Fluxos financeiros
globais
Fluxos globais de capitais
Fluxos privados
Fluxos oficiais: multilaterais e bilaterais
FLUXOS DE INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO
Unidade: milhão de USD
NO EXTERIOR
1990
UE
132.081
NAFTA
34.674
E. U. A.
29.951
Canadá
4.725
México
(2)
Japão
50.497
Ásia (1)
9.309
d.q.China
America Latina
Europa LE
Africa
Total
238.545
NO INTERIOR
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
106.109
37.213
31.378
5.837
109.767
46.205
42.660
3.547
96.014
84.049
78.172
5.879
114.701
63.590
54.465
9.127
159.994
97.909
86.738
11.173
150.274
96.325
87.812
8.515
163.799
113.150
103.950
9.200
97.887
58.407
47.918
7.855
2.634
1.760
18.421
3.487
8.339
456
1.130
206.252
78.723
29.512
22.010
2.740
4.762
1.298
20.779
4.366
12.808
3.418
2.479
154.816
83.990
27.106
17.936
4.777
4.393
2.760
25.926
11.156
14.415
5.644
2.553
169.178
80.110
58.151
48.994
4.768
4.389
119
45.574
27.515
13.378
8.080
2.926
217.318
70.558
65.127
45.678
8.476
10.973
912
56.378
33.787
27.495
7.862
4.178
237.001
113.777
77.979
67.527
10.824
9.526
39
64.726
35.849
28.838
17.209
4.597
332.557
95.094
91.522
76.955
6.398
8.169
200
73.631
40.180
40.056
16.315
5.588
330.783
104.603
111.101
90.800
8.200
12.101
3.200
83.203
45.300
56.138
20.300
6.415
400.000
(2)
(2)
(2)
(2)
(2)
(2)
31.620
4.957
17.390
8.532
13.834
11.230
18.089
12.225
22.508
14.197
23.442
17.181
23.485
18.200
194.124
191.654
223.385
252.366
321.518
318.149
385.000
Fonte: Balance of Payments Statistics, Yearbook 1998, IMF
(1) Inclui, entre outros:
Copyright, Abel Mateus
Copyright, Abel Mateus
FLUXOS DE INVESTIMENTO DE CARTEIRA (PORTFOLIO)
Unidade: milhão de USD
NO EXTERIOR
1990
UE
86.105
Alemanha
15.172
Reino Unido 32.429
França
8.409
Italia
19.285
Espanha
1.367
Benelux
9.443
NAFTA
38.393
E. U. A.
28.800
Canadá
2.239
México
7.354
Japão
37.798
PVD
17.284
Ásia (1)
2.557
America Latina 9.867
Europa LE
136
Médio Oriente 4.785
Africa
Total
183.805
Portugal
Em % UE
NO INTERIOR
1991
1992
1993
1994
1995
1996
143.924
17.958
55.556
15.716
22.714
2.410
29.570
56.470
45.688
10.179
603
81.652
11.380
1.240
9.103
336
734
209.874
48.062
51.094
18.463
26.557
2.811
62.887
57.801
49.166
9.800
-1.165
34.569
7.233
-675
-1.028
985
7.929
23
357.363
270.226
32.662
132.446
31.499
8.416
6.772
58.431
160.601
146.253
13.784
564
64.225
8.975
10.286
3.871
1.938
-7.209
89
558.223
105.801
53.988
-34.853
24.659
19.207
1.837
40.963
67.597
60.309
6.521
767
91.545
22.687
13.943
4.482
759
3.429
73
328.665
132.604
22.076
64.159
22.901
2.704
627
20.137
105.964
100.074
5.228
662
87.242
13.343
13.428
1.049
2.781
-3.976
61
370.202
244.199
38.149
91.922
48.687
23.893
3.739
37.809
121.196
108.189
13.551
-544
114.585
31.857
17.860
1.379
1.757
10.742
119
582.701
335.867
1997
22.000
8.000
2.000
1.600
1.000
150
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
157.382
13.436
24.914
43.219
19.259
10.385
7.946
41.353
22.020
15.964
3.369
46.680
22.447
229
8.339
643
672
-255
262.095
961
207.609
42.245
14.775
29.535
19.168
22.489
27.490
97.799
57.531
27.527
12.741
126.053
31.352
3.851
12.808
840
1.022
-328
459.414
1895
282.962
80.000
25.921
52.500
26.258
12.169
59.016
110.735
72.188
20.506
18.041
7.605
49.283
8.330
14.415
3.182
830
1.808
449.432
-2685
450.480
152.391
43.064
34.516
65.740
56.125
50.472
181.448
110.977
41.552
28.919
-6.645
116.997
28.195
13.378
10.070
2.855
1.188
749.830
4214
75.405
23.057
55.003
-30.109
25.407
-19.310
17.445
164.722
139.400
17.140
8.182
64.326
107.529
26.446
27.495
4.863
3.274
2.475
425.894
3727
202.234
59.100
61.374
9.700
38.652
21.222
-2.298
77.979
237.475
17.185
-9.715
50.667
43.624
27.529
28.838
5.958
1.782
2.480
570.389
2065
259.570
90.678
64.753
-19.836
81.413
2.525
27.130
411.931
383.068
14.709
14.154
73.440
115.335
36.557
40.056
11.437
2.970
2.888
881.620
5191
290.000
0,61
0,91
-0,95
0,94
4,94
1,02
2,00
2,48
62.500
12.000
37.500
9.700
9.000
2.700
7195
Fonte: Balance of Payments Statistics, Yearbook 1998, IMF
Copyright, Abel Mateus
FLUXOS LÍQUIDOS DE CAPITAIS INTERNACIONAIS
PARA PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
EM BILIÕES DÓLARES
TOTAL
OFICIAIS
DOAÇÕES
EMPRÉSTIMOS
BILATERAIS
MULTILATERAIS
PRIVADOS
FLUXOS DE DÍVIDA
EMP. BANCOS COM.
OBRIGAÇÕES
OUTROS
IDE
INV. CARTEIRA
memo
IDE China
Privado
México
Brazil
NIAs
1990
100.6
56.3
29.2
27.1
11.6
15.5
44.4
16.6
3.0
2.3
11.3
24.5
3.2
1993
212.0
55.0
29.3
25.7
10.3
15.4
157.1
44.9
-0.3
35.9
9.2
67.2
45.0
1996
284.6
40.8
31.3
9.5
-5.6
15.0
243.8
88.6
34.2
46.1
8.3
109.5
45.7
42.5
28.1
14.7
46.9
Copyright, Abel Mateus
Copyright, Abel Mateus
As tendências dos fluxos internacionais capitais




