TÉCNICAS DE FENAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE LEITE
Magno José Duarte Cândido1
José Antonio Alves Cutrim Junior2
Rodrigo Gregório da Silva2
Rebeca Magda da Silva Aquino3
1. INTRODUÇÃO
A estacionalidade na produção de forragem é uma realidade recorrente em todos os
sistemas de produção animal em pastejo, trazendo sérios prejuízos para o produtor com o
fenômeno da safra e entressafra. Na maior parte do Nordeste do Brasil, esse fato é
agravado pela curta estação chuvosa, em média de quatro meses, havendo escassez de
forragem no restante do ano. Para minimizar tais problemas há a necessidade de se
conservar forragem para a época da seca, na forma de feno ou silagem. A produção de
feno no Nordeste, por meio da técnica da fenação, apresenta grande potencial, devido à
sua alta insolação, altas temperaturas e umidade relativa do ar baixa nessa região.
A fenação constitui-se em uma das alternativas recomendáveis, especialmente pela
possibilidade de estar associada ao programa de manejo das pastagens, aproveitando para
fenar o excedente de pasto produzido no período das águas.
A fenação ocupa importante papel no manejo das pastagens, permitindo o
aproveitamento dos excedentes de forragem ocorridos em períodos de crescimento
acelerado de forrageiras, visto que alterações da carga animal são geralmente difíceis de
serem realizadas.
O princípio básico da fenação resume-se na conservação do valor nutritivo da
forragem através da rápida desidratação, uma vez que a atividade respiratória das plantas,
bem como a dos microrganismos é paralisada. Assim, a qualidade do feno está associada a
fatores relacionados com as plantas que serão fenadas, às condições climáticas ocorrentes
durante a secagem e ao sistema de armazenamento empregado (REIS et al., 2001)
A fenação é uma técnica de conservação de forragens extremamente versátil, pois
desde que o feno seja armazenado adequadamente, apresenta as seguintes vantagens: pode
ser armazenado por longos períodos com pequenas alterações no valor nutritivo, grande
número de espécies forrageiras podem ser usadas no processo, pode ser produzido e
utilizado em grande e pequena escala, pode ser colhido armazenado e fornecido aos
animais manualmente ou num processo inteiramente mecanizado e pode atender o
1
Prof. Adjunto, Departamento de Zootecnia/UFC. Pesquisador do CNPq. E-mail: [email protected]
Doutorando do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia-PDIZ/UFC/UFPB/UFRPE
3
Graduanda do curso de Zootecnia da UFC.
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2
requerimento nutricional de diferentes categorias animais (Reis et al., 2001). Como
desvantagens podemos citar: o elevado custo de aquisição de máquinas adequadas e
elevado custo com mão-de-obra por quilo de feno produzido em pequenas propriedades.
O feno pode ser definido como a forragem que sofreu processo de desidratação até
atingir o teor de umidade que permite se manter estável nas condições ambientais. O teor
de umidade normalmente está na faixa de 10 a 20%, o que, na prática significa estar em
equilíbrio com a umidade relativa do ar. A conservação de forragens na forma de feno
depende da prevenção dos processos biológicos, tais como crescimento de fungos e
fermentação, em razão da baixa quantidade de água disponível.
2. FORRAGEIRAS INDICADAS PARA FENAÇÃO
Para escolha da planta a ser fenada devemos levar em consideração a sua
produtividade, tolerância ao corte, capacidade de rebrotação, qualidade, além da facilidade
de secagem (GOMIDE, 1980).
Ao escolher a forrageira a ser fenada, deve-se observar a sua composição químicobromatológica, destacando-se os teores de fósforo, cálcio e a digestibilidade da matéria
seca. O valor nutritivo varia com a espécie botânica, idade da planta, fertilidade do solo.
Em geral, as leguminosas são mais ricas em proteína e cálcio que as gramíneas. À medida
que a planta se desenvolve, ocorre redução do valor nutritivo em função da diminuição das
percentagens de proteína, fósforo, digestibilidade e consequentemente, do consumo. A
influência da fertilidade do solo reflete-se nos teores de proteína, fósforo, potássio,
digestibilidade e consumo, sendo importante a sua manutenção que, além disso, garante
maior produtividade por unidade de área.
Algumas plantas dificultam o trabalho da segadeira, devido às suas características
estruturais, ou ao seu hábito de crescimento. Neste caso, são mais fáceis de serem cortadas
as plantas cespitosas, quando comparadas às estoloníferas e decumbentes. No entanto, a
maioria dos capins cespitosos é mais vulnerável ao corte rente ao solo, sendo uma das
principais exceções o capim-elefante, que possui rizomas (colmos subterrâneos com
gemas viáveis).
O potencial de produção talvez seja o fator mais importante a ser considerado na
escolha da espécie forrageira. Esse fato pode ter influência na diminuição dos custos de
produção, visto que na mesma área pode-se obter uma maior quantidade de feno.
A facilidade de secagem é influenciada pela relação folha/haste, cerosidade das
folhas, teor de umidade ao tempo de corte, número e abertura dos estômatos. Em geral,
forrageiras mais folhosas são mais fáceis de serem fenadas. No entanto, quando não é
3
possível a utilização destas, a solução para uma rápida secagem consiste no uso de
segadeira condicionadora.
A rebrotação depende das condições de fertilidade e umidade do solo, bem como do
grau de tolerância das forrageiras ao corte. Um fator de extrema importância na
determinação da capacidade de rebrotação refere-se à precocidade do alongamento do
caule da forrageira (gramínea), que é dado pela elevação do meristema apical acima do
solo, tornando-se exposto à eliminação. Gramíneas cespitosas, que têm elevação rápida do
meristema apical, têm menor velocidade de rebrotação após o corte, isto é, em relação a
gramíneas estoloníferas, porém mais fáceis de serem cortadas.
Atualmente é possível fenar todo tipo de forrageira, bastando para isso utilizar
métodos e equipamentos adequados ao processamento da planta, embora algumas espécies
forrageiras apresentem maior facilidade, principalmente quanto à velocidade de
desidratação, atingindo o ponto de feno mais rapidamente e expondo a forragem a menos
risco de perdas.
O feno de gramíneas tropicais é geralmente inadequado como única fonte de
alimento para suprir os requerimentos nutricionais de manutenção exigidos pelos animais.
Todavia, algumas espécies dos gêneros Pennisetum (capim-elefante), Panicum (tanzânia,
mombaça, aruana, colonião etc.), Cynodon (tifton-85, coast-cross etc.), Cenchrus (capimbúffel), quando desenvolvidas em boas condições de fertilidade e manejo, oferecem
oportunidades para confecção de feno de qualidade aceitável.
Segundo Lima e Maciel (1996) citados por Paz et al.(2000) e Camurça et al. (2002),
o capim-elefante pode ser considerado uma importante forrageira na produção de
volumoso para pecuária no Semi-Árido Brasileiro. Tal fato deve-se ao seu alto potencial
produtivo quando manejado intensivamente e à sua adaptabilidade a amplas condições de
fertilidade e de umidade no solo (excetuando-se condições de encharcamento).
Várias são as forrageiras passível de serem fenadas, as mais adequadas são: capimrhodes, estrela africana, coast cross, tifton-85, jaraguá, pangola, colonião, tanzânia, buffel,
kikuio, capim-elefante, braquiárias entre outras que podem ser cultivadas para este fim.
Ainda podemos citar a soja perene, feijão-guandu, centrosema, alfafa, leucena, maniçoba,
parte aérea da mandioca, sabiá e mata-pasto e diversas outras plantas da Caatinga (ver
Tabela 4).
3. O PROCESSO DE FENAÇÃO
O processo de fenação, tradicionalmente, abrange três etapas principais: corte,
desidratação ou secagem e armazenamento. Em cada etapa deve-se adotar procedimento
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correto, em função do tipo de maquinário utilizado, da espécie forrageira e das condições
climáticas, para que o feno produzido apresente qualidade satisfatória. O processo consiste
basicamente na desidratação da forragem verde com 65- 85% de umidade para 10 a 20%.
A desidratação é mais acentuada logo após o corte, diminuindo à medida que atinge
valores abaixo de 65% de umidade, até atingir o ponto ideal. A rapidez com que o ponto
de feno é obtido concorre para menores perdas de princípios nutritivos nesta fase.
3.1. Corte da Forragem
O período mais indicado para prática da fenação é a estação das águas, isto é, de
Fevereiro a Maio, no caso do Ceará, ou o ano todo, quando houver possibilidade de
irrigação. Com o solo úmido (devido à chuva ou ao uso da irrigação), as forrageiras
apresentam uma elevada concentração de nutrientes, além de um bom rendimento de
forragem. Isso ocorre geralmente ainda no estádio vegetativo, quando é maior a proporção
de folhas, a porção mais nutritiva da planta (PAZ et al., 2000).
