Fábula : Texto literário muito comum na literatura infantil. ● Fabular significa criar, inventar . ● A linguagem utilizada é simples e tem como diferencial o uso de personagens animais com características humanas. ● Durante a fábula é feita uma analogia entre a realidade humana e a situação vivida pelas personagens, com o objetivo de ensinar algo ou provar alguma verdade estabelecida (lição moral). ● Alguns exemplos de fábulas: Os Dois Viajantes e o Urso
A utor: Esopo Dois homens viajavam juntos através de uma densa floresta, quando, de repente, sem que nenhum deles esperasse, um enorme urso surgiu do meio da vegetação, à frente deles. Um dos viajantes, de olho em sua própria segurança, não pensou duas vezes, correu e subiu numa árvore. Ao outro, incapaz de enfrentar aquela enorme fera sozinho, restou deitar­se no chão e permanecer imóvel, fingindo­se de morto. Ele já escutara que um Urso, e outros animais, não tocam em corpos de mortos. Isso pareceu ser verdadeiro, pois o Urso se aproximou dele, cheirou sua cabeça de cima para baixo, e então, aparentemente satisfeito e convencido que ele estava de fato morto, foi embora tranquilamente. O homem que estava em cima árvore então desceu. Curioso com a cena que viu lá de cima, ele perguntou: ­" M e pareceu que o Urso estava sussurrando alguma coisa em seu ouvido. Ele lhe disse algo?" ­" Ele disse sim!" respondeu o outro, " Disse que não é nada sábio e sensato de minha parte, andar na companhia de um amigo, que no primeiro momento de aflição me deixa na mão!" . M oral da História: "A crise é o melhor momento para nos revelar quem são os verdadeiros
amigos."
A Galinha e os Ovos de Ouro
A utor: Esopo Um camponês e sua esposa possuiam uma galinha, que todo dia, sem falta, botava um ovo de ouro. Supondo que dentro dela deveria haver uma grande quantidade de ouro, eles então a sacrificam, para enfim pegar tudo de uma só vez. Então, para surpresa dos dois, viram que a ave, em nada era diferente das outras galinhas. Assim, o casal de tolos, desejando enriquecer de uma só vez, acabam por perder o ganho diário que já tinham assegurado. M oral da História: Quem tudo quer, tudo perde. Apólogo: Texto protagonizado por coisas inanimadas(plantas, pedras, rios, relógios, montanhas, estátuas,etc) que adquirem certos dotes humanos. ● Gênero alegórico que ilustra um ensinamento de vida através de situações semelhantes às reais, envolvendo pessoas, objetos ou animais, seres animados ou inanimados; ● Os apólogos têm o objetivo de atingir os conceitos humanos de forma que os modifique e reforme, levando­os a agir de maneira diferente. Os exemplos são utilizados para ajudar a modificar conceitos e comportamentos humanos, de ordem moral e social.
● Diferencia­se da parábola pois esta trata de questões religiosas e lições éticas, enquanto o apólogo fala de qualquer tipo de lição de vida, mesmo que esta não seja a que é adotada pela maioria como a maneira correta de agir. ● Um exemplo de apólogo: Autor: Machado de Assis Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: ­ Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? ­ Deixe­me, senhora. ­ Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. ­ Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe­se com a sua vida e deixe a dos outros. ­ Mas você é orgulhosa. ­ Decerto que sou. ­ Mas por quê? ­ É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? ­ Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu? ­ Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados… ­ Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando… ­ Também os batedores vão adiante do imperador. ­ Você é imperador? ­ Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto… Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não
andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana – para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: ­ Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima. A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou­se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic­plic plic­plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu­se. A costureira, que a ajudou a vestir­se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou­lhe: ­ Ora agora, diga­me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: ­ Anda, aprende, tola. Cansas­te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.Importante saber: Alguns estudiosos dizem que a distinção entre fábula e apólogo está na personagem: ­ animais irracionais para fábula ­ objetos inanimados para apólogo
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Fábula e Apólogo