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Cenário para nova safra de arroz é favorável
Apesar do excesso de chuva neste início de primavera
e do atraso no plantio, a estimativa da área econômica da
Farsul é de estabilidade tanto
na produção como no consumo, ambos variando menos
de 1%. Mesmo que o mercado sinalize aumento das importações do Mercosul, é esperada valorização do produto em 2010. O cenário para o
grão no mercado global é positivo, com base na avaliação
que o pior da crise econômica passou e com melhora no
comércio mundial de arroz.
O presidente da Comissão
de Arroz da Farsul, Francisco
Schardong, comentou que algumas regiões do Estado,
principalmente a Campanha e
a Fronteira Oeste, não reverteram o quadro de déficit hí-
drico, o que poderá ocasionar
em redução da área. “Se não
chover, não teremos 1,1 milhão de hectares plantados.”
Conforme a Emater, no início
de outubro estava semeada
2% da lavoura, enquanto o
percentual histórico para essa
época é de 4%. O dirigente
destacou, no entanto, que o
preço do arroz está em recuperação. Entre os fatores
apontados pelo dirigente estão as exportações. Em 2008,
foram remetidas ao exterior
5.988 contêineres e, neste
ano, já são 5.678. Outra notícia positiva para o setor é o
credenciamento da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). “Isso ajuda a
melhorar o preço do arroz,
porque viabiliza ao produtor
usar os mecanismos do gover-
Em algumas regiões há excesso de chuva e em outras, déficit hídrico
no”, explicou Schardong.
Uso de bombas
Segundo o Irga, o Rio
Grande do Sul cultiva anualmente aproximadamente um
milhão de hectares de arroz
irrigado, o que demanda volume médio entre 8 mil e 12
mil metros cúbicos de água
Preço do suíno apresenta reação
O preço do quilo vivo do
suíno aumentou 20,58% entre
a última semana de agosto e a
segunda semana de setembro
no Estado e chegou a R$ 2,05.
Para o presidente da Comissão de Suinocultura da Farsul,
João Picoli, a valorização é resultado da redução de matrizes, que ainda não teve recuperação, e indica aquecimento do setor, que se prepara para
elevação do consumo no final
do ano. Nos primeiros sete
meses do ano a queda na produção foi de 4% em relação a
igual período de 2008. Para Pi-
coli, no entanto, os suinocultores perderam mercado interno e
agora têm de recuperar, pois estão exportando menos.
A receita dos embarques
gaúchos de carne suína caiu
39,37% de janeiro a agosto
em relação ao mesmo período do ano passado, conforme
o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior. Foram exportadas
145,05 mil toneladas no período deste ano, o equivalente
a 295,05 milhões de dólares.
No mesmo intervalo de 2008,
o Rio Grande do Sul expor-
tou 155,86 mil toneladas,
com receita de 486,63 milhões de dólares. O embarque nacional sofreu queda de
26,3% no período. Em agosto deste ano, as exportações
do Brasil de carne suína caíram 42,3% em relação ao
mesmo mês do ano passado
e somaram 79 milhões de dólares. Dados da Abipecs e do
Sips apontam que, em agosto, as exportações gaúchas de
carne suína representaram
32,46% do total brasileiro.
Esse foi o mês de menor participação do Estado em 2009.
por hectare durante o ciclo das
plantas. Do total de área irrigada, 70 % necessita de alguma fonte de energia (óleo diesel 13 % e energia elétrica 57
%) para acionamento das
bombas para fornecimento de
água para suprir a demanda
das plantas e as perdas na con-
dução e na distribuição da
água. Atualmente, o custo da
energia é elevado, sendo que
a irrigação é um dos itens
mais oneroso no custo total de
produção da lavoura de arroz.
A descapitalização de muitos
orizicultores fez com que não
houvesse acompanhamento
na evolução dos sistemas de
bombeamento. Por este motivo, os conjuntos motobombas estão operando de forma
ineficiente, ocasionando grande
desembolso ao orizicultor no
pagamento da energia consumida, segundo Elio Marcolin, que
é engenheiro agrônomo e pesquisador da Estação Experimental do Arroz, em Cachoerinha.
Outra preocupação é com o uso
de motores a óleo diesel, que
emitem grandes quantidades de
poluentes ao ambiente.
Farsul pode prestar assistência
em ação sobre entorno de florestas
A Farsul ingressou, no dia
15 de setembro, na Vara Federal Ambiental Agrária e Residual de Porto Alegre com
pedido de assistência aos réus
na ação que pede declaração
de inconstitucionalidade para
o decreto que estabelece 500
metros como proteção para
plantio de transgênicos no entorno de unidades de conservação no Estado.
A ação é movida pela bióloga Lisiane Becker e os réus
são a União e o Instituto Chico Mendes. A ação pede que
seja observada área de dez
quilômetros sem plantio de
organismos geneticamente
modificados. Neste momento, está em vigor liminar suspendendo os efeitos do decreto 5.950 de 31 de outubro de 2006, que estabelece
os limites para o plantio de
OGM nas áreas que circundam as unidades de conservação. Se aprovado o pedido, a Farsul poderá apresentar razões jurídicas pelas
quais entende que a ação é
improcedente.
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