UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL CONDENAÇÃO DE CARCAÇAS SUÍNAS POR LINFADENITE João César Melatti Schuerne Itapiranga, junho de 2008 2 JOÃO CESAR MELATTI SCHUERNE Aluno do Curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal CONDENAÇÃO DE CARCAÇAS SUÍNAS POR LINFADENITE Trabalho monográfico de conclusão do curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, apresentado à UCB como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, sob a orientação do Prof° Dr. .Zander Barreto Miranda. Itapiranga, junho de 2008. 3 CONDENAÇÃO DE CARCAÇAS SUÍNAS POR LINFADENITE Elaborado por João César Melatti Schuerne Aluno do Curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal da UCB Foi analisado e aprovado com grau:.................... Rio de Janeiro, ..........de...........................de........................ ................................................................... Membro ................................................................... Membro ..................................................................... Professor Orientador Presidente Itapiranga, junho de 2008. 4 Ao Profº Dr. Zander Barreto Miranda, pelo exemplo profissional, pela dedicação para transmitir seus ensinamentos e pela honra de tê-lo como orientador. 5 SUMÁRIO Introdução............................................................................................................06 1. Objetivo...........................................................................................................09 Desenvolvimento 2. Linfadenite......................................................................................................10 Definição Etiologia Epidemiologia Patogenia Lesões Diagnóstico Controle 3. Resultados e Discussão..................................................................................18 3.1 Região Anatômica 3.2 Peso de Carcaças 3.3 Procedência dos Suínos 3.4 Critério de Julgamento e Destino 3.5 Agente Etiológico 4. Conclusão........................................................................................................35 4.1.Recomendações 5. Referências .....................................................................................................39 6. Anexos.............................................................................................................41 6 INTRODUÇÃO A carne suína, na atualidade, é a mais consumida no mundo, com uma média de 16 kg por pessoa ao ano, enquanto a de aves, o consumo gira em torno de 12,6 kg e bovinos 9,4kg. Essa concentração de consumo ocorre principalmente na Europa e América do Norte. No Brasil, o consumo cai para 12,5 kg por pessoa ao ano, sendo a média maior nos estados do sul, Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina ( SC), aumenta o consumo para 23 kg pessoa ao ano. Nos últimos 10 anos, houve um acréscimo de 28,4% na produção mundial de carne suína, numa proporção de 2,78% ao ano. Esse crescimento, porém, foi muito mais acentuado nos paises em desenvolvimento, com a média de 4,45% de aumento ao ano, contra o aumento de apenas 0,83% ano nos países desenvolvidos. A carne suína, por ser a mais consumida do mundo, tem papel fundamental em relação ao crescimento acelerado da população mundial, graças a sua capacidade de reprodução e facilidade de criação. A população suína mundial é superior a 980 milhões de cabeças, responsável pela produção de cerca de 100 milhões de toneladas de carne suína ao ano. Os quatro maiores produtores mundiais são a China, com 50 milhões de toneladas, a União Européia (com 25 países atuais), com 21 milhões, os Estados Unidos da América (EUA) próximo a 10 milhões e o Brasil com 2,8 milhões de toneladas . Esses 4 maiores produtores mundiais de carne suína detêm juntos cerca de 80 % da produção mundial. Quarta maior produtora mundial de carne suína, em 2006, a produção brasileira de carne suína chegou a 2,83 milhões de tonelada, com um abate próximo a 36 milhões de cabeças. O Brasil tem, atualmente, um plantel de 35,2 milhões de cabeças e estima-se que 700 mil pessoas dependam diretamente da cadeia produtiva da suinocultura brasileira. O valor da cadeia produtiva da suinocultura é estimado em U$ 1,8 bilhões. 7 Segundo a Associação Brasileira da Industria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), em 2006, o rebanho brasileiro chegou a 2,427 milhões de matrizes, sendo que são consideradas tecnificadas 1,513 milhões. É uma suinocultura que caminha fortemente para o sistema de integração: hoje, 70% dos suínos produzidos são sob a forma integrada, e 30% sob a forma de produtores independentes. A região Sul detém 57,5% da produção do país. É a região em que predomina o sistema de integração e o forte parque industrial das Agroindústrias. Na região Sudoeste, predomina o suinocultor Independente, tem uma participação de 17,6%, e na região Centro Oeste, continuando sua expansão, há uma participação de 14,5% na produção nacional. Hoje, cerca de 65 % da carne suína consumida no Brasil é sob a forma industrializada, apenas 35% sob a forma “in natura”. Como 65% da carne suína é comercializada sob a forma de embutidos, que custam mais caro que a carne “in natura” e são consumidos por pessoas de melhores salários, a queda no poder aquisitivo afeta diretamente o seu consumo. A maior parte do rebanho de suínos (45,4%) está na Região Sul. Santa Catarina lidera o ranking nacional, com 20,4% dos animais. Uberlândia (MG) e Concórdia (SC) são os municípios que concentram o maior efetivo. Em 2005 e 2006, o rebanho suíno foi ampliado nessas cidades em 9,9% e 53,6% respectivamente. No mercado externo, o volume comercializado de suínos caiu 16,4% em 2006, em razão do embargo da Rússia. A indústria da proteína animal cresceu em Santa Catarina. O destaque é para a produção de suínos. As micobactérias, pertencentes ao Complexo Mycobacterium avium (MAC), são as principais responsáveis pela linfadenite granulomatosa em suínos observados em matadouro. As lesões estão confinadas, principalmente, nos linfonodos do mesentério e nas regiões cervical e faringiana. Os animais afetados apresentam se clinicamente sadios, mas as perdas econômicas ocorrem devido às condenações das carcaças, por apresentarem lesões granulomatosas nos linfonodos e pelo seu potencial zoonótico. Como várias medidas de controle podem ser adotadas no campo, é necessário determinar que nível de controle é economicamente viável. Assim, a análise econômica deve ser encarada como uma ferramenta, que fornece informações adicionais para que o programa de controle seja bem estruturado. O ideal é que os custos de um programa de controle fiquem aquém dos prejuízos causados pela doença, produzindo uma relação custo-benefício que estimule a adoção das medidas preconizadas. Os prejuízos econômicos causados, pela condenação de 8 carcaças com linfadenite em matadouro frigoríficos, varia de acordo com o preço de mercado do suíno e com o custo de produção. Considerando a importância da suinocultura no Brasil, em especial na região Sudeste, assim como, o aspecto sanitário provocado pela linfadenite em suínos, consolida a presente pesquisa, para a identificação dos fatores de riscos, como medidas de prevenção, de modo a reduzir a incidência de condenação de partes ou mesmo de toda a carcaça de suínos. Este estudo foi desenvolvido em parceria com o Serviço de Inspeção Federal do Matadouro Frigorífico Mabella Ltda, situado na rodovia SC 472 S/C KM 28, Linha Santa Fé, no município de Itapiranga, estado de Santa Catarina. 