Efeito do tamanho de partículas e altura de colheita das plantas de milho para
ensilagem visando à produção do novilho superprecoce.
Jackson Huzar Novakowiski (PROIC, FA/JÚNIOR- UNICENTRO), Mikael
Neumann (Orientador - DEVET/UNICENTRO) Milena Barcellos (Profª. do
CEEPAR), Marcos Rogério Oliveira (Acadêmico do Curso de Medicina
Veterinária – UNICENTRO) e-mail: [email protected]
Palavras-chave: consumo alimentar, converção alimentar, ganho de peso.
Resumo:
Objetivou-se de avaliar a influência do tamanho de partículas (pequena: entre 0,2 e
0,6 ou grande: entre 1,0 e 2,0) e da altura de colheitas das plantas de milho (baixo:
15 cm ou alto: 39 cm), sobre o desempenho de novilhos confinados. Não houve
interação entre altura de corte e tamanho de partículas para as variáveis relativas ao
consumo diário de matéria seca e resposta animal entre as dietas. Os animais
alimentados com silagem de corte alto apresentaram melhor conversão alimentar
frente à de corte baixo.
Introdução
O desempenho animal pode ser avaliado pelo ganho de peso diário, consumo
de alimentos e conversão alimentar. Segundo Restle e Vaz (1999), a conversão
alimentar é o reflexo da qualidade dos alimentos que o animal ingere, sendo que
este varia em função do nível de alimentação e composição do ganho de peso.
Vários são os fatores que interferem o consumo de silagem por ruminante que
reflete diretamente no desempenho animal. Convém considerar ainda que com a
fermentação dos carboidratos solúveis, 10% da matéria seca da forragem é
diminuída durante a ensilagem.
Portanto este trabalho tem o objetivo de avaliar o efeito do tamanho de
partícula e da altura de corte das plantas de milho na silagem, sobre o consumo de
matéria seca e desempenho animal.
Materiais e Métodos
O experimento foi conduzido nas instalações do Núcleo de Produção Animal
(NUPRAN) da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná (UNICENTRO),
sendo avaliados relativamente o consumo de matéria seca e desempenho animal, o
material experimental empregado foi o híbrido de milho P-30S40 de característica
silageiro, com dois tamanhos de partículas (pequena entre 0,2 e 0,6 cm e grande
entre 1,0 e 2,0) e duas alturas de corte (baixo: 15 cm e alto: 39 cm), num esquema
fatorial 2 x 2: T1 -silagem de partículas pequena com altura de corte baixo; T2 –
silagem de partículas pequena com altura de corte baixo; T3 –silagem de partículas
pequena com altura de corte alto; T4 –silagem de partículas grande com altura de
corte alto.
O experimento teve duração de 98 dias, sendo 14 dias de adaptação dos
animais, em seguida quatro períodos de 21 dias de avaliação. Os animais foram
terminados em confinamento, sendo alimentados duas vezes ao dia, às 6:00 e às
17:30 horas.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, composto por
quatro tratamentos, com três repetições, onde cada repetição foi um silo (baia), em
um esquema fatorial 2 x 2, sendo dois tamanhos de partículas (pequena e grande) e
duas alturas de colheita (baixa e alta). Os dados coletados para cada variável foram
submetidos à análise de variância com comparação das médias, a 5% de
significância, por intermédio do programa estatístico SAS (1993).
Resultados e Discussão
Conforme a Tabela 1 verifica-se a participação percentual das diferentes
silagens de milho avaliadas na dieta dos animais confinados, com base na matéria
seca, durante os períodos de avaliação apresentou valor médio de 62,7%.
Tabela 1: Participação percentual das silagens de milho nas dietas dos novilhos em
confinamento, de acordo com o período de avaliação.
Silagem
Períodos
Média
Tamanho Altura
24/08
15/09
06/10
27/10
de
de
a
a
a
a
partícula colheita
14/09
05/10
26/10
16/11
Pequena Baixa
Grande Baixa
Pequena
Alta
Grande
Alta
Média
Silagem de milho, % MS na dieta
63,4
62,2
63,2
63,7
62,5
62,3
63,4
63,2
63,4
62,9
62,6
62,7
63,4
62,6
62,9
62,8
61,3
62,1
61,1
61,8
62,9
62,5
63
62,3
Na Tabela 2 constam os resultados do consumo de matéria seca e da
resposta dos animais confinados.
Tabela 2: Médias para o consumo diário de matéria seca (CMS), por animal (CMSD)
e por 100 kg de peso vivo (CMSP), ganho de peso (GMD) e conversão alimentar
(CA), de novilhos alimentados em confinamento com silagens de milho, em função
da altura de colheita e tamanho de partículas.
Ensilagem
Partícula pequena
Partícula grande
Média
Partícula pequena
Partícula grande
Média
Partícula pequena
Partícula grande
Média
Altura de colheita
Corte baixo
Corte alto
CMSD, kg/dia
8,68
8,56
8,75
8,67
8,72 A
8,61 A
CMSP, % peso vivo
2,09
2,06
2,11
2,06
2,10 A
2,06 A
GMD, kg/dia
1,481
1,487
1,427
1,587
1,454 A
1,537 A
Média
8,62 A
8,71 A
2,08 A
2,09 A
1,484 A
1,507 A
Partícula pequena
Partícula grande
Média
5,95
6,34
6,15 B
CA, CMSD/GMD
5,80
5,54
5,67 A
5,88 A
5,94 A
Médias, na linha ou na coluna, seguidas por letras maiúsculas diferentes, diferem (P<0,05) pelo Teste “F”.
Os dados da Tabela 2 mostram que os CMSD, CMSP, GMD e CA não foram
afetados considerando-se os efeitos individuais ou combinados (P>0,05) de altura de
colheita e tamanho de partícula, alcançando valores médios de 8,66 kg/dia, de
2,08% PV, de 1,495 kg/dia e 5,91, respectivamente.
Não foram observados efeitos individuais de altura de colheita ou tamanho de
partícula sobre o GMD dos animais confinados, embora conduzisse a redução da
eficiência de transformação da matéria seca consumida em ganho de peso em
7,80%, determinando uma pior CA dos animais alimentados com silagem colhida à
altura de 15,2 cm (6,15 kg de MS para cada kg de ganho de peso) frente a silagem
colhida à altura de 38,6 cm (5,67 kg de MS para cada kg de ganho de peso),
independente do tamanho de partícula.
Conclusões
A colheita de milho a 38,6 cm melhorou o valor nutritivo da silagem, porém não
afetou no consumo de matéria seca em relação à altura de 15,2 cm. Os animais que
tiveram incluído à dieta silagem de corte alto apresentaram melhor conversão
alimentar frente à silagem de corte baixo.
Agradecimentos
A Fundação Araucária pela concessão da bolsa de iniciação científica júnior.
Referências
RESTLE, J.; VAZ, F.N. Confinamento de bovinos definidos e cruzados. In: LOBATO,
J.F.P.; BARCELOS, J.O.J.; HESSLER, A.M. Produção de bovinos de corte. Porto
Alegre: Pontífice Universidade Católica, 1999. p.141-168.
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