no Brasil o percentual chegou a 190%. As quantidades jogadas nas lavouras equivalem a 5,2 litros de veneno por habitante ao ano. Essa quantidade enorme de veneno é resultado de um processo que surgiu com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os restos de armas químicas utilizadas na guerra foram adaptados para a agricultura. O objetivo principal era resolver o problema das empresas que ficariam com seus estoques e complexos industriais obsoletos. Esse processo aconteceu em nível mundial e ficou conhecido como Revolução Verde. No Brasil, para que esse processo fosse efetivado, teve papel determinante a criação do Sistema Nacional de Crédito Rural, em 1965, que vinculava a obtenção de crédito agrícola à obrigatoriedade da compra de insumos químicos pelos agricultores. Outro elemento chave foi a criação do II Programa Nacional de Desenvolvimento, em 1975, que disponibilizou recursos financeiros para a criação de empresas nacionais produtoras de agrotóxicos, bem como a instalação de subsidiárias de empresas transnacionais de insumos agrícolas. Além disso, é importante lembrar que, até 1989 – quando foi aprovada a Lei 7.802 –, tínhamos, no país, um marco regulatório defasado, o que facilitou o registro de centenas de substâncias tóxicas, muitas das quais já proibidas em outros países. O uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio ambiental que torna os agricultores vítimas de um ciclo vicioso, em que as pragas ficam mais resistentes, exigindo que, a cada dia, sejam feitas aplicações com mais frequência e em maiores doses. Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006, realizado pelo IBGE, 30% das pequenas propriedades declararam usar agrotóxicos, enquanto 70% das grandes propriedades adotavam esta prática. Fonte: <http://www.brasildefato.com.br/node/11533> Acessado em: 15/10/2013. Sugestão de leitura: Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida. Download em: http://aspta.org.br/wpcontent/uploads/2011/09/Agrotoxicos-no-Brasil-mobile.pdf para assistir: O veneno está na mesa, 2011, 49 minutos. Assista on-line em: http://filmespoliticos.blogspot.com. br/2011/08/o-veneno-esta-na-mesa-silvio-tendler.html 4- Agricultura orgânica Na busca por um modelo agrícola mais saudável e sustentável, a agricultura orgânica está ganhando cada vez mais espaço em todo o mundo, como forma de cultivo que não utiliza adubos químicos, agrotóxicos nem transgênicos. No Brasil, existem cerca de 15 mil propriedades certificadas que produzem alimentos orgânicos, sendo que 70% delas pertencem a agricultores familiares. Contudo, as vendas de orgânicos ainda representam apenas uma pequena parcela do total de alimentos vendidos, não mais que 4 a 5%. O Brasil responde por cerca de 4% do consumo mundial. Sugestões de pesquisa e leitura: Planeta Orgânico. Disponível em: http://www.planetaorganico.com.br Os primeiros números confiáveis da agricultura orgânica no Brasil. Disponível em: http://agriculturaemblumenau.wordpress.com/2012/08/20/os-primeiros-numeros-confiaveis-daagricultura-organica-no-brasil/ Orgânicos Brasil. Disponível em: http://organicosbrasil.wordpress.com 9 A falta de competitividade no mercado, gerada por uma demanda que não supera e nem se equipara à procura por produtos tradicionais, faz com que os preços de produtos orgânicos cheguem a ser muito mais altos do que os de itens convencionais. Uma pesquisa realizada pelo portal Consumidor Moderno mostrou que 69% dos consumidores não compram orgânicos por acharem que os preços não estão de acordo com a realidade econômica brasileira, contra 31% que preferem pagar mais em prol de saúde e sustentabilidade. Um levantamento feito pela empresa de consultoria Organic Services, no final de 2010, mostrou que, de uma maneira geral, os brasileiros até querem consumir mais alimentos orgânicos, mas a maior dificuldade para a efetivação desse hábito é o preço, seguido pela pouca variedade e dificuldade em encontrar os produtos. Seu custo é, em média, 60% maior que o dos similares convencionais; nos supermercados, a diferença chega a 463%. Sugestão de leitura: Panorama dos orgânicos: preços altos e pouco estímulo ao produtor. Disponível em: http://consumidormoderno.uol.com.br/consumo/panorama-dos-organicos-precos-altos-e-poucoestimulo-ao-produtor 5- Alimentação saudável Durante anos, a grande preocupação alimentar do Brasil era a desnutrição infantil pela falta de comida. Esta preocupação ainda existe, contudo, outra tendência negativa vem se consolidando nessa esfera: a obesidade infantil. Pesquisa realizada pelo IBGE, em 2010, mostrou que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos tem excesso de peso, sendo que 14,3% são obesas. Esses índices apontam que o número das que apresentam peso acima do indicado deu um salto de 20 pontos percentuais em apenas 20 anos. A missão de decidir o que as crianças vão comer parece estar sendo desempenhada com displicência. Hoje, o que se observa é um excesso na oferta de alimentos altamente calóricos e pobres em nutrientes. Frutas, legumes e verduras quase nunca estão presentes nos cardápios. Muitos pais acham natural que os filhos prefiram batata frita, salgadinhos, hambúrgueres e doces e se esquecem de que as crianças nascem sem saber qual é a exata diferença entre esses alimentos e os saudáveis. Nesse sentido, a escola pode desempenhar um importante papel na sensibilização dos alunos para uma alimentação variada e equilibrada, estimulando-os a multiplicarem esse conhecimento em casa. Sugestões de leitura: O Livro de Receitas do Menino Maluquinho, Ziraldo, Editora Melhoramentos. De forma lúdica, o livro traz receitas saudáveis e próprias para a boa alimentação infantil, que foram testadas por um grupo de crianças entre 8 anos e 11 anos. Número de páginas: 80. Influência das propagandas de televisão na alimentação de crianças e adolescentes, Érica Blascovi de Carvalho. Download em: http://www.fef.unicamp.br/fef/qvaf/livros/alimen_saudavel_ql_af/escolares/ escolares_cap3.pdf Alimentação errada prejudica o QI de crianças. Disponível em: http://saude.terra.com.br/nutricao/ alimentacao-errada-prejudica-o-qi-de-criancas-diz-estudo,ee988c3d10f27310VgnCLD100000bb cceb0aRCRD.html 10 6- Segurança alimentar 11 Panorama atual da segurança alimentar no Brasil “A maior e mais grave razão para a insegurança alimentar é a incapacidade de acesso aos alimentos, no nível nutricional minimamente necessário, pelas camadas mais pobres da população, que, via de regra, não têm acesso aos alimentos por não disporem de poder aquisitivo suficiente para comprá-los. Entre os outros problemas que ameaçam a segurança alimentar no Brasil estão o crescimento das importações de alimentos, a falta de sustentabilidade do sistema alimentar e a imposição de um padrão alimentar inadequado que ameaça valores culturais de grande riqueza nutricional da nossa alimentação.” Sugestão de leitura: Leia na íntegra o texto Panorama atual da segurança alimentar no Brasil, de Francisco Menezes, economista e membro da Rede Interamericana Agricultura e Democracia (RIAD). Disponível em: http://amar-bresil.pagesperso-orange.fr/documents/secual/san.html Enquanto houver fome no mundo, não haverá futuro sustentável “Quando