UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
VANEILA DANIELE LENHARDT SAVARIS
ESTUDO DO BALANÇO ELETROLITÍCO E DA PROTEÍNA BRUTA DA
RAÇÃO PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO EM CONDIÇÕES DE ALTA
TEMPERATURA
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
2008
VANEILA DANIELE LENHARDT SAVARIS
ESTUDO DO BALANÇO ELETROLITÍCO E DA PROTEÍNA BRUTA DA
RAÇÃO PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO EM CONDIÇÕES DE ALTA
TEMPERATURA
Dissertação apresentada ao Centro
de
Ciências
e
Tecnologias
Agropecuárias
da
Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, como requisito parcial para
a obtenção do grau de mestre em
Produção Animal, na Área de
Concentração Nutrição de Não –
Ruminantes.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Rony Antonio Ferreira
Campos dos Goytacazes
2008
A Deus, pelo dom da existência e discernimento nas minhas decisões;
Aos meus pais, João e Dulce, pelo amor, confiança, esforço e coragem;
Ao meu marido Gustavo, pelo amor, incentivo e paciência em todos os
momentos;
Aos meus irmãos Camila e João Paulo, pelo apoio, incentivo e
amizade;
Aos amigos de todas as horas, por dividirem comigo momentos
de alegria e dificuldades;
A todos que em algum momento me dedicaram sua atenção e
amizade;
À vida por garantir momentos de sublime felicidade.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), por
meio do Programa de Pós-Graduação em Produção Animal, pelo apoio e pela
oportunidade de realização deste curso;
À Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pela concessão de bolsa de estudos;
Ao professor Rony Antônio Ferreira, pela orientação, pelos ensinamentos,
pela amizade e pelos conselhos em todos os momentos;
À professora Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares, pelo apoio, pelos
conselhos e ajuda nos momentos de desespero;
Aos professores Paulo Cesar Pozza e Newton Tavares Escocard de
Oliveira, pela valiosa colaboração, pelo incentivo e apoio;
A todos os funcionários do setor de suinocultura da UENF, em especial ao
“Sr. Zé”, pela valiosa colaboração, pela paciência e pela amizade;
Aos funcionários do Laboratório de Sanidade Animal (LSA), Laboratório
de Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA), e Laboratório de Fitotecnia Setor de
Nutrição de Plantas (LFIT), pelo apoio na realização das análises laboratoriais;
Aos colegas, professores e funcionários do Programa de Pós-graduação
em Produção Animal, pelo convívio, pela atenção e pelo estímulo;
Aos amigos Mariana, Julien, Michelle e Leonardo, pela valiosa
colaboração e amizade;
À amiga, companheira e colega Marize pelas horas passadas juntas entre
aulas e experimentos, pelo incentivo, compreensão, convívio, colaboração,
atenção e amizade;
Às minhas amigas Alexandra, Cristiane, Leiliane, Liliane, Natália e Taiane,
que mesmo distantes em algum momento contribuíram com sua palavra amiga;
Ao meu amado marido Gustavo, que sempre esteve ao meu lado, até
mesmo quando essa não era sua vontade, agradeço pelo amor, carinho, ajuda
e compreensão nos momentos de tensão;
A todas as pessoas que, de alguma maneira, colaboraram para a
realização deste trabalho.
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho
original” (Albert Einstein).
BIOGRAFIA
Vaneila Daniele Lenhardt Savaris, filha de João Aloísio Lenhardt e
Dulce Maria Simon Lenhardt, nasceu em Toledo aos 17 dias do mês de março
de 1982.
Em dezembro de 2005, diplomou-se em Zootecnia, pela Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon – PR.
Em março de 2006, iniciou o Programa de Pós-Graduação em
Produção Animal, em nível de Mestrado, na Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes-RJ, concentrando seus
estudos na área de Nutrição de Não-Ruminantes.
Em janeiro de 2008, submeteu-se aos exames finais de defesa de
dissertação de Mestrado.
RESUMO
SAVARIS, Vaneila Daniele Lenhardt, M.S., Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro. Janeiro de 2008. Estudo do balanço eletrolítico e
da proteína bruta da ração para suínos em crescimento em condições de
alta temperatura. Orientador: Rony Antonio Ferreira. Conselheiros: Rita
Trindade Ribeiro Nobre Soares e Paulo Cesar Pozza.
O estudo foi realizado para avaliar o efeito do Balanço Eletrolítico (BE) em
rações com dois níveis de proteína bruta (PB) para suínos na fase de
crescimento criados em alta temperatura. Foram utilizados 48 leitões (24
machos castrados e 24 fêmeas) com peso médio inicial de 28,7±2,2kg,
distribuídos em delineamento de blocos ao acaso, constituído de 4 tratamentos
(TA - ração com 16,8% de PB; TB – ração com 16,8% de PB com correção do
BE para 251 mEq/kg; TC – ração com 13,8% de PB; e TD – ração com 13,8%
de PB com correção de BE para 260 mEq/kg) e 4 repetições, sendo cada
unidade experimental composta por três animais. O experimento foi encerrado
quando os animais atingiram peso médio de 51,4±3,7kg. As variáveis de
desempenho avaliadas foram consumo de ração (CR), ganho de peso (GP),
peso final (PF), consumo de nitrogênio (CN), consumo de lisina (CL), eficiência
de utilização do nitrogênio para ganho (EUNG) e conversão alimentar (CA).
Semanalmente foram avaliados os parâmetros fisiológicos de freqüência
respiratória (FR) e temperatura retal (TR) dos animais. Ao final do período
experimental foi realizada coleta de sangue de 32 animais, para mensurar as
concentrações sorológicas de uréia, Na, Cl e K. As condições ambientais do
galpão foram medidas diariamente. A temperatura média manteve-se em
31,1±6,8°C, com umidade relativa de 68,7±12,5%, velocidade do vento de
0,36±0,3 m/s e temperatura de globo negro de 30,5±4,4°C. Foi calculado o
índice de temperatura de globo e umidade (ITGU) em 79,6±4,6. A redução dos
teores de proteína da ração reduziu (P<0,05) o CN e melhorou (P<0,05) a
EUNG. Os demais parâmetros de desempenho avaliados não foram afetados
pelos tratamentos (P>0,05). Não houve diferença (P> 0,05) nas respostas
fisiológicas de FR e TR, sendo o mesmo observado para as concentrações
séricas de sódio e cloreto. Os suínos que receberam as rações com maior teor
de proteína apresentaram maior (P<0,05) concentração de uréia no soro. A
correção do BE das rações promoveu redução (P<0,05) nos teores de potássio
no soro dos suínos. A correção do balanço eletrolítico em rações (250 meq/kg)
com
teor
de
suplementadas
proteína
com
bruta
reduzido
aminoácidos,
não
em
três
influenciou
pontos
percentuais,
negativamente
o
desempenho de suínos em crescimento (30-50 kg). Os animais foram
eficientes em realizar sua homeostase sanguínea em relação às concentrações
de sódio e de cloreto, mas não para o potássio. A redução do teor de PB da
ração melhorou a eficiência de utilização de N para ganho de peso dos
animais.
ABSTRACT
SAVARIS, Vaneila Daniele Lenhardt Savaris, M.S., Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro. January 2008. Study of dietary electrolyte
and crude protein for growing swine in high ambient temperature. Major
Professor: Rony Antonio Ferreira. Advisors: Rita da Trindade Nobre Soares e
Paulo Cesar Pozza.
This study was conducted to evaluate the effect of the Dietary Electrolyte
Balance (EB), into rations with two levels of Crude Protein (CP) for growing
swine under high temperatures ambient. Were used 48 pigs (24 castrated
males and 24 females) with initial average weight of 28.7 ± 2.2 kg, allotted using
randomized block experimental design constituted of four treatments (TA - diet
with 16.8% of CP; TB - diet with 16.8% of CP with correction of EB to 251
mEq/kg; TC - diet with 13.8% of CP and TD - diet with 13.8% of CP with
correction of EB to 260 mEq/kg) and four replication, the experimental unit was
composed of three pigs. The study was finished when the average weight of the
animals was 51.4 ± 3.7 kg. The performance parameters evaluated were the
feed intake (FI), the daily gain (DG), finished weight (FW), nitrogen intake (NI),
lysine intake (LI), efficiency of N utilization for weight gain (ENUWG) and the
gain: feed ration. Weekly the physiologic parameters to respiratory frequency
(RF) and rectal temperature (RT) were evaluated. At the finish of the
experimental period was collected blood of 32 pigs to measure serum
concentration of urea, Na, Cl and K. The environmental conditions was
measured daily. The average temperature was 31.1 ± 6.8°C, with relative
humidity of 68.7 ± 12.5%, wind speed of 0.36 ± 0.3 m/s and black globe
temperature of 30.5 ± 4.4°C. The Black Globe Humidity and Temperature Index
(BGHI) calculated was 79.6±4.6. The reduction in ration protein levels
decreased (P<0,05) the NI and improved (P<0,05) the ENUWG. The others
performance parameters evaluate weren’t influenced by treatments(P>0.05).
There weren’t significant difference (P<0.05) for RF, RT, the same was
observed for serum concentration of sodium and chlorine. The swine that were
fed with rations with high concentrations of CP presented greater (P<0.05)
concentrations of urea in the serum. The correction of dietary EB in the rations
decreased (P<0.05) the concentration of K in serum pigs. The correction of
electrolyte balance in rations (250 meq/kg) with levels of crude protein
decreased in three percent points, supplemented with aminoacids, not
influenced the performance of growing swine (30-50kg). The animals were
efficient in maintenance it sanguine homeostasis of sodiumand chloride, but
didn’t for the potassium. The decreased of CP level of ration improved the
efficiency of use of N for weight gain of the animals.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição das rações experimentais .......................................
36
Tabela 2 – Conteúdo de eletrólitos e Balanço Eletrolítico (BE) de alguns
ingredientes ................................................................................................... 37
Tabela 3 - Descrição dos contrastes ortogonais empregados na
decomposição da soma dos quadrados dos tratamentos.............................. 41
Tabela 4 - Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), peso final (PF),
consumo de N (CN), consumo de lisina (CL), conversão alimentar (CA),
eficiência de utilização do nitrogênio para ganho (EUNG) e relação
Lisina:PB de suínos dos 30 aos 50 kg, alimentados com rações
experimentais ...............................................................................................
43
Tabela 5 - Médias de uréia, sódio, cloro e potássio, em mg dL-1, no
sangue de suínos na fase de crescimento, e significância dos contrastes
ortogonais....................................................................................................... 46
Tabela 6 – Frequência respiratória (FR) (mov/minuto) e temperatura retal
(TR) (°C) de leitões dos 30 aos 50 kg alimentados com rações contendo
diferentes teores de proteína e balanço eletrolítico.......................................
49
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................
14
2 .REVISÃO DE LITERATURA......................................................................
17
2.1 Índices do Ambiente Térmico.............................................................
17
2.2 Influência do calor sobre o desempenho animal................................
19
2.3 Manutenção do pH dos fluídos corporais...........................................
21
2.4 Balanço Eletrolítico das Rações (BER) .............................................
24
2.5 Redução dos teores de Proteína Bruta (PB) da ração.......................
29
2.5.1 Efeitos sobre o desempenho animal..........................................
29
2.5.2 Influência na composição corporal.............................................
31
3. MATERIAL E METODOS...........................................................................
34
3.1 LOCAL E ÉPOCA...............................................................................
34
3.2 ANIMAIS E INSTALAÇÕES................................................................
34
3.3 PERÍODO EXPERIMENTAL...............................................................
34
3.4 RAÇÕES E MANEJO ALIMENTAR....................................................
35
3.5 CONDIÇÕES AMBIENTAIS...............................................................
37
3.6 PARÂMETROS DE DESEMPENHO..................................................
38
3.7 PARÂMETROS FISIOLÓGICOS........................................................
38
3.8 COLETA DE SANGUE.......................................................................
38
3.9 ANÁLISES LABORATORIAIS............................................................
39
3.9.1 Rações.......................................................................................
39
3.9.2 Soro Sanguíneo..........................................................................
39
3.10 ANÁLISES ESTATÍSTICAS..............................................................
40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................
