APLICAÇÃO DOS
MÉTODOS QUALITATIVOS NA PRODUÇÃO DE
CONHECIMENTO: Uma Realidade Particular e Desafios Coletivos para
Compreensão do Ser Humano nas Organizações
Autores: Zuleica Maria Patrício, Marli Dias Souza Pinto, Sandra Lopes Estrela Brito e Nelson
Colossi
RESUMO
Estudo de abordagem quanti-qualitativa, desenvolvido por professores e alunos do
Programa de Pós-Graduação em Administração da UFSC, no período de dezembro de 1998 a
abril de 1999. Teve como objetivos: conhecer a produção de estudos qualitativos do
CPGA/UFSC, no período 1994 e 1998 e conhecer a percepção dos estudantes desse Curso
sobre a aplicabilidade dos métodos qualitativos de pesquisa na Administração. Além de trazer
elementos teóricos atualizados sobre os métodos qualitativos de pesquisa, o estudo, através da
leitura analítica-reflexiva dos dados empíricos, mostra a importância dos métodos qualitativos
na produção de conhecimentos fundamentais e aplicados na Administração, bem como da
integração dos métodos quantitativos nessa produção.
1 – INTRODUÇÃO
‘Administrar é trabalhar com gente?’ (Patrício, 1996). Direta ou indiretamente, estamos
sempre trabalhando, interagindo com pessoas dos mais variados tipos, nas mais diversas
situações do cotidiano, seja nos movimentos organizacionais, seja junto à população-cliente”.
Essa foi uma das tantas falas que de início fizeram parte dos primeiros pressupostos
colocados para discussão e reflexão das atividades de construção do conteúdo “Métodos
Qualitativos de Pesquisa”, junto aos alunos da Disciplina de Metodologia da Pesquisa do
Curso de Mestrado em Administração da Universidade Federal Santa Catarina- CPGA/UFSC,
no final do ano de 1998.
A discussão acerca de abordagens qualitativas em pesquisa tem sido cada vez mais
freqüente e, no atual contexto sócio-econômico brasileiro, vem demonstrando a necessidade e
a importância desses modelos de pesquisa em Ciências Sociais como meios para produção de
conhecimento básico e também como produção de conhecimento aplicado. Sem dúvida, os
métodos qualitativos de pesquisa são apropriados para desnudar situações, identificar
problemas e apontar alternativas para resolução dos problemas e atender demandas da
sociedade especialmente na área da Administração.
Indicar, simplesmente, os métodos qualitativos de pesquisa, como importantes na
produção de conhecimento em Administração, não é uma tarefa das mais fáceis.
Primeiramente, porque ao contrário do que ocorre com as pesquisas quantitativas, as
investigações qualitativas ainda não têm prestígio no universo acadêmico, em igual
proporção. Suas características, especialmente em razão de seus objetos de estudo e das
ferramentas que utiliza para levantar e analisar dados, ainda sofrem preconceitos por parte de
lentes positivistas, que desprestigiam os estudos, identificando-os como "histórias”, “estudos
só descritivos”, “não científicos”, “estudos subjetivos”, “estudos jornalísticos”, “estudos sem
rigor científico”, e por aí vai...
O desafio é bem maior. É preciso muito mais, pois é preciso antes de mais nada
trabalhar nós mesmos, nossas crenças e valores; é preciso trabalhar nossos preconceitos sobre
ciência, cientificidade, senso comum, subjetividade, bem como refletir sobre ética e
produção de conhecimento.
2
A questão é que os métodos qualitativos de pesquisa apresentam características
próprias inseridas em paradigmas que reconhecem a subjetividade nas interações humanas, a
diversidade e a complexidade dos fenômenos sociais, o que requer uma gama de
possibilidades de métodos que possa dar conta de descrever, compreender e interpretar essa
realidade, tendo em vista a especificidade e o caráter coletivo de ser humano.
Se necessário, o pesquisador qualitativo poderá associar ao seu estudo elementos de
métodos quantitativos de pesquisa, mas o mesmo não se pode afirmar do pesquisador de
modelos quantitativos. Primeiro em razão de os pesquisadores de abordagem quantitativa,
geralmente, apresentarem preconceitos em relação a validade dos métodos qualitativos, o
que inibe de certa forma essa associação; segundo porque, fazer estudos de caráter qualitativo
requer um preparo especial do pesquisador. O pesquisador qualitativo, tal como acontece na
abordagem quantitativa, precisa apresentar certos atributos, e desenvolver certas habilidades
específicas à comunicação humana, que o qualifiquem para fazer pesquisas de cunho
qualitativos.
