Correção e Revisão Fernando Pessoa O poeta de múltiplas faces A queda da monarquia e da proclamação da república Gera entusiasmo portuguesa; ao povo e à cultura São retomadas antigas discussões sobre a grandiosidade da nação portuguesa; o espírito nacionalista e saudosista do povo português é reaceso; vários artistas e intelectuais se lançam num projeto de reconstrução da cultura portuguesa. Marco do Modernismo em Portugal: Fundação da Revista Orpheu, em 1915. “A nossa revista acolhe tudo quanto representa a arte avançada[...]” F. Pessoa ORPHEU, Revista Trimestral de Literatura, capa e folha de rosto do fascículo n.º 1, Janeiro–Fevereiro–Março de 1915. Poesia provocadora, expunha inconformismo e desejo de romper com o passado, de aderir a idéias futuristas, dando maior vida – e visibilidade – ao país. Ou seja, acompanhar a efervescência cultural que ocorria na Europa. Participantes: Mário de Sá Carneiro; Fernando Pessoa Participantes: Almada Negreiros Ronald de Carvalho 1.Enumere, considerando o estudo sobre Fernando Pessoa: 1. Fernando Pessoa (obra ortônima) 2. Alberto Caeiro; 3. Ricardo Reis; 4. Álvaro de Campos; ( ) Nasceu em 1890. É engenheiro naval. Exteriorizou um dos mais significativos paradoxos da vida do século XX: a crença desmedida e a desilusão com o progresso científico e tecnológico. Por isso tratou da euforia e da depressão, da fé na ciência e da descrença numa vida equilibrada; cantou a vida frenética das multidões e o vazio da solidão; em síntese, soube identificar contradições experimentadas pelo homem de seu tempo. Álvaro de Campos Álvaro de Campos É o mais afinado com a tendência modernista, particularmente com o Futurismo. Fase Futurista "À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos." Ode Triunfal Fase Intimista/Pessimista “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” Poema Tabacaria (oposição sonho/realidade – frustração): Exteriorizou os paradoxos da vida do século XX: a crença desmedida e a desilusão com o progresso científico e tecnológico. Por isso tratou da euforia e da depressão, da fé na ciência e da descrença numa vida equilibrada; cantou a vida frenética das multidões e o vazio da solidão; em síntese, soube identificar contradições experimentadas pelo homem de seu tempo. ( ) Nasceu em 1887, no Porto. É médico. Defensor da monarquia, exilou-se no Brasil com o advento da República em seu país. Amante da literatura clássica, sua poesia assume um tom solene, sério, que mostra o comedimento das emoções, sempre analisadas com frieza de raciocínio. Evita o exagero. Adota o pensamento aristotélico de que a virtude está no equilíbrio, na moderação. Interessa-lhe encontrar respostas sensatas e equilibradas para suas reflexões. Dirigiu vários poemas à sua musa, Lídia. Ricardo Reis Ricardo Reis É amante da literatura clássica; É extremamente racional. Usa com muita frequência a mitologia clássica. Ricardo Reis Cultiva as máximas horacianas do Carpe Diem (“aproveite o momento”), isto é, procurar os simples prazeres da vida em todos os sentidos, sem preocupações com o futuro. Ricardo Reis Evita o exagero. Adota o pensamento de que a virtude está no equilíbrio, na moderação. “Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio. Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. (Enlacemos as mãos.) Depois pensemos, crianças adultas, que a vida Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado, Mais longe que os deuses. Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio. [...]” ( ) Nasceu em 1888. Criou outras personalidades poéticas a quem deu nomes e uma história de vida. Sua obra é rica e variada, mas há alguns temas preferidos, como a retomada do passado histórico glorioso de Portugal e a reflexão sobre a poesia e o “ser poeta”. É, sobretudo, o poeta da inteligência e da imaginação. Mensagem (1934) Traços marcantes Mensagem canta – nacionalismo e nãosaudosismo. o Portugal real, mas o Obra canta os Portugal sonhado mitos e os heróis por coletivos seus heróis. de Portugal, lembrando Os Lusíadas. Cancioneiro Explora temas Mensagem canta como saudade, não o Portugal solidão, infância, real, o vida, mas o fazer Portugal poético. sonhado por seus heróis. ( )Nasceu em 8 de maio de 1889. É considerado o mestre dos demais. É um guardador de rebanhos, o poeta das sensações, que pretende ver e sentir sem pensar. Considera-se apenas poeta, por isso foge para os campos com o intuito de viver como vivem as flores, as fontes, os prados. Sua poesia é desprovida de métrica e de rima. Sua simplicidade não permitiria a produção de uma poesia mediada por elementos muito voltados para a racionalização, como o rebuscamento da forma poética. Alberto Caeiro Alberto Caeiro Poeta filósofo: extrai seu pensamento não de livros nem da civilização, mas de seu contato direto com as coisas e com a natureza. O essencial é saber ver, Saber ver sem estar a pensar, Saber ver quando se vê, E nem pensar quando se vê, Nem ver quando se pensa. Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!) Isso exige um estudo profundo, Uma aprendizagem de desaprender. (Alberto Caeiro) 2. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto a seguir, na ordem em que aparecem: Ao concretizar o projeto de um poeta múltiplo, Fernando Pessoa cria ............... com diferentes .........., entre os quais Ricardo Reis e Álvaro de Campos, com obras de tendência, respectivamente, ............. e .............. . a)pseudônimos – imagens – clássica – simbolista b)heterônimos – linguagens – neoclássica – modernista c)pseudônimos – estilos – simbolista – modernista d) heterônimos – temáticas – romântica – futurista Heteronímia: *Criação de autores; *Cada autor tem biografia própria; *estilos literários diferentes; *produzem uma obra paralela à do seu criador. 3. Nos poemas de Alberto Caeiro: a) a visão de mundo não se confunde com a sensação de mundo. b) a atividade mental é muito lúcida e extremamente racional. c)o conhecimento da natureza e do mundo é obtido por meio dos sentidos. d) o entendimento da realidade resulta do exagerado racionalismo do eu lírico. 4. Assinale a alternativa correta a respeito das três afirmações abaixo. I – Os heterônimos de Fernando Pessoa nascem de um múltiplo desdobramento de sua personalidade. II – Alberto Caeiro é o poeta que se volta para o campo, procurando viver em simplicidade. III – Ricardo Reis é um poeta moderno, que do desespero extrai a própria razão de ser. a) Apenas a I e a II estão corretas. b) Todas estão corretas. c) Apenas a I e a III estão corretas. d) Nenhuma está correta. e) Apenas a II e a III estão corretas. Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. 1.Para você, o que significa o verso “O poeta é um fingidor”? A poesia não está na dor experimentada, ou sentida realmente, mas no fingimento dela. Isto é, a dor sentida, a dor real, para se elevar ao plano da arte, tem de ser fingida, imaginada, tem de ser expressa em linguagem poética, o poeta tem que partir da dor real, “a dor que deveras sente”. Não basta, para haver poesia, a expressão espontânea dessa dor real. Não há poesia, não há arte, sem imaginação, sem que o real seja imaginado de forma a exprimir-se artisticamente, de forma a surgir como um objetivo poético (artístico), de forma a concretizar-se em arte. O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. Em sua opinião, o que o poeta “finge”, quando compõe uma poesia? O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. 3. É possível alguém fingir que sente uma dor? Como? O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. 4. Em algum momento, você já fingir sentir uma dor? Quando e por quê? O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. Se você fosse poeta, o que gostaria de “fingir”? Dê um exemplo. Autopsicografia Tema: a criação artística; 1ª estrofe: Trata do poeta ( é um fingidor) e da criação literária; 2ª estrofe: Trata do leitor e sua relação com o texto literário; 3ª estrofe: O jogo entre a razão e a emoção