Economia - Administração
Referencia bibliográfica (básica)
VASCONCELOS, M. A. S. E. GARCIA, M. Fundamentos da Economia. São Paulo: Saraiva, 2004.
Capitulo 6 – Páginas 69 à 92
Alunos:__________________________________________________________________________
TEORIA DA FIRMA – Custos de Produção
ATIVIDADE CONCEITUAL: Texto para leitura e reflexão
“A SORTE DA CONCORRÊNCIA”
O Sr. P. Silva, funcionário público federal graduado, ao deixar o serviço público recebeu um
bom dinheiro e decidiu abrir um restaurante de comidas típicas, sua preferência gastronômica.
Como primeiro passo, alugou um espaçoso imóvel em uma pacata rua da zona norte da cidade,
providenciou algumas reformas e inaugurou o restaurante reunindo muita gente.
Seu excelente relacionamento, herança da época em que exercia importante cargo público, muito
colaborou na promoção do seu negócio, atraindo logo nas primeiras semanas uma clientela
considerável.
O negócio parecia ir muito bem e o Sr. P. Silva cuidava pessoalmente das compras dos materiais
e da elaboração da tabela de preços.
Para determinar os preços, seu critério era segundo afirmava simples e muito eficaz. Os preços
de cada prato servido eram calculados da seguinte forma: o preço de aquisição do produto principal
utilizado na preparação do prato, multiplicado por 2, tornava-se o próprio preço de venda do prato.
Por exemplo:
a)O preço do prato de bacalhau era igual ao dobro do preço pago por kg de bacalhau;
b)O preço dos pratos à base de carne era igual ao dobro do preço pago pelo kg da respectiva carne.
Com tantas preocupações voltadas à divulgação do seu negócio, o Sr. P. Silva não se interessava
por alguns dispositivos de controle, tais como a apuração do seu efetivo resultado no negócio e os
controles físicos dos materiais estocados.
Ele enchia o peito e dizia: — Controlo o meu caixa e está muito bom. Tenho que estar sempre
muito voltado para a promoção e o crescimento do negócio em si, por isso não posso perder tempo
com simples burocracias.
E o negócio crescia em ritmo acelerado, tanto que o Sr. P. Silva foi obrigado a fazer novos
investimentos em expansão, alugando um imóvel ao lado, fazendo obras para aumento da capacidade
da cozinha, um novo estacionamento, além de adquirir equipamentos, instalações, mesas, cadeiras,
etc.
Para estes investimentos não havia dinheiro, o que obrigou o Sr. P. Silva a tomar dinheiro junto
a um banco, cujo gerente era seu cliente habitual. O plano do Sr. P. Silva era pagar o empréstimo em 6
meses e após isso, conforme afirmava, tudo seria lucro. A antes pacata rua ganhou notoriedade até na
imprensa, pois o restaurante foi alvo de uma reportagem de um jornal de grande circulação, que o
incluiu no roteiro gastronômico da cidade.
Essa grande notoriedade, como era de se esperar, atraiu a concorrência para o local.
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Assim, do outro lado da rua foi estabelecido um restaurante com proposta semelhante e de
propriedade dos Srs. Castro e Alencar, também aposentados, e que trabalharam ao longo de suas
carreiras nas áreas de controladoria e financeira.
A proposta dos sócios inicialmente era simples, atrair a clientela que formava longas filas à
espera de uma mesa no restaurante do Sr. P. Silva.
Para contra-atacar o seu concorrente, o Sr. P. Silva criou novidades, tais como música ao vivo,
atrações infantis, manobristas e recepcionistas, além de um pequeno parque para a criançada.
Além disso, fez algumas reformas rápidas, através de novos empréstimos obtidos junto ao
gerente do banco, amigo e também assíduo cliente.
Com as novas atrações, o restaurante precisou de maior espaço, o que fez com que fosse
reduzida em 15% a quantidade de mesas disponíveis. Para compensar a iminente queda
do faturamento, o Sr. P. Silva aumentou todos os seus preços em 15%.
Do outro lado da rua, de forma ainda muito modesta, Castro e Alencar montaram um
restaurante pequeno, dotado de controles físicos de estoques, apurações precisas dos custos dos
produtos oferecidos, fixação de preços a partir dos controles dos custos, além de uma apuração
quinzenal do resultado.
O Sr. P. Silva ironizava seus concorrentes: — Vão quebrar em 3 meses sufocados por tanta
burocracia!
Aos mais íntimos ele confidenciava: — Meus concorrentes não me metem medo, são simples
amadores!
Entretanto, seis meses após, o cenário tornou-se diferente. O restaurante de Castro e Alencar
já contava com uma considerável clientela, atraída pelos preços mais acessíveis, sem, contudo, existir
qualquer diferença na qualidade dos produtos oferecidos.
Três meses após, Castro e Alencar expandiram seu negócio, utilizando recursos derivados dos
lucros auferidos nos seis primeiros meses.
Com a expansão, foi imediatamente verificado um aumento da clientela, o que fez com que
Castro e Alencar revisassem sua tabela de preços e concedessem reduções, segundo eles, absorvida
com sobras pelo aumento do faturamento.
Pelo lado do Sr. P. Silva a coisa já não ia tão bem. Não havia mais fila de clientes, muito pelo
contrário, sua taxa de ocupação era de no máximo 60% das mesas.
O Sr.P. Silva resolveu reagir, investindo forte em propaganda, além de reduzir seus preços em
30%.
Ao contrário do que previra meses atrás, não foi capaz de liquidar os empréstimos tomados
junto ao banco, o que o obrigou a renovar as operações com taxas de juros maiores.