A produção acumulada de matéria seca cresce com a idade da planta enquanto, o
valor nutritivo decresce quando a planta passa da fase de crescimento vegetativo para
reprodutivo. Cortes no início da fase de crescimento vegetativo trariam como
desvantagens, menor rendimento forrageiro e ainda alto teor de umidade da forrageira,
Cortes durante a fase de crescimento reprodutivo teriam como desvantagens, maior
lignificação das células e menor digestibilidade da proteína e energia. A época ideal de
corte seria aquela em que a forrageira estaria com o maior equilíbrio entre quantidade e
qualidade. Portanto esta época não pode ser definida em termos somente de crescimento
ou de datas de cortes pré-fixadas, mas sim em períodos de descanso da cultura, condições
locais do meio, aspectos econômicos, etc. Convém, portanto, enfatizar que a qualidade da
forragem à época do corte é de importância primária na qualidade do feno.
A ocorrência de chuva é o fator mais prejudicial à produção de feno. Resulta em
maior tempo de permanência da forragem no campo, em prejuízo à qualidade do feno e
em maiores riscos de perdas totais. Este fato determina a necessidade de o produtor
manter-se atento à previsão do tempo e às primeiras indicações de mudanças tomar as
providências adequadas para proteger o feno.
Ao estabelecer o manejo de corte, deve-se também levar em conta as condições que
asseguram a persistência da forrageira, tais como a freqüência e a altura de corte.
As plantas forrageiras têm características morfofisiológicas que demandam
diferentes alturas de corte. De maneira geral, os capins de crescimento prostrado como
aqueles dos gêneros Brachiaria e Digitaria podem ser cortados de 10 a 15 cm, do gênero
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Cynodon de 5 a 10 cm (Figura 1), enquanto que plantas de crescimento ereto como Avena,
Hyparrhenia, Panicum e Pennisetum as alturas de corte são de 10 a 20 cm. Em termos de
leguminosas, a altura de corte normalmente utiliza-se 8 a 10 cm do nível do solo. Outro
parâmetro fisiológico que pode ser utilizado facilmente para determinar o momento de
corte é a contagem do número de folhas vivas/perfilho ou mesmo o número de entrenós da
planta. Para o capim-tifton 85, em condições de Nordeste e adubado com nitrogênio na
dose equivalente a 600 kg/ha x ano, irrigado em sistema de baixa pressão, preconiza-se o
corte quando a planta atingir entre 8,5 e 10,5 folhas vivas/perfilho. Para o capim-elefante,
recebendo a mesma dose de nitrogênio e na mesma região, é possível utilizá-lo para feno
quando apresentar entre 8 e 10 entrenós.
1,80 cm
Figura 1 - Altura do capim-tifton 85 no momento do corte (esquerda), após o corte (direita ) e altura de corte do capimelefante (abaixo). Fotos: Cutrim Junior.
É possível ainda fazer o uso da altura, em conjunto com outras variáveis, para
determinar o momento do corte. O capim-tifton 85, deve apresentar entre 45 a 50cm de
altura (Figura 1) no momento do corte para alcançar rendimentos satisfatórios, o que
corresponde ao intervalo do número de folhas vivas/perfilho preconizado. Acima desse
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valor é possível se observar diminuição no valor nutritivo, devido à diminuição na relação
folha/haste que se acentua com o alongamento das hastes. Para o capim-elefante,
verificou-se altura uma altura média de corte de 1,80cm, o que corresponde ao intervalo
do número de entrenós preconizado (Figura 1).
As condições ambientais estão ligadas ao momento do corte. É importante realizar os
cortes em dias ensolarados, pouca nebulosidade, baixa umidade relativa do ar, ocorrência
de ventos e temperaturas elevadas.
O corte pode ser manual ou mecânico e, deve ser feito nas primeiras horas da manhã,
após o orvalho, pois facilita o corte e possibilita maior desidratação ao final do dia. Caso a
planta ainda contenha o orvalho no momento do corte, haverá um acúmulo de água na
massa depositada sobre o solo, requerendo um maior número de revolvimento mecânico
necessário a secagem, que por sua vez aumentará os custos com mão-de-obra e
hora/máquina. (Souza, 2000). A quantidade de material a ser cortado depende da
capacidade de processamento, observada a disponibilidade de máquina e/ou mão-de-obra.
O corte manual pode ser feito empregando-se alfange, foice ou roçadeira costal
(Figuras 1 e 2, respectivamente).
Figura 2 - Corte do capim-tifton 85 usando roçadeira costal. Foto: Cutrim Junior.
O corte mecânico propriamente dito é feito com segadeira de barra, segadeira de
tambor, segadeira condicionadora ou colhedeira de forragem. Cada maquinário tem altura
de corte regulável, largura de corte variável de acordo com o modelo e rendimento.
Pereira (1998) relatou que quando se trabalha com uma forrageira com alta relação
folha/haste (ex.: Brachiaria, Tanzânia), ou colmos mais grossos (ex.: capim-elefante), é
adequado o uso de segadeira de barra ou condicionadora para promover secagem mais
rápida e uniforme, reduzindo os riscos de perda.
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Por muitos anos, as segadeiras de barra têm sido utilizadas, principalmente pôr
serem máquinas simples e baratas. A desvantagem desse equipamento é que apresenta
baixa velocidade de operação além de promover dilaceração do caule, o que prejudica a
rebrotação das plantas, reduzindo a persistência do dossel (ROTZ, 2001).
As segadeiras de disco giratório (Figura 3) desenvolvem maior velocidade, sendo
que o seu desempenho é limitado pela habilidade do operador. A desvantagem desta
máquina é o seu alto custo de operação, pois requer quatro vezes mais potência para
operação. Portanto, um trator mais potente deve ser utilizado e mais combustível pode ser
consumido. Por outro lado, com o trabalho desenvolvido em maior velocidade tem-se
menor tempo de operação e de utilização do trator.
Figura 3 - Segadeira de disco em operação. Fotos: Ferreira (2006).
Segadeiras com tambores giratórios apresentam algumas desvantagens comparadas
às demais, pois requer duas vezes mais potência comparada com as de disco. Além disto,
em decorrência do corte desuniforme, tem-se secagem heterogênea nas leiras.
Mini-tratores com lâminas frontais (Figura 4) também podem ser utilizados para o
corte da forrageira. Eles apresentam um elevado rendimento, fácil manuseio e baixo custo
operacional, promovendo um corte uniforme e um espalhamento da forragem em toda
área, facilitando a secagem.
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Figura 4 - Mini-trator com lâmina frontal em operação na unidade demonstrativa de produção de feno do
Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura–NEEF (projeto financiado pelo FUNDECI/BNB). Foto:
Cutrim Junior.
Outro tipo de implemento que pode ser empregado é a colhedeira de forragem tipo
"faca-boba", principalmente quando vai fenar leguminosas ou gramíneas de talos grossos,
porque dilacera os talos, colmos e folhas, permitindo uma desidratação mais rápida e
uniforme. O inconveniente na utilização desta máquina é que os colmos das gramíneas que
permanecem nas touceiras ficam rachados, comprometendo a rebrotação futura sendo,
portanto recomendado o uso desta máquina apenas uma vez ao ano.
Uma avaliação geral evidencia que nenhum dos tipos de segadeira apresenta uma
vantagem acentuada sobre outra, portanto qualquer delas pode ser usada na fenação, sendo
o fator de decisão o custo de aquisição e manutenção das mesmas (ROTZ, 2001).
3.2. Secagem
Esta fase implica na evaporação de grande quantidade de água - duas a três toneladas
de água para cada tonelada de feno produzido, no menor tempo possível. As condições
ambientais que favorecem a secagem são: dias ensolarados, pouca nebulosidade, baixa
umidade relativa do ar, ocorrência de ventos e temperaturas elevadas. O processo de
secagem a campo pode ser dividido em três fases (Figura 5):
•
1ª Fase – Inicia-se após o corte e espalhamento da planta forrageira no campo.
Normalmente esta fase é rápida e envolve intensa perda de água. Nesta fase, os
estômatos permanecem abertos, (cerca de duas a três horas), após o corte. E o teor de
umidade que se encontra em torno de 70 a 90%, cai ficando em uma faixa de 60 a
65%.
9
•
2ª Fase – Nesta fase a perda de água é mais lenta e o teor de umidade, no qual se
encontra em torno de 60 a 65%, cai para uma faixa de 45% de umidade. Os estômatos
já se encontram fechados e a perda de água ocorre via cutícula foliar.
Figura 5 - Curva de secagem de plantas forrageiras em condições ambientais uniformes (Jones e Harris,
1979, citados por REIS et al., 2001).