Há no cenário nacional, corroborado por grande volume de literatura internacional,
uma crescente demanda de escritos chamando a atenção para a importância da participação do
ser humano no contexto das organizações, sejam públicas ou privadas. Esses estudos,
mostram que a organização é gerada e mantida por seres humanos; resgata certos padrões
culturais e afetivos próprios de características humanas, o que requer maior atenção para sua
compreensão e para estratégias de abordagem das situações contingenciais e cotidianas das
instituições e da vida pública de forma geral.
A realidade social deste final de milênio e que, de certa forma, se expressa no contexto
das organizações, têm provocado necessidades que se traduzem em estímulos para produção
de conhecimento mais voltados a estudos qualitativos, tendo em vista a descoberta da
importância do fator humano na construção desses contextos.
No cotidiano de nossos processos de ensinar-aprender, temos observado, nesses
últimos quatro anos, uma crescente demanda de estudantes de pós-graduação interessados em
fazer estudos de caráter qualitativo. Isso tem provocado a inserção de conteúdos sobre
“pesquisa qualitativa” e até mesmo de implantação de disciplinas específicas desse tema em
cursos que até então tinham como ênfase apenas modelos quantitativos de pesquisa 1.
A partir de 1997, o Programa de Pós-Graduação em Administração da UFSC
(CPGA-UFSC)), despertou para a necessidade de aperfeiçoar-se nos métodos qualitativos de
pesquisa, tendo em vista a grande demanda observada na produção de conhecimento no
Curso de Mestrado.
Levando-se em conta todas essas considerações, e por não termos no CPGA nenhum
estudo sobre essa realidade, seja no conjunto das produções de dissertações ou mesmo nas
percepções de alunos que integram esse Programa, decidimos fazer um estudo sobre a
aplicação dos métodos qualitativos na produção de conhecimento no Curso de Mestrado do
Programa de Pós Graduação em Administração da UFSC, no período de 1994 a 1998.
Para tanto, foi desenvolvido um estudo de caráter quanti – qualitativo, tendo como
objetivos:
a) Conhecer a produção de estudos qualitativos do CPGA/UFSC, no período 1994 e
1998;
b) Conhecer a percepção dos estudantes do CPGA/UFSC sobre a aplicabilidade dos
métodos qualitativos de pesquisa na Administração.
Numa linguagem de “Devolução de Dados de Pesquisa” (TRANSCRIAR – UFSC, 1993),
internamente, a finalidade desse estudo foi levantar dados que pudessem contribuir com o
1
Um desses exemplos é o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSC, que desde 1996
tem oferecido, com grande demanda, a Disciplina de Métodos Qualitativos de Pesquisa”, com três créditos.
3
aperfeiçoamento do CPGA nos processos de produção de conhecimento. Externamente, a
finalidade desse estudo, é socializar conhecimentos – como estamos fazendo nesse espaço
do ENANPAD - para contribuir com todos aqueles interessados em melhorar suas
competências na aplicabilidade de abordagens qualitativas e, é claro, quanti-qualitativas, nos
contextos da Administração.
E, finalmente, numa perspectiva de aplicação de métodos qualitativos e de ética de
solidariedade na produção científica, esse artigo tem a pretensão de mostrar que é necessário
expor uma unidade de ensino para provocar discussão e reflexão mais ampla, porquanto em
outros programas de pós-graduação, temos nos deparado com questões semelhantes
relacionadas a dificuldades de apreender e aplicar com tranqüilidade os métodos qualitativos
de pesquisa, o que torna a reflexão sobre a aplicação desses métodos na Administração, um
desafio coletivo.
2. OS MÉTODOS
ADMINISTRAÇÃO
QUALITATIVOS
DE
PESQUISA
NO
CENÁRIO
DA
Os avanços tecnológicos, assim como a produção de conhecimentos fundamentais, só
se tornam possíveis através da realização de pesquisa. Pesquisar tem sido o caminho que se
percorre para se responder questões, para se construir novas idéias e ideais. A pesquisa é um
micromundo humano e, portanto, tem um papel importante nas reconstruções das Ciências
Sociais e da vida como um todo, seja enquanto propósito acadêmico, seja enquanto propósito
da vida cotidiana.
As Instituições de ensino bem como toda e qualquer organização, só se desenvolvem
através da constante busca de conhecimentos, seja na pesquisa de seus problemas, quanto no
aproveitamento de conhecimentos já produzidos que possam solucioná-los.
Para dar conta de acompanhar essa realidade que vivemos, inconstante e mutável, é
imprescindível que a exploração de novos conhecimentos sejam estimulados, tanto no meio
acadêmico e/ou empresarial. A qualidade em processos e em produtos, é um fator que leva ao
crescimento e à inovação das organizações. Isso requer considerar, no mínimo a busca de
qualidade de vida no trabalho ou aprendizado continuo, ou seja “ aprender a aprender”.