se coloca na balança uma criança subnutrida, o que está sendo pesado não é apenas um organismo enfraquecido, mas a síntese de uma lógica tão nefasta quanto a que derruba florestas, sopra destruição e exclui a possibilidade de vida digna a bilhões de pessoas em todo o mundo. A consciência do século XXI não pode mais negligenciar que, enquanto houver fome no mundo, não haverá futuro sustentável. Nada que se confunda com a produção sistemática de excluídos resultará em equilíbrio duradouro. As respostas aos desafios que ameaçam a humanidade não podem mais repetir o enfoque segmentado predominante no padrão de desenvolvimento do século XX, que nos deixou como legado impasses sociais e ambientais. Elas dependem, necessariamente, do diálogo entre as demandas sociais, econômicas e ambientais. Para 2050, a FAO prevê que a produção agrícola dos países em desenvolvimento caia entre 9% e 21% por conta do aquecimento global. (...) Por outro lado, a população mundial cresce o equivalente a uma Etiópia por ano. Em 2050, a humanidade somará 9 bilhões de bocas. Para garantir o abastecimento, a FAO prevê a necessidade de se agregar uma Austrália agrícola à oferta mundial de alimentos a cada ano. (...) No entanto, há terra suficiente, bem como tecnologia e conhecimento disponíveis, para aumentar a produção e alimentar todos os habitantes do planeta hoje. E será possível alimentar a população mundial em 2050 praticamente sem expandir a fronteira agrícola: a FAO estima que 90% do aumento da produção necessária para alimentar o mundo em 2050 virá de ganhos de produtividade e apenas 10% do aumento da área plantada. O que falta são recursos e decisão política que permitam aproveitar o potencial disponível. (...)” Sugestão de leitura: Leia na íntegra o texto Com fome não haverá um futuro sustentável, de José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO. Disponível em: http://www.fomezero.gov.br/artigo/com-fome-nao-havera-umfuturo-sustentavel-jose-graziano-da-silva 10 coisas que você precisa saber sobre a fome Todos os anos, a ONU publica uma lista com as dez coisas que todos devem saber a respeito da fome. Confira os tópicos de 2013, compilados pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA): 1. O mundo tem cerca de 870 milhões* de pessoas que não têm o necessário para comer para levar uma vida saudável. Isto significa que, todos os dias, um em cada oito habitantes do globo vai para a cama passando fome. (Fonte: FAO, 2012) 2. O número de pessoas vivendo com fome crônica baixou para 130 milhões nas últimas duas décadas. Nos países em desenvolvimento, a prevalência da má nutrição caiu de 23,2% para 14,9% no período de 19902010. (Fonte: FAO, 2012) 3. A maioria do progresso contra a fome foi alcançada antes de 2007/2008, quando ocorreu a crise econômica global. Desde então, os avanços na redução do problema foram desacelerados e estagnados. (Fonte: FAO, 2012) 4. A fome é o problema número 1 na lista dos dez maiores riscos à saúde. Todos os anos, ela mata mais pessoas que doenças como Aids, malária e tuberculose combinadas. (Fontes: Unaids, 2010; OMS, 2011) 5. A má nutrição está ligada a um terço das mortes de crianças com menos de 5 anos nos países em desenvolvimento. (Fonte: IGME, 2011). 6. Os primeiros mil dias da vida de uma criança, da gravidez aos dois anos de idade, são fundamentais para o combate à má nutrição. Nesta época da vida, uma dieta apropriada protege os menores de nanismo físico e mental, que pode resultar da má nutrição. (Fonte: IGME, 2011). 7. Garantir que uma criança tenha acesso a todos os nutrientes e vitaminas necessários ao crescimento saudável custa apenas US$ 0,25** por dia. (Fonte: IGME, 2011) 8. Se, nas áreas rurais, as mulheres tivessem o mesmo acesso à terra, à tecnologia, à educação, ao mercado e aos serviços financeiros que os homens têm, o número de pessoas com fome poderia diminuir entre 100 e 150 milhões. (Fonte: FAO, 2011) 9. Até 2050, as mudanças climáticas e os padrões irregulares da temperatura terão colocado mais 24 milhões de crianças em situação de fome. Quase metade delas estará vivendo na África Subsaariana. (Fonte: PMA, 2009) 10. A fome é o maior problema solucionável do mundo. E uma das estratégias para combatê-la é incentivar a agricultura familiar. Dar treinamento e suporte aos pequenos produtores e ajudá-los a entrar no mercado permite que as comunidades desenvolvam um sistema de produção de alimentos mais eficiente e seguro. Fonte: <www.wfp.org/stories/10-things-you-need-know-about-hunger-2013> Acessado em: 31/07/2013 * No final de 2013, a FAO atualizou este número para 842 milhões de pessoas, uma redução de 17% nos últimos dois anos. Em 2011, o total era de 868 milhões. Em 1992, era de 1 bilhão. Mas, apesar dos avanços na redução, a FAO insiste que o volume de pessoas famintas ainda é inaceitável. Se grandes países emergentes conseguiram fazer avanços importantes, regiões inteiras da África ainda registram uma ampliação do problema. ** Cerca de R$ 0,60 (em dezembro de 2013) Sugestões de leitura: O estado da agricultura e da alimentação 2013. Este relatório da FAO é publicado anualmente e traz, numa abordagem acessível, importantes aspectos no campo da alimentação e da agricultura, segurança alimentar e desenvolvimento rural. Download em: http://www.fao.org/publications/sofa/2013/en/ (em inglês) e http://www.fao.org/publications/sofa/2013/es/ (em espanhol) O estado da insegurança alimentar no mundo 2013. Publicação da FAO. Download em: http://www.fao.org/publications/sofi/es/ (em espanhol) 12 FAO sugere dieta à base de insetos para combater a fome no mundo A FAO lançou, em 2013, um programa que incentiva a criação em larga escala de insetos para reforçar a segurança alimentar. Os trilhões de insetos, que se reproduzem sem parar na terra, no ar e na água, “apresentam maiores taxas de crescimento, conversão alimentar alta e um baixo impacto sobre o meio ambiente durante todo o seu ciclo de vida”, defendem os especialistas. De acordo com seus cálculos, cerca de 900 espécies de insetos são comestíveis. A FAO enumera os benefícios da produção de insetos em larga escala. São necessários 2 kg de ração para produzir 1 kg de insetos, enquanto o gado requer 8 kg de alimento para produzir 1 kg de carne. Além disso, os insetos são nutritivos, com um elevado teor de proteínas, gorduras e minerais e podem ser consumidos inteiros ou em pó e incorporados em outros alimentos. A criação de insetos é simples, pois pode ser feita a partir de resíduos orgânicos, tais como restos de alimentos, e também a partir de compostos e estrume. Os insetos são extremamente ecológicos: usam muito menos água e produzem menos gases de efeito estufa do que o gado. Seu consumo, chamado de entomofagia, já é difundido e praticado há muito tempo entre culturas tradicionais em regiões da África, Ásia e América Latina. Um terço da população mundial come insetos. Eles são vendidos, por exemplo, nos mercados de Kinshasa (no Congo), da Tailândia e de Chiapas (no México), e começam a aparecer nos menus de restaurantes na Europa. Fonte: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/05/agencia-da-onu-sugere-dieta-base-de-insetos-contra-fome-no-mundo.html> Acessado em: 