HABITAR PORTUGAL 2000.2002 HABITAR PORTUGAL 2000.2002 EXPOSIÇÃO ITINERANTE AVEIRO 4 A 30 JUNHO I MOSTRA DE ARQUITECTURA E URBANISMO DE AVEIRO CASA MUNICIPAL DA CULTURA FERNANDO TÁVORA PRAÇA DA REPÚBLICA, AVEIRO DAS 17H00 ÀS 23H30 FARO 30 JULHO A 15 SETEMBRO FARO CAPITAL NACIONAL DA CULTURA 2005 ESCOLA DE HOTELARIA E TURISMO LARGO DE S. FRANCISCO DAS 09H00 ÀS 20H00 LEVITAR SOBRE A REALIDADE LEVITATING ON REALITY (...) No regulamento da exposição “Habitar Portugal” é expresso o objectivo de esta vir a ser um modelo de apresentação de obras de arquitectura, realizadas por membros da OA, que se repita de 3 anos em 3 anos, espaço de tempo coincidente com a duração do mandato dos órgãos sociais da OA. Uma apresentação de obras seleccionadas, organizada por zonas do país Norte, Centro, Sul, Ilhas, Área Metropolitana do Porto e Área Metropolitana de Lisboa; escolha coordenada por um Comissário Nacional convidado pelo CDN que, com o apoio de dois Comissários nomeados pelas Secções Regionais, indica os Comissários das diversas zonas. Estes últimos terão a responsabilidade de seleccionar as melhores obras de arquitectura concretizadas/concluídas nesse período, num limite de 20 nas Áreas Metropolitanas e de 10 nas outras regiões; às quais o Comissário Nacional poderá juntar obras efectuadas fora de Portugal. (...) In the exhibition rules of “Habitar Portugal” the objective is expressed as becoming a model of presenting architectural works produced by members of the OA (Architects Order). These are repeated every three years that also coincide with the length of the Board of the OA. The presentation of the selected works is organized according to zones within the country - North, Centre, South, The Islands, Metropolitan Area of Porto and the Metropolitan area of Lisbon. A National Committee invited by the National Board of Administration of the OA coordinates the selection that along with the support of 2 Commissioners appointed by the Regional Sections then names the Commissioners for the other zones. These Commissioners (from the other zones) will be responsible for the selection of the best and completed architectural works in the time allotted. There is a limit of 20 in the Metropolitan areas and 10 from the other regions, to which the Commissioners may add works completed outside of Portugal. A exposição é uma apresentação das obras seleccionadas pelos comissários, por zona e na totalidade. Um comissário, convidado para o efeito, define a imagem final da mostra. Um projecto que ultrapassa os limites de um mandato; a constatação que é necessário mostrar o trabalho dos arquitectos para que este seja compreensível por todos; não se pode divulgar a abstracção, um conceito — a Arquitectura. Apresentar a prática, arriscar uma selecção para podermos ser pragmáticos, um conjunto de melhores obras. Um modelo possível, a repetir ou a melhorar. Ou ponto de partida. (...) As melhores obras de Arquitectura poderão ser sempre outras, depende das opções. Uma primeira escolha de Comissários Nacionais — João Rodeia com Nuno Grande e José Adrião — que indicam 6 comissários — José António Bandeirinha, Ricardo Carvalho, Luis Tavares Pereira, Ana Vaz Milheiro, José Fernando Gonçalves e Fernando Martins — que seleccionam um conjunto de obras, pelo seu próprio valor, mas também pelo seu significado num determinado conjunto e contexto. Uma escolha que apresentam e explicam nos seus textos, distintos, mas nos quais se vislumbram as diferenças e os pontos em comum; não um texto único que interprete o conjunto das 76 obras, ou o conjunto das 6 escolhas. (...) É possível que muito boa Arquitectura não conste desta lista. O tempo corrigirá as falhas, sendo reconhecido o seu valor. O nosso problema é a má Arquitectura. JOÃO AFONSO The exhibition is a presentation of works selected by the Commissioners in their areas and in their totality. A Commissioner who is invited for this task defines the final image of the presentation. A project that outlives the limits set by mandates, the need to show architects work so that it can be understood in general, cannot endorse abstracts, a concept — Architecture. Showing the practical side, risking a selection of work so that we can be seen as pragmatic, and