Para que ocorra este crescimento, essa inovação, pode se dizer que é preciso
desenvolver a exploração dos conhecimentos, a partir de uma nova definição de ciência, como
aquela trazida por Demo (1994, p. 15): ”ciência não é mais compreendida como estoque de
conhecimento, mas como processo de renovação permanente”.
Estamos, então, falando de produção de conhecimento como processos contínuos de
desconstrução e reconstrução, ou de contínuos processos de compreensão e aperfeiçoamento
de situações humanas (Patrício, 1999).
O ser humano procura interpretar o mundo em que vive atribuindo conceitos
significativos à realidade. Esse conhecimento pode ter várias representações para a
humanidade, dependendo do modo como é percebido. A compreensão desse fenômeno nos
mostra que existem diferentes caminhos para se produzir conhecimentos.
Neste final de século, pelos paradoxos que vivemos, inclusive graças à Ciência,
estamos transcendendo modelos de pesquisar que até então eram vistos como únicos e
verdadeiros. Estamos presenciando novos conceitos e práticas em razão de novos paradigmas
incorporados à Ciência, evidenciando a legitimação de modelos qualitativos de pesquisa, seja
para produção de conhecimento fundamental, seja para produção de conhecimento aplicado, e
aprendendo a integrar modelos, como a complementaridade quanti-qualitativa.
Patrício (1999, p. 64), em reflexões sobre a importância dos métodos qualitativos no
estudo da vida individual-coletiva, mais especialmente na perspectiva de operacionalizar
4
“ pressupostos de novos paradigmas para produção de conhecimento fundamental e aplicado”
faz o seguinte questionamento:
que métodos dariam conta de produzir conhecimentos sobre a diversidade, unicidade e
complexidade da vida humana em suas expressões verbais e não verbais, de razão e
sensibilidade? Que métodos dariam conta de abordar a cultura (crenças, valores,
conhecimentos e práticas) em todos seus significados e emoções expressadas pelo próprio
sujeito do processo em diferentes contextos? Que métodos dariam conta de buscar, registrar,
descrever, analisar, interpretar e compreender a vida humana em seus traços históricos de
corpo individual e coletivo? (...) Que tipo de métodos de pesquisa abordam a realidade
individual e grupal, e cujos resultados repercutem não apenas para esses sujeitos, mas para
um coletivo maior da sociedade? Que métodos dariam conta de tudo isso, e que ainda
pudessem colaborar para a transformação da realidade estudada, mesmo durante o processo
de levantamento e análise de dados?”
O estudo qualitativo tem destaque quando os fenômenos tem envolvimento com seres
humanos e suas relações na sociedade, sejam em micro ou macro contextos. Para Patrício
(1998), esses fenômenos são melhor compreendidos, se estudados no contexto em que os
mesmos se desenvolvem, nos quais se constróem, merecendo ser analisado numa perspectiva
integrada de múltiplas interações.
Nas leituras de Strauss e Corbin (1990), Bogdan e Biklen (1994), Minayo (1997),
Patrício (1995; 1998 ; 1999), Denzin e Lincoln (1998), identificamos que os estudos
qualitativos apresentam certas características comuns, a saber:
a) O estudo dos fenômenos sociais tem como foco os significados dos sujeitos que os
constróem; parte-se do princípio que o estudo precisa também ser analisado na
perspectiva dos sujeitos. Daí a importância da hermenêutica no processo de análise
de dados;
b) Os dados são coletados de preferência nos contextos onde os fenômenos são
construídos;
c) A análise dos dados é desenvolvida, de preferência, no decorrer do processo de
levantamento de dados;
d) Os estudos apresentam-se em forma descritiva, com enfoque na compreensão e
interpretação à luz dos significados dos próprios sujeitos e de outras referências
afins da literatura;
e) Mais qualitativo é considerado o estudo quanto mais ele se fizer de início sem
teorias pré-concebidas. A teoria é construída através da análise dos dados
empíricos, para posteriormente ser aperfeiçoada com outros autores. Mas os
estudos qualitativos podem partir de categorias pré-existentes, e é o objeto de
estudo, associado a visão de mundo do pesquisador, que irá determinar o tipo de
abordagem;
f) Recomenda-se que se faça uma abordagem mais integral possível do fenômeno
estudado, tendo em vista as múltiplas relações dos fenômenos humanos. Os
estudos qualitativos são apropriados para abordagens dialéticas de questões;
g) Considera,
dentro
de
uma
perspectiva
quântica,
a
interação
pesquisador-pesquisado, para tanto, exige do pesquisador aperfeiçoamento em
técnicas comunicacionais, especialmente para entrevistar e observar participante,
técnicas essas fundamentais nos métodos qualitativos;
h) Não nega a integração de dados qualitativos com dados quantitativos, e sim,
estimula a complementaridade desses dois modelos.