10/09/2013. Sugestões de pesquisa e leitura: Página da FAO sobre a contribuição dos insetos para a segurança alimentar. Disponível em: http://www.fao.org/forestry/edibleinsects/en/ (em inglês). Relatório Insetos comestíveis. Download em: http://www.fao.org/docrep/018/i3253e/i3253e00.htm (em inglês) Brasil e o combate à fome e à miséria O número de pessoas famintas e subnutridas no Brasil vem diminuindo nas últimas décadas. Isso vem acontecendo, principalmente, devido a ações voltadas para a redução da pobreza implementadas pelos últimos governos, como, por exemplo, o Bolsa Família e o Programa de Distribuição de Alimentos para populações em situação de vulnerabilidade social. O Brasil já cumpriu, com dois anos de antecedência, a meta* estabelecida pela ONU e acordada internacionalmente. Um relatório emitido pela FAO revelou que, entre 1992 e 2013, o número de brasileiros que passam fome caiu de 22,8 milhões para 13,6 milhões, uma diminuição de 40%. Em relação ao total da população, os dados representam uma redução de 54,3% no número de brasileiros subnutridos nos últimos 20 anos, de 15% para 6,9% da população. A redução é uma das maiores do mundo e é duas vezes mais acelerada que a média mundial. * Pela meta, governos precisam reduzir pela metade a proporção de pessoas que passam fome em relação ao total da população. O ano que serve de base é 1990 e a meta tem de ser cumprida em 2015. A meta faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, mais especificamente do objetivo nº 1: acabar com a fome e a miséria. Incentivo à agricultura familiar no Brasil No Brasil, as políticas públicas em prol da agricultura familiar surgiram a partir de meados da década de 1990. Foram dois os fatores principais que motivaram o surgimento dessas políticas: a necessidade de intervenção estatal frente ao quadro crescente de exclusão social e o fortalecimento dos movimentos sociais rurais. O aumento da miséria, da violência e da insegurança nas grandes cidades fez com que também crescesse o apoio da sociedade urbana às políticas de valorização do meio rural. O Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), principal programa de incentivo, que oferece crédito com baixas taxas de juros, assistência técnica e seguros para pequenos agricultores, surgiu em 1996, graças à luta dos trabalhadores rurais por uma política pública específica e diferenciada para a agricultura familiar. Fonte: <http://www.comciencia.br/reportagens/ppublicas/pp07.htm> Acessado em: 10/08/2013. 13 Agricultura familiar e alimentação escolar A Lei nº 11.947/2009 determina que, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a compra da merenda escolar sejam utilizados na aquisição de produtos da agricultura familiar, priorizando os assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas. A aquisição será realizada, sempre que possível, no mesmo município das escolas, que poderão complementar a demanda com agricultores da região, território rural, estado e país, nesta ordem de prioridade. A iniciativa contribui para que a agricultura familiar se organize e qualifique suas ações comerciais. Para quem adquire esses produtos, o resultado é mais qualidade da alimentação a ser servida, manutenção e apropriação de hábitos alimentares saudáveis e mais desenvolvimento local de forma sustentável. Sugestão de leitura: Cartilha O encontro da agricultura familiar com a alimentação escolar. Download em: http://portal.mda.gov.br/portal/saf/publicacoes/pageflip-view?pageflip_id=5996963 7- Hábitos alimentares e consumo consciente 1 em cada 3 alimentos é desperdiçado no mundo Segundo a FAO, 54% do desperdício de comida no mundo ocorre na fase inicial da produção – na manipulação após a colheita e na armazenagem. Os restantes 46% das perdas ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo. Para o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, há situações que provocam o desperdício de alimentos devido a práticas inadequadas e medidas preventivas devem ser adotadas por todos – agricultores, processadores de alimentos, supermercados, governos locais e nacionais, assim como consumidores. Fonte: <http://economia.uol.com.br/agronegocio/noticias/redacao/2013/09/11/desperdicio-de-alimentos-causaprejuizos-anuais-de-us-750-bilhoes.htm> Acessado em: 11/09/2013. Sugestões de leitura: Síntese do estudo da FAO. Disponível em: http://www.fao.org/news/story/en/item/196220/icode/ (em inglês) Comida é o que não falta, reportagem da revista Superinteressante, março/2002. Disponível em: http://super.abril.com.br/cultura/comida-nao-falta-442790.shtml O desperdício de alimentos no Brasil. Disponível em: http://www.bancodealimentos.org.br/odesperdicio-de-alimentos-no-brasil/ Entrevista com Robert van Otterdijk, diretor da campanha contra desperdício da FAO. Disponível em: http://www.dw.de/brasil-é-exemplo-no-combate-ao-desperd%C3%ADcio-de-comida-dizfao/a-16860072 Alimentos sustentáveis Nas grandes cidades, com frequência, os hábitos alimentares são pautados por produtos de outras regiões e países, que variam conforme a “moda”, deixando de lado os produtos tradicionais nativos. “É muito mais chique, nos dias atuais, convidar alguém para almoçar salmão com arroz selvagem e cogumelos, do que feijão, arroz, refogado de chuchu e bife. Não queremos comida, queremos sensações: algo diferente, novo, surpreendente”, avalia a nutricionista Anna Cecília Medeiros. Para ela, a sofisticação do paladar deveria estar relacionada à apreciação de uma comida bem feita, e não ao uso de ingredientes caros: “Posso fazer uma polenta de fubá de milho deliciosa, embora simples e com ingredientes locais, ou uma espuma de nozes com framboesas, igualmente deliciosa, mas considerada sofisticada pelo preço e ingredientes”. Sugestões de leitura: Leia na íntegra em: http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=714&sid=3 14 Comer politicamente “A escolha alimentar é um ato político.” Com este pensamento, a médica Maria Luiza Branco, do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (Ensp/Fiocruz), acredita que a escolha de cada produto no supermercado vai incentivar a sua produção. “Nessa ação, está embutida, por exemplo, a forma como você quer que seja usado o solo brasileiro. Refletir sobre alimentação é muito diferente de comer por ter fome”, defende. Maria Luiza explica que a nutrição tradicional baseia-se no conceito dos nutrientes dos alimentos. Nessa concepção, o corpo humano é visto como uma máquina que necessita de uma determinada quantidade e combinação de nutrientes. Mas a médica defende que a alimentação deve respeitar também diferenças culturais e regionais e que, em países de dimensões continentais como o Brasil, é um erro adotar um modelo de cesta básica para todos, pois as necessidades nutricionais das pessoas são diferentes. Além das diferenças culturais, Maria Luiza também acredita que a alimentação deve respeitar princípios e escolhas individuais, citando casos de dietas e estilos de vida como o vegetarianismo e a macrobiótica. A médica também é fundadora do projeto social Terrapia, que procura difundir princípios e hábitos ecológicos na linha da alimentação viva, buscando a vitalidade nos alimentos frescos. Sugestões de leitura e