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Geral
O Estado do Maranhão - São Luís, 1º de agosto de 2014 - sexta-feira
De Jesus
Estudantes disputam hoje
Olimpíada de Matemática
do Geia, em S. J. de Ribamar
Competição reúne 848 estudantes de 23 escolas públicas de nível fundamental e
médio; vencedores em cada uma das três categorias receberão tablet como prêmio
Fabrício Cunha
A
contece hoje a 5ª Olimpíada de Matemática, promovida pelo Instituto
Geia, em São José de Ribamar. Oitocentos e quarenta e oito alunos
inscritos na competição responderão, das 8h às 11h, a 20 questões
que testarão seus conhecimentos
na disciplina. Como prêmio, os
vencedores em cada uma das três
categorias receberão um tablet,
que será entregue dia 27 deste
mês, na abertura do 10º Festival
Geia de Literatura, na Praça da
Matriz, em Ribamar.
As provas serão aplicadas na
Unidade Escolar Professora Maria Elisa Almeida Silva e na Escola Cidade de São José de Ribamar (Caic). O número de alunos
inscritos na competição neste
ano é superior ao do ano passado, quando Luís Miguel Botton
e Anna Gabriela Vieira Santos foram os vencedores entre os 638
competidores. Como as inscrições são individuais, a organização do evento acredita que esse
crescimento representa a vontade dos estudantes de participarem da competição e testar seus
conhecimentos.
As inscrições para a olimpíada
deste ano foram feitas de 2 de fevereiro a 28 de março, de forma
gratuita no site do Instituto Geia.
A competição é destinada aos alunos matriculados do 6º (antiga 5ª
série) ao 9º ano (antiga 8ª série)
dos ensinos fundamental e médio
das escolas das redes pública e
particular do município de São José de Ribamar. Os objetivos principais são estimular o estudo da
matemática, colaborar para a melhoria da qualidade do ensino, e
revelar jovens talentos.
Inscritos - Os estudantes concorrentes deste ano estão matriculados em 23 escolas públicas de nível fundamental e médio da cidade. São 362 estudantes inscritos
no nível 1, que abrange o 6º e 7º
anos; 376 no nível 2, do 8º e 9º
anos; e 110 estudantes do ensino
médio inscritos no nível 3. No passado, foram apenas 36 competidores nesse nível e nenhum foi
premiado. No ano de 2012, não
houve vencedores em nenhum
dos três níveis da competição, pois
nenhum estudante atingiu a pontuação mínima exigida.
Mas este ano os alunos parti-
Índios ocuparam ontem o refeitório da Seduc, no bairro Monte Castelo
Grupo de índios pede
o restabelecimento
de transporte escolar
Guajajaras de Belo
Sonho e Bananal
ocuparam ontem o
refertório da Seduc
Estudantes de escolas ribamarenses se prepararam para a disputa da 5ª Olimpíada de Matemática
cipantes estão dispostos a conquistar o título, sobretudo os 72
inscritos do Liceu Ribamarense
I, que teve vencedores em três das
cinco olimpíadas já realizadas,
entre elas a do ano passado. Uma
delas é Marise dos Santos Bogéa,
14 anos, aluna do 9º ano, que está participando pela segunda vez
da competição. Para ganhar o título, ela começou a estudar desde o começo do ano e garante
que está com as respostas na
ponta do lápis.
Marise dos Santos Bogéa tem
uma rotina corrida de estudos.
Além das aulas no Liceu Ribamarense I, ela estuda em casa e faz
aulas particulares. "Eu faço cursinho aos sábados, das 8h às 12h, e
todas as noites eu estudo em casa", disse. A estudante resolveu
participar da competição porque
matemática é sua disciplina preferida. "Eu gosto de matemática
porque é uma ciência exata. Por
isso, os resultados são sempre os
mesmos, além disso, as dificuldades da disciplina são um estímulo a mais", comentou.
Provas - A Unidade Escolar Professora Maria Elisa Almeida Silva
é a com o maior número de alunos inscritos, 172. A escola é uma
das duas em que serão aplicadas
as provas. Os estudantes devem
estar atentos, pois deverão apresentar ao fiscal de sala documento de identificação com foto para realizar a prova. As provas serão compostas por questões de
múltipla escolha e discursivas. Para o nível 1, haverá prova com 12
questões de múltipla escolha e oito discursivas.
Para os concorrentes de nível
2, as provas terão 10 questões de
múltipla escolha e 10 discursivas.
E os estudantes do Ensino Médio
enfrentarão provas com oito questões de múltipla escolha e 12 discursivas. A prova discursiva tem
maior peso na pontuação do estudante, pois é onde os alunos têm
maior grau de dificuldade, além
de ser o segundo critério de desempate. O primeiro é a idade. Em
caso de mesma pontuação, o aluno mais jovem fica com o título.