•
3ª Fase - Inicia-se quando a planta apresenta cerca de 45% de umidade. É o momento
em que a planta é mais susceptível às condições climáticas (Moser, 1995), observandose maiores perdas na qualidade do material fenado quando há grandes oscilações
climáticas (chuvas, aumento da umidade do ar). É nesta fase que a forragem torna-se
mais susceptível aos danos causados pelo processamento, onde as folhas apresentamse mais quebradiças, com o caule apresentando alto teor de umidade. Nesta fase, a
perda de umidade ocorre através da plasmólise celular, até atingir o ponto definido do
feno que é em torno de 15 a 20% de umidade.
A taxa de secagem é favorecida pela presença de maior proporção de folhas e de
caules finos. O adequado processamento da forragem, espalhamento, viragem e
enleiramento, contribuem para acelerar e uniformizar a desidratação da planta. Nessas
condições e com tempo bom, dois ou três dias serão suficientes para se produzir um feno
de boa qualidade, desde que a forrageira seja colhida no momento ideal.
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As folhas perdem água mais rapidamente que o caule ou partes grossas da planta,
atingindo o ponto de feno primeiro. A partir deste ponto é recomendável que a forragem
seja mantida enleirada, para se obter uma secagem uniforme.
O ritmo de desidratação a campo pode ser acelerado de três a quatro vezes, nas
etapas iniciais, se a forragem for submetida a tratamento para afofar e virar, permitindo a
entrada de ar, vento e raios solares, reduzindo à quantidades mínimas as perdas nesta fase.
Na secagem da forragem colhida, o conteúdo de umidade da planta, em geral
variando de 75% a 80% no momento do corte, deve ser reduzido para níveis inferiores a
20%, no ponto de feno. Isso implica a evaporação de grande quantidade de água, duas a
três toneladas de água para cada tonelada de feno produzido, no menor tempo possível.
Em forragens com maior quantidade de colmo a picagem é fundamental para
facilitar a desidratação da planta (Figura 6). Deve ser feita em máquina picadeira
adequada, com lâminas devidamente afiadas para proporcionar um tamanho de partícula
ideal (entre 2,5 e 3,0 cm) tanto para a secagem quanto para otimizar os processos de
ruminação do animal. O material picado deve ser colocado sobre uma lona plástica
(Figura 7) ou solários de cimento liso em camadas não superiores a 10 cm, virando sempre
que possível.
Figura 6 - Picagem do capim-elefante para facilitar a desidratação. Foto: Cutrim Junior.
A viragem do material dever iniciar logo após o corte e, ser repetida tantas vezes
quanto possível. Pode ser feita manualmente ou com o uso de ancinhos de tração mecânica
de vários tipos que, dependendo da regulagem, podem realizar também as práticas de
enleiramento e espalhamento.
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Figura 7 - Reviragens do capim-tifton 85 (esquerda) e capim-elefante (direita) para alcançar o ponto de feno.
Fotos: Cutrim Junior.
Se o material permanecer no campo por mais de um dia, este deverá ser enleirado à
tarde e esparramado no dia seguinte, evitando assim o efeito do orvalho e melhorando
homogeneidade da desidratação.
Ocorrendo chuva durante o dia, o material também deverá estar enleirado, voltando
ao processo de viragens após enxugar os espaços entre as leiras, onde o material é
espalhado novamente. O maior número de reviragens no dia acelera o processo de
desidratação, fazendo com que a forragem passe um menor tempo no campo secando.
No instante do corte, a forragem contém aproximadamente 85% de umidade. Com as
sucessivas viragens e afofamentos, ela vai sendo secada, até atingir 12-15% de umidade,
que é o chamado "ponto de feno". A determinação do ponto de feno pode ser feita por
equipamentos adequados ou por maneiras práticas, sendo que a umidade final deverá estar
entre 10 e 20%. Dentre as maneiras práticas de verificação podemos citar o processo de
torcer um feixe de forragem e observar: se surgir umidade e, ao soltar, o material voltar à
posição inicial rapidamente, ainda não está no ponto; se houver rompimento das hastes,
passou do ponto e, se não eliminar umidade e, ao soltar o material voltar lentamente à
posição inicial, sem rompimento de hastes, está no ponto. Com a prática, pelo tato e cor, a
pessoa identifica o ponto do feno. Deve-se também cravar a unha nos nós dos talos, de
onde saem as folhas: o nó deve apresentar consistência de farinha, sem umidade. Nesse
ponto, o feno já está pronto, restando enfardá-lo e armazená-lo em local ventilado, a salvo
da chuva. Em caso de plantas que precisam ser picadas antes de serem desidratadas, o
ponto de feno é dado esfregando-se um pouco do material entre as mãos e caso este se
desprenda facilmente da palma da mão, temos ai o momento em que o feno deve ser
ensacado.
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A umidade ao final da desidratação é responsável pelo êxito ou fracasso da fenação
e, em alguns casos quando em excesso, ocorre também grande elevação de temperatura
que pode chegar até a combustão.
A desidratação da forragem se processa até que a umidade do feno entre em
equilíbrio com a umidade do ar, conforme a Tabela 1.
Tabela 1 - Relações entre umidade relativa do ar e a umidade de equilíbrio do feno
Umidade relativa do ar (%)
Umidade do feno (%)
95
90
80
77
70
60
35,0
30,0
21,5
20,0
16,0
12,5
Fonte: Raymond et al., 1991.
A umidade relativa do ar varia durante o dia, sendo menor à tarde e elevada à noite,
pelo que se justifica manter a forragem com baixa umidade, enleirado-a a noite e
removendo as leiras durante o dia. O enleiramento durante a noite evita o reumedecimento.
A desidratação final é feita em pequenas leiras, proporcionando a obtenção da
umidade desejada mais uniformemente e facilitando o recolhimento do material pelas
enfardadeiras.
3.3. Armazenamento
O feno pode ser armazenado, solto ou enfardado em locais ventilados e livres de
umidade. Podem ser aproveitadas as construções já existentes ou construir galpões rústicos
no campo, levando-se em consideração as facilidades encontradas na propriedade e o
tempo que o feno deverá permanecer armazenado. As formas de armazenamento mais
comuns são o armazenamento solto (medas) e em forma de fardos.
No armazenamento solto, o feno é levado a galpões reservados para este fim ou para
as chamadas "medas", que são montes de feno organizados no próprio campo de produção,
forma de armazenamento mais indicada para criações extensivas ou semi-extensivas.
Escolhido um local nivelado, coloca-se o mastro ou tutor; marca-se uma
circunferência de acordo com a área da base ao redor deste tutor e, inicia-se a colocação
do feno em camadas bem compactadas, abrindo o diâmetro até 2/3 da altura, voltando a
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fechar a partir daí até ao topo da meda, onde deverá ser feita uma espécie de chapéu de
sapé, lona plástica ou similares, que evite a penetração de água das chuvas.
Uma vez pronta a meda, o acesso dos animais à esta deve ser impedido por cercas,
para permitir o consumo somente no momento oportuno.
É necessário construir uma pequena canaleta ao redor da meda, para proteção contra
as enxurradas. Para melhor estabilidade da meda, recomenda-se construí-la com altura
equivalente, no máximo, a uma vez e meia do diâmetro da base. De maneira geral, as
medas têm por diâmetro da base entre 4 a 6 metros, altura de 6 a 9 metros e capacidade de
6 a 12 toneladas.
Como principais vantagens deste sistema, podemos citar o menor custo no
armazenamento; não necessita de abrigos, reduz o transporte e tem fácil cesso para o gado.
As desvantagens são as perdas por lavagem, contribuindo para um menor valor
nutritivo e também, ocorrem desperdícios pelos animais no momento da utilização.
Na forma de fardos, o armazenamento pode ser feito em galpões especiais ou a
campo, cobertos com lona ou sapé. O material enfardado ocupa menor espaço, tem melhor
conservação, facilita o transporte e possibilita o controle da disponibilidade de feno.Este
método requer enfardadeira que pode ser manual ou mecânica, arame ou cordão
apropriado para amarrio, sendo, portanto, mais caro e trabalhoso do que o armazenamento
do feno solto.
O enfardamento pode ser feito de forma manual ou mecânica automática. O
enfardamento manual é feito utilizando-se enfardadeiras que usam o sistema de prensa
manual diferenciado, que reduz consideravelmente o esforço do operador durante a
produção dos fardos. Tal equipamento produz fardos de 13 a 15 kg medindo 40cm de
altura, 45cm de largura e 65cm de comprimento (Figura 8), tendo uma produção média de
100 fardos por dia com o uso de 3 operadores.
As enfardadeiras mecânicas automáticas captam a forragem enleirada, fazem a
prensagem dos fardos em dimensões variáveis. As enfardadoras podem ser classificadas
em convencionais ou prensas-enfardadoras, que produzem fardos prismáticos com
dimensões de 40 a 60 cm de largura x 30 a 40 cm de altura x 50 a 130 cm de
comprimento, ou ainda rotoenfardadoras, que produzem fardos cilíndricos com largura de
1,50 m a 1,70 m e diâmetro de 1,60 m a 1,80 m (Boller, 2002). Em 1 m³ de feno
corretamente enfardado, armazenam-se aproximadamente 90-100 kg de material.
