História do Rio
Grande do Sul
Pré-História
Há 11 mil anos chegaram os primeiros grupos de
caçadores-coletores, formando culturas como a
Umbu, a Humaitá e a Sambaqui.
Há cerca de dois mil anos chegaram os índios
guaranis.
Início da colonização
O Rio Grande do Sul já constava nos mapas
portugueses, sob o nome de Capitania d’El-Rei,
desde o século XVI.
O Tratado de Tordesilhas definia o fim das terras
portuguesas na altura de Laguna.
Contudo, Portugal desejava estender seus domínios
até o Rio da Prata.
Carta Régia (1676) - Portugal
delimitou duas capitanias no
sul, que em conjunto se
estendiam de Laguna até o
Rio da Prata, doadas ao
Visconde de Asseca e a João
Correia de Sá.
Com isso a Coroa Portuguesa
passou a cogitar seriamente a
ocupação das terras do sul,
legalmente espanholas.
Os portugueses passaram a se interessar pela
ocupação das terras da Colônia do Sacramento, mas
a mesma vinha sendo atacada pelos espanhóis.
Em 1737 alcançou-se a barra da Lagoa dos Patos,
erroneamente tomada como um rio, o Rio Grande.
Ali foi erguido o Forte Jesus, Maria e José,
constituindo a origem da cidade do Rio Grande.
As primeiras famílias colonizadoras chegariam ali
ainda neste ano (1737), mas outros pontos como, os
campos da região de Vacaria, na serra do nordeste,
também estavam sendo povoados pelos tropeiros.
A partir de 1748 começaram a chegar as famílias
açorianas. Instalaram-se primeiro em Rio Grande, e
depois outras se fixaram na região da futura Porto
Alegre.
Partindo dali, outros
grupos avançaram
pelos vales dos rios
Taquari (afluente) e
Jacuí (deságua na
Lagoa dos Patos).
Rio Jacuí
Primeira ocupação europeia do interior
Na parte noroeste do estado, os jesuítas
espanhóis, haviam estabelecido desde 1626
aldeamentos muito organizados reunindo
grande população indígena (cerca de 40 mil
pessoas), as reduções ou missões.
As mais conhecidas foram os Sete Povos das
Missões.
Em 1750, portugueses e espanhóis assinaram
um novo acordo - o Tratado de Madrid.
Estabeleceu-se, assim, a permuta da Colônia
do Sacramento pelos Sete Povos, cujas
populações indígenas seriam transferidas para
a área espanhola além do rio Uruguai.
Os jesuítas e os índios protestaram...
A situação se agravou e o conflito eclodiu em
Rio Pardo, originando a chamada Guerra
Guaranítica.
Em 1760 o governador espanhol em Buenos
Aires, Pedro de Cevallos, começou a intimar os
portugueses a abandonarem todas as terras
ocupadas ilegalmente.
Diante da ausência de resposta, em 1763
atacou e conquistou Rio Grande.
Agora o território português se resumia a uma
estreita faixa entre o litoral e o vale do rio Jacuí.
Em 1773 a capital foi transferida de Viamão
para Porto Alegre.
Em 1776 a vila de Rio Grande foi retomada
pelos portugueses.
Um outro tratado, o de Santo Ildefonso, de
1777, mais uma vez retificaria as fronteiras e
estabeleceria desta vez como posse espanhola
tanto Sacramento como os Sete Povos.
O modelo estancieiro
Com a paz de Santo Ildefonso se intensificou
a concessão de sesmarias aos que se haviam
destacado na guerra, e esta classe de
militares, agora donos de terras, foi a origem
da aristocracia pastoril gaúcha, consolidando
o regime das estâncias.
Cada grande sesmeiro era como um poderoso
senhor feudal que só atendia aos seus
interesses e os impunha pela força.
Somente os senhores podiam ter algum luxo
numa casa grande, que mais se parecia a uma
fortificação.
Em torno dela se agrupavam a senzala e
famílias livres, que vinham em busca de
proteção e recebiam uma porção de terra em
troca de um compromisso de fidelidade servil
para com o proprietário.
Estância rio-grandense
Todavia, muitas estâncias produziam uma
variedade considerável de produtos agrícolas.
Havia também momentos de entretenimento
como frequentar pequenas casas de
comércio, participar de festas religiosas na
capela local, entre outros.
