Clube de Revista
Akalenni Quintela Bernardino
Orientador: Dr. Mauro Bacas
Unidade de Neonatologia do Hospital
Regional da Asa Sul/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
J Pediatr (Rio J). 1996 May-Jun;72(3):143-50
Introdução
 Está aumentando a sobrevivência de
RNPT (Recém-nascido pré-termos) PN
(peso de nascimento)<1250g e IG
(idade gestacional)<30sem
 Também apresentam DHE (distúrbio
hidreletrolítico) secundário:
- imaturidade renal
- necessidade protéica-calórica
->perdas insensíveis
Introdução
 Alguns RNPT <1250g e IG<32sem
apresentam níveis de potássio(KP)
sem oligúria e azotemia nos primeiros três
dias de vida.
*Hipóteses:
-Imaturidade tubular
-Deficiente resposta tubular à aldosterona
-Hemorragia intraventricular
-Deficiência Enzimática (Na-K-ATPase) tubular
e eritrocitária
Introdução
 A hipercalemia está associada à:
-Arritmias cardíacas
-Lesões cerebrais
Introdução
 Existem poucos estudos sobre
hipercalemia nos RNPT pela
dificuldade no controle urinário, além
de várias amostras de sangue em
tempos determinados.
Objetivo do Trabalho
 Mostrar a incidência de K+ em RNPT
MBP na Maternidade do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre(HCPA)
 IG <= de 32sem e PN <=1250g
 Relação do K+ com bicarbonato,pH,
K+ urinário, creatinina, glicemia,etc
Material e Método
 Estudo Observacional e Prospectivo
 HCPA
 Período: Novembro 1991- Outubro
1992
 RNPT IG <= a 32sem e PN<= 1250g
 Excluídos: óbitos(24h) e Doença
hemolítica
 Amostra final: 26 RNPT
Material e Método
 Projeto aprovado pelo Comitê de
Ética e pesquisa do HCPA (Hospital
das Clínicas de Porto Alegre/RS)
 Termo de consentimento assinado
pelos pais ou responsáveis
Material e Método
 Após nascimento ,ou nas 12h a IG Método
Ballard
 RN acompanhados por 72h
 Nascidos/admitidos no Alto RiscoT=36,5ºC
 Venóclise com SG 10% (60-80 ml/kg/dia) sem
eletrólitos nas 36h
 Não foram administrados indometacina,
diuréticos, substâncias vasoativas,
alimentação enteral nas 72h vida
Material e Método
 Todo volume infundido era registrado pelo
computador,inclusive o Na+ do NaHCo3
 RN realizaram eco cerebral nos primeiros
dias de vida
 Óbitos = necrópsia (Hemorragia
Intraventicular)
 PA (pressão arterial) avaliada, se níveis
normais, coletavam-se os exames (cateter
arterial,a.radial,veia)
Material e Método
 1ª coleta de sangue era dividida:
sangue
gasometria
eletrólitos/glicemia
Material e Método
 Tempo das coletas
- 12,24,36,48,72h - Creatinina, Na+, K+,
glicose e gasometrias
-24,48,72h - insulina e aldosterona
-24/24h – urina (saco coletor)por 2-3h
Iniciada 90min antes da coleta
sanguínea
Enviada para dosar Na+,K+ e
Cr(creatinina) urinários
Controle de 24h (nos intervalos
das coletas)
Material e Método
 Durante as 72h do estudo,todo RNPT
com KP >= a 6,7mEq/L realizou ECG,
pelo risco de arritmias cardíacas
Material e Método
 Amostra estudada foi dividida em 2
grupos:
1- Com potássio normal (KN)
K< 6mEq/L
2-Com potássio elevado (KE)
K>= 6mEq/L
Material e Método
 Fórmulas para cálculos da função renal
Resultados
 Período Nov 91 – Out 92
RNPT
3323 56 PN <= 1250g
IG<=32
Dos 38 RNPT/MBP
38
9 óbitos em 12h
3 avaliados com
mais de 12h de vida ( perda 10,3%)
Resultados
 Dos 26 RNPT
10 KP >= 6mEq/l, nas 72h
com níveis > 6,7 e 2 com alteração ao ECG)
16 KP <= 6mEq/L
KE
(4 RN
KN
Em cada grupo encontraram 4
gestantes com pré-eclâmpsia em uso
de hidralazina e alfa-metildopa.