Desta vez, apenas para cumprir uma simples formalidade, conforme afirmava seu amigo e
cliente, o gerente do banco, foi obrigado a dar em garantia da operação, um imóvel de sua
propriedade na região serrana.
Passados mais três meses e o Sr. P. Silva entrou em desespero.
Sua taxa de ocupação era de no máximo 30%. As atrações artísticas foram interrompidas por
falta de pagamento. O empréstimo venceu e o “amigo” gerente do banco e que não era mais cliente,
ameaçava executar a garantia, ou seja, tomar o imóvel que sustentava as operações de empréstimo.
Além disso, um garçom demitido revelou os constantes desvios de mercadorias praticados por alguns
empregados, que se aproveitavam da completa ausência de controles.
Algumas semanas após, as coisas estavam ainda piores para o Sr. P. Silva. Foi quando ele
resolveu procurar seus concorrentes, Castro e Alencar, para colocar o seu restaurante à venda.
Habilmente, Castro e Alencar, aproveitando-se do total desespero do Sr.P. Silva, fizeram
proposta de comprar o restaurante pelo valor da dívida junto ao banco. O Sr. P. Silva não resistiu e
entregou o negócio.
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Seis meses após estive no local do antigo restaurante do Sr. P. Silva, convidado para a
inauguração da cozinha industrial que Castro e Alencar haviam criado, já com uma ocupação garantida
de 85% da capacidade instalada.
Do outro lado da rua, o antes modesto restaurante tem outra forma. Foi ampliado e as
instalações reformadas.
Tudo isso com recursos próprios, muito embora um cliente e amigo, gerente de banco, tivesse
colocado todos os recursos à disposição.
Tive notícias do Sr. P. Silva na semana passada. Vive da aposentadoria, esqueceu da vida de
comerciante e diverte-se diariamente frequentando bailes vespertinos da terceira idade.
Muito falante, conta à história do seu empreendimento, concluindo sempre: — No comércio
fica difícil brigar com concorrente protegido pela sorte!
Esse relato é pura obra de ficção. Qualquer
semelhança com nomes, locais, pessoas ou fatos,
terá sido mera coincidência, muito embora o dia a
dia dos negócios mostre-nos situações com
contornos bastante parecidos.
ATIVIDADE 2: Faça a correlação entre os conceitos:
1 - Gastos
2 - Investimentos
3 - Custos
4 - Despesas
5 - Dispêndios, Pagamentos Ou Desembolsos
6 – Perdas
( ) Por ser um conceito extremamente amplo abrange: despesas, custos e investimentos.
( ) Gastos ativados (registrados no ATIVO) em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a
futuro (s) período (s).
(
) Destinações de recursos, desembolsadas ou não, que traduzem o sacrifício financeiro que a
entidade realiza para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por
entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
( ) Recursos aplicados na transformação dos ativos, representados por gastos relativos à utilização de
bem ou serviço aplicados para produção de outros bens e serviços.
( ) Saídas de caixa para atender a aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou
após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto.
( ) Recursos ou gastos que não contribuem para gerar ativos ou receitas, representadas por bem ou
serviço consumido de forma anormal e involuntária.
( ) Recursos empenhados em destinações que não transformam o ativo, mas que contribuem para
esforço na geração de receitas.
ATIVIDADE 3: Faça a correlação entre os conceitos:
1 - Gastos
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2 - Investimentos
3 - Custos
4 - Despesas
5 – Perdas
( ) Aquisição de matérias primas para estocagem;
( ) Consumo da matéria prima no processo produtivo;
( ) Salários de empregados da produção
( ) Salários de empregados da administração
( ) Salários de empregados lotados na produção, mas que participam da construção de novo galpão
industrial;
( ) Aluguel do galpão industrial;
( ) Aluguel do prédio da administração;
( ) Prejuízo com incêndio;
( ) Quebra normal no processo de fabricação;
( ) Propaganda e Marketing;
( ) Aquisição de um equipamento;
( ) Honorários da diretoria;
( ) Roubo de produtos acabados em estoque;
( ) Energia elétrica consumida pela fábrica;
( ) Energia elétrica consumida pela administração;
ATIVIDADE 4: Faça a correlação entre os conceitos:
1 - Custos Diretos
2 - Custos Indiretos
3 - Custos Variáveis
4 - Custos Fixos
5 - Custos de Transformação
6 - Custos Primários
7 - Materiais Diretos
8 – Custos Semi Variáveis
9 – Custo Padrão
10 – Custo Estimado
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( ) Diz respeito ao valor que a empresa fixa como meta para o próximo período para um determinado
produto ou serviço;
( ) Gastos que transformam ativos e que podem ser apropriados diretamente ao produto ou ao
serviço;
( ) Gastos que transformam ativos e que não variam em função dos volumes produzidos;
( ) Gastos que transformam ativos mas que para serem incorporados aos produtos ou aos serviços
utilizam um critério de rateio;
( ) Varia com o nível de atividade, porém não direta e proporcionalmente;
( ) É a soma dos custos de mão de obra direta e matéria-prima;
( ) São os gastos com materiais que se identificam diretamente com o produto;
( ) Esforço empregado no processo de produção do um item (só não inclui as matérias-primas);
( ) Determinado a partir da expectativa de que a média obtida no passado é um número válido para
se obter novamente no futuro;
( ) Gastos que transformam ativos e que variam proporcionalmente aos volumes produzidos;
Em sua opinião qual foi o principal erro estratégico do Sr P. Silva?
Em qual momento caberia uma intervenção nos planos de longo prazo nas decisões tomadas pelo
Sr P. Silva?
⌦ Enquanto gestor financeiro, qual seria sua opção em “salvar” o empreendimento.
⌦
⌦
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