História do Rio
Grande do Sul
Pré-História
Há 11 mil anos chegaram os primeiros grupos de
caçadores-coletores.
Vestígios: instrumentos de pedra lascada, inscrições
rupestres, amuletos, tumbas e ossadas.
Há 2 mil anos chegaram os índios guaranis. Mais
fortes e organizados, submeteram praticamente
todos os antigos habitantes.
Início da colonização
O Rio Grande do Sul já constava nos mapas
portugueses, sob o nome de Capitania d’El-Rei,
desde o século XVI.
O Tratado de Tordesilhas definia o fim das terras
portuguesas na altura de Laguna.
Contudo, Portugal desejava estender seus domínios
até o Rio da Prata.
Em 1676, através de Carta
Régia, Portugal delimitou
duas capitanias no sul, que
em conjunto se estendiam de
Laguna até o Rio da Prata,
doadas ao Visconde de
Asseca e a João Correia de Sá.
Ocupação do litoral
Em 1680, Dom Manuel Lobo, funda a Colônia do
Sacramento.
Em 1681, a Espanha estabeleceu o Tratado
Provisional, reconhecendo a soberania portuguesa
sobre a margem esquerda do Rio da Prata.
Em 1737 os protugueses alcançaram a barra da Lagoa
dos Patos, erroneamente tomada como um rio, o Rio
Grande. Ali foi erguido o Forte Jesus, Maria e José,
constituindo a origem da cidade do Rio Grande,
primeiro centro de governo da região.
As primeiras famílias colonizadoras chegariam ali
ainda neste ano (1737), mas outros pontos como, os
campos da região de Vacaria, na serra do nordeste,
também estavam sendo povoados pelos tropeiros.
A partir de 1748 começaram a chegar as famílias
açorianas. Instalaram-se em Rio Grande e na região
da futura Porto Alegre.
Partindo dali, outros
grupos avançaram
pelos vales dos rios
Taquari (afluente) e
Jacuí (deságua na
Lagoa dos Patos).
Rio Jacuí
Primeira ocupação europeia do interior
Na parte noroeste do estado, os jesuítas
espanhóis, haviam estabelecido desde 1626
aldeamentos reunindo grande população
indígena, as reduções ou missões.
As mais conhecidas foram os Sete Povos das
Missões.
Em 1750, portugueses e espanhóis assinaram
um novo acordo - o Tratado de Madrid.
Através deste, estabeleceu-se a permuta da
Colônia do Sacramento pelos Sete Povos,
cujas populações indígenas seriam transferidas
para a área espanhola além do rio Uruguai.
Os jesuítas e os índios protestaram.
Eclodiu a chamada Guerra Guaranítica.
Em 1760 o governador espanhol em Buenos
Aires, Pedro de Cevallos, exigiu que os
portugueses abandonassem todas as terras
ocupadas ilegalmente.
Diante da ausência de resposta, em 1763
atacou e conquistou Rio Grande.
Em 1773 a capital foi transferida de Viamão
para Porto Alegre, em vista de sua situação
geográfica privilegiada.
Um outro tratado, o de Santo Ildefonso, de
1777, mais uma vez retificaria as fronteiras e
estabeleceria desta vez como posse espanhola
tanto Sacramento como os Sete Povos.
O modelo estancieiro
Com a paz de Santo Ildefonso se intensificou
a concessão de sesmarias aos que se haviam
destacado na guerra.
Esta classe de militares, agora donos de
terras, foi a origem da aristocracia pastoril
gaúcha.
Cada grande sesmeiro era como um poderoso
senhor feudal que só atendia aos seus
interesses e os impunha pela força.
A vida na estância era precária.
Somente os senhores podiam ter algum luxo
numa casa grande.
Em torno dela se agrupavam a senzala e
famílias livres, que vinham em busca de
proteção e recebiam uma porção de terra em
troca de um compromisso de fidelidade servil
para com o proprietário.
Estância rio-grandense
Algumas estâncias produziam uma variedade
considerável de produtos agrícolas, tornando
a propriedade autossuficiente e as condições
gerais um pouco melhores.