Nesses encontros começou a se formar o
folclore do Rio Grande do Sul.
O empregado da estância foi, assim, um dos
formadores do “gaúcho”, uma figura que de
fato foi "construída" na região no século XX,
mas que hoje é parte importante da cultura do
estado.
Outra parte do caráter desse “gaúcho” diz
respeito à insubmissão, que foi emprestada
do povo errante, de homens sem lei, formado
por índios evadidos das missões, caçadores
de couros, escravos e bandidos foragidos,
que percorriam os campos de gado livre.
Diversos nomes se deram a essa população,
entre eles índios vagos, gaudérios, guascas e
gaúchos.
Depois de 1780 o gado livre começou a rarear,
mas então se abriu um novo e amplo mercado
para a carne que era descartada, iniciando a
cultura das charqueadas, cujo produto seguia
para o Nordeste a fim de alimentar os
escravos dos engenhos de açúcar.
Século XIX
Em 1801 é assinado um novo acordo - o
Tratado de Badajos – que entregou as
Missões para Portugal, permanecendo
Sacramento com a Espanha.
Nos poucos centros urbanos como Porto
Alegre, Rio Grande, Viamão, Pelotas e Rio
Pardo, a sociedade começava a se estruturar.
Porto Alegre começava a crescer como força
econômica, assumindo a posição de maior
mercado do sul.
Seu comércio se fortalecia com a atividade
crescente do porto.
Pelotas se firmava como maior centro da
produção de charque e através dele nascia
uma aristocracia urbana.
D. João VI anexou a Banda Oriental, o atual
Uruguai ao Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves sob o nome de Província Cisplatina,
que na prática se tornou uma extensão do Rio
Grande.
Em 1822, com a Independência do Brasil, a
Capitania gaúcha se tornou uma Província, foi
constituída a primeira Assembleia eleita, e
recebeu seu primeiro governante civil, José
Feliciano Fernandes Pinheiro.
As guerras, porém, continuavam. O estado foi
a base de operações durante a Guerra
Cisplatina, que eclodiu em 1825.
Fructuoso Rivera chegou a reconquistar os
Sete Povos das Missões, mas com a
assinatura da Convenção Preliminar de Paz,
em 1828, as Missões foram devolvidas e o
Brasil acabou por ter de entregar a Cisplatina
por força do Tratado do Rio de Janeiro, que
criou a República Oriental do Uruguai.
Pelo interior do estado os povoados se
multiplicavam, aparecendo Jaguarão, Passo
Fundo, Cruz Alta, Triunfo, Taquari, Santa
Maria.
O ano de 1824 foi marcado pelo início da
colonização alemã no estado, engrossando as
forças de defesa do território e dinamizando o
abastecimento das cidades.
O grosso do contingente imigrante seguiu
para a região ao norte da capital,
concentrando-se em torno do Rio dos Sinos,
formando os núcleos iniciais de cidades
como Novo Hamburgo e São Leopoldo.
As levas de imigrantes germânicos
continuariam a chegar ao longo de todo o
século XIX.
Revolução Farroupilha
Em 1835 seria a vez da Revolução
Farroupilha, que durou dez anos e onde
morreram de 3 a 5 mil pessoas.
Explodiu a revolta como consequência do
declínio na economia estadual (sobretaxa do
charque e do sal, a ineficiência administrativa
do governo da Província e as sucessivas
perdas agrícolas por pragas naturais).
Em 1835 rebeldes tomaram Porto Alegre. Em
seguida, o movimento adquiriu feição
separatista e republicana.
Em 1845, quando comandados pelo Duque de
Caxias, foi assinada a Paz do Poncho Verde,
que anistiava os revoltosos, indenizava chefes
militares e libertos, entre outros benefícios.
Esta revolta, que chegou a resultar na
proclamação da efêmera República RioGrandense e dominar cerca de metade do
estado, propagando-se até Santa Catarina,
mobilizou dois terços da força militar
nacional, enviada para sufocá-la.
Crescimento e novos conflitos
O governo de Dom Pedro II procurou
recuperar a economia local e pacificar os
ânimos.
As maiores urbanizações receberam verbas
para melhorar a infraestrutura e os serviços
públicos, melhorando a condição de vida das
pessoas.
