ANTONIO SIMAS, S. J. - O MAMÂO DO RECIFE
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meras pessoas, cjuenâo se cansam de admirar o tamanho
dos frutos e a fecundidad e das árvores. E quantas pessoas,
vindas de outros Estados, aqui os teem provado, sao unánimes em afirmar a sua superioridade em qualidade a tudo
quanto alhures tinham visto.
E é assim que estamos continuamente a receber pedidos
de sementes, nao só de Pernambuco mas de outros Estados,
inclusivamente da Companhia Agro, nome belga da cidade de
Machado Portela no Estado da Baia, que está satisfeitíssima
com o éxito obtido. Também urna Gasa do Rio-de-Janeiro
nos pedia insistentemente o ano passado, lhe quiséssemos
fornecer mensalmertte mil e quinhentos mamoes. Como se
vê, a muito longe cliega já a fama dos nossos frutos.
Ñas Estampas 1 e II damos dois aspectos do nosso mamoeiral do corrente ano de 1927; e digo déste ano, porque
aqui fazemos urna plantacáo nova cada ano, por ser a terra
um tanto alagadiça. A déste ano foi bastante inferior à do
ano passado, pois além de ser feita num terreno onde estiverà um coqueiral, nao levou nenlíum adubo.
O primeiro caiano roxo, trazido para éste Colegio há uns
seis anos, veio de urna quinta de Tigipió, arrabalde do Recife, para onde fora levado de Goiana, cidade ao norte déste
Estado. Na nossa quinta deu e l e origem ao primeiro mamoeiral, que desde entáo tem sido o fornecedor das demais quintas, inclusivamente daquela que nos cederá as primeiras sementes. E o mamáo que até há pouco tempo era consumido
quási exclusivamente pelo gado, passou a constituir urna fruta
apreciadíssima e muito procurada no mercado, abastecendo-se
déla com largueza os navios que cada dia tocam no porto.
¿ Mas a que atribuir afinal, preguntarâo os leitores, a superioridade dos mamoes do «Nóbrega»? E que o cultivo de
um mamoeiro é urna verdadeira arte; mais que isso: é um
verdadeiro segrédo. E o nosso quinteiro, o Irmáo José de Oliveira, é um auténtico mestre, um agricultor de experiencias
feito. Trabalhou durante dezasseis anos seguidos na Zambézia Portuguesa, sete na Chupanga, e os restantes em Miruru,
perto do Zumbo, desbravando terrenos, plantando imensas
hortas e pomares, e gastando as forças, num clima táo insalu-
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