GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS EM FRIGORÍFICO DE BOVINOS:
ESTUDO DE CASO (2011) ¹
FLORES, Raquel D2 ; ZANINI, Mariane R2; ADAMY, Ana P2; BIANCHI, Renata C2
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Trabalho Final de Graduação II_UNIFRA
Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil
E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected];
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RESUMO
O presente trabalho propõe o estudo de uma cadeia de suprimentos de um frigorífico de
bovinos da região central do Rio Grande do Sul. Como objetivos específicos definiram-se: demonstrar
características e as vantagens de conhecer uma cadeia de suprimentos considerando as atividades
logísticas da empresa. Como metodologia, adotou-se a pesquisa bibliográfica, a exploratória
qualitativa, a pesquisa de campo e o estudo de caso. A Coleta de dados foi feita por meio de
pesquisas bibliográficas e entrevistas semi-estruturadas in loco, com questões não padronizadas do
tipo abertas. Concluiu-se que a área de suprimentos é responsável por toda matéria-prima principal,
as atividades de produção pelo abate, desossa, embalagens e expedição e a distribuição por levar o
produto até o cliente final.
Palavras-chave: Cadeia de suprimentos; Logística; Agroindústria.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho propõe o estudo de caso referente a uma cadeia de suprimentos
de um frigorífico de bovinos. A gestão da cadeia de suprimentos tem com principal finalidade
alinhar todas as atividades de produção de forma sincronizada, ou seja, atividades
envolvidas na entrega dos produtos e serviços, desde a matéria-prima e insumos até o
consumidor final, propondo redução de custos, minimização de ciclos e maximização do
valor compreendido pelo cliente final. (WOOD E ZUFFO 1998).
Visando este estudo, podem-se destacar importantes fatores externos e internos que
interferem na cadeia de suprimentos, como por exemplo, os elevados custos logísticos, as
constantes inovações tecnológicas e também a maximização das exigências do atual
mercado do agronegócio.
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No que se refere ao futuro do agronegócio no Brasil, MAPA (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento 2007), este depende da adoção da biotecnologia na
agricultura brasileira, pois o país passa por uma fase delicada a qual precisa usar do bom
senso para tratar de questões econômicas, sociais e ambientais. Para um país com vocação
agrícola e que tem no agronegócio a base de sua economia, penalizar agricultores pelo
impedimento da adoção de novas alternativas de cultivo, ao mesmo tempo em que eles
enfrentam os protecionismos dos países desenvolvidos, é uma perda de tempo, que pode
significar, no médio prazo, perda de competitividade no cenário internacional.
Por isso o MAPA, estimulam o aumento da produção agropecuária e o
desenvolvimento do agronegócio, com o objetivo de atender o consumo interno e formar
excedentes para exportação.
Segundo Furlanetto e Candido (2007), a agroindústria bovina brasileira trabalha
preço atrelando a este qualidade. Sendo assim a cadeia de suprimento bovina, busca
integrar as redes de organizações, visando acrescentar valor ao produto ou serviço que será
disponibilizado ao cliente final, Gomes e Ribeiro (2004).
“A cadeia de suprimento realiza a integração dos principais processos de negócios
que produzem produtos, serviços e informações através de uma cadeia de suprimento que
agrega valor para os clientes e as demais partes interessadas e envolvidas (stakeholders)”
Pires (2004) apud Lambert e Cooper (2000).
Considerando a situação apresentada anteriormente pelo MAPA, e a necessidade de
aperfeiçoamento das agroindústrias no Brasil, define-se como problema de pesquisa: quais
são os principais desafios para estruturar o gerenciamento da cadeia de suprimentos em
uma agroindústria de bovinos do Frigorífico Silva?
O objetivo geral dessa pesquisa teve como base conhecer a estrutura da cadeia de
suprimento de uma agroindústria bovina, analisando suas características, potencialidades e
fragilidades. E como objetivos específicos definiram-se: demonstrar as características e as
vantagens de conhecer uma cadeia de suprimento considerando as atividades logísticas da
empresa.
Atualmente a gestão moderna da cadeia de suprimento na agroindústria bovina do
Rio Grande do Sul, tem se destacado de forma positiva no Brasil, pois traz consigo uma
nova ferramenta de gerenciar e desenvolver processos que envolvem desde o fornecedor
de matéria-prima até o usuário final.