5
De acordo com Patrício (1999, p. 65), os tipos de estudos qualitativos mais usados na
produção de conhecimento no Brasil são: a etnografia, a etnometodologia, o estudo de caso e
o estudo documental, todos passando, segundo compreensão da autora, por pressupostos da
Teoria Fundamentada em Dados (Grounded Teory), pois, mais "autênticos" são concebidos
os estudos qualitativos, quanto mais forem baseados no princípio de construir teorizações
sobre o tema estudado através da análise constante dos próprios dados empíricos colhidos,
para só posteriormente, se necessário, buscar auxílio da literatura.
Dentro de concepções de produção de conhecimento aplicado, através de métodos
qualitativos também é possível desenvolver propriedades para trabalhar (transformar) as
questões sociais, como aquelas referentes a questões de qualidade de vida individual e
coletiva (inclusive das organizações) e produtividade. Para tanto, existem métodos de
pesquisa que ao mesmo tempo que produzem conhecimentos, também promovem
modificações na realidade estudada. São exemplos desses métodos a pesquisa participante e a
pesquisa ação.
Entretanto, nem todos os estudos que têm a intenção de gerar transformação na
realidade estudada, seja produzindo conhecimento para ser aplicado posteriormente, seja
produzindo e agindo para a transformação no transcorrer do estudo, estão dentro das
caracterizações históricas da pesquisa participante e da pesquisa ação, segundo a literatura.
Mas, preconiza-se, segundo Patrício (1994;1995), que qualquer estudo qualitativo que tenha
como objetivo gerar conhecimento e desenvolver técnicas (grupo foco, oficinas de
sensibilização e recriação de referencias, por exemplo) que possibilitem conhecer e
transformar a realidade estudada, possam ser considerados “participantes” e de “ ação”,
desde que sigam pressupostos básicos requeridos nesses modelos. Especialmente o primeiro,
que exige certos princípios éticos referentes a “participação” dos sujeitos da realidade
estudada em todo o processo, desde o levantamento e análise dos dados, bem como, nas
atividades que geram mudanças.
Nas organizações, esses tipos de estudos são bastante pertinentes, pois pressupõe a
geração da “organicidade” nos processos de reconstrução dos projetos coletivos que irão
promover as transformações necessárias ao crescimento e desenvolvimento esperados.
Godoy (1995), a pesquisa qualitativa no campo da administração começa a partir dos
anos 70, quando acontece um crescente aumento do interesse por este tipo de abordagem.
Segundo a autora, nos Estados Unidos aconteceu um fórum sobre Metodologia da Pesquisa
Qualitativa em Administração, que objetivava encorajar o desenvolvimento e aplicação
metodologias inovadoras, mostrando que a pesquisa de cunho qualitativo constitui-se em
importante contribuição à investigação das questões sociais pertinentes a área.
3 - MÉTODO DO ESTUDO
Este estudo apresenta abordagem quanti-qualitativa. Caracteriza-se como exploratório,
tendo em vista produzir conhecimentos acerca de um fenômeno ainda não estudado e sem a
preocupação de fazer dele um estudo de caso no que se refere a ir profundamente às questões
que o envolvem, até porque a problemática, inicialmente, não exigia. Entretanto, a partir de
idéias de Bogdan e Biklen (1994.), Minayo (1997), o estudo também pode ser caracterizado
como ‘estudo de caso’, considerando seu caráter qualitativo; por tratar-se de um determinado
cenário, especificamente localizado.
Os estudos exploratórios, quando não representam apenas o início de uma pesquisa
(fase exploratória), geralmente estão associados aos modelos descritivos. Estes além de
possibilitarem aumentar o conhecimento de fenômenos que se deseja pesquisar
posteriormente, também proporcionam conhecimentos mais específicos tendo em vista
propósitos mais definidos.
6
Essas considerações teóricas nos fazem caracterizar esse estudo como
descritivo-exploratório de abordagem quanti - qualitativa.
A abordagem quantitativa foi desenvolvida através de um estudo documental (fonte
secundária), junto as dissertações produzidas no período de 1994 a 1998, no Curso de
Mestrado em Administração da UFSC, tendo como perguntas de pesquisa: Quantas
dissertações foram produzidas no CPGA-UFSC no período de 1994 a 1998? Quais as
características desses estudos, referentes ao tema e a abordagem, se quanti ou qualitativa,
ou quanti-qualitativa ?
A abordagem qualitativa foi desenvolvida através de um estudo junto a alunos do
Curso de Mestrado em Administração da UFSC, na cidade de Florianópolis, Santa Catarina.
Estes alunos são caracterizados como “sujeitos do estudo”, conforme nomenclatura
qualitativa. Fizeram parte desse momento do estudo vinte sujeitos.