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Figura 8 - Produção de fardos de feno de capim-tifton 85 feito com enfardadeira manual. Fotos: Cutrim
Junior.
Uma forma alternativa para enfardamento do feno é o uso da prensa manual de
madeira para fenação, idealizada e desenvolvida na Embrapa Tabuleiros Costeiros
(Figura 9). Essa prensa pode ser construída com a própria madeira já existente em todas as
propriedades rurais, o que sem dúvida, onera menos ainda a sua fabricação, aliado ao fato
de ser tarefa de fácil execução.
Figura 9 - Produção de fardos de feno feito com prensa manual. (Fotos: Embrapa Tabuleiros Costeiros).
Os fardos prensados pesam de 13 a 15 kg e pode ser prensado por qualquer
trabalhador
dentro
da
propriedade
e
apenas
um homem pode
confeccionar
aproximadamente 150 fardos por dia.
Seu custo é barato se comparado com a prensa confeccionada em ferro. Em caso de
ser construída dentro da propriedade a mesma se tornará barata, acessível e sem
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dificuldade alguma na sua construção. A prensa é de grande utilidade ao pequeno produtor
rural, pois minimiza os problemas gerados pela seca, que tanto prejudica ao mesmo em
seu labor, pois o armazenamento de alimentos volumosos é indispensável para atravessar
o período seco.
Uma outra forma de armazenamento é feita em sacos de sarrapilho, prática muito
usada para armazenar fenos que são previamente picados para facilitar o processo de
secagem, haja vista a dificuldade de enfardar tal material. Esses sacos são colocados sobre
estrados que podem ficar em diversos locais (fenil), sendo preferível próximo ao local de
fornecimento aos animais (Foto 10). O ensacamento torna-se um método mais prático e
menos oneroso, mas apresenta uma maior dificuldade de acomodação e maiores perdas
armazenados por longo período.
Figura 10 - Sacos de feno armazenados no paiol do Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura – NEEF
Fotos: Cutrim Junior.
Quando comparado com a silagem o feno apresenta como vantagens uma maior
versatilidade de armazenamento, transporte e comercialização e como desvantagens baixa
densidade (106 kg MS/m³ do feno e 148 kg MS/m³ da silagem) e uso de muito maquinário
quando em grande escala.
Segue abaixo um exemplo de cálculo de uma área necessária para armazenar fardos
de feno de capim-tifton 85 produzidos em uma área de 1250 m² com uma produção de
529 kg MS e perda de 10% no processo de fenação, assim como o número de ovinos a
serem alimentados com tal produção:
Produção = 529 kg MS – 10% = 476 kg feno ÷ 13,5 kg/fardo = 35 fardos
Área do galpão: 476 kg MS de feno ÷ 106 kg MS/m³ = 4,5 m³
Rebanho:
Consumo = 4% Peso Vivo (PV) = 0,04
1 ovino 25 kg PV x 0,04: Consumo = 1,0 kg/dia
1,0 kg/dia de feno consumido + 5% sobra = 1,05 kg/(ovino x dia) x 30 dias =31,5 kg
feno/mês ÷ 13,5 kg/fardo = 2,3 fardos
16
476 kg MS de feno ÷ 31,5 kg de feno/ovino x mês = 15 ovinos
Ração com 50% volumoso = 15 ovinos x 2 = 30 ovinos
O mesmo cálculo para 1 ha temos:
Piquete: 1 ha
Produção = 4232 kg MS – 10% = 3809 kg feno ÷ 13,5 kg/fardo = 282 fardos
Área do galpão: 4232 kg MS de feno ÷ 106 kg MS/m³ = 40 m³
Rebanho:
Consumo = 4% Peso Vivo (PV) = 0,04
1 ovino 25 kg PV x 0,04: Consumo = 1,0 kg/dia
1,0 kg/dia de feno consumido + 5% sobra = 1,05 kg/(ovino x dia) x 30 dias = 31,5 kg
feno/mês ÷ 13,5 kg/fardo = 2,3 fardos
4232 kg MS de feno ÷ 31,5 kg de feno/ovino x mês = 134 ovinos
Ração com 50% volumoso = 134 ovinos x 2 = 268 ovinos
4. QUALIDADE E VALOR NUTRITIVO DE FENOS
A colheita no momento certo, a secagem rápida e uniforme da forrageira, e o seu
recolhimento com a umidade adequada, são condições fundamentais para a produção de
feno de boa qualidade, independentemente do processo adotado.
O feno de boa qualidade é proveniente de uma forragem cortada no momento
adequado. Promovendo uma rápida desidratação na forragem, é possível a conservação do
seu valor nutritivo, uma vez que a atividade respiratória das plantas, bem como a dos
microorganismos, é paralisada. A qualidade do feno está associada a fatores relacionados
com as plantas a serem fenadas, às condições climáticas durante a secagem a campo e ao
sistema de armazenamento empregado. Feno de boa qualidade apresenta cor verde
característica, maciez ao tato e excelente aroma.
Uma característica importante para a obtenção de feno de alto valor nutritivo,
consiste na observação da proporção folha/haste, devido a uma interação positiva entre
consumo, digestibilidade e a porcentagem de folha no feno (Tabela 2). O aumento da
idade da plante, promove uma elevação da relação folha/haste, em decorrência da
intensificação do processo de alongamento dos caules, que diferenciam quimicamente das
folhas devido ao alto teor de fibra e baixo de proteína e fósforo. Assim, apesar de maior
rendimento forrageiro com o avanço da idade da planta, é conveniente o corte mais
freqüente, ainda que isto resulte em menor produção por área (GOMIDE, 1980).
Dentre os fatores que influem na qualidade e valor nutritivo dos fenos, citam-se:
• Espécie forrageira,
• Fertilidade do solo para produção da forrageira
• Disponibilidade de água para produção da forrageira (chuva ou irrigação)
• Idade da planta no momento do corte,
17
• Condições climáticas na ocasião da fenação
• Rapidez na desidratação,
• Umidade na ocasião do armazenamento,
• Forma de armazenamento.
Tabela 2 - Características físicas de fenos de leguminosas e gramíneas de diferentes
padrões de qualidade
Tipos de fenos
Qualidade
Mínimo de
folhas (%)
Mínimo de cor
verde (%)
Máximo de
impureza (%)
Alta
40
60
5
Regular
25
35
10
Baixa
10
10
15
Alta
45
40
10
Regular
30
30
15
Baixa
15
10
20
Fenos de leguminosas
Fenos de gramíneas
Fonte: Vilela (s/d).
Como características de um bom feno podemos citar:
• Coloração verde;
• Cheiro agradável;
• Ter boa quantidade de folhas, alta relação folha/haste;
• Apresentar caules finos e macios;
• Ausência de mofo
• Livre de impurezas
Como a espécie forrageira afeta qualidade do feno, as famílias de plantas também.
Assim, as leguminosas de modo geral, permitem a obtenção de feno de melhor qualidade
que as gramíneas (Tabela 3).
Na Tabela 4 são apresentadas características químico-bromatológicas do feno de
diversas espécies de importância forrageira.
18
Tabela 3 - Interpretação da análise da amostra de fenos
Componentes
Umidade (%)
Proteína bruta*
Fibra em detergente neutro*
Fibra em detergente ácido*
Cinzas*
Cálcio*
Fósforo*
Magnésio*
Potássio*
Lignina*
NDT estimado %
Intervalos esperados na composição químicobromatológica final dos fenos
Gramínea
Leguminosa
20 - 15
18 - 15
8-16
15 - 24
78 - 66
54 - 38
43 - 30
44 - 28
9 - 6.1
10.2 - 8.9
0.26 - 0.4
1.25 - 2.3
0.18 - 0.27
0.20 - 0.35
0.13 - 0.21
0.30 - 0.50
1.3 - 1.2
1.7 - 2.25
7-4
43 - 61
54 - 76
*Percentagem (%) na Matéria Seca (MS)
Fonte: Costa e Resende (s/d)
Trabalhos financiados pelo FUNDECI/Banco do Nordeste e realizados no Núcleo de
Ensino e Estudos em Forragicultura-NEEF/DZ/CCA/UFC, demonstraram o valor nutritivo
superior do feno de capim-tifton 85, em comparação ao do capim-elefante (Tabela 5).
Observa-se redução no teor de proteína bruta do feno de capim-tifton 85 com o avançar da
idade de 24 a 40 dias. Neste caso específico, a redução no teor de proteína bruta aos 40
dias deveu-se à ocorrência de chuvas durante a desidratação, o que se comprova pelo teor
de matéria seca estar bem abaixo do ponto de feno. Portanto, sob condições adequadas,
recomenda-se o corte do capim tifton-85 para produção de feno em idades entre 30 e 40
dias. O corte aos 24 dias, embora produza forragem de excelente qualidade, acarreta
menor produtividade (3,8 t/ha, contra 4,9 t/ha do corte aos 30 dias).