9 OBJETIVO O objetivo do trabalho realizado foi fazer o levantamento, no período de janeiro a dezembro, da principal causa de condenação de carcaças suínas pós abate e seu impacto econômico na região. DESENVOLVIMENTO Para o desenvolvimento do trabalho foram relacionados os principais fatores que estão envolvidos com a doença os quais são: 3 Resultados e Discussão 3.1 região anatômica 3.2 peso de carcaça 3.3 procedência dos suínos 3.4 critério de julgamento e destino 3.5 agente etiológico Considerando que a suinocultura é uma atividade expressiva na região em estudo, foi oportuna a realização do levantamento de condenações por linfadenite no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2007, no Matadouro Frigorífico Mabella de Itapiranga, que é responsável por cerca de 44,90% do total do abate da região, compreendendo 8 municipios: Itapiranga, São João do Oeste, Tunápolis, Caibi, Mondai, São José do Cedro, Iporã do Oeste e Guarujá do Sul. Para tanto, foram preenchidas planilhas com informações mensais sobre o número total de suínos abatidos, região anatômica, peso das carcaças, a procedência, a identificação do agente etiológico por meio de exame laboratorial, a quantidade de suínos com linfadenite e critério de julgamento e destino das carcaças, dando o aproveitamento condicional, graxaria ou liberadas, conforme o julgamento pelo Serviço de Inspeção Federal ( SIF) por ocasião do abate. 10 2 LINFADENITE 2.1 DEFINIÇÃO Segundo SOBESTIANKI et alii, (2007) são enfermidades que consistem na formação de processos inflamatórios tuberculóides, principalmente, localizados em linfonodos linfáticos. Podem generalizar-se, atingindo vários órgãos, dependendo do agente etiológico. 2.2 ETIOLOGIA A doença é causada pela infecção por diferentes espécies de Mycobacterium sp. Em geral, 3,6% das micobacterioses em suínos são causadas pelo M.bovis, e 96,4% pelo M.avium. Entre os outros Mycobacterium sp capazes de causar a doença em suínos, citamse M.tuberculosis, M.intracellulare e M.scrofulaceum. 2.3. EPIDEMIOLOGIA Martins (2001) cita que a ocorrência de tuberculose em suínos está relacionada com a possibilidade de contato direto ou indireto com bovinos, pessoas e aves contaminados por micobactérias. A transmissão de micobactérias também é possível de suíno para suíno. O M.bovis pode ser transmitido a suínos por ingestão de produtos derivados de leite contaminado, fezes, ou restos de carne bovina não cozida. A freqüência com que ocorrem lesões nos linfonodos cervicais e mesentéricos de suínos indica que a infecção ocorre na maior parte dos casos por via oral (ingestão de material contaminado). N.Morês (2007) cita o solo contaminado por fezes de aves, bem como a maravalha contaminada por Mycobacterium .avium, como importantes fontes para a infecção de suínos. Pássaros selvagens também podem ser fonte de tuberculose do tipo aviário. O contato entre suínos permite a transmissão de micobactérias de animal a animal, e a eliminação ativa do MAC ocorre por meiodas fezes por um período que pode variar de 16 a 65 dias após a infecção. As micobactérias são eliminadas pelas fezes, tendo sido 11 também, demonstrada a sua presença nas amígdalas de suínos, podendo ser essa igualmente uma fonte de infecção. 2.4 PATOGENIA No local onde se fixam, no organismo dos suínos, os bacilos da tuberculose são englobados pelos macrófagos e produzem inflamação granulomatosa composta de células e líquido. O tubérculo é formado, principalmente, pela proliferação de células no local. Esses nódulos iniciais podem permanecer estacionários ou evoluir para lesões inflamatórias progressivas, cujo centro apresenta necrose com material caseoso. Metástases podem ser disseminadas em vários órgãos, especialmente quando o agente etiológico é o M.bovis. 2.5 LESÕES As lesões são geralmente limitadas aos linfonodos da cabeça e mesentéricos. Consistem em pequenos nódulos amarelados caseosos de poucos milímetros, ou podem atingir todo o linfonodo. É difícil estabelecer a diferença entre lesões causadas pelo bacilo aviário e as infecções por bacilo bovino em linfonodos linfáticos, mas algumas características podem servir como parâmetros: a) em infecções por bacilo aviário, raramente fica demonstrada a calcificação; b)não há tendência à formação de cápsula em torno das lesões; c)as lesões causadas por bacilos aviários são de difícil enucleação. Em contraste, lesões causadas por M.bovis ou M.tuberculosis, geralmente, são encapsuladas e são fáceis de separar dos tecidos adjacentes. Geralmente, em infecções por bacilos do tipo mamífero, há formação de calcificações nas lesões. No entanto, essas diferenças não podem ser tomadas como regra geral, pois existem diferentes tipos de apresentação das lesões tuberculosas em linfonodos de suínos. Lesões generalizadas de tuberculose em suínos, geralmente, são causadas pelos bacilos do tipo bovino, mas podem também ser devidas à infecções por M.avium. Podem constar de poucos focos em alguns órgãos, ou nódulos maiores, envolvendo fígado, baço, pulmões, rins e vários linfonodos. Geralmente, são observados no abate de animais adultos. Segundo o RIISPOA, Artigo 196 (1952), os critérios utilizados na inspeção de tuberculose em suínos,no frigorífico, são de modo geral os seguintes: 12 1) carcaças com lesões em um sistema (ex: linfonodos da cabeça) são destinadas ao consumo humano, após removida a parte afetada; 2) carcaças com lesões em dois sistemas (ex: linfonodos cervicais e mesentéricos) são aproveitadas mediante cozimento; 3) carcaças com lesões em mais de dois órgãos ou sistemas (ex: além das citadas mais o fígado ou o pulmões) são condenadas e não se destinam ao consumo. Em suínos com linfadenite necrótica não ocorre bacteriemia, de onde se conclui que o consumo de carne suína com esse tipo de infecção localizada não proporciona contaminação humana. 