pesquisa: Leia na íntegra em: http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start. htm?from%5Finfo%5Findex=5&infoid=466&sid=3 FioJovem, página da Fiocruz sobre alimentação. Disponível em: http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua. exe/sys/start.htm?sid=3 8- Problemas do campo: reforma agrária, evasão rural, mau uso da terra, trabalho infantil e trabalho escravo O rural como modo de vida Para a permanência de jovens no campo, impõe-se a necessidade de haver geração de renda, lazer, políticas públicas e acesso à internet. Os países com maiores índices de desenvolvimento humano têm em comum a presença da agricultura familiar. Ela desempenhou um papel fundamental na estruturação de economias mais dinâmicas e de sociedades mais democráticas e equitativas. O meio rural é um espaço suporte de relações específicas, como parentesco e vizinhança, que se constroem, se reproduzem ou se redefinem sobre este mesmo espaço e que, portanto, o conformam como um singular espaço de vida. É nesta conjuntura que surge a expressão agricultura familiar, que emergiu no Brasil na década de 1990. A família é importante referência para o meio rural como vida social, pois a partir dela é estabelecido o sentimento de pertencimento a este espaço de vida. As terras improdutivas, juntamente com o latifúndio inabitado, são exemplos de áreas sem vida social, onde a função residencial inexiste ou está reduzida. Mesmo nas áreas produtivas e altamente mecanizadas, onde não se utiliza muita mão de obra, há um ‘’deserto verde’’. Dessa forma, torna-se difícil encontrar vida social. A agricultura familiar ocupa um dos espaços rurais brasileiros em que há vida social local mais intensa, sendo uma contribuição do agricultor familiar na formulação de respostas à crise do modelo produtivista. Fonte: <http://www.diplomatique.org.br/acervo.php?id=2999> Acessado em: 12/10/2013. Sugestões de leitura: O mundo rural como um espaço de vida: reflexões sobre a propriedade da terra, agricultura familiar e ruralidade, Maria de Nazareth Wanderley, Editora da UFRGS, 2009. O que há de realmente novo no rural brasileiro, José Graziano da Silva, Mauro Grossi e Clayton Campanhola, Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.19, n.1, 2002, p. 37-67. 15 O desmatamento no Brasil O desmatamento nas florestas brasileiras começou com a chegada dos portugueses que, interessados no lucro com a venda do pau-brasil, iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro carregadas de toras para serem vendidas no mercado europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usada para tingir tecidos. Desde então, o desmatamento em nosso país foi constante. Depois da Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica. Em busca de madeiras de lei, como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Um relatório divulgado pela ONG WWF, em 2000, apontou que o desmatamento na Amazônia já atinge 13% da cobertura original. Uma pesquisa da revista Science (publicada em julho de 2012) alerta que, até 2050, poderá ocorrer a extinção de cerca de 80% das espécies animais (anfíbios, mamíferos e aves) em áreas que sofreram desmatamento. O caso da Mata Atlântica é ainda mais trágico, pois apenas 8,5% da mata original sobrevive e várias espécies animais e vegetais já foram extintas. Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do país. A derrubada de matas tem ocorrido, sobretudo, para aumentar a quantidade de áreas para a agropecuária. O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas verdes. Fonte: <http://www.suapesquisa.com/desmatamento> Acessado em: 13/09/2013. Trabalho infantil no Brasil cai, mas problema ainda é grave Durante a III Conferência Global sobre Trabalho Infantil, realizada em outubro de 2013, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentou um documento com dados positivos sobre a situação do trabalho infantil no Brasil. A redução de crianças entre 5 e 14 anos trabalhando no país foi de 67%, uma redução significativa já que, no mundo, a taxa geral dessa redução ficou em 37%. Mas, apesar de o problema estar diminuindo, ele está longe de acabar. São 3,5 milhões de crianças e adolescentes trabalhando no Brasil, mais de 500 mil têm de 5 a 13 anos, quando trabalhar é proibido por lei. O trabalho infantil não é exclusividade de locais pobres e acontece muito no setor agrícola, onde atividades familiares acabam envolvendo crianças. Para o chefe de fiscalização do trabalho infantil do Ministério do Trabalho, Luiz Henrique Lopes, o problema também é cultural: “As pessoas são acostumadas, nasceram vendo o trabalho infantil, muitas trabalharam na sua infância, falam para seus filhos e netos trabalharem, veem o trabalho infantil como uma coisa muito natural. Então, nesses casos, têm certa restrição quando a fiscalização chega e diz que é proibido”. Fontes: <http://terramagazine.terra.com.br/bobfernandes/blog/2013/10/08/onu-trabalho-infantil-no-brasil-cai-67/> Acessado em: 19/12/2013 e <http://noticias.r7.com/brasil/cpi-trabalho-infantil-no-brasil-esta-longe-do-fim-31102013> Acessado em: 19/12/2013. Sugestões de leitura: Fórum diz que Brasil não conseguirá erradicar trabalho infantil até 2020. Disponível em: http://www2. camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/458078-FORUM-DIZ-QUE-BRASIL-NAOCONSEGUIRA-ERRADICAR-TRABALHO-INFANTIL-ATE-2020.html 16 Brasil tem 200 mil pessoas em situação de trabalho escravo O Brasil tem 200 mil pessoas em situação de trabalho escravo. O número é do Índice de Escravidão Global, divulgado pela ONG Walk Free Foundation. Em sua primeira edição, a pesquisa coloca o Brasil em 94º lugar no ranking dos países com maior registro de trabalho escravo. No topo da lista, aparece a Mauritânia. De acordo com a pesquisa, 29 milhões de pessoas vivem em condição análoga à escravidão no mundo; são vítimas de trabalho forçado, tráfico humano, trabalho servil derivado de casamento ou dívida, exploração sexual e exploração infantil. Nas Américas, Cuba (149º), Costa Rica (146º) e Panamá (145º) são os melhores colocados, à frente dos Estados Unidos (134º) e Canadá (144º). O Haiti ocupa o segundo pior lugar no ranking geral, sobretudo por causa da exploração de trabalho infantil. No Brasil, o trabalho quase escravo se concentra nas indústrias madeireira, carvoeira e de mineração, na construção civil e nas lavouras de cana, algodão e soja. Outro campo sensível é o turismo sexual no Nordeste e a exploração da mão de obra de imigrantes bolivianos em oficinas de costura. A ONG recomenda a aprovação da PEC do trabalho escravo, em tramitação no Senado, que prevê a expropriação de propriedades que exploram trabalho forçado, e que a ‘lista suja do trabalho escravo’ seja incorporada à lei e que as penas para quem for condenado por exploração sejam aumentadas. Fonte: <http://oglobo.globo.com/pais/brasil-tem-200-mil-pessoas-em-situacao-de-trabalho-escravo-10402682#ixzz2iRrTV1Gp> Acessado em: 18/10/2013. Sugestões de leitura: Trabalho escravo atualmente. Disponível em: http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/ trabalho-escravo/trabalho-escravo-atualmente.aspx 9- Agricultura urbana A agricultura urbana contribui para a segurança alimentar, gerando renda para