42
4.1 CONDIÇÕES AMBIENTAIS...............................................................
42
4.2 PARÂMETROS DE DESEMPENHO..................................................
42
4.3 PARÂMETROS SANGUÍNEOS..........................................................
45
4.4 PARÂMETROS FISIOLÓGICOS........................................................
48
5. CONCLUSÃO.............................................................................................
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................
51
14
1. INTRODUÇÃO
Os avanços genéticos alcançados na suinocultura, através da maior
utilização de plantéis de alto desempenho, têm levado à ocorrência freqüente
de animais com problemas de consumo de alimento, principalmente em
condições de estresse calórico. Nestas condições ambientais tem sido
recomendado o uso de rações com menor teor de proteína bruta (PB)
suplementadas com aminoácidos sintéticos.
A utilização de rações com níveis reduzidos de proteína bruta
suplementadas com aminoácidos sintéticos, de forma a manter uma relação
aminoacídica que atenda às necessidades dos suínos, está fundamentada no
menor incremento calórico produzido pelo organismo, associado à menor
quantidade de calor a ser dissipado pelos animais principalmente em ambiente
de calor (FERREIRA, 2001).
A redução da PB das formulações pode ser realizada através da
redução do farelo de soja, ingrediente protéico amplamente utilizado em rações
práticas e importante fonte de potássio na formulação. Aliado a isso,
aminoácidos sintéticos são utilizados na maioria das vezes em sua forma
ácida, tendo como resultado formulações acidogênicas, podendo interferir no
bom desempenho produtivo e reprodutivo dos suínos, visto que é fundamental
a manutenção de suas funções metabólicas, onde o pH do sangue e de outros
fluídos orgânicos devem ser mantidos admitindo-se flutuações mínimas, de
modo a manter a homeostase orgânica.
Os eletrólitos da ração exercem influência no equilíbrio acidobásico e,
conseqüentemente,
afetam
processos
metabólicos
relacionados
ao
crescimento, à resistência a doenças, à sobrevivência ao estresse e ao
desempenho (VIEITES et al., 2005).
O estudo do balanço eletrolítico (BE) e correção dos teores destes
componentes das rações devem garantir a expressão do potencial genético
dos suínos. O BE pode ser definido como o equilíbrio iônico dos fluídos
orgânicos que regulam o balanço acidobásico para manutenção da
homeostase orgânica. Os três principais íons envolvidos nos processos
15
metabólicos são os cátions sódio (Na+) e potássio (K+), e o ânion cloreto (Cl-).
Estes íons foram escolhidos pois sua absorção é maior do que a dos demais
por estarem envolvidos diretamente na manutenção do equilíbrio acidobásico.
A concentração dos eletrólitos, e o equilíbrio ácido-base, estão
relacionados com os mecanismos de absorção digestiva e com as trocas
iônicas que ocorrem entre o sistema digestório e o sangue, sendo que a
absorção de cátions se faz “contra” os íons H+ e tem efeito alcalinizante em
nível sanguíneo, enquanto a absorção de ânions tem efeito inverso em função
da saída de íons bicarbonato do sangue. Para a manutenção do equilíbrio
acidobasico dentro dos valores fisiológicos o organismo dispõe de sistemas
tamponantes
principalmente
em
nível
sanguíneo
(poder
tampão
dos
hematócitos e do plasma) e renal (MESCHY, 1998).
Suínos submetidos a estresse por calor têm comprometimento da sua
função respiratória devido ao aumento da freqüência respiratória (FR) podendo
provocar alcalose respiratória e conseqüentemente alteração do BE. Para
compensar a alcalose respiratória e manter o equilíbrio ácido-base, a excreção
de bases (Na, K, Mg e Ca) e bicarbonato (HCO3), através dos rins é
aumentada, e a excreção de íons H+ é reduzida (TAVARES e FERREIRA,
2005).
Da mesma forma o sistema sanguíneo é particularmente sensível às
mudanças de temperatura ambiente e constitui um importante indicador das
respostas fisiológicas dos animais aos agentes estressores (GOLZ e
CRENSCHAW, 1991). O suíno quando submetido a estresse calórico, poderá
apresentar aumento no número de hematócritos, em conseqüência da
elevação no número de hemácias. Este é um dos mecanismos sanguíneos de
controle dos íons que poderiam influenciar negativamente o equilíbrio ácidobase corporal (BENESI e KOGIVA, 1999). Assim, a concentração de eletrólitos
na ração, pode afetar os teores desses no soro sanguíneo influenciando o
metabolismo dos suínos.
Diversos estudos realizados avaliando redução dos níveis de PB da
ração e suplementação com aminoácidos sintéticos confirmaram que para
valores de redução até quatro pontos percentuais os índices de desempenho
foram mantidos ou melhorados. Entretanto, a correção do BE tem sido utilizada
como alternativa de melhora do desempenho em rações tradicionais de
16
animais criados em altas temperaturas, não sendo avaliada em conjunto à
redução de PB da ração.
Para prevenir este desequilíbrio acidobásico a suplementação de rações
através do uso de compostos como bicarbonato de sódio (NaHCO3) e cloreto
de potássio (KCl) tem sido amplamente utilizada, principalmente em regiões
quentes, como no Nordeste brasileiro.
Desta forma, com este estudo teve-se o objetivo de avaliar o efeito do
BE em rações com dois níveis de PB suplementadas com aminoácidos
sintéticos sobre o desempenho de suínos em fase de crescimento, e o efeito do
uso de rações com diferentes BE e dois níveis de PB sobre a freqüência
respiratória (FR), temperatura retal (TR), e nas concentrações de eletrólitos
(Na, Cl e K) e de uréia no soro sanguíneo de suínos mantidos em ambiente
quente.
17
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Índices do Ambiente Térmico
Os suínos, como animais endotérmicos, podem expressar seu potencial
genético para a produção quando se encontram na zona de conforto térmico.
Esta zona de conforto térmico compreende a faixa de temperatura ambiental
efetiva, na qual o calor produzido durante os processos de mantença e
produção é igual àquele dissipado para o ambiente, sem aumento da produção
de calor metabólico. Neste ambiente, a energia necessária à manutenção da
homeotermia é mínima, resultando em maior disponibilidade desta para o
crescimento ou execução de atividades reprodutivas. A temperatura ambiente
pode influenciar, além do desempenho, a composição do ganho. Tem-se
verificado que tanto a temperatura ambiente quanto os teores de proteína da
ração alteram a taxa de deposição diária de gordura e proteína na carcaça dos
suínos na fase de crescimento e terminação (FERGUSON e GOUS, 1997).
O conforto térmico é dependente de diversos fatores, alguns ligados ao
animal, como peso, idade, estado fisiológico, tamanho do grupo, nível de
alimentação e genética; e outros ligados ao ambiente como temperatura e
velocidade do ar, umidade relativa, radiação e tipo de piso (SARAIVA et al.,
2003).
Com a mensuração de apenas um elemento climático não se pode
caracterizar o ambiente no qual o suíno está submetido. Flutuações na
velocidade do ar, por exemplo, poderão alterar as sensações térmicas dos
animais naquele instante. Por isso, o monitoramento de mais elementos
climáticos possibilita a descrição mais fidedigna da realidade ambiental nas
edificações.
Do ponto de vista etológico e fisiológico, o suíno é uma espécie animal
sensível à diversidade climática brasileira, na qual predominam dias quentes.
Segundo FERREIRA 1998, a utilização de índices bioclimáticos na suinocultura
permite avaliação mais precisa da situação ambiental, além da comparação de
18
animais mantidos em diferentes regiões.
Esses índices são usados com a finalidade de melhor caracterizar o
ambiente térmico e sua adequação a determinado animal. Segundo NÄAS
(1995), as variáveis bioclimáticas e de manejo interferem na produção animal e
a combinação, aleatória ou não, entre as variáveis vai determinar sua
importância, e dessa forma quantificar sua influência no resultado final da
produtividade animal.
Atualmente existe variado número de índices que podem ser utilizados
conforme preferência do pesquisador. Em geral, são considerados dois ou mais
elementos climáticos, todavia em alguns são incluídos variáveis biológicas,
como a taxa metabólica e o tipo de isolamento animal (BAÊTA e SOUZA,
1997).
Dentre todos os índices propostos, para utilização na suinocultura
moderna o Índice de temperatura de globo e umidade (ITGU), descrito por
BUFFINGTON et al. (1981) é considerado por muitos autores como o mais
adequado para avaliar o conforto térmico ambiente, nas condições que os
animais estão expostos à radiação solar direta ou indireta, uma vez que
combina os efeitos da radiação, velocidade do ar, temperaturas de bulbo seco
e bulbo úmido.
Para cálculo do ITGU pode ser utilizada a equação seguinte:
ITGU= Tgn + 0,36 Tpo – 330,08
Onde:
ITGU – Índice de temperatura de globo e umidade;
Tgn – Temperatura de globo negro (°K);
Tpo – Temperatura de ponto de orvalho (K°).
A utilização de índices bioclimáticos permite aos pesquisadores e
produtores uma avaliação mais adequada dos elementos climáticos que
possam comprometer a produtividade do plantel.
Em vários estudos tem sido calculado o ITGU para caracterizar o
ambiente térmico no qual os suínos estão submetidos. ORLANDO et al. (2003)
19
obtiveram ITGU calculado de 81,1 como sendo o ambiente de calor para
animais em fase de terminação. Estes valores estão próximos aos obtidos por
TAVARES et al. (1999) e HANNAS (1999); obtiveram 82,9 e 82,7
respectivamente, com suínos em crescimento.
Segundo FERREIRA (2005), valores calculados de ITGU superiores a
80, caracterizam um ambiente de calor para suínos em fase de crescimento,
terminação ou de reprodução, em razão da dificuldade que estes animais têm
em dissipar o calor corporal para manutenção de sua homeotermia.
2.2 Influência do calor sobre o desempenho animal
Conforme referenciado por MARCHETO et al. (2002), um animal
encontra-se em estado de estresse quando são necessários ajustes (naturais
ou artificiais) em seu comportamento e fisiologia, com a finalidade de permitir a
expressão de seu fenótipo e impedir a ação anti-homeostática do ambiente.
A faixa de temperatura ambiental efetiva, na qual o animal mantém a
homeotermia com mínimo esforço dos mecanismos termorregulatórios, é
chamada de zona de termoneutralidade, em que a produção de calor é mínima
e constante (TAVARES e FERREIRA, 2005).
Qualquer elevação maior na temperatura ambiente, acima daquela
considerada como conforto, irá causar aumento na temperatura corporal dos
animais, a menos que mecanismos ativos de dissipação de calor como a
sudorese ou o ofego estejam funcionando. Um indicador de temperatura
corporal do centro do corpo é obtido em animais pela inserção de um
termômetro no reto. Embora essa não represente sempre uma média da
temperatura corporal profunda, é melhor medir neste local, do que medir em
vários locais e chamá-la de temperatura corporal. Isto porque a temperatura
retal atinge o equilíbrio mais lentamente que as temperaturas em muitos outros
locais (SWENSON e REECE, 1996).
O ambiente térmico no qual o suíno é mantido pode influenciar seu
consumo de alimento, a taxa, a eficiência e a composição do ganho
20
(ORLANDO, 2001). As altas temperaturas estão associadas à piora no
desempenho de suínos, principalmente pela redução no consumo de alimentos
e pelo custo energético, associado aos processos de termorregulação (MANNO
et al., 2006). Este fato já havia sido relatado por KERR et al. (2003), em um
trabalho onde suínos em crescimento foram alojados em dois ambientes, 23 ou
33°C. Os animais alojados em ambiente de 33°C tiveram redução no consumo
diário de ração e no ganho de peso diário além de piora na conversão
alimentar, em relação àqueles alojados a 23°C.
TAVARES et al. (1999) avaliando a influência da temperatura ambiente
sobre o desempenho e os parâmetros fisiológicos de leitoas dos 30 aos 60 kg,
observaram influência da temperatura ambiente sobre o ganho de peso diário e
o consumo de ração dos animais, sendo estes 20,69 e 19,10% inferiores
quando os animais estavam submetidos ao ambiente de calor. Estes mesmos
autores comprovaram que a redução verificada no ganho de peso dos animais
expostos ao calor estava relacionada ao menor consumo de ração dos animais.
