Panorama ANBIMA: Captações das empresas brasileiras desaceleram em julho
São Paulo, 20 de agosto de 2015 - O ambiente macroeconômico continua influenciando
negativamente as captações. Em julho, não foram realizadas captações externas pelas empresas brasileiras,
nem ofertas de ações no mercado doméstico. Todo o funding levantado no mês foi concentrado no segmento
de renda fixa (R$ 1,3 bilhão).
De acordo com o Panorama ANBIMA, divulgado nesta quinta-feira (20), os meses de julho e agosto já
apresentam uma sazonalidade negativa, especialmente para captações com ações e ofertas internacionais,
em função da menor participação de investidores estrangeiros. Mas esta sazonalidade em 2015 está sendo
potencializada pelo cenário de retração da atividade econômica, elevação das taxas de juros e aumento da
volatilidade do câmbio, desestimulando as captações por parte das companhias.
No mercado de renda fixa, as novas metas fiscais, de 0,15%, 0,7% e 1,3%, do PIB para 2015, 2016 e 2017,
respectivamente, acabaram por induzir reavaliações do risco soberano por parte das principais agências de
rating, mas sem retirar o grau de investimento do país. A revisão ampliou a volatilidade dos ativos, e acabou
levando à piora do cenário com a elevação do câmbio e das curvas de juros. A subida da taxa Selic para
14,25% ao ano alavancou a rentabilidade das aplicações em ativos de renda fixa pós-fixados, como a LFT,
relativamente a dos prefixados. O comportamento do IMA (Índice de Mercado ANBIMA), que representa uma
carteira de títulos públicos federais em mercado, refletiu o forte ajuste nas curvas, principalmente por conta
dos ativos de maior maturidade, que passaram a apresentar perdas após 22 de julho. O único subíndice que
manteve a performance no período foi o IMA-S, que reflete a carteira de LFT, e subiu 1,18% no mês.
Na indústria de fundos, com a alta de 9,39% do dólar em julho, os fundos Cambiais e os fundos
Multimercados Macro apresentaram as maiores rentabilidades do período, de 10,31% e 4,99%,
respectivamente. O elevado patamar da taxa de juros continuou favorecendo as rentabilidades dos fundos
Referenciado DI (1,19%) e Curto Prazo (1,17%), enquanto a elevação da meta para a taxa Selic no final de
julho afetou a curva de juros de longo prazo, refletindo-se em menor valorização do tipo Renda Fixa Índices
(0,69%). Já o recuo de 4,17% do Ibovespa não impediu que fundos de ações com gestão ativa, como os tipos
Ações Livre (0,34%) e Ibovespa Ativo (0,36%), apresentassem retornos positivos. Apesar das boas
rentabilidades apresentadas, a indústria registrou resgate líquido de R$ 11,2 bilhões, o que levou a captação
líquida acumulada no anorecuar, de R$ 33,5 bilhões, em junho, para R$ 22,3 bilhões no último mês. Não
obstante o aumento do ingresso líquido de recursos em fundos do Varejo no primeiro semestre, o estoque de
produtos isentos, que cresceu 40,2% no mesmo período impulsionado pelas LCAs e LCIs, alcançou o mesmo
patamar do patrimônio líquido desses fundos.
Sobre a ANBIMA
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa as
instituições que atuam nos mercados financeiro e de capitais brasileiros. Faz parte do quadro associativo um
número heterogêneo de membros que atuam em diversos segmentos. Dentre os mais de 290 associados
figuram bancos comerciais e múltiplos, de investimento, gestores e administradores de fundos, corretoras e
distribuidoras de valores mobiliários e gestores de patrimônio. Com o objetivo de contribuir para o
fortalecimento das instituições e do mercado, a Associação organizou sua atuação em torno de quatro
compromissos: representar os interesses dos associados, autorregular as atividades dos mercados
representados, contribuir para a qualificação dos investidores e profissionais e prover informações sobre os
segmentos representados.
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