2.6 DIAGNÓSTICO O diagnóstico clínico é praticamente impossível de ser realizado, sendo necessário o exame macroscópico e histopatológico de lesões e coloração de esfregaços em lâmina para baciloscopia. É necessário estabelecer diferenças entre processos tuberculosos e lesões causadas por Rhodococcus equi, por meio do isolamento dos agentes etiológicos e tipificação no laboratório. Os suínos se infectam e desenvolvem lesões com os bacilos da tuberculose aviária e bovina. Conforme a Instrução Normativa (IN) n°19 (19/02/2002) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), os testes devem ser executados, utilizando-se tuberculinas do tipo aviário e bovina injetando nas duas orelhas, uma em cada orelha respectivamente. A dose recomendada é 0,1ml, via intradérmica, e a leitura deve ser feita em 48 horas após aplicação, com intervalo de 6 meses, em prova comparativa com tuberculina PPD bovina e PPD aviária. A leitura deverá ser feita com uso de régua milimétrica, medindo-se o diâmetro maior da reação. A interpretação do teste será dada com base no rebanho, considerando a média aritmética das reações superiores a 0,5 cm. A granja terá cumprido as condições exigidas para tuberculose se todos os animais forem negativos para PPD bovina, ou se houver reação positiva, desde que a média do diâmetro das reações à PPD bovina seja inferior à média do diâmetro das reações à PPD aviária. 13 A granja será considerada positiva para tuberculose se a média do diâmetro das reações à PPD bovina for maior que a média do diâmetro das reações à PPD aviária. Neste caso , a granja será suspensa, devendo ser aplicadas medidas de saneamento. No caso da média do diâmetro das reações à tuberculina PPD aviária ser maior que a média das reações à tuberculina PPD bovina, a granja será considerada infectada por micobactérias do complexo avium. Nesse caso, a granja não perderá a certificação e deverá ser implantado, no estabelecimento, um programa de controle. Em caso de dúvidas na interpretação das reações às tuberculinas, a granja perderá, temporariamente, a certificação até que seja concluído o diagnóstico, baseado em provas laboratoriais de identificação das micobactérias envolvidas. 2.7 CONTROLE O controle da tuberculose em rebanhos suínos, depende da eficiência dos métodos de diagnóstico empregados (tuberculinização, exame em frigorífico, exame laboratorial de lesões). O estudo epidemiológico, quando bem executado, revelará as possíveis fontes de infecção (bovinos, aves domésticas, aves silvestres, material utilizado como cama). Para controle das infecções por MAC, em suínos, não há vacina disponível, o tratamento é economicamente inviável. Na prática, o objetivo principal é reduzir a ocorrência da doença, com o menor custo possível, proporcionando maior segurança sanitária para os consumidores de carne suína. Assim sendo, foram executados estudos epidemiológicos com o objetivo de identificar os principais fatores de risco associados à ocorrência de micobacteriose suína na região Sul do Brasil, para permitir uma intervenção racional, visando ao controle. Cita-se dois casos abaixo, segundo pesquisa realizada pela EMBRAPA - Suínos e Aves (Concórdia-SC). 1) Um estudo caso-controle foi realizado em 99 sistemas de produção em ciclo completo da região Sul. Foram avaliadas mais de 200 variáveis associadas a manejo, sanidade e instalações, em 33 granjas positivas para MAC, identificadas no abate e confirmadas por bacteriologia e histologia, e, em 66 granjas, com histórico negativo de linfadenite no abate, retroativo a dois anos. Nos sistemas de produção de suínos em ciclo completo foram identificadas três fatores de risco para linfadenite granulomatosa: 14 a) Dimensão do rebanho igual ou maior de 25 matrizes: OR (Odds Ratio) = 4,2. É importante salientar que nesse fator de risco é impossível intervir, porque a tendência é contrária, ou seja, aumento dos tamanhos dos plantéis. b) Não ter piso ripado ou parcialmente ripado: OR (Odds Ratio) = 3,6. c) Má qualidade da higiene da creche por ocasião da visita, por meio de uma avaliação subjetiva feita pelo técnico, considerando a higiene dos animais, das baias, dos comedouros e do prédio: OR = 2,9. Para entender melhor o valor da OR, tomamos como exemplo o fato de a granja não ter piso ripado ou parcialmente ripado na creche, o que significou uma OR = 3,6. Isso quer dizer que granjas que não dispõe desse tipo de piso apresentam 3,6 vezes mais chances de ter a doença. Portanto, o piso ripado protege contra a doença, e isso ocorre porque impede que os suínos entrem em contato com material contaminado da baia (fezes, urina, resto de ração, poeira). Os itens "b" e "c" mostram que as condições de higiene das criações, especialmente na fase de creche, predispõe a ocorrência da linfadenite. Esse resultado é coerente com o fato de que o suíno infectado leva 3 a 4 meses para desenvolver lesões visíveis ao abate, tempo transcorrido entre a fase de creche e a idade de abate. A validação desses resultados foi realizada por meio de intervenção sobre os fatores de risco em granjas de ciclo completo, com histórico de condenações de carcaças pela doença, igual ou superior a 5%, durante seis meses antes do início do plano de controle. As ações implementadas nessas granjas foram baseadas em um programa rígido de limpeza e desinfecção, com atenção especial às fases iniciais da criação (maternidade e creche). Nos rebanhos em que as medidas de controle foram implementadas, por meio da correção desses fatores de risco, as condenações por essa doença tornaram-se insignificantes em 6 meses após o início da intervenção. É importante lembrar que uma redução significativa da freqüência da doença somente será observada quando forem abatidos os suínos criados após a intervenção, ou seja, os que foram criados na ausência dos fatores de risco. Outro trabalho de identificação de fatores de risco, em unidades de terminação, indicou que a má higiene dos comedouros e bebedouros, a água não tratada, a má conservação das instalações, o transporte de ração e animais com o mesmo caminhão, a produção de ração na propriedade, o acesso de outros animais à fabrica de ração, a estocagem de ração pronta em caixas ou sacos abertos e o manejo na produção de animais, em sistema contínuo, são fatores associados à alta prevalência de linfadenite. 