Visões da Governança
Corporativa
Gregorio Mancebo Rodriguez
Mônica Mansur Brandão
|2010|
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da Obra
Parte 2
Questões relevantes
sobre governança
corporativa
Capítulo 11
Governança corporativa
na tomada de decisões
Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
Como os dirigentes podem tomar boas decisões no
ambiente de governança para corporativa?
Tomar decisões é uma das funções mais relevantes da
esfera da governança em uma organização, exigindo que os
dirigentes organizacionais façam escolhas sobre o futuro com
base em informações imperfeitas ou incompletas.
Conforme observa Douglas North, os modelos decisórios
são muito específicos, mudando de indivíduo para indivíduo,
sendo afetados não apenas pelas limitações cognitivas das
pessoas, mas também pelas suas motivações.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
John S. Hammond, Ralph L. Keeney e Howard Raiffa
argumentam que tomar decisões é o trabalho mais importante
de um executivo, mas também o mais difícil e arriscado. Más
decisões podem danificar um negócio ou carreira, algumas
vezes de forma irreparável.
Com muita frequência, a falha não reside no processo
decisório, mas na mente do tomador de decisão, já que a
forma como o cérebro humano trabalha pode sabotar as
decisões.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
Pesquisadores têm estudado as formas como a mente
funciona na tomada de decisões por meio século. Os autores
examinaram um conjunto de armadilhas psicológicas:
1. Armadilha da ancoragem;
2. Armadilha do status quo;
3. Armadilha do custo afundado;
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
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11.1
Como tomar boas decisões?
4. Armadilha da confirmação das evidências;
5. Armadilha da formulação;
6. Armadilhas de estimativa e previsão.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
A armadilha da ancoragem corresponde à tendência da
mente humana de prestar consideravelmente maior atenção
às informações apresentadas preliminarmente sobre uma
determinada questão, as quais funcionam como âncoras ao
raciocínio posterior. Tais âncoras podem ser desde
comentários feitos por colegas e trabalho até estatísticas
apresentadas em jornais, etc...
Todos os decisores de uma organização estão sujeitos à
armadilha da ancoragem.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
As formas de lidar com a armadilha da ancoragem são, na
visão de Hammond, Keeney e Raiffa: tentar considerar um
problema sob diferentes perspectivas, descrevendo-o de
diferentes formas, com diferentes começos; pensar no
problema por si mesmo antes de consultar outras pessoas;
manter a mente aberta buscando informações de diferentes
fontes; evitar tornar-se âncora para colaboradores e, ainda,
estar consciente da existência das âncoras nas negociações.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
Já a armadilha do status quo emerge do desejo humano
de proteger o ego. Experimentos realizados por estudiosos
demonstram que as pessoas preferem evitar mudanças
quando instadas a escolher entre a manutenção de uma
situação vigente e a mudança.
Acredita-se que todas as pessoas envolvidas nas grandes
decisões empresariais estão propensas e expostas a esta
armadilha.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
São formas de lidar com a armadilha do status quo:
lembrar-se dos objetivos a alcançar e examinar as barreiras
existentes; nunca pensar no status quo como a única
alternativa possível; questionar-se se essa seria a opção
escolhida caso não fosse a alternativa vigente; evitar exagerar
o efeito ou custo envolvido na mudança; lembrar-se de que o
desejo pelo status quo pode mudar ao longo do tempo, e
ainda, na existência de várias alternativas superiores a
situação vigente.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
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11.1
Como tomar boas decisões?
Quanto à armadilha do custo afundado, esta consiste em
tomar decisões que justifiquem ou ratifiquem decisões
passadas, mesmo quando elas não parecem mais válidas.
A maioria das pessoas cai nessa armadilha ao recusar-se
a fazer mudanças necessárias porque isso seria admitir um
erro.
Em nossa opinião, a armadilha do custo afundado
dificilmente será percebida se a empresa não tiver cultura e
processos explicitamente orientados para o acompanhamento
e a verificação do status de suas decisões.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
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11.1
Como tomar boas decisões?
As formas de lidar com essa armadilha são: ouvir
atenciosamente pessoas não envolvidas nas decisões
passadas; examinar porque a admissão de um erro produz
incômodo; caso se trate de questão de autoestima, buscar
reconhecer que mesmo as boas escolhas podem ter más
consequências; não cultivar uma cultura organizacional
baseada no medo de errar.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
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11.1
Como tomar boas decisões?