Por sua vez, o feno de capim-elefante apresenta valor nutritivo inferior, mas nem por
isso deve ser negligenciado seu potencial de uso. Para animais que estão em mantença, ou
para animais que recebem uma dieta contendo também concentrado eles podem ser
utilizados. Ovinos alimentados com dietas contendo feno de capim-elefante e concentrado,
numa relação volumoso:concentrado de 40:60, apresentaram ganho médio diário superior
a 200 g, num período de confinamento de 70 dias (Vieira, dados não publicados).
19
Tabela 4 - Composição químico-bromatológica de diversos fenos
Feno
Soja
Capim-jaraguá
Mandioca (folhas)
Mandioca (parte aérea)
Maniçoba
Alfafa
Capim-gordura
Bananeira (folhas)
Capim-colonião
Capim-tobiatã
Capim-buffel
Capim-elefante
Capim-elefante (FEVC2)
Elefante Paraíso
Ponta da cana
Sorgo
Green-Panic
Grama-africana
Capim-Guiné
Coast-cross
Capim-Rhodes
Capim-Setária
Catingueira
Mata-pasto
Capim-andropogon
Capim-tanzânia
Capim-tifton 85
Capim-tifton 85 (NEEF1)
Aveia preta
Leucena
Sabiá
Gramão
Centrosema
Azevém
Jurema preta
Milheto
Cunha
Grama estrela
Brachiaria decumbens
Brachiaria brizantha
Feijão-guandu
Capim-urocloa
Capim-milhã roxa
1
MS (%)
89,0
90,1
69,8
90,3
88,56
89,12
87,5
96,7
93,5
90,0
92,7
89,1
81,96
90,6
88,4
90,6
86,0
86,6
84,7
88,9
90,62
86,83
92,65
88,56
90,75
86,81
84,25
83,72
85,50
91,20
91,55
91,82
91,08
90,76
90,47
86,59
90,24
89,5
86,8
84,9
85,2
85,10
84,95
PB
15,9
4,35
26,9
12,1
12,71
19,08
3,49
16,6
6,70
7,80
7,90
6,36
6,27
14,6
4,10
4,20
4,30
8,30
4,82
8,39
6,05
5,78
12,38
9,15
4,43
7,65
15,40
14,28
8,79
20,97
13,95
12,86
20,23
10,60
14,30
9,88
18,31
11,53
4,90
4,95
15,3
6,86
8,91
NDT
FDN
FDA
Ca
% da Matéria Seca (MS)
56,6
64,85
47,00
1,33
53,1
77,34
46,54
0,52
63,1
4,23
59,9
53,80
38,47
0,60
62,10
45,88
31,43
57,5
47,59
37,09
1,29
22,30
81,79
53,63
0,36
48,9
75,27
43,27
0,47
55,3
1,00
48,6
82,05
52,49
79,99
50,31
0,29
86,97
65,6
1,10
57,5
49,7
68,90
42,31
0,30
88,94
45,49
79,12
54,69
52,69
79,18
39,84
0,47
48,33
0,40
42,42
22,55
43,02
34,00
1,75
0,44
70,65
40,01
0,60
59,12
80,91
39,83
0,51
70,01
37,46
80,94
50,98
52,12
65,05
29,11
1,56
47,95
27,50
51,77
23,58
41,40
64,40
39,50
35,70
15,77
50,30
66,52
46,05
57,14
44,69
0,43
71,54
38,66
80,22
48,68
0,27
40,3
77,91
43,86
67,17
43,91
0,76
83,27
10,38
-
P
0,32
0,14
1,06
0,26
0,30
0,10
0,26
0,25
0,18
0,35
0,15
0,21
017
0,12
0,12
0,04
0,20
0,21
0,18
0,14
0,18
-
Feno obtido no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura–NEEF/ /DZ/CCA/UFC, em Fortaleza – CE;
Feno obtido no campo avançado do NEEF na Fazenda Experim. Vale do Curú-FEVC/CCA/UFC, em Pentecostes/CE;
Fonte: (Valadares Filho, 2001), (Camurça et al., 2002), (Aguiar et al., 2006), (Vilela, s/d), (Ataíde Junior, 1997)
2
20
Tabela 5 - Composição químico-bromatológica de feno de capim-tifton 85 e capimelefante, em diferentes idades de corte
Composição químico-bromatológica
Feno
Idade de
corte
(dias)
MS (%)
24
91,01
15,05
65,95
3,8
30
85,34
15,69
70,10
4,9
40
78,75
12,12
70,19
3,6
60
89,10
6,00
79,70
9,9
Tifton 85
Capim-elefante
PB
FDN
Produção
(ton/ha)
% da Matéria Seca (MS)
PB – Proteína Bruta; FDN – Fibra em Detergente Neutro
Apesar das perdas causadas por problemas durante a secagem, cuidados como o
enleiramento do material no fim da tarde com a colocação de lonas de proteção permitem
minimizar os prejuízos e ainda obter um feno de boa qualidade, conforme se observa na
Tabela 5 com o feno de capim-tifton 85 cortado aos 40 dias e desidratado sob tempo
chuvoso.
5. PERDAS DURANTE O PROCESSO DE FENAÇÃO
5.1 Perdas durante a secagem
É possível que ocorra grandes perdas durante o processo de fenação, caso não seje
adotado um manejo adequado, mesmo com o uso de equipamentos específicos para o
processo.
Durante a secagem as perdas podem ser atribuídas pelo dilaceramento de folhas e
caules, no momento do corte, considerando que essas frações não seram recolhidas para
serem enfardadas. Em leguminosas, há perdas das folhas durante a secagem em detrimento
da manipulação da forragem, principalmente no final do processo de secagem devido a
maior fragilidade das mesmas (Reis, 1996). Para reduzir tais perdas, é recomendável que a
viragem/enleiramento não seje efetuada com níveis de umidade da forragem abaixo de
40% (COLLINS, 1995)
Em caso de secagem muito prolongada, as perdas são em função da fermentação que
pode ocorrer, devido às condições climáticas, uma vez que este feno deve ficar coberto por
uma lona, promovendo assim alterações indesejáveis no valor nutritivo da planta.
As maiores perdas do feno secado a campo podem ser atribuídas pela ocorrência de
chuvas, podendo chegar a 30% (Rotz e Muck, 1994). As perdas por lixiviação estão
21
relacionadas com a intensidade e duração das chuvas. As chuvas na parte final da secagem
causam as maiores perdas do que aquelas que ocorrem no início da fenação, devido à
perda de permeabilidade que a membrana celular sofre com o decorrer do processo de
secagem. Da mesma forma o condicionamento da forragem resulta em maiores perdas
devido a ocorrência de chuvas.
5.2 Perdas durante o armazenamento
As perdas durante o armazenamento são atribuídas ao crescimento de
microorganismos e ao aquecimento subseqüente, provocado pelo armazenamento de feno
com alto teor de umidade (acima de 15%).
O feno que não desidratou o suficiente tem o risco de intoxicar os animais que o
consomem devido à ingestão de fungos patogênicos, tais como Aspergillus glaucus,
Aspergillus fIa v us, Aspergillus fumigatus, actinomicetos e termoactinomicetos que
causam transtornos digestivos e aborto nos animais. Desta maneira, há quem diga que "é
preferível perder por secagem excessiva do que por umidade excessiva". A secagem
artificial leva à obtenção de feno de qualidade superior e com perdas bastante baixas,
podendo ser feita através de ventilação forçada ou utilizando ar quente em secadores
especiais, porém estes processos somente são viáveis nos casos de produtores de feno em
grande escala ou com o uso de secadores que proporcionem a secagem de outros produtos.
O aquecimento do feno é sempre associado com a atividade microbiológica,
principalmente se a forragem for enfardada com umidade um pouco elevada (acima de
20%). Segundo Van Soest (1994) quando os fardos são pequenos e o local é bem
ventilado, o calor produzido ajuda a eliminar o excesso de umidade, auxiliando na
preservação da forragem. No entanto, quando o calor é excessivo induz à reações não
enzimáticas (Reações de Maillard) com conseqüente perdas de carboidratos e proteínas
digestíveis. Essas reações normalmente provocam escurecimento da forragem e odor
desagradável, reduzindo a sua palatabilidade. Fardos grandes (redondos ou retangulares) e
com alta densidade são mais susceptíveis aos danos pelo aquecimento.
O armazenamento do feno em galpões é um método altamente eficiente, no entanto,
podem ocorrer perdas de 5-10% da matéria seca, para fenos armazenados com umidade
abaixo de 20%. Entretanto, o armazenamento no campo resulta em perdas de até 40% da
matéria seca. A maior parte das perdas ocorre na camada externa do fardo e na superfície
de contato deste com o solo.