TAVARES et al. (2000) avaliaram a influência da temperatura sobre o
desempenho de suínos dos 30 aos 60 kg, e constataram que os animais
alojados a temperatura ambiente de 32°C apresentaram redução do consumo
de energia digestível e proteína diários, sendo este fato decorrente do menor
consumo de ração por estes animais, quando comparados aos alojados em
ambiente de 22°C. Os mesmos autores observaram piora da conversão
alimentar dos animais submetidos ao calor.
A redução de consumo observada em animais que são submetidos à
ambiente de calor decorre da tentativa do animal em reduzir o calor corporal
produzido em função da ração consumida, ou seja, dos processos relativos à
digestão, absorção e ao metabolismo do alimento, e conseqüentemente essa
redução de consumo causará redução no crescimento do animal devido ao não
atendimento das suas exigências nutricionais.
Além da redução no consumo de alimentos e desempenho, suínos
submetidos ao estresse por calor podem apresentar distúrbios no balanço
acidobásico causado pelo aumento da freqüência respiratória, que acontece
pela tentativa do animal de amenizar o estresse calórico (HAYDON et al.,
1990).
21
2.3. Manutenção do pH dos fluídos corporais
Para manter o pH dos fluidos corporais constante o organismo animal
faz uso de uma combinação de mecanismos, sendo esses de suma
importância para a continuidade dos processos metabólicos no organismo
animal. Dentre esses mecanismos podem-se citar os sistemas tampões do
sangue, os processos realizados pelo sistema respiratório e a excreção e
reabsorção feitas pelos rins.
Os tampões são soluções que resistem a mudanças de pH quando um
ácido ou uma base são adicionados. Os sistemas tampões são formados por
um ácido fraco e sua base conjugada (CAMPBELL, 2000). Quando um sistema
tampão está presente a adição de um ácido, ou uma base, resulta em um
desvio do pH menor que aquele que ocorreria se nenhum tampão estivesse
presente (SWENSON e REECE, 1996). Entre os sistemas tampões conhecidos
os mais importantes para o metabolismo animal são o do bicarbonato e da
hemoglobina.
O sistema tampão mais evidente no sangue é o do bicarbonato (base),
que se encontra em equilíbrio com o dióxido de carbono (ácido), desta forma
quanto maior a quantidade de ácido no sangue, mais bicarbonato e menos
dióxido de carbono são produzidos. Da mesma forma pode-se dizer que quanto
mais base, menos bicarbonato e mais dióxido de carbono entram na corrente
sanguínea (MANUAL MERCK, 2007).
O sistema tampão da hemoglobina é considerado o segundo mecanismo
utilizado pelos animais para manutenção da homeostase. No pH sanguíneo
normal, as moléculas de hemoglobina estão presentes, em parte, na forma
proteínato (HOUPT, 2006). De acordo com DEL CLARO (2003), sua molécula
contém grande número de grupos ácidos ou básicos e no ponto isoelétrico
suas cargas positivas são iguais às negativas. A oxigenação da hemoglobina
causa liberação de H+, acidificando o interior da célula; inversamente, a
desoxigenação resulta na ligação H+ com a hemoglobina. Assim, o O2 ligado à
hemoglobina na superfície respiratória facilita a formação de CO2, enquanto a
liberação de O2 da hemoglobina facilita a formação de HCO3 – ( RANDALL et
22
al., 2000).
Em meio ácido, os íons hidrogênio reagem com o grupamento
carboxílico da proteína evitando a queda brusca no pH do meio, sendo que na
presença de hidroxilas, os grupamentos ácidos da proteína cedem seus íons
hidrogênio formando água. Caso o animal se encontre em acidose crônica, os
ossos proporcionam um reservatório de tampão que contribui para a
manutenção do pH (DEL CLARO, 2003).
De acordo com BUDDE e CRENSHAW (2003), a reabsorção de
hidroxiapatita do osso consome 9,2 mol de ácido para cada 10 mol de Ca++
liberados, e que a reabsorção do HPO4
=
pela hidroxiapatita, ocorre como
proteção contra o excesso de ácido, sob determinadas condições e para
excreção do H2PO4-. Segundo os mesmos autores, a reabsorção óssea
também libera carbonatos armazenados que servem como uma proteção
adicional.
O processo de respiração exerce papel importante no tamponamento do
sangue, sendo que o aumento da freqüência respiratória causa acréscimo na
concentração de H+ (CAMPBELL, 2000). A resposta do sistema respiratório às
mudanças no pH sanguíneo é rápida e ocorre através da eliminação de uma
maior quantidade de dióxido de carbono, e conseqüentemente redução do
ácido carbônico no sangue.
Quando a ventilação do pulmão diminui, a concentração de CO2
aumenta e o pH do sangue cai à medida que os íons hidrogênio e bicarbonato
se acumulam. Variações na respiração podem ajustar a excreção de dióxido de
carbono e desta forma modular o pH do organismo em pouco tempo
(RANDALL, et al. 2000).
A respiração é deprimida quando existe aumento do pH sanguíneo, isto
faz com que ocorra diminuição da pressão parcial de CO2 (pCO2) no sangue,
que causará uma queda no pH, sendo a compensação respiratória para a
alcalose metabólica. Quando o quadro for de acidose metabólica haverá um
estímulo do processo respiratório aumentando a ventilação pulmonar e
reduzindo a pCO2 (DEL CLARO, 2003; MANUAL MERCK, 2007).
O sistema respiratório não só desempenha papel regulador do equilíbrio
acidobásico do sangue como também pode causar desequilíbrio em
determinadas circunstâncias. Conforme descrito por BORGES et al. (2003),
23
animais submetidos a continuado estresse por calor, terão aumento da
freqüência respiratória, resultando em perdas excessivas de dióxido de
carbono (CO2), que leva à diminuição da pCO2, levando à queda na
concentração de ácido carbônico (H2CO3) e hidrogênio (H+). Isto caracteriza a
ocorrência de alcalose respiratória, em razão da excessiva eliminação de
dióxido de carbono provocada pela hiperventilação pulmonar. Contrariamente,
a acidose respiratória ocorre quando a velocidade e a profundidade da
respiração são reduzidas, ocasionando a hipoventilação, aumentando a
concentração de dióxido de carbono no sangue. A acidose respiratória pode
ser iniciada em decorrência de um processo de alcalose metabólica no animal,
funcionando como um mecanismo de garantia da homeostase.
A urina é a principal forma de eliminação de água pelo organismo do
suíno, sendo que seu volume é determinante da quantidade de água a ser
removida do corpo. Sua composição varia grandemente, influenciada pela
quantidade de solutos e água eliminada ou consumida em relação à
necessidade do animal (PATIENCE et al., 1993).
O maior regulador fisiológico do balanço hídrico é a ingestão (sede) e a
excreção de água. A excreção de água pelos rins é controlada primariamente
pelo hormônio andiurético (ADH), ou vasopressina, produzido pelo hipotálamo
e liberado pela hipófise posterior (neuro-hipófise). Conforme descrito por
HOUPT (2006), este hormônio age sobre o néfron renal, onde permite a
reabsorção aumentada de água, reduzindo o volume de urina excretada.
Quando o animal sofre privação de água, a concentração do ADH no sangue
aumenta e o volume urinário cai, porém quando o animal estiver superidratado,
a concentração de ADH será reduzida, o fluxo urinário aumentará e a
concentração urinária poderá reduzir-se até aproximar-se daquela do plasma.
Quando a concentração osmótica do plasma aumenta, ocorre estímulo para a
liberação de ADH e quando a osmoconcentração cai, menos ADH é liberado
(HOUPT, 2006).
A liberação de ADH pode ser influenciada por fatores hemodinâmicos,
como volume e pressão sanguíneos. Com o aumento do volume e, ou, da
pressão, ocorre estímulo dos barorreceptores localizados no coração (artérias
carótida e aorta). Este sistema barorregulatório é menos sensível às pequenas
mudanças no sistema osmótico, mas respondem com maior intensidade às
24
grandes mudanças (PATIENCE, et al. 1993).
A excreção da urina também pode ser influenciada pelo complexo
renina-angiotensina-aldosterona, hormônios envolvidos na homeostase do
volume sanguíneo. O processo se inicia pela secreção da renina pelas células
da arteríola aferente de cada glomérulo, a renina converte o angiotensinogênio
plasmático
(produzido
no
fígado)
em
angiotensina
I,
convertida
em
angiotensina II pela enzima conversora localizada nas células endoteliais
vasculares. A angiotensina II, nos rins, promove a reabsorção do Na+ que
ocorre no túbulo proximal inicial e indiretamente pela secreção aumentada da
aldosterona do córtex adrenal. Ela também estimula a reabsorção de Na+ nos
ductos coletores corticais e medulares (REECE, 2006).
A aldosterona aumenta a capacidade do processo de retenção do Na+
pelo corpo e a reabsorção deste eletrólito requer a passagem equivalente de
H+ e K+ na direção oposta, sendo importante na manutenção do balanço
acidobásico (DEL CLARO, 2003). A aldosterona também é importante na
eliminação do excesso de K+ através da urina, e conseqüentemente, na
redução de sua quantidade no plasma. A excreção do excesso do íon H+ pelos
rins depende da capacidade para controlar a perda ácida, sendo realizada por
meio do aumento na excreção de íons fosfato monobásicos e amônia renal,
enquanto íons bicarbonato são reabsorvidos para atender as necessidades
endógenas (GOLZ e CRENSHAW, 1991). Em caso de acidose, grande parte
do bicarbonato filtrado no glomérulo é reabsorvido no túbulo proximal do rim
(MESCHY, 1998), o que poderá causar a acidificação da urina do animal.
2.4. Balanço Eletrolítico das Rações (BER)
O balanço eletrolítico (BE) também chamado de balanço ácido-base ou
equilíbrio cátion-aniônico (ECA) refere-se ao equilíbrio iônico dos fluídos
orgânicos que regulam o balanço acidobásico para manutenção da
homeostase orgânica. Pode ser definido como a diferença entre os principais
cátions e ânions da ração e se refere à acidogenia ou alcalogenia metabólica
25
desta ração. O balanço eletrolítico das rações (BER) pode ser calculado em
miliequivalentes (mEq) por kg de ração pelo uso de fórmulas propostas por
MONGIN (1980), sendo uma a seguinte:
DCAB= (Na+ + K+ + Ca++ + Mg++) – (Cl- + H2PO4- + HPO4- + SO4 -).
Ao se considerar a estabilidade destes íons na corrente sanguínea,
levando em conta sua reabsorção, os três principais íons envolvidos nos
processos metabólicos são os cátions sódio (Na+) e potássio (K+), e o ânion
cloro (Cl-). Assim, foi sugerida nova fórmula para determinação do BER, sendo
mais utilizada a seguinte:
BER = Na+ + K+ - Cl-
De acordo com BORGES et al. (2003), o eletrólito pode ser definido
como uma substância química, que se dissocia nos seus constituintes iônicos,
tendo como função fisiológica principal a manutenção do equilíbrio ácido-base
corporal.
A homeostase acidobásica refere-se à tendência de um animal em
manter a concentração intracelular e extracelular de próton (H+) constante, e
este balanço quando bem-sucedido tende a ser zero, pois a formação se
equilibra com a excreção (PATIENCE, 1990).
O Na+ constitui grande parte das bases do soro sanguíneo,
principalmente nos líquidos extracelulares. É o cátion em maior quantidade no
líquido extracelular. Intervém no equilíbrio da pressão osmótica e na
permeabilidade da membrana celular. A relação Na+ + K+ / Ca++ + Mg++ é
essencial ao funcionamento do músculo cardíaco, pois estes estão envolvidos
na contração e expansão muscular, e entre suas funções está a de
manutenção do equilíbrio acidobasico do organismo e na transmissão dos
impulsos nervosos pelo potencial energético associado à sua troca pelo K+
através da membrana celular (ANDRIGUETTO et al., 2002; POND et al., 2005;
BERTECHINI, 2006).