15 A maioria dos fatores de risco identificados nos dois estudos estão diretamente relacionados à má qualidade da higiene nas criações, o que pode ser perfeitamente corrigido por meio de programas adequados de limpeza e desinfecção. Sabe-se que os suínos se infectam predominantemente por via oral com as micobactérias, que são eliminadas nas fezes dos suínos infectados, contaminando o ambiente. A explicação biológica para esse fato é que o excesso de matéria orgânica presente nas baias, onde os suínos são criados, protege as micobactérias presentes e favorece a sua multiplicação em quantidades suficientes para provocar a doença nos animais. A grande vantagem desse tipo de estudo é o fato de possibilitar uma intervenção racional, permitindo avançar no controle da doença com grande economia de custos. A maior desvantagem é a impossibilidade de extrapolação dos resultados de uma região para outra, devido a características peculiares de cada uma, o que justifica a elaboração de estudos em diferentes regiões produtoras. 2) Fatores de Risco, na Fase de Crescimento-Terminação, Associados à Ocorrência de Linfadenite em Suínos . Foi possível classificar as 60 UT estudadas em quatros classes, conforme a ocorrência de linfadenite EMBRAPA Suínos e Aves : LINFA1: _ 1,0% = insignificante; LINFA2: > 1,0 _ 5,0% = baixa; LINFA3: > 5,0 _ 10,0% = moderada, e LINFA4: > 10,0% = alta. Das variáveis explicativas analisadas, potenciais fatores de risco, identificaram-se nove que melhor explicaram a ocorrência de linfadenite nas granjas. Os rebanhos com maior ocorrência de linfadenite apresentaram o seguinte perfil: 1 realizam o transporte de rações e animais no mesmo caminhão; 2 produzem rações na propriedade; 3 outros animais, como cães, gatos e pássaros têm acesso à fabrica de rações; 4 estocam as rações em sacos abertos ou caixas sem tampa; 5 não tratam a água fornecida aos animais; 6 trabalham com sistema contínuo de produção, sem vazio sanitário; 7 bebedouros e/ou comedouros estavam sujos por ocasião da visita; 16 8 o estado de conservação das instalações é regular ou ruim, o que dificulta a higienização. A alta ocorrência de linfadenite, em rebanhos com esse perfil, provavelmente, devese a maior possibilidade dos suínos se contaminaram por MAC, uma vez que essa bactéria é eliminada nas fezes de suínos infectados, e a principal via de contaminação é a oral. As possíveis fontes de infecção são materiais contaminados por MAC como alimentos, cama, água, solo e fezes do próprio suíno. Portanto, a maior ocorrência de linfadenite está associada a fatores ligados à péssima qualidade da higiene dos rebanhos, do maior contato dos suínos com fezes, e à falta de medidas de biossegurança relacionadas com o alimento fornecido aos suínos. 9 nas estratégicas de controle da linfadenite em granjas infectadas, esse perfil deve ser evitado, a partir das seguinte recomendações: 1 manter os comedouros e bebedouros limpos; 2 fornecer aos animais água tratada ou potável; 3 manter as instalações em bom estado de conservação para facilitar a higienização; 4 não transportar ração ou insumos para rações com o mesmo caminhão que transporta os suínos; 5 quem faz ração na propriedade, evitar o acesso de animais à fábrica de rações, manter boa higiene e usar calçados, pás e vassouras específicos para o local; 6 estocar as rações em silos, sacos fechados, ou caixas com tampa; 7 trabalhar com sistema de produção em lotes com vazio sanitário. É importante salientar que muitos suínos, que apresentam lesões de linfadenite no abate, podem ter sido infectados precocemente nas fases de maternidade e creche. Este estudo avaliou apenas unidades de terminação, mas em outro trabalho, envolvendo criações em ciclo completo, os fatores de riscos identificados, também estavam relacionados às questões higiênicas, principalmente, na fase de creche. Portanto, nas estratégias de controle da infecção por MAC, é muito importante prever ações nas granjas produtoras de leitões, baseadas em medidas para evitar a contaminação dos suínos por via oral e pelo uso de desinfetantes com ação microbicida sobre o MAC, como, o hipoclorito de sódio e derivados fenólicos. O hipoclorito de sódio apresenta o inconveniente de ser corrosivo, quando usado em instalações com ferro e de ser volátil, portanto, uma vez preparada a solução deve ser usada imediatamente. No comércio, o hipoclorito de sódio pode ser encontrado em duas 17 concentrações básicas: o concentrado com 10 a 12% de cloro ativo deve ser usado na diluição de 1:100 nas desinfecções das instalações e a água sanitária com 2 a 2,5% de cloro ativo deve ser usado na diluição de 1:20 nas desinfecções das instalações. Quanto aos derivados fenólicos, testou-se em laboratório, com bons resultados frente ao MAC, um composto com a seguinte composição: 12% de orto-fenilfenol 99%; 10% de orto-benzil paraclorofenol 10%; 4% de para-terciário amilfenol 98,5% e 74% de veículo qsp. Produtos com essa composição devem ser usados na diluição de 1:256 nas desinfecções das instalações. Nesse aspecto, atenção especial deve ser dada à lotação, fornecendo espaço tecnicamente recomendado para cada fase de produção; os comedouros e bebedouros devem ser de boa qualidade para evitar a contaminação da ração e água, respectivamente com fezes dos próprios suínos; evitar o fornecimento de ração no chão (no piso) para porcas e leitoas do plantel. 18 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 REGIÃO ANATÔMICA A presente pesquisa teve como base os critérios de levantamentos de dados no Matadouro Frigorífico Mabella, consistindo em suas análises; configurando ainda, sua importância sócio-econômica, com reflexo direto para a agroindústria, como também, para as demais etapas da cadeia e para toda a cadeia alimentar. A Quantidade de lesões encontradas na inspeção pós morte foi num total de 14.164 de um total de 123.180 animais abatidos no Matadouro Frigorífico Mabella, dos 8 municípios considerados no trabalho, resultando numa média de 11,49%, realizado no ano de 2007. Conforme tabela a seguir não houve variação significativa na média de achados de lesão nos municípios de maior volume de abate (Itapiranga e São João do Oeste), que representam 72,42% do total de animais abatidos. Observando o que mostra a tabela, podemos salientar uma média bastante alta de achados de lesões por linfadenite, no município de Caibí, que foi de 22,01%. Devido ao fato de que a maior parte dos animais abatidos, procedentes dessa região virem de uma propriedade com problemas de manejo higiênico e sanitário (ciclo completo). 19 Quadro 1 Distribuição de achados de linfadenite distribuídos por: municípios, total de animais abatidos, número de animais com a lesão, região anatômica, percentual encontrado durante o período de JANEIRO a DEZEMBRO 2007 MUNICIPIO TOTAL DE ABATIDOS ANIMAIS COM LESÃO REGIÃO ANATÔMICA Itapiranga 55.252 6.162 Mesentérico 5.408 Cefálico 383 Mediastínico 184 Carcaça 89 Mesen+cefálico 84 Mesen/cef/ méd 14 Nº DE PROP. E PERCENTUAL LINFONODOS 198 87,76 % 6,22% 2,99% 1,45% 1,36 % 0,22 % 33.517 3.694 Mesentérico 3.267 155 São João Oeste Do Cefálico 228 Mediastínico 72 Carcaça 61 Mesen+Cef 48 Mesen/cef/méd 18 88,44% 6,17 % 1,95 % 1,65 % 1,30% 0,49% Tunápolis 21.217 1.778 Mesentérico 1529 Cefálico 107 Mediastínico 61 Carcaça 39 Mesen+cef. 35 Mesen/cef/méd 7 89 85,99 % 6,02% 3,43 % 2,20 % 1,97% 0,39 % Caibi 10.362 2.281 Mesentérico 2.067 Cefálico 113 Merdiastínico 33 Carcaça 48 Mesen.