Não foi encontrado DMG ou DM mãe
Resultados- Distribuição dos
valores de K
 Hipercalemia ocorreu:
-6 casos em 24h
-3 casos em 48h
-1 caso com 72h
Em média os níveis do K foram
elevados em todas as dosagens do
grupo KE.No grupo KN variações
mínimas
Resultados
Resultados
Resultados- Incidência de K
 10 RN apresentaram hipercalemia:
38,5%
4 com níveis >6,7mEq/l: 15,4%,
representando 40% do grupo KE
Resultados
 Não houve diferença significativa na ingesta de Na e
K entre os 2 grupos
 Esquema atb: ampi+genta (pobre em K)
Resultados
 O volume hídrico não diferiu
significativamente nos 2 grupos
Resultados
 Pela gravidade não foi aferido o peso nos três dias do
estudo.Avaliava a hidratação pelo Na+ plasmático,que
se manteve normal entre os 2 grupos
Resultados
 Não houve diferença significativa entre os 2
grupos em relação ao HCO3, Insulina sérica,
glicemia, relação glicemia/insulina com
24,48 e 72h de vida
 Os níveis de aldosterona foram
significativamente superiores no grupo KE
quando comparado com grupo KN em 24h
(p< 0,05),mas não se mantiveram nas 48 e
72h de vida
Resultados
 Não houve diferença estatisticamente
significativa entre os grupos em relação:
-Cr plasmática, Filtração Glomerular, K+
urinário,excreção fracionada de K+,
urinário,excreção fracionada de Na+,índice
tubular de aldosterona,índice tubular de
aldosterona corrigida e diurese com 24,48 e
72h
Resultados
 A correlação entre o volume urinário
e o KP não apresentou significância
estatística nas 72h de estudo
Discussão
 Durante o período do estudo, 29 casos
preencheram critérios de inclusão
 3 casos foram excluídos,ficando uma
amostra de 26, representando uma perda
de 10,3% da população,uma baixa que não
influiu no resultado
 Não houve vício de seleção na
amostragem,pois todos os
RNPT,IG>32sem,PN<1250g, nascidos HCPA
foram inclusos no período
Discussão
 Algumas dosagens nos pacientes não foram
obtidas(hemólise, ausência de diurese)
 Os óbitos do grupo KN três com 48h e um
com 72h,e como nesses casos, durante o
pico de hipercalemia, o nível KP foi <5,5 ,é
provável que esses RN não fossem elevar
entre 48 e 72h.
 O grupo KE apresentou um óbito em 48h e
níveis com 24h,porém sem provável
relação com a causa do óbito (Doença da
membrana hialina-DMH)
Discussão
 O aumento do K+ no grupo KE não se justifica por hemólise,pois
em ambos os grupos foi afastada Doença hemolítica do RN
através de TS,BTF,Ht° e reticulócitos.
 Em cada grupo 4 gestantes usaram hidralazina ( renina,hipotensão
arterial,hipotermia,plaquetopenia) e alfa-metildopa ( resistência periférica
e a secreção de renina) por pré-eclâmpsia grave.
 Nenhum dos 2 grupos os RN apresentaram tais complicações.
 Conclui-se que o s RN deste estudo provavelmente não
sofreram alteração do KP pelo uso materno dos medicametos
acima.
Discussão
 A incidência de hipercalemia foi de
38,5% considerando valores elevados
de K+ >= 6mEq/L
 15,3% tomando como nível alterado
de 6,7mEq/L
Incidência de K em outros estudos
 Usher,em 1959,encontrou uma incidência de 62,7%
em prematuros com DMH (nível alterado = a 7,1) e
valores > que 6,8 cursavam com alteração ECG.
 Gruskay e Col. 44% RNPT (KP >= a 6,8)
 Shaffer e Col. 51,6% RNPT (KP >6,5)
 Brion e Col. Em 1552 RNPT PN < 1250g nas 90h de
vida- 4,4% (KP >7)
 O fato da incidência de K+ neste estudo ser <,foi por
ter tomado como referência os níveis KP > 6,7 e
talvez porque outros autores tenham estudado uma
população Com IG maior.
Discussão
 A hipercalemia não oligúrica pode ser
causada por aumento na carga de K+,
diminuição na excreção de K+ ou
transferência de K do LIC(líquido
intracelular /LEC (líquido extracelular)
 O aumento na carga de K+ por fonte
exógena(uso de medicamentos, via parenteral ou
transfusão sanguínea),
endógena(hemólise,hemorragias,necrose tecidual ou
catabolismo intenso).
 Não houve diferença entre os 2 grupos
Discussão
 Não houve diferença significativa: níveis de
de creatinina,a taxa de filtração
glomerular,excreção fracionada de K+
urinário.
 O índice tubular de aldosterona mostrou
que em ambos os grupos existe uma
resistência tubular à aldosterona,não sendo
o seu nível um fator responsável pela
diminuição da excreção de K+
 Apesar do grupo KN apresentar uma
diurese>nas 24h,também não foi
significante
Discussão
 Não foi possível correlacionar os níveis de
KP com a diurese de 72h do estudo entre
KE e KN
 Não houve diferença no Na+ plasmático,no
pH e bicarbonato
 Os valores de aldosterona foram em
ambos os grupos.O grupo KE apresentou
níveis de aldosterona > que o KN,com
diferença significativa nas 24h.Estes
achados sugerem que o de KP ocasiona
dos níveis séricos de aldosterona
Conclusão
 A incidência de hipercalemia em RNPT
PN<=1250g e IG<= 32sem é de 38,5%
 Não houve diferenças significantes entre
os 2 grupos com relalão aos fatores renais
e não renais pesquisados
 50% dos RNPT apresentaram KP>6,7mEq/L
havia alteração ao ECG
 Apesar de não ter sido alvo do estudo, o
mecanismo de hipercalemia não oligúrica é
por deficiência da Na-k-ATPase
Sugestão
 RNPT IG < 32sem sejam
monitorizado os níveis de K+ nas
primeiras 72h de vida pelo risco de
arritmias cardíacas
Referências Bibliográficas
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infants: Cause of nonoliguric hyperkalemia. J Pediatr 1995; 126: 109-13.
Consultem também:
 SUPORTE CARDIOVASCULAR NO
RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO
EXTREMO (outra explicação para
a hipercalemia do RN pré-termo
extremo)
Autor(es): Martin Kluckow
(Austrália). Realizado por Paulo R.
Margotto
 Distúrbios metabólicos e
eletrolíticos no recém-nascido
Autor(es): Paulo R. Margotto
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