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2. CADEIA DE SUPRIMENTO
Atualmente confunde-se muito cadeia de valor com a cadeia de suprimentos (SCM).
Na realidade a cadeia de suprimentos está inserida na cadeia de valor de uma empresa,
enquanto a cadeia de suprimentos se preocupa com a logística dos insumos até a chegada
na linha de produção, a cadeia de valor acompanha esse movimento e continua até a
entrega do produto ao cliente.
Segundo Pires (2004, p. 58)
(...) á gestão da cadeia de suprimento integra todos processos de negócios
desde o usuário final até os fornecedores originais que providenciam
produtos, serviços e informações que adicionam valor para os clientes” ,ou
seja, a cadeia pode considerada multifuncional, pois abrange interesses de
diversas áreas.
Hoje pode-se afirmar que a cadeia de suprimentos é um diferencial importante no
destaque das vantagens competitivas das empresas. Esta nova forma de gestão e
relacionamento das empresas frente a seus clientes e fornecedores faz com que cadeia de
suprimento passe a ser estruturada por meio de vínculos de cooperação contratual, ou seja,
auxiliando assim a relação fornecedor cliente.
A cadeia de suprimento funciona com um sistema, pois, integra todo o processo de
formação e entrega do produto, o qual parte desde a compra do insumo do fornecedor
passando assim para a indústria, para o distribuidor, varejista e consumidor final. Todo esse
processo depende do bom funcionamento do fluxo de informação e de materiais para que
ele ocorra de forma satisfatória.
Batalha (2007) confirma a proposição de que a cadeia de suprimento è uma rede de
sistemas integrados, argumentando que as organizações estão deixando de ser sistemas
relativamente fechados para transformarem-se em sistemas cada vez mais abertos. As
fronteiras estão se tornando cada vez mais permeáveis, e em muitos casos difíceis de se
identificar. A separação entre empresa e o ambiente passa a ser delimitada por uma tênue
linha divisória, incerta e mutável. Muitas vezes, a empresa se confunde com o ambiente,
misturando fornecedores e clientes. Ficando difícil saber onde termina a cooperação e
começa a concorrência.
Continuando com essa linha de raciocínio pode-se ainda dizer que a cadeia de
suprimento expandiu de forma significativa algumas áreas, tais como a de produção,
logística, marketing e compras, trazendo assim benefícios para as organizações.
3. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTO NA AGROINDÚSTRIA
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O gerenciamento da cadeia de suprimento na agroindústria afirma que a gestão
agroindustrial, seus componentes e inter-relações devem ser compreendidos de forma
sistêmica, pois engloba todos os setores denominados antes da porteira ou a montante da
produção agropecuária composto pelos fornecedores de insumos e serviços, como por
exemplo, matéria-prima, máquinas, dentro da porteira ou produção agropecuária, ou seja,
conjunto de atividades desenvolvidas dentro das unidades de produção e após a porteira ou
a jusante da produção agropecuária que trata de todo o armazenamento, industrialização,
embalagens e distribuição (ARAÚJO E MASSILON, 2005).
Para que um sistema de gestão agroindustrial seja gerido de forma eficiente e eficaz
Batalha (2007), è fundamental que todos os elementos que integram este sistema
conheçam profundamente os atributos de qualidade que os consumidores buscam nos
produtos e serviços oferecidos por este. A eficácia de um sistema determina a capacidade
que ele possui de atender as necessidades do consumidor, e a eficiência pode ser
entendida como a conseqüência da ligação da gestão interna dos agentes do sistema, mais
a coordenação das transações que ocorrem entre esses agentes.
Cabe ainda ressaltar que para um sistema agroindustrial ter significativa eficiência e
eficácia è necessário que esse contexto evolua junto com os aspectos legais, sociais,
culturais, tecnológicos e econômicos, pois serão estes que revelaram possíveis
oportunidades e ameaças (BATALHA, 2007).
Para Batalha (2007), um sistema agroindustrial pode ser considerado como um
conjunto de atividades que concorrem para a produção de produtos agroindustriais, desde a
produção de insumos até o produto final pronto para ser consumido.
Segundo Rufino (1999) apud Araújo e Massilon (2005), entende-se como cadeia
produtiva da agroindústria
(...) o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a
fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produções nas
unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos
produtos agropecuários in natura ou industrializados.