A armadilha da confirmação das evidências consiste na
busca de informações que confirmem um instinto ou ponto de
vista interno, evitando-se a busca das informações
conflitantes com aquilo que já se tem em mente. Tal
armadilha afeta não apenas onde se busca as informações
mas também a forma como as mesmas são interpretadas para
favorecer o ponto de vista do decisor.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
As formas de lidar com essa armadilha são: verificar se
todas as evidências estão sendo examinadas com o mesmo
rigor; pedir a alguém que se respeita para fazer o papel de
advogado do diabo e argumentar contra a decisão que se
deseja; ser honesto consigo mesmo e reconhecer quando se
está buscando evidências de confirmação; e ainda procurar os
conselhos de outras pessoas.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
A armadilha da formulação ou formatação consiste na
influência da forma como uma questão é apresentada sobre
as decisões das pessoas. A formatação de uma questão é uma
das etapas mais perigosas da tomada de decisões.
A armadilha da formulação está relacionada com as
outras armadilhas anteriormente descritas.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
As formas de lidar com essa armadilha são: não aceitar
automaticamente a formulação inicial, reformatando a
questão de diferentes formas e identificando distorções
causadas por diferentes formatos; tentar formular a questão
de uma forma neutra; pensar cuidadosamente sobre o
problema a ser formulado; quando outras pessoas
recomendarem as decisões, examinar a forma como foi
formulado o problema e desafiá-las com outras formulações
possíveis.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
No que tange às armadilhas de estimativa e previsão, elas
abrangem: a armadilha do excesso de confiança, que consiste
no crédito elevado conferido às estimativas pelos seus
respectivos formuladores; a armadilha da prudência, que
consiste na preocupação excessiva conferida a previsões; e
ainda a armadilha da lembrança, que consiste na interferência
de experiências pessoais em decisões tomadas.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
Segundo Hammont, Keeney e Raiffa, a melhor forma de
lidar com as armadilhas de estimativa e previsão é adotar
uma abordagem disciplinada para fazer projeções e julgar
probabilidades.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
No que concerne à armadilha do excesso de confiança,
recomendam: iniciar a avaliação pelos extremos da projeção,
objetivando evitar a ancoragem; desafiar os extremos das
projeções, visando ajustá-las a valores mais razoáveis;
desafiar os colaboradores à elaboração de projetos mais
razoáveis.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
Já para evitar a armadilha da prudência os autores
sugerem: explicar as estimativas para aqueles que as
utilizarão de uma forma honesta, enfatizando seu eventual
caráter conservador; reforçar a necessidade da honestidade
junto a formuladores de previsões para uso em decisões;
testar as estimativas dentro de uma faixa razoável para
antever seu impacto; considerar uma segunda vez as
estimativas mais sensíveis.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
Os autores ainda apontam no que diz respeito à armadilha
da lembrança: examinar cuidadosamente todas as premissas
assumidas para verificar se as mesmas estão sendo
influenciadas pelas lembranças; obter estatísticas reais
sempre que factível; tentar não se deixar guiar por
impressões.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.1
Como tomar boas decisões?
De maneira mais ampla, a melhor proteção contra as
armadilhas citadas é estabelecer testes e disciplina no
processo de decisões para cercar erros de pensamento antes
que estes se transformem em erros de julgamento.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.2
Governança corporativa: e as pessoas, nas
decisões?
Quem toma as decisões que determinam o futuro
das organizações, das economias e das sociedades em
geral?
São as pessoas, que estão no epicentro da busca de
sustentabilidade e de fortalecimento das empresas, dos
mercados e das demais estruturas de governança da
economia.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.2
Governança corporativa: e as pessoas, nas decisões?
Considerando como exemplo a economia norteamericana, parte dos administradores empresariais (pessoas)
cometeu sérios abusos administrativos amplamente criticados
pela sociedade (pessoas) e tais abusos foram o mote da
emergência de um movimento pela governança corporativa
capitaneado por investidores institucionais, líderes de grandes
fundos de pensão e de investimentos (pessoas).
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.2
Governança corporativa: e as pessoas, nas decisões?
As pessoas que fazem diferença, no melhor sentido da
expressão, existem e exercem benéfica influência sobre as
demais; se assim não fosse, a quantidade de organizações
eliminadas do ambiente econômico seria exponencialmente
mais elevada, assim como exponencialmente mais elevada
seria a fragilidade dos mercados. Entretanto, é mister
reconhecer que esse ambiente também é habitado por
pessoas que fazem diferença de maneira questionável, criando
potencial para destruir valor em uma perspectiva de prazo
mais longo e para prejudicar investidores.
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Capítulo 11
Governança corporativa na tomada de
decisões
11.2
Governança corporativa: e as pessoas, nas decisões?
Motivação, desenvolvimento, assédio moral e muitos
outros temas ligados à administração de pessoas podem ser
enquadrados em uma visão mais abrangente de governança
organizacional, que abarca a própria visão do ser humano pela
organização.
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Capítulo 11 Governança corporativa na tomada de decisões 11.2