+cef. 16 Mesen/cef/méd 4 47 90,62 % 4,95 % 1,45 % 2,11% 0,70 % 0,17 % Mondai 1657 161 Mesentérico 119 Cefálico 4 Merdiastínico 4 Carcaça 31 Mesen+cef. 3 16 73,91% 2,48% 2,48% 19,26% 1,87% Guarujá do Sul 28 2 Mediastínico Méd +cef. 4 50,00% 50,00% São José do Cedro 232 16 Mesentérico 10 Mediastínico 3 Mesen/cef/méd 1 Carcaça 1 Mesen+cef 1 16 62,50% 18,75% 6,25% 6,25% 6,25% Iporã do Oeste 915 84 Mesentérico Cefálico Mediastínico Carcaça Mesen+cef Mesen/cef/méd 24 1 1 70 4 6 1 2 1 83,34% 4,76% 7,14% 1,19% 2,38% 1,19% 20 Figura 1 Intestinos de Suínos: Lesão de linfadenite nos linfonodos mesentéricos Figura 2 Pulmões de Suínos: Lesão de Linfadenite no linfonodo dos pulmões 21 Conforme levantamanto realizado no ano de 2007, referente à quantidade de linfonodos com lesão de linfadenite encontrados por região anatômica, podemos distribuir da seguinte maneira: Mesentérico com um índice de 88,02%, Cefálico 5,90%, mediatísnico 2,56% carcaça 1,90%; mesen.+cef. 1,31%, mesen.+cef.+méd. 0,31%. Em comparação ao trabalho desenvolvido por Mores (2006) Embrapa Suínos e Aves, em 2006, ocorreu uma pequena variação de 1, 28%, sendo que os linfododos de maior incidência (mesentérico e cefálico) da doença teve o mesmo resultado com relação aos achados de lesões, conforme a região anatômica, sendo um dos motivos que o trabalho foi realizado numa região mais restrita de um estado ou seja extremo oeste de Santa Catarina, sendo que a nossa amostra analisada foi maior, abrangendo 8 município e em um Frigorífico. 3.2 PESO DE CARCAÇAS Para o levantamento do peso das carcaças e a sua distribuição de freqüência, dentro de cada lote com a ocorrência da linfadenite, conseguimos analisar no período de abate, em 1.403 carcaças anotadas pelo serviço de inspeção, a confirmação de linfadenite. A bibliografia consultada não faz nenhuma referência em fase ou peso de carcaças da maior ocorrência das linfadenites. Observamos em nossa pesquisa, que o abate de matrizes correspondia a animais bem mais pesados, porém é mínima a incidência da linfadenite, provavelmente por estarem em estado anérgico, mas podem ser portadoras do agente e serem transmissoras. Na metodologia implementada, foram realizados levantamento dos pesos das carcaças com incidência de linfadenite com o percentual de cada lote diário e, a sua distribuição de freqüência de peso nesses lotes analisados foi de 5/5kg. Acompanhamos o levantamento no período de 23/11/07 a 21/12/07, totalizando 54 lotes abatidos no frigorífico com linfadenite neste período; ocorrendo uma maior incidência, ou seja, maior percentual de linfadenite na faixa de peso de 80 kg a 84 kg com 20,1% da ocorrência dos casos, tendo o percentual repetido com valores iguais em 15 lotes com idêntica percentagem. Mesmo que um grande número de carcaças, na faixa de 80 a 84 kg, foi desviada para o departamento de inspeção final, onde muitas tiveram aproveitamento condicional, 22 não chegando a trazer problemas econômicos com relação à utilização dessa matéria prima para a empresa, considerando que em certas épocas do ano, além da utilização dos recortes obtidos na desossa, as carcaças de aproveitamento condicional (produtos cozidos) são insuficientes para atender a demanda do mercado de industrializados. Durante o abate, a ocorrência de linfadenite acarreta transtornos, como: desvio ao Departamento de Inspeção Final (DIF), a demora no fluxo da toalete, e maior custo operacional na linha da indústria. Figura 3 Inspeção post mortem: Exame das meias carcaças de suínos na sala de matança. 23 Gráfico 1 AVALIAÇÃO DO PESO DAS CARCAÇAS NO PERÍODO DE 23 DE NOVEMBRO A 21 DE DEZEMBRO DE 2007 FAIXA DE MAIOR OCORRÊNCIA DE LINFADENITE Peso TOTAL DE CARCAÇAS AVALIADAS: 1.403 24 3.3 PROCEDÊNCIA DOS SUÍNOS Figura 4 Rampa de Desembarque: Chegada dos suínos no Matadouro Frigorífico. Quadro 1 Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período janeiro de 2007 Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis Número de propriedades 19 13 08 Suínos abatidos 5154 2668 1879 Casos de linfadenite 580 343 174 Aproveitamento condicional 41 08 15 Graxaria Quadro 2. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período fevereiro de 2007 Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis Mondaí Número de propriedades 07 12 05 01 Suínos abatidos 3609 3065 1367 154 Casos de linfadenite 279 278 80 02 Aproveitamento Graxaria condicional 13 04 01 03 01 25 Quadro 3. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período março de 2007 Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis Mondaí São José do Cedro Iporã do Oeste Caibi Número de propriedades 12 13 07 01 03 02 01 Suínos abatidos 3668 3825 1933 89 33 30 380 Casos de linfadenite 283 264 120 09 01 01 107 Aproveitamento Graxaria condicional 09 14 01 04 01 Quadro 4. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período abril de 2007 Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis São José do Cedro Iporã do Oeste Caibí Número de propriedades 16 08 10 02 02 01 Suínos abatidos 3776 1129 2604 29 30 836 Casos de Aproveitamento Graxaria linfadenite condicional 542 12 02 154 07 322 05 01 01 04 285 02 Quadro 5. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período maio de 2007 Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis São José do Cedro Iporã do Oeste Número de propriedades 24 12 02 01 02 Suínos abatidos 6943 2697 717 15 28 Casos de Aproveitamento linfadenite condicional 615 25 185 13 43 03 01 01 24 Graxaria 05 01 01 Quadro 6. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período junho de 2007 Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis São José do Cedro Iporã do Oeste Número de propriedades 12 10 11 02 02 Suínos abatidos 3784 2496 2725 29 29 Casos de linfadenite 434 204 271 03 01 Aproveitamento Graxaria condicional 11 10 02 14 04 26 Quadro 7. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período julho de 2007 Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis São José do Cedro Iporã do Oeste Mondaí Número de propriedades 12 11 07 02 02 01 Suínos abatidos 4848 2928 1174 29 30 155 Casos de linfadenite 538 452 103 02 01 19 Aproveitamento Graxaria condicional 11 07 02 01 Quadro 8. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período agosto de 2007. Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis São José do Cedro Iporã do Oeste Caibí Número de propriedades 12 12 07 02 01 01 Suínos abatidos 3339 2470 1814 15 20 449 Casos de linfadenite 377 337 185 01 03 94 Aproveitamento Graxaria condicional 09 01 04 02 Quadro 9, Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período setembro de 2007. Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis São José do Cedro Iporã do Oeste Caibí Mondaí Guarujá do Sul Número de propriedades 25 16 01 01 02 15 01 01 Suínos abatidos 5852 2567 180 07 30 2273 104 06 Casos de linfadenite 860 377 34 01 Aproveitamento Graxaria condicional 06 02 08 01 597 17 03 01 27 Quadro 10. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período outubro de 2007. Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis Iporã do Oeste Caibí Mondaí Número de propriedades 20 22 09 02 14 03 Suínos abatidos 5234 4495 2332 11 3177 420 Casos de linfadenite 593 660 189 01 815 23 Aproveitamento Graxaria condicional 19 01 19 01 10 12 02 01 Quadro 11. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período novembro de 2007. Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis Iporã do Oeste Caibí Mondaí São José do Cedro Guarujá do Sul Número de propriedades 15 16 11 02 09 06 02 02 Suínos abatidos 4172 3048 2439 15 1902 630 11 15 Casos de linfadenite 400 382 180 01 238 46 01 03 Aproveitamento condicional 14 03 10 Graxaria 07 01 01 01 03 03 Quadro 12. Procedência dos suínos, número de propriedades, número de suínos abatidos, linfadenite, critério de julgamento e destino, período dezembro de 2007. Município Itapiranga São João do Oeste Tunápolis Iporã do Oeste Caibí Mondaí São José do Cedro Guarujá do Sul Número de propriedades 24 10 11 07 06 03 01 01 Suínos abatidos 5356 1779 2267 500 1119 209 07 07 Casos de linfadenite 505 164 172 61 114 21 Aproveitamento condicional 07 02 02 03 03 Graxaria 03 01 01 28 SÃO JOÃO DO OESTE Foram abatidos, no ano de 2007, 33.167 suínos no frigorífico Mabella, com uma média mensal de 2.763 suínos. Sendo que foram destinadas para o DIF durante esse ano 3.800 carcaças, dando um percentual de 11,45% dos casos de linfadenite referente ao total do município no ano. A média mensal de suínos destinados ao DIF é de 316 animais, desses 8 suínos foram para aproveitamento condicional no mês, 7 para a graxaria, e 99 suínos para aproveitamento condicional no ano. O total de 3.694 carcaças foram liberadas para o mercado interno, sendo que 2,6% no aproveitamento condicional, acarretando transtorno na oferta e renda econômica. ITAPIRANGA Foram abatidos no ano de 2007, nesse município, 55.252 suínos no frigorífico Mabella, com uma média mensal de 4,066 suínos. Sendo que foram destinados do DIF durante esse período 6.006 carcaças, dando um percentual de 12,30% dos casos de linfadenite referente ao total do município no ano. Média de 500 suínos destinados para o DIF ao mês. O total do rebanho desse município é de 157.818 suínos, dados do mês de dezembro de 2007, dos quais 30,91% foram abatidos no Mabella. TUNÁPOLIS Foram abatidos 21.431 suínos no ano de 2007, correspondem a 17,41%, do total, com uma média mensal de 1785 suínos, sendo esse município localizado próximo ao frigorífico com uma distância de 40 km. Também teve uma prevalência de 8,29% de casos de linfadenite, com aproveitamento condicional 71 carcaças, sendo 0,33% do abate total, e 0,04% destinados para a graxaria; CAIBI Os suínos com procedência desse município, distante 60 km do frigorífico, foi de 10.136 animais, representando 8,23% do volume de abate do ano de 2007. O município teve um diferencial no número de casos elevados em comparação com os demais municípios, em torno de 22,19% de linfadenite, mas apenas 0,27% para aproveitamento condicional e 0,039% para graxaria. Isso se deve também à predominância na maior quantidade de suínos fornecidos somente por um produtor, que permanece com uma granja 29 de suínos com ciclo completo, não mais utilizado pelos demais criadores nos dias de hoje, nas integrações. MONDAÍ A quantidade de suínos oriundos desse município foi de 1657 animais, representando 1,34% do total do ano de 2007, com 8,26% de prevalência de linfadenite e 0,18% para aproveitamento condicional. Sendo uma incidência semelhante aos demais municípios, estando a uma distância de 50km do frigorífico. IPORÃ DO OESTE, GUARUJÁ DO SUL E SÃO JOSÉ DO CEDRO Os suínos originados desses municípios são 926 animais, com 0,75% do volume total de abate no ano sendo pouco significativo; em função de serem somente animais de descarte (matrizes), mas com 11,98% de ocorrência de linfadenite e 0,53% de aproveitamento condicional (cozido), 0,10% destinado à graxaria. O município de Iporã do Oeste está distante 30km, e os municípios de Guarujá do Sul e São José do Cedro em torno de 90km do mesmo frigorífico. Quadro 13. Abate de suínos mensal, número de casos de linfadenite, critério de julgamento e destino de suínos provenientes dos municípios estudados,incluindo também alguns animais oriundos do Estado do Rio Grande do Sul, abatidos no Matadouro Frigorífico, no período de janeiro a dezembro de 2007. ANO MÊS ABATE 2007 JANEIRO 9742 2007 FEVEREIRO 8254 2007 MARÇO 10219 2007 ABRIL 8404 2007 MAIO 10400 2007 JUNHO 9063 2007 JULHO 9164 2007 AGOSTO 8107 2007 SETEMBRO 11019 2007 OUTUBRO 17696 2007 NOVEMBRO 12771 2007 DEZEMBRO 13186 CASOS LIBERADOS CONDENADOS % CASOS % CONDENADOS 1098 655 813 1306 847 918 1115 997 1887 2564 1336 1145 1036 629 784 1279 797 877 1094 979 1864 2489 1295 1123 62 26 29 27 50 41 21 18 23 75 48 30 5,6466 3,9695 3,5670 2,0674 5,9032 4,4662 1,8834 1,8054 1,2189 2,9251 3,5928 2,6201 11,2708 7,9355 7,9558 15,5402 8,1442 10,1291 12,1672 12,2980 17,1250 14,4892 10,4612 8,6835 30 3.4 CRITÉRIO DE JULGAMENTO E DESTINO O critério de julgamento e destino utilizado no matadouro frigorífico sob inspeção federal, seguiu o mesmo padrão do critério estabelecido pelo REGULAMENTO DE INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DOS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL (RIISPOA) e Portaria nº 711, 01/11/95. A inspeção de linfonodos de órgãos e carcaças é iniciada pelo exame da região da cabeça e papada, no caso do auxiliar encontrar lesão, a mesma será identificada com uma chapinha de cor azul. Posteriormente, na mesa de inspeção, são examinadas as vísceras vermelhas e brancas, sendo primeiro examinados os intestinos (linfonodos mesentéricos), a seguir, os pulmões (linfonodos mediastínicos) e, na seqüência, os demais órgãos e no caso de alguma anormalidade é colocada uma chapa de metal numerada coincidindo com a chapa das meias carcaças. As carcaças são examinadas na linha, sendo também realizada a identificação das demais peças, incluindo as meias carcaças para o desvio junto ao Departamento de Inspeção Final, submetendo-as a novos exames pelo Médico Veterinário. Figura 5. Meias carcaças de suínos: Exame no Departamento de Inspeção Final realizada pelo Médico Veterinário. 