Conforme Batalha (2007), existem vantagens competitivas em manter o progresso da
gestão da cadeia agroindustrial e em construir uma cadeia de suprimento de uma linha de
produtos ou serviços, seria a redução de custos nas operações e nos custos totais de
produção, o que também teria como obstáculo um maior e melhor desenvolvimento dos
fluxos de materiais e informações dentro desse sistema.
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Acrescenta-se ainda que os fluxos de materiais e informações sejam fatores
essenciais no gerenciamento global da cadeia de suprimento, pois este gerenciamento
envolve os fornecedores de matéria-prima, ao fabricante de insumos e utensílios, o
processamento dos produtos e serviços na indústria até a distribuição aos seus
consumidores. Logo se conclui que gerenciar essa cadeia é necessário que se desenvolva
todo o controle dos fluxos citados anteriormente (NOVAES E ALVARENGA, 2000).
4. METODOLOGIA
Para realização deste estudo utilizou-se da pesquisa bibliográfica para fins de
posterior desenvolvimento teórico deste trabalho. O estudo abordou inclusive a pesquisa
exploratória qualitativa, com dados primários, Malhotra (2006), pois explorou um assunto
ainda pouco desenvolvido, formulando assim um problema e as prováveis soluções para o
problema apresentado neste trabalho. Classifica-se como pesquisa qualitativa pelo fato de
utilizar-se de uma metodologia não-estruturada Fachim (2001), baseada em pequenas
amostras, onde os objetivos do estudo foram expostos aos entrevistados.
Caracteriza-se o estudo como pesquisa de campo, Jung (2004), pois este teve como
finalidade coletar dados que estejam necessariamente sob ação de algumas variáveis no
ambiente que na maioria das vezes são incontroláveis.
Para Yin (2001), essa pesquisa é classificada inclusive como estudo de caso
exploratório, pois além de planejar, coletar, analisar e apresentar posteriormente os
resultados desse estudo, ele também tem como objetivo o desenvolvimento de hipóteses e
proposições pertinente ao problema em questão.
Fachim (2001) a Coleta de dados foi feita por meio de pesquisas bibliográficas em
livros, artigos, e conhecimentos científicos a cerca do assunto e entrevistas semiestruturadas in loco sendo as mesmas realizadas com funcionários, gerentes e diretores de
uma empresa de agroindústria de bovinos, localizada na cidade de Santa Maria.
As entrevistas foram realizadas com base em um instrumento de coleta de dados
elaborado pela autora do trabalho com questões não padronizadas do tipo abertas. O
instrumento utilizado nas entrevistas constou de 57 questões, onde o profissional de cada
área da cadeia de suprimentos respondeu uma parte das questões correspondentes do
questionário.
As entrevistas foram realizadas com datas pré-agendadas, e foi distribuída da
seguinte forma: dois responsáveis da área de suprimentos, responderam 17 questões, na
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área de manufatura, três supervisores responderam 24 questões, por fim dois responsáveis
pela área da distribuição, responderam 16 questões.
Todo o estudo foi desenvolvido através de observações não participativas e
acompanhamento de todas as atividades da indústria.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como objetivo geral dessa pesquisa tem como base conhecer a estrutura da cadeia
de suprimento de uma agroindústria bovina, bem como analisadas suas características,
potencialidades e fragilidades. Para tanto buscou-se estruturar a cadeia de suprimento
identificando todos os componentes da mesma. Sendo assim o primeiro passo do estudo foi
verificar todos os componentes que fazem parte do ciclo de suprimento, ciclo de produção e
ciclo de distribuição, da cadeia de suprimento a qual pertence o Frigorífico Silva.
Na figura 1, é possível observar a estrutura da cadeia de suprimentos do Frigorífico
Silva , localizado na região Central do RS.
