Valeska Lucia Figueira Língua Portuguesa UNITAU Escola de Aplicação “Dr. Alfredo José Balbi” TAUBATÉ – SP 2014 Raul Pompeia (1863 – 1895) Foi marcante para o Realismo. Ele adere as ideias abolicionistas, positivistas e republicanas. ▫ O Ateneu, crônica de saudades, é considerado um romance autobiográfico. A obra é narrada em 3ª pessoa, publicada em 1888. Em O Ateneu há reflexões sobre a vida de internato, o narrador memorialista Sérgio (o próprio autor) que entra no colégio aos 11 anos. Sérgio vê humilhações e constrangimentos na escola, os quais o deixa abalado emocionalmente. Para se estabilizar, apaixonasse por Ema (mulher do diretor), confundindo amor maternal com erotismo. O Ateneu (1888) ▫ Considerado romance psicológico, memorialista, realista, impressionista, naturalista e até simbolista. ▫ Os personagens são medíocres, fracassados e vingativos, sendo, assim, uma análise da sociedade brasileira! ▫ O autor se “vinga” do internato ao finalizar a obra com o incêndio do colégio, possivelmente, pelo menino estranho Américo, o qual foi obrigado pelos pais a estudar nessa escola. Há duas leituras da obra: ▫ a crítica da estrutura de um internato; ▫ o colégio ser um símbolo de um mundo maior, cuja estrutura é injusta e degradante. Aluísio de Azevedo (1859 – 1913) É o grande nome do romance naturalista brasileiro. Apegado às artes plásticas, as quais auxiliaram na descrição dos personagens. Aborda o preconceito racial das elites brancas! ▫ Seus romances-tese buscam retratar e interpretar a realidade brasileira à luz das teorias científico-filosóficas da época. Em O Cortiço, narrado em 3ª pessoa com objetividade, descreve um cortiço, onde há vícios, miséria e imoralidade. Essa obra mostra que o meio influencia os personagens em um nível praticamente fisiológico, e vice-versa. O Cortiço (1890) ▫ Narra a história de um português, João Romão, que constrói um cortiço com o dinheiro de Bertoleza, uma escrava fugitiva. ▫ No enredo, há Rita Baiana, mulata provocante e sensual, desejada por um trabalhador denominado Jerônimo. Esse desejo enciúma o namorado dela, Firmo, que é morto em uma briga pelo Jerônimo. Tornando-se uma briga entre os cortiços “Cabeça de gato” e “Carapicus”. ▫ Há um incêndio no cortiço, e João Romão reconstrói com a ajuda de um aristocrático, pai de uma mulher rica, esposa ideal para os sonhos de João. Para isso, afasta-se de Bertoleza e a denuncia para os escravocratas; antes de ser presa, ela comete suicídio. O nome Parnasianismo veio de uma revista francesa chamada Le Parnase Comteporain. ▫ Parnaso é o nome de uma montanha grega consagrada a Apolo, um dos protetores da arte poética, e às musas inspiradoras das artes. Essa poesia tinha como tema o fazer poético, opondo-se ao tema cotidiano do Realismo e à análise descritiva do Naturalismo. Os parnasianos apontavam o isolamento do poeta como necessidade para escrever suas composições. Surgindo, então, a ideia da torre de marfim, espaço para o isolamento. O trabalho do poeta se assemelha ao do ourívides! Características da poesia parnasiana: ▫ A perfeição está na forma. ▫ Linguagem é, antes de tudo, correção e equilíbrio. ▫ Sobriedade no emprego de figuras. ▫ Musicalidade dos versos, adquirida na variedade de vogais. ▫ Emprego de rimas raras. ▫ A impassibilidade (indiferença, insensibilidade) do poeta diante da obra. ▫ Fuga dos sentimentos vagos, para ter uma visão do real. Características da poesia parnasiana: ▫ Riqueza vocabular, rima rica (diferentes classes gramaticais) e condenação de hiatos. ▫ Ênfase descritiva nos pequenos objetos, vasos, estatuetas, alfaias, flautas, taças, etc. ▫ Culto da beleza escultural (grega). ▫ Simplicidade artística. ▫ Culto da arte pela arte. ▫ Preferência pelo soneto. Longe do estéril turbilhão da rua, A Beneditino, escreve! No aconchego; B Decassílabo Do claustro, na paciência e no sossego,B Torre de marfim Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!. A Fazer poético Mas que na forma se disfarce o emprego, B Do esforço; e a trama viva se construa A De tal modo, que a imagem fique nua, A (nua = simples) Rica mas sóbria, como um templo grego. B Não se mostre na fábrica o suplício C Do mestre. E, natural, o efeito agrade, D Sem lembrar os andaimes do edifício C Porque a Beleza, gêmea da Verdade; D Arte pura, inimiga do artifício, C É a força e a graça na simplicidade. D (nomes próprios) Arte pela arte Poetas parnasianos: Olavo Bilac: ▫ compara seu trabalho com o de um ourives, que quer a perfeição de uma joia (ou um poema); ▫ faz uso da metalinguagem; ▫ dentre vários poemas, um é o “A um poeta”, apresentado no slide anterior. Poetas parnasianos: Alberto de Oliveira: ▫ o mais rigoroso dos parnasianos; ▫ sua temática incluía elementos da mitologia greco-romana; ▫ usava inversões de palavras por seu estilo rebuscado; ▫ na descrição, segue o preciosismo que consiste não só na escolha da palavra perfeita, mas também na riqueza de detalhes abordados pelo poeta (impressões visuais ou sensações); Poetas parnasianos: Raimundo Correia: ▫ o último da “trindade parnasiana”; ▫ sua poesia retrata a vertente pessimista, já que a preocupação com os valores universais e eternos, com a problemática existência humana, traduz em termos de amargo desencanto e pungente lirismo ; ▫ Alguns de seus sonetos representam a efemeridade da vida, ou a exploração da alma humana. ▫ BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, SD. ▫ CANDIDO, Antonio. Introdução à Literatura Brasileira. São Paulo: Humanitas, 1999; ▫ CADORE, Luís Agostinha. Curso prático de Português. São Paulo: Ática, 1994; ▫ DIAS, Nathalia Saliba. Literatura Brasileira: ensino médio, 1ª série / Nathalia Saliba Dias, Sergio Augusto Kalil – Curitiba: Positivo, 2011. v.1: il.