CADEIRA 59 SECÇÃO DE MEDICINA – PATRONO: GENTIL LUIZ JOÃO FEIJÓ O Professor Luiz Feijó, como era habitualmente tratado, foi Catedrático das 3 maiores Universidades do pais; Universidade Federal do Rio de Janeiro, da qual foi Diretor, Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Universidade Federal Fluminense. Alguns detalhes da vida do ilustre professor foram transcritos do discurso de posse como titular da cadeira nº 31, do Professor Dany David Kruczan. “O Patrono da cadeira 59 da Secção de Clínica é o Professor Gentil Luiz João Feijó. Sua biografia me impressionou sobremaneira, justificando plenamente que tivesse seu nome lembrado como um dos patronos deste sodalício. Primeiro, por existirem aspectos históricos particularmente interessantes, assim como, pela identificação que tive com muitos aspectos de sua forma de pensar. A história do Professor Feijó inicia-se com seu avô Professor Luiz da Cunha Feijó que era médico da Princesa Isabel. O Professor Luiz da Cunha Feijó era Professor da Cadeira de Partos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Formou-se em 1839. Foi lente de partos por vinte anos, médico da Casa Imperial, Diretor da Faculdade de Medicina, Conselheiro, Barão e Visconde de Santa Isabel. Foi dignitário de muitas Ordens honoríficas e segundo o Professor Fernando Magalhães viveu uma vida feliz e honrosa e foi o mais reputado parteiro de seu tempo. 4 O Professor Luiz da Cunha Feijó teve dois filhos. Um deles foi o Professor Luiz da Cunha Feijó Filho que viria a se tornar obstetra como o pai tendo sido diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Chefe da Maternidade da Santa Casa, Membro Honorário da Academia Imperial de Medicina e Cavaleiro da Ordem da Rosa. O Professor Fernando Magalhães descreve o Professor Luiz da Cunha Feijó Filho como prático, exato e inigualável no diagnóstico obstétrico, perfeito e seguro na sua habilidade na utilização do fórceps. O outro filho do Professor Luiz da Cunha Feijó foi um Professor de Francês cujo nome era Professor Gentil Feijó, casado com a Dona Flavi Anatalie Marie Amelie de Coslades. Deste casamento nasceram seis filhos dos quais o mais novo foi o Professor Gentil Luiz João Feijó, patrono da cadeira que ocuparei. O Professor Gentil Luiz João Feijó nasceu no Rio de Janeiro em 1909 e se formou em Medicina em 1933 pela Escola de Medicina da Praia Vermelha. Em 1944 desenvolveu uma tese para concurso e Clínica Propedêutica Médica da Faculdade Fluminense de Medicina. O seu estudo foi intitulado Derivações precordiais, estudo clínico propedêutico. Foram colaboradores desse trabalho os Doutores Hugo Alqueires, Aníbal Nogueira Júnior, Francisco Laranja, Nelson Botelho Reis, Professor Olimpio da Fonseca, Armando Puig, Teresa Velasco Kopp e o acadêmico de Medicina Ivar Madureira. Nessa mesma época era docente livre da Faculdade Fluminense de Medicina e da Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Em 1946 desenvolveu tese cujo tema era Gradiente Ventricular Humano – Estudo Clinico Propedêutico. Tal estudo foi utilizado para concurso de Professor catedrático da Cadeira de Clinica Propedêutica Médica da Faculdade Nacional de Medicina. Nessa ocasião colaboraram com o autor os doutores Francisco Laranja, Nelson Botelho Reis, Hugo Alqueires, Waldemar Deccache, Roberto Menezes de Oliveira, Armando Puig, Ivar Madureira e Professor Miguel Calmon. Em 1952, o professor Gentil Luiz João Feijó prestou concurso para Professor Catedrático da Terceira Cadeira de Clínica Médica da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil com o estudo intitulado “Determinação do volume sanguíneo pelo método Azul de Evans e sua aplicação na clínica”.Colaboraram com esse trabalho o Professor Fernando Paulino, Doutor Domingos Junqueira de Moraes, os Professores Oswaldo de Oliveira, Alfredo Monteiro, Mariano de Andrade, Doutor Murilo de Araujo, João Batista de Andrade, Armando Puig, Marina Cidade, Algy de Medeiros, Luis de Moura Castro, Professor Horácio Cintra de Macedo, Jaime Landman e Ivar Madureira. O Professor Gentil Luiz João Feijó foi Professor Titular de três Universidades: Universidade Federal do Rio de Janeiro na Cadeira de Clínica Médica, Universidade Federal Fluminense na Cadeira Semiologia e Propedêutica e Universidade Estadual do Rio de Janeiro na Cadeira de Clínica Médica. Foi Chefe de Departamento, Vice Diretor e Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro por concurso público de provas e títulos. Teve uma passagem muito produtiva e fecunda no magistério, estudioso atualizado, elevada qualidade didática, médico da Polícia Militar, Catedrático Interino de Clínica Propedêutica Médica na Faculdade Fluminense de Medicina, Docente livre da Faculdade Fluminense de Medicina e na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Foi Cardiologista Chefe do Instituto dos Industriários. Em entrevista concedida pelo Professor Gentil Luiz João Feijó em 1986 ele foi inquirido em relação ao aparecimento das especialidades Médicas e o Professor respondeu ser indubitável que o aparecimento das diversas especialidades propiciou o desenvolvimento mais rápido dos conhecimentos médicos e, conseqüentemente, maior eficiência no atendimento dos enfermos.Salientou porém, que sem preparo básico, prévio de Medicina Geral as especialidades possibilitam equívocos por vezes irreparáveis. Reitera o Professor que a especialização sem a indispensável base de Medicina Geral gera profissionais mais nocivos do que úteis ao paciente. O médico internista ou generalista é a figura mais importante da Medicina Hodierna. Em relação ao ensino da Medicina o Professor defendia sete pontos básicos: professores em tempo integral e/ou com dedicação exclusiva; salários condignos; limitação adequada do alunato; Universidades com verbas suficientes e livres de injunções político partidárias e ideológicas; fiscalização da eficiência do ensino médico pela própria classe, por seus órgãos associativos também livres de interesses político partidários e ideológicos; regionalização das escolas de Medicina e instituição do exame de licença estadual. Em 26 de Junho de 1979 o Professor Gentil Luiz João Feijó foi jubilado da Faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nessa ocasião foi homenageado pelo Professor Clementino Fraga Filho e Professor Lopes Pontes que enalteceram a sua importância para a Universidade e para o ensino da medicina. Dando continuidade a essa tradição familiar dentro da medicina do Rio de Janeiro o filho do Professor Gentil Luiz João Feijó, também, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Professor Luiz Augusto Feijó ( filho do patrono) um dos grandes cardiologistas da atualidade nos dá a honra de sua presença e colaborou com todas as informações da biografia de seu pai”.