Os alunos participaram respondendo um formulário contendo duas questões
semi-estruturadas (fonte primária), a saber: “Qual sua percepção sobre a aplicabilidade dos
métodos de pesquisa qualitativa na Administração? “e “Como você imagina o Mestrado em
Administração sem o conteúdo de Métodos Qualitativos de Pesquisa?”
O estudo foi desenvolvido no período de dezembro de 1998 a abril de 1999. Os dados
foram colhidos por alunas, mestrandas do CPGA-UFSC.
4 - A PRODUÇÃO DE ESTUDOS QUALITATIVOS NO CURSO DE MESTRADO EM
ADMINISTRAÇÃO DA UFSC: A Realidade Encontrada
O Curso de Mestrado em Administração na UFSC no período entre 1994 a 1998
produziu um total de cento e treze dissertações de mestrado, das quais, cento e duas foram
objetos de estudo.
TABELA 1- Distribuição de Dissertações do Curso de Pós Graduação em Administração
da Universidade Federal de Santa Catarina, dos períodos de 1994 a 1998
ANO
QUANTIDADE
M ÉTODO
Qualitativo
Quantitativo
Quanti/Qualitativo
1994
17
13
3
1
1995
17
11
5
1
1996
27
24
0
3
1997
19
16
1
2
1998
22
14
3
5
TOTAL
102
78
12
12
A tabela 1 mostra que no período de 1994 a 1998 o Programa de Pós-Graduação em
Administração da UFSC, produziu 102 (cento e dois) estudos de dissertação de mestrado.
7
Destes, 78 ( setenta e oito) foram identificados como “qualitativos”, correspondendo a 76,4
% do total de dissertações nesse período.
Quanto a estudos “quantitativos”, foi encontrado um total de 12 (doze) dissertações
nessa modalidade, correspondendo a 11,8 % do total. Essa mesma quantidade foi
encontrada na modalidade quanti-qualitativa, correspondendo, também, a 11,8 % do total
das 102 dissertações produzidas no período de 1994 a 1998.
Embora haja predominância dos métodos qualitativos nos estudos desenvolvidos no
Curso de Mestrado em Administração da UFSC, deve-se ressaltar que algumas dissertações
trazem explicitado no método o caráter qualitativo do estudo, entretanto, ao lê-las, a partir de
nossas referências sobre qualitativa, percebe-se que as mesmas têm abordagem quantitativa,
tanto na coleta quanto na análise dos dados.
A leitura livre dos títulos e objetivos dos estudos, nos trouxe uma diversidade e uma
complexidade de enfoques. A análise do conteúdo desses elementos, nos possibilitou fazer
alguns agrupamentos, totalizando 11 tipos de enfoques, como mostra a relação a seguir, os
quais tomaram caracterizações também quantitativas, que serão apresentadas em tabelas mais
adiante.
a) Atitudes e percepções de dirigentes frente a determinada situação nas
organizações
b) Fatores intervenientes na organização.
c) Desenvolvimento de planos e programas, (organizações públicas e privadas), no
ensino e em outros serviços sociais.( Descrição e/ou avaliação)
d) Estado e Políticas Públicas.
e) Produção de modelos para planos e programas na organização.
f) Estudo de situações em organizações.
g) Relações entre características dos sujeitos em determinada situação
h) Relação de teorias com a organização.
i) Estudo de processos de elaboração de projetos.
j) Estudo de temas em determinados autores.
k) Estudo de componentes específicos e estruturais de administração (Estratégias de
marketing, desenvolvimento de recursos humanos)
TABELA 2 – Distribuição dos enfoques das Dissertações do CPGA/UFSC, defendidas no
ano de 1994.
QUANT.
7
4
2
2
1
1
ENFOQUE
Desenvolvimento de planos e programas, (organizações públicas e privadas), no
ensino e em outros serviços sociais (Descrição e/ou avaliação)
Fatores intervenientes na organização.
Estudo de situações em organizações
Atitudes e percepções de dirigentes frente a determinada situação nas organizações
Produção de modelos para planos e programas na organização
Estado e Políticas Públicas
Os dados da tabela 2, mostram que o maior número de dissertações defendidas no ano de
1994, tem enfoques relacionados a planos e programas aplicados em organizações privadas
ou públicas, sejam em estudos que descrevem a realidade - processo de aplicação – ou em
estudos que têm como foco a avaliação desses processos.
8
TABELA 3 – Distribuição dos enfoques das Dissertações do CPGA/UFSC defendidas no
ano de 1995
QUANT.