22
5.3 Perdas durante o fornecimento
O processamento do feno pode ser feito para maximizar o uso do mesmo pelos
animais. A picagem e a moagem facilitam o manuseio, promove um maior consumo
destes pelos animais e reduz as perdas. O consumo voluntário de feno pode aumentar de
10 a 30% com a moagem, quando comparado com fenos de fibra longa ou picado.
As perdas durante a alimentação podem ocorrer em qualquer que seja o sistema
usado e a magnitude destas varia com o sistema (Tabela 6). O principal objetivo é
estabelecer práticas de manejo que possibilitem aos animais consumirem a maior parte do
feno a eles ofertada.
Tabela 6 - Previsão de perdas (%), durante o processo de fenação em diferentes condições
de secagem no campo
Fonte de perdas
Forragem cortada
Corte/condicionamento
Respiração
Ancinho
Lixiviação
Enfardamento
Armazenamento
Manuseio
Forragem consumida
Ótimas
P
5
5
5
0
5
5
5
C
100
95
90
86
86
81
77
74
74
Normais
P
C
100
10
90
10
81
10
73
10
66
10
59
10-20 53-47
10
48-43
48-44
Adversas
P
C
100
20
80
15
68
20
54
15
46
20
37
30
26
30
18
18
P – Perdido (%); C – Conservado (%).
Fonte: Macdonald e Clark (1987) citados por Reis (1996).
As perdas na alimentação incluem pisoteio, queda de folhas, deterioração química e
física, contaminação fecal e rejeição. Bal et al (s/d) determinaram que as perdas de feno na
alimentação são inferiores a 2%, em condições de bom manejo, e superiores a 60%, em
situações de manejo deficitário. É aceitável perdas de 3 a 6% na maioria do sistema de
alimentação.
6. USO DO FENO PELOS ANIMAIS
A maior razão para a utilização do feno na alimentação animal é prover energia para
mantença, produção de leite e carne, trabalho e outras funções. Feno também provê
proteínas, vitaminas e minerais para manutenção da condição corporal adequada para
alcançar níveis de produção adequados (ZANINE e DINIZ, 2006).
O feno é um alimento complementar, podendo ser ministrado junto com o pasto, ou
com o capim verde-picado, ou com a silagem, e suplementado com concentrados. Quando
23
fornecido na proporção de 0,5 ou 1,0 kg por 100 kg de peso vivo, além da silagem à
vontade, tem-se observado que as vacas em lactação ingerem maior quantidade de
alimentos (matéria seca) e produzem mais leite, em comparação como o uso de silagem
como único volumoso (EVANGELISTA et al. s/d).
Com relação ao tipo de alimento volumoso a ser usado na alimentação de bezerros, a
recomendação de ordem geral é que bons fenos são melhores que bons alimentos verdepicados, que, por sua vez são melhores que boas silagens. A quantidade de feno em dieta
exclusiva (sem suplementação) deverá ser fornecida na base de 2,5% do peso vivo do
animal, em se tratando de bovinos de corte (MICKENHAGEN, 1996).
Para ovinos, Camurça et al. (2002) verificaram que os fenos de capim-elefante,
capim-buffel, capim-urochloa e capim-milhã roxa promoveram um aumento no ganho de
peso médio diário (GMD), podendo assim, serem utilizados na alimentação de ovinos
confinados, porém deve-se elevar a porcentagem de concentrado na dieta, bem como
utilizar animais mais jovens para se obterem melhores desempenhos. Os maiores ganhos
de peso foram verificados para ovinos machos alimentados com feno de capim-milhã
roxa, apresentando 129 g/dia de ganho. Este resultado mostra também o excelente valor
nutritivo do feno de plantas nativas da Caatinga, como capim-milhã roxa, cuja forragem
pode ser conservada na forma de feno, se for não utilizada na época chuvosa pelos animais
e se não for necessário deixar chegar à fase reprodutiva para recuperar o banco de
sementes da área.
Em trabalho realizado no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura-NEEF,
observou-se elevado ganho médio diário no peso de ovinos alimentados com dietas à base
de feno de capim-tifton 85 mostrou-se eficiente em dietas consumidas por ovinos
confinados, promovendo ganhos satisfatórios (Tabela 7).
As fêmeas alimentadas com feno de capim-elefante mostraram um menor ganho de
peso médio diário (g/dia) quando comparado com os demais tratamentos. Tal fato é devido
a qualidade do feno de capim-elefante ser inferior ao feno de capim-tifton 85 e a menor
capacidade das fêmeas para ganho de peso em confinamentos em longo prazo.
Os animais machos dessa pesquisa eram animais mestiços Morada Nova (oriundos
do rebanho do NEEF) x SPRD (Sem padrão de raça definida) e animais SPRD. Já as
fêmeas eram apenas animais mestiços. A média de ganho de peso diário dos machos
mestiços alimentados com feno de capim-tifton 85 foi de 193 g/dia, bem superior da
média obtida na média geral do tratamento (mestiços e SPRD), o que demonstra um maior
potencial de animais mestiços, devido a sua maior heterose, para confinamentos.
24
Tabela 7 - Médias de ganho de peso e D12 para ovinos machos e fêmeas alimentados com
dietas contendo feno de capim-tifton 85 e de capim-elefante
Ganho de peso (g/dia)
Fenos
D12* (dias)
Média
Macho
Fêmea
Tifton 85
0,167 aA
0,153 aA
Capim-elefante
0,145 aA
0,112 bB
Média
0,156 A
0,132 B
Média
Macho
Fêmea
0,160 a
77,4 bA
78,77 bB
78,1 b
0,128 b
84,6 bA
109,66 aA
97,1 a
81,0 A
94,3 B
*Número de dias necessário para o abate ou venda.
Médias seguidas de letras distintas maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas, diferem (P<0,05) pelo
teste “t”, de Student.
7. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DO FENO
O acompanhamento do desempenho técnico tem sido foco das preocupações da
grande maioria dos produtores. Esse comportamento também é verificado entre os
técnicos envolvidos na atividade. Desse fato resultam muitas vezes os insucessos da
aplicação das referidas tecnologias nas condições de unidade de produção, haja vista que o
seu desempenho econômico muitas vezes apresenta-se pouco atrativo. Assim sendo,
demonstra a necessidade de complementação dos estudos, devendo o desempenho
econômico ser envolvido nas avaliações.
Ter um controle de custos eficiente, que possibilite a geração de informações
precisas, possibilita a tomada de decisão sobre os aspectos gerenciais, tornando o sistema
de gerenciamento mais eficiente, oportunizando melhorias no desempenho econômico do
negócio (Lopes et al., 2004).
De maneira geral, as recomendações de controle dos custos envolvidos nos
processos de produção, deveriam ser observadas pelos gestores dos negócios
agropecuários. Assis (2002) relatou que os custos de produção variam entre unidades de
produção e nível de produção, além de que existiria a demanda por uma forma de
avaliação desses custos que servisse como ferramenta para o gerenciamento das unidades
produtivas em geral.
A avaliação dos custos de produção é um dos assuntos mais importantes que compõe
os estudos da microeconomia, haja vista tornar possível ao gestor, a formação de
indicadores que dão condições de escolha de determinadas linhas de produção a serem
25
adotadas. Nesse sentido, disponibiliza recursos a serem utilizados na gestão da produção,
visando a apuração de resultados econômicos melhores (Reis, 1999).
Então, as avaliações econômicas podem ser realizadas de várias maneiras. Desde as
que avaliam a unidade de produção como um todo até mesmo as formas
compartimentalizadas. De maneira geral, a avaliação segmentada torna possível a
identificação de pontos falhos ou que necessitam de maior atenção dentro do sistema
produtivo, sendo esse modelo o mais recomendado.
Vale salientar que a determinação somente dos custos de produção não é suficiente
para avaliar um negócio. Nesse sentido, a determinação de indicadores que levam em
consideração outras variáveis, como o preço de comercialização, a lucratividade ou outros
índices que possibilitem a comparação entre aplicações (TIR), deverão ser buscados, pois
somente por meio de avaliações com essa característica, é que se realizará uma verdadeira
avaliação do negócio.
Assim é que Gomes (1998) enfatizou a necessidade de ser observado e entendido o
processo de determinação desses indicadores, tendo em vista a possível imprecisão dos
mesmos, caso não se conheça a metodologia utilizada nos cálculos, podendo se chegar a
resultados equivocados.
Se referindo à produção de feno de plantas forrageiras, a avaliação econômica pode
ser realizada de várias formas, desde a produção da forrageira, do processo de produção do
feno, dos custos de armazenamento e do desempenho na utilização por animais ou em sua
comercialização direta.
Nesse estudo, foram analisados os custos do processo de fenação, de seu
armazenamento e da produção animal, tendo a alimentação volumosa baseada nos fenos
de capim-elefante e de capim-tifton 85, suplementado com concentrado, de acordo com as
necessidades dos animais.