A cadeia de suprimentos da indústria frigorífica está apresentada e descrita por área
de abrangência. As atividades que compõem a área de suprimentos estão representada na
cor verde (produtor rural, corretores de gado, PROJEPEC, indústria química, embalagens
plásticas, embalagens de papelão, produtos de limpeza, mar luvas, equipamentos de
segurança, concessionária, caminhões, indústria de facas e utensílios); as atividades que se
referem a área de produção estão representadas na cor azul (gado, indústria frigorífica,
abate, abertura do peito, transpasse, baixado do couro, curtume, separação das partes e
órgãos, charque, exame e pesagem da carcaça, pesagem das mesmas, câmara de
congelamento e resfriamento de produto em processo, desossa, ossos, indústria de ração);
e as atividades que caracterizam a área de distribuição estão representadas na cor lilás
(embalagem, câmara de congelamento ou resfriamento de produto acabado, expedição,
redes de supermercados, depósito de Rio Grande, exportação).
Todas as áreas da cadeia de suprimentos possuem vínculos por meio dos fluxos de
materiais e informações. Na figura 1 pode-se observar as ligações.
Este processo da cadeia de suprimento tem início quando o caminhão boiadeiro
chega ao frigorífico, onde este é pesado, passa para o desembarque do gado, logo estes
são encaminhados para as mangueiras, seguidos ao banho. O gado é conduzido para o
abate onde acontece a insensibilização deste, por meio de um martelo, o qual causa morte
cerebral do bovino. Logo após o abate é realizada a sangria do animal com o auxílio de um
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estimulador. O bovino é conduzido por uma roldana para primeiramente ser feita a retirada
do cifre, dos lábios, das patas e dos tendões. Após desta etapa, ocorre o transpasse do
animal por meio de roldanas, onde é feito à retirada do rabo, oclusão do esôfago e reto e
abertura do peito, são retirados os miúdos, estes são lavados e centrifugados, após são
encaminhados para o setor de embalagem, onde às porções são pesadas, embaladas,
encaixotadas e após são encaminhadas para as câmaras frias de produtos acabados.
Após é baixado o couro, que é retirado com um rolo, ocorre à lavagem da cabeça,
evisceração torácica e abdominal, retirada da língua, ainda neste processo é realizado o
exame das partes internas, logo acontece à separação dos órgãos. Determinadas partes
são destinadas ao charque, que primeiramente é feita uma limpeza na peça, o cortes e
pesagem. Estas peças são conduzidas para o fechamento na máquina a vácuo, logo são
conduzidos a embalagem, onde são encaixotados e encaminhadas ás câmaras de produtos
acabados.
O procedimento produtivo continua com a divisão das carcaças dianteira e traseira e
exame destas.
EXPORTAÇÃO
CAM.
RESFR.
PROD.
DEPÓSITO
RIO GRANDE
OSSOS
IND.
RAÇÃO
.
ACAB
EXPEDIÇÃO
EMBALAGEM
DESOSSA
REDE
ZAFFARI
REDE
SONAE
CAM.
CONG.
PROD.
ACAB.
CAM.
CONGEL.
PROD
PROC.
FACAS
IND. DE
.
UTENS
PRODUTO
LIMPEZA
IND.
QUIM.
UTENSÍL
.
LAVAG.
CARCAÇAS
EXAME
PESAGEM
CARCAÇAS
REDE
VIVO
CHARQUE
OUTROS
SEPAR.
PARTES
ÓRGÃOS
BAIXADO
COURO
MIÚDOS
CAM.
RESFR.
PROD.
PROC.
EMBAL.
IND.
.
QUIM
PAPEL
CURTUME
.
CAMINHÕES.
CONCESSIONÁRIA
EQUIP.
SEGUR.
MAR
LUVAS
ABERTURA
PEITO
TRANSPASSE
ABATE
IND.
FRIFOR
.
GADO
PROJEPEC
Figura 1 – Cadeia de suprimento do Frigorífico Silva
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EMBAL.
IND.
.
QUIM
PLÁST
CORRETORES
DE
GADO
.
PRODUTOR
RURAL
Após esta separação é realizado a inspeção das partes, seguida de carimbo, após é
feito a pesagem e a lavagem das carcaças, colocação das etiquetas e logo as peças inteiras
são encaminhadas para câmera de resfriamento ou congelamento de produtos em
processo, e os outros cortes são destinados a desossa, para que as carcaças sejam todas
separadas por cortes de carnes.
O processo acontece de acordo com o pedido do cliente, pois o pedido pode ser
tanto para comprar a peça inteira, onde ele próprio fará os cortes, quanto comprar as partes
já cortadas resfriadas ou congeladas, conforme sua preferência.
