Mesa de Debates:
Responsabilidades e cuidados
Materiais e esterilização
Maria Fatima dos Santos Cardoso
Enfermeira Epidemiologista - Hospital Albert Einstein
Agente Infeccioso
Fonte de Infecção
Animada
sintomático
assintomático
FONTES
HIV
HCV / HBV
Sangue e derivados
Sêmen
Liquor
TODOS
os
Fluidos
Corporais
Fontes Inanimadas: RISCO
AR
SUP. FIXAS
ALIMENTAÇÃO
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
FONTES PARENTERAIS
Cadeia Epidemiológica
Transmissão:
 contato
 gotículas
 aérea
Hospedeiro
susceptível
Contato Direto
Contato Indireto
RISCO PARA OS PROFISSIONAIS
HIV / HCV / HBV
Prevalência dos vírus na população de clientes atendidos
Inoculação de células infectadas
Probabilidade de infecção a partir de um evento
Estado imune do trabalhador
Sobrevivência em matéria orgânica ressecada:
HIV = até 3 dias (Resnick, L et al - JAMA, 255(14):1987-91;1986
HBV = até 1 semana (Bond, WW et al - Lancet, 1(8219): 550-1;1981
?
Desinfecção e Esterilização
de Materiais
egislação
 Recomendação quanto ao uso de anti-sépticos,
desinfetantes e esterilizantes:
Portaria nº 15, de 23 de agosto de 1988, da
Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
 Recomendação sobre o funcionamento dos estabelecimentos
que exercem atividades de Podólogo:
Portaria nº11, de 16 de agosto de 1993, do Centro de
Vigilância Sanitária
Classificação dos Artigos
• Críticos: penetram através da pele e
mucosas adjacentes, tecidos sub-epiteliais e
no sistema vascular -> esterilização
(alicates que tenham tido contato com sangue e secreções)
• Semi-Críticos: contato com a pele não
íntegra (restrito às camadas da pele) ou com
mucosas íntegras -> desinfecção (médio ou alto
nível) ou esterilização
(afastadores, alicates que NÂO tenham tido contato com
sangue e secreções)
• Não Críticos: contato com a pele íntegra
do paciente -> limpeza ou desinfecção (baixo ou
médio nível)
(Mesa de trabalho, produtos)
SPAULDING E H. Chemical disinfection of medical and surgical materials. In: BLOCK, S S. Disinfection,sterilization and preservation. Lea Fabiger. Philadelphia.
1968;517-531.
Todo material após o contato
com o organismo humano é
considerado contaminado.
Utilizar Equipamento de Proteção
Individual (EPI) sempre que for
manusear os materiais contaminados.
Lavar as mãos após retirar os EPIs.
GARNER J. Guideline for isolation precautions in hospitals. Infect Control HospEpidemiol. 1996;17:53-80.
• Remoção da sujidade e/ou matéria orgânica
de determinado material.
• Fundamental -> A falha no procedimento de
limpeza compromete a desinfecção e/ou
esterilização dos materiais.
• Métodos de limpeza:
- Manual (escova: cerdas macias)
- Lavadoras ultra-sônicas (vibração U-S na
água para remover a sujidade; ciclo: 30’)
Detergente Enzimático
 Os detergentes enzimáticos são
compostos basicamente por enzimas,
surfactantes e solubilizantes.
 Remove a matéria orgânica, de 1 a 15’.
 Materiais com ranhuras e orifícios de
difícil acesso devem ser higienizados
com o auxílio de um detergente
enzimático.
KNEEDLER J A; DARLING M. Using an enzymatic detergent to prerinse instruments. AORN J. 1990; 51(5):1326- 32.
• Enxágüe com água corrente e potável
• Secagem -> pano limpo/seco; secadora de
ar quente/frio; estufa (regulada para este
fim).
• Método capaz de eliminar
muitos ou todos os
microrganismos patogênicos,
com exceção dos esporos.
• Portaria nº11, de 16/8/1993, do
CVS padroniza para
desinfecção:
- solução de hipoclorito de sódio
a 1% ou
- soluções de fenóis sintéticos.
Hipoclorito de Sódio 1%
(10000 ppm)
Ação: vírus, bactérias, fungos e
micobactéria.