A absorção intestinal do Na+ ocorre por transporte passivo e ativo. No
transporte ativo este é carreado associado à glicose ou aminoácidos. Em outro
26
processo trata-se da troca de íons H+ intracelulares por Na+ luminal por meio
de proteínas. Neste processo ocorre absorção acoplada de Cl-, em razão do
acúmulo de HCO3- transcelular. Assim, ocorre a troca com o Cl-, sendo este
processo chamado de transporte acoplado de NaCl (CUNNINGHAM, 1999).
A excreção de Na+ através dos rins e a reabsorção parcial deste, ocorre
através dos túbulos renais (POND et al., 2005). O controle do nível plasmático
de Na+ ocorre por ação do hormônio aldosterona, que age para aumentar a
absorção deste mineral nos túbulos renais, sendo que outros hormônios, como
o antidiurético, agem na excreção de sódio em resposta às mudanças na
pressão osmótica do líquido extracelular. Em suínos a deficiência de sódio
decorre do rápido declínio deste elemento na urina, hemoconcentração e
redução do volume plasmático (POND et al., 2005).
O cloreto (Cl-) é o íon mais comum e o ânion mais abundante nos fluídos
extracelulares dos mamíferos, está distribuído tanto nas células como nos
fluidos extracelulares e compõe a secreção gástrica na forma de HCl. Suas
funções estão relacionadas à regulação da pressão osmótica extracelular e à
manutenção
do
equilíbrio
acidobasico
no
organismo
do
animal
(ANDRIGUETTO et al., 2002; BERTECHINI, 2006). Ele pode ser absorvido por
transporte ativo no intestino e em maior quantidade por difusão no estômago,
porém não é absorvido por difusão facilitada no intestino grosso (POND et al.,
2005). Também é absorvido por via paracelular, através do co-transporte de
glicose e, ou, aminoácidos e pela troca direta por HCO3- intracelular
(CUNNINGHAM, 1999).
O metabolismo do Cl- é controlado em relação ao do Na+. Desta forma,
quando existe um excesso de Na+ excretado na urina, provavelmente ocorrerá
um excesso de Cl- sendo excretado também. Este fato ocorre visando à
manutenção do equilíbrio das quantidades de cátions e ânions (DEL CLARO,
2003; POND et al., 2005).
O potássio (K+) é um cátion monovalente que atua no equilíbrio do
excesso de ânions por meio do mecanismo fisiológico da bomba sódio-potássio
(LIZARDO, 2006). A bomba transporta ativamente Na+ para fora da célula
contra seu forte gradiente eletroquímico e K+ para o interior (ALBERTS et al.,
1997). O potássio também está relacionado com rotas bioquímicas importantes
como a glicólise e a glicogênese, além da utilização das proteínas, estando
27
ligado à função enzimática celular (ANDRIGUETTO et al, 2002).
Ele é
necessário nas reações que envolvem a fosforilação da creatina, no
funcionamento da enzima piruvato-quinase, no transporte de aminoácidos pela
membrana celular e para manter a integridade dos músculos cardíacos e renais
(POND et al., 2005). O K+ atravessa a membrana intestinal por transporte ativo,
sendo que o aumento de sua concentração no lúmen intestinal favorece um
gradiente de concentração que termina com a absorção deste por difusão
simples, via paracelular (CUNNINGHAM, 1999).
A homeostase do K+ e do Cl- são altamente correlacionadas, sendo que
a deficiência de um causa a deficiência do outro. Em nível de túbulo renal a
reabsorção de K+ necessita da presença de Cl- (POND et al., 2005).
Alguns autores (HAYDON et al, 1990a; PATIENCE, 1990; MESCHY,
1998) têm descrito que o efeito do BE no crescimento dos animais pode ser
mediado por interações com o catabolismo de aminoácidos e excreção renal
dos íons H+ e por interações com outros íons inorgânicos.
O BE da ração depende da quantidade de proteína e do tipo de
suplemento de Na+ utilizado, devendo-se lembrar que a redução do nível de
PB, associado com a utilização de aminoácidos sintéticos, pode causar uma
forte redução no BE, visto que segundo INRA (1989), citado por MESCHY
(1998), o BE do suplemento L-lisina HCl é de – 5464 mEq/kg.
Além dos efeitos sobre a ração, o equilíbrio eletrolítico dos animais pode
ser alterado durante períodos de estresse por calor, ocorrendo aumento da sua
freqüência respiratória, afetando negativamente o desempenho de suínos em
crescimento e terminação (HAYDON et al. 1990).
O aumento seqüencial do BE de 25 até 400 mEq/kg, realizado por
HAYDON et al. (1990), em rações para suínos em crescimento (21 a 50 kg)
,resultou em melhora linear no ganho de peso diário e no consumo diário de
ração pelos animais. HAYDON e WEST (1990) observaram melhora da
digestibilidade ileal aparente da energia, da proteína e de alguns aminoácidos
essenciais quando suínos em crescimento receberam rações com BE de 250 e
400 mEq/kg. Entretanto, BUDDE e CRENSCHAW (2003) relataram que
mudanças no BE da ração de -35 a 212 mEq/kg não afetaram o desempenho
28
de suínos em crescimento.
PATIENCE e CHAPLIN (1997) estudaram três diferentes rações para
suínos: uma ração controle (calculada para atender as exigências propostas
pelo NRC, 1988), a segunda uma ração ácida contendo altos teores de Cl-, e a
terceira com elevado teor de Cl-, porém, suplementada com bicarbonato de Na+
e K+. Segundo os autores, a adição de Na+ e K+ à ração com alto teor de Cl-,
permitiu determinar que a acidemia cloreto-induzida poderia ser compensada
pela suplementação de sódio e de potássio.
Ao adequar o BE de rações para leitões, com cinco semanas de idade e
peso médio inicial de 9,34 kg de -100mEq/kg para 200mEq/kg, DERJANT-Li et
al. (2001), observaram aumento de 24% no consumo de ração e 36% no ganho
de peso dos animais. Além destes resultados, o ajuste do BE promoveu
redução nos teores de matéria seca (MS) fecal, devido ao maior consumo de
água pelos leitões. LIZARDO (2006) em revisão sobre a utilização de
bicarbonato de sódio para suínos, relatou que, aparentemente, os efeitos
benéficos do aumento do BE sobre a ingestão de ração em leitões atingem um
platô por volta de 350mEq/kg.
Rações utilizadas para suínos normalmente não são corrigidas quanto
aos seus valores de BE, sendo que o valor diminui ainda mais quando ocorre
redução de PB e suplementação com aminoácidos sintéticos. OLIVEIRA et al.
(2005) avaliando quatro níveis de PB em rações para suínos, apresentou seus
valores de BE sendo estes de: 41, 74, 107 e 148 mEq/kg, respectivamente,
para rações com 10, 12, 14 e 16% de PB. Estes valores de balanço eletrolítico
são inferiores ao considerado adequado por LIZARDO (2006) para suínos na
fase de crescimento, que seria de 250 mEq/kg.
A modificação do consumo em resposta às variações do BE parece
explicar, pelo menos em parte, os efeitos observados sobre a velocidade de
crescimento. Esse fato pode tratar-se de um mecanismo de regulação, feito
pelo suíno, que permitiria ao mesmo reduzir os efeitos de uma ração
acidogênica
ou
alcalinogênica,
garantindo
dessa
funcionamento do sistema digestório (MESCHY, 1998).
forma,
o
melhor
29
2.5 Redução dos teores de Proteína Bruta (PB) da ração
2.5.1 Efeitos sobre o desempenho animal
Atualmente a maior disponibilidade de aminoácidos sintéticos no
mercado proporciona a possibilidade de redução do nível protéico das rações
com a suplementação de aminoácidos, desde que se mantenha a relação
aminoacídica para que não afete o desempenho dos animais e reduza o custo
da produção da atividade (DE LA LLATA et al., 2000). Segundo SARAIVA et al.
(2003), teores inadequados de proteína, além de aumentarem a produção de
calor, podem influenciar as necessidades de mantença dos animais, em razão,
principalmente, do aumento do catabolismo de nitrogênio na urina, como
conseqüência do desvio metabólico no ciclo da uréia.
Um ponto importante na utilização da técnica de redução de PB, a partir
da substituição por aminoácidos sintéticos, é que as rações com aminoácidos
são mais próximas do perfil de proteína ideal e, por conseguinte, diminuem as
perdas de nitrogênio nos dejetos (ORLANDO et al. 2005 e BERTECHINI,
2006), da mesma forma que podem reduzir os custos com alimentação (KERR
et al., 2003). A ingestão de ração desbalanceada altera a concentração dos
aminoácidos no plasma e tecidos, com redução substancial do aminoácido que
estiver limitante, que vem acompanhado de um decréscimo no consumo e
retardamento no crescimento animal (BERTECHINI, 2006).
BACHKNUDSEN e JORGENSEN (1990) comentam que uma dificuldade
na formulação de rações é alcançar o equilíbrio ótimo de aminoácidos que
venha atender as necessidades do animal, principalmente, quando se usam
formulações complexas. Como as proporções entre os aminoácidos na
proteína variam substancialmente, podem ocorrer situações que se tornam
impossíveis, dentro dessa série de matérias-primas disponíveis, atender as
necessidades do animal para todos os aminoácidos. Nestes casos a
suplementação com aminoácidos sintéticos tem apresentado bons resultados
quando se quer manter a proporção ideal entre eles.
30
KERR et al. (1995) verificaram que a redução de 4% no nível de PB da
ração de suínos de 8,6 a 50 kg influenciou negativamente a conversão
alimentar (CA) somente quando a ração com baixo nível de PB não foi
suplementada com os aminoácidos essenciais limitantes.
Em estudo avaliando rações com baixos teores de proteína bruta para
suínos, OLIVEIRA et al. (2005), concluíram que a redução do teor de proteína
da ração para suínos em crescimento, até o limite de 12% não alterou o
desempenho e a retenção de proteína, desde que as rações sejam
suplementadas com aminoácidos essenciais.
FERREIRA et al. (2006) avaliando níveis de 18; 17; 16; 15; 14% de PB
de rações para suínos em crescimento, observaram que a redução da
concentração de proteína bruta da ração não influenciou a CA. Este resultado
decorreu em razão da manutenção da qualidade da proteína fornecida, devido
à suplementação adequada com os aminoácidos essenciais limitantes.
Resultados de pesquisa negativos em trabalhos com aminoácidos
sintéticos podem ser, em parte, devido às limitações de outros aminoácidos
que não são suplementados nas rações (BACHKNUDSEN e JORGENSEN,
1990).
Ração com nível protéico acima da exigência nutricional indicada para
uma dada espécie pode ser agravante em ambiente de temperatura elevada,
pois o processo de desaminação conduz a maior incremento calórico, que
deverá ser dissipado para o ambiente, aumentando o gasto energético do
organismo para manter a homeotermia (LOPES et al., 1994).
Conjuntamente a esse maior incremento calórico, está o fato de que
quando em ambiente com temperatura elevada, ocorre, naturalmente, a
redução de consumo de alimento dos animais, o que leva ao não atendimento
de suas exigências nutricionais em relação aos níveis de aminoácidos
essenciais.
A utilização de rações com níveis reduzidos de PB suplementadas com
aminoácidos sintéticos, de forma a manter uma relação aminoacídica que
atenda às necessidades dos suínos, está fundamentada no menor incremento
calórico produzido pelo organismo, associado à menor quantidade de calor a
ser dissipado pelos animais, principalmente em ambiente de calor (FERREIRA,
2001).
31
2.5.2 Influência na composição corporal
Alguns estudos têm avaliado a influência do teor de PB na ração sobre
as taxas de deposição de proteína e gordura na carcaça de suínos. Com o uso
de formulações práticas visando atender à demanda dos animais em proteína
bruta, a taxa de deposição de gordura tende a ser maior que a de proteína.
Este fato poderia ser devido ao uso de proteína excedente que serviria como
fonte de energia para depósito de gordura.
É sabido que rações com reduzido conteúdo de PB reduzem a produção
de calor corporal, devido ao menor incremento calórico advindo do
metabolismo da mesma. Outro ponto importante está relacionado ao menor
peso dos órgãos e taxa de síntese e degradação protéica (NOBLET et al.,
1987).
Segundo ORLANDO et al. (2001), os níveis de PB da ração de suínos
criados no calor também podem modificar a composição de carcaça.