Havia também momentos de entretenimento
como participar de festas religiosas na capela
local, entre outros.
Nesses encontros começou a se formar o
folclore do Rio Grande do Sul, na contação de
causos, na troca de experiências sobre a vida
campeira, na absorção e transformação dos
mitos indígenas locais.
O empregado da estância foi, assim, um dos
formadores do “gaúcho”.
A construção da imagem - “mito” - do homem gaúcho
Viviam em bandos, comendo carne e bebendo
mate, vestidos de uma indumentária simples
e adaptada à vida constante sobre um cavalo,
tendo de dormir via de regra a céu aberto.
Eram um perigo para os estancieiros e era
comum se envolverem em conflitos com os
espanhóis na fronteira.
Competiam na presa do gado solto, mas
também podiam ser contratados para fazerem
o mesmo serviço para um senhor.
Inicialmente, o grande interesse das pessoas
no que se referia ao gado era o couro.
A carne era apenas para uso familiar, e todo o
excedente era desprezado.
Depois de 1780 o gado livre começou a rarear.
Inicia-se, então, a cultura das charqueadas.
Século XIX
Em 1801 é assinado um novo acordo - o
Tratado de Badajos – que entregou as
Missões para Portugal, permanecendo
Sacramento com a Espanha.
Nos poucos centros urbanos como Porto
Alegre, Rio Grande, Viamão, Pelotas e Rio
Pardo, a sociedade começava a se estruturar.
Tratado de Badajós - 1801
Porto Alegre, com a atividade crescente do
porto, assume a posição de maior mercado
do sul.
Pelotas se firmava como maior centro da
produção de charque.
Em 1807 – nasce a Capitania Geral, composta
por quatro municípios: Porto Alegre, Santo
Antônio da Patrulha, Rio Grande e Rio Pardo.
Depois viria a ser fundadas Bagé e Alegrete.
Mais tarde, Dom João VI anexaria o atual
Uruguai ao Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves sob o nome de Província Cisplatina.
Em 1822, com a Independência do Brasil, a
Capitania gaúcha se tornou uma Província, foi
constituída a primeira Assembléia eleita, e
recebeu seu primeiro governante civil, José
Feliciano Fernandes Pinheiro.
Fructuoso Rivera tomou os Sete Povos das
Missões, mas com a assinatura da Paz, em
1828, as Missões foram devolvidas e o Brasil
acabou entregando a Cisplatina por força do
Tratado do Rio de Janeiro, que criou a
República Oriental do Uruguai.
Pelo interior do estado os povoados se
multiplicavam: Jaguarão, Passo Fundo, Cruz
Alta, Triunfo, Taquari, Santa Maria.
O ano de 1824 foi marcado pelo início da
colonização alemã no estado. Seguiram,
sobretudo, para a região norte da capital,
concentrando-se em torno do Rio dos Sinos Novo Hamburgo e São Leopoldo.
Gramado
Colonos alemães gaúchos
Revolução Farroupilha (1835-45)
Explodiu a revolta como consequência do
declínio na economia estadual (sobretaxa do
charque e do sal, a ineficiência administrativa
do governo da Província e as sucessivas
perdas agrícolas por pragas naturais).
Em 1835 rebeldes tomaram Porto Alegre. Em
seguida, o movimento adquiriu feição
separatista e republicana.
Porto Alegre foi recapturada logo, mas o
interior não foi fácil.
Em 1845, quando comandados pelo Duque de
Caxias, foi assinada a Paz do Poncho Verde,
que anistiava os revoltosos, indenizava chefes
militares e libertos, entre outros benefícios.
Esta revolta, que chegou a resultar na
proclamação da efêmera República RioGrandense e dominar cerca de metade do
estado, propagando-se até Santa Catarina,
mobilizou dois terços da força militar
nacional, enviada para sufocá-la.
Crescimento e novos conflitos
O governo de Dom Pedro II procurou
recuperar a economia local e pacificar.
As maiores urbanizações receberam verbas
para melhorar a infraestrutura e os serviços
públicos, melhorando a condição de vida das
pessoas.