Nos fluxos de IDE mais de metade (55% em 1997) dirige-se
para os Países Desenvolvidos, em especial EUA , Reino Unido e
França (39% do total em 1996).
Os principais países originários são EUA, Alemanha, Reino
Unido e Japão (58% do total em 1996)
Em 1997 os PVD que receberam maiores volumes de IDE
foram a China ($45 bn), Brazil (16) e México (12)
A Ásia continua a atrair mais de metade do IDE para os PVD.
Segue-se a América Latina e depois a Europa de Leste que tem
crescido muito rapidamente.
Copyright, Abel Mateus
As tendências dos fluxos internacionais capitais





Os fluxos de capitais para investimento em carteira atingem
actualmente cerca de $1 trilião de dólares
Os principais países originários são EUA , Japão, Reino Unido,
Benelux e França
Os principais países receptores de investimentos de carteira são
os EUA ($400bn), Alemanha, Reino Unido e Japão (em conjunto
70% em 1996)
Em 1997 os PVD receberam cerca de $115bn de investimento
em acções e obrigações: América Latina ($40bn) e Ásia ($36bn)
Como veremos, a crise asiática e posteriormente da Rússia
provocaram uma forte diminuição nestas entradas
Copyright, Abel Mateus
As tendências dos fluxos internacionais capitais