5
4
2
2
1
1
1
1
ENFOQUE
Desenvolvimento de planos e programas, (organizações públicas e privadas), no
ensino e em outros serviços sociais (Descrição, e/ou Avaliação)
Fatores intervenientes na organização
Estado e Políticas Públicas
Relações entre características dos sujeitos em determinada situação
Estudo de situações em organizações
Relação de teoria e organização
Estudos de processos de elaboração de projetos
Estudo de temas em determinados autores
Esta tabela mostra que no ano de 1995, os enfoques relacionados a Desenvolvimento de
planos e programas, (organizações públicas e privadas), no ensino e em outros serviços
sociais (Descrição e/ou avaliação) têm praticamente a mesma freqüência. da tabela 2 .
TABELA 4 – Distribuição dos enfoques das Dissertações do CPGA/UFSC, defendidas no
ano de 1996
QUANT.
7
5
4
3
3
2
2
1
ENFOQUE
Fatores intervenientes na organização
Atitudes e percepções de dirigentes frente a determinada situação nas organizações
Desenvolvimento de planos e programas, (organizações públicas e privadas), no
ensino e em outros serviços sociais (Descrição e/ou avaliação)
Estudo de situações em organizações
Estudo de componentes específicos, e estruturais de administração (Estratégias de
marketing, desenvolvimento de recursos humanos)
Produção de modelos para planos e programas da organização
Estado e Políticas Públicas
Relações entre características dos sujeitos em determinada situação
Os dados da tabela 4 mostram que o maior número de dissertações defendidas no ano de
1996, tem os enfoques relacionados a Fatores intervenientes na organização.
TABELA 5 – Distribuição dos enfoques das dissertações do CPGA/UFSC, defendidas no ano
de 1997
QUANT.
7
4
3
2
1
1
1
ENFOQUE
Fatores intervenientes na organização
Estudo de componentes específicos e estruturais de administração (Estratégias de
marketing, desenvolvimento de recursos humanos)
Estudo de situações em organizações
Desenvolvimento de planos e programas, (organizações públicas e privadas), no
ensino e em outros serviços sociais (Descrição e/ou avaliação)
Atitudes e percepções de dirigentes frente a determinada situação nas organizações
Estado e Políticas Públicas
Estudo de processos de elaboração de projetos
9
Os dados da tabela acima, mostram que o maior número de dissertações defendidas no ano
de 1996, têm o enfoque relacionado a Fatores intervenientes na organização, igual os
apresentados na tabela 4.
TABELA 6 – Distribuição dos enfoques das dissertações do CPGA/UFSC, defendidas no ano
de 1998
QUANT.
5
3
3
5
3
3
1
1
ENFOQUE
Fatores intervenientes na organização
Desenvolvimento de planos e programas, (organizações públicas e privadas), no
ensino e em outros serviços sociais (Descrição e/ou avaliação)
Estado e Políticas Públicas
Produção de modelos para planos e programas na organização
Estudo de situações em organizações
Estudo de componentes específicos e estruturais de administração (Estratégias de
marketing, desenvolvimento de recursos humanos)
Atitudes e percepções de dirigentes frente a determinada situação nas organizações
Relação de teorias com a organização
Observa-se na tabela 6, que o maior número de enfoques de Dissertações no ano 1998
esta relacionada com Fatores intervenientes na organização e Produção de modelos para
planos e programas da organização.
TABELA 7 – Distribuição dos enfoques desenvolvidos nas Dissertações no Período de 1994
a 1998.
ENFOQUE
1994
1995
1996
1997
1998
Atitudes e percepções de dirigentes frente a
determinada situação nas organizações
Fatores intervenientes na organização
Desenvolvimento de planos e programas,
(organizações públicas e privadas), no ensino
e em outros serviços sociais.( Descrição e/ou
avaliação)
Estado de Políticas Públicas
Produção de modelos para planos e programas
na organização
Estudo de situações em organização
Relações entre características dos sujeitos em
determinada situação
Relação de teorias com a organização.
Estudos de processos de elaboração de
projetos
Estudo de temas em determinados autores
Estudo de componentes específicos, e
estruturais de administração (Estratégias de
marketing, desenvolvimento de recursos
humanos)
2
-
5
1
1
4
7
4
5
7
4
7
2
5
2
1
1
2
2
2
1
-
3
4
2
-
1
2
3
1
3
-
3
-
-
1
1
-
1
1
-
-
1
-
3
4
3
10
O enfoques encontrados, através da análise dos diversos temas estudados pelos
mestrandos no período de 1994 a 1998, talvez possam orientar definições de linhas de
pesquisa e suas especialidades, bem com, talvez possam mostrar que suas freqüências estejam
relacionadas à realidade que se expressa na sociedade, ou das inquietações que emergem na
academia.