populações das cidades e entorno, enriquecendo a dieta familiar e estimulando a criação de áreas verdes no ambiente urbano. Sugestões de pesquisa e leitura: Página da FAO sobre agricultura urbana, com acervo multimídia sobre o tema, estudos de caso e publicações. Disponível em: http://www.rlc.fao.org/es/temas/agricultura/agricultura-urbana/ (em espanhol) Um jardim para todos – manual sobre produção de hortaliças para consumo familiar. Disponível em: http://www.fao.org/docrep/008/ag002e/ag002e00.HTM (em inglês) Hidroponia: Cultura sem terra, James Sholto, Editora Nobel, 1987. Confira 18 motivos para incentivar a agricultura urbana. Disponível em: http://conectarcomunicacao. com.br/blog/ 17 II - orientações pedagógicas Confira, agora, as orientações pedagógicas para trabalhar as cartilhas do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 com os alunos, bem como sugestões de atividades complementares. Trabalhando a cartilha do 1º ao 5º ano 1- Introdução (página 2) O diálogo de abertura busca sensibilizar os alunos sobre a importância da agricultura. Explore a presença de derivados agrícolas no dia a dia. Você pode trabalhar o assunto em um concurso do tipo “adivinhe de onde veio”: divida a turma em grupos, liste vários produtos e desafie os alunos a descobrirem que tipo de matéria-prima é utilizada para produzir cada um. A lista pode incluir remédios, corantes, roupas, combustíveis, ferramentas, objetos de látex, ceras, artesanato etc. 2- assim caminhou a agricultura... (página 3) HQ com o objetivo de traçar um panorama do surgimento da agricultura. Leia junto com os alunos e estimule-os a imaginar como era o estilo de vida de nossos ancestrais antes e depois do surgimento da agricultura. 3- Conheça a família Ribeiro de Paula (páginas 4 e 5) Esta seção mostra alguns detalhes importantes da temática da agricultura familiar, por meio da fala de uma típica família de agricultores. Cobre o conceito de agricultura familiar, destaca o envolvimento de cada membro da família, faz alusão à diversificação das atividades e dos produtos derivados, ressalta a importância das cooperativas e pontua o risco do trabalho infantil. Oriente a atividade “Tem na minha casa?”, que busca mostrar como a agricultura familiar está perto de nós no dia a dia, e organize a apresentação dos resultados em sala de aula. 4- Plantas também se alimentam? (páginas 6 e 7) Trabalhe esta seção na aula de Ciências, mostrando a importância da fertilização do solo, explicando como as plantas fazem fotossíntese e usam os recursos ambientais para crescer. Acompanhe a leitura dos textos e destaque os benefícios da compostagem. Atividade complementar: Identificando que a clorofila tem a cor verde! 18 Converse com os alunos sobre a importância do sol na vida dos seres humanos, animais e plantas. Peça que cada um traga de casa um vidro transparente, limpo e com tampa. Peça também que tragam folhas bem verdinhas (de plantas cultivadas em casa ou de árvores da rua). Oriente a turma a picotar as folhas e colocá-las dentro dos vidros. Cubra as folhas com álcool, tampe os vidros, identifique-os com o nome de cada aluno e coloque-os em um lugar onde possam permanecer por alguns dias. Passado um tempo, verifique com a turma que o álcool passou de transparente para verde, o que significa que a clorofila está se desprendendo das folhas. 5- Vamos cuidar da plantação? (páginas 8, 9 e 10) 19 Esta seção busca mostrar a realidade da presença de pragas em qualquer plantação e as formas de controle. Explique os problemas que os agrotóxicos representam para a saúde e para o meio ambiente, mostre a alternativa do controle biológico por meio dos exemplos da joaninha e do conhecimento popular, com o uso de plantas que curam plantas. O assunto serve de introdução para o tema da agricultura orgânica a seguir. 6- Agricultura orgânica: cultivando sem sacrificar a natureza (página 11) Esta página tem o objetivo de mostrar as características da agricultura orgânica e a qualidade que ela agrega ao alimento, por não usar produtos químicos. Oriente a atividade “Quanto vale uma alimentação mais saudável?” e organize a apresentação dos resultados em sala de aula, bem como a discussão. Enriqueça seu trabalho com o Almanaque Horta & Liça – número 4, editado pela Embrapa. Esta edição destaca, em uma HQ, o tema agricultura orgânica (compostagem, selo de orgânico, preços e benefícios) e também traz várias atividades que podem ser utilizadas com os alunos. Faça o download em http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/outros/cartilha_infantil4.pdf 7 - De olho no prato e na saúde (página 12) HQ que aborda o impacto da alimentação na saúde, destacando temas como obesidade e atividade física. Aproveite a leitura junto com a turma para conversar sobre alimentação saudável e variada. Estimule os alunos a avaliarem seus hábitos alimentares no que diz respeito à relação guloseimas X alimentos saudáveis. 8 - Um prato colorido é mais saudável (página 13) Esta seção tem o objetivo de destacar as propriedades nutricionais de alguns alimentos, mostrando como eles são importantes para a saúde. Oriente a realização da atividade de pesquisa, incentivando os alunos a experimentarem um alimento que nunca comeram antes. Promova a troca de experiências em sala. Veja o Almanaque Horta & Liça – número 1, editado pela Embrapa, que trata dos benefícios das hortaliças. Download em http://www.cnph.embrapa.br/ paginas/serie_documentos/outros/cartilha_infantil1.pdf 9 - Jogo da Agricultura Familiar (páginas 14 e 15) O objetivo do jogo é resumir os pontos mais importantes do tema em uma forma lúdica e fácil de ser assimilada. Explique as regras para os alunos e estimule-os a jogar com os colegas e com a família. Discutam sobre os motivos das premiações e punições dadas em cada casa do tabuleiro. 10 - Alimentação adequada: um direito de todos (páginas 16 e 17) Esta seção dá um panorama da segurança alimentar e traz os tópicos sociais relacionados ao assunto, bem como destaca o papel da agricultura familiar na solução do problema da fome. Por ser um assunto mais complexo, está sendo abordado na forma de uma atividade (labirinto). Isto faz o assunto fluir de forma mais fácil para a faixa etária dos alunos. Faça a leitura dos textos com a turma e oriente a realização da atividade “Merenda”. 11 - Você é o que você come! (página 18) Esta página introduz o tema consumo sustentável. Trabalhe com os alunos a importância da identidade cultural e do consumo de produtos locais e as armadilhas dos produtos da moda. Oriente a atividade “Detetive de hábitos”. Ela vai proporcionar uma integração com a família e a reflexão sobre hábitos alimentares de diferentes gerações. 12 - Você é um consumidor consciente? (página 19) Traz dicas para evitar o desperdício. Leia o texto com a turma, explore cada dica e discuta com os alunos se eles já praticam algumas delas em casa. Oriente-os a levar as dicas para suas famílias. 13 - Nem tudo são flores no campo (página 20) Texto casado com a atividade caça-palavras, trabalhando os tópicos concentração fundiária e reforma agrária. Aborde o assunto com a turma, fazendo a leitura do texto e dando uma perspectiva histórica do problema. Proponha que os alunos façam um desenho sobre o assunto para fixar o conhecimento. 