As avaliações do desempenho econômico da produção e utilização de feno foram
realizadas no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura – NEEF/DZ/CCA/UFC, no
período de janeiro a março de 2008. Foram avaliados os efeitos de sexo e de tipo de feno
(maiores detalhes no tópico anterior deste boletim).
Os animais foram divididos em dois grupos por tipo de feno. Ou seja, dois grupos de
oito fêmeas com feno de capim-elefante e dois grupos de oito machos com feno de capimtifton.
A avaliação econômica levou em consideração as variáveis sexo e tipo de feno, e
dentro do sexo masculino, a variação origem conhecida e origem desconhecida dos
26
animais. Foram levantados os custos referentes aos investimentos e custeio necessários
para a produção e o armazenamento do feno. Com relação à avaliação do desempenho bioeconômico da terminação de borregos, utilizando os dois tipos de feno, foram
inventariados os investimentos e as despesas de custeio desse sistema.
Também foram levantadas informações referentes ao rendimento agronômico da
produção de feno (produção de forragem por área) e da produção de peso vivo de borregos
(produção de peso vivo por animal e por área). A área utilizada para o estudo era de 1.250
m2, e os valores utilizados nas análises foram dimensionados em relação a essa área.
A partir desses dados, foram então determinados os custos operacionais efetivos
(COE), os custos operacionais totais (COT), os custos totais (CT), margem bruta por quilo
de feno e de peso vivo (MBfeno e MBPV, respectivamente) e margem líquida da produção
do quilo de feno e de peso vivo (MLfeno e MLPV, respectivamente).
Os valores referentes aos investimentos necessários para a produção e
armazenamento de feno de capim-tifton são apresentados na Tabela 8.
O valor total dos investimentos necessários para a produção de feno de capim-tifton
85 foi de R$ 4.039,95, já os investimentos necessários para a produção de feno e capimelefante foram de R$ 4.304,58. Dos investimentos para a produção do feno de capim-tifton
85, os referentes à roçadora e à enfardadora foram responsáveis por mais de 92,58% dos
investimentos totais. Referindo-se ao feno de capim-elefante, os maiores investimentos
foram relacionados à ensiladora, representando 76,66% dos investimentos.
No tocante ao feno de capim-tifton 85, os investimentos com a roçadora e a
enfardadora são suficientes para a produção de uma área entre 2 a 3 ha, estando eles
subutilizados na produção da área avaliada (0,125 ha). Já para o feno de capim Elefante, o
investimento com a ensiladora, é suficiente para a produção de área superior a 1 ha,
também sendo subutilizada para a produção avaliada.
No tocante ao feno de capim-tifton 85, os investimentos com a roçadora e a
enfardadora são suficientes para a produção de uma área entre 2 a 3 ha, estando eles
subutilizados na produção da área avaliada (0,125 ha). Já para o feno de capim Elefante, o
investimento com a ensiladora, é suficiente para a produção de área superior a 1 ha,
também sendo subutilizada para a produção avaliada.
Os demais investimentos, seja para a produção de feno de capim-tifton 85 como
também para o capim-elefante, foram dimensionados para a área de 0,125 ha, não havendo
subutilização.
27
Tabela 8 - Investimentos necessários para produção de feno de capim-tifton 85, em área de
0,125 ha
Despesas com investimentos
Roçadeira
Enfardadeira
Lona, com 8 m largura
Tesoura
Ciscador
Estrado de madeira
Total
Valor total (R$/0,125 ha)
1.850,00
1.890,00
229,95
10,00
30,00
30,00
4.039,95
Diante do exposto, vê-se que existe possibilidade de diminuição dos custos fixos ou
COT, em função da elevação do nível de produção, maximizando a utilização dos
investimentos ensiladora, roçadora e enfardadora.
Os valores referentes às despesas de custeio, por corte, para a produção do feno de
capim-tifton 85, são apresentados na Tabela 9.
O custeio total por corte observado para a cultura do capim-tifton, foi de
aproximadamente R$ 200,92. Desse total, 56,74% deve-se a despesas com mão-de-obra,
barbantes e lona para armazenamento do feno. Vale salientar que os componentes das
despesas apresentadas na Tabela 9 não apresentam ociosidade.
Quando se avalia a produção de feno de capim-elefante, têm-se despesas de custeio
de aproximadamente R$ 191,24, sendo que destas os desembolsos com mão-de-obra,
barbante e lona para cobertura do feno, corresponderam à 55,43% do total.
A avaliação do desempenho bio-econômico da produção de feno de capim-tifton é
apresentada na Tabela 10. Os dados referem-se à produção de feno em área de 0,125 ha.
A produção do capim-tifton 85 verificada no estudo foi de aproximadamente 510 kg
de feno por corte (30 dias), em área de 1.250 m2. Essa produção representou uma
produtividade de 0,406 kg/m2. No caso do capim-elefante o valor verificado foi de 0,740
kg/m2, com cortes realizados a cada 60 dias.
O COE do quilo de feno de capim-tifton foi de R$ 0,35, valor esse bem superior ao
observado (R$ 0,16) para o capim Elefante. Esse comportamento se deveu ao menor
volume de desembolsos diretos observados para a produção do feno de capim-elefante.
O COT do quilo de feno de capim-tifton foi de R$ 0,36. Quando se realizou a
comparação dessa variável com o observado com o feno de capim-elefante, verificou-se
novamente valor bem inferior (R$ 0,17). Da mesma forma que na variável COE, o menor
valor da variável em estudo, deveu-se ao menor valor de desembolsos diretos, como
28
também da maior produtividade verificada nas áreas de produção de feno de capim
elefante.
Tabela 9 – Despesas de custeio necessárias para produção de feno de capim-tifton, em
área de 0,125 ha
Despesas de custeio
MÃO-DE-OBRA
Mão-de-obra
Mão-de-obra familiar
COMBUSTÍVEL
Gasolina
Óleo 2 T
DIVERSOS
Barbante
Lona para cobertura
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Manutenção de máquinas
Óleos e graxas
TRATOS CULTURAIS
Herbicida
Inseticida e formicida
Fertilizantes (uréia)
CUSTO ECONÔMICO
Remuneração do capital investido
Total
Valor total (R$/0,125 ha)
60,00
60,00
0,00
30,50
27,00
3,50
54,00
14,00
40,00
5,76
4,80
0,96
26,42
3,75
6,00
16,67
24,24
24,24
200,92
Tabela 10 - Avaliação bio-econômica da produção de feno e de capim-tifton, em área de
0,125 ha
Análise Econômica
Produção (kg)
Área utilizada (ha)
Capital total investido (R$)
Produtividade da terra (kg FENO/m2*corte)
Custo total da atividade - CT (R$)
Participação do custo de Mão-de-obra no COE (%)
Custo operacional efetivo por quilo de feno (R$/kg)
Custo total por quilo de feno (R$/kg)
Investimento em relação à produção de feno (R$/kg*mês)
(Área de 0,125 ha)
507,50
0,125
4.039,95
0,406
242,05
33,96
0,348
0,477
7,96
Já quando se avalia o CT, o valor referente à produção do feno de capim-elefante
permanece inferior (R$ 0,26), mas mais próximo do CT verificado na produção do feno de
capim-tifton 85 (R$ 0,48).
Da junção de menores desembolsos e maior produtividade, na produção do feno de
capim-elefante, se verificou os menores valores de COE, COT e CT desse feno em relação
ao feno de capim-tifton 85.
29
Na Tabela 11, são apresentados os valores referentes aos investimentos necessários
para a terminação de borregos, em lotes compostos por 32 animais, por ciclo.
Tabela 11 – Investimentos necessários para terminação de borregos, por sexo e por origem
dos animais (machos), consumindo feno e de capim-tifton, com produção de feno de uma
área de 0,125 ha
Despesas com investimentos
Área coberta
Cocho
Cerca
Bebedouro
Saleiro
Total
Machos setor
Valor total (R$/ha)
768,00
225,15
240,00
50,00
25,00
1.308,15
Fêmeas setor
Valor total (R$/ha)
768,00
225,15
240,00
50,00
25,00
1.308,15
Machos Externo
Valor total (R$/ha)
768,00
225,15
240,00
50,00
25,00
1.308,15
Em média, os investimentos necessários para montagem da estrutura utilizada na
terminação dos animais foi de R$ 1.308,15. O item mais representativo foi o da área
coberta (58,71%). Vale salientar que esses custos poderão variar em função do
aproveitamento de materiais, valor dos insumos no local de sua implantação, capacidade
de gestão de compras, entre outros.
Os valores referentes ao custeio da terminação de borregos, em função do sexo e da
origem dos machos, são apresentados na Tabela 12.