a collection of best works. A possible model, that may be repeated or bettered or even just a starting point. (...) The best architectural works could always be others, it depend on the options available. A first choice by the National Commissioners — João Rodeia along with Nuno Grande and José Adrião — who chose 6 comissioners — José António Bandeirinha, Ricardo Carvalho, Luis Tavares Pereira, Ana Vaz Milheiro, José Fernando Gonçalves and Fernando Martins — selected a body of work, for its own merit, but also for its meaning in a defined group and context. A group of work that they present and explain in their texts, which are different but in which you can see the similarities and differences. It is not therefore only a text that interprets the 76 different works or the choices of the 6 members. (...) It is possible that a lot of very good architecture will not be on this list. Time will correct those faults, and their value will be recognized. Our problem is bad architecture. JOÃO AFONSO HABITAR PORTUGAL 2000-2002 ORGANIZAÇÃO ORDEM DOS ARQUITECTOS, ANO NACIONAL DA ARQUITECTURA'03 COORDENAÇÃO JOÃO AFONSO COMISSARIADO NACIONAL JOÃO BELO RODEIA (COMISSÁRIO-GERAL) JOSÉ ADRIÃO (SRSUL) NUNO GRANDE (SRNORTE) COMISSARIADO REGIONAL ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA JOSÉ FERNANDO GONÇALVES ÁREA METROPOLITANA DO PORTO FERNANDO MARTINS COM MARCO BUÍNHAS E IVO OLIVEIRA NORTE JOSÉ ANTÓNIO BANDEIRINHA COM SUSANA LOBO E IVO OLIVEIRA CENTRO RICARDO CARVALHO SUL LUÍS TAVARES PEREIRA COM ALEXANDRE ARAÚJO E PAULA ESTORNINHO ILHAS ANA VAZ MILHEIRO PATROCINADORES: PARQUEEXPO, REVIGRÉS, MAXIT, OUTROS MERCADUS PROJECTO (CONCEPÇÃO; MONTAGEM LISBOA E PORTO) CRISTINA GUEDES, INÊS LOBO, GILBERO REIS, JOÃO ROSÁRIO E PEDRO OLIVEIRA PRODUÇÃO EM LISBOA / PORTO CRISTINA MENESES, NUNO CRESPO E RITA PALMA PRODUÇÃO EM AVEIRO / FARO RITA PALMA PATROCÍNIOS MARIA MIGUEL COM MARGARIDA GRAÇA E SOFIA MARQUES DESIGN SILVA!DESIGNERS APOIO INSTITUCIONAL: INSTITUTO DAS ARTES 009 029 019 HABITAR AUDITÓRIOS DA UNIVERSIDADE PALÁCIO NACIONAL DA PENA PROJECTO DE RENOVAÇÃO MONIZ DE "ILHA" SINTRA PORTUGAL EGAS ALMADA PORTO PEDRO MENDES FERNANDO SANCHEZ SALVADOR 2000.2002 MANUEL GRAÇA DIAS E EGAS JOSÉ VIEIRA (CONTEMPORÂNEA) 039 REMODELAÇÃO DE UMA CASA PORTO PAULA PINHEIRO (PRODUTO URBANO) E MARGARIDA GRÁCIO NUNES 048 CENTRO INFANTIL SANTIAGO DA BARRA VIANA DO CASTELO HENRIQUE DE CARVALHO SUL ILHAS 067 057 POUSADA DO ALAMAL GAVIÃO VICTOR MESTRE E SOFIA ALEIXO AML 010 020 OURIVESARIA DAVID ROSAS LISBOA ÁLVARO SIZA VIEIRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA UNL ALMADA ANTÓNIO PORTUGAL E MANUEL MARIA REIS INTERFACE DO CAIS DO SODRÉ (1ª FASE) — ESTAÇÃO DO METRO E CAIS DA REFER LISBOA PEDRO VIANA BOTELHO E NUNO TEOTÓNIO PEREIRA 011 NORTE 049 MERCADO MUNICIPAL DE PONTE DE LIMA PONTE DE LIMA JOSÉ GUEDES CRUZ 068 CASA NO FUNCHAL MADEIRA PAULO DAVID CASA DO TRACTOR TOMAR PEDRO MACHADO DA COSTA E CÉLIA LOURENÇO GOMES (A.S*) 031 BAR DO CALÉM VILA NOVA DE GAIA CRISTINA GUEDES E FRANCISCO VIEIRA DE CAMPOS EDIFÍCIO II DO ISCTE INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS LISBOA HESTNES FERREIRA CENTRO 040 PAVILHÃO DESPORTIVO MUNICIPAL SANTO TIRSO JORGE NUNO MONTEIRO 021 RECONVERSÃO DA FAIXA MARGINAL DE MATOSINHOS SUL MATOSINHOS EDUARDO SOUTO DE MOURA 069 059 CASA RICARDO DIOGO FUNCHAL, MADEIRA JOÃO FAVILA MENEZES (ATELIER BUGIO) PARQUE URBANO NA QUINTA DAS CORREIAS CARTAXO DIOGO BURNAY E CRISTINA VERÍSSIMO 032 002 INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO LISBOA GONÇALO BYRNE DOIS BLOCOS DE APARTAMENTOS PORTO ISABEL FURTADO E JOÃO PEDRO SERÔDIO 058 AMP 001 030 EDIFÍCIO K3 NO FUNCHAL MADEIRA LUÍS VILHENA, TELMO CRUZ E PAULO DAVID ANDRADE 012 CASA EM ALENQUER ALENQUER MANUEL AIRES MATEUS E FRANCISCO AIRES MATEUS 022 CENTRO DE MONITORIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL MATOSINHOS FILIPA DE CASTRO GUERREIRO, TIAGO FREITAS DE MACEDO CORREIA E BRUNO ACÁCIO FERREIRA DE FIGUEIREDO (LABFT) ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO ERMESINDE ANTÓNIO BARBOSA, HELDER SALVADO, JOANA BORGES, JOAQUIM MATOS, JOSÉ PEDRO SOUSA, JOSÉ REGO DE OLIVEIRA, MARGARIDA CAETANO, MÁRIO MOURA, PAULO ALMEIDA, PAULO QUEIRÓS, PEDRO BALONAS, PEDRO LESSA E