5- PERCEPÇÕES DE ALUNOS DE PÓS-GRADUAÇÃO SOBRE A APLICAÇÃO DE
MÉTODOS QUALITATIVOS NA ADMINISTRAÇÃO
A análise dos dados referentes ao estudo de campo que buscava identificar as
percepções de alunos de pós-graduação acerca dos métodos qualitativos de pesquisa e sua
aplicação na Administração, mostra que o aluno entende que não é possível estudar e
abordar a realidade dos contextos organizacionais sem o auxílio dos métodos qualitativos de
pesquisa.
Todos os sujeitos participantes do estudo consideraram os métodos qualitativos de
pesquisa como “fundamentais”, “importantes”, de “grande utilidade” para a produção de
conhecimento e ações na Administração.
Nas suas argumentações aparecem crenças e conhecimentos que justificam o valor que
dão a esses métodos na Administração. Sobressai-se, nesse contexto, a argumentação que diz
respeito a crença que os alunos, sujeitos do estudo, têm sobre a Administração estar inserida
nas Ciências Sociais e, como tal, precisa se subsidiar em instrumentos que possibilitem
compreender a realidade humana.
Por ser uma Ciência Social, a Administração tende a seguir o caminho qualitativo que
parece ser o mais adequado ao se estudar o fator humano envolvido nos processos
administrativos.
(...) na área das Ciências Sociais, acho imprescindível e por conseguinte na área da
Administração, que precisa estar com atenção voltada para o estudo comportamental.
Para isso a pesquisa qualitativa é, sem dúvida, um grande instrumento.
Por tratar-se de uma Ciência Social, a Administração apresenta-se como solo fértil
para a utilização dos métodos qualitativos de pesquisa. Através desses métodos
pode-se captar a subjetividade e compreender melhor o que ocorre dentro das
organizações, seja na relação ser humano - ser humano, ou ser humano
organização.
Sendo a Administração uma Ciência Social, é plenamente viável e até necessária a
aplicação de métodos de pesquisa qualitativa. Alguns aspectos da Administração são
impossíveis de serem desvelados sem o uso desses métodos. Ex. Cultura
Organizacional
Como já percebemos nas falas desses alunos, utilizadas como exemplo da categoria
“Administração inserida nas Ciências Sociais”, uma das justificativas da importância da
utilização dos métodos qualitativos, é o fator humano nas organizações e, sendo humano, é
social.
11
Esta categoria está presente nos depoimentos, direta ou indiretamente, de todos os
sujeitos do estudo, tendo em vista o caráter dos dados qualitativos expressarem a
subjetividade humana.
Acredito que a aplicabilidade é grande, especialmente em pesquisas que objetivam
compreender o comportamento humano.
A Ciência da Administração trabalha essencialmente com pessoas, e os métodos qualitativos
proporcionam um conhecimento mais profundo dos comportamentos, idéias e percepções das
pessoas envolvidas em cada situação, em cada contexto, sendo, portanto, extremamente úteis.
É de muita utilidade, pois na área da Administração há uma forte influência de pessoas, o que
necessita de instrumentos para melhor conhecê-las e analisá-las e os métodos qualitativos são
s instrumentos mais adequados em Ciências Sociais.
A pesquisa quali encontra espaço investigação profunda nas Ciências Sociais e, portanto, na
Administração. Por privilegiar a exposição de conteúdos intrínsecos dos sujeitos, expresso
através da linguagem e das experiências, primordialmente os métodos qualitativos de
pesquisa são essenciais à Administração, porque através deles se compreende uma realidade
complexa. Cuja carga de simbolismo e subjetividade decorre da natureza complexa de seu
objeto de estudo: o ser humano na organização.
Alguns Alunos percebem a importância da integração harmoniosa entre os métodos
quantitativos e os métodos qualitativos de pesquisa na Administração, mas o destaque ainda é
para os métodos qualitativos de pesquisa, como mostra a análise dos dados referentes a
segunda questão do formulário.
Parece-me que está havendo uma integração entre quali e quanti, embora predomine a
abordagem qualitativa
A Disciplina de Metodologia da Pesquisa sem o conteúdo da quali ficaria incompleta.
As pesquisas quali abrem um novo horizonte de possibilidades para o pesquisador.
Não imagino ficar sem esse conteúdo.
Sem o conteúdo, os métodos de pesquisa em Administração ficariam com lacunas
(...) passa-me a idéia de que a qualidade do Curso pode ser prejudicada
Não há como imaginar, pois o conteúdo é fundamental para a Administração.
As percepções dos Alunos com relação a importância da pesquisa qualitativa no
contexto das organizações vem substanciar pressupostos contemporâneos que dizem respeito
ao conrteúdo “humano” das organizações. A fragmentação é menor na medida em que se
concebe a natureza dessas organizações inseridas, ou sendo “construídas” numa rede de
significados. Haja vista estudos que contemplam os “novos paradigmas”, ou “paradigmas
emergentes “. Chanlat (1992); Patrício (1995; 1999); Wheatley (1996); Ferguson (1994);
Capra (1996).
