Uma reflexão fenomenológica do encontro terapêutico: técnica e arte.
(Workshop)
Maria Aparecida Martins Costa Panazzolo - Clínica particular
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão sobre o encontro
terapêutico como um encontro da técnica e da arte. O trabalho se desenvolveu através de sessões
de terapia de 50 minutos, com um jovem adolescente do sexo masculino de 14 anos de idade. O
trabalho terapêutico teve dois momentos inicialmente duraram três meses e o paciente não veio
mais e depois quando o paciente voltou em um segundo momento, que durou aproximadamente
12 meses. Considerando-se que todo corpo teórico que fundamenta o encontro seja de
importância altamente relevante, não podemos deixar de considerar que o encontro terapêutico
se faz entre duas pessoas e não podemos desconsiderar as individualidades envolvidas, tanto do
paciente como do terapeuta. Portanto, o encontro tem um caráter genuíno e singular e tem como
objetivo facilitar o desvelamento do ser e muitas vezes pode-se recorrer ao uso de técnicas, as
quais facilitem a expressão do ser e a aproximação com sua singularidade. Porém, não podemos
considerar a técnica pela técnica, mas como um instrumento que permita o ser se desvelar. A
ação psicoterapêutica só será possível se na relação psicoterapeuta-cliente o vínculo e a
confiança mútua forem estabelecidos. Seguindo às reflexões teóricas há o relato, da maneira de
ser no mundo, de um jovem adolescente que através da técnica do desenho foi possível registrar
a expressão de sua ansiedade e angustia frente à responsabilidade de assumir sua existência.
Seus desenhos são acompanhados de verbalizações inautênticas na forma de vivenciar sua vida.
Declara sentir um grande vazio, com falta de objetivo, embora consiga reconhecer que tenha
todas as condições para assumir sua existência. Através do relato do caso, foi possível concluir
que no encontro terapêutico, as vinculações estabelecidas entre cliente e terapeuta é possível
haver o desvelamento do ser desde que, seja um encontro genuíno e único e que possibilite o
encontro do ser, com a sua própria existência, tentando evitar os perigos do objetivismo ou
subjetivismos extremos. Não temos respostas: apenas uma grande certeza: a de estarmos na
trilha do inesperado e imprevisível.
Palavras-chave: Encontro terapêutico, Individualidade, Desvelamento do ser
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Maria Aparecida Martins Costa Panazzolo