SUSANA GOMES (GRUPO3) 041 INSTALAÇÕES DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS AGERE BRAGA SÉRGIO BORGES OLIVEIRA MOREIRA DA COSTA 050 REITORIA DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO AVEIRO GONÇALO BYRNE 070 060 ESTALAGEM DA QUINTA DA ROCHINHA PONTA DO SOL, MADEIRA TIAGO CARDOSO DE OLIVEIRA 042 013 CASA NA SERRA DA ARRÁBIDA SETÚBAL EDUARDO SOUTO DE MOURA 023 PASSEIO ATLÂNTICO PORTO MANUEL DE SOLÀ-MORALES 004 EDIFÍCIO XEROX LISBOA JOÃO PERLOIRO, JOÃO LUÍS FERREIRA, PAULO PERLOIRO, PAULO MARTINS BARATA E PEDRO APPLETON (PROMONTÓRIO) 005 REITORIA DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA LISBOA MANUEL AIRES MATEUS E FRANCISCO AIRES MATEUS 006 BIBLIOTECA MUNICIPAL JOSÉ SARAMAGO LOURES FERNANDO REIS MARTINS 007 CENTRO DE COORDENAÇÃO E CONTROLO MARÍTIMO DO PORTO DE LISBOA OEIRAS GONÇALO BYRNE 008 CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DO PALÁCIO DE BELÉM LISBOA JOÃO LUÍS CARRILHO DA GRAÇA 033 ALMEDINA 3 VILA NOVA DE GAIA MANUEL AIRES DE MATEUS E FRANCISCO AIRES DE MATEUS 024 REQUALIFICAÇÃO URBANÍSTICA DA MARGINAL DO DOURO PORTO MANUEL FERNANDES DE SÁ 025 MARGINAL DO RIO DOURO VILA NOVA DE GAIA CARLOS PRATA 016 CASA EM BELAS SINTRA JORGE MEALHA 017 CASA NA MALVEIRA MAFRA JOSÉ MATEUS E NUNO MATEUS (ARX PORTUGAL) 018 CASAS DE JANAS SINTRA JOÃO SANTA RITA E FILIPA MOURÃO CASA DOS ESCUTEIROS VILA NOVA DE GAIA JOSÉ FERNANDO GONÇALVES CENTRO DE PRODUÇÃO E ESTALEIROS DST BRAGA JOSÉ MANUEL CARVALHO ARAÚJO 026 RECUPERAÇÃO DOS ANTIGOS PAÇOS DO CONCELHO PORTO FERNANDO TÁVORA 027 ALFÂNDEGA DO PORTO DE LEIXÕES MATOSINHOS ÁLVARO SIZA VIEIRA 028 PLANO DE RECONVERSÃO DE MATOSINHOS SUL* MATOSINHOS ÁLVARO SIZA VIEIRA 035 CENTRO PORTUGUÊS DE FOTOGRAFIA PORTO EDUARDO SOUTO DE MOURA 036 ESCOLAS DE CIÊNCIAS E CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE DO MINHO GUIMARÃES ALEXANDRE ALVES COSTA, SÉRGIO FERNANDEZ E JOSÉ LUIS GOMES (ATELIER 15) 045 REMODELAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO MUSEU NACIONAL DE SOARES DOS REIS PORTO FERNANDO TÁVORA E JOSÉ BERNARDO TÁVORA RESTAURANTE FORMIGAS GUIMARÃES FERNANDO SEARA DE SÁ, RAUL ROQUE FIGUEIREDO, ALEXANDRE COELHO LIMA E MANUEL VILHENA ROQUE (PITÁGORAS) 037 046 CASA DA BOAVISTA PORTO FRANCISCO VIEIRA DE CAMPOS 038 CASA SALOMÉ CASTELO BRANCO PORTO JORGE CARVALHO E TERESA NOVAIS PONTE PEDONAL SOBRE O ESTEIRO DE SÃO PEDRO AVEIRO JOÃO LUÍS CARRILHO DA GRAÇA 071 061 EDIFÍCIO TOPIMOB 1 VILA REAL ANTÓNIO BELÉM LIMA 047 INSTITUTO DE NAVEGABILIDADE DO DOURO PESO DA RÉGUA ALBINO COSTA TEIXEIRA (PIOLEDO) ESTALAGEM NO SANTO DA SERRA REMODELAÇÃO DA ANTIGA CASA DE CHÁ MADEIRA RUI CAMPOS MATOS E VASCO CARDOSO MARQUES 052 INTERVENÇÃO NO ESPAÇO URBANO MONTEMOR-O-VELHO MIGUEL FIGUEIRA, NELSON MOTA, NUNO MORAIS E DANIEL GAMEIRO (GTL DE MONTEMOR-O-VELHO) 072 062 RENOVAÇÃO DE PRÉDIO URBANO ÉVORA JOÃO MATOS 044 015 HABITAÇÃO UNIFAMILIAR NO ESTORIL CASCAIS PEDRO MENDES 034 051 CENTRO INTERPRETATIVO E DE ACOLHIMENTO DA ESTAÇÃO ARQUEOLÓGICA DE MIRÓBRIGA SANTIAGO DO CACÉM PAULA SANTOS 043 014 CASA NA QUINTA DA MARINHA CASCAIS EDUARDO SOUTO DE MOURA LOTEAMENTO DONA ANTÓNIA AMORIM BRAGA JEAN PIERRE PORCHER, M. MARGARIDA OLIVEIRA E ALBINO FREITAS (UTOPOS) 053 VALORIZAÇÃO DO PALÁCIO DO MARQUÊS DE CASTELO RODRIGO FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO JOÃO RAPAGÃO E CÉSAR FERNANDES 054 AMPLIAÇÃO E REMODELAÇÃO DO MUSEU MARÍTIMO DE ÍLHAVO ÍLHAVO NUNO MATEUS E JOSÉ MATEUS (ARX PORTUGAL) 055 ESPAÇO COMERCIAL LEIRIA JOÃO LUÍS CARRILHO DA GRAÇA 056 CASAL DO PASSAREIRO TORRES VEDRAS JOSÉ MANUEL RODRIGUES GOMES HABITAÇÃO UNIFAMILIAR PACHECO DE MELO S. MIGUEL, AÇORES PEDRO MAURÍCIO BORGES 073 063 MUSEU, IGREJA E CEMITÉRIO DA ALDEIA DA LUZ MOURÃO PEDRO PACHECO E MARIE CLÉMENT 064 PORTAGENS A2 — AUTO — ESTRADA DO SUL S. BARTOLOMEU DE MESSINES FRANCISCO AIRES MATEUS E MANUEL AIRES MATEUS 065 CASA NO ALGARVE LOULÉ RICARDO BAK GORDON 066 CONJUNTO URBANO DA MARINA DE LAGOS LAGOS GONÇALO BYRNE LISBON METROPOLITAN AREA The dynamic situation of Expo'98 created certain expectations in Portuguese architects, both because it showed that the public was open to a new urbanity and because that model of making a city envisaged new possibilities of working in a market that was traditionally not