Nos fluxos globais de capitais para os PVD nota-se uma forte
retracção dos capitais oficiais, sobretudo devido à quebra dos
bilaterais, (a ajuda oficial ao desenvolvimento atingiu, em
percentagem do PIB o valor mais baixo desde a década de 50),
porquanto os multilaterais mantiveram o seu volume, embora
diminuíssem em proporção
Deu-se um forte aumento dos fluxos privados: o IDE desde 1997
e os investimentos de portfolio desde 1992, em substituição dos
empréstimos bancários, afectados pela crise da dívida dos PVD
da década de 80
O IDE tem-se revelado mais estável do que o investimento de
carteira
Copyright, Abel Mateus
As crises financeiras globais



Crise da dívida externa dos PVD
em 1982-90
Crise do México em 1994-96
Crise da Ásia do SE e da Russia
em 1997-99
Copyright, Abel Mateus
Semelhanças entre as crises dos
mercados emergentes




As crises foram precedidas por um forte aumento dos influxos de
capitais para um grande número de países e, pelo menos nos
anos 90, por uma forte melhoria nas condições em que os
mercados emergentes acediam aos mercados financeiros globais
($165bil. Em 173-82; $1040 bil. Em 1990-96)
Os prestatários assumiram largas posições não cobertas de risco
em relação a movimentos de taxas de juro e de taxa de câmbio: é
notável que apesar da explosão dos derivados nos anos 90, a falta
de cobertura do risco pelos prestatários foi um dos elos cruciais na
virulência da crise
Comportamento de “moral hazard” dos prestatários: governos nos
anos 70-80, empresas não financeiras nos anos 90 - no fim não
teriam que pagar
Falta de transparência no funcionamento dos sistemas financeiros
e dos regimes regulatórios: os bancos emprestadores e os fundos
não avaliaram correctamente o risco (bail-out)
Copyright, Abel Mateus
Continuação




Bolhas especulativas nas bolsas e no imobiliário
Taxas de juro a subir, moedas em depreciação, preços
das acções e do imobiliário em colapso, e a situação
precária em que se encontravam muitas empresas levou
à deterioração da qualidade dos activos, causando
grande stress nos sistemas bancários
Colapso dos sistemas bancários, e incapacidade de
combater os movimentos especulativos contra as
respectivas moedas
Liberalização de balança de capitais em condições de
sérias falhas nos sistemas de regulação internos
Copyright, Abel Mateus
Continuação





Efeitos de contágio
Fortes desvalorizações das moedas e ataques
especulativos nos mercados cambiais
A crise da dívida externa de 82-87 deu-se em condições
de fundamentais claramente em deterioração (largos
déficits de BTCs e públicos)
Também no caso do México se deu uma deterioração da
BTC e do déficit orçamental
No caso da crise asiática deu-se um rápido crescimento
do crédito bancário, sobrevaliações das taxas de câmbio
e mercados de acções em quebra
Copyright, Abel Mateus
Continuação




Em todos os casos houve uma intensa fuga de capitais
dos privados nacionais antes e durante a crise (na
Argentina em 82-84 chegava para pagar a dívida
externa, no México em 95 atingia cerca de 30 biliões
de dólars, na Asia só em 97 30 biliões, nos países
afectados pela crise)
Houve fortes saídas de capitais da Ásia a seguir à
crise, dos fundos mobiliários, que atingiram cerca de
30 biliões de dólares em 1997
Houve fortes deteriorações no rating destes países. A
Koreia teve a maior quebra histórica
Houve um corte brutal no acesso aos mercados
Copyright, Abel Mateus
financeiros e bancários internacionais
Diferenças




Já vimos importantes diferenças nos fundamentais
A crise da dívida externa aconteceu no meio de uma
recessão no mundo desenvolvido
A crise asiática dá-se num período de expansão
económica do mundo desenvolvido, com baixa inflação e
taxas de juro, mas com mercados de acções
sobreavaliados
A crise asiática dá-se no contexto de uma forte
globalização: só entre 90-94 afluiram aos mercados
emergentes cerca de 1 trilião de USD
Copyright, Abel Mateus
As quatro regras de ouro para evitar uma crise

Primeira: Respeitar a eficiência económica na afectação
de recursos.

