DEVE SER PROIBIDO O USO DE
ADITIVOS NA ALIMENTAÇÃO
ANIMAL?
NÃO!
Aditivos
Dificuldades do tema
• Número muito elevado de substâncias
• Poucos pontos comuns entre elas
• Pontos complexos, mal esclarecidos
• Assunto polémico, preconceitos
• Inexistência de obra geral sobre o tema
• Literatura muito dispersa
• Muita literatura “cinzenta”
• Muita literatura comercial
• Desinteresse desproporcionado
Aditivos
DEFINIÇÃO
Características
Substâncias não
nutritivas…
Excepções
Vitaminas,Oligoelementos (mas não a.a.
nem macro-minerais)
com excepção dos
Coccidiostáticos,
medicamentos…
Antibióticos
adicionadas à ração em Aglutinantes,
pequena quantidade
Acidificantes
(ppm)
Aditivos
• Objectivos
 Melhorar a qualidade da alimentação animal
 Melhorar a qualidade dos produtos de origem
animal
 Melhorar a performance e a saúde animal
Aditivos
OBJECTIVOS DO USO DE ADITIVOS
Objectivo
Alimento
Animal
Produto animal
Exemplos
Conservantes,
Antioxidantes,
Aglutinantes, Corantes
Vitaminas,
Oligoelementos,
Antibióticos, Coccidiostáticos
Pigmentantes
Aditivos
REQUISITOS PARA APROVAÇÃO
1- Ter eficácia sobre alimento ou sobre animal
2- Não prejudicar saúde pública ou animal
3- Não prejudicar o meio ambiente
4- Não alterar a qualidade dos produtos
5- Ser controlável no alimento
6- Não ter uso terapêutico ou profiláctico nas
condições em que é usado *
7- Não ter uso crítico em medicina humana ou
veterinária
*Excepto os coccidiostáticos e outras substâncias de efeito
veterinário específico
Aditivos
• Classificação dos Aditivos (segundo os
Anexos da Legislação Comunitária)
A. Antibióticos (4 aditivos autorizados, e em doses baixas
com a finalidade de promoverem o crescimento, e não como
antibióticos, até 2006).
B. Substâncias de efeito antioxidante.
C. Aromatizantes e apetentes ( a distinção é arbitrária,
pois o gosto condiciona o aroma e vice-versa).
Aditivos
Classificação dos Aditivos (cont.)
D.Coccidiostáticos e outras subst. de efeitos
específicos (substâncias usadas como medicamentos a título
preventivo para evitar coccidioses em aves jovens, bem como alguns
imidazóis para a doença dos perus).
E. Emulsionantes, estabilizantes, espessantes e
gelificantes (é o grupo maior mas com menos importância, excepto no
caso de pet-foods, alimentos para peixes e leite em pó ).
F. Corantes, incluindo os pigmentos (embora os corantes
não tenham grande importância a nível de alimentos para animais, os
pigmentos são muito importantes e essencialmente para dar cor à carcaça
dos frangos, gema dos ovos – a casca do ovo tem cor que é só de origem
genética – e trutas salmonadas).
Aditivos
Classificação dos Aditivos (cont.)
G. Agentes conservantes (essencialmente antifúngicos).
H. Vitaminas, pró vitaminas e subs. de efeito análogo,
quimicamente bem definidas. (inclui todas as vitaminas,
mesmo a Vit. C, que não tem interesse para alimentação animal).
I. Oligoelementos (micro-elementos:o cobre usado em altas doses150-250ppm, tem um efeito promotor de crescimento em porcos, e
essencialmente quando associado a um antibiótico).
Aditivos
Classificação dos Aditivos (cont.)
J. Factores de crescimento (subst. antibacterianas e
antimicrobianas de síntese).
K. Aglomerantes, antiespumantes e
coagulantes (os aglomerantes são os mais
importantes, e são usados para melhorar a estabilidade
dos grânulos, designando-se normalmente por
aglutinantes).
L. Reguladores de acidez (pouca importância na
prática, não tendo relação directa com acidificantes : são
normalmente substâncias englobadas no grupo dos
antioxidantes e sinérgicos, que baixam o pH da ração e
os conteúdos ruminais).