ORLANDO et al. (2006) avaliando cinco níveis de PB (17,3; 16,0; 14,7;
13,4; e 12,1%) suplementadas com aminoácidos, em rações para leitoas em
ambiente termoneutro dos 60 aos 100 kg, observaram que as características
de carcaça de área de olho de lombo, espessura de toucinho a 6,5 cm da linha
dorso-lombar e dos rendimentos de carcaça, de carne magra, de gordura e de
pernil não foram influenciados pela redução dos níveis de PB em fêmeas na
fase de terminação.
Com relação à deposição de gordura e proteína na carcaça, FERREIRA
et al. (2007), estudando cinco diferentes níveis de PB (17; 16; 15; 14 e 13%),
suplementadas com aminoácidos sintéticos para machos castrados dos 30 aos
60 kg mantidos em ambiente de alta temperatura, observaram influência dos
níveis de PB da ração nestas características. Neste estudo os animais
recebendo ração com 14% de PB apresentaram os menores valores de
deposição de proteína e de gordura na carcaça, neste caso o possível
comprometimento da deposição de proteína e de gordura na carcaça desses
animais estaria relacionado aos menores consumos de lisina e de energia
digestível desses animais.
ORLANDO et al. (2001) estudando a influência dos níveis de PB da
32
ração sobre a deposição de proteína e gordura na carcaça de leitoas dos 30
aos 60 kg criadas em alta temperatura, observaram redução na taxa de
deposição de gordura e aumento linear na de proteína até o nível de 19,48%
de PB. Porém, quando foi utilizado o modelo “Linear Response Plateau”, foi
estimado que a partir dos níveis de 18,38 e 18,12% de PB as taxas de
deposição de gordura e de proteína, respectivamente, permaneceram no platô.
Segundo os pesquisadores, os resultados de maiores valores de deposição de
gordura na carcaça dos animais que receberam as rações com menores níveis
de PB, sem o correspondente aumento no consumo de energia digestível,
estariam indicando que os níveis de PB abaixo de 18,37% não atenderam as
exigências dos animais, o que resultou em deposição da energia excedente em
gordura.
KERR et al. (2003) em estudo avaliando as influências do nível dietético
de proteína e suplementação de aminoácidos e sua relação com a temperatura
ambiente em suínos em crescimento, observaram que houve interação da
temperatura com as rações em estudo, influenciando os pesos dos órgãos,
com exceção do peso do pâncreas. Quando a temperatura ambiente era de
23°C, o peso do pâncreas foi maior nos suínos alimentados com a ração com
12% de PB suplementada com aminoácidos em relação aos alimentados com
ração com 12% de PB, porém em temperatura ambiente de 33°C os
tratamentos não influenciaram o peso dos órgãos. O peso dos rins dos suínos
alimentados com rações contendo16% de PB foi maior do que dos alimentados
com
12%
suplementada
com
aminoácidos
e
das
com
12%
sem
suplementação.
Os mesmos autores observaram que as carcaças dos animais
alimentados com rações com 12% de PB continham menos água e proteína,
porém mais gordura do que as dos animais alimentados com 16% de PB e dos
alimentados com 12% de PB suplementada com aminoácidos sintéticos. No
entanto, os suínos alimentados com rações com 12% de PB suplementadas
com aminoácidos tiveram composição de carcaça similar aos alimentados com
16% de PB.
Outro fator relevante quando se menciona a utilização de rações com
redução dos níveis de proteína, está relacionado à redução do N excretado por
33
estes animais. Vários experimentos usando este conceito têm apresentado um
aumento da retenção do N pelos animais. OLIVEIRA et al. (2005) em estudo
para quantificar a influência do teor de proteína (10; 12; 14; 16% de PB) no
balanço de nitrogênio e energia em suínos na fase de crescimento, observaram
que a redução do teor de PB resultou em menor consumo e excreção de N,
sendo que a quantidade de N das fezes decresceu linearmente com a redução
do teor de PB da ração. Os autores também observaram que o N eliminado na
urina diminui linearmente em razão da menor ingestão de nitrogênio.
34
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local e época
O experimento foi conduzido no Setor de Suinocultura da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, situado em Campos dos
Goytacazes (RJ), no período de fevereiro a abril de 2007, época de maiores
temperaturas na região.
3.2 Animais e Instalações
Foram utilizados 48 leitões mestiços, sendo 24 machos castrados e 24
fêmeas, em fase de crescimento, com peso médio inicial de 28,7±2,2kg. Os
animais foram alojados em galpão de alvenaria, coberto com telha de
fibrocimento em duas águas, sem forro, com piso de concreto compacto,
dividido em baias iguais com área útil de 3,70 m2 cada baia, provido de
bebedouro tipo chupeta e comedouro fixo, de concreto com três divisões.
3.3 Período Experimental
Os animais foram distribuídos em delineamento experimental de blocos
ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições, sendo a unidade
experimental composta por três animais, de ambos os sexos, na baia. A
distribuição dos animais foi realizada de modo que todos os tratamentos
tivessem o mesmo número de machos e fêmeas. Os animais permaneceram
em experimento recebendo ração e água à vontade até atingirem o peso médio
35
final de 51,4±3,7kg.
3.4 Rações e Manejo Alimentar
Os tratamentos foram compostos por quatro rações experimentais, onde:
•
TA: ração com 16,8% de PB e 159 meq/kg;
•
TB: ração com 16,8% de PB com correção do BE para 251 meq/kg ;
•
TC: ração com 13,8% de PB e 135 meq/kg; e
•
TD: ração com 13,8% de PB com correção de BE para 260 meq/kg.
Para correção do balanço eletrolítico, as rações dos tratamentos B e D
continham bicarbonato de sódio (NaHCO3) e cloreto de potássio (KCl), que
foram adicionados em substituição ao inerte (areia lavada) da ração.Os valores
de
balanço eletrolítico das rações experimentais foram calculados,
considerando o peso molecular de cada elemento químico, de acordo com a
recomendação de PATIENCE (1990), por meio da fórmula:
BE= (Na/23 + K/39 - Cl/35,5) X 1000
As rações experimentais foram formuladas segundo as recomendações
de ROSTAGNO et al. (2005), preparadas à base de milho e farelo de soja,
sendo formuladas para satisfazer as exigências nutricionais de suínos machos
castrados de alto potencial genético com desempenho médio na fase de
crescimento, com exceção da PB nos tratamentos C e D que foi reduzida em
três pontos percentuais, suplementando-se com aminoácidos sintéticos para
atender à relação dos aminoácidos na proporção recomendada por
ROSTAGNO, et al. (2005). As rações experimentais são apresentadas na
Tabela 1.
36
Tabela 1 - Composição das rações experimentais
Ingredientes
Milho
Farelo de soja
Fosfato Bicálcico
Calcário
Mistura mineral 2
Mistura vitamínica 3
Sal comum
BHT
Óleo de soja
DL-Metionina
L – lisina HCl
L-Treonina
L-Triptofano
Areia lavada
Bicarbonato de Sódio
Cloreto de potássio
Total
Tratamentos
A1
B1
C1
D1
70,250
23,780
1,260
0,637
0,250
0,260
0,408
0,010
1,490
0,038
0,208
0,035
1,374
-
70,250
23,780
1,260
0,637
0,250
0,260
0,408
0,010
1,490
0,038
0,208
0,035
0,089
0,785
0,500
78,000
14,780
1,315
0,652
0,250
0,260
0,410
0,010
1,600
0,119
0,482
0,166
0,036
1,920
-
78,000
14,780
1,315
0,652
0,250
0,260
0,410
0,010
1,600
0,119
0,482
0,166
0,036
0,212
1,100
0,600
100
100
100
100
88,11
16,8
3.954
3.230
159
0,895
0,537
0,582
0,171
0,290
0,182
0,631
0,632
0,557
88,40
16,8
3.961
3.230
251
0,895
0,537
0,582
0,171
0,528
0,393
0,893
0,639
0,553
88,14
13,8
3.958
3.230
135
0,895
0,537
0,582
0,161
0,290
0,181
0,540
0,631
0,524
88,31
13,8
3.949
3.230
260
0,895
0,537
0,582
0,161
0,575
0,478
0,854
0,642
0,528
Composição Nutricional
Matéria seca (%)4
Proteína bruta (%)1
EB (kcal/kg)4
EM (kcal/kg)1
BE mEq/kg 5
Lisina dig. (%)1
Met+Cis dig (%)1
Treonina dig. (%)1
Triptofano dig. (%)1
Cloro (%)6
Sódio (%)6
Potássio (%)6
Cálcio (%)6
Fósforo total (%)6
1 Composição calculada segundo ROSTAGNO et al. (2005).
2 Conteúdo/kg : 100 g Fe; 10 g Cu; 1 g Co; 40 g Mn; 100 g Zn; 1,5 g I; 1.000 g excipiente q.s.p.
3 Conteúdo/kg : vit. A – 6.000.000 UI; D - 1.500.000 UI; E – 15.000 UI; B – 1,35; B – 4 g; B – 2 g; ácido pantotênico
– 9,35 g; vit K – 1,5 g; ácido nicotínico - 20,0 g; vit. B – 20,0 g; ácido fólico – 0,6 g; biotina – 0,08 g; selênio – 0,3 g;
excipiente q.s.p. – 1.000 g.
4 Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal LZNA-CCTA-UENF
5 BE - Balanço eletrolítico da ração calculado conforme PATIENCE, (1990), BE = (Na/23 + K/39 – Cl/35,5)x 1000.
6 Análises realizadas no Laboratório de Nutrição de Plantas LNP-CCTA-UENF.
37
A adequação dos níveis de PB das rações foi obtida pela variação nos
conteúdos de milho e farelo de soja.
Os conteúdos de eletrólitos (Na, K e Cl), e o BE de alguns dos
ingredientes usados nas rações experimentais estão apresentados na Tabela
2.
Tabela 2 – Conteúdo de eletrólitos e Balanço Eletrolítico (BE) de alguns
ingredientes
Eletrólitos (%)
Ingredientes
Na
K
Cl
BE1
(mEq/kg)
0,02
0,28
0,05
67
0,02
1,83
0,05
464
Sal comum 2
39,7
-
59,6
41
L – lisina HCl 3
0,02
0,3
19,45
-539
Bicarbonato de Sódio 2
27,0
-
-
1174
-
52,4
47,5
1,98
Milho 2
Farelo de soja
2
Cloreto de potássio 2
1
BE - Balanço eletrolítico da ração calculado conforme PATIENCE, (1990), BE = (Na/23 + K/39 –
Cl/35,5) x 1000.
2
Composição segundo ROSTAGNO et al. (2005).
3
Composição segundo Ajinomoto®
3.5 Condições Ambientais
As condições ambientais do galpão foram monitoradas duas vezes ao
dia em horários predeterminados (7:30h e 15:30h), com auxílio de
termohigrômetro digital, termômetro de máxima e mínima, termômetro de globo
negro e anemômetro digital, mantidos em uma baia vazia no centro do galpão à
meia altura do corpo dos animais.
As leituras dos equipamentos foram utilizadas para o cálculo do índice
de temperatura de globo e umidade (ITGU), segundo BUFFINGTON et al.
(1981), para caracterizar o ambiente térmico no qual os animais foram
38
mantidos.
3.6 Parâmetros de Desempenho
Durante todo o período experimental foram realizadas pesagens
semanais, do resíduo, das sobras de ração e dos animais, para avaliação do
desempenho zootécnico. As variáveis de desempenho avaliadas foram:
consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), peso final (PF), consumo de
nitrogênio (CN), consumo de lisina (CL), eficiência de utilização do nitrogênio
para ganho (EUNG) e conversão alimentar (CA).
3.7 Parâmetros Fisiológicos
Para a avaliação dos parâmetros fisiológicos, durante o período
experimental, semanalmente a temperatura retal (TR) dos animais foi obtida
pela manhã (10:30h), por meio de um termômetro clínico que era introduzido
no reto de cada animal durante um minuto, juntamente era feita a freqüência
respiratória (FR), obtida pela contagem dos movimentos dos flancos de cada
animal durante 15 segundos e este resultado foi multiplicado por 4 para a
obtenção dos dados em minutos.
