Serviço Social no Brasil
 O S.S. e o pensamento que o ilumina se
explicam no movimento histórico da
sociedade.
 Sociedade = produto de relações sociais, de
ações recíprocas dos homens entre si, no
complexo processo de reprodução social da
vida.
 Relações= sociabilidade humana, envolve:
social, político, econômico, cultural,
religioso, gênero, idade, etnia.
 Posicionamento do S.S. = explicativo /
propositivo e interventivo.
PERÍODO DE EMERGÊNCIA DO S.S.
 Relação da profissão com o ideário católico.
 Caráter do S.S.: apostolado.
 Questão social: problema de moral e
religioso.
 Intervenção: prioriza família e indivíduo
para a solução dos problemas e atendimento
de suas necessidades materiais, morais e
sociais.
 Contributo do S.S.= valores e
comportamentos de seus “clientes”.
 Perspectiva= integração à sociedade, nas
relações sociais vigentes.
ANOS 40
 S.S. tecnificado, com influências do S.S.
norteamericano
 Teoria social positivista.
 Estado= implementação de novas políticas
sociais.
 Legitimação do profissional =
assalariamento e ocupação de um espaço na
divisão sócio-técnica do trabalho.
 Junção do discurso humanista-cristão com o
suporte técnico-científico.
 Pensamento conservador (contramovimento
aos pensamentos da modernidade restauração e manutenção da ordem
capitalista).
 Visão no âmbito do verificável, da
experimentação, da fragmentação.
 Propostas de trabalho = ajustadoras e um
perfil manipulatório.
 Aperfeiçoamento dos instrumentos e das
técnicas para a intervenção.
ANOS 60
 expansão do capitalismo mundial,
imposição à América Latina de um estilo de
desenvolvimento excludente e subordinado.
 S. S. = assume as inquietações e
insatisfações deste momento histórico e
direciona seus questionamentos ao S.S.
tradicional através de um amplo
movimento, de um processo de revisão
global.
 Revisão nos níveis: teórico, metodológico,
operativo e político.
 Construção
de
um
novo
projeto
comprometido com as demandas das classes
subalternas.
 Interlocuções com o marxismo no S.S.
Latino-americano (processo tortuoso).
 Priorização
de
um
projeto
tecnocrático/modernizador - Araxá e
Teresópolis.
 América latina = perspectiva crítica de
contestação política/ transformação social.
 Limites: ditaduras militares e ausência de
suportes teóricos claros.
ANOS 70
 produção brasileira.
 Vertentes de análise que emergiram no
Movimento de Reconceituação:
1- vertente modernizadora: abordagens
funcionalistas, estruturalistas e sistêmicas
(matriz positivista) - perspectiva de
integração social; recursos buscados
 na modernização tecnológica e em
processos de relacionamentos interpessoais.
 Projeto renovador tecnocrático fundado na
busca da eficiência e da eficácia que devem
nortear a produção do conhecimento e a
intervenção profissional.
2- vertente inspirada na fenomenologia =
metodologia dialógica/ visão de pessoa e
comunidade. Dirige-se ao vivido humano,
aos sujeitos em suas vivências.
 S.S. com tarefa de auxiliar na abertura desse
sujeito existente, singular e transformação
 Social (dos sujeitos) - reatualização do
conservadorismo.
3- vertente marxista = S.S com consciência
de sua inserção na sociedade de classes
(marxismo equivocado que recusou as vias
institucionais e as determinações sóciohistóricas da profissão).
 Posicionamento claro do ponto de vista
sócio-político.
 Questionamento da prática institucional e
seus objetivos de adaptação social
 Aproximação aos movimentos sociais.
 Compromisso com a ruptura do S.S.
tradicional.
 Reflexão: Como se constituem e se
desenvolvem no S.S. brasileiro as primeiras
interpretações sobre sua própria intervenção
e sobre a realidade social?
 Quais as principais vertentes de análise
definem-se para a profissão no âmbito do
Movimento de Reconceituação?
ANOS 80
 Efetiva interlocução da teoria social de
Marx com o S.S. (Iamamoto).
 Apreensão do ser social a partir de
mediações.
 Ponto de partida: aceitar os fatos, dados
como indicadores, como sinais mas não
como fundamentos últimos do horizonte
analítico. Conhecimento que apreende
dialéticamente a realidade em seu
movimento contraditório.
 Adoção do marxismo como referência
analítica hegemônica no S.S. brasileiro =
profissão como componente da organização
da sociedade inserida na dinâmica das
relações sociais participando do processo de
reprodução dessas relações.
 Novo movimento e uma nova qualidade no
processo de recriação da profissão na busca
de sua ruptura com seu histórico
conservadorismo e no avanço da produção
de conhecimentos.
 Incorporação do pensamento de Antonio
Gramsci e de suas abordagens:
 Abordagens acerca: do Estado, da sociedade
civil, do mundo dos valores, da ideologia,
da hegemonia, da subjetividade e da cultura
das classes subalternas (Cf. Gramsci).
 Agnes Heller: problematização do
cotidiano,
 Georg Luckács e à sua ontologia do ser
social fundada no trabalho.