Aliás, alguns autores que se dedicam a escrever sobre métodos qualitativos de
pesquisa, costumam caracterizar esses métodos como “holísticos”. Sem entrar no mérito dos
significados mais amplos dessa palavra, conforme colocado por Patrício (1999), entendemos
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que são esses métodos que dão conta de operacionalizar as idéias desses paradigmas, mas que
nem todos os estudos qualitativos são holísticos.
Minha percepção sobre a aplicabilidade dos métodos de pesquisa qualitativa é de que
com o conteúdo o aluno adquira a visão do homem na sua totalidade.
6- REFLEXÕES FINAIS: "Contadores de Números" com os "Contadores de
Significados Humanos" na Perspectiva de uma Administração mais Integral
Diversas são as questões a se colocar sobre a importância e a riqueza que os recursos
da abordagem qualitativa apresentam para as Ciências Sociais, especialmente a
Administração. Na busca e na análise de dados qualitativos, os significados, são o ponto de
partida e de chegada para a compreensão dos fenômenos que envolvem a cultura humana
(Geertz, 1998).
Esse estudo vem corroborar com aqueles que argumentam a importância da utilização
dessa abordagem na Administração. Ao mesmo tempo, esse estudo nos faz refletir que, se
essa modalidade é tão importante e já bastante utilizada em nossos estudos acadêmicos,
precisamos, enquanto profissionais formadores ou executores, desenvolver seus subsídios
com mais propriedade e segurança, para incorporá-la em nossas práticas de ensino e de
pesquisa, bem como na Administração no contexto do cotidiano das organizações.
Incorporá-la no ensino, porque trabalhamos com “formação de recursos humanos, ou
seja com formação de pessoas, de gente”; na pesquisa, porque na Administração,
entendendo-a como compondo as Ciências Sociais, as situações que se apresentam, mesmo
quando acompanhadas de dados quantitativos, têm junto o caráter humano, a expressão
subjetiva de quem os compôs, de quem os fez acontecer e de quem os lê e interpreta; na
prática da administração, porque o administrador está trabalhando com semelhantes, com
pessoas, ou seja: com toda a intersubjetividade que existe nas interações humanas e que "faz
acontecer".
(...) Quando se fala em Administração se fala em administrar pessoas. A pesquisa
quali trata com “gente”. É a qualidade da organização, a qualidade de vida, a
qualidade do ambiente que é estudado na Administração, por essa razão a pesquisa
quali é muito importante na Administração.
( ...) Se a área administrativa lida em todos os aspectos, com relações humanas,
envolvendo cultura, é somente com métodos qualitativos que podemos realmente
descobrir e solucionar problemas.
Para Sanches e Minayo (1993 p. 247), a investigação quantitativa e qualitativa se
complementam, apesar de serem de natureza diferente. A primeira tem como objetivo trazer
a luz dados, indicadores e tendências observadas, que devem ser utilizadas para abarcar, do
ponto de vista social, grandes aglomerados de dados classificando e tornando inteligível
através de estudos de variáveis. A Segunda, aprofunda a complexidade de fenômenos e
processos particulares e específicos de grupos mais ou menos delimitados capazes de serem
abrangidos intensamente. Para os autores, “o estudo quantitativo pode gerar questões para
serem aprofundadas qualitativamente e vice-versa. ”
Para autores de abordagem mais qualitativa a ciência é uma das maneiras de se
buscar novos enfoques para explicação de fenômenos sociais, não sendo ela inquestionável ou
definitiva, nem mesmo conclusiva porque, quando o cientista encontra a solução para um
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processo de investigação, nesse momento se inicia um novo estudo. (Minayo, 1997), (Patrício,
1994,1995,1999).
Esse estudo - localizado em tempo e espaço do Programa de Pós-Graduação em
Administração da UFSC - nos leva a perceber a importância da integração dos métodos
quantitativos com os qualitativos de pesquisa, já que seus objetos de estudo fazem parte da
mesmo contexto: a vida humana. Juntos, dados precisos e significados humanos, nos mostram
a realidade e nos mobilizam para repensar e desenvolver estratégias de mudança.
Ao refletir sobre as expressões de Fernando Pessoa,"navegar é preciso" e "viver não
é preciso", percebe-se que ambas têm o ser humano como agente desses processos de
construção e que, dependendo do fato ou do fenômeno a ser investigado, escolha-se o melhor
método para dar conta de estudá-lo, ou integre-se os dois métodos.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994.
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MINAYO, Maria Cecília de Souza. (Org.) Pesquisa social teoria, método e criatividade.
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WHEATLEY, Margaret J. Liderança e a nova ciência. São Paulo : Cultrix/ Emana-Key,
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Aplicação dos métodos qualitativos na produção de conhecimento