CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Quanto à fase cicatricial:
• inflamatória
• proliferativa
• maturação.
FASES CICATRICIAIS
A reparação tecidual ocorre em três
fases distintas, complexas, dinâmicas e
sobrepostas. A liberação de mediadores
ocorre em cascata, atraindo estruturas à
periferia da região traumatizada.
O conhecimento das fases evolutivas
do processo fisiológico cicatricial é
fundamental para o tratamento
adequado da ferida.
FASES CICATRICIAIS
Fase Inflamatória ou Exsudativa:
Sua duração é de aproximadamente 48 a
72 horas. Caracteriza-se pelo aparecimento
dos sinais prodrômicos da inflamação: dor,
calor, rubor e edema. Mediadores químicos
provocam vasodilatação, aumentam a
permeabilidade dos vasos e favorecem a
quimiotaxia dos leucócitos - neutrófilos
combatem os agentes invasores e
macrófagos realizam a fagocitose.
FASES CICATRICIAIS
Fase Proliferativa,
Tem a duração de 12 a 14 dias.
Ocorrem neo-angiogênese, produção
de colágenos jovens pelos fibroblastos
e intensa migração celular,
principalmente queratinócitos,
promovendo a epitelização. A cicatriz
possui aspecto avermelhado.
FASES CICATRICIAIS
Fase de Maturação ou Remodelação:
A terceira etapa pode durar de meses a
anos.
Ocorre reorganização do colágeno, que
adquire maior força tênsil e empalidece.
A cicatriz assume a coloração
semelhante à pele adjacente.
FORMAS DE CICATRIZAÇÃO
Cicatrização Primária:
Advém da sutura por planos
anatômicos. Na cicatrização primária
não há perda tecidual.
Pode ocorrer complicações como
isquemia peri-sutura em decorrência
de técnica inadequada, presença de
corpo estranho, coleção de líquidos,
hematomas e infecção superficial.
Esses fatores poderão evoluir à
deiscência de sutura cirúrgica.
FORMAS DE CICATRIZAÇÃO
Cicatrização Secundária:
Quando a evolução cicatricial da
ferida é espontânea chama-se
secundária.
FORMAS DE CICATRIZAÇÃO
Cicatrização Primária Tardia
Às vezes, para acelerar o processo de
cicatrização secundária pode-se realizar
aproximação das bordas da ferida com
pontos de sutura simples. Tal
procedimento é denominado cicatrização
primária tardia.
Fisiologicamente, o mecanismo de
cicatrização é o mesmo, variando na
duração do processo e nos resultados
estético-funcional, que são melhores na
cicatrização primária.
Cicatrização
CICATRIZAÇÃO
Cicatrização
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
Fatores Locais
São fatores ligados à ferida, que podem
interferir no processo cicatricial, tais
como:
- dimensão e profundidade da lesão,
- grau de contaminação,
- presença de secreções, hematoma e
corpo estranho,
- necrose tecidual e
- infecção local.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
Fatores Sistêmicos
• Faixa etária:
A idade avançada diminui a resposta
inflamatória.
• Estado Nutricional:
O estado nutricional interfere em todas as
fases da cicatrização. A hipoproteinemia
diminui a resposta imunológica, síntese de
colágeno e função fagocítica.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
Doenças Crônicas:
Enfermidades metabólicas sistêmicas podem
interferir no processo cicatricial.
Terapia Medicamentosa Associada:
A associação medicamentosa pode interferir
no processo cicatricial, como, por exemplo:
- antiinflamatórios,
- antibióticos,
- esteróides e
- agentes quimioterápicos.
FATORES QUE INTERFEREM NA
CICATRIZAÇÃO
Tratamento Tópico Inadequado
A utilização de sabão tensoativo na lesão
cutânea aberta pode ter ação citolítica,
afetando a permeabilidade da membrana.
A utilização de soluções anti-sépticas
também podem ter ação citolítica.
Quanto maior for à concentração do produto
maior será a sua citotoxidade, afetando o
processo cicatricial. Essa solução em contato
com secreções da ferida tem a sua ação
comprometida.