No setor da desossa, acontece à pesagem das peças, as quais chegam diretamente
logo após o abate, as partes passam por esteiras de processamentos, onde manualmente
ocorre à retirada do restante de carne que ainda está junto aos ossos, pela serra fita, após
são colocadas em embalagens, estas recebem uma etiqueta externa, logo acontece o
fechamento a vácuo, os cortes embalados passam para o túnel de encolhimento, após são
revisados, e colocados nas caixas onde são encaminhados para as câmaras de
resfriamento ou congelamento de produtos acabados. Por fim ossos são encaminhados
para empresa Faro, ou seja, empresa que produz ração animal.
Todo produto acabado é destinado para o setor de expedição. Neste setor as partes
são manuseadas das câmaras para o transporte, são escaneadas, ou seja, a carga é toda
digitalizada para que o peso possa também ser conferido, antes que o transporte seja
liberado para o destino final.
O caminhão refrigerado pode ser carregado na expedição 1, expedição de cortes,
peças inteiras e carcaças penduradas; expedição 2, expedição de cortes resfriados; e
expedição 3, expedição de cortes congelados. O carregamento acontece por ordem,
conforme roteiro de entrega para os clientes finais. Após o carregamento da carne o
caminhão é lacrado e pesado, assim poderá dar partida ao seu destino. Neste momento o
responsável recebe a rota, que é estruturada pelo departamento comercial.
A representação do fluxo de materiais que ocorre ao longo do processo da cadeia de
suprimentos é realizado através de esteiras, roldanas, carrinhos e caminhões. O fluxo de
informações é representado pelos contatos realizados entre fornecedores, indústria e
distribuidores, por meio de telefone e e-mail.
Constatou-se que as áreas da cadeia de suprimento do frigorífico são bem
delimitadas e estruturadas, as quais possuem dois níveis de suprimentos representados
pelos insumos e matéria-prima e um nível de distribuição.
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6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
O recente trabalho propôs o estudo de caso referente a uma cadeia de suprimentos
de um frigorífico de bovinos, localizado na região centro do Rio Grande do Sul. A gestão da
cadeia de suprimentos tem como principal fim integrar todas as atividades de produção.
A pesquisa teve como fim demonstrar a estrutura da cadeia de suprimento de uma
agroindústria bovina do Frigorífico Silva, citando suas potencialidades e vantagens em
conhecer o processo da cadeia de suprimentos.
Pode-se citar como potencialidades o fluxo adequado de abastecimento para os
centros de distribuição; à armazenagem, analisando e definindo melhores práticas de
armazenamento; melhores práticas de política de estoque; e menores atrasos nas entregas
dos produtos.
Como fragilidades da cadeia de suprimentos, verificou-se a sazonalidade e a
perecibilidade de matéria-prima, as quais foram constatadas no processo da cadeia de
suprimentos do frigorífico, pois em algumas épocas do ano não encontra-se matéria-prima
disponível no mercado; a sazonalidade do consumo, pois em determinados períodos do
ano os clientes
possuem
preferências por diferentes tipos de
cortes de carne;
a
globalização de mercados ; as dificuldades em executar novas estratégias; e o perfil dos
clientes, estão cada vez mais exigentes.
Com base nos estudos sobre o assunto, constatou-se que a agroindústria bovina
brasileira, busca trabalhar com a qualidade atrelada ao preço, dando prioridade a qualidade,
pois buscam comercializar carne saudável para seus consumidores.
Como sugestão colocou-se a necessidade de uma integração maior entre o produtor
rural e o frigorífico, e por sua vez manter atenção aos fatos externos já que estes incidem no
preço do bovino. É também necessário que o frigorífico invista constantemente no
desenvolvimento de produtos em função do mercado consumidor e no processo de
distribuição para atender as diferentes necessidades dos clientes.
Logo julga-se importante este estudo para o aprimoramento na gestão da cadeia de
suprimentos no setor agroindustrial, possibilitando alternativas a serem agregadas no
gerenciamento das agroindústrias.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARENGA, Antonio Carlos; NOVAES Antonio G. Logística aplicada: suprimento e distribuição
física. 3. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.
9
ARAÚJO, MASSILON J. Fundamentos de agronegócios. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
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MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4 ed. Porto Alegre:
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YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
10
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