 E. P. Thompson: concepção acerca das
“experiência humanas”.
 Eric Hobsbawm: era da globalização, etc.
 Debate plural: convivência e diálogo de
diferentes paradigmas, com direção
hegemônica.
 S.S.= diálogo com e apropriação do debate
intelectual contemporâneo no âmbito das
ciências sociais do Brasil e do exterior.
 S.S.= desenvolvimento de pesquisas acerca
da natureza de sua intervenção, na divisão
social, política, econômica e histórica, em
seus procedimentos, sua formação etc.
 S.S. =avançou na compreensão do Estado
Capitalista, das políticas sociais, dos
movimentos sociais, do poder local,
dos direitos sociais, da cidadania, da
democracia, do processo de trabalho, da
realidade institucional etc.
 Desafio de repensar a assistência social
colocando-a como objeto de suas
investigações.
 Trabalho interdisciplinar.
 Interlocução com ciências sociais.
 Espaço no CNPq como área de pesquisa.
 Demandas ao S.S. brasileiro de instituições
portuguesas e latino americanas.
 Efetiva ruptura com o tradicional
conservadorismo (não hegemonicamente
em toda a categoria).
 Maturação de posicionamentos teóricometodológicos e ídeo-políticos:
visibilidade= intervenção dos A.S., através
de órgãos representativos, LOAS.
 Diversificação das demandas profissionais:
além de executor de programas para
assumir posições de planejamento e gestão
de políticas sócio/assistenciais.
 Presença de A.S. em fóruns e conselhos
vinculados às políticas sociais, seja no plano
da defesa dos direitos sociais dos usuários
dessas políticas, seja no âmbito do legítimo
controle social das mesmas.
 Questão para reflexão: Quais as tendências
mais relevantes do Serviço Social nos anos
80 do ponto de vista da produção de
conhecimentos e do exercício profissional?
ANOS 90
 Capitalismo globalizado.
 Regressão neoliberal que erudiu as bases
dos sistemas de proteção social e
redirecionou as intervenções do Estado em
relação à questão social.
 Políticas sociais = objeto de um processo de
reordenamento, subordinado às políticas de
estabilização da economia, em que a opção
neoliberal na área social passa pelo apelo à
filantropia e à solidariedade da sociedade
civil e programas seletivos e focalizados
de combate à pobreza no âmbito do Estado
(apesar da Constituição de 1988).
 S.S. = desafio de decifrar algumas lógicas
do capitalismo contemporâneo
particularmente em relação às mudanças no
mundo do trabalho e sobre os processos
desestruturadores dos sistemas de proteção
social e da política social em geral.
 Lógicas que reiteram a desigualdade e
constróem formas despolitizadas de
abordagem da questão social.
S.S. desafiado a compreender e intervir nas
novas configurações e manifestações da
“questão social”, que expressam a
precarização do trabalho e a penalização
dos trabalhadores na sociedade capitalista
atual:
 contexto= alternativas privatistas e
refilantropizadas para a pobreza e exclusão
social, com o crescimento do denominado
terceiro setor ;
 espaços de desetruturação (não eliminação)
das políticas sociais e de implementação de
estratégias programáticas (renda mínima)
 Novas temáticas ao S.S., novos sujeitos
sociais e questões como: o desemprego, os
sem terra, o trabalho infantil, a violência
doméstica, a discriminação de gênero e
etnia, as drogas, a AIDS, as crianças e
adolescentes de rua, os portadores de
necessidades especiais, os idosos e outras
questões relativas à exclusão.
- Eixos articuladores do debate profissional:
 assistência social como política pública;
 municipalização e descentralização de
políticas públicas;
 Revisão curricular, temas principais: a
direção social da profissão, o mercado de
trabalho, as perspectivas teóricometodológicas e a realidade social
brasileira;
 precarização e mudanças no mercado de
trabalho: terceirização, contratos parciais,
temporários, redução dos postos de
trabalho, a emergência de possíveis espaços
de trabalho (terceiro setor), a exigência de
novos conhecimentos ‘técnico-operativos,
declínio da ética do trabalho e exacerbação
dos valores de competitividade e do
 Reestruturação do capitalismo
contemporâneo= rupturas, apartheid e
degradação humana;
 crise dos modelos analíticos, explicativos
nas ciências sociais;
 pensamento pós moderno: versão
neoconservadora = questiona e nivela os
paradigmas marxista e positivista; crítica à
razão, propõe a superação das utopias,
denuncia a administração e o
disciplinamento da vida, recusa a
abrangência das teorias sociais e reitera a
a importância do fragmento, do intuitivo, do
efêmero e do microsocial (em si mesmos)
restaurando o pensamento conservador e
antimoderno. Busca resgatar valores
negados pela modernidade e cria um
universo descentrado, fragmentado, relativo
e fugaz (modos mais flexíveis de
acumulação do capital).
 Reflexão: Quais as principais tendências do
Serviço Social nos anos 90 do ponto de
vista da produção de conhecimentos e do
exercício profissional?
Fonte:
 http://www.ite.edu.br/apostilas/FHTMSS%
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