 Vantagens: ação rápida e baixo custo,
pouco tóxico, fácil manuseio,
desodorizante e não inflamável.
 Desvantagens: corrosivo e descolorante
(evitar contato com metais e mármore),
uso limitado pela presença de matéria
orgânica, irritante para mucosa, odor
forte.
Hipoclorito de Sódio 1%
• Desinfecção de artigos semi-críticos: 30’
• Enxágüe abundante -> evitar irritação
química devido a resíduos do produto
• Estocar a solução em lugares fechados,
arejados e escuros (frascos opacos)
Fenóis Sintéticos
Ação: vírus (herpes simplex, VSR, HBV e HIV),
bactérias e fungos.
 Desvantagens:
-> podem ser absorvidos por materiais
porosos (plástico e borrachas), resíduos podem ser
irritantes;
-> conta-indicação para materiais semicríticos, ausência de dados sobre eficácia
germicida (micobactericida e alguns fungos);
-> despigmentação da pele quando manipulado
sem luvas.
Glutaraldeído
 Ação: vírus, bactérias, fungos,
micobactérias e esporos.
 Vantagens: ação rápida para
desinfecção de alto nível (20’ meio ambiente).
 Desvantagens:impregnação de
sangue e secreções se o artigo for
imerso sujo, irritante para olhos,
garganta e nariz.
Processo:
• ativar o produto e/ou verificar se está dentro
do prazo de validade (14 ou 28 dias).
• colocar a solução em recipiente de plástico ou
vidro com tampa.
• validar a solução (fitas-teste)
• observar o aspecto da solução: presença de
depósitos, alteração da coloração e pH.
•
•
•
•
descartar a solução se houver inconformidade.
limpar, secar e imergir totalmente o material.
Enxaguar, flush com álcool 70%.
prover sala arejada (exaustão) e EPI (luvas grossas,
avental impermeável, óculos e máscara para vapores orgânicos)
Álcool etílico 70%
Ação: vírus, bactérias, fungos, tuberculicida.
 Vantagens: ação rápida, fácil aplicação,
compatível com metais.
 Desvantagens: inflamável, evapora rápido
Processo:
• tempo de exposição 10’ (aconselha-se 3 aplicações
intercaladas pela secagem natural)
• álcool 70%: mais tóxico para bactérias,
evaporação mais lenta  poder bactericida do
álcool em contato com os microrganismos.
• Método capaz de eliminar todos
os microrganismos patogênicos,
inclusive os esporos.
• Portaria nº11, de 16/8/1993, do
CVS padroniza para esterilização:
- Estufa ou Forno de Pasteur
Estufa ou Forno de Pasteur
Esterilização por Calor Seco
Equipamento:
• termômetro que mostra a temperatura no
interior da câmara;
• termostato (programar a temperatura desejada);
• lâmpada (situação de aquecimento ou estabilização da
temperatura interna);
• não há controlador de tempo.
Processo:
• transferência do calor através dos artigos
(princípio da termodinâmica)
•
indicado para artigos de ponta ou de corte.
Cuidados durante o processo:
•
•
•
•
•
•
•
•
limpeza dos artigos;
aquecer previamente a estufa;
utilizar embalagens adequadas;
não colocar volumes grandes de material para
não interferir na circulação do ar;
não sobrepor o artigos;
marcar o início do tempo de exposição quando o
termômetro marcar a temperatura escolhida;
evitar que, dentro da câmara, o termômetro
toque nos artigos;
não abrir a câmara durante a esterilização.
Tempo de esterilização
Temperatura (0C)
Tempo de exposição*
180
170
160
30 minutos
1 hora
2 horas
* sem inclusão do tempo de aquecimento
Evitar falhas, observando:
• calibração e validação do equipamento (conhecer o
ponto mais frio);
• seleção de materiais que possuam boa
condutibilidade térmica;
• preenchimento da carga antes da marcação do
tempo de exposição;
• distribuição interna da carga: os materiais não
devem tocar nas paredes, manter espaço entre
eles (favorecer a circulação do ar);
• adequação do invólucro com o tipo de material e
processo (esterilização pelo calor seco).
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