Os valores de desembolsos foram superiores para o caso das fêmeas (R$ 517,40) em
relação aos dois grupos de macho (R$ 484,69). Os valores referentes aos custos com
concentrado, feno e sal mineral representaram 82,62% do total. No caso das fêmeas esse
valor foi superior em aproximadamente 8,0%. Já nos animais alimentados com feno de
capim-elefante, a alimentação representou 81,31%
Como visto, a alimentação foi o maior custo de produção, independente do tipo de
volumoso avaliado, devendo ser observado e constituir-se em fonte de estudos na busca
por alternativas de diminuição de seus valores, possibilitando melhorias no desempenho
econômico dos sistemas.
Os indicadores de desempenho técnico e econômico da teminação de ovinos
alimentados com feno de capim-tifton 85, são apresentados na Tabela 13.
O ganho em peso dos animais machos oriundos do NEEF foram superiores ao das
fêmeas e o dessas superiores ao dos machos adquiridos, independente do tipo de
volumosos estudado. Esse comportamento denota maior potencial de ganho em peso dos
animais com composição genética selecionada, com menor variação de sua composição e
30
que tiveram manejo pré-desmama adequado em relação a animais sem padrão genético, de
idade desconhecida e de manejo pré-desmama desconhecido (machos adquiridos).
Tabela 12 – Valores referentes ao custeio necessário para a terminação de borregos, por
sexo e por origem dos animais (machos), consumindo feno de capim-tifton, com produção
de feno de uma área de 0,125 ha
Despesas de custeio
MÃO DE OBRA
Mão-de-obra terceiros
Mão de obra familiar
ALIMENTOS
Feno
Concentrado
Sal mineral
MEDICAMENTOS
Diversos (vermífugo, vacinas, etc.)
DIVERSOS
Geral
CUSTO ECONÔMICO
Remuneração do capital investido
Total
Machos setor
Fêmeas setor
Valor total (R$/ha) Valor total (R$/ha)
40,00
40,00
40,00
40,00
0,00
0,00
400,44
433,15
129,69
140,29
248,70
269,02
22,05
23,85
6,40
6,40
6,40
6,40
30,00
30,00
30,00
30,00
7,85
7,85
7,85
7,85
484,69
517,40
Machos Externo
Valor total (R$/ha)
40,00
40,00
0,00
400,44
129,69
248,70
22,05
6,40
6,40
30,00
30,00
7,85
7,85
484,69
Nesse sentido, salienta-se a necessidade de utilização de animais com elevado
potencial de ganho quando da decisão de se implementar um sistemas de terminação de
borregos.
Da combinação dos desempenhos com os animais e das despesas, têm-se os valores
referentes aos COE, COT e CT, MB e ML por quilo de peso vivo (PV).
Os COE, dos animais alimentados com feno de capim-tifton 85, variaram de R$ 2,56
a R$ 3,50 para os animais machos oriundos do NEEF e os adquiridos, respectivamente. Já
as fêmeas tiveram custo intermediário (R$ 3,28). Quando se avalia os animais alimentados
com feno de capim-elefante o comportamento permanece com tendência similar, mas com
magnitude e valores diferentes além de haver similaridade dos valores de COE entre as
fêmeas (R$ 3,56) e os machos adquiridos (R$ 3,56), continuando os machos do NEEF
com o menor COE (R$ 2,77).
Como forma de realizar a análise das margens bruta e líquida, tomou-se o valor do
quilo de peso vivo de R$ 3,00.
A margem bruta é obtida pelo cálculo da diferença entre o preço de venda e o custo
operacional efetivo. Já a margem bruta (dados não apresentados) é obtida pela diferença
entre o preço de venda e o custo operacional total. Foram calculados os dois indicadores.
31
Somente os animais machos de origem conhecida (NEEF) apresentaram ML positiva
(R$ 0,27/kg PV), enquanto as fêmeas tiveram valor de R$ -0,50kg PV e os machos sem
origem com R$ -0,74/kg PV, para o feno de capim-tifton 85. Observando os mesmo
índices dos lotes alimentados com capim elefante, verificou-se valores de R$ 0,02, -0,82 e
-0,83/kg PV para machos de origem conhecida (NEEF), fêmeas e machos sem origem
conhecida, respectivamente.
Quando se avalia o lucro (dados não apresentados), o único grupo que apresentou
viabilidade (R$ 0,16/kg PV) foi o composto por animais machos, de origem conhecida e
alimentados com feno de capim-tifton. Esse valor é obtido pela subtração do custo total
(CT) do valor de venda do produto.
Outro ponto importante que indica a eficiência de utilização dos investimentos em
relação a produção é o índice de investimento em relação à produção, em reais por quilo
de produto. Esse índice é determinado pela relação entre os investimentos e a produção,
englobando assim aspectos zootécnicos (quantidade e qualidade da forragem, potencial de
resposta dos animais e produtividade de PV) e econômicos.
Mais uma vez, os machos apresentaram melhor índice (R$ 7,02/kg) que às fêmeas
(R$ 8,98/kg) e os machos adquiridos (R$ 9,60/kg). E quando se compara o desempenho
dos animais alimentados com capim-elefante (R$ 8,19 a 10,52/kg), verificam-se também
menores eficiências (maiores valores) em relação aos verificados nos animais alimentados
com capim-tifton.
Tabela 13 – Avaliação bio-econômica da terminação de borregos, por sexo e por origem
dos animais (machos), consumindo feno de capim-tifton, com produção de feno de uma
área de 0,125 ha
Análise Econômica
Ganho em peso diário (g/animal*dia)
Produção (kg PV)
Área utilizada (ha)
Capital total investido (R$) - Instalações.
Produtividade da terra (kg PV/ha*mês)
Custo total da atividade - CT (R$)
Participação do custo com Alimentação no COE (%)
Custo operacional efetivo por quilo de PV (R$/kg)
Custo total por quilo de PV (R$/kg)
Receita Bruta da Atividade (R$)
Margem líquida por quilo de PV (R$/kg)
Investimento em relação à produção (R$/kg*mês)
Machos setor
0,196
186
0,125
1.308,15
186
529,16
84,0
2,558
2,839
559,19
0,27
7,02
Fêmeas setor
0,153
146
0,125
1.308,15
146
529,16
84,0
3,275
3,634
436,81
-0,50
8,98
Machos Externo
0,143
136
0,125
1.308,15
136
529,16
84,0
3,499
3,883
408,84
-0,74
9,60
Em resumo, apesar de ser ter verificado menores custos para a produção de feno de
capim-elefante (R$ 0,26/kg) em relação ao do capim-tifton 85 (R$ 0,48/kg), em função de
seu valor nutritivo menor, atrelado ao menor consumo verificado, os índices de
32
desempenho zootécnico foram superiores para os animais alimentados com o feno de
capim-tifton 85.
Com o menor valor nutritivo e menor consumo de feno de capim-elefante,
necessitou-se elevar os níveis de proteína e energia do concentrado para que fossem
fornecidos níveis de nutrientes que possibilitassem desempenho satisfatório. Com essa
prática, os custos com o concentrado foram elevados (R$ 0,59/kg) quando se relaciona ao
valor do concentrado utilizado na dieta com feno de capim-tifton 85 (R$ 0,54/kg).
Mesmo se elevando os níveis nutricionais da dieta, o desempenho dos animais
alimentados com feno de capim-elefante foi menor (0,140 kg/dia) que o dos animais
alimentados com feno de capim-tifton 85 (0,160 kg/dia). Em função do maior custo com a
dieta e do menor desempenho desses animais, ocorreu diminuição das receitas e elevação
dos custos, comprometendo o desempenho econômico do sistema.
Recomenda-se a utilização de animais machos, com elevado potencial de ganho de
peso, oriundos de um sistema com manejo pré-desmama adequado e gramínea de elevado
valor nutritivo para sistemas de teminação, não sendo recomendado o uso de fêmeas e de
animais sem padrão racial, de idade e de manejo pré-desmama desconhecido, bem como
gramíneas de baixo valor nutritivo. O feno de capim-elefante poderá ser utilizado em
sistemas onde os animais tenham menor demanda de nutrientes, tornando-se uma
alternativa atraente.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso do feno constitui alternativa de alimentação dos rebanhos fácil e de custo
reduzido, podendo ser utilizada em qualquer lugar, sempre que houver excedente de
forragem ou como uma estratégia para suporta alimentar do rebanho na época da seca.
Para obter o máximo benefício com o uso de tal técnica, é fundamental conhecer o
clima da região, as épocas mais propícias para o corte, os fatores que afetam a taxa de
secagem da planta, além de dimensionar corretamente área de produção, secador (se for o
caso) e galpão de armazenagem em relação ao rebanho.
É importante ainda considerar o tipo de planta a ser explorada para a produção de
feno e o nível de participação do feno na dieta do rebanho conforme os requerimentos
nutricionais desse rebanho, a fim de se obter a máxima economicidade do sistema de
produção animal utilizando feno.
33
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TÉCNICAS DE FENAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE LEITE Magno