Reflexões Gerais sobre a prática do
Acompanhante Terapêutico (AT)
Maria de Lourdes Gurian Ernesto
Especialista em Terapia Cognitivo
Comportamental
Contato: [email protected]
Cel: 70534081
Contexto Histórico
• A prática hoje conhecida como AT (Acompanhante Terapêutico)
teve sua origem após a II Guerra Mundial e firmou-se como
prática ético-política na década de 60 nos EUA, Europa e
Argentina na luta antimanicomial e na reinserção social de
pessoas institucionalizadas.
• A fundamentação teórica inicial para o acompanhamento
terapêutico surgiu na saúde mental pela psicanálise e no Brasil é
inserida na década de 70.
• Para a TCC o trabalho do AT inicialmente era
associado ao emprego de técnicas para tratamentos
de fobias e outras patologias. Na década de 90
verifica-se maior consolidação teórica e técnica e
aplicação mais complexa da atuação do AT em
TCC.
• Destacam-se práticas de AT na TCC em casos de
difícil
adesão
e
resposta
à
psicoterapia,
dificuldades em habilidades sociais cotidianas,
transtornos psiquiátricos severos, dentre outros.
• Para além da TCC, o trabalho do AT também acontece com
crianças e adolescentes com transtornos severos como o
autismo, o retardo mental e a psicose infantil; os transtornos da
alimentação, as adicções, o alcoolismo e outras patologias de
consumo; o tratamento de pacientes oncológicos, terminais, da
terceira idade, e com transtornos neurológicos graves como
demências e Alzheimer.
• O saber das disciplinas tradicionais deixa de ser, então, a
ferramenta exclusiva para o tratamento das doenças mentais não
necessariamente de origem psíquica passando a partilhar esse
terreno com outros saberes que começavam a demonstrar ter
algum compromisso com o desenvolvimento das novas
estratégias clínicas. (Ex: Oficinas artísticas, Enfermagem, etc)
Função
• O
acompanhamento
terapêutico
(A.T.)
é
uma
modalidade interventiva para além do consultório. O
A.T. pode ser definido, tanto como aquele profissional
que trabalha no ambiente natural do cliente, onde as
contingências
mantenedoras
dos
comportamentos
disfuncionais ocorrem ou desencadeiam estímulos
aversivos.
Pode
atuar
como
auxiliar
de
um
psicoterapeuta, ou de um psiquiatra, ou ainda, de uma
equipe multidisciplinar. (Guerrelhas, 2007)
Fatores para indicação de acompanhante
terapêutico – Aspectos gerais
1. Incapacidade funcional (enfermagem e outras
abordagens teóricas);
2. Dificuldades de relacionamento;
3. Internação psiquiátrica;
4. Déficit no comportamento social;
5. Dificuldades de resultados em psicoterapia;
6. Situações específicas quais o sujeito apresenta
dificuldade de enfrentamento.
Papel do acompanhante terapêutico
• Intervir in loco ou no espaço fora do
consultório;
• Auxiliar o sujeito ou a família a lidar com
situações cotidianas que tornam-se difíceis
em seu contexto atual;
• Auxiliar no processo de autonomia do
sujeito e assertividade/ enfrentamento em
situações aversivas ou difíceis.
Habilidades e características necessárias para
o trabalho do AT
• Formação teórica e ética
• Supervisão
• Empatia e afinidade com o tipo de trabalho a ser
desenvolvido;
• Em alguns casos bom condicionamento físico (Ex:
acompanhamento infantil);
• Boa habilidade de planejamento, interação e
vinculação e desvinculação adequada;
• Assertividade em lidar com situações imprevistas.
O AT na TCC – Potencialidades e
Dificuldades
• Muitos trabalhos se destacam com o acompanhante
terapêutico na TCC como em intervenções diretivas
em TEPT, Pânico, Fobias, Treino de Habilidades
Sociais, dentre outras.
• O trabalho do AT na TCC deve ser planejado e tem
objetivos específicos para ser aplicado, portanto é
necessária avaliação minunciosa antes da aplicação
da
intervenção
envolvendo
inclusive
profissionais que atuam no mesmo caso.
outros
• Em casos que envolvem ocorrência de violência a
avaliação
de
risco
deve
ser
levada
em
consideração e se necessário deve se acionar
“equipamentos
externos”
para
auxiliar
no
trabalho em locus.
• Deve-se sempre pensar junto ao cliente e sua
família a relação do custo/benefício da intervenção
do AT e desdobramentos após a intervenção.
• No trabalho de campo, o AT além de realizar intervenções
necessárias deve estar atento para os pensamentos e
sentimentos evocados no sujeito no momento interventivo
e deve se colocar de maneira empática, porém necessita
constantemente rever o manejo do vínculo e ao término do
trabalho a desvinculação.
•
O AT precisa receber supervisão constantemente pois
além de auxiliar na intervenção em campo, passa a ser
modelo de interação com o sujeito.
Técnicas utilizadas em campo – TEPT
•
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•
•
•
•
Planejamento junto ao cliente (quando possível);
Respiração diafragmática;
Desvio de atenção do estímulo aversivo;
Abordagem dialógica (antes – durante – depois);
Técnicas de treino de habilidades socias;
Indentificação e diálogo sobre Pensamentos automáticos
e sintomas no ambiente.
Bibliografia
• A produção científica sobre o acompanhamento terapêutico
no Brasil de 1960 a 2003: uma análise crítica - Cristiane
Helena Dias
• Por que encaminhar ao acompanhante terapêutico? Uma
discussão considerando a perspectiva de psicólogos e
psiquiatras - Igor Londero*, Janaína Thais Barbosa Pacheco,
2006.
Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n2/v11n2a03.pdf
Livros:
• A clínica de portas abertas: experiências e fundamentação
do acompanhamento terapêutico e da prática clínica em
ambiente extraconsultório - Zamignani DR, Kovac R,
Vermes JS, organizadores. São Paulo: ESETec; 2007.
ISBN: 85-88303-80-9
• GUERRELHAS, Fabiana. Quem é o acompanhante
terapêutico: história e caracterização. In:______A clínica
de portas abertas: experiências e fundamentação do
acompanhamento terapêutico e da prática clínica em
ambiente extraconsultório. Santo André: ESETec, 2007, p.
33-34.
Cursos e Referências
Cursos AT - Amban
http://www.amban.org.br/ensino.asp?hyperlink=ensino&ensino=c1
Núcleo Paradigma
http://www.nucleoparadigma.com.br/
Projetos Terapêuticos
http://www.projetosterapeuticos.com.br/saude_mental.php
Nós – Acompanhamento Terapêutico
http://acompanhamentoterapeutico.com/
Núcleo Persona - MG
http://www.nucleopersonna.com.br/
Instituto “A Casa”
www.institutoacasa.org.br
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