Imigrantes alemães registraram confrontos
sangrentos com remanescentes dos povos
indígenas nas áreas desbravadas.
Outro grave problema que ocorreu foi entre
os próprios alemães, como a Revolta dos
Muckers, de caráter messiânico (Jacobina
Mentz Maurer e João Maurer).
Os alemães fundaram uma série de outras
cidades como Estrela, São Gabriel, Taquara,
Teutônia e Santa Cruz do Sul.
Em 1864, nova guerra. Desta feita contra o
Paraguai. O estado enviou mais de dez mil
homens para a frente de batalha.
A Guerra do Paraguai afetou diretamente
apenas três cidades gaúchas: São Borja,
Itaqui e Uruguaiana.
O ano de 1875 também foi importante, pois
assinala a chegada das primeiras levas de
imigrantes italianos, a serem instalados na
Serra do Nordeste, ao norte da área ocupada
pelos alemães.
Até o final do século chegariam grupos
menores de judeus, polacos, austríacos e
outras etnias.
Através dessa nova onda imigratória foram
fundadas cidades como Caxias do Sul,
Antônio Prado, Nova Pádua, Bento Gonçalves
e Garibaldi.
Mesmo com o crescimento de várias cidades,
principalmente Porto Alegre, Pelotas ocupava
posição de destaque econômico no estado,
com o charque vivendo seu apogeu.
Política
Em 1881 voltou à sua terra natal um grupo de
jovens liderado por Júlio de Castilhos, depois
de uma temporada de estudos em São Paulo.
Liderou a campanha abolicionista ao mesmo
tempo em que criava um Partido Republicano
diferenciado - o Partido Republicano Riograndense.
Castilhos participou no Rio da elaboração da
nova Constituição.
Voltando ao estado em 1891,
passou a trabalhar na
Constituição Estadual.
Aprovada, no mesmo dia se
realizou a primeira eleição para
uma Presidência constitucional,
saindo-se Castilhos vencedor.
Castilhos
Depois de várias mudanças
de governo deflagrou-se
uma nova guerra civil em
1893, a Revolução
Federalista, liderada por
Silveira Martins, antigo
adversário de Castilhos,
que estava de novo no
poder.
Silveira Martins
Durou mais de dois anos e ceifou mais de dez
mil vidas.
Com a derrota dos rebeldes em 1895, Júlio de
Castilhos concentrou em si o controle
absoluto do estado.
Em 1898 deixou o governo assegurando a
continuidade do seu programa através da
eleição de Borges de Medeiros num pleito
sem adversários.
Anos 30 a 60
Em 1928 Getúlio Vargas sucedeu a Borges
de Medeiros.
Borges de Medeiros
Getúlio Vargas
Em 1947 foi eleito um novo governador, Walter
Jobim. Faz um bom governo.
Nas eleições que se seguiram, vence Ildo
Meneghetti. Como governador não conseguiu
cumprir muitas metas, apesar de ter sido
reeleito.
Sucedeu-lhe Leonel Brizola. Seu governo foi
pautado por um Plano de Obras, que tinha
como objetivo melhorar a infraestrutura e
ampliar a rede escolar.
Sua atuação mais dramática foi o
lançamento da campanha da Legalidade, em
1961, quando o Palácio Piratini, onde ele
estava, foi votado ao bombardeio pelas
chefias militares federais, o que, devido à
desobediência dos soldados gaúchos,
acabou não acontecendo.
História recente
Pedro Simon foi o primeiro governador (pósditadura).
Pedro Simon
Dados do Estado do Rio Grande do Sul
*Taxa de analfabetismo abaixo dos 10%.
*PIB - o quarto maior do Brasil
*PIB per capita - R$ 15,8 mil.
*A expectativa de vida - 70 anos,
*População - 80% vive em zona urbana
*Um dos maiores produtores e exportadores
de grãos do país
Festas
Festa da Uva – Caxias do Sul
Expointer - Esteio
Fenasoja – Santa Rosa
Fenarroz – Cachoeira do Sul
Festival de Gramado e Porto Alegre em Cena.
Bienal do Mercosul
Fórum Social Mundial.
Fenadoce – Pelotas
Oktoberfest – Santa Cruz
Download

Rio Grande. Ali