Em todas as crises houve enormes quantidades de recursos
públicos e/ou privados que foram aplicados em projectos de
baixa rentabilidade económica ex-ante ou ex.-post. Como base
da ineficiência pode estar o abandono da análise económica
caso de projectos públicos que são feitos por razões políticas ou de
prestígio (white elefants)
 comportamento de moral hazard pelos privados ou empresas
públicas (haverá sempre o bail-out)
 relações entre Estado/empresas ou banca/empresas que não se
baseiam na relação de “arms-length” e disciplina económica
 governos endividam-se fortemente no Exterior para sustentar
consumo público ou privado imediato
Copyright, Abel Mateus

As quatro regras de ouro para evitar uma crise

Segunda: Tem que se respeitar o equilíbrio entre bens
internacionalmente transaccionáveis e não
transaccionáveis.

Ao importarem-se recursos em bens internacionalmente
transaccionáveis (p.ex. Importações de bens ou de capitais), é
necessário aplicar directa ou indirectamente esses bens em
sectores que gerem um acréscimo de fluxos futuros também de
bens transaccionáveis. Exemplos:
Crise asiática: pediu-se emprestado no estrangeiro capitais para
aplicar fortemente em imobiliário
 O governo do México nos anos 70 endividou-se fortemente no
Exterior para construir infraestruturas ou sustentar consumo
público (sem que as exportações crescessem)

Copyright, Abel Mateus
As quatro regras de ouro para evitar uma crise

Terceira: A sustentabilidade da dívida pública depende da
capacidade de captação de receitas pelo Estado.

Uma dívida pública em que o rácio sobre o PIB está a crescer
pode tornar-se insustentável. O principal sinal de alerta surge
quando se começa a duvidar que o Estado consiga através dos
impostos (incluindo o inflacionário) captar os recursos
necessários para o serviço da dívida. Na crise de 80 foi para
servir a dívida pública, na crise asiática foi para fazer o bail-out
do sistema financeiro. (O Japão não teve graves problemas
externos porque ainda não se pôs em causa esta regra).
Copyright, Abel Mateus
As quatro regras de ouro para evitar uma crise

Quarta: (financeira) Deve-se respeitar o matching entre
deve e haver quanto a risco de crédito, risco de câmbio,
e taxa de juro (para todos os agentes económicos).

Em todas as crises houve um sério mismatch destas
responsabilidades. Endividamento em dólares e receitas do
agente em moeda nacional (México e Ásia). Endividamento no
curto prazo para investimentos no longo prazo (Coreia). Pedir
emprestado a taxas de juro voláteis e emprestar a taxas de juro
fixas (crise imobiliário nórdica). Este mismatch é agravado
quando não se faz a cobertura com derivados das posições
(ignorância das instituições financeiras - caso asiático).
Copyright, Abel Mateus
Quanto tempo levou a resolver a crise?



No caso da crise da dívida externa dos PVDs levou
de 5 a 7 anos a restaurar o nível do PIB anterior e a
reentrada de capitais privados
No caso da crise mexicana depois de 1 ano já havia
uma reversão dos fluxos de capitais e o PIB atingia
o nível de pré-crise depois de 3 anos
No caso da Ásia a OCDE só prevê restauração do
crescimento económico nos finais de 1999, pelo
que os níveis de pré-crise podem levar 4 a 5 anos a
restaurar
Copyright, Abel Mateus
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