3.8 Coleta de Sangue
Ao final do período experimental foi realizada a coleta de sangue dos
animais através de punção na veia braquial, para determinação das
concentrações de cloreto, sódio, potássio e uréia. As coletas eram realizadas
39
duas horas após o fornecimento da ração, pela manhã (08:00h). Os animais
recebiam ração por 30 minutos, após esse período a mesma era retirada dos
comedouros, esse procedimento foi realizado seguindo metodologia de
DERSJANTI-LI et al. (2001), segundo os autores para garantir que a maior
parte dos nutrientes teriam sido absorvidos em nível de intestino delgado. As
amostras
de
armazenadas
sangue
em
tubos
coletadas
foram
vacuntainer
com
devidamente
substância
identificadas
e
aceleradora
de
coagulação, deixando descansar por 10 minutos, posteriormente eram
centrifugados a 3.200 rpm por cinco minutos para a obtenção do soro
sanguíneo e estocados a -20ºC. As leituras das concentrações dos eletrólitos e
uréia foram realizadas até 48 horas após a obtenção do soro sanguíneo.
3.9 Análises Laboratoriais
3.9.1 Rações
As análises de matéria seca (MS) e PB das rações experimentais foram
realizadas de acordo com a metodologia descrita por SILVA e QUEIROZ
(2002). A EB foi mensurada por meio de bomba calorimétrica. As análises dos
minerais: P, Ca, Cl, Na e K foram realizadas de acordo com as técnicas
propostas pela A.O.A.C. (1990), no Setor de Nutrição de plantas do Laboratório
de Fitotecnia (LFIT) da UENF.
3.9.2 Soro sanguíneo
Para obtenção das concentrações séricas fez-se a utilização de “kits”
comerciais (Labtest®) para Cl, para uréia (Katal®) e para Na e K (Laborclin®),
40
de acordo com a metodologia proposta pelo laboratório fabricante. As
medições de K e Na foram realizadas em fotômetro de chama – BFC 150 da
marca Benfer, e as de Cl e uréia no espectofotômetro UV – visível da marca
Microlab® 200.
3.10 Análises Estatísticas
Para a análise das variáveis de desempenho, o modelo estatístico
utilizado foi:
Y ij = μ + Ti + Bj+ eij;
Y ij = medidas de desempenho referentes ao tratamento i no bloco j;
μ = média geral das características;
T i = efeito dos tratamentos; i = (1,2,3 e 4)
B j = Efeito dos blocos; j = (1,2,3 e 4)
eij = erro aleatório, associado a cada observação ij.
Os efeitos de Balaço eletrolítico e de proteína bruta sobre as variáveis
foram verificados por meio da decomposição dos graus de liberdade e da soma
de quadrados de tratamento em contrastes ortagonais, em 5% de
probabilidade. Os contrastes ortogonais utilizados estão apresentados na
Tabela 3. Todas as análises estatísticas foram efetuadas utilizando-se a versão
9.0 do sistema para análises estatísticas (SAEG) (UFV, 2005).
41
Tabela 3 - Descrição dos contrastes ortogonais empregados na decomposição
da soma dos quadrados dos tratamentos
Finalidade
Contrastes
Tratamentos
C1
16,8% PB
159 meq/kg
+1
16,8%
251 meq/kg
+1
13,8% PB
135 meq/kg
-1
13,8%
260 meq/kg
-1
C2
+1
-1
0
0
C3
0
0
+1
-1
1 – no nível de 16,8% de PB;
2 – no nível de 13,8% de PB.
Efeito da PB
Efeito dos
eletrólitos1
Efeito dos
eletrólitos2
42
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Condições Ambientais
Durante o período experimental a temperatura média manteve-se em
31,1±6,8°C, com umidade relativa de 68,7±12,5%, velocidade do vento de
0,36±0,3 m/s e temperatura de globo negro de 30,5±4,4°C. Foi calculado o
índice de temperatura de globo e umidade (ITGU) em 79,6±4,6.
A temperatura média de 31,1°C pode ser caracterizada como estresse
por calor para suínos na fase de crescimento (30 a 50kg). Este valor está
acima da temperatura máxima de 27°C recomendada para a categoria animal
(NÄAS et al., 1995). O valor de ITGU obtido (79,6) caracterizou ambiente de
calor para os suínos utilizados neste estudo. Conforme relatos de FERREIRA
(2005), valores de ITGU próximos a 80 caracterizam estresse por calor para
suínos em crescimento.
Condições ambientais semelhantes foram observadas por TAVARES et
al. (1999 e 2000), ORLANDO et al. (2001; 2007), e FERREIRA et al. (2007),
com valores de ITGU de 82,9 e 83,0; 81,1 e 79,7; e 82,8 respectivamente, para
condições ambientais de estresse por calor para os suínos.
4.2 Parâmetros de Desempenho
Os resultados de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), peso
final (PF), consumo de N (CN), consumo de lisina (CL), conversão alimentar
(CA), de eficiência de utilização do nitrogênio para ganho (EUNG) e de relação
lisina:proteína bruta são demonstrados na Tabela 4.
43
Tabela 4 - Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), peso final (PF),
consumo de N (CN), consumo de lisina (CL), conversão alimentar
(CA), eficiência de utilização do nitrogênio para ganho (EUNG) e
relação Lisina:PB de suínos dos 30 aos 50 kg, alimentados com
rações experimentais
Tratamentos
Variáveis
A
B
C
D
CV (%)
CR (g/dia)
1,86
1,83
1,89
1,85
5,07
GP (g/dia)
0,826
0,797
0,797
0,789
6,72
PF (kg)
51,56
51,52
51,03
50,71
3,08
CN(g/dia) 1*
49,83
49,36
41,82
41,04
4,71
CL (g/dia)
16,65
16,42
16,93
16,62
5,07
EUNG (gGP/gN)1*
16,6
16,15
19,05
19,21
4,55
CA
2,26
2,2
2,3
2,28
6,66
Lisina:PB
6,05
6,05
7,36
7,36
-
1
( P>0,05) Médias diferem entre si, em contrastes ortogonais
* Significativo 5% pelo teste F para C1= TA+TB-TC-TD
Os tratamentos utilizados influenciaram (P<0,05) apenas o consumo de
nitrogênio e a EUNG, não afetando (P>0,05) as demais variáveis de
desempenho avaliadas. Conforme OLIVEIRA et al. (2005), rações contendo 10;
12; 14 e 16% de PB, com exceção do tratamento com 10% de PB, não
influenciaram o desempenho dos suínos, quando suplementadas com
aminoácidos essenciais. Outro estudo realizado por OLIVEIRA et al. (2006)
confirmou os relatos de que rações com 16, 14 e 12% de PB suplementadas
com aminoácidos sintéticos não diferiram nos resultados de desempenho
apresentado pelos animais, quando comparadas entre si, porém foram
superiores quando comparadas com rações contendo 10% de PB e 10% de PB
suplementadas com mistura de nitrogênio e de aminoácidos não essenciais.
Os resultados obtidos são semelhantes aos apresentados por
FERREIRA et al. (2007) estudando suínos em crescimento, onde observaram
que o desempenho dos animais alimentados com rações contendo 15 e 13%
de PB, devidamente suplementadas com aminoácidos, não diferiu daqueles
alimentados com 17 e 16% de PB.
O consumo de nitrogênio (CN) diminuiu (P<0,05) com a redução do nível
44
de PB dos tratamentos, sendo que os animais alimentados com as rações
experimentais A e B (16,8% PB) apresentaram maior CN em comparação aos
alimentados com as demais rações (13,8% PB). No entanto, a eficiência de
utilização de nitrogênio para ganho foi influenciada (P<0,05), apresentando
relação inversa com o teor de PB. Os suínos alimentados com as rações com
13,8% de PB (tratamentos C e D) apresentaram EUNG superior à daqueles
alimentados com as rações com 16,8% de PB (tratamentos A e B).
Resultados semelhantes foram obtidos por OLIVEIRA et al. (2005) e
FERREIRA et al. (2007), sendo que ambos observaram aumento do consumo
de N em rações com maiores níveis de PB, e melhor utilização de nitrogênio
para ganho nas rações com menores níveis de PB.
Analisando os resultados de desempenho em relação ao BE das rações,
os valores obtidos estão de acordo com aqueles apresentados por BUDDE e
CRENSCHAW, (2003), que estudando BE da ração de -35 a 212 mEq/kg, não
observaram efeito sobre o desempenho de suínos em crescimento.
Em estudo conduzido por PATIENCE e CHAPLIN (1997), os autores não
encontraram diferenças significativas de CA quando suínos em crescimento
foram alimentados com três rações (controle: BE de 163 mEq/kg; ração
acidogênica: BE de -20 mEq/kg; e ração acidogênica compensada: BE de 104
mEq/kg), porém, foi observada maior velocidade de crescimento nos animais
alimentados com a ração acidogênica comparado às demais.
Por outro lado, HAYDON et al., (1990) verificaram que o aumento do BE
de 25 até 400 mEq/kg em rações para suínos em crescimento (21 a 50 kg)
promoveu melhora linear no ganho de peso e consumo de ração dos animais.
Os mesmos autores observaram que o consumo de alimento tendeu ao
decréscimo nos níveis de 325 e 400 mEq/kg comparado com o de 250 mEq/kg
de BE da ração. LIZARDO et al. (2007) observaram que os suínos alimentados
com ração contendo BE de 300 mEq/kg, apresentaram crescimento 7,5% maior
do que os alimentados com rações contendo BE de 100 mEq/kg. O maior
crescimento foi atribuído à adição de bicarbonato de sódio, que reduziu a
concentração excessiva de cloretos.
Melhora nos resultados de CA foram apresentadas por HAYDON e
WEST (1990), ao serem utilizadas rações com maiores concentrações de
eletrólitos.
Estes
resultados
podem
estar
relacionados
ao
melhor
45
aproveitamento dos nutrientes da ração no intestino delgado, haja vista que o
aumento do BE da ração de -50 para 100, de 100 para 250 e de 250 para 400
mEq/kg melhorou a digestibilidade do nitrogênio, energia e aminoácidos em
média em 4,5; 1,8 e 2,1 %, respectivamente.
LIZARDO (2006) relatou que poderiam ocorrer mudanças na ingestão
voluntária de alimento em resposta às variações do BE, o que caracterizaria a
existência de um mecanismo de regulação que permitiria limitar os efeitos de
uma ração muito ácida ou muito básica. YEN et al. (1981) observaram que a
incorporação de 4% de cloreto de cálcio na ração provocou forte redução do
consumo e velocidade de crescimento, enquanto que a adição de 2% de
bicarbonato de sódio permitiu normalizar o consumo.
Diante do exposto, pode-se inferir que as diferenças nos resultados das
diversas pesquisas podem estar relacionadas aos tipos de sais utilizados para
suplementar e, ou, corrigir o balanço eletrolítico das rações.
A magnitude de redução dos teores de proteína bruta adotada neste
estudo pode ter sido insuficiente para demonstrar efeitos de correção do
balanço eletrolítico nas rações corrigidas, uma vez que no tratamento com
menor nível de PB sem suplementação de eletrólitos, os teores destes
atenderam às recomendações das Tabelas Brasileiras para aves e suínos, e os
valores de BE estão inseridos dos níveis recomendados e considerados
suficientes para não prejudicar o desempenho dos animais.
4.3 Parâmetros Sanguíneos
Houve efeito significativo (P<0,05) da redução da proteína bruta sobre
as concentrações de uréia do sangue (Tabela 5). Os animais alimentados com
rações contendo rações com 16,8% de PB (A e B) apresentaram maiores
concentrações séricas de uréia que os animais alimentados com rações
contendo 13,8% de PB (C e D).
Diante da redução dos teores de uréia no soro observada nas rações
com 13,8% de PB (tratamentos C e D), pode-se afirmar que a suplementação
46
de aminoácidos realizada permitiu melhor balanço protéico, caracterizado pela
menor formação de uréia via catabolismo de aminoácidos, este fato decorreu
da melhor adequação das fórmulas, que se basearam no conceito de proteína
ideal, seguindo as proporções aminoacídicas indicadas nas Tabelas Brasileiras
(ROSTAGNO et al., 2005). Conforme revisado por TAVARES e FERREIRA,
2005, quando proteína ou aminoácidos é metabolizado, o principal produto final
nitrogenado é a amônia que reage praticamente na sua totalidade com o ácido
carbônico, liberando íons amônio e bicarbonato, sendo a maior parte destes
íons utilizada para a produção hepática de uréia.
