O TEMPO DE PERMANÊNCIA DE PACIENTES EM HOSPITAIS PÚBLICOS MUNICIPAIS
DE SÃO PAULO QUE DEMANDARAM TRANSFERÊNCIA PARA SERVIÇOS DE REFERÊNCIA
Nascimento AB
Mestre pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.
Docente de Pós-Graduação, Graduação e Extensão do Centro Universitário Senac – SP.
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Introdução: No SUS existe uma rede de atenção à saúde com serviços de referência e contrareferência para atender ao dinamismo das demandas em saúde. Nela o hospital é um dos
recursos disponíveis, porém com alto custo. Estudiosos apontam à urgência na reflexão sobre o
uso do hospital e propõem uma rede de atenção otimizada, a partir da singularidade das
demandas de saúde do indivíduo ou coletividade. Justificativa: Ao enfermeiro cabe a análise das
demandas em saúde visando o gerenciamento dos leitos hospitalares. Para tanto, faz-se
necessário o desenvolvimento de ferramentas e indicadores que permitam identificar o perfil de
pacientes que demandam transferência, visando otimizá-la. Objetivo: Analisar o tempo de
permanência de pacientes transferidos para serviços referenciados. Método: Foram analisados
430 prontuários de egressos de 2 hospitais secundários municipais de São Paulo, denominados:
Hospital A e B. Os critérios de inclusão foram: ter aceite da direção dos hospitais e ter data de
internação hospitalar em abril/2010. Esta pesquisa foi aprovada no CEP-EEUSP (867/2009) e
CEP-SMS (221/2010). O SAME de cada hospital disponibilizou os prontuários dos egressos em
abril/2010. Os prontuários foram analisados quanto ao diagnóstico de internação, motivo da saída
e tempo de permanência, visando identificar os eventuais motivos e necessidades de otimização
do uso do leito hospitalar. Resultados: No Hospital A, as doenças do aparelho respiratório
(20.5%) foram as principais responsáveis pelas internações, seguidas pelos transtornos mentais e
comportamentais (14.4%). Enquanto que, no Hospital B foram as doenças do aparelho
respiratório (15.4%), seguidas pelas doenças do aparelho circulatório (13.5%). Verificou-se a
necessidade de remoções para serviços de referência entre 13% e 15.3%, respectivamente, dos
doentes admitidos no Hospital A e B. Entre estes, 50% e 57.6%, respectivamente, no Hospital A e
B, possuíam o registro de diagnóstico relacionado à doença ortopédica, seguido pelas do
aparelho circulatório (14.3% e 24.2%, respectivamente entre o Hospital A e B) e pelas doenças
psiquiátricas (14.3% e 6.1%, respectivamente entre o Hospital A e B). Entre os pacientes
ortopédicos e transferidos do Hospital A, a média e mediana de permanência foi de 7.4 dias e 7.5
dias, respectivamente. Entre os pacientes não-ortopédicos e transferidos do Hospital A, a média e
mediana de permanência foi de 7.4 dias e 3.5 dias, respectivamente. Entre os pacientes
ortopédicos e transferidos do Hospital B, a média e mediana de permanência foi de 4.2 dias e 2.0
dias, respectivamente. Entre os pacientes não-ortopédicos e transferidos do Hospital B, a média e
mediana de permanência foi de 6.3 dias e 3.5 dias, respectivamente. Conclusões: As doenças
cardiorrespiratórias foram as principais responsáveis pelas internações, seguidas pelos
transtornos mentais e comportamentais. Entre os transferidos, no mínimo, a metade tinha
diagnóstico relacionado às doenças ortopédicas, elevando o tempo de permanência. O Hospital B
possui menor tempo de permanência de pacientes que demandam transferência para serviço de
referência. Bibliografia: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Rev Med Minas Gerais 2008,
18(4): 3-11. Organização Mundial de Saúde. Cuidados inovadores para condições crônicas:
componentes estruturais de ação. Brasília, 2003.
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