31 No Departamento de Inspeção Final foram utilizados três destinos: 1º) Liberada para mercado interno - quando após inspecionada for constatada a ocorrência de lesão em apenas um sítio ou 1 órgão (ex: intestinos ), essa carcaça é carimbada NE (não exportável) e liberada para a linha onde são agrupadas numa mesma câmara. 2º) Aproveitamento condicional – industrialização (cozidos) – quando após inspeção for constatada a ocorrência de lesões em 2 sítios ou 2 órgãos (ex.: na região da cabeça e intestino). Essas carcaças, após coureadas são enviadas para a câmara de seqüestro, onde permanecem até atingir a temperatura interna do pernil de 5 Cº para serem desossadas, embalada rotuladas como matéria prima para embutidos cozidos. 3º) Graxaria – quando após inspecionada for constatada a ocorrência de lesões em 3 sítios ou 3 orgãos, ( ex.: linfonodos dos intestinos, cabeça, pulmões e alguns casos carcaça). Como norma geral sempre as vísceras vermelhas e brancas são destinadas para a graxaria, independente da extensão da lesão de linfadenite encontrada. Todas as carcaças desviadas para o DIF, por motivo de algumas anomalia, quando estas forem liberadas, são todas identificadas por meio de carimbo NE (não exportável). Conforme a Portaria n° 711, do MAPA, página 82 letra R. 3.5 AGENTE ETIOLÓGICO Como o diagnóstico clínico é praticamente impossível de ser realizado, sendo necessário o exames histopatológico de lesões assim como o isolamento dos agentes etiológicos das ocorrências de linfadenite, servindo como respaldo para os critérios de destino realizados no DIF. Durante o período de levantamentos de dados, com relação a ocorrência de linfadenite em carcaças, foram coletadas amostras de várias regiões anatômicas das carcaças e órgãos, sendo linfonodos com lesões granulomatosa, lesões semi-calcificadas e totalmente calcificadas, utilizando como meio de conserva o formol a 10%. Considerando o município de Itapiranga e São João do Oeste/SC entre os 8 municípios em estudo, que tiveram o maior número de suínos abatidos. 32 Nesse período de levantamento, foram enviadas amostras no dia 30/11/07 de um lote de 404 animais abatidos, mossa 666 de uma propriedade do município de São João Do Oeste/SC, que teve índice de 7,8% de casos de linfadenite. No dia 04/12/07, foi enviado um lote de 229 animais abatidos, mossa 777 e, também, no dia 05/12/07, de um lote de 300 animais abatidos, mossa 999, ambos de propriedades de Itapiranga/SC, que tiveram um índice 8,2% de casos de linfadenite. Figura 6. Tecido Pulmonar com Linfonodos com lesões macroscópicas de linfandenite: Parte de traquéia, apresentando lesões de linfandenite, que se caracterizavam por formações granulomatosas, de características consistentes e coloração amarelada. Todas essas amostras citadas foram enviadas ao Laboratório da CEDISA ( Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal) em Concórdia/SC, onde foi realizada a identificação do agente pelo exame de imunoistoquímica para Mycobacterium do complexo avium: tiveram reações fortemente positivas, reações positivas e reações pouco positivas. Convém salientar que as amostras da propriedade do município de São João do Oeste, mossa 666 e as amostras do município Itapiranga, mossa 777, os linfonodos apresentavam lesões granulomatosa multicêntricas com calcificação central (mineralização), apresentaram resultados com reações fortemente positiva e reações positivas. 33 Na terceira amostra analisada, sendo de um lote de 300 animais, de uma propriedade do município de Itapiranga, mossa 999 teve como resultado uma reação pouco positiva, mostrando lesões sem calcificação central, provavelmente por ser uma lesão ainda recente. No entanto, em suínos existem diferentes tipos de apresentação das lesões tuberculosa em linfonodos, essas diferenças não podem ser tomadas como regra geral referente à presença ou não de calcificação. Figura 7. Tecido adiposo (banha rama) da cavidade abdominal - Linfadenite generalizada, tamanho variado. Outras cinco amostras de diferentes regiões anatômicas foram enviadas no dia 18/09/2007 para exame histopatológico para o Laboratório TECSA de Chapecó/SC. Nesse caso, foram enviadas amostras de suínos de uma propriedade de Caibi/SC devido a alta incidência de linfadenite dos lotes abatidos em 2007 com um índice em torno de 22%, que, inclusive, levou a mobilização de todo o corpo técnico dessa granja (ciclo completo), para que fossem tomadas medidas sanitária de controle e redução dos índices. A maioria das lesões foi encontrada nos linfonodos do mesentérico do tipo granulomatosa, nesse caso, indica que a infecção ocorre na maior parte dos casos via oral – ingestão de material contaminado. As análises das amostras apresentaram grande quantidade de células 34 linfocitária, observadas nas lesões e nenhum relato de calcificação. Tendo sido concluído por meio do exame como Linfadenite Congestiva Discreta. 35 4 CONCLUSÃO Conforme dados levantados, no ano de 2007, no Frigorífico Mabella, quanto à condenação de carcaças pela ocorrência de linfadenite, considerando os animais abatidos oriundos do sistema de fomento da Empresa Mabella e da Cooper A1, onde a atividade de suinocultura desenvolve-se praticamente na sua totalidade por fases sendo que a 1ª fase iniciação, 2ª fase crechário e 3ª fase terminação. Como os suínos levam em torno de 3 meses para a completa terminação, quando são levados para o abate; pode ter ocorrido no decorrer deste tempo o contato com o agente infeccioso que em condições de baixa imunidade pode desenvolver, sendo por vezes detectadas somente na sala de matança por meio das lesões macroscópicas. Provavelmente, a maior contaminação deve ocorrer principalmente na fase de crechário, pelo contingente de animais de várias propriedades, assim como, podem ser recebidos animais contaminados, o que facilita a disseminação, principalmente, levandose em consideração a presença de animais jovens com maior sensibilidade para a ação do agente infeccioso. Em relação aos achados das lesões e sua distribuição em relação às regiões anatômicas nos órgãos e carcaças, observamos que os percentuais encontrados eram coincidentes com a literatura consultada. Sendo constatado que, na maior parte das ocorrências com duas (2) lesões simultaneamente, foram identificadas, predominantemente, na região da cabeça e nos linfonodos mesentéricos. Pela análise laboratorial foi detectado reações positivas na imunohistoquímica para Mycobacterium do Complexo avium em linfonodos, com lesões granulomatosas das diversas regiões anatômicas coletados. No levantamento de peso das carcaças, primeiramente, a hipótese formulada era que carcaças mais pesadas e, animais de mais idade seriam as de mais incidência de linfadenite, no entanto, configuramos na pesquisa realizada, que as carcaças na faixa de 80 a 84 kg tiveram o maior índice de condenação. 