14 - Fuga para as cidades (página 21) Esta seção trata de um grave problema do campo: a evasão rural. Faça a leitura do texto com a turma, destacando como a agricultura familiar pode ajudar. Essa é uma boa chance para compartilhar experiências e descobrir se algum aluno tem um parente que saiu do campo e mudou-se para a cidade em busca de uma vida melhor. Caso exista o exemplo, discutam a experiência, os desafios, as oportunidades e as dificuldades. 15 - Salvem as florestas! (página 21) Trata do mau uso da terra, enfocando, particularmente, o desmatamento e as queimadas. Acompanhe a leitura do texto e, como atividade complementar, proponha uma pesquisa sobre desmatamento no Brasil. 16 - Ajudar, só se for sem atrapalhar a educação e a saúde! (página 22) O texto chama a atenção para o problema do trabalho infantil, principalmente para aquele que pode acontecer dentro da agricultura familiar, quando muitas crianças se habituam a ajudar os pais. Mostre a importância de se colocar a educação e a segurança em primeiro lugar. 17 - Cadê a Princesa Isabel? (página 22) Texto que aborda a questão do trabalho escravo, infelizmente muito comum no campo. Use o texto sobre o assunto que consta na página 17 deste manual para passar mais informações para os alunos. 18 - Agricultura fora do campo? Sim! (página 23) Esta seção mostra a importância da agricultura em espaços urbanos e ensina a fazer um canteiro utilizando garrafas PET. Oriente a realização da atividade, que pode ser feita pela turma na própria escola ou em casa, com os pais. Estimule quem fizer em casa a tirar fotos e compartilhar a experiência com os colegas. Caso a escola ainda não tenha uma horta, esta pode ser uma boa oportunidade para planejar e dar início ao cultivo de verduras e legumes. O Almanaque Horta & Liça – número 2, editado pela Embrapa, trata do assunto agricultura urbana. Faça o download em http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/outros/cartilha_infantil2.pdf 19 - A menina que virou raiz (página 24) Texto folclórico que mostra a relação sagrada que determinadas culturas (no caso, a dos índios tupis) desenvolvem com os alimentos. Organize a leitura em voz alta. 20 - Calendário de safras (páginas 25 e 26) Calendário para ser recortado e usado em casa como referência na hora de comprar alimentos. Estimule os alunos a consultarem regularmente, lembrando-os de que produtos de época são mais saudáveis, frescos e baratos. 21 - Convite para o Prêmio (página 27) Incentive os alunos a participarem do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 e oriente-os na produção dos desenhos. Explique como é importante que eles definam com clareza qual recorte vão dar ao tema para, dessa forma, criarem desenhos mais originais e significativos. Lembre-os de que, além da mensagem nele contida, o desenho conquista também pelos olhos e, para isso, precisa ser bem bonito. 20 21 Trabalhando a cartilha do 6º ao 9º ano 1 - Introdução (página 2) Esta seção busca sensibilizar os alunos sobre a importância da agricultura de uma maneira geral, chamando a atenção para o cenário da segurança alimentar. Explore com os alunos as possibilidades da agricultura e a presença de derivados agrícolas no dia a dia. Você pode fazer uma lista de produtos e deixar que cada estudante escolha um item, pesquise a respeito e depois apresente em sala de aula os detalhes da sua produção. A lista pode incluir remédios, corantes, roupas, combustíveis, ferramentas, objetos de látex, ceras, artesanato etc. 2 - assim caminhou a agricultura... (página 3) Esta página trata da história da agricultura, destacando a mudança do estilo de vida de nossos ancestrais e os impactos que o desenvolvimento agrícola teve em nossa civilização. Acompanhe a leitura dos textos e proponha uma reflexão sobre questões como disputa por terras, comércio, divisão de trabalho, desigualdades sociais, desmatamento etc. Atividade complementar: Introdução de espécies em novos habitats Divida a turma em duplas e sugira uma pesquisa sobre como o desenvolvimento da civilização possibilitou a introdução de espécies vegetais em novos habitats. Defina uma espécie para cada dupla e peça que pesquisem e apresentem em sala, utilizando recursos visuais. A lista de espécies pode incluir arroz, milho, cana-de-açúcar, algodão, soja, entre outras. 3 - Agricultura familiar x agroindústria (páginas 4 e 5) Esta seção destaca a agricultura familiar, fazendo um contraponto com a agroindústria, trazendo conceitos e números. Faz alusão à diversificação das atividades e ressalta a importância das cooperativas. Acompanhe a leitura dos textos, oriente a atividade “Produtos da agricultura familiar no meu bairro!”, que busca mostrar como a agricultura familiar está perto de nós no dia a dia, e organize a apresentação dos resultados em sala e aula. Caso seja possível, programe uma visita de um agricultor da região para conversar com os alunos e passar sua experiência direta com a agricultura familiar. Antes da visita, combine com a turma perguntas que podem ser feitas ao convidado. 4 - Alimentando a terra (páginas 6 e 7) Os textos abrangem o desenvolvimento das plantas, com ênfase no mecanismo da fotossíntese e na importância dos nutrientes do solo – construindo a base para falar de fertilização. Faça a leitura com a turma e destaque as vantagens dos adubos orgânicos em comparação com os fertilizantes inorgânicos. Caso sua escola já tenha uma horta, pense na possibilidade de desenvolver com os alunos um tanque de compostagem e produzir adubo orgânico para ser utilizado no cultivo. 5 - Cuidando da plantação (páginas 8, 9 e 10) Esta seção trata do controle de pragas, incluindo o uso de agrotóxicos e o controle biológico. Faça a leitura dos textos e promova um debate com a turma. Oriente a realização da atividade de pesquisa “A praga e o predador”. Caso tenha sido arranjada a visita de um agricultor à escola, aproveite para incluir, na pauta da entrevista, os assuntos agrotóxicos e controle biológico. 6 - Saúde, sabor e sustentabilidade (página 11) A leitura dos textos sobre agricultura orgânica pode ser uma oportunidade para refletir sobre alimentos transgênicos. Oriente a realização da enquete “É viável consumir orgânicos?” e o debate dos resultados. Levante as impressões dos alunos, promovendo uma troca de ideias sobre a questão. 7 - Saúde no prato (página 12) Os textos guiam a reflexão sobre alimentação, obesidade e problemas de saúde decorrentes de uma dieta errada. Oriente a reflexão “Você se alimenta direito?”. Atividade complementar: Pirâmide alimentar Peça aos alunos para pesquisarem sobre a pirâmide alimentar e elaborarem, com base no que pesquisaram, uma proposta do que seria uma alimentação adequada e saudável. Promova o debate das propostas e aproveite para introduzir conceitos de dietas alternativas, como a macrobiótica, o vegetarianismo e o crudivorismo. Lembre sempre de apresentar uma visão crítica e, caso seja possível, convide um nutricionista ou outro especialista para falar com os alunos. 8 - O poder das frutas e hortaliças! (página 13) Esta seção busca fixar o conhecimento sobre as propriedades nutricionais de diversos alimentos, por meio da pesquisa e produção de fichas. Leia os dois exemplos da cartilha e oriente a realização da atividade. O Almanaque Horta & Liça – número 3, editado pela Embrapa, traz uma HQ sobre prevenção de doenças por meio da alimentação saudável. Faça o download em http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/outros/cartilha_ infantil3.pdf 9 - Segurança alimentar: um desafio mundial (páginas 14 e 15) Esta seção traça um panorama da segurança alimentar, mostrando que o problema da fome não está relacionado com a falta de alimentos, e sim com a má distribuição de renda que penaliza grande parcela da população. Acompanhe a leitura e promova um debate sobre o texto “Comer insetos para combater a fome?”. Oriente a discussão proposta em “De olho no futuro!” e avalie a possibilidade de produzir folhetos para serem distribuídos na comunidade. 10 - Alimentação adequada: um direito de todos os brasileiros (páginas 16 e 17) Os textos dão seguimento ao panorama da segurança alimentar, enfocando, agora, a situação brasileira e o papel da agricultura familiar na solução do problema da fome e do acesso aos alimentos. Promova a leitura dos textos e oriente a realização da atividade “A merenda na minha escola”. 11 - Você é o que você come! (página 18) Os textos são o ponto de partida para uma reflexão mais profunda sobre identidade cultural, hábitos e moda, influência da mídia e consumo sustentável. Oriente a atividade “Hábitos alimentares”. Atividade complementar: Alimentação e cultura 22 Confira o roteiro para o desenvolvimento de uma atividade muito interessante sobre hábitos alimentares, diversidade cultural e saúde, adequada para 8º e 9º anos. A orientação cobre cinco aulas, mas você pode adaptá-la à sua realidade pedagógica. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/ pratica-pedagogica/alimentacao-e-cultura-426255.shtml 12 - Teste do consumidor consciente (página 19) Chama a atenção para a questão do desperdício e para a contribuição individual. Oriente os alunos a realizarem o teste junto com suas famílias. 23 13 - A parte que te cabe deste latifúndio... (página 20) O texto trata da questão agrária na forma de um criptograma, para facilitar a fixação do conteúdo. Traga para a sala de aula o poema dramático Morte e vida severina e promova um debate sobre esta obra de João Cabral de Melo Neto. Considere incluir o poema como matéria de prova. 14 - Fuga para as cidades (página 21) A seção aborda o problema da evasão rural. Faça a leitura do texto com a turma, destacando como a agricultura familiar pode ajudar. Esta é uma boa oportunidade para compartilhar experiências e descobrir se algum aluno tem um parente que saiu do campo e mudou-se para a cidade em busca de uma vida melhor. Caso exista o exemplo, discutam a experiência, os desafios, as oportunidades e as dificuldades. 15 - Salvem as florestas! (página 21) Trata do mau uso da terra, envolvendo, particularmente, o desmatamento e as queimadas. Acompanhe a leitura do texto e proponha uma pesquisa aprofundada sobre desmatamento na região, quem pratica, por quais motivos e quais os impactos causados. 16 - Vamos combinar?! Agricultura familiar não combina com trabalho infantil! (página 22) Este texto chama a atenção para o problema do trabalho infantil. Caso seja possível, exiba o documentário “Trabalho infantil no Brasil”, produzido pela Band TV e disponível no Youtube pelo link http://www.youtube.com/ watch?v=12bhboChEuI. Promova um debate com a turma. 17 - Cadê a Princesa Isabel? (página 22) Texto que aborda a questão do trabalho escravo, infelizmente muito comum no campo. Use o texto sobre o assunto que consta na página 17 deste manual para passar mais informações para os alunos, destacando que, no Brasil, o trabalho escravo se concentra nas indústrias madeireira, carvoeira e de mineração, na construção civil e nas lavouras de cana, algodão e soja. 18 - Agricultura na cidade? Sim! (página 23) Esta seção busca divulgar a agricultura urbana e seus benefícios para as pessoas que moram longe do campo. Converse com os alunos sobre os benefícios da prática, como acesso local a alimentos sem agrotóxicos, melhoria da qualidade do ar e criação de espaços verdes nas cidades. Oriente a atividade “Horta hidropônica” e avalie a possibilidade de criar uma na escola. Caso vocês já possuam uma horta escolar, busque formas de envolver os alunos e mostrar, na prática, a aplicação de vários conceitos aprendidos com o material educativo do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014. 19 - o Fantasma da fome (página 24) Promova a leitura do poema e incentive a reflexão sobre o tema da evasão rural, seus motivos e desdobramentos. 20 - Calendário de safras (páginas 25 e 26) Calendário para ser recortado e usado em casa como referência na hora de comprar alimentos. Estimule os alunos a consultarem regularmente, lembrando-os de que produtos de época são mais saudáveis, frescos e baratos. 21 - Convite para o Prêmio (página 27) Incentive os alunos a participarem do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 e oriente-os na produção das redações. Explique como é importante que eles definam com clareza qual recorte vão dar ao tema para, dessa forma, criarem textos mais originais e autênticos. Enfatize a importância de demonstrar clareza nas ideias, correção ortográfica e boa caligrafia. Aos alunos do 9º ano, para já introduzir o hábito de atender a uma das exigências do ENEM, pode-se sugerir que apresentem também propostas de intervenções viáveis para o problema abordado, respeitando os direitos humanos e a responsabilidade socioambiental. projeto escola: sonhar, envolver e realizar “A atividade de fazer projetos é simbólica, intencional e natural do ser humano. Por meio dela, o homem busca a solução de problemas e desenvolve um processo de construção de conhecimento, que tem gerado tanto as artes quanto as ciências naturais e sociais. A partir de seu conhecimento prévio, construído pela experiência, o aprendiz vai se movimentar, interagir com o desconhecido, ou com novas situações, para produzir e se apropriar do conhecimento específico. Um professor, tão aprendiz quanto seus alunos, não funciona apenas cognitivamente e, em um ambiente de aprendizagem construída a várias mãos e cabeças, é preciso ativar mais do que o intelecto.” Léa da Cruz Fagundes, pedagoga, psicóloga, professora e coordenadora de pesquisa no Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS. A reflexão acima destaca bem o papel de um projeto colaborativo na produção de conhecimento. E podemos ir além: o caminho de produzir conhecimento é o mesmo de realizar sonhos... porque sonhos são feitos de querer saber e querer fazer. Envolva sua comunidade escolar e, juntos, participem do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 na categoria Projeto Escola. O tema deste ano inspira-nos a voltar a atenção à terra e a reatarmos laços com as atividades mais básicas e imprescindíveis para nossa sobrevivência como espécie e como cidadãos: a produção e a distribuição de alimentos. Utilize todos os recursos pedagógicos disponíveis para organizar ações colaborativas que envolvam a maior parte possível dos integrantes da comunidade escolar. Lembre-se de que a base de um bom projeto é conhecer com clareza o lugar de onde se parte, definir os objetivos, perceber os desafios e manter em alta o entusiasmo durante todo o percurso. Para sua escola participar na categoria Projeto Escola do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014, é necessário seguir o regulamento disponível na página do Prêmio no site da Fundação, e preparar uma pasta modelo portfólio, com a comprovação das ações realizadas. As evidências são fotos das atividades, trabalhos e produções dos alunos, podendo incluir imagens em CD ou DVD. Não se esqueça de que, nesta categoria, além dos resultados alcançados, fazem a diferença a criatividade, o empenho e o envolvimento do maior número de pessoas (alunos, professores, familiares e comunidade). Participe! 24 25 para inspirar... Projeto de horta escolar incentiva educação ambiental - Escola Municipal João Sampaio, Maceió (AL). Disponível em: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/06/projeto-de-hortaescolar-incentiva-educacao-ambiental-em-maceio.html Orientações para implantação e implementação de horta escolar. Disponível em: http://www. cecanesc.ufsc.br/Arquivos/seminarios/karinesug4.pdf Alunos aprendem a ter alimentação saudável e reduzir desperdício - Escola Municipal Alfredo Germano Henrique Hardt, distrito de Pirabeiraba, Joinville (SC). Disponível em: http://www. joinville.sc.gov.br/noticia/6119-Alunos+aprendem+a+ter+alimenta%C3%A7%C3%A3o+saud%C3% A1vel+e+reduzir+desperd%C3%ADcio.html#sthash.WOj08xvk.dpuf Acesse a página do Prêmio, no site da Fundação (www.famb.org.br), para conferir o regulamento e uma sugestão de roteiro para o projeto. Lá, você também pode conhecer as sínteses dos projetos vencedores desta categoria em 2013 e as transformações que eles catalisaram em suas escolas e comunidades. Referências bibliográficas Brasil. Lei Orgânica de Segurança Alimentar Nutricional (Losan). Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Diário Oficial da União 2006; 18 set. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11346.htm Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2008.pdf Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: 2012/2015. Brasília, DF: CAISAN, 2011. Disponível em: http://www.mds.gov.br/ segurancaalimentar/arquivos/LIVRO_PLANO_NACIONAL_CAISAN_FINAL.pdf CORRÊA, A.M.S.; LEÓN, L.M.; HELITO, H; ESCAMILLA, R.P.; SANTOS, L.M.P.; SOUSA, R.P. Transferência de renda e segurança alimentar no Brasil: análise dos dados nacionais. Rev. Nutr., Campinas, vol. 21 (suplemento), p. 39s-51s, jul./ago., 2008. MONTEIRO, C.A. Pobreza, desnutrição e fome no Brasil: implicações para políticas públicas. In: VELLOSO, J.P.R.; ALBUQUERQUE, R.C. (Organizadores). A nova geografia da fome e da pobreza. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004. GUANZIROLI, C.; ROMEIRO, A.; BAUINAIN, A. Agricultura familiar e reforma agrária no século XXI. FAO/MDA. Rio de Janeiro: Editora Garamond Universitária, 2001. PANIGASSI, G.; SEGALL-CORRÊA, A.M.; MARIN-LEÓN, L.; et al. Insegurança alimentar intrafamiliar e perfil de consumo de alimentos. Rev. Nutr., Campinas, vol. 21 (suplemento), p. 135s-144s, jul./ago., 2008. PEREIRA, A.R.; SANTOS, L.M.P. A dimensão da insegurança alimentar. Rev. Nutr., Campinas, vol. 21 (suplemento), p. 7s-13s, jul./ago., 2008. SILVA, D.O.; RECINE, E.G.I.G.; QUEIROZ, E.F.O. Concepções de profissionais de saúde da atenção básica sobre a alimentação saudável no Distrito Federal, Brasil. Cad. Saúde Pública 2002; 18:1367-1378. VALENTE, F.L.S. Direito humano à alimentação adequada: desafios e conquistas. São Paulo: Cortez Editora, 2002. Referências de sites Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): http://www.embrapa.br Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): http://www.ibge.gov.br Ministério do Desenvolvimento Agrário: http://www.mda.gov.br Secretaria da Agricultura Familiar: http://portal.mda.gov.br/portal/saf/ Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: http://www.mds.gov.br Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan): http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea): http://www2.planalto.gov.br/consea Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO): https://www.fao.org.br 26 27 Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente Criado há 23 anos, o Prêmio é uma iniciativa da Fundação ArcelorMittal Brasil e das unidades industriais voltada para a conscientização ambiental de crianças e adolescentes das comunidades onde a ArcelorMittal está presente e dos filhos de seus empregados. Ao mobilizar as unidades escolares e a comunidade, o projeto contribui para a formação de cidadãos mais atuantes e comprometidos com a preservação e a valorização do meio ambiente. Para sua realização, a empresa conta com a parceria e apoio das Secretarias Municipais e Estaduais de Educação e Meio Ambiente de cerca de 40 municípios de atuação do Grupo no país. A cada edição, são desenvolvidos materiais didáticos com temas sugeridos pelas próprias escolas e coordenadores locais do Grupo ArcelorMittal. O Manual do Educador oferece orientações para o trabalho em sala de aula e extraclasse, de forma interdisciplinar e com enfoque na realidade local. Ao final do estudo das cartilhas, é promovido um concurso de desenho para alunos do 1º ao 5º ano e um concurso de redação para alunos do 6º ao 9º ano*. Os vencedores concorrem a prêmios em âmbito regional e nacional. A categoria Projeto Escola, que existe desde 2006, reconhece os melhores projetos de responsabilidade socioambiental desenvolvidos coletivamente nas escolas. Em 2013, foram capacitados 6.992 educadores multiplicadores, das 659 escolas participantes, em 39 municípios. Mais de 224 mil estudantes foram envolvidos, totalizando 5.482.576 participantes desde a criação do projeto. Este ano, o foco se volta para a agricultura familiar e seu papel no fornecimento de alimentos mais saudáveis, na prática da sustentabilidade e no fortalecimento da segurança alimentar. O objetivo é contribuir para a reflexão sobre o cenário atual da produção e distribuição de alimentos, seus problemas, desafios e soluções possíveis. * Consulte o regulamento no site da Fundação ArcelorMittal Brasil – www.famb.org.br vencedores 2013 Tema: O futuro que queremos depende das atitudes que tomamos hoje Categoria: Projeto Escola 3º lugar 1º lugar ECEC – Margarete Cruz Pereira Projeto: Agir Local para o Bem Global Cariacica (ES) ArcelorMittal Cariacica 2º lugar Associação Monlevadense de Ensino Cooperativo - AMEC Projeto: Verde Capital João Monlevade (MG) ArcelorMittal Monlevade 6º lugar 4º lugar E. M. Professor Taufic Dumit Projeto: Seja a Mudança que você quer no Futuro Piracicaba (SP) ArcelorMittal Piracicaba E. M. Vasco Pinto da Fonseca Projeto: Mãos que sinalizam por um futuro consciente pegada ecológica Contagem (MG) BBA Contagem 5º lugar E. M. Hercília Silva de Melo Projeto: Um Jornal de Ideias - Mundo de Hercília Ewbank da Câmara (MG) ArcelorMittal Juiz de Fora CESP – Colégio de Estudos Supletivos Projeto: CESP Colégio de Estudos Supletivos João Monlevade (MG) ArcelorMittal Monlevade Acesse o site www.famb.org.br e veja todos os trabalhos e fotos dos vencedores.