Complicações da Ferida Operatória
Deiscência
Complicações da Ferida Operatória
Evisceração
Complicações da Ferida Operatória
Evisceração
ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS DE
PRESSÃO
Estagio 1
Uma úlcera de pressão em estágio 1 é uma alteração
observável relacionada com pressão na pele íntegra, cujos
indicadores comparativos à área adjacente ou oposta do
corpo podem incluir mudanças em um ou mais das seguintes
condições: Temperatura da pele (aquecimento ou
resfriamento) e/ou sensibilidade (dor, prurido). A úlcera
manifesta-se como uma área definida de hiperemia persistente
na pele pouco pigmentada, ao passo que, em peles mais
escuras, a úlcera pode manifestar-se como tonalidades
persistentes de vermelho, azul ou púrpura.
Documente e descreva somente comprimento e largura. Não é
possível descrever a profundidade, pois a epiderme está
íntegra, embora o tecido abaixo dela possa estar lesado. A
avaliação das úlceras de pressão em estágio 1 pode ser difícil
nos pacientes com pele mais escura.
ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS
DE PRESSÃO
Estágio 2
Perda cutânea de espessura parcial envolvendo
epiderme ou derme. A úlcera é superficial e manifestase clinicamente por abrasão, flictema ou cratera rasa.
Documente e descreva comprimento, largura e
profundidade. Todas as úlceras de pressão em estágio
2 têm profundidade, pois a ferida já penetrou a
epiderme. Nas úlceras de pressão superficiais, a
profundidade pode ser descrita com inferior a 0,1 cm.
Qualquer profundidade igual ou maior do que 0,1 cm
deve ser medida com precisão, com ajuda de algum
dispositivo para esse fim.
ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS
DE PRESSÃO
Estágio 3
Perda cutânea de espessura total envolvendo lesão ou
necrose do tecido subcutâneo, que pode se estender
até a fáscia subjacente, sem atravessá-la. A úlcera
manifesta-se clinicamente como uma cratera profunda,
com ou sem comprometimento subjacente do tecido
adjacente.
Documente e descreva comprimento, largura e
profundidade, além da presença de formação de
túneis, se houver. Quando existe tecido necrótico, não
é possível realizar um estadiamento exato da úlcera de
pressão até a descamação ou a úlcera ter sido
desbridada e a base da ferida tornar-se visível.
ESTADIAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS ÚLCERAS DE
PRESSÃO
Estágio 4
Perda cutânea de espessura total com destruição
extensa, necrose tecidual ou lesão muscular, óssea ou
das estruturas de suporte ( por ex.: tendão ou cápsula
articular). A formação de túneis ou de tratos fistulosos
também pode estar associada à úlcera de pressão em
estágio 4.
Documente e descreva comprimento, largura e
profundidade, bem como a presença de formação de
túneis (se houver) e as estruturas de suporte
subjacentes visíveis (fáscia, músculo e osso). Se houver
tecido necrótico, o estadiamento exato da úlcera de
pressão só será possível, quando a descamação ou a
úlcera tiverem sido desbridadas e a base da ferida
tornar-se visível.
ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO
DE FERIDAS
IMPERÍCIA
É execução de uma função sem a plena
capacidade para tal.
E cometer um erro por falta de
conhecimento ou habilidade, como, por
exemplo, um acadêmico ou profissional
não habilitado que realiza o
procedimento do curativo de forma
inadequada.
ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO DE
FERIDAS
IMPRUDÊNCIA
É o erro cometido com conhecimento das
regras, porém não executado com as cautelas
exigidas no tratamento da ferida.
Por exemplo, o profissional preparado
insistisse em realizar um curativo sem o
diagnóstico ou material adequado, ou caso o
acadêmico, desacompanhado de seu instrutor,
executasse o curativo sem a plena convicção
do diagnóstico e, ainda, sem solicitar auxílio.
ASPECTOS ÉTICOS NO TRATAMENTO DE
FERIDAS
NEGLIGÊNCIA
Não obstante todas essas condutas tenham de
ser evitadas, a negligência é considerada, no
âmbito ético-profissional, a mais grave dos
três. É o erro cometido com consciência de
como deve ser feito o tratamento da ferida e
sem a existência de algum fator de
impedimento, porém, por mero desleixo,
menosprezo ou indolência, não é realizado
adequadamente.
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