Aditivos
ENSAIOS PARA VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA
1- Toxicidade aguda por ingestão
2- Toxicidade por inalação
3- Efeito irritante para pele e mucosas
4- Potencial alérgico
5- Mutagénese
6- Toxicidade subcrónica (mín. 90 dias em roedores)
7 - Toxicidade crónica/cancerinogénese
8- Efeitos sobre reprodução, eventualmente
combinados com estudos de embriotoxicidade e
teratogénese (mín. 2 gerações em linha directa)
Aditivos
APROVAÇÃO
AESA (Agência Europeia de Segurança Alimentar)
Comissão Europeia (assistida pelo Comité
Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde
Animal)
Aditivos
As pessoas reagem negativamente à utilização
de aditivos, devido à:
SENSIBILIDADE AO RISCO
influenciada por:
• Grau de conhecimento do assunto
• Distribuição equitativa ou não do risco
• Possibilidade de controlo da exposição
• Exposição voluntária ou involuntária
Aditivos
SUBSTÂNCIAS FARMACÊUTICAS
Consequências altos custos
Concentração indústria farmacêutica
Moléculas novas menos frequentes
Dificuldades com orphan drugs (medicação
utilizada para o tratamento de doenças
raras)
Dificuldades com espécies menores
CANCRO: FACTORES DE RISCO – DOLL & PETO
(1981)
Factor
Estimativa
Dieta
Tabaco
Hábitos sexuais e reprodutivos
Ocupação
Radiações solares, U.V., outras
Álcool
Poluição
Medicamentos, interv. Médicas
Produtos industriais
Aditivos alimentares
35
30
7
4
3
3
2
1
<1
<1
Total
85-87%
Aditivos
ANIMAIS ALIMENTADOS SEM ADITIVOS
– Suinicultura:
• Nº de leitões por ninhada
• Peso às 3 semanas de vida
↓ 11%
↓ até 23,5%
– Avicultura:
• Mortalidade
• Gastos do Produtor
↑ 8,24%
↑ até 18,9%/Kg de
carne de frango
– Pecuária:
• Consumo de Matéria Seca
↑ 6,4%
Aditivos
EXEMPLOS
• Selénio – diminuição de 40% nos casos
de cancro; papel importante no
desempenho reprodutivo; perfil sanitário
dos animais; não deixa resíduos;
antioxidante.
• Leveduras vivas – antioxidantes;
adsorventes naturais; aumento da
fertilidade em bovinos.
Aditivos
HORMONAS
– União Europeia proíbe o uso de hormonas
como promotores de crescimento:
• 1988
 Estradiol 17 – β
 Testosterona
Progesterona
Zeranol
Acetato de trebonelona
Acetato de melengesterol.
e faz embargo à carne proveniente dos EUA e
Canadá
Aditivos
• EUA e Canadá contestam
• Março 1996: Avaliação da proibição pela
Organização Mundial de Comércio (OMC)
• Janeiro de 1998: Relatório apresentado pela
OMC
• Maio 1998: Iniciados 17 estudos de avaliação
de risco
Aditivos
• Setembro 2001: 15 dos 17 estudos
estavam completos
Conclusões:
 Estradiol 17 – β é carcinogénico, mas o risco não foi
quantificado; é utilizado ainda para tratamento em casos
de maceração fetal e mumificação, piómetra e indução
de estro.
 Outras 5 hormonas não foi possível quantificar o risco.
 As crianças pré-púberes são as mais afectadas
 Em termos de propriedades intrínsecas e dados
epidemiológicos não são definidos níveis-limite para
qualquer uma das substâncias
Aditivos
EXEMPLOS DE USO DE HORMONAS
Ingestão de componentes fitoestrogénicos
diminui o risco de cancro do endométrio;
Leptina diminui o período pós-parto e
regula o metabolismo energético – melhor
performance
Aditivos
NITROFURANOS
Estes Fármacos derivam de
pentoses que são
extraídas de sub-produtos
agrícolas.
R é um radical mais ou
menos complexo
Medicamentos antimicrobianos e anti-coccidianos muito
usados em Medicina Veterinária.
Aditivos
USO DA NITROFURANTOÍNA NA MEDICINA HUMANA
Infecções das vias urinárias (uretrite, cistite e pielonefrite)
Profilaxia – 100 mg, 4x/dia, durante 7 dias
Manifestações clínicas de reacções adversas: Icterícia
colestática, lesão hepatocelular difusa, eosinofilia.
Concentrações residuais nos frangos – 10 ppm
Por consumo de frangos – 10 mg/Kg
Num tratamento com nitrofurantoína – 2800mg em 7 dias ≈ 280
Kg de frango!!!!
Aditivos
ANTIBIÓTICOS COMO
PROMOTORES DE CRESCIMENTO
– Problema:
• Resistências e sua passagem aos humanos
– Medidas tomadas:
• Proibição do uso de AB pertencentes a classes de
compostos usados em medicina humana
Aditivos
QUAIS OS AB AUTORIZADOS COMO ADITIVOS?
• Flavofosfolipol – Coelhos; poedeiras; perus;
frangos de engorda; leitões; porcos; vitelos e
bovinos de engorda.
• Avilamicina – leitões e porcos em engorda; frangos
de engorda; perus.
• Salinomicina sódica – leitões e porcos em engorda
• Monensina sódica – bovinos em engorda
Aditivos
• Estes 4 Antibióticos estão autorizados
até Jan/2006
• Está recomendada a sua substituição
progressiva por alternativas não antimicrobianas
Aditivos
EXPERIÊNCIA DA SUÉCIA
• Foi proibido o uso de AB como promotores
de crescimento na alimentação animal em
1986
• Consequências:
– Conversão Alimentar
– Ganho de Peso
– Uso de PUVs
– Mortalidade de animais
↑ 6%
↓ 5%
↑ 4%
↑ 1,6%
Aditivos
"É perfeitamente aceitável que os alimentos de
origem animal contenham resíduos de aditivos. A
própria Organização Mundial da Saúde reconhece
essa possibilidade. Mas a OMS também
determina os patamares desta presença. Se os
resíduos estiverem em proporção menor que os
níveis de segurança identificados pela OMS, não
haverá problema para a saúde humana"
Paracelsus (1493-1541) – Todas as substâncias são
venenos a partir de determinada dose. Do mesmo
modo, todas as subst. conhecidas como tóxicas não o
são se forem usadas em doses suficientemente
pequenas.