Em 1851 o estado recebeu um desenho muito
próximo do atual, com a retificação das
fronteiras com a República do Uruguai.
Imigrantes alemães registraram confrontos
sangrentos com remanescentes dos povos
indígenas nas áreas desbravadas.
Outro grave problema que ocorreu foi entre
os próprios alemães, como a Revolta dos
Muckers, de caráter messiânico (Jacobina
Mentz Maurer e João Maurer).
Os alemães fundaram uma série de outras
cidades como Estrela, São Gabriel, Taquara,
Teutônia e Santa Cruz do Sul.
Em 1864, nova guerra. Desta feita contra o
Paraguai. O estado enviou mais de dez mil
homens para a frente de batalha.
A Guerra do Paraguai afetou diretamente
apenas três cidades gaúchas: São Borja,
Itaqui e Uruguaiana.
O ano de 1875 assinala a chegada dos
imigrantes italianos que são instalados na
Serra do Nordeste, ao norte da área ocupada
pelos alemães.
Até o final do século chegariam grupos
menores de judeus, polacos, austríacos e
outras etnias.
Através dessa nova onda imigratória foram
fundadas cidades como Caxias do Sul,
Antônio Prado, Nova Pádua, Bento Gonçalves
e Garibaldi.
Mesmo com o crescimento de várias cidades,
principalmente Porto Alegre, Pelotas ocupava
posição de destaque econômico no estado,
com o charque vivendo seu apogeu.
Política
Em 1881 voltou à sua terra natal um grupo de
jovens liderado por Júlio de Castilhos, depois
de uma temporada de estudos em São Paulo.
Liderou a campanha abolicionista ao mesmo
tempo em que criava o Partido Republicano
Rio-grandense.
Castilhos assumiu a secretaria do governo e
em seguida participou no Rio da elaboração
da nova Constituição.
Voltando ao estado em 1891,
passou a trabalhar na
Constituição Estadual.
Aprovada, no mesmo dia se
realizou a primeira eleição para
Castilhos
uma Presidência constitucional, saindo-se
Castilhos vencedor.
Depois de várias mudanças
de governo deflagrou-se
uma nova guerra civil em
1893, a Revolução
Federalista, liderada por
Silveira Martins, antigo
adversário de Castilhos,
que estava de novo no
poder.
Silveira Martins
Com a derrota dos rebeldes em 1895, Júlio de
Castilhos concentrou em si o controle
absoluto do estado.
Em 1898 deixou o governo assegurando a
continuidade do seu programa através da
eleição de Borges de Medeiros num pleito
sem adversários.
Anos 30 a 60
Em 1928 Getúlio Vargas sucedeu a Borges
de Medeiros.
Borges de Medeiros
Getúlio Vargas
Em 1947 foi eleito um novo governador, Walter
Jobim. Faz um bom governo.
Nas eleições que se seguiram, vence Ildo
Meneghetti. Como governador não conseguiu
cumprir muitas metas, apesar de ter sido
reeleito.
Sucedeu-lhe Leonel Brizola. Seu governo foi
pautado por um Plano de Obras, que tinha
como objetivo melhorar a infraestrutura e
ampliar a rede escolar.
Participou do lançamento da campanha da
Legalidade, em 1961, quando o Palácio
Piratini, onde ele estava, foi votado ao
bombardeio pelas chefias militares federais,
o que, devido à desobediência dos soldados
gaúchos, acabou não acontecendo.
História recente
Pedro Simon foi o primeiro governador (pósditadura).
Pedro Simon
Dados do Estado do Rio Grande do Sul
*Taxa de analfabetismo abaixo dos 10%.
*PIB - o quarto maior do Brasil
*PIB per capita - R$ 15,8 mil.
*A expectativa de vida - 70 anos,
*População - 80% vive em zona urbana
*Um dos maiores produtores e exportadores
de grãos do país
Festas
Festa da Uva – Caxias do Sul
Expointer - Esteio
Fenasoja – Santa Rosa
Fenarroz – Cachoeira do Sul
Festival de Gramado e Porto Alegre em Cena.
Bienal do Mercosul
Fórum Social Mundial.
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