KERR et al. (2003) encontraram maiores concentrações de uréia no soro
de suínos em crescimento alimentados com rações contendo 16 ou 12 % de
PB, quando comparadas às concentrações dos animais que consumiram
rações com 12% de PB suplementada com aminoácidos sintéticos.
Tabela 5 - Médias de uréia, sódio, cloro e potássio, em mg dL-1, no sangue de
suínos na fase de crescimento, e significância dos contrastes
ortogonais
Tratamento
Uréia
Sódio
Cloro
Potássio
A (16,8% PB e 159 meq/kg)
28,75
144,50
96,00
6,20
B (16,8% PB e 251 meq/kg)
27,25
143,00
95,00
6,00
C (13,8% PB e 135 meq/kg)
15,88
145,25
96,00
6,78
D (13,8% PB e 260 meq/kg)
14,50
142,50
93,75
5,63
CV(%)
10,12
1,54
3,88
7,72
QMResíduo
4,78
4,90
13,67
0,23
Contraste
Significância
*
NS
NS
NS
TA –TB
NS
NS
NS
NS
TC – TD
NS
NS
NS
*
TA+TB-TC-TD
*Contraste significativo pelo teste F em 5% de probabilidade; NS- Contraste não-significativo pelo teste F
em 5% de probabilidade
A correção do BE das rações com 13,8% de PB (C e D) promoveu
redução (P>0,05) nos teores de potássio no soro dos suínos (Tabela 5). Sendo
47
a borda luminal das células principais renais muito mais permeáveis ao
potássio que aos outros íons, e sua excreção só ocorre quando a concentração
atinge determinado nível crítico (GUYTON, 1988), é provável que a maior
ingestão de potássio observada pelos suínos que consumiram a ração com BE
corrigido (D) tenha atingido este limiar de excreção, possivelmente, em razão
dos animais tentarem manter constante seu BE sanguíneo. Resultados
semelhantes foram observados por DERSJANT-LI et al. (2002), BUDDE e
CRENSCHAW (2003), e DEROUCHEY et al. (2003). Porém os resultados
diferiram dos encontrados por PATIENCE e CHAPLIN,(1997), que não
obtiveram diferenças entre os níveis de K no soro dos animais dos diferentes
tratamentos analisados.
Ainda segundo DEROUCHEY et al. (2003), existe uma relação negativa
entre o pH do sangue e as concentrações de potássio, sendo que esta reflete o
movimento do potássio e dos íons H+ dentro e fora das células em resposta às
mudanças
nos
eletroneutralidade
valores
de
pH
do
sangue.
E
que
além
disso,
a
do fluído extracelular deve ser mantida constante no
organismo, assim, a redução de cátions, no caso o K, pode causar uma
compensação através da redução dos níveis de Cl. Este fato pode ser usado
para ajudar a explicar o motivo da redução das concentrações de K e Cl
sanguíneos quando o BE é aumentado na ração.
A correção do BE não influenciou (P>0,05) as concentrações séricas de
sódio e cloro (Tabela 5). Apesar de os animais que receberam as rações B e D
terem consumido diariamente quantidades destes elementos que suplantaram,
em média, respectivamente, em 2,3 e 1,8 vezes os demais, eles foram
eficientes em manter sua homeostase sanguínea. Por outro lado, as diferenças
observadas entre os valores calculados de BE nas rações podem ter sido
insuficientes para provocar reações fisiológicas adversas nos suínos (Tabela
1).
Com relação à concentração de sódio sanguíneo, os resultados estão
em concordância com os encontrados por PATIENCE e CHAPLIN (1997);
DERSJANT-LI et al. (2001); e DEROUCHEY et al. (2003), que não
encontraram variação nos níveis deste mineral com a variação do BE da ração.
Porém diferiu dos resultados encontrados por BUDDE e CRENSCHAW (2003),
que observaram um aumento do Na no soro dos animais do tratamento com
48
112 mEq/kg (controle), quando comparados aos tratamentos com -7 e 193
mEq/kg (acidogênica e alcalinogênica, respectivamente), sendo que os dois
últimos não diferiram entre si.
Os resultados de Cl encontrados neste trabalho estão em discordância
com os resultados encontrados na literatura, onde segundo DERSJANT-LI et
al. (2001) e BUDDE e CRENSCHAW (2003), o aumento dos níveis dietéticos
de BE da ração causará uma redução dos níveis deste no plasma e soro
sanguíneo, respectivamente. Segundo estes autores, a concentração deste íon
apresenta relação direta com seus teores na ração. Além disso, a maior
concentração de Cl no soro está associada à menor concentração de HCO3 no
soro ou vice e versa.
O aumento do BE da ração pode aumentar as concentrações de HCO3
no sangue (PATIENCE e CHAPLIN,1997). A diferença nos resultados pode ser
explicada por este fato visto que nos trabalhos citados os menores BE eram de
-100 e -7 mEq/kg, respectivamente, enquanto neste trabalho o menor BE foi de
122 mEq/kg, ou que não ocorre um excesso de Cl na ração oferecida aos
animais.
4.4 Parâmetros Fisiológicos
Os resultados referentes às respostas fisiológicas de FR e TR
apresentadas pelos animais estão demonstrados na Tabela 6. Não foi
observado efeito de tratamento (P>0,05) sobre a FR e TR dos suínos em
crescimento.
Os resultados indicam que estes mecanismos de controle homeotérmico
foram eficientes nestes animais. O alto coeficiente de variação (CV), da FR
pode estar relacionado à grande amplitude térmica registrada na região no
período experimental, que atrelada à alta umidade relativa (UR) do ar
registrada (68,7%,) tende a prejudicar a dissipação evaporativa de calor.
Conforme revisado por TAVARES e FERREIRA (2005), em suínos, o
principal mecanismo de resfriamento evaporativo se dá através do trato
49
respiratório, em condições de alta temperatura ambiente, a primeira resposta
respiratória do animal é o progressivo aumento da freqüência respiratória e um
decréscimo na profundidade respiratória. Os mesmo autores apresentam
alguns resultados experimentais com animais mantidos a 21°C, cuja freqüência
respiratória era 43 movimentos por minuto (mov/min), enquanto que a 32°C
passou a 75 mov./min. FERREIRA (2005), citou que a FR de suínos, poderá
passar de 44 mov/min aos 21° C, para 82 mov/min aos 32°C. Os resultados
obtidos estão inseridos na faixa de conforto térmico apresentada em TAVARES
et al. (1999 e 2000), que verificaram 39 e 44 mov/min, respectivamente, para
animais mantidos a 21 e a 32°C. Também estão de acordo com os resultados
apresentados por ORLANDO (2001), de 40 mov./min. para animais mantidos a
21°C.
Tabela 6 – Freqüência respiratória (FR) (mov/minuto) e temperatura retal (TR)
(°C) de leitões dos 30 aos 50 kg alimentados com rações contendo
diferentes teores de proteína e balanço eletrolítico.
Variáveis
Tratamentos
A
B
C
D
CV (%)
FR
43,00±5,23
45,25±3,30
49,19±5,29
46,25±5,25
9,20
TR
39,25±0,17
39,30±0,08
39,35±0,15
39,28±0,19
0,29
Com relação a TR dos animais, a diferença de 0,1°C observada nos
valores médios absolutos estão na amplitude considerada biologicamente
normal para os suínos nesta categoria. Os resultados encontrados neste
estudo estão de acordo com os encontrados por ORLANDO (2001) e
TAVARES et al. (1999), ambos de 39,4°C, e inferiores aos encontrados por
TAVARES et al. (2000) que foi de 39,6°C.
50
5. CONCLUSÕES
A correção do balanço eletrolítico em rações (250 meq/kg) com teor de
proteína bruta reduzido em três pontos percentuais, suplementadas com
aminoácidos, não influenciou negativamente o desempenho
de suínos em
crescimento (30-50 kg). Os animais foram eficientes em realizar sua
homeostase sanguínea em relação às concentrações de sódio e de cloreto,
mas não para o potássio.
A redução do teor de PB da ração melhorou a eficiência de utilização de
nitrogênio para ganho de peso dos animais.
51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AJINOMOTO ANIMAL NUTRITION.Ficha Técnica L-Lisina HCl 99%.
Disponível em: www.lisina.com.br/lisina_cristal.aspx. Acesso em: 23 de
setembro de 2007.
ALBERTS, B.; BRAY, D.; LEWIS, J.; RAFF, MARTIN, et al. Biologia Molecular
da célula. Porto Alegre: Artes Médicas. 3° edição. 1997. p.1328; p. 513-516.
ANDRIGUETTO, J. M.; PERLY, L.; MINARDI, I. et al. NUTRIÇÃO ANIMAL: As
bases e os fundamentos da nutrição animal – os alimentos. São Paulo:
Nobel, 2002. 395p.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMIST. Official methods of
analysis. 15. ed. Arlington, 1990. 1230 p.
BACHKNUDSEN, K.E., JORGENSEN, H. Use of synthetic amino acids in pig
and poultry diets. In: Recent Development in Pig Nutrition. Nottingham
University Press, Loughborough, UK. 1990. p. 106 – 116.
BAÊTA, F.C.; SOUZA, C.F. Ambiência em edificações rurais: conforto
animal. Viçosa, MG: UFV, 1997. 246p.
BENESI, F. J.; KOGIVA, M. M. Fluidoterapia. In: SPINOSA,H.S.; GORNIAK,
S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia Aplicada a Medicina Veterinária. 2ª
Ed. RJ: Guanabara Koogan, 1999, v.1, p. 573-601.
BERTECHINI, A. G. Nutrição de monogástricos. Lavras: Editora UFLA, 2006.
301p.
BORGES, S. A.; MAIORKA, A.; SILVA, A. V. F. Fisiologia do estresse calórico
e a utilização de eletrólitos em frangos de corte. Ciência Rural. Santa Maria,
v.33, n.5, p.975-981, 2003.
BUDDE, R. A.; CRENSCHAW, T. D. Chronic metabolic acid load induced by
changes in dietary electrolyte balance increased chloride retention but did not
compromise bone in growing swine . J. Anim. Sci., n. 81, p. 197-208. 2003.
52
BUFFINGTON, D.E.;COLAZZO-AROCHO, A.; CANTON, G.H.; et al. Black
globe-humidity index (BGHI) as confort equation for dayri cows. Transaction of
the ASAE, v.24, p.711-714, 1981.
CAMPBELL, M. K. Bioquímica. 3ª edição. Porto Alegre: Armed Editora, 2000.
752p.
CUNNINGHAM, J.G. Tratado de Fisiológia veterinária. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1999. 454p.
DE LA LLATA, M.; DRITZ, S.S.; TOKACH, M.D.; et al. Effects of increasing Llysine HCl in corn-soybean meal diets on growth performance and carcass
characteristics of growing-finishing gilts. Swine Day, p.87-90. 2000.
DEL CLARO, G.R. Influência do balanço cátion-aniônico da dieta no
desempenho de ovinos. 2003. Dissertação (mestrado em zootecnia) –
Universidade de São Paulo – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
Alimentos, Pirassununga, 2003.
DeROUCHEY, J.M.; HANCOCK, J.D.; HINES, R. H.; et al. Effects of dietary
balance on the chemistry of blood and urine in lactating sows litter performance.
J. Anim. Sci. v. 81. p.3067-3074. 2003.
DERSJANT-LI, Y.; SCHULZE, H.; SCHRAMA, J. W.; et al. Feed intake, growth,
digestibility of dry matter and nitrogen in young pigs as affected by dietary
cation-anion difference and supplementation of xylanase. J. Anim. Physiol.
Anim. Nutr, n. 85, p. 101-109. 2001.
DERJANST-LI,.Y.; VERSTEGEN, M.W.A.; JANSMAN, A.; et al. Changes in
oxygen content and acid-base balance in arterial and portal blood in response
to the dietary electrolyte balance in pigs during a 9-h period after a meal. J.