36 Quanto à procedência, não ficou evidenciado que o número de propriedades tenha alterado o índice encontrado, quando o abate era menor com menos propriedade e quantidade de suínos, que gira em torno de 10 a 12% com exceção da localidade do município de Caibi com índice próximo a 20% de casos de linfadenite. Essa propriedade apresenta um diferencial aqui na região por ser uma das poucas propriedades a desenvolver essa atividade no sistema de ciclo completo, dificultando o controle dessa enfermidade, sendo que ficou evidenciado, na inspeção das carcaças e órgãos, que a maioria das lesões se restringiu a apenas um órgão ou um sítio (intestino – mesentéricos), em torno de 91% dos casos, critérios de destinos praticados conforme o RIISPOA. Dados do Serviço de Inspeção Federal (SIF), na região sul do Brasil, relatam que a prevalência de lesões de linfadenite granulomatosa nos suínos abatidos varia entre 0,2 a 0,5% de acordo com relato de Mores (1999). Já, os dados do extremo oeste de Santa Catarina tiveram uma prevalência semelhante, que ficou com uma variação entre 0,2 a 0,63%, acima da região sul do país. O trabalho realizado, no Matadouro Frigorífico Mabella, apresentou um percentual superior nos achados de linfadenite aos dados encontrados por Mores (janeiro de 1997 a dezembro de 1999), possivelmente devido a maior quantidade de carcaças analisadas, sendo que a região do extremo oeste de Santa Catarina apresenta uma grande concentração de suínos e aves. Em conseqüência, um maior trânsito de animais, aumentando o risco, este levantamento foi realizado em um único estabelecimento de abate, ao passo que o autor realizou na região sul do Brasil e em 9 estabelecimentos frigorificos com SIF. Comparado aos dados de Mores, nossos achados demostram uma evolução da enfermidade, representado pelo aumento percentual na recente pesquisa. 37 4.1 RECOMENDAÇÕES Implementar, no País, um sistema de informações unificado, que possibilite a obtenção de dados sobre o abate, condenações e destinos das carcaças e realização de estudos econômicos de órgãos e carcaças acometidas pela linfadenite. Usar o teste de tuberculinização, pareada com PPD, aviária e bovina, para diferenciar rebanhos suínos infectados com MAC daqueles com M. bovis. Em granjas infectadas, implementar programas permanentes de controle da linfadenite, causada por micobactérias do Complexo Mycobacterium avium, baseados em medidas higiênico-sanitárias, na identificação e correção do fatores de risco: a) utilizando desinfetantes com boa ação microbicida sobre as micobactérias como derivados fenólicos e hipoclorito de sódio; b) realizar limpeza e desinfeção dos reservatórios de água, com hipoclorito de sódio, pelo menos a cada 6 meses; c) realizar um exame detalhado da granja com o objetivo de identificar tudo o que pode ser feito no sentido de reduzir o máximo possível a ingestão de alimento ou água contaminada com a matéria orgânica, presente nas baias – fezes, urina, restos de ração, etc. (sujeiras); d) evitar que outros animais domésticos ou silvestres, principalmente as aves, tenham acesso à fábrica de ração, aos depósitos de ração e maravalha e às instalações dos suínos; e) granjas de suínos, que serão implantadas ou reformadas, devem dar preferência à colocação de pisos parcial ou totalmente ripados nas fases de creche e de crescimento para reduzir o contato dos leitões com a matéria orgânica presente nas baias, como fezes, urina, restos de ração. Como medida de precaução recomenda-se tomar cuidado na compra de suínos, e só introduzir aqueles provenientes de granjas, onde as condições sanitárias sejam satisfeitas, principalmente, nos rebanhos onde a doença nunca tenha sido constatada. Caso as informações de ocorrência da doença no rebanho de origem não sejam disponíveis, sugerese realizar a quarentena dos animais e testá-los com a PPD bovina e aviária antes de introduzi-los no rebanho. 38 Reavaliar o destino dado às carcaças acometidas por linfadenite granulomatosa, considerando a localização das lesões em relação aos sistemas atingidos, e o conhecimento existente para a interpretação da severidade da infecção. 39 5 REFERÊNCIAS AMARAL, A.L. Do; MORES, N.; BARIONI Júnior, W.. Fatores de risco, na fase de crescimento-terminação, associados a ocorrência de linfadenite em suínos. Pesquisa Veterinária Brasileira . 2004 AMARAL, A.L.; MORÉS, N.; VENTURA, L.V. Ocorrência de linfadenite por Mycobacterium avium em suínos criados em cama de maravalha sobreposta. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DE SUINOCULTURA, 1, 2002, Foz do Iguaçu, Pr. Anais. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2002. p. 57-58. BRASIL. REGULAMENTO DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL – RIISPOA. – Decreto nº 30.691 de 29 de março de 1952, alterado pelos Decreto nº 1.255 de 25 de junho de 1962, Rio de Janeiro, 1952. ______, Ministerio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Portaria N º 711 de 01.11.95 – DOU Nº 211, DE 03.11.95 – Normas Técnicas das Instalações e Equipamentos para Abate e Industrialização de Suínos. EMBRAPA. AVES E SUÍNOS. Comunicado Técnico. 297, Concórdia. SC, 2002, p. 4. LEÃO, S.C.; BRIONES, M.; SIRCILLI, M.P.; BALIAN, S.C.; MORÉS, N.; FERREIRA NETO, J.S. Identification of two novel Mycobacterium avium alleic variants by PCRrestriction enzyme analysis (PRA) in pig and human isolates from Brazil. Journal Clinical. Microbiology. V.37. 1999, p.2592-7. MARTINS, L.S. Epidemiologia e controle das micobacterioses em suínos no sul do Brasil: estimativa do impacto econômico e estudo da sazonalidade. São Paulo. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, 2001. 51p. MERKAL, R. S.; CRAWFORD, J. A.; WHIPPLE, D. L. Heat inativation of Mycobacterium avium Mycobacterium intracellulare Complex organism in meat products. Applied Embrapa Suínos e Aves.. Embrapa Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 302. 2002, p.9. MORÉS, N.; DUTRA, V.; SILVA, V.S. Linfadenite granulomatosa em suínos da região sul do Brasil: principais linfonodos afetados, destino das carcaças e agentes envolvidos. Disponível www.cnpsa.embrapa.br, acesso em 19 jan 2008. SOBESTIANKI, J; BARCELLOS, D; MORAES, N; OLIVEIRA, S.J e CARVALHO, L. Patologia e Clínica suína. 1ª edição. 1993, Concórdia/SC. SOBESTIANKI, J; BARCELLOS, D. Patologia Suína: Doenças dos Suínos. Cânone Editorial, p. 142-157, Goiânia, 2007. 40 PORTARIA N º 711 DE 01.11.95 – DOU Nº 211, DE 03.11.95 – NORMAS TÉCNICAS DAS INSTALAÇÔES E EQUIPAMENTOS PARA ABATE E INDUSTRIALIZAÇÃO DE SUÍNOS. 41 6 ANEXOS