Adolescer: Tempo de desafios na contemporaneidade
Autoras
Fernanda Cristina Gomes de Carvalho
Maria Martins Baptista Castanheira
Patricia Muniz João
Teresa Cristina Bailoni Martins Passos
Sumário
Os transtornos alimentares possuem uma etiologia multifatorial e acometem
principalmente adolescentes do sexo feminino.
A adolescência é uma fase que desencadeia angústias e inseguranças devido as
transformações que ocorrem em vários aspectos da vida e que iniciam a partir das
mudanças corporais.
Diferentemente dos tratamentos que tem como foco as alterações alimentares,
sociais e psíquicas que ocorrem nos transtornos alimentares, o PROATA (Programa de
Atenção aos Transtornos Alimentares da Universidade Federal de São Paulo) tem, em
fase de implementação, como projeto terapêutico de atendimento, um grupo para
pacientes adolescentes que prioriza questões pertinentes a essa fase da vida. Por meio de
15 sessões com temas definidos, tais como corpo, sexualidade, autonomia, propõe-se
uma maior elaboração das questões enfrentadas pelas pacientes.
Pôster
Espelho, espelho meu. Quem sou eu?
A adolescência é uma etapa do desenvolvimento de muitas mudanças físicas,
psicológicas e sociais convocando o jovem a desafios e descobertas rumo á vida adulta.
A puberdade é um processo de modificações biológicas, que se iniciam por volta
dos nove e dez anos, e funciona como um disparador para o crescimento físico trazendo
um novo desenho do corpo, o que solicita uma remodelagem na imagem corporal.
O que se vê no espelho não é mais um corpo infantil é um momento de
passagem para a vida adulta onde ocorrem experimentações e uma época de
vulnerabilidade emocional podendo facilitar as situações de risco.
Adolescência, sexualidade e transtornos alimentares
As modificações corporais que uma jovem enfrenta na puberdade está marcado
por um desejo de estar magra e controle de seu corpo em formas infantis. É nessa fase
que temos a maior incidência de início dos transtornos alimentares, devido a tantas
mudanças a imagem corporal precisa ser reformulada podendo trazer uma ruptura do
senso de unidade corporal. A anorexia e a bulimia acometem principalmente as jovens
do sexo feminino tendo como principal característica a distorção de imagem. A
experiência de um corpo se modificando rapidamente sem controle gera, com
frequência, um sentimento de impotência e passividade, culminando em somatizações.
A entrada do jovem no campo da sexualidade também é complexa, neste
momento de várias dúvidas e decisões quanto a suas definições, inclusive quanto a sua
identidade sexual, em que a família e a sociedade tem um papel fundamental nesta
formação. É compreendida como fenômeno social e como momento necessário na
constituição psíquica do sujeito.
Nossa proposta
Para trabalhar com essas questões temos uma proposta de atendimento
psicológico um grupo de adolescente, onde possam discutir sobre o que é adolescer e
possibilitar o conhecimento da origem dos transtornos alimentares em sua vida com sua
causa e fatores de manutenção.
O que buscamos com o grupo
A idéia desse trabalho grupal é permitir que as jovens se identifiquem e
compartilhem questões comuns ao momento da adolescência, como: auto-estima,
independência, inseguranças e o despertar da sexualidade e pensem juntas a respeito.
Sendo este um momento em que se cruzam as questões da adolescência e dos
transtornos da alimentação, o foco principal é a reflexão sobre as questões próprias do
adolescer, e secundariamente realizar ligações com as dificuldades expressas no corpo e
alimentação.
A vivência no grupo poderá auxiliar na reparação e compreensão de processos
individuais.
Metodologia
O grupo será composto por jovens do sexo feminino com idade de 14 a 17 anos
e que apresentem a sintomatologia dos quadros de anorexia e bulimia, ficando sob a
coordenação das psicólogas do PROATA.
Para promover o conhecimento sobre o conceito dos transtornos emocionais a
proposta é um trabalho psicoeducacional partindo do pressuposto sobre as concepções
errôneas dos fatores que causam e mantém os sintomas. Para tal, usaremos a abordagem
psicanalítica.
Serão utilizados recursos para facilitar as discussões, sendo que cada sessão terá
uma atividade específica com seu objetivo anteriormente definido. Os materiais usados
terão a função de objetos transicionais, ou seja, estarão num lugar intermediário e
facilitador de um caminho que vai da realidade interna para a realidade objetivamente
percebida. Portanto uma conquista no processo de separação e atividade simbólica.
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Nova Rapunzel: os excessos maternos na anorexia nervosa