Anim. Sci. v. 80. p. 1233-1239. 2002.
FERGUNSON, N.S., GOUS, M.R. The influence of heat production on
voluntary food intake in growing pigs given protein-deficient diets. Anim.
Science. V.64, p. 365-378, 1997.
FERREIRA, R. A. Níveis de Energia Digestível para Leitoas dos 15 aos 60
kg Mantidas em Ambiente de Frio (15°C). 1998. Dissertação (Mestrado em
Zootecnia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1998.
53
FERREIRA, R. A. Avaliação da Redução da Proteína Bruta da Ração com
Suplementação de Aminoácidos para suínos de 15 a 60 kg Mantidos em
Diferentes Ambientes Térmicos. 2001. Tese (Doutorado em Zootecnia)Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2001.
FERREIRA, R.A. Maior produção com melhor ambiente para aves, suínos
e bovinos. Ed. Aprenda Fácil. 2005, 374p.
FERREIRA, R. A.; OLIVEIRA, R. F. M.; DONZELE, J. L.; et al. Redução da
proteína bruta da ração e suplementação de aminoácidos para suínos machos
castrados dos 15 aos 30 kg mantidos em ambiente de alta temperatura.
Revista Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.35, n.3, p. 1056-1062, 2006.
FERREIRA, R. A.; OLIVEIRA, R. F. M.; DONZELE, J. L.; SARAIVA, E. P.; et al.
Redução da proteína bruta e suplementação de aminoácidos para suínos
machos castrados dos 30 aos 60 kg mantidos em ambiente de alta
temperatura. Revista Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.36, n. 4, p. 818824, 2007.
GOLZ, D.I.; CRENSCHAW, T.D. the effect of dietary potassium and chloride on
cátion-anion balance in swine. J. Anim. Sci., v.69 p.2504-2515, 1991.
GUYTON, A.C. Tratado de Fisiologia Médica. Guanabara Koogan 8ª edição,
1988. 864p.
HANNAS, M. I. Proteína bruta para suínos machos castrados mantidos em
diferentes condições térmicas dos 15 aos 30 kg. 1999. Dissertação
(mestrado em zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1999.
HAYDON, K. D.; WEST , J. W.; McCARTER, M. N. Effect of Dietary Electrolyte
Balance on Performance and Blood Parameters of ambient Temperatures
Growing-Finishing Swine Fed in High. J. Anim. Sci., v.68, p.2400-2406, 1990.
HAYDON, K. D.; WEST, J. W. Effect os dietary electrolyte balance on nutrient
digestibility determined at end of the small intestine and over the total digestive
tract in growing pigs. J. Anim. Sci., n. 68, p. 3687-3693. 1990.
HOUPT, T. R. Água e eletrólitos. In: Dukes: Fisiologia dos animais
domésticos. 12° ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 11-23.
54
KERR, B.J.; MCKEITH, F.K.; EASTER, R.A. Effect of feeding reduced protein,
amino acid-supplemented diets on nitrogen and energy balance in grower pigs.
J. Anim. Sci., v.73, p.3000-3008, 1995.
KERR, B.J.; YEN, J.T.; NIENABER, J.A.; EASTER, R.A. Influences of dietary
protein level, amino acid supplementation and environmental temperature on
performance, body composition, organ weights and total heat production of
growing pigs. J. Anim. Sci., v.81, p.1998-2007, 2003.
LIZARDO, R. O bicarbonato de sódio na alimentação dos suínos. Revista SUIS
BRASIL, Abril, n. 11, p. 14 – 23. 2006.
LIZARDO, R.; SALOMÓ, J.; BRUFAU, J.;ESTEVE, E. Influência del Balance
electrolitico sobre los resultados productivos em lechones. In: XII Jornadas de
Producción
animal
AIDA
2007.
Disponível
em:www.aidaitea.org/jornada38/nutricion/no_ruminantes-i/nr_i-3_lizardo.pdf. Acesso em 23
de agosto de 2007.
LOPES, J., GOODBAND, R.D., ALLEE, G.L., JESSE, G.W., NELSSEN,J.L.,
TOKACH, M.D., SPIERS,D., BECKER,B.A. The effects of diets formulated on
ideal protein basis on growth performance, carcass characteristics and thermal
balance of finishing housed in a hot, diurnal environment. J. Anim. Sci., v.72,
p.367-379. 1994.
MANNO, M.C.; OLIVEIRA, R.F.M.;DONZELE, J.L.; et al. Efeitos da temperatura
ambiente sobre o desempenho de suínos dos 30 aos 60 kg. Revista
Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.35, n.2, p. 471-477, 2006.
MANUAL MERCK. Equilíbrio ácido básico. Disponível em: www.msdbrasil.com/msd43/m_manuak/mm_sec12_138.htm. Acessado em: 27 de agosto
de 2007.
MARCHETO, F. G.; NÄÄS, I. A.; SALGADO, D. D’A.; et al. Efeito das
temperaturas de bulbo seco e de globo negro e do índice de temperatura e
umidade, em vacas em produção alojadas em sistema de free-stall. Braz. J.
Vet. Res. Anim. Sci. São Paulo,v.39, n.6, p. 320-324, 2002.
MESCHY, F. Balance Electrolítico y Productividad em Animales Monogástricos.
IN: XIV Curso de Especialización – AVANCES EM NUTRICIÓN Y
ALIMENTACIÓN
ANIMAL.
1998.
Disponivel
em:
www.uco.es/servicios/nirs/fedna/capitulos/98CAPV.pdf. Acesso em: 18 de
setembro de 2007.
55
MONGIN, P. Electrolytes in nutrition. 3rd International. Minerals Conference.
Orlando, Florida, Jan. 16, p. 1-16, 1980.
NAAS, I. A. Estudo da arte da bioclimatologia e necessidade de pesquisas
futuras no Brasil. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ZOOTECNIA, 31, 1995, Brasília, DF. Anais... Brasília, DF: SBZ, 1995. p.133135.
NOBLET, J.; HENRY, Y.; DUBOIS, S. Effect of protein and lysine levels in the
diet on body gain composition and energy utilization in growing pig. J. Anim.
Sci, Champaign, v. 65, n. 9, p. 717-726, Sept. 1987.
OLIVEIRA, V.; FIALHO, E. T.; LIMA, J. A. F.; et al. Teor de Proteína no
Metabolismo do Nitrogênio e da Energa em suínos durante o Crescimento.
Ciênc. Agrotec., Lavras, v.29, n.4, p.866-874, 2005.
OLIVEIRA, V.; FIALHO, E. T.; LIMA, J. A. F.; et al. Desempenho e composição
corporal de suínos alimentados com rações com baixos teores de proteína
bruta . Pesq. Agropec. Bras., Brasília, v.41, n.12, p.1775-1780, 2006.
ORLANDO, U. A. D. Nível de Proteína bruta da ração e efeito da
temperatura ambiente sobre o desempenho e parâmetros fisiológicos de
leitoas em crescimento. Dissertação (mestrado em zootecnia) – Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, 2001.
ORLANDO, U. A. D.; OLIVEIRA, R. F. M.; DONZELE, J. L.; LOPES, D. C.; et
al. Níveis de proteína bruta para leitoas dos 30 aos 60 kg mantidas em
ambiente de alta temperatura (31°C). Revista Sociedade Brasileira de
Zootecnia, v.30, n.5, p.1536-1543, 2001.
ORLANDO, U.A.D. Níveis de Proteína Bruta e suplementação de
aminoácidos em rações para leitoas mantidas em diferentes ambientes
térmicos dos 30 aos 100 kg. Tese (doutorado em zootecnia) – Universidade
de Viçosa, Viçosa, 2003.
ORLANDO,U. A. D.; OLIVEIRA, R. F. M.; DONZELE, J. L.; et al. Níveis de
proteína bruta e suplementação de aminoácidos em rações para leitoas
mantidas em ambiente de conforto térmico dos 30 aos 60 kg. Revista
Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.34, n.1, p. 134-141, 2005.
56
ORLANDO, A. D.; OLIVEIRA, R. F. M.; DONZELE, J. L.; FERREIRA, R.A.; et
al. Níveis de proteína bruta e suplementação de aminoácidos em rações para
leitoas mantidas em ambiente termoneutro dos 60 aos 100 kg. Revista
Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.35, n.2, p. 478-484, 2006.
ORLANDO, U. A.D.; OLIVEIRA, R. F. M.; DONZELE, J.L.; SILVA, F.C.O.; et al.
Níveis de proteína bruta e suplementação de aminoácidos em rações para
leitoas dos 30 aos 60 kg mantidas em ambiente de alta temperatura. Rev.
Brasileira de Zootecnia, v.36, n.5, p. 1573 -1578, 2007 (supl.).
PATIENCE, J.F. A review of the role of acid-base balance in amino acid
nutrition. J. Anim. Sci,, v.68, p.398-408. 1990.
PATIENCE, J.F.; COLE, D.J.A.; HARESIGN, W.; GARNSWORTHY, P. C. The
physiological basis of electrolytes in animal nutrition. In: Recent Development in
Pig Nutrition. Nottingham University Press, Loughborough, UK, p. 225 – 242.
1993.
PATIENCE, J.F.; CHAPLIN, R. K. The relationship among dietary undetermined
anion, acid-base balance, and nutrient metabolism in swine. J. Anim. Sci,,
v.75, p.2445-2452. 1997.
POND, W.G.; SCHOKNECHT, P.A.; POND, K.R.; CHURCH, P.C. Basic
animal nutrition and feeding. 5 ª ed. 2005.
RANDALL, D.; BURGGREN, W.; FRENCH, K. Eckert – Fisiologia Animal:
Mecanismos e adaptações. 4ª ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2000.
764p.
REECE, W.O. Função Renal nos Mamíferos. In: Dukes: Fisiologia dos
animais domésticos. 12° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 6796.
ROSTAGNO, H.S., ALBINO, L.F.T., DONZELE, J.L. et al. Tabelas brasileiras
para aves e suínos; composição de alimentos e exigências nutricionais.
Viçosa, 2005. 186p.
SARAIVA, E. P.; OLIVEIRA, R.F.M.; DONZELE, J. L.; et al. Níveis de proteína
bruta em rações para suínos machos castrados em fase inicial de crescimento,
mantidos em ambiente de baixa temperatura. Revista Sociedade Brasileira
de Zootecnia, v.32, n.6, p. 1690-1696, 2003.
57
SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de Alimentos – Métodos Químicos e
Biológicos. 3. ed. Viçosa: Ed. UFV, 2002. 235p.
SWENSON, M. J.; REECE, W. O. Dukes: Fisiologia dos animais
domésticos. 11ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan S.A., 1996.
856 p.
TAVARES, S. L. da S.; OLIVEIRA, R. F. M.; DONZELE, J.L.; FERREIRA, A.S.
Influência da temperatura ambiente sobre o desempenho e os parâmetros
fisiológicos de leitoas dos 30 aos 60 kg. Revista Sociedade Brasileira de
Zootecnia, v.28, n.4, p. 791-798, 1999.
TAVARES, S. L. S.; DONZELE, J. L.; OLIVEIRA, R. F. M.; FERREIRA, A. S.
Influência da temperatura sobre desempenho e os parâmetros fisiológicos de
suínos machos castrados dos 30 aos 60 kg. Revista Sociedade Brasileira de
Zootecnia, v.29, n.1, p. 199-205, 2000.
TAVARES, S. L. da S.; FERREIRA, R. A. Respostas Fisiológicas ao
Ambiente Térmico na suinocultura. In: Textos didáticos. Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2005, 32 p.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. SAEG – Sistema para análises
estatíssticas. Versão 9.0. Viçosa, 2005. CD-ROM.
VIEITES, F. M.; MORAES, G. H. K.; ALBINO, F. T.; et al. Balanço eletrolítico e
níveis de proteína bruta sobre o desempenho, o rendimento de carcaça e a
umidade da cama de frangos de corte de 1 a 42 dias de idade. Revista
Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.34, n.6, p. 1990-1999, 2005.
YEN, J.T.; POND, W.G.; PRIOR, R.L. Calcium chloride as a regulator of feed
intake and weight gain in pigs. J. Anim. Sci., v.52, p.778-782. 1981.
Download

universidade estadual do norte fluminense darcy ribeiro