Regulamento - Para cada nível
previsto no regulamento da Olimpíada de Matemática, a comissão
organizadora nomeou, para aplicação das provas, uma banca especializada composta por três a
seis membros que será reponsável pela elaboração das questões;
solução de problemas; elabora-
Mais
O Instituto Geia é uma organização não governamental sem
fins lucrativos, fundada em
setembro de 2000, com o objetivo de contribuir para a melhoria da gestão de entidades que
praticam o trabalho voluntário
e para o desenvolvimento de
projetos voltados ao exercício
da cidadania.
ção dos gabaritos e critérios de
correção, além de julgamento de
recursos. A banca tem um integrante do Instituto Geia, outro da
Secretaria Municipal de Educação e dois representantes da Faculdade Pitágoras.
O aluno deverá alcançar o
percentual mínimo de 50% da
prova e responder corretamente, no mínimo, uma questão discursiva para ser classificado e estar apto a concorrer ao prêmio.
Ao fim do tempo previsto para a
realização das provas, ou a critério de cada participante da competição, as provas deverão ser devolvidas ao fiscal de sala, mesmo
que o aluno não tenha resolvido
todas as questões.
Um grupo de cerca de 50 índios
guajajaras ocupou o refeitório da
Secretaria de Estado da Educação
(Seduc), no Monte Castelo, na manhã de ontem, reivindicando o
restabelecimento do serviço de
transporte escolar das crianças indígenas de aldeias situadas nas localidades Belo Sonho e Bananal,
em Grajaú, município distante 580
quilômetros de São Luís. Segundo eles, desde 2013 as crianças estão sem condições de assistir aula por causa de problemas de deslocamento. Conforme a Seduc, a
interrupção ocorreu por causa de
pendências na entrega de documentação pelos índios.
O líder dos índios, cacique Vitoriano de Sousa, afirmou que
desde a interrupção do serviço,
em 2013, foram feitas reivindicações à secretaria sem que o problema tivesse solução, até que
uma reunião foi marcada para ontem. "Quando chegamos à secretaria, fomos informados que o pagamento das empresas que fazem
o transporte escolar só vai acontecer dia 15 de agosto", disse Vitoriano de Sousa.
Revoltados com o novo prazo, eles decidiram ocupar as dependências da secretaria, ocupando todo o refeitório, de onde
só pretendem sair quando o problema for resolvido. "Só vamos
sair daqui dia 15 ou quando pagarem o transporte escolar. As escolas ficam longe das aldeias e as
crianças não têm condições de
irem andando. Por isso, desde
que começou esse problema elas
não estão assistindo aula", reclamou Vitoriano de Sousa. Nas
duas localidades, Belo Sonho e
Bananal, são pelo menos 250
crianças prejudicadas com a falta de transporte escolar.
Os índios alegam que já entregaram toda a documentação necessária para o restabelecimento
Mais
Segundo o Censo Escolar Indígena 2010, no Maranhão, são atendidos atualmente 18 municípios,
onde estão localizadas as aldeias
indígenas, circunscritas em cinco
Unidades Regionais de Educação
(URE) - Barra do Corda, Açailândia,
Imperatriz, Santa Inês e Zé Doca nas quais existem Coordenações
de Educação Escolar Indígena que
se constituem como órgãos executores da Política de Educação Escolar Indígena no Estado. São 282
escolas para atender 13.285
alunos em 280 aldeias.
do serviço. Eles também reclamam da precariedade das escolas públicas e do não fornecimento de merenda escolar. "Ficaram
de reformar e construir novas escolas, mas, até agora, não foi feito nada e as nossas crianças estão sendo prejudicadas", comentou Vitoriano de Sousa.
Contestação - O secretário de
Educação, Danilo Furtado, contestou a informação segundo a
qual toda a documentação já foi
entregue. De acordo com ele, havia documentação pendente, o
que impedia o pagamento do serviço, conforme prevê a legislação
que regula o atendimento escolar
das populações indígenas. "Vamos analisar a documentação trazida pelos índios para saber se está tudo em conformidade com o
que prevê a lei. Repassamos aos
índios todas as informações necessárias para que eles entendam
o motivo do pagamento não ter
sido realizado", informou.
"É importante lembrar que a
permanência deles na secretaria
não vai garantir a resolução do
problema. Tudo vai depender da
análise da documentação apresentada. Iremos manter diálogo
constante com as lideranças indígenas para garantir que o problema seja resolvido sem maiores
transtornos”, acrescentou
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