very motivated. However, the expected architectonic 'revolution' did not happen. (...) In the city and metropolitan area of Lisbon construction continues with no identifiable urban or architectonic direction. The works of limited programmes answer only to the commissioned criteria, perhaps configuring the generic city defended by Koolhaas, but leaving to be resolved the urban space that surpasses its functional limits. Indeed, and barring one or two situations, we find no urban spaces or buildings (housing, services or equipment) able to generate an identifying and integrating city model. As most of the buildings where we find a precise architectonic intention are single family housing or equipment, how should the concentration of architects' work — coincidentally or not, the most pre-eminent figures of the Portuguese architecture scene — be read in works from exceptional programmes linked to the State or the elites? (...) The idea is not to present 'the' architecture of the Lisbon metropolitan area built between 2000 and 2002, but rather a set of works that by circumstance have been considered of interest for their urban significance, architectonic quality or career of the architect. Although three years is not much time to assess the significance of that production, we identify in these works a conceptual rigour and austerity that retrieves a certain modern imagery alternative to derived previous forms, continuing to explore with great poetic freedom the plastic expression of forms, of spaces and construction. (...) JOSÉ FERNANDO GONÇALVES CASA SARAIVA LIMA II ALCÁCER DO SAL J. P. FALCÃO DE CAMPOS 003 EDIFÍCIOS DE APOIO AO PARQUE DE STA IRIA DA AZÓIA CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL,BALNEÁRIOS E EDIFÍCIOS DA EQUIPA DE GESTÃO DO PARQUE LOURES CÂNDIDO CHUVA GOMES ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA A dinâmica da Expo'98 criou uma certa expectativa nos arquitectos portugueses. Tanto porque demonstrasse que o público estava disponível para uma nova urbanidade, como porque naquele modelo de fazer cidade se antevissem novas possibilidades de trabalho num mercado tradicionalmente pouco motivado. Porém, a esperada “revolução” arquitectónica não se confirmou. (...) Na cidade e área metropolitana de Lisboa continua a construir-se sem sentido urbano ou arquitectónico identificável. As obras de programas restritos respondem apenas aos critérios da encomenda, talvez configurando a cidade genérica defendida por Koolhaas, mas deixando por resolver o espaço urbano que ultrapassa os seus limites funcionais. De facto, com a excepção de uma ou duas situações, não encontramos espaços urbanos ou edifícios (habitação, serviços ou equipamentos) capazes de gerarem um modelo de cidade identificável e integrador. Sendo a maioria dos edifícios em que encontramos uma intenção arquitectónica precisa equipamentos ou habitações unifamiliares, como se deve ler a concentração de trabalho dos arquitectos — por coincidência ou não, as figuras mais proeminentes do panorama arquitectónico português — em obras de programas excepcionais ligadas ao Estado ou às elites? (...) Não se pretende apresentar «a» arquitectura da área metropolitana de Lisboa construída entre 2000 e 2002, mas apenas um conjunto de obras que na circunstância se revelaram interessantes pelo seu significado urbano, qualidade arquitectónica ou percurso de autor. Embora três anos seja pouco tempo para avaliar o significado dessa produção, identificamos nestas obras uma austeridade e rigor conceptual que retoma um certo imaginário moderno alternativo a derivas formais anteriores, não deixando de explorar com grande liberdade poética a expressão plástica das formas, dos espaços e da construção. (...) JOSÉ FERNANDO GONÇALVES EDIFÍCIO DO CORPO DE ANFITEATROS DA UNIVERSIDADE DOS AÇORES S. MIGUEL, AÇORES INÊS LOBO E PEDRO DOMINGOS 074 RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS DAS LARANJEIRAS S.MIGUEL, AÇORES PEDRO MACHADO COSTA E CÉLIA LOURENÇO GOMES (A.S*) 075 INFRA-ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO DE 50 FOGOS PARA REALOJAMENTO TERCEIRA, AÇORES JORGE MONJARDINO 076 CASA EM SÃO JOÃO PICO, AÇORES PAULO GOUVEIA ÁREA METROPOLITANA DO PORTO (...) Procurámos nestas obras o debate disciplinar em torno de uma ideia de contemporaneidade, onde se pudesse observar também um sentido de emancipação relativa à obra de autores importantes e de facto influentes como são Fernando Távora, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura: mesmo até as suas obras mais antigas continuam a ser objecto de releitura por parte da grande maioria de arquitectos formados no Porto, o que confere à produção em geral uma qualidade invejável, mas também uma previsibilidade que denuncia estarmos, por vezes, em presença da paternidade formativa da Escola do Porto. Foi com militante curiosidade que percorremos o itinerário em mente, mas naturalmente reconhecíamos a inevitabilidade da procura das obras mais conhecidas, estabelecendo, através destas, patamares de exigência nos critérios de selecção. O acompanhar do percurso destes autores confirmou um vivo desejo de constante descoberta e de acção deliberada de abertura de novas frentes, acrescentando sempre modernidade e civilidade, sem falsas nostalgias. Só esta ambição conseguirá restituir aos cidadãos o seu direito a usufruir de um bem cultural para além da garantia de qualidade que é o mínimo que um arquitecto pode oferecer. Apesar de tudo resta a sensação que o País, a norte, (ainda que subsista uma persistente indiferença nacional pelo impacto da construção, seja em ambiente urbano ou rural) beneficiou nos últimos anos de uma relativa confiança na prática arquitectónica, mesmo que isso se deva em grande parte ao fascínio mediático por alguns autores, que interessou sobretudo autarcas (...) Ironicamente esta mostra tenderá a ser vista pela classe como promotora de nomes de arquitectos, mas pergunta-se: há alguma destas 20 obras que não seja da melhor Arquitectura que se fez nos anos de 2000 a 2002 na Área Metropolitana do Porto? FERNANDO MARTINS (COM MARCO BUÍNHAS E IVO OLIVEIRA) OPORTO METROPOLITAN AREA (…) In these works we sought disciplinary debate around an idea of contemporaneity, where one might also observe a sense of emancipation regarding the work of architects as important and indeed influential as Fernando Távora, Álvaro Siza and Eduardo Souto de Moura — even their oldest works continue to be reviewed by most architects trained in Oporto, which confers an enviable quality on the production in general, but also a predictability that sometimes announces that we stand before the educative paternity of the Oporto School. We travelled the route in mind with militant curiosity, though naturally recognising that the search for more well-known works was inevitable, establishing by means of same platforms of demand in the selection criteria. By accompanying the course of these architects an animated wish for constant discovery was confirmed, along with deliberate action opening new fronts, always with the addition of modernity and civility, without false nostalgias. Only this ambition will restore to citizens their right to enjoy a cultural good, besides ensuring quality, which is the least an architect can offer. Despite all, what remains is the feeling that the country, the north (even though a persistent national indifference about the impact of construction remains, whether in urban or rural environment) has in recent years benefited from a relative confidence in architectonic practice, even if this is largely due to media fascination with some architects, which primarily interested local government leaders. (...) Ironically, this show will tend to be seen by the class as promoting the names of architects; however, there is the question: is any one of these 20 works not among the best architecture from 2000 to 2002 in the Oporto metropolitan area? FERNANDO MARTINS (WITH MARCO BUÍNHAS AND IVO OLIVEIRA) DEZ OBRAS (...) Era necessário escolher obras abertas ao público, que, através desta escolha, fossem publicitadas, para poderem vir a acolher ainda mais público. Esse mesmo público, que as olha como espaços da funcionalidade quotidiana, é então convidado a apreciá-las como obras de Arquitectura. (...) Do litoral para o interior, foram escolhidas obras em Viana do Castelo, Santo Tirso, Ponte de Lima, Braga [três], Guimarães [duas], Vila Real e Peso da Régua. Cinco dessas obras são de promoção privada, quatro são de promoção pública e uma é de promoção mista. Nenhuma delas será um marco de referência absoluta, nenhuma irá, sequer, assumir qualquer tipo de valor modelar perante os sistemas de imitatio que regulam as práticas arquitectónicas. Também não têm essa ambição e essa é, porventura, a sua primeira grande virtude. São apenas isso, dez obras que, por razões muito diversas entre si, têm um significado representativo da Arquitectura praticada naquele território, durante um determinado espaço de tempo. (...) São projectos que, independentemente da radical diferença dos contextos, elegeram como tema primordial a procura do equilíbrio entre a resposta ao programa e a consolidação da ordem urbana. (...) Dez obras. Dez obras evocadas com o propósito de celebração do Ano Nacional da Arquitectura 2003. Dez obras seleccionadas em circunscrição que não podia ser mais clara: localização nos distritos a norte do Douro, excepto Área Metropolitana do Porto, acabadas, ou inauguradas, entre 1 de Janeiro de 2000 e 31 de Dezembro de 2002. Ei-las. JOSÉ ANTÓNIO BANDEIRINHA TEN WORKS (...) It was necessary to choose works open to the public, which by that choice could be publicised, so they could take in even more of the public. That same public, which looks at them as spaces of daily functionality, is so invited to appreciate them as works of architecture. (...) From the coast to the interior, works were chosen in Viana do Castelo, Santo Tirso, Ponte de Lima, Braga (three), Guimarães (two), Vila Real and Peso da Régua. Five of these works are privately promoted, four are publicly promoted and one is a joint promotion. None of them is a mark of absolute reference. None will even assume any sort of model value before the imitatio systems that rule architectonic practices. They also do not have that ambition, and that perhaps is their first great virtue. They are just that, ten works which, for very different reasons among them, have a representative significance vis-à-vis the architecture practiced in that territory during a given period of time. (...) They are projects, regardless of the radical differences of contexts, which have elected as primordial theme the search for balance betweeN response to programme and consolidation of the urban order. (...) Ten works. Ten works evoked with the purpose of celebrating National Architecture Year 2003. Ten works chosen in an area which could not be clearer: location in the districts north of the Douro, except for the Oporto Metropolitan Area, finished or inaugurated between 1 January 2000 and 31 December 2002. Here they are. JOSÉ ANTÓNIO BANDEIRINHA SETE TRABALHOS PARA A REGIÃO CENTRO Talvez se possa começar por tentar encontrar um denominador comum às sete obras escolhidas para a Exposição Habitar Portugal/ Região Centro. Esse denominador comum, a existir, deveria ser uma síntese de três factores cruciais para entender o percurso da arquitectura moderna portuguesa. O fim da oposição entre cidade e campo, a superação do confronto entre vernáculo e moderno e a progressiva abrangência do conceito de património arquitectónico, vão balizar a produção arquitectónica recente, sendo os pontos de ancoragem de uma arquitectura de fecho de século profundamente marcada pela presença tutelar da obra de Álvaro Siza. (...) Em Portugal este processo está comprimido no espaço/tempo de poucas décadas. Em pouco mais de 25 anos a paisagem ficou sujeita a uma transformação, quase sempre sem a mediação cultural necessária ao vulto dessa operação. Os arquitectos foram sistematicamente excluídos deste processo, especialmente no que diz respeito à intervenção genérica à escala do território. E mesmo quando são chamados a participar, pontualmente apenas, a paisagem parece não acusar a sua presença humanista. (...) Se por um lado o adiamento do fim da oposição entre cidade e campo se manifestou culturalmente (...), provocou também um sentido de preservação de um mundo tradicional que sobreviveu a grande parte do século XX, e nesse mundo o património arquitectónico. Hoje o desafio é a colisão entre o olhar retrospectivo e prospectivo, que se manifesta na forma de nomear e manipular conceitos de património. As obras escolhidas para a exposição optam pela mesma metodologia. Consolidação do documento existente e intervenção pontual no sentido de disponibilizar o património para o futuro, através de intervenções inequivocamente contemporâneas. (...) Tudo existe em simultâneo e aí reside a verdadeira noção de património. RICARDO CARVALHO SEVEN WORKS FOR THE CENTRE REGION One may perhaps begin by trying to find a common denominator for the seven works chosen for the exhibition «Habitar Portugal» / Centre Region. Should it exist, that common denominator ought to synthesise three crucial factors for understanding the course of Portuguese modern architecture. For the end of opposition between city and country, the move beyond the confrontation between vernacular and modern, and the gradual embrace of the architectonic heritage concept will delimit recent architectonic production - and the anchorage points for a century-closing architecture are profoundly marked by the tutelary presence of Álvaro Siza's work. (...) In Portugal this process has been compacted into the space/time of a few decades. In little more than 25 years the landscape was subject to a transformation, almost always without the cultural mediation necessary given the importance of such operation. Architects were systematically excluded from the process, particularly with regard to generic intervention on a territorial scale. And even when called to participate, only occasionally, the landscape seems not to acknowledge their humanist presence. (...) While on the one hand the delayed end of opposition between city and country was manifested culturally (...), it also led to a sense of preservation of a traditional world that survived most of the 20th century, and in that world the architectonic heritage. Today the challenge is the collision of retrospective and prospective, manifested by the way of naming and manipulating heritage concepts. The works chosen for the exhibition opt for the same methodology. Consolidation of the existing document and occasional intervention, so as to make heritage available for the future by means of unequivocally contemporary interventions. (...) Everything exists at once and therein lies the true notion of heritage. RICARDO CARVALHO SUL Uma paisagem de sensações destiladas, Sul evoca uma identidade de essencialidade. Que se sobrepõe ao seu lento esboroar às mãos do mercado, da indústria da construção, das pessoas. O Sul é um estado de espírito. Um espaço aberto à experiência física do passar do tempo. O Sul é, ainda, um lugar à parte em Portugal, um território 'puro' onde a arquitectura se recorta com nitidez. E essa é também 'a marca' de Portugal na sua relação com o exterior. Mas este território da escassez, dos recursos limitados, das soluções essenciais, confronta-se mal com uma sociedade afluente. Na erosão do respeito pelos conhecimentos especializados, na época de todos os cruzamentos, de todas as oposições, não menos entre o poder económico (patrimonial) e o poder do conhecimento e da criatividade, de oposições entre culturas pop e erudita. Neste confronto o arquitecto surge, um pouco paradoxalmente, como o guardião da tradição, por contraponto à ânsia de modernização da população. Sob a noção do “património à luz de uma perspectiva nãoconservadora”, o arquitecto é um explorador em diálogo com os locais, procurando uma resposta humana à rápida urbanização, com o compromisso de construir de um modo apropriado para o cliente, os lugares, e culturas particulares, sem perder uma dimensão universal. LUÍS TAVARES PEREIRA SOUTH A landscape of distilled sensations, South evokes identity of an essential nature, superimposed on its slow reduction at the hands of the market, the construction industry and people. South is a state of mind, a space open to the physical experience of time passing. South is also a place apart in Portugal, a 'pure' territory where architecture is clearly outlined. And which is also Portugal's 'mark on its relationship with the exterior. But this territory of want, of limited resources and vital solutions, badly confronts an affluent society — in the eroded respect for specialised knowledge, at a time of all crossroads, all oppositions, not least between economic (property) power and the power of knowledge and creativity, of oppositions between pop and erudite cultures. In this confrontation the architect rather paradoxically emerges as the guardian of tradition, countering the population's urge to modernise. Under the notion of “property in light of a non-conservative perspective”, the architect is an explorer in dialogue with the sites, seeking a human reply to rapid urbanisation, with the commitment to build appropriately for the client, places and particular cultures, without losing a universal dimension. LUÍS TAVARES PEREIRA ILHAS (...) É numa desejada fixação dos valores contemporâneos — e não no seu trânsito — que esta brevíssima selecção de dez obras se procura situar, identificando indícios que desestabilizam o tempo insular concreto, somente verosímil nas ilhas. Não é que a situação da sua arquitectura corrente seja diferente da vivida no território continental. Apenas é exponenciada pelas características geográficas que ampliam o isolamento. MADEIRA — (...) Há aqui independência e convicção. Na sua maioria, os seus arquitectos trabalham na ilha, o que faz deste conjunto uma amostragem (mesmo que imperfeita) da melhor arquitectura que se construído nos últimos anos.(...) Confirmam um padrão de qualidade que emerge numa ilha refém de uma "especulação" arquitectónica dominante, quer em escala, quer em valor. (...) Trabalham com o património paisagístico que a ilha ainda guarda, reafirmando vontade de intervenção; não receiam os principais programas que fazem o seu desenvolvimento (casos da habitação colectiva ou do turismo); envolvem-se com materiais conotados com o lugar, sem recusar uma desejada sofisticação e exigência construtiva; recuperam tradições de uma imprecisa domesticidade madeirense, imprimindo-lhe a modernidade devida. (...) AÇORES — Fortes indícios contradizem a "natural" resistência insular à arquitectura contemporânea. (...) O princípio da multiplicidade, que a cultura arquitectónica contemporânea valoriza, parece assim assegurado no arquipélago a partir de colagens ou impressões exógenas, porque exercitado por arquitectos "estrangeirados", repetindo um padrão testado nos Açores em períodos anteriores. No entanto, a cultura açoriana é pródiga em captar os sinais externos, num processo de assimilação que neutraliza o acento tendencialmente "imigrante", devolvendo-os a uma certa localidade. (...) ANA VAZ MILHEIRO ISLANDS (...) It is in a desired setting of contemporary values — and not in their transit — that this very brief selection of ten works aims to be situated, identifying indices that stabilise tangible island time, only verisimilar on the islands. It is not that the situation of their current architecture is different from that lived on the mainland, rather it is multiplied by the geographic features that amplify the isolation. MADEIRA — (...) Here there is independence and conviction. Most of its architects work on the island, which makes this group a sample (though imperfect) of the best architecture built in the last few years. (...) They confirm a quality standard that emerges on an island hostage to a dominant architectonic 'speculation', whether in scale or value. (...) They work with the landscape heritage still guarded on the island, reaffirming the will to intervene; they do not fear the main programmes for their development (the cases of collective housing or tourism); they are involved with materials linked to the place, but not rejecting a desired sophistication and constructive demand; they recover traditions of an imprecise Madeiran domesticity, stamping the due modernity on same. (...) AZORES — Strong indications contradict the island's 'natural' resistance to contemporary architecture. (...) The principle of multiplicity that contemporary architectonic culture values thus seems assured in the island group through collages or exogenous impressions, because they are practiced by architects become 'foreign', repeating a standard tested in the Azores in previous periods. However, Azorean culture is prodigious in taking in outside signals, in an assimilation process that neutralises the tendency towards an 'immigrant' accent